While She Waits Up
Escrito por Carol S. | Revisado por Laura Weiller
Capítulo Único
Parte do Projeto Songfics - 13ª Temporada // Música: Girl At Home, por Taylor Swift
As conversas altas, misturadas aos drinks que já havia tomado e à falta de luminosidade estavam deixando tonta. Já fazia uma semana desde seu rompimento com e esta era a primeira vez que ela saía para fazer algo além de ir à cafeteria da esquina comprar seu café da manhã. Suas amigas, e , [praticamente] a forçaram a se levantar do sofá e ir se arrumar.
- Por que eu vim mesmo? – Ela perguntava pela quinta vez. se limitou a revirar os olhos e não respondeu. , sentada entre as duas na mesa, sorriu solidária.
- Porque você precisa esquecer o . Você ficou trancada em casa a semana inteira, . Tem que se distrair um pouco!
- E como usar um vestido e ir a um pub vai me distrair? Nós poderíamos simplesmente ter pedido uma pizza e fazer maratona de filmes de terror. – não estava virada para as amigas, mas sentiu-as trocando olhares. – Quer saber? Tudo bem. Eu paro de reclamar. Mas eu conheço vocês e não quero saber de nenhuma das duas tentando me arrumar para alguém. Não estou emocionalmente pronta para outro relacionamento.
- E quem falou em relacionamento? – pareceu ofendida. – , esqueça tudo e apenas se divirta! – Ela apertou a mão da amiga, passando um pouco de energia.
olhava para todos os cantos, entediada. O pub estava lotado de casais felizes. O que ela menos queria naquele momento era ver a felicidade dos outros. Não que ela se importasse com o estado de espírito das pessoas, apenas não queria ter isso esfregado na sua cara à noite inteira.
Ela já havia passado por rompimentos antes, é óbvio, mas dessa vez foi diferente. Pense no cara mais perfeito que você já conheceu. Agora multiplique por dez. Pronto, esse era . Ele fazia questão de abrir todas as portas para ela passar, cuidava dela quando estava doente e até ia ao mercado comprar sorvete quando uma de suas amigas terminava o namoro. E então, gradativamente, ele começou a mudar. Precisou passar mais tempo no trabalho, todo mês tinha algum parente doente para visitar, ficava até tarde na academia...
Levou semanas para descobrir a verdade. Ela o esperava acordada em casa, com a mesa do jantar arrumada até a manhã seguinte. Desmarcava seus próprios compromissos com a promessa de que, finalmente, eles poderiam passar a noite juntos de novo, como antigamente. Fez de tudo para salvar seu relacionamento, apenas para descobrir que ele a estava traindo com qualquer garota que encontrava na frente.
- , se eu pegar você mais uma vez pensando no , eu juro que vou te bater. – disse, tirando de seus devaneios.
- É difícil, tá? – falou, na defensiva. – Eu realmente o amei. Não é tão fácil assim esquecer alguém! Ai! – Alguém tinha esbarrado em seu braço, fazendo-a derramar metade do seu drink na mesa. – Hey, idiota, olha por onde anda!
- Desculpa! – Ele se virou, seus olhos azuis vendo o estrago que havia feito. – Deixe-me pagar outra bebida para você. – Acenou para o garçom e apontou para . Logo depois, o mesmo drink apareceu na frente da garota. – Eu realmente sinto muito.
- Tudo bem. – Disse, de má vontade, voltando sua atenção para as amigas. Ela ainda sentia o homem parado às suas costas, virou-se bruscamente para encará-lo. – O que você quer?
- Seu nome. – Ele disse sem cerimônias. e deram risadinhas que ele, educadamente, ignorou. mediu-o de baixo a cima antes de responder.
- .
- Prazer, sou . – Sorriu. Mesmo estando sentada, sentiu seus joelhos fraquejarem. – Mais uma vez, eu sinto muito. – Com uma piscada e um aceno de cabeça para e , foi ao encontro de seus próprios amigos.
- “Não estou pronta para relacionamentos”. – brincou, imitando a amiga. – Garota, você praticamente o despia com os olhos!
- Cala a boca. – sentiu seu rosto corar. – Bestas. Vou ao banheiro, volto logo. – Não que realmente precisasse ir, mas era a desculpa perfeita para sair de perto antes que suas amigas começassem a zoá-la.
tinha dito para si mesmo mais cedo que não iria dar em cima de garotas esta noite. Iria ser apenas ele e os caras. Mas quem ele queria enganar? Logo na chegada ele bateu acidentalmente numa garota, teve que pagar uma bebida para ela, mas valeu a pena. Ela era linda. Um pouco nervosinha, o que não era exatamente um problema, na verdade, ele não iria se casar com ela mesmo. Só queria um pouco de diversão.
Avistou-a um tempo depois saindo do banheiro feminino. Murmurou um “já volto” para os amigos e foi ao seu encontro. Não contou para eles sobre ela. Eles dizem que ele tem que parar com isso, mas é tudo besteira. pode fazer o que ele quiser.
- . – Cutucou-a no ombro e se arrependeu de ter feito isso no mesmo instante. Quero dizer, quem cutuca as pessoas hoje em dia?
- Olá. – Ela sorri timidamente e tenta achar um caminho livre para a sua mesa no meio de tantas pessoas.
- Eu só queria me desculpar de novo.
- Tudo bem. – deu de ombros. – O lugar está muito cheio. Eu mesma quase bati em cinco pessoas no caminho para o banheiro.
- Posso te pagar outro drink? – Sem esperar uma resposta, passou o braço por seus ombros e a conduziu em direção ao bar, onde duas cadeiras milagrosamente ficaram vazias. A voz de ecoava na cabeça dela.
Se divirta, se divirta, se divirta...
- Claro. – Sorriu. Deixou que lhe pagasse uma bebida, talvez duas.
- Sabe, - ele começou. – esbarrar em você foi a melhor coisa que me aconteceu hoje.
- Então seu dia deve ter sido péssimo! – não imaginava que alguém algum dia diria que ela tinha sido a melhor coisa que acontecera. Nem disse algo do tipo. – riu com seu comentário.
- Foi um dia normal, na verdade. Mas é bom quando pequenas coisas o fazem melhorar.
- Então agora eu sou uma pequena coisa? – A garota fez uma careta. demorou a perceber o que havia dito de errado.
- Não! Quero dizer... – O que tinha acontecido? Nunca tivera problema com essas falas antes. – Fiquei feliz em conhecê-la. – Arriscou. abriu um sorriso nervoso e mexeu no cabelo, alisando uma mecha.
não podia acreditar em como ela facilitava as coisas. Ele não precisava se esforçar muito para fazê-la rir, e ela se debruçava sobre o balcão mostrando um pouco do decote o tempo todo. Ele tinha quase certeza que ela passou a mão na sua coxa.
- Só um minuto. – Um barulho estranho interrompeu , ele pegou o celular que estava no bolso da calça e franziu o cenho quando viu quem era, desligou o aparelho logo em seguida.
- Não vai atender?
- Não era importante.
- Eu acho melhor voltar para as minhas amigas. Elas devem estar preocupadas comigo. – se levantou meio desajeitada, os drinks fazendo efeito.
- Ah, tudo bem. Você veio aqui para se divertir com elas. – usou a sua melhor expressão de cachorro que caiu da mudança. – Não ficarei te prendendo.
- Por que você não me liga qualquer dia desses? – teve vontade de gritar “Bingo!”. Ele nem precisou insistir. – Aqui. – pegou um guardanapo e uma caneta no bar e escreveu o número do seu celular. O rapaz pegou o guardanapo com um sorriso no rosto enquanto se afastava sem olhar para trás.
- Ok. O que foi aquilo? – estava histérica quando voltou para a mesa. – E nem adianta fingir. Eu vi você dando seu número para ele!
- Não foi nada. – Agradeceu mentalmente por ninguém poder ver seu rosto pegando fogo. Nem mesmo acreditava que havia dado em cima do cara. Como sua amiga continuou a encarando, resolveu abrir o jogo. – Nós conversamos. E ele é muito legal, sabe. Não estou dizendo que vamos sair ou algo assim. Eu ainda não quero um namorado tão cedo. Mas sei lá... Hey, onde está ?
- Foi ao banheiro, eu acho. – deu de ombros.
se pegou pensando em . Ela não devia. Tinha algo nele que a repelia, mas a mesma coisa a fazia o querer cada fez mais, como se fosse algo proibido.
- ... – chegou à mesa ofegando. – Você não vai acreditar! Sabe aquele cara que a tav... Ah, oi, ! – Disse, reparando na amiga ao lado e dando um sorriso amarelo. – Você voltou!
- O que a não vai acreditar?
- Ah... Que... Que o banheiro daqui é enorme! – olhava para todos os lados, menos para .
- , você não sabe mentir. O que aconteceu? – não sabia porque estava na defensiva.
- Umas garotas no banheiro estavam falando sobre esse cara que mora numa cidade aqui perto. Ele vem todas as sextas-feiras aqui para, desculpa a expressão, pegar garotas novas.
- Nada diferente dos outros caras. – deu de ombros mais uma vez.
- Ele tem uma namorada em casa. Ele diz que trabalha até tarde, e ela acredita. – olhava com pena para . – Ela sempre espera por ele. Não sabem se ela sabe ou não o que ele faz, mas ainda estão juntos... – Levou um tempo para entender. Essa garota sem nome é o que fora um dia.
Ela olhou para o outro lado do bar e viu sorrindo e se divertindo com os amigos. Ele a viu e piscou para ela, sorrindo um pouco mais, se possível. Até poderia levar isso adiante. Era só uma noite e ela merecia um pouco de diversão. Mas já esteve uma vez no lugar da outra garota, e sabia que aquilo não era divertido.
- Eu sinto muito. – Disse .
- Você quer ir para casa? – perguntou, e confirmou com a cabeça. Pagaram a conta do bar e foram em direção à porta.
- , já está indo? É cedo! – puxou a garota pela mão. – Por que não fica para conversarmos mais? Depois eu te levo para casa.
- Por que você não vai se foder, seu idiota? – disse, puxando a amiga de volta. olhou para sem entender nada.
- Faz o seguinte, - Ela se aproximou dele e disse calmamente. – rasgue aquele papel com o meu número e volte para casa. Você vai acabar perdendo sua garota. E ela não merece alguém como você.
ficou sem reação, encarando as três amigas saindo do pub. Olhou para os amigos e eles o olhavam de volta com cara de “eu disse”.
Ele sabia que só tinha uma coisa a ser feita.
Uma parte de mim desconfiava, mas não queria acreditar.
Já tentei pressioná-lo algumas vezes, mas ele ficava todo “Você não confia em mim? Você deveria confiar no que eu digo”, e então desisti. Eu sei que ele me ama. Só não sei porque faria isso comigo.
Estranhei quando a porta do meu apartamento foi aberta antes da meia-noite.
- Querida? – sussurrou, abrindo a porta devagar e sorrindo ao me ver sentada na cama, lendo.
- Você chegou cedo hoje. – Tentei esconder a tristeza na voz. É claro que eu estava feliz por ele chegar cedo esta noite, mas não gostava de saber de qual lugar ele tinha vindo.
- Eu precisava de você, então saí mais cedo.
- Precisava para quê? – Perguntei, me sentando na cama e olhando bem fundo em seus olhos.
- Apenas precisava. – Ele sentou na beirada da cama e tirou o livro de mim. Ficou olhando em meus olhos o tempo todo enquanto se aproximava, alternando para a boca de vez em quando. Deixei que me beijasse.
Pense no cara mais perfeito do mundo. Agora multiplique por dez.
pode não ser tão perfeito para algumas, mas ele é para mim.
FIM!