Who Are You?
Escrito por Laay | Revisado por Peagne
Segunda-Feira - Monday, you sent me flowers
’s POV
Segunda-feira costuma ser pior que domingo na questão 'pior dia da semana'. Eu realmente não tinha ânimo algum em levantar-me da minha cama e encarar o novo dia que começava. Minha vontade era de reviver o final de semana passado, consecutivamente, ou simplesmente pular a segunda e partir pra terça, onde eu sei que meu humor irá estar melhor do que hoje.
Respirei fundo, um tanto quanto frustrada, pensando seriamente em ligar para o meu lindo chefinho e dizer que estaria de cama por hoje por conta de um resfriado... pois bem, isso não passou do pensamento. Assim que meu celular começou a tocar abaixo de meu travesseiro, eu tive plena certeza que era só o início de minha péssima segunda-feira.
Peguei o aparelho, que tocava Scream do Avenged Sevenfold, e o atendi sem nem ao menos olhar quem era. Sentei-me e fechei os olhos aproveitando os poucos segundos que ainda tinha em minha preciosa cama.
– Não creio que está até agora deitada, ! Tem noção de como Davi se encontra louco nesse estúdio? É, tenho certeza que não! E a culpa de seu estresse ele joga completamente pra cima de mim. Será que dá pra tirar essa bunda branquela da sua cama e vir logo trabalhar? – a garota gritou a última frase fazendo-me afastar o celular no mesmo momento. – Vou te dar 30 minutos. Repetindo: 30 MINUTOS! – e desligou sem nem ao menos deixar-me dar uma explicação plausível. Porém, eu realmente não tinha uma explicação plausível para o meu atraso.
Era pura preguiça e quem trabalhava comigo desde que iniciei minha profissão como fotógrafa, para a revista Rolling Stones, sabia bem como eu era em segundas-feiras. A sorte da equipe que trabalhava comigo era que havia mais 2 fotógrafos sempre a postos caso eu falte, ou esteja ocupada fotografando algum ensaio para famosos ou em reuniões importantes que o diretor de marketing nos ( ME ) obrigava a participar. Motta, a garota nervosinha que me telefonou, é uma das figurinistas e maquiadoras estagiárias e minha melhor amiga; eu consegui o estágio pra garota, que iniciou seu 5° semestre na faculdade onde cursa moda.
Mês que vem completa 4 anos que estou trabalhando na Rolling Stones e até hoje ninguém me demitiu por conta dos meus atrasos no início da semana. Mas eles não tinham que reclamar de nada, eu sempre fui a mais competente de minha equipe e sempre ficava até tarde opinando sobre os photoshoot's dos famosinhos que vinham aqui. E por conta de uma dessas minhas opiniões super "importantes" eu conheci meu atual ficante/namorado, . Ele é integrante de uma banda - que eu sou super apaixonada, admito. No início de nosso relacionamento eu fazia de tudo pra ele pensar que eu não era fã de sua banda, até que um dia o cretino entrou em meu apartamento sem meu consentimento e me pegou no flagra, pulando e cantando como uma louca as músicas do novo álbum de sua banda. Foi constrangedor porque o se encontrava com seus demais companheiros de banda, aí imagina a cara da pessoa - vulgo eu - ao ser pega no flagra pelo seu pseudo namorado/"ídolo". Foi vergonhoso, mas já passou.
***
– Até que enfim a madame resolveu aparecer! – Davi, meu chefe superior, disse assim que adentrei no estúdio.
– Foram só alguns minutos de atraso. Pensei que já estivesse acostumado. – sorri torto e caminhei rapidamente até meus colegas de trabalho.
– Às vezes acho que ele pensa que algum milagre irá acontecer pra você chegar no horário certo nas segundas-feiras, . – Vic comentou risonha.
– Se aumentarem o meu salário, quem sabe. – elevei a voz e pisquei o olho pra Davi que apenas mandou-me o belo dedo do meio, em seguida começando a colocar ordem naquele lugar.
– ! Chegou pra você há alguns minutos. – veio ao meu encontro com um lindo arranjo de flores coloridas. Logo entregou-me e cruzou os braços observando minha reação ao ver as lindas flores que cheiravam muito bem... se bem que tinha um cheiro familiar nelas.
– Eu bem que queria que me mandasse flores também. Mas eu acho que nós sempre nos enganamos com esses garotos. – ela começou a tagarelar sobre o seu relacionamento com o . Admito que mal prestava atenção ao que a morena dizia. Estava completamente entorpecida e encantada pelo ato de . Logo peguei o pequeno cartão que continha junto com as flores e o abri.
"Tarde demais a conheci, por fim; cedo demais, sem conhecê-la, amei-a profundamente" - William Shakespeare
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Terça-Feira - Tuesday, made me feel stupid
– QUAL É O SEU PROBLEMA AFINAL? – ele gritou e bateu a porta assim que entramos em meu apartamento.
– Meu problema? Eu que te pergunto qual o seu problema, . – ele suspirou nervoso e passou a mão nos cabelos. – Você me fez me sentir uma estúpida essa noite. – respirei fundo e controlei as lágrimas ao sentar-me no sofá.
– O que foi que eu fiz agora? – questionou cansado com a expressão entediada e se jogou ao sofá de frente ao qual eu estava.
– O que você fez? – suspirei e fechei os olhos pra não lhe socar ali e agora. – Praticamente disse pra todos naquele jantar que eu era seu fantoche. Que não tínhamos um relacionamento sério, mas era só você estalar os dedos que eu estaria lá, aos seus pés. Eu me senti ofendida, estúpida por estar lá sem você ao menos dar um valor à mim. Você me machucou!
O silêncio foi instalado no mesmo momento. Ao perceber que ele não abriria a boca pra dizer nada e nem ao menos pedir desculpas, caminhei rumo ao meu quarto e ali tranquei-me pela noite. Tirei o salto e sentei em minha cama. Meu celular apitava em cima do criado mudo indicando novas mensagens. O peguei em seguida e vi três mensagens não lidas. Uma de , namorada de , outra do próprio e a última de . Eles estavam no jantar em que , mãe de , estava dando. Era apenas alguns amigos bem íntimos da banda e os pais de meu "namorado", ou simplesmente o "cara com quem eu satisfazia minhas necessidades sexuais" - palavras de - e ele me considerava o mesmo pelo que pude perceber essa noite.
A mensagem de perguntava se eu estava bem depois do ocorrido e que queria me encontrar amanhã pela manhã no Starbucks perto de meu trabalho. Conversar com ela seria ótimo, era sempre bom. é uma amiga maravilhosa e eu agradeço por tê-la conhecido.
A mensagem de era completa por palavras lindas e de apoio. Alegando que seu amigo era um completo idiota e que havia bebido demais. dizia também que me amava, mas o medo dele era de admitir isso, então ele usava palavras como a dessa noite pra disfarçar o sentimento. Ridículo, eu sei.
A mensagem de era cômica e ao mesmo tempo assustadora. Alegando que acabaria com a árvore genealógica de . Sua morte seria lenta e dolorosa e ela teria o prazer em me mandar os testículos dele. Ri e respondi as mensagens afirmando que estava bem, que logo tudo isso passaria e eu seria novamente eu em breve.
Quarta-Feira - Wednesday, the world was ours
– Você faz eu me sentir como se tivesse 18 novamente. – ele riu após meu comentário e me preencheu com selinhos demorados. apertou-me contra seu corpo forte e suspirou em meu pescoço.
Eu amava quando ele me abraçava e amava mais ainda quando ele era carinhoso. Quando ele era apenas Ele!
– Eu amo o seu sorriso. – ele acariciou meu rosto e eu simplesmente neguei sorrindo tímida. Pra falar a verdade, eu odiava meu sorriso. Meus olhos praticamente se fechavam e minhas bochechas ficavam enormes. Talvez isso seja um exagero meu, mas eu não via nada de lindo e excepcional ali.
roubou-me um selinho e, enfim, entramos em seu carro. Ele ligou o motor do mesmo e em questão de minutos estávamos a uma velocidade considerável pelas avenidas de Los Angeles. Me sentia aliviada e uma alegria imensa me tomava. Era madrugada, o céu estava estrelado e um frio gostoso tomava a noite. Sentíamos como se o mundo fosse nosso, era algo surreal e intenso. Eu o amei completamente aquele dia!
Quinta-Feira - Thursday, you didn't prove it
– Eu não estou acreditando até agora que ele fez isso contigo, . – disse e concordou.
Estava na hora do almoço e eu marquei de almoçar com elas. bem que quis vir pra fofocar também, mas o impediu alegando ser conversa de garotas.
– Isso era o que eu podia esperar dele, gente. – dei de ombros.
Eu mal havia comido algo, meu prato se encontrava intacto e meus sentimentos... confusos! Ontem foi um dia lindo com ele. Mas essa manhã a coisa foi completamente diferente. Ele era outra pessoa!
– O que houve, ? Parece outra pessoa... – comentei enquanto retirava o café da mesa.
– Não é nada. – respondeu seco e deu de ombros.
– Você realmente gosta de mim? – o questionei um tanto quanto temerosa pela resposta. Seu olhar veio de encontro ao meu e foi impossível decifrar os seus olhos.
– Claro que sim. – disse sem expressão alguma.
– Então prove! Faça algo, sei lá. Me prove que realmente gosta de mim e que esse tempo em que estamos juntos esteja valendo apena. – falei, mas ele continuou ali sentado e calado. Simplesmente não agia.
***
A noite caiu e eu voltei pra casa. Não tive nem sinal de . Ele não ligou, não mandou mensagem e muito menos apareceu em meu apartamento. Nenhuma prova de seu sentimento por mim... nada!
Sexta-Feira - Friday, fell back in love
– Eu não sei como começar isso. – ele coçou a nuca nervoso e arrancou-me um riso abafado.
estava no estúdio e falava na frente de todos os meus colegas de trabalho, incluindo seus companheiros de banda. Ele se encontrava com um buquê de rosas vermelhas em mãos. Ainda não havia me entregado, se encontrava nervoso e sem jeito por conta dos olhares e eu admitia que estava me divertindo com aquilo.
– Eu acho que nunca pedi desculpas pra uma mulher antes, mas ... desculpe-me por ter sido um estúpido com você esse tempo todo. Sua presença faz-me sentir tão bem, é algo tão intenso e surreal. Eu gosto de você, e isso é o que importa. – ele sorriu, eu sorri e selei nossos lábios.
Sábado - Saturday, we didn't talk
– Sério que ele não ligou e não deu as caras até agora? – questionou-me.
Dei de ombros, cabisbaixa. Não sei como ainda estava com ... ele é tão bipolar, mas tão intenso e maravilhoso.
– Quando liguei pra eu tive certeza que ouvi a voz de conversando animado com a galera lá. – disse-me assim que voltou da cozinha com uma bacia de pipocas.
Hoje era simplesmente o dia de nos divertirmos e saímos com nossos namorados, no meu caso "enrolado", mas depois de dispensar o pra me fazer companhia e o mesmo com , acabou rolando uma noite de garotas. não telefonou, não mandou mensagens e não veio em meu apartamento hoje. Realmente não nos falamos hoje. Eu estranhei, óbvio. Tudo bem passar a noite com os amigos, mas não custava nada avisar.
Domingo - Sunday, you said you needed space
Acordei com a campanhia tocando incessantemente. Quem seria o idiota? Levantei-me de minha cama e coloquei meu robe às pressas. Assim que parei em frente a porta, a destranquei e abri, deparando-me com um arrumado e um semblante sério.
– Onde você estava? Por que não ligou? – questionei abrindo a porta para que o mesmo entrasse, mas ele não deu um passo à frente, mal me olhou.
– Um "oi, tudo bem, meu amor?" seria muito bem receptivo por mim. – ele murmurou irônico.
– Eu fiquei preocupada, ok? Te liguei ontem, mandei mensagens. Até liguei pra sua mãe, mas nem ela sabia sobre você. Onde você passou a noite? Liguei para o seu apartamento mas ninguém atendeu. – cruzei os braços e lhe olhei esperando por uma explicação plausível.
suspirou frustrado e passou a mão pelo cabelo fechando os olhos por curtos segundos. Sinal esse de que ele estava ficando sem paciência. Ótimo! Porque eu já perdi a minha desde quando nos conhecemos.
– Sério que agora vai bancar a namorada louca? Vê se me erra, ! Eu tenho uma vida, ok?! Nunca gostei de mulheres que ficam em cima me perguntando até a hora que eu bebi água e os segundos que passei no chuveiro, muito menos esses ciúmes. Além do mais, acho que estou precisando de espaço. Nós nem ao menos temos um relacionamento sério. Você não deveria me questionar nada! Não sou seu namorado. E isso daqui pra mim está parecendo mais um casamento. – ele se exaltou e eu o olhei indignada.
– O quê? Você ficou maluco? – questionei e ele simplesmente me deu as costas.
– Eu preciso de espaço! Te ligo depois. – após essas palavras ele entrou no elevador deixando-me ali completamente confusa e indignada por suas palavras.
***
Na noite resolvi lhe mandar uma curta mensagem. Eu estava confusa, insegura e amando-o mais do que tudo.
"Você sente a minha falta? Sou uma louca? Eu estou perdendo o controle do seu amor? Se você me quer ou não, eu preciso saber. Afinal, quem é você hoje? Quem é você amanhã? Você me fará sorrir ou me trará tristeza?"
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Segunda-Feira - Monday, you had my heart
Como toda segunda, eu sempre acordava tarde. Mas essa foi pior do que a segunda passada. Eu passei a madrugada inteira chorando e o sono nunca me tomava. Meus sentimentos estavam a mil, eu mal sabia mais o que sentir por . Amor? Paixão? Ódio? Nojo? Medo? Ele era um poço de bipolaridade sem fim. Eu mal sabia como ele agiria comigo daqui cinco minutos. Ele era intenso e fazia o que desse na telha. Eu não saberia quando ele colocaria nosso relacionamento em primeiro lugar, eu não saberia quando ele me largaria por uma modelo loira e peituda...
A campainha tocou, meu celular vibrou inúmeras vezes por conta de mensagens e ligações, mas eu simplesmente queria ignorar tudo e todos. Apenas mandei uma mensagem pra Davi alegando estar em péssimas condições pra trabalhar hoje. Por incrível que pareça ele não surtou ao responder à mensagem, apenas entendeu e disse que me esperaria amanhã no estúdio.
Pela tarde, levantei-me e fui preparar algo pra comer. Após assistir três episódios de Law & Order - SVU e tomar um pote de sorvete de brigadeiro a campainha tocou novamente. Levantei-me do sofá sem ânimo algum e abri a porta com minha pior cara de sono.
– Eu estou apaixonado por você! Por favor, . Não me deixe ir embora. – ele puxou-me pela cintura e abraçou-me forte. Beijou-me o rosto inúmeras vezes e por fim uniu nossos lábios.
Ao nos desvencilharmos, ele trancou a porta e nem ao menos esperou eu protestar sua entrada. beijou-me fervorosamente e jogou-me no sofá. Ele deitou-se sobre mim e pegou meu rosto entre suas mãos.
– Eu fui um burro por negar isso o tempo todo, mas eu estou apaixonado por você. Eu realmente gosto de você. – e ele beijou-me novamente e novamente. Até que ele teve meu corpo, mas não só ele, como também meu coração!
Terça-Feira - Tuesday, you had me screaming
– Você acha o quê? Que eu preciso de você sempre ao meu lado? Claro que não! Isso é apenas um show, não preciso que você vá nele. – ele disse irritado e socou a parede.
Ele era louco?
– , é o show mais importante da carreira de vocês. Eu pensei que você fosse me querer lá ao seu lado. – murmurei contrariada.
– Ele pode ser o mais importante, mas não é o último. – deu de ombros.
Logo seu celular começou a tocar e ele o atendeu com todo prazer após olhar quem lhe ligava nesse momento.
– Hey Hannah!
– Estou muito melhor agora. – ele sorriu.
– Isso mesmo, o show será mês que vem e você está convidada. – ele saiu do quarto.
Cretino! É claro, por isso ele não quer que eu vá. O vagabundo irá chamar suas amiguinhas groupies. Lembro-me muito bem dessa Hannah. Ela estava com os garotos quando nos conhecemos. Não tenho ideia do que ela fazia no ensaio fotográfico deles. Por um momento eu pensei que ela era namorada de , mas quando ele deu em cima de mim descaradamente, descartei essa opção.
Assim que vi que terminou sua conversa, fui em direção a sala.
Nunca gostei de discussões, mas pra mim, essa passou dos limites.
– É a mais pura verdade. Eu não te quero lá, , só irá me atrapalhar. – ele disse calmo continuando a mexer no celular.
– EU SÓ IREI LHE ATRAPALHAR? – gritei indignada. – QUER SABER, ? SAI DO MEU APARTAMENTO AGORA, PORQUE QUEM ESTÁ ATRAPALHANDO A MINHA VIDA AQUI É VOCÊ! CRETINO! – cheguei ao meu limite e ele olhou-me confuso e um tanto quanto receoso.
– Eu não vou embora.
– EU NÃO TE PERGUNTEI SE VOCÊ QUER IR. VAI EMBORA AGORA!
Abri a porta e esperei impacientemente que ele saísse de meu apartamento. Assim ele o fez.
Quarta-Feira - Wednesday, we didn't part
Tudo bem, eu posso parecer uma idiota. Parecer não! Eu sou uma idiota, uma grande idiota. Lá estava eu novamente nos braços dele. pediu-me desculpas e até me acompanhou ao shopping para escolhermos juntos a roupa que eu usaria em seu show no mês que vem no grande Madison Square Garden em NYC.
Ele estava sendo tão carinhoso e prestativo. Quando um grupo de fãs veio pedir autógrafos e fotos, ele me apresentou como sua namorada e as fãs disseram aleluia que ele havia admitido isso. Nós rimos e não nos separamos em momento algum. Passamos a noite juntos e nos amamos como nunca antes.
Quinta-Feira - Thursday, you didn't mean it
– Tomou o remédio que eu lhe dei? – perguntou-me e eu apenas neguei enquanto ainda continuava em seus braços no sofá.
– Por que não? – ele ficou rígido abaixo de mim.
Lhe olhei no rosto e o vi um pouco nervoso.
– Eu tomo depois, ok?! Não sei porque essa pressa toda. – sorri e continuei a prestar atenção no filme.
pareceu incomodado.
– Mas é melhor tomar isso logo. Bom que não corre perigo algum depois. – ele sentou-se direito e desvencilhou-me de seus braços.
Ri de seu desespero.
– Isso tudo é medo de ter filhos? – questionei risonha e ele olhou-me espantado.
– Lógico! Eu não quero ser pai, não quero ter essas coisinhas pequenas correndo atrás de mim me perturbando. Muito menos ter que casar e ser de uma mulher apenas. Isso não é pra mim. – ele disse distraído, mas mal sabia os efeitos dessas palavras sobre mim.
Fiquei calada durante todo o restante do filme e nem ao menos voltei a deitar sobre seu peitoral. pareceu perceber minha reação e logo veio com desculpinhas para o meu lado.
– , eu não quis dizer isso. Desculpa, é que... eu não sei se ter uma família é o que eu realmente quero pra daqui 10 anos. Eu não me vejo sendo pai de família. – eu apenas assenti e fui em direção ao meu quarto.
Não queria mais falar sobre isso. O pior não era ele não querer filhos, mas sim quando ele disse que não seria homem de uma mulher só. Eu fiquei insegura e com medo.
Quem era ele afinal?
Sexta-Feira - Friday, I shook it off
Na sexta ele me pediu perdão. Disse-me que se fosse pra acontecer, aconteceria. Que ele poderia mudar de opinião, que ele poderia ser feliz com uma família, que ele poderia fazer aquilo por mim. Na sexta-feira eu o apertei em meu abraço, eu o amei e nós nos resolvemos mais uma vez.
Sábado - Saturday, you got it wrong
No sábado eu resolvi sair com meus colegas de trabalho. e também vieram e eu me senti contente por isso. ainda não havia ligado confirmando, então não resolvi o esperar. Era sábado, ué, ficar em casa que eu não ficaria.
Estava conversando com Davi, sentada à mesa um pouco afastada dos demais. Apesar de ser um chefe bem exigente, Davi era legal e bom de papo, um tanto divertido também - o que era estranho.
A partir desse momento o meu dia estava sendo maravilhoso. Até que chegou e entendeu tudo errado! E então a confusão se iniciou. Ele exigiu explicações, Davi fez piadinhas, o socou, a briga iniciou, eu os separei e voltamos pra casa brigados. Não queria resolver isso hoje, estava descontrolado. O mandei embora, mas ele dormiu no sofá.
Ele foi estúpido por entender errado! Davi era meu chefe! E eu não era como que misturava as coisas... nunca.
Domingo - Sunday, I said I needed space
Na manhã seguinte, antes mesmo de iniciar seu discurso eu iniciei a conversa por mim mesma. Sentei-me a sua frente e o olhei nos olhos decidida de minha escolha.
– Quem é você hoje? Você será sol ou a chuva? Quem é você amanhã, ? Você me fará sorrir ou me trará tristeza? Quem você será quando eu estiver perdida e com medo? Quem você será quando não tiver ninguém lá? Quem é você hoje? Porque eu ainda sou a mesma. – ele continuava calado. Isso não fazia mais sentido pra mim. – Na segunda você teve meu coração, na terça você me fez gritar, quarta não nos separamos, na quinta você não quis dizer aquilo, na sexta eu lhe apertei, no sábado você entendeu errado, e no domingo - exatamente hoje - eu digo que preciso de espaço. – levantei-me do sofá.
– , é tão estranho como você pode me fazer feliz e me trazer tanta dor. É tão estranho como você pode me fazer amar você até doer. Mas para onde nós vamos desse jeito? Eu preciso saber! Porque eu ainda sou eu mesma. Mas quem é você? – lhe olhei questionadora.
Ele não disse uma palavra, como sempre. Pegou sua jaqueta ao seu lado no sofá, levantou-se e caminhou até mim. Depositou um beijo em minha testa.
– Vai ficar tudo bem, você vai ver. Nem eu ao menos sei quem sou eu. Isso é tudo muito novo pra mim. O problema é que eu tenho medo de te perder, meu amor. Eu tenho medo de que você me deixe, porque você já se tornou alguém muito importante pra mim. – ele acariciou meu rosto e eu impedi que as lágrimas surgissem.
– Eu quero espaço. Eu quero um tempo. Não dá mais pra continuar assim, . Eu não quero ter uma felicidade e depois ser tomada por uma tristeza. Não quero. Por favor, se você realmente me ama, terá que me deixar ir. – afastei-me de seus carinhos e ele olhou-me desesperado.
– Não faz isso, por favor. Não tire isso de mim. Eu amo você. – ele disse com toda convicção.
– É a primeira vez que você diz que me ama, porém é tarde demais. Vai embora, ! – caminhei em direção a porta e lhe olhei nos olhos.
Ele chorava!
Isso não me afetou de modo algum. Eu não queria viver daquele modo novamente. Ele me fazendo feliz, mas me trazendo tanta dor...
– Adeus! – ele sussurrou e atravessou a porta. Fechei-a e fiz questão de guardar tudo que fazia-me lembrar dele.
Afinal, quem é ?