While Listening To Rock And Roll

Escrito por Larissa Alves | Revisado por Natashia Kitamura

Tamanho da fonte: |


Capítulo 1

  "TRIMMMM"
  Acordei com o barulho. Me virei e vi que ainda eram 5:30 da manhã. Droga de despertador, sempre tocando nas horas erradas. Liguei a função soneca, e programei para despertar daqui a 2 horas, meu horário normal. Fechei os olhos e rapidamente comecei a devanear sobre guitarras e pessoas gritando.
  Espera. Guitarras? Pessoas gritando?
  DROGA.
  Me levantei rapidamente, como se tivesse recebido um choque elétrico, e olhei para o relógio novamente. 7:00. DROGA! Eu estava MUITO atrasada. Como diabos eu pude esquecer que era hoje?!
  Corri pro banheiro e tomei um banho rápido, logo depois saindo feito louca atrás de uma roupa no meu armário.
  Primeiro dia de experiência no estágio e eu já estava me enrolando. Não sei onde eu estava com a cabeça quando decidi ser empresária.
  Peguei meu celular e vi que, para completar, tinha descarregado. Procurei o carregador e as chaves do carro, enfiei na bolsa e saí disparada pela porta.
  Depois de 20 minutos no trânsito, já estava na casa de shows aonde me mandaram ir. Eu nem sequer sei qual banda vai se apresentar. O que eu sei são os créditos que eu vou ganhar na faculdade por estar aqui, e isso é a única coisa que importa.
  Entrei lá apressada com um copo de café nas mãos, mostrando desajeitadamente meu crachá para o cara que estava na porta do lugar, e corri para o escritório onde ele me indicou com o dedo. Bati três vezes, e entrei assim que ouvi um ?pode entrar? irritado. Olhei pro relógio e vi que eram 7:45. Não foi tanto atraso. Só 15 minutos, dá pra tolerar. Certo?
  - Com licença. - Coloquei primeiro minha cabeça pela porta, e depois entrei totalmente. O homem que estava dentro da sala olhou pra mim, e depois de alguns segundos a sua expressão de confusão mudou para um sorriso.
  - Você deve ser a estagiária, certo?
  - Sim, sou. - Falei, sorrindo também. Ao que parece, meu pequeno atraso seria perdoado.
  - Hm, estou vendo que você chegou alguns minutos mais tarde. - Ele olhou de mim para o relógio sem expressão nenhuma no rosto, o que me deixou apreensiva. Logo depois deu um meio sorriso. - Como é seu primeiro dia, vou relevar. Mas que não se repita, viu mocinha?
  - De jeito nenhum, senhor... - Me lembrei que não sabia o nome do cara. Acho que ele também percebeu o mesmo, pois se levantou e esticou o braço em sinal de cumprimento.
  - Tim. Tim Kirch. E, por favor, não me chame de senhor.
  - Ah, ok. - Eu ri. - Eu sou .
  - Tudo bem, , vamos ao trabalho. Alguém lhe informou o que exatamente veio fazer aqui? - Sua voz assumiu um tom profissional.
  - Na verdade não. Só me mandaram vir pra cá, e disseram que era para eu acompanhar o senh... Você o dia todo.
  - Certo. Bem, acho que de início devo dizer que a The Maine, ?nossa? banda - Ele fez aspas com os dedos ao dizer o ?nossa?. The Maine, essa é a banda. Acho que já ouvi falar um pouco deles por aí. - estará gravando seu primeiro DVD hoje, logo mais.
  - Gravando DVD? - Essa me surpreendeu. Tim riu.
  - Isso mesmo. Mas não se preocupe. Teremos trabalho dobrado, mas não estaremos sozinhos. Os meninos chegarão às 4, e as portas se abrirão para o público às 6. Às 8 eles estarão no palco. Quer dizer, se fizermos tudo direito. - Ele começou a me passar as informações. - Eu preciso que você vá buscá-los no horário com a van, que estará estacionada e com o motorista lá atrás.
  - Certo. E enquanto não estiver na hora?
  - Agora eu estou checando o transporte do merch para cá, acho que tivemos um pequeno problema com o carro que estava trazendo as pulseiras e camisetas, mas nada grave. Você pode ir conferir se a iluminação está sendo instalada corretamente de acordo com... - Tim se virou e pegou um papel em cima de um monte - De acordo com isso. Veja lá fora, no palco, e lá no painel de controle. Depois ligue e confirme a presença dos convidados Vips - Me entregou uma lista com os nomes e telefones. - E contate a produtora para saber os detalhes do Meet & Greet. - E me deu um cartão, aparentemente da produtora.
  - Ok. - Olhei os papeis que ele me entregou. - Estou indo lá fora ver a iluminação, então. - Sorri pra ele já me virando. Sempre fui perfeccionista com o meu trabalho. Não deixo nada passar em branco, e gosto de fazer tudo o mais rápido possível.
  - Perfeito. - Tim falou, também já se sentando em sua mesa e pegando o telefone.
  Aparentemente tínhamos muito em comum. O dia seria divertido, afinal.

  Passei a manhã fazendo o que o Tim me pediu e coloquei o meu celular pra despertar na hora de ir buscar os caras da banda. Depois do almoço, já tinha feito quase tudo, só faltava resolver as coisas do meeting. Quando acabei, já eram quase 4 horas, então fui atrás da tal van. Achei facilmente (vans não são difíceis de ser identificar, sabe) e o motorista já estava lá, como o combinado. Aproveitei o tempo livre pra pegar meu iPhone (que tinha ficado carregando no escritório) e pesquisar um pouco sobre a The Maine. Só conhecia de nome, nunca tinha visto os meninos, nem ouvido suas musicas. Fui direto ao YouTube e procurei pelos trabalhos mais recentes, além de vídeos deles ao vivo. A música era boa, mas o que me chamou a atenção foi o .
  Era lindo, com os olhos mais que eu já vi na vida. , o seu nome. Procurei por ele no Google e ri de algumas fotos estranhas que encontrei. Já ia procurá-lo no YouTube também, quando uma voz soou na minha cabeça: , ele faz parte do seu trabalho.
  Nem sei por que pensei nisso. Não é como se eu estivesse interessada nele ou algo do tipo. Só... O achei um cara legal. Mesmo sem conhecê-lo ou nunca tê-lo visto na vida.
  Balancei a cabeça pra espantar esses pensamentos estranhos, bem quando o meu celular apitou avisando que era hora de voltar ao trabalho. Pelo que eu entendi, a partir de agora eu iria servir de babá para cinco caras enquanto eles se preparavam para o show. Revirei os olhos e me dirigi ao motorista, entregando o endereço do hotel aonde deveríamos pegar os meninos. Sentei num dos bancos de trás da van como o Tim me disse pra fazer, e partimos para o lugar.

Capítulo 2

  POV'S
  Hoje é o dia. A gente vai gravar o DVD, e obviamente eu não sou a pessoas mais calma do mundo no momento. É estranho pensar que haverá câmeras para todos os lados captando todos os meus movimentos. Pelo menos eu me garantia fazendo o que faço. Isso já facilitava muito as coisas.
  - , será que dá pra parar de balançar esse pé? Me dá nos nervos. - Falei irritado.
  - Me deixa em paz, imbecil. Até parece que você não está nervoso com a gravação de hoje à noite.
  - Estou, mas não fico balançando o pé feito um retardado.
  - Bom pra você então. - Ele respondeu rapidamente.
  - Hey, garotinhas, vamos calar a boca as duas? Quem está me deixando nervoso são vocês. - falou encarando o bar do hotel.
  - Para de ser alcoólatra, dude. - Ri na direção dele.
  - Para de ser idiota, dude. - Ele falou repetindo meu tom de voz.
  Nós estávamos sentados no hall do hotel esperando a van chegar pra nos levar pra casa de show aonde ia acontecer a gravação. Como sempre, estava atrasado. Se ele não chegasse em 10 minutos eu ia lá pessoalmente trazê-lo arrastado pela camisa.
  Pensando bem, vou lá agora mesmo.
  Levantei e, quando me virei, esbarrei numa pessoa que vinha correndo na direção oposta a minha.
  - Ai, desculpa, desculpa. - A moça falou sem olhar pra mim, aparentemente procurava algo na bolsa. - Eu estou com pressa e... - Ela olhou pra mim e parou no meio da frase. - Ah, na verdade é exatamente você que eu estava procurando. - Ela sorriu, e eu franzi as sobrancelhas.
  - Me procurando? Er... Desculpe-me, mas nós nos conhecemos?
  - Na verdade não. - Ela falou rapidamente. - Mas eu sei que você é o da banda que eu estou procurando. - Ela ficou na ponta dos pés a fim de ver algo atrás de mim, e ao ver que não conseguiria nada por esse caminho, inclinou a cabeça de lado, logo depois abrindo um sorriso. - Olá, meninos.
  - Com licença, se não for interrompe-la. - Falei, já começando a ficar irritado com aquela desconhecida. - Será que você poderia se apresentar? - A garota pareceu se lembrar disso, e já ia começar a falar quando foi interrompida:
  - DESCULPEM O ATRASO, acho que dormi demais! - chegou correndo e ofegante.
  - Sei como é. - A desconhecida murmurou, fazendo o nosso sorrir.
  - E você é a... - Ele falou, esperando que ela continuasse. Acho que, por experiência própria, posso dizer que ela não vai fazer isso.
  - . . Eu estou estagiando com o Tim, e ele me mandou vir buscá-los. - Ela (surpreendentemente) se apresentou sorrindo para o imbecil do , estirando a mão para ele. Ao que parece, eu estava sobrando aqui.
  - Ah! Certo. Então vamos? - falou se levantando.
  - Claro, a van já está esperando.
   saiu na frente, sendo acompanhada por , que já puxava assunto. Quanto a mim, esperei todos passarem pra ir por último.
  Quanto mais longe daquela garota, melhor.

  POV'S
  - TÁ MALUCO ? - Aqueles caras eram completamente pirados, acabei de chegar a essa conclusão. Nesse momento, nós estávamos na van quase chegando à casa de shows, e o tinha colocado na cabeça que iria sentar na janela do carro pra ver se encontrava alguma fã pra dar oi. - Você não pode fazer isso! Primeiro, podemos levar uma multa. Segundo, você pode não conseguir entrar nesse carro vivo novamente. Tem MUITA gente lá fora.
  - Fique quieta e assista. - Ele me disse com um tom superior. Então foi até a janela que dava para o lado da calçada, colocou a cabeça e toda a parte de cima do corpo pra fora e ficou lá sentado com uma câmera na mão filmando tudo e ?admirando a paisagem?, em suas próprias palavras.
  - OLHA, É O ! - Ouvimos um gritinho lá de fora.
  - Se deu mal. - falou rindo da cara do amigo, e todos acompanhamos. Menos o . Ao que parece ele não gostava da minha presença ali.
  - Olha isso. WeLoveTheMaine está no TOPO DOS TRENDING TOPICS NO TWITTER. - falou nos encarando impressionado.
  - Deixa eu ver? - Fui até ele, que me mostrou o iPhone. UAU. Era só isso que eu conseguia pensar. - UAU - Foi a única coisa que eu consegui dizer também. Era estranho estar lá, ver como eles eram apenas um bando de caras normais (com exceção do , eu acho) fazendo o que amam, e de repente perceber que eles são o assunto mais comentado numa das redes sociais mais utilizadas no mundo.
  - É esquisito como as coisas acontecem rápido. - falou meio surpreso. - Parece que foi ontem que estávamos começando com a banda, e hoje estamos aqui, prestes a gravar um DVD, e nos Trendig Topics do twitter.
  - Com certeza. - concordou.
  - OI MENINAS. - Fomos interrompidos pelo berrando lá fora. Já tinha esquecido dele, na verdade. Ai meu Deus. - Não, sinto muito. Não. - Ele riu. - Na verdade estamos com pressa e... NÃO ME PUXEM.
  - Acho que é melhor interferirmos. - Falei, olhando pros meninos.
  - É. - Todos riram.
   foi pra perto de onde o estava sentado e puxou as pernas dele com força, gritando:
  - VOCÊ É MUITO IDIOTA MESMO NÉ, ?
  Depois de algumas tentativas frustradas, e com a ajuda do e do , finalmente foi resgatado.
  Levantei uma sobrancelha na direção dele.
  - Eu disse que era loucura.
  - Cala a boca, . - Ele riu.
  Já parecia que todos nós éramos amigos de infância ali. Os meninos foram super simpáticos comigo (menos o ), e nós viemos o caminho todo jogando conversa fora. Eu estava tentando descontrair ao máximo, pois imagino como deve ser difícil ser gravado por um monte de câmeras enquanto se está fazendo seu trabalho. Queria que eles ficassem no mínimo relaxados antes de irem ao ensaio (que já teria câmeras os acompanhando).
  Depois de mais uns cinco minutos na van, conseguimos entrar sem sermos atacados por adolescentes histéricas.
  - NOSSA. Suas fãs são... Dedicadas demais, certo? - Falei e eles riram.
  - Nós gostamos disso. Não seríamos nada se não fossem elas. - falou praticamente pela primeira vez desde que saímos do hotel, e não pude deixar de sorrir.
  - É incrível o suporte que elas dão. - Respondi. Ele me encarava com um sorriso de lado no rosto.
  Desnecessário dizer que aquele garoto estava começando a me deixar confusa.
  Foco, . Ele faz parte do seu trabalho.

Capítulo 3

  Os meninos passaram a tarde ensaiando e eu ficava pra lá e pra cá resolvendo coisas e mais coisas. Não sei como o Tim conseguiria fazer isso sozinho, sério. Aparece problema até com a POEIRA do palco. Não, eu não estou brincando.
  De vez em quando, eu parava e assistia uma parte do ensaio. Eles eram ainda melhores do que eu achei quando vi os vídeos. sempre mandava um sorriso e um beijinho gay quando via que eu estava olhando, e o ficava fazendo mil caretas. Vez ou outra o me mandava um sorriso torto, e eu já estava começando a me acostumar com as voltas que o meu estômago dava quando isso acontecia.
  Quando já eram 5:45, a banda terminou o ensaio, a tempo apenas de darem uma limpada rápida no local e abrirem os portões.
  Agora sim estava começando de verdade. Eu podia ouvir o nome dos meninos ser gritado em coro por quem estava lá fora, enquanto coordenava o encontro das fãs que conseguiram. Tim estava na entrada fechando os últimos detalhes com os seguranças e as câmeras no local.
  Só agora tive a oportunidade de analisar o . Ele era incrivelmente atencioso com os fãs, e nunca perdia a paciência, mesmo quando alguma garotinha pedia pra tirar a foto novamente porque ?tinha saído feia na outra?. Ele abraçava e sorria pra todas elas, e conversava o máximo que podia, apesar da falta de tempo. Eu podia ver a alegria estampada no rosto de cada menina que saía dali.
  De repente, ele levantou os olhos, encontrando com os meus. Acho que eu corei um pouco, pois ele desviou o olhar e deu uma risada gostosa. Céus, meu cérebro estava começando a ser afetado por esse garoto. Senti algo cutucando minha cintura e me virei rapidamente.
  - Ai, eu tenho cócegas aí! - Falei rindo.
  - Eu tinha que fazer alguma coisa pra chamar as sua atenção. Parecia que estava hipnotizada pelo nosso , hm? - sorriu torto.
  - Er... Não, eu... Quer dizer, não é como se... - Droga, eu não conseguia parar de gaguejar. Bravo, .
  - Hey, não precisa ficar com vergonha! Mas você até que fica bonitinha desse jeito.
  - Que jeito? - Fomos interrompidos por alguém atrás de mim.
  - E aí, ? - disse olhando por cima do meu ombro. Eu gelei. - Bom, , o que eu queria perguntar desde o início, era se já acabou ou tem mais gente pra conhecermos. - Voltou a olhar pra mim.
  - Não, na verdade acabou mesmo. Aquelas foram as últimas. - Falei, apontando pra duas garotas que conversavam com o .
  - Ótimo, porque eu preciso MUITO ir ao banheiro. - falou já saindo dali.
  Ri do jeito engraçado do , quando ouvi uma pessoa pigarreando atrás de mim.
  Droga. Tinha esquecido do . Respirei fundo e me virei.
  - Oi. - Falei sorrindo.
  - Olá. Eu, hm... Vi que você e o ficaram bem próximos hoje.
  - É. Na verdade, ele é uma ótima pessoa. De certa forma, parece comigo.
  - Ah, não! Um no mundo já era suficiente, e agora me aparece sua versão feminina? - falou, fingindo desespero.
  - ?Ah, não? você! - Ri. - Quer parar de implicar?
  - Desculpe. - Ele falou sério de repente.
  - Pelo quê? - Estava começando a ficar nervosa.
  - O jeito que eu estava mais cedo. Mal falei com você. - Ele deu um meio sorriso. - É que esse negócio de gravar DVD está me deixando meio maluco.
  - Não precisa se desculpar. - Sorri. - Eu entendo totalmente.
  Ok, aquele olhos brilhando intensamente na minha direção estavam me deixando no mínimo perturbada.
  - De qualquer forma, vocês são ótimos. Não tem como o DVD ficar ruim.
   me encarou por alguns segundos, e depois disse baixo:
  - Obrigado. Não sei o que seria da gente sem você aqui hoje.
  E de repente eu estava sendo abraçada por ele, e retribuindo o gesto. Não vou mencionar o estado do meu coração naquele momento, que batia freneticamente.
  - Eu só estou fazendo o meu trabalho. - Falei quando nos soltamos, encarando qualquer coisa menos aqueles olhos.
  - Não, você sabe que faz muito mais que isso.
  Me limitei a sorrir em resposta, voltando a fitá-lo.
  - Ok meninos, só precisamos dos ajustes finais, e o show vai poder começar. - Tim apareceu de repente.
  - Preciso de um drink. - falou de repente, com a cara totalmente desesperada. Tive que rir.
  - Hey, se acalme!
  - DEPOIS EU QUE SOU O ALCOÓLATRA! - Gritou de onde ele estava.
  - Cala a boca, . - retrucou. - Sério, . Aonde eu consigo um drink aqui? - Revirei os olhos.
  - Vamos. - Puxei-o pela mão, e fomos em direção ao camarim.

Capítulo 4

  - Fique você sabendo que eu sou ÓTIMA em preparar drinks. - Falei enquanto fazia algo nem muito forte (não queremos um bêbado) nem muito fraco (temos que levar em consideração que um pouco de álcool relaxa qualquer um).
  - Ah é? Quero só ver. - respondeu com a sobrancelha esquerda erguida.
  - Você ainda insiste em não acreditar em mim? - Fingi incredulidade. - Vai ver só. Ninguém duvida de . - Ele gargalhou. - Estou falando sério, hein.
  - Claro, claro. - Ele segurou o riso.
  - Aqui. Pode beber. - Entreguei o copo com o líquido meio colorido a ele, que obedeceu e tomou um gole, logo depois sorrindo e olhando pra mim.
  - Tenho que admitir. Você é boa. - Ri e ele me acompanhou.
  - Eu te disse.
  - Mas e você? Vai ficar aí só bebendo água? Não, né ? - Tentei não dar atenção ao que ele me causava só falando meu nome, e me virei pegando minha garrafinha de água.
  - Estou a trabalho, não posso ficar bebendo qualquer coisa por aí.
  - Eu também estou a trabalho.
  - É, mas você é diferente. - Revirei os olhos.
  - Você vai na after party com a gente? - Ele mudou de assunto de repente.
  - Não sei ainda. Tudo vai depender de como o show vai correr.
  - Você vai. - Ele falou com um sorriso torto, apontando pra mim com a mão que segurava o copo.
  - Então tá, chefinho. - Ele gargalhou, e depois ficou me encarando. Não consegui não fazer o mesmo.
  Eu já mencionei que isso está ficando cada vez mais estranho?
  - GENTE, MAIS QUINZE MINUTOS! - Tim gritou lá de fora, me dando um susto. Logo depois o camarim foi invadido por 4 caras correndo e berrando.
  - Ai, credo! Vocês parecem um bando de crianças de 10 anos. - Falei fazendo uma careta.
  - Se crianças de 10 pudessem ingerir bebidas alcoólicas, talvez. - deu de ombros, enquanto pegava um dos copos que eu deixei na bancada para eles.
  - Hm, isso é bom. Onde vocês compraram? - perguntou assim que deu um gole na bebida.
  - Eu que fiz. - Falei com um sorriso. Ele me olhou surpreso.
  - O quê? Não me diga que além de tudo, nossa aqui também sabe dar uma de bar girl?
  - Bar girl não, por favor, . - Falei rindo. - Ainda tenho minha dignidade. Não que eu tenha nada contra bar girls, mas você entendeu.
  - Tudo bem, mas você também entendeu o que eu quis dizer. - Ele falou sorrindo e contornando meus ombros com o braço. Olhei para , que estava sério de repente.
  Eu não entendia esse garoto, era oficial.
  - Bom meninos, a conversa está ótima, mas alguém precisa ajudar o Tim com o trabalho pesado, certo? - Eles riram. - Por favor, não façam feio naquele palco. - Sorri sincera para eles e saí.
  Fui em direção ao Tim, e vi que ele estava resolvendo os últimos detalhes antes de começar. O ajudei no que era possível, e depois me acomodei num lugar por trás do palco onde eu pudesse assistir ao show tranquilamente. Seria uma ótima noite, pensei.
  Passaram-se menos de 10 minutos e os meninos vieram correndo em minha direção.
  - Hey! - Falei sorrindo.
  - É AGORA ! - gritou com sorriso enorme no rosto, me dando um abraço.
  - Boa sorte, então. - Dei um meio sorriso pra ele. - Boa sorte meninos! - Falei para os outros, que estavam atrás do .
  Assim que a música da introdução terminou, entrou correndo e sorrindo. Depois o , e o . fez um sinal positivo pra mim e correu até o palco. Só faltava o .
  - Eu acho que eles vão precisar de você lá. - Apontei pro palco. riu.
  - Eu sei. Mas queria um ?boa sorte? só pra mim, como o recebeu. - Ele falou envergonhado. Olhei-o incrédula.
  - Ah não! Ciúmes do , ? - Ri.
  - Vai me dar boa sorte? - Ele se aproximou, colocando as mãos na minha cintura. Encarei aqueles olho e não resisti em colocar minhas mãos em seu pescoço o abraçando.
  - Boa sorte. - Sussurrei em seu ouvido. Pude senti-lo sorrir no meu pescoço.
  - Obrigado. - Ele sussurrou de volta.
  Não vou negar que poderia ficar naquele abraço pra sempre. Mas o tinha muito trabalho a fazer, e eu não podia atrasar o show nem nada do tipo.
  - Vai logo, antes que o Tim apareça estressado aqui! - Falei dando um tapinha no seu ombro.
  - Tá, já to indo! - Ele riu. Quando já estava o soltando, ele me surpreendeu com um beijo rápido. Foi como se eu tivesse recebido um choque elétrico quando senti sua boca na minha. Ele me soltou logo depois, e disse com um sorriso torto:
  - Te vejo na after party.
  Sorri, e o vi ir em direção ao palco.
  Sim, essa seria uma ótima noite.



Comentários da autora