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Encontrou algum erro? Where Your Heart Belongs
Escrito por Samyra Matt | Revisado por Jessica
Prólogo
Essa era uma viagem muito importante para Lia. Sim, ela finalmente fizera 18. A garota conseguiu juntar o dinheiro que precisava e conseguiu o consentimento dos pais para sair do país. Estava no Aeroporto há essa hora, esperando uma voz chamar por seu voo.
“Não acredito que estou indo para o Arizona. Finalmente!” – Pensou. Planejara essa viagem há dois anos.
Uma voz feminina soava nos alto-falantes, anunciando que seu voo sairia em 10 minutos. Lia se dirigiu ao portão, mal contendo a felicidade. “Em algumas horas, estarei em solo americano”.
Capítulo 01 – A chegada
Chegou ao Phoenix Sky Harbor International Airport às 2 a.m. Pegou um taxi e foi até a Beatrice Street, onde tinha reservado um quarto para passar a noite. Todas as casas naquela rua eram bem parecidas: Casas térreas de cores pastéis. A casa em que ia ficar hospedada esta noite ficava no final da rua. Tinham dois coqueiros em frente da casa, que davam certo charme ao lugar. Na casa, vivia uma senhora, de 75 anos, que alugava quartos para visitantes.
Era manhã de sábado quando ela acordou. Vestiu um vestido leve e escovou os dentes. Quando terminou de arrumar as coisas, o táxi já estava a esperando.
- Para Tempe, por favor.
O motorista dirigia pela AZ-202, enquanto Lia olhava pela janela, mesmo não havendo nada de interessante na estrada. Na realidade, não havia nada ali a não ser terra e arbustos. Pegaram a saída 6 para a Priest Dr, e viraram a esquerda na Rio Salado Pkwy. Seguiram até Mill Avenue. Pararam em frente a sua nova residência: University Inn & Suites.
- Nada mal. – Disse ao abrir a porta do quarto. – Pelo menos por enquanto vai servir.
Desfez as malas e viu que, segundo o mapa, havia uma Starbucks ali perto. Como não havia tomado café, decidiu ir até lá comer alguma coisa.
Estava olhando o twitter em seu celular quando entrou na loja, e não viu que havia alguém vindo em sua direção. Era tarde demais para desviar, e acabou esbarrando em alguém, fazendo os dois caíram no chão.
- Desculpe... Desculpe. – Dizia, enquanto se levantava. – Eu não vi que vinha alguém e...
Quando Lia finalmente olhou para quem a havia derrubado – ou quem ela havia derrubado – não conseguiu terminar a frase. O rapaz era lindo. Era alto, tinha cabelos castanhos e o mais belo par de olhos azuis que a garota já tinha visto. Seu coração estava acelerado.
- Oi... E desculpe. Me chamo David, à propósito. – Disse ele, passando a mão no cabelo, sem graça.
- Oi... Sou a Lia.
- Você não é daqui, é?
- Não... Cheguei ontem aqui. Sou do Brasil.
- Uma brasileira? Nossa... Então é realmente verdade o que dizem...
- O que dizem? – David riu, mas não respondeu. Ele estendeu a mão para uma mesa e esperou a garota sentar-se, acomodando-se do outro lado.
- Então... O que faz aqui em Tempe?
- Passeando... Sempre quis fazer essa viagem.
- E você está viajando aqui sozinha?
- Uma amiga chega em dois dias, então por hora sim, estou sozinha.
A barriga de Lia fez um barulho, lembrando a garota de que ela não havia comigo nada até agora.
- Você quer comer alguma coisa... Ou beber?
- Ah, não se preocupe, eu...
- Não, eu faço questão. O que prefere?
Enquanto comiam, conversaram sobre diversas coisas. David tinha uma banda, era o guitarrista. Ele morava em Chandler, uma cidade vizinha, e estava em Tempe para um ensaio.
- Vamos fazer um show em dois dias. Você quer ir?
- Claro, eu adoraria.
- Bom, eu tenho aqui dois ingressos. Para você e para sua amiga. Vai ser no Martini Ranch, em Scottsdale.
- Estarei lá. – Disse, guardando os ingressos na bolsa.
- Bom, já estou atrasado para o ensaio e o Trent vai me matar. – Ele se levantou e pegou suas coisas – Vai fazer alguma coisa à noite?
Isso pegou a garota de surpresa.
- Não, eu acho.
- Ótimo, vou te levar pra conhecer uns lugares... Se quiser.
- Tudo bem...
- Tudo bem. Te pego às sete.
Ao dizer isso, virou e foi embora. Lia ainda tentava raciocinar o que havia acontecido. Foi tomar café e arrumou um encontro? Ela ria sozinha. “Droga, preciso arrumar algo para usar hoje à noite”.
Capítulo 02 – O encontro
- Eu não tenho nada para vestir! – Disse a garota, jogando todas as peças de roupa que trouxe na cama. – Eu não tenho nada... O que eu vou fazer?
Lia havia ligado para a amiga que estava em New York resolvendo umas coisas.
- Se calma, por favor?! Obrigada! – Disse a outra garota, do outro lado do telefone. – Não é possível que você não levou nada legal para sair com um carinha?
- A questão é que eu não sei para onde ele vai me levar... Não sei se vamos jantar, se vamos pular de paraquedas, ou sei lá.
- Lia... Tem um shopping não muito longe daí. Vai lá, compra uma roupa que você se sinta bem e pronto. Não precisa ir vestida como se fosse para o Oscar ou coisa assim.
Foi o que ela fez, pegou um táxi e foi até o Arizona Mill, passou em várias lojas, e acabou comprando um vestido soltinho na Charlotte Russe. “Esse vestido serve tanto para uma ocasião formal como uma informal. Tudo vai depender do sapado, do cabelo e da maquiagem que for usar”. Foi o que a vendedora da loja disse.
Duas horas depois e ela já havia tomado banho, passado uma maquiagem bem leve (na verdade, só estava com lápis e batom), e estava usando o vestido e seu all star.
David chegou exatamente às 7 horas, como foi combinado. Ele vestia uma camisa cinza, calça jeans e um sapato social. “Simples e elegante”, pensou. Ela foi até ele, que não parava de olhá-la.
- Nossa, você está linda. – Disse pegando em sua mão e fazendo-a girar.
- Você também não está nada mal. – Disse rindo.
- Então, primeiro vamos jantar.
Dirigiram até um pequeno restaurante que ficava perto de uma estrada.
- O restaurante mais tradicional da região. Esperou que goste.
- Já estou adorando. – E estava mesmo. Ela adorava o ambiente rústico.
A hostess os guiou até uma mesa mais reservada no salão. Eles fizeram os pedidos e conversavam enquanto esperavam.
David contou um pouco de sua vida e Lia fez o mesmo. Eles eram bem compatíveis em muitos aspectos.
Depois de comerem, David estendeu a mão para a garota e a levou até o carro.
- Nossa próxima parada será bem legal, então, se prepare.
Eles dirigiram até Chandler, cidade natal de David. Eles ouviam a rádio local quando começou a tocar Playing God, do Paramore.
- Eu amo essa música! – Disse David.
- Mentira! Eu que amo essa música. – Ela disse e começou a cantar. – You don't have tobelieve me, But the way I, way I see it... Next time you point a finger I might have to bend itback Or break it, break it off... Next time you point a finger, I'll point you to the mirror… –Eles cantavam e riam juntos. Foi uma viagem bem tranquila.
David estacionou o carro e foram até o Dr. A.J. Chandler Park, onde estava tendo um tipo de festa.
- O que é isso?
- É o 14º Festival anual de Jazz de Chandler. Achei que talvez você fosse gostar de uma festa mais... Tradicional. – E ele não estava errado. O ritmo da música era contagiante e logo, eles estavam dançando juntos, no meio do parque, próximo de outras pessoas. Lia não conseguia parar de rir. Era incrível como aquilo era diferente, e ainda sim, parecia que ela sempre viveu aquilo. David a guiava e eles dançava à sua maneira.
Já era tarde quando saíram de lá.
- Tem mais um lugar que eu quero te levar.
- Tudo bem.
- Está com sono?
- Não. – Mentiu a garota. Ela estava sim. Não dormiu direito desde que entrou no avião e o novo fuso horário não ajudava em nada, mas não queria se despedir de David.
- Legal. Vou precisar de você acordada para ver uma coisa.
Dirigiram cerca de 18 minutos. De longe, Lia via uma silhueta de montanha. Quando pararam, David falou:
- Estamos no Courthouse Butte Red Rock. – Ele aumentou o farol do carro e abriu a porta, foi até o porta-malas e pegou uma espécie de cobertor, e outras coisas, que estendeu no chão. Lia só observava, tentando entender o que ele estava tentando fazer.
Por fim, David sentou e estendeu o braço para a garota o acompanhar.
- O que estamos fazendo aqui? Quero dizer, é tudo muito lindo, mas...
- Bem, eu não queria me despedir de você. Adorei sua companhia hoje e... Isso eu decidi de última hora. – Ele parou e passou a mão no cabelo, procurando as palavras. – Queria fazer um passeio inesquecível com você, então, nesse último lugar, podemos ver o mais belo pôr do sol do Arizona. Achei que poderia ser especial pra você.
Lia ficou sem palavras, aquilo era muito mais do que ela esperava. Era muito mais do que ela imaginou viver nessa viagem. Estava no Arizona havia dois dias e David já havia proporcionado uma experiência incrível. Ela estava adorando tudo aquilo.
- David, isso é... Isso é lindo. Obrigada pelo dia de hoje. Foi muito especial.
Eles sorriram e David pegou a mão de Lia e deu um beijo, e assim ficaram até o sol começar a nascer. Aquela foi a experiência mais incrível e perfeita de suas vidas.
Capítulo 03 – ???
Eram 8 a.m. quando David deixou Lia em sua casa.
- Obrigada por tudo. Eu adorei.
- Eu que agradeço. Adorei sua companhia. Podemos fazer isso mais vezes, se quiser.
- Eu adoraria. – Disse com um sorriso bobo no rosto. Era óbvio que estava se apaixonando por ele. Ela sabia disso, mas tinha medo só de pensar.
- Bom, vou direto para a casa do Adam ensaiar. Aparece lá mais tarde, daí você conhece a banda.
- Claro. Eu te ligo.
- Vou esperar então. – Disse dando uma piscadela, que fez Lia sentir um arrepio bom. Ele foi até ela e deu-lhe um beijo no rosto. – Até mais tarde.
Ele entrou no carro e foi embora.
Mais tarde, Lia foi até o Sky Harbor esperar foi esperar a amiga. Segurava uma placa com o nome dela nas mãos. Era engraçado porque, por mais que fossem amigas, nunca haviam se visto.
- Liiiiia! – Disse a garota, ao avistar a amiga. – Vamos, me conte tudo sobre seu encontro com o David.
- Oi Sammy. Muito bom ver você também.
- Esqueça os detalhes, vamos logo para a parte importante.
Durante a viagem de volta, Lia contou sobre seu encontro com David e o programa que as esperava hoje à noite.
- Humm. Então você tem um encontro e eu estou convidada?
- Não é um encontro. Ele nos chamou para ver o ensaio da banda dele, e mais tarde, iremos com eles até o Martini Ranch.
- Tudo bem. Então vamos ficar lindas para esse encontro? – Elas riram.
Elas haviam alugado um carro para poder ‘sobreviver’ enquanto estivessem no Arizona, afinal, sabiam que a partir de agora a vida delas seria pulando de cidade em cidade, assistindo shows de bandas locais.
Dirigiram até a casa do Adam, guitarrista da banda de David.
- Bom, chegamos... Preparada? – Samyra perguntou para a Lia, que se olhava no espelho.
- Não. Vamos logo. – Disse a garota saindo do carro.
Tocaram a campainha e foi o próprio David que atendeu a porta.
- Estávamos a sua espera. – Disse ele sorrindo.
Lia ficou vermelha. David abriu mais a porta para que as garotas passassem. O lugar era pequeno. Era o que chamaríamos de kitnet no Brasil. Os garotos estavam sentados pela casa, ajustando seus instrumentos, prontos para começar o ensaio. David começou a os apresentar:
- Galera. Essa é a Lia, e a amiga dela...
- Samyra. – Disse a garota se apresentando.
- Isso. Meninas, esses são Trent. – Disse apontando para um garoto de cabelo loiro escuro, sobrancelhas grossas e escuras, e olhos igualmente escuros. Estava tinha em mãos um microfone.
- Olá. – Disse sorrindo. Parecia ser muito simpático.
- Esse é o Evan e o Austin. – Disse apontando para um garoto oriental, e outro com cabelos claros e compridos em trança.
- Oi! – Disseram juntos.
- E esse aqui é Adam. – Falou apontando para o último garoto que usava óculos escuros, uma camisa xadrez e tinha um sorriso muito bonito.
- Olá, Adam. – Disse Samyra. Lia a cutucou, e fez com que todos ali rissem.
- Bom, vamos começar? – Disse Trent.
As garotas sentaram em alguns bancos que havia no local, enquanto eles se posicionaram.
- Essa música se chama Hold on to me. – Disse Trent.
Logo Austin começou a contagem e o som da bateria começou a soar pelo local, seguido pelo som do teclado e de guitarras.
- I’m on the 202, again (again)... I see the same sign again every day and it hurts my head... But I won’t stay, in the same place until it’s too late... – A voz de Trent era tranquila, e a música passava uma vibe boa. Eles continuavam a cantar, e, na segunda vez que eles cantaram o refrão, as meninas já sabiam cantar.
- Been talking about the same things for so long, so long... gotta be strong, gotta be strong, gotta move on, don’t hold on to me, don’t hold on to me, don’t hold on to me, just set me free. – Trent, Adam, Samyra e Lia cantavam o refrão.
Depois de algumas músicas, eles fizeram uma pausa. Todos conversavam, então David puxou Lia e a levou lá fora.
- Você vai ao show hoje à noite, não é?
- Claro. Eu disse que iria. – Disse Lia. David sorriu com a resposta, mas continuou um pouco tenso. Lia não conseguia entender o porquê. – Está tudo bem, David?
- Sim... É que... – Ele fez uma pausa e olhou para os pés. – Amanhã eu estou indo para a Califórnia com os caras. Iremos fazer uma pequena turnê tocando com outras bandas locais e eles querem ir amanhã.
- Isso é ótimo pra vocês... Mas por que está tão apreensivo?
- É que, na verdade, eu queria ficar com você. Sei que você não vai ficar aqui pra sempre, então queria aproveitar o tempo que eu tenho para ficar com você.
Lia não falou, mas ela se sentia da mesma maneira em relação a David ir para a Califórnia. Ela ficaria duas semanas no Arizona, antes de voltar para o Brasil. Sabia que conhecer alguém não estava nos seus planos, mas foi inevitável se apaixonar por David. E era exatamente essa separação que ela tinha medo.
Quando entraram, ambos tiveram uma surpresa. Durante uma conversa, Samyra havia falado em seu interesse em conhecer as praias da Califórnia, e foi quando Adam deu a ideia:
- Por que vocês não vêm com a gente? Vamos passar uma semana lá, assim vocês conhecem um lugar diferente e ainda podem curtir o melhor do Arizona.
- Eu adorei a ideia. Aposto que a Lia também, não é mesmo? – Disse ela piscando para Lia, que ainda não acreditava em tudo aquilo.
Mais tarde, todos estavam em seus carros, indo para Scottsdale, onde teria o show. Samyra ao lado de Adam que dirigia a van, onde Lia e David estavam no banco de trás.
Evan, Austin e Trent estavam no outro carro. Chegaram lá e foram direto para o camarim da banda para se organizarem.
- Boa sorte garotos, arrasem naquele palco! – Disse Samyra, colocando um crachá de staff da banda.
- Boa sorte meninos! – Disse Lia, e depois se virou para David. – Boa sorte, David.
- Obrigado. – Disse ele meio tímido.
A garota se virou para ir embora, mas David segurou seu braço impedindo-a de andar. Quando ela se virou, David, como em um impulso, segurou seu rosto e a beijou. Foi um beijo curto e tímido, mas, ainda assim, um beijo apaixonado.
Lia sentiu o chão sumir de seus pés, sendo levada pelas borboletas de seu estômago. No fim do beijo, David olhou nos olhos dela e disse:
- Você é minha sorte.
- AHH, MEU DEUS! VOCÊ BEIJOU O GLOSSER? – Disse Samyra gritando quando Lia contou o que aconteceu nos corredores do Martini Ranch.
- Fala baixo. – Disse uma Lia vermelha.
- Olha para você... Tá toda boba porque ganhou um beijo do Davy.
- Para com isso. Olha lá, o show vai começar. – Os meninos entraram no palco naquele momento, estavam se posicionando. David olhou em direção a Lia em mandou um beijo, o que fez com que a garota ficasse vermelha.
A banda agitou o Martini Ranch e levou a galera ao delírio. Eles eram muito bons e todos cantavam e sentiam a música deles.
Depois do show, as meninas foram até eles no camarim.
- O show foi incrível. Quero o outro logo! – Disse Samyra.
- Isso é o que nos motiva. – Respondeu Adam. – Por mim, fazia um desse por dia.
- E então, onde será a after-party? – Perguntou a garota.
- Geralmente a gente fica por aqui mesmo.
- O QUÊ? SEM AFTER-PARTY? Vamos mostrar a vocês o que é uma super ‘party’ no estilo brasileiro, não é Lia? – A garota olhou para o lado, mas Thalia não estava em nenhum lugar no camarote. – Ué, cadê a Lia?
- Ué, cadê o David? – Respondeu um Adam meio irônico, fazendo com que todos lá rissem.
Mais tarde, eles foram para a casa do Adam, compraram cervejas, ligaram o som, e ficaram curtindo o restante da noite. Samyra ensinava Adam a dançar, Evan e Austin faziam competição de quem virava o copo mais rápido, enquanto Trent era o juiz, e Lia e David estavam sentados no sofá, conversando e observando.
- Gente, eu to dançando forroooo – Disse Adam, com um sotaque um pouco arrastado ao dizer forró.
- Ta quase um pé de valsa, Adam. Mais um pouco e pode ser um profissional. – Caçoou Lia. Era, no mínimo, engraçado ver um americano, literalmente duro, dançando qualquer música típica brasileira. Mas Adam se esforçava.
- Ok. Eu não aguento mais minhas pernas. – Disse Samyra, sentando entre o casal e tirando o salto. – Desculpa, estou atrapalhando?
Adam riu e puxou de volta a garota para dançar.
- Vem aqui, quero aprender outra dança.
Capítulo 04 – Califórnia
Do jeito que eles estavam, eles dormiram. Acordaram graças ao despertador do celular do Trent.
- Meu deus, o que tinha naquela cerveja? – Disse Trent, ao desligar o despertador.
- Minha cabeça tá rodando. – Disse um Evan branco.
- Acho que eu vou... – Austin correu para o banheiro.
Os únicos sem ressaca ali eram David e Lia, que ainda dormiam abraçados no sofá, além de Adam e Samyra que acabaram dormindo no chão depois de um movimento não muito bem sucedido de salsa.
- Hoje tem Califóooornia! – Samyra havia acordado, empolgada com a viagem.
Levou uma hora para que todos conseguissem se arrumar e arrumar as malas. David havia deixado as meninas no apartamento, para que elas pudessem se arrumar.
- O Adam vai passar para pegar vocês. Vamos nos encontrar em Phoenix.
Às 10 a.m., Adam estava parado em frente ao University Inn & Suites, carregando o carro conversível com as malas.
Já sentado ao volante, Adam dirigia pela 202, com um toque de James Dean com seus óculos escuros que faziam Samyra delirar.
Lia estava no banco de trás, olhando a paisagem passar.
Chegaram ao ponto onde ficaram de se encontrar, a David já estava lá com os meninos.
- Ok, aqui está a divisão: Casais vão no carro do Adam, solteiros vão no meu carro. – Disse Trent. – Primeiros vamos para Long Beach, iremos para Huntington, onde faremos os shows e então voltaremos, passamos por Santa Monica, 90210 e então, voltamos ao Arizona novamente. Alguma observação?
- Será que podemos ter algumas pausas para o banheiro? – Disse Evan.
- Eu amo essa música! – Disse Adam quando começou tocar Johnny Got a Boom Boom na voz de Imelda May.
Olhou pelo retrovisor e viu Lia dormindo no ombro de David e ele, apoiando a cabeça na dela, também dormindo.
Quando a música chegou a seu refrão, Adam começou a cantar alto e buzinar:
- Johnny Got a Boom Boom! – E deu duas buzinadas, fazendo com que David e Lia acordassem sobressaltados. Samyra não conseguia parar de rir.
- Vocês deveriam ter visto a cara que fizeram.
- Não teve graça nenhuma. – Respondeu David, colocando óculos escuros. Estava com uma touca cinza na cabeça, que Lia achava que lhe dava um charme e tanto.
- Podemos almoçar? To morrendo de fome. – Disse Lia.
Adam buzinou e deu seta para parar, e Trent, que dirigia o carro da frente, o acompanhou.
- Vamos almoçar em Indio. Tem um restaurante muito bom lá.
Andaram cerca de 20 minutos até estacionarem no Tack Room Tavern, uma espécie de Hamburgueria temática.
- Falta muito para chegar? To quadrada já. – Disse Samyra, que agora estava no banco de trás com um Adam dormindo em seu colo.
- Não falta muito agora. Logo estaremos em Long Beach.
Lia mudou as estações de rádio, procurando algo para se distrair. Não tinha nada de bom tocando, uma vez que todas as rádios comentavam um lance do time de futebol americano chamado Arizona Cardinals.
Samyra pegou o violão de Adam e começou a dedilhar Slow Dancing in a Burning Room do John Mayer. Tanto Adam, que já estava acordado, quando David, começaram a cantar.
- We're going down and you can see it, too we’re going down and you know that we're doomed my dear, we're slow dancing in a burning room... – Cantaram o refrão. Era engraçado como naquele momento, essa frase parecia fazer sentido para Lia, que estava pensando exatamente como seriam as coisas, dali duas semanas, onde estaria embarcando de volta para o Brasil.
Estava aproveitando o que podia, mas sabia que ia chegar a hora de dizer o temível adeus, e isso a machucava só de pensar.
- Welcome, Baby. This is the LBC. – Disse David, apontando para a orla da praia. Era quase noite, mas o pôr do sol dava um toque muito romântico à paisagem.
- Isso é tão lindo. – Disse Lia.
Estacionaram ali perto e foram até a praia, e caminharam até a areia.
- Quem chegar por último na água paga o jantar. – Disse Samyra correndo em direção ao mar, sendo seguida por Adam, Evan e Trent.
Brincaram até não conseguirem mais ficar na água e saíram para ir jantar.
Foram ao Bubba Gump Shrimp, e sentaram em uma mesa próxima ao bar.
A hostess anotou os pedidos e quando estava se virando para ir embora, ela parou.
- David? David sou eu, Laurie, do colegial.
Os meninos se entreolharam. Todos eles conheceram Laurie. Era alta, loira e muito bonita. E era a ex-namorada de David do colegial. Ela havia ‘largado’ ele para ir ser atriz em L.A. Pelo visto, o sonho não tinha dado muito certo.
- Oi, Laurie. Quanto tempo...
- Muito tempo mesmo, o que você faz por essa região? – Ela estava encostada na mesa, aparentemente ignorando todos a sua volta. Ignorando até mesmo Lia que agora estava abraçada no braço de David.
- Estamos indo para Huntington, faremos um show lá.
- Que legal. Aparece aí para conversarmos, trabalho aqui até às 10h. – Disse piscando para David, como um convite. David apenas sorriu, e ela se afastou.
Todos ali mudaram de assunto, tentando fingir que aquele episódio não havia acontecido, mas era óbvio que o clima ali estava um pouco pesado. Terminaram suas refeições e quando foram pagar, Laurie foi até Lia e entregou um papel dobrado.
- Pode entregar para o David. – Disse a garota sorrindo, sentindo-se superior.
- Pode deixar, querida. – Disse Lia, irônica.
- Lia, por favor, eu não a vejo há meses. – David dizia a Lia, que estava bem chateada.
- David, eu não estou brava por que você falou com ela. Estou brava porque você ignorou tudo e todos e estava dando trela para aquela... Coisa.
- Lia, por favor...
- Por favor, eu, David. – Lia disse e saiu andando em direção à avenida movimentada.
- Lia, para... Por favor. – Samyra corria atrás dela, sem fôlego.
- Não era pra você me seguir.
- Não era pra você andar sozinha pela LBC sozinha. É perigoso. – Disse ela, segurando o braço de Lia. – Olha, eu sei o que esta acontecendo. Você esta com medo.
- Não estou com medo.
- Está sim. Está com medo do que pode acontecer depois dessa viagem. Está com medo do próximo passo. – Lia olhou para os próprios pés. – Eu sei que é difícil não pensar nisso, mas desse jeito, qualquer motivo vai ser um motivo pra vocês brigarem. David está chateado.
- Tivesse pensando nisso antes de ficar de conversa fiada com aquela vaca loira.
- Ei, vamos acalmar esses hormônios. Ela era uma vaca sim, mas foi ela que deu em cima dele. Vamos voltar, já esta tarde, e amanhã temos que estar em Huntington.
De manhã, David estava colocando as coisas dentro do carro de Trent quando Lia saiu lá fora.
- Oi... – Ele começou falando.
- Eu ainda estou brava com você.
- Você não pode ficar brava comigo para sempre.
- Posso sim.
- Isso é maluquice. – Disse David e fechou o porta-malas e, automaticamente, o carro ligou o alarme. – Ah, merda.
- Olha o tom.
- Eu tranquei a MERDA do carro com a MERDA das chaves dentro dele. Trent vai me matar.
- Bem feito.
- Isso é muita falta de sorte.
- Chama um chaveiro. Ele consegue abrir essa porcaria.
- Isso aqui esta parecendo um velório, cara. – Disse Adam enquanto dirigia, olhando pelo retrovisor. Lia estava em um canto do carro e David em outro. – Adam ligou o rádio enquanto tocava Don’t Stop Now, do The Maine.
David começou a rir, fazendo Lia rir também, pois a música tinha tudo a ver com o momento.
- Well where I come from, you learn to take it nice and slow, but baby, since we met, oh, i’ts been go, go, go... – David cantou para Lia. – So you can rough me up...
- Rough me up. – Cantaram todos no carro.
- Yeah baby you can hurt me too, because all I’ve got. – Cantava David.
- All I’ve got. – Cantaram Adam, Lia e Samyra.
- You see, all I’ve got is you. – Então todos começaram a cantar. – You can rough me up, you can break me down, Baby, don’t stop now.
Estavam em Huntington, próximos a uma feira de artesanato local. Lia olhava camisetas quando David se aproximou.
- Desculpa. – Disse ele primeiro.
- Não, eu que devo desculpas. Estava tão insegura que acabei ficando cega.
- Não precisa ficar insegura... E devo dizer que você fica linda quando esta brava. – Ele disse, fazendo a garota rir. – Um presente pra você.
David entregou um pacote para Lia.
- Você não deveria. – Disse ela abrindo. Era a camiseta que Lia estava olhando na banquinha de artesanatos.
- Foram os dez dólares mais bem gastos da minha vida. – Disse rindo, dando um beijo longo e apaixonado na garota.
À noite, a banda estava fazendo seu show. Lia usava a camiseta que havia ganhado de David, com um shorts e um all star. Elas cantavam as músicas junto com os meninos.
- The little thing you do that drive me crazy, big things that makes me insane... Take a second, Slow your mind, You’re ten steps forward and I’m six feet behind, Take a moment, Let your heart unwind, Give up the little things, give up the little things.
A música acabou e David foi ao microfone.
- Queria pedir a atenção de todos. Não sou muito bom com palavras, e queria muito falar algumas coisas para uma pessoa que se tornou muito importante na minha vida. Então, vou pedir a ajuda do meu querido amigo Adam para cantar essa música, já que eu não sou dos melhores cantores da banda.
Adam estava com um violão, arrastou dois bancos e apenas os dois permaneceram no palco.
- Essa música se chama Angel of Mine, da Iccarus Account. – Disse Adam, passando o violão para o David e ambos começaram a tocar.
- There was a time when I was never really sure if I was ever gonna find that perfect girl. But then came the day, you came my way, everything changed, I could tell straight from the moment that we met, you would always be the girl I could not forget. In all of my throughts, All of my prayers, All of my cares, So maybe I’ve fallen in love with an angel that came from above. You’re something to find, one of the kind.
Uma lágrima escorreu no rosto de Lia. O sorriso permaneceu em seu rosto e ela não conseguia parar de sorrir para David.
- Eu te amo. – Disse David no final da música. E saíram do palco.
- É O AMOOOOOR, QUE MEXE COM A MINHA CABEÇA E ME DEIXA ASSIM... – Samyra caçoava Lia.
- É o quê? – Perguntou Trent, que não conhecia a famosa música de Zezé de Camargo e Luciano (para a sorte deles).
- Esquece. – Respondeu Samyra.
David e Lia estavam abraçados rindo do pessoal que estava os zoando pelo camarim.
- Como você é brega, Sam.
- Eu ainda não cantei Luan Santana. “Te dei o sol, te dei o mar...”.
- Quem é Luan Santana, cara? – Perguntou novamente Trent.
- Esquece Trent. Esquece.
De manhã, dirigiam em direção a Santa Monica, pois as garotas faziam questão de conhecer o píer. Levaram 1 hora até chegar ao local.
Adam tirava fotos de todos, revezado de vez enquanto para aparecer nas fotos também. A péssima ideia de andar de Longboard, que fez com que Samyra caísse no chão, a guerra de água no mar, andando de bicicleta, dançando enquanto um artista local cantava na praia, no carrossel, na roda gigante.
Por volta das 1 p.m., foram até as barraquinhas comprar corn dog, uma espécie de cachorro quente no palito.
- Isso aqui é muito bom, cara. – Disse Lia que nunca havia experimentado aquilo.
Ficaram se divertindo no parque até tarde. Já estava ficando tarde, quando Lia deu pela falta de David.
- Gente, alguém viu o David? – A garota olhava por todos os lados até ver, de longe a cabeça dele. Seguiu o rapaz pelo parque, mas ele não olhou pra trás. Quando chegou a ponta do píer, teve uma surpresa.
David estava conversando com a tal da Laurie. Não conseguia ouvir o que eles conversavam, mas de repende a garota o abraçou e David retribuiu o abraço. Aquilo era demais. Lia foi até eles.
- Então aquela tinha sido a ultima vez que tinha visto ela. Conte-me mais sobre essa intimidade repentina, David.
- Lia, eu não...
- Você o quê? Não queria que eu te visse com essa... Piranha peituda?
- Escuta aqui o sua...
- CALA A BOCA, LAURIE! DÁ O FORA DAQUI, SE VOCÊ TEM AMOR PELA SUA VIDA.
Laurie murmurou alguma coisa e foi se afastando.
- Eu não acredito, David.
- Eu não fiz nada, Lia, por favor.
- Isso não ia dar certo, de uma forma ou de outra.
- Do que você esta falando?
- David... – Lia não conseguia falar. Sentia-se sufocada.
- Por favor, eu preciso de você em minha vida, por favor, não vai embora.
Lia não conseguia mais... Sentia que a qualquer momento o chão ia rachar e ia engolir ela. Correu em direção aos amigos.
- Samyra, por favor, eu quero ir embora.
- Embora? Embora para onde? Para o Arizona?
- Para o Brasil.
- Mas nem fizemos a prova da ASU.
- QUE SE DANE ESSA PROVA, QUE SE DANE O ARIZONA, EU QUERO IR PARA MINHA CASA! – Lia gritava e isso bastou para convencer Adam a dirigir de volta ao Arizona para deixar a garota no Aeroporto de Phoenix.
Trent iria procurar David, com Evan e Austin.
- Lia, isso não é precipitado, quero dizer, você bem vai tentar a prova...
- Eu não quero... Porque eu tenho medo de não passar, e se eu não passar significa que acabou, e todo esse conto de fadas acabará junto.
Chegaram de madrugada no Arizona. Adam revezava ao volante com Samyra para poder descansar. Quando parou em frente ao apartamento das garotas, Lia não demorou mais que 10 minutos para socar suas coisas nas malas e levar para o carro. Adam as deixou no aeroporto e Samyra ficou com ela até o horário da saída do avião.
Em algum lugar a caminho do Arizona...
- O Adam acabou de ligar dizendo que as deixou no aeroporto. – Disse Evan.
- Se ela quer assim, que assim seja. – David deu de ombros.
- Você vai deixar ir embora fácil assim? Nem vai lutar por ela, cara? – Perguntou Austin, inconformado com a atitude do rapaz.
- Ela escolheu esse caminho.
- Você sabe que, se ela for, é para sempre, não é?
No Sky Harbor...
Lia já havia trocado sua passagem, e estava sentada esperando a chamada de seu voo. Samyra estava do seu lado.
- Você está calma demais, e isso está me assustando.
- É melhor assim, sabe? Eu não ia conseguir passar, não ia conseguir me manter aqui. E ia ser bem pior se eu deixasse para dizer adeus mais tarde.
Uma voz masculina anunciou o voo de Lia.
- Bom, é isso aí. Hora de voltar para a realidade. – As garotas se abraçaram e Lia entrou no portão de embarque.
David corria feito um louco pelo Sky Harbor naquele momento.
Quando chegaram ao Arizona, não acreditava que a garota tivesse coragem de largar tudo e voltar. Estava andando na rua, em direção ao apartamento das garotas e viu uma garota com uma touca vermelha igual a de Lia.
- Liaaa! – Gritou e correu para alcança-la, mas quando garota se virou, não era Lia. Foi aí que ele se tocou. Ele nunca mais a veria, a não ser que fizesse alguma coisa...
- LIAAA! – Chama ele. Ouviu uma voz masculina anunciando a última chamada para o Brasil. Correu ate o portão de embarque, pulando segurança e quebrando protocolos, mas era tarde demais. Conseguiu ver apenas uma escada sendo retirada do avião, e ele se preparando decolar.
Os seguranças o alcançaram e o levaram até a entrada do aeroporto, onde se encontrou com os meninos e Samyra.
- Não consegui. Não cheguei a tempo, e agora eu nunca mais vou vê-la.
David começou a chorar em silêncio e foi consolado por Adam.
Dois dias haviam se passado. David estava no ensaio da banda, cabisbaixo, tocava sem o menor ânimo. Teriam um show importante em Scottsdale, mas ele não parecia se importar nenhum pouco para isso.
Então Samyra chegou, carregando um notebook.
- David, eu conversei com a Lia. Ela disse que vocês não haviam se despedido e então eu resolvi intermediar uma conversa entre vocês. Ela esta online no Skype. Você quer falar alguma coisa para ela?
David afirmou com a cabeça, e então Samyra começou a ligar o computador.
- Oi, David. – Disse a garota, quando se conectaram.
- Lia, eu... – David passou a mão na tela do notebook, onde estava o rosto da garota. – Eu quero te falar algumas coisas.
- Tudo bem.
- Na verdade, é uma música, que eu ajudei os caras a compor. Ela diz exatamente como eu me sinto.
David então pegou um violão, sendo seguido por Adam e Evan. Austin estava com uma meia lua e Trent começou a cantar.
- Da da da da da da da da...
We went out to long beach
Just last summer
And it wasn't what we expected
It was kind of a bummer
But we made our way to Huntington
And I bought you that t-shirt
Best 10 bucks I’ve ever spent
On that I was for sure
I want this and I want you
Forever and ever so
Please don't you give up on me 'cause I’d never
And I know that things will go wrong
And I know the days may seem long
Just stay with me, I promise,
I'm where your heart belong
Remember when I locked your keys
Inside your car
It really sucked!
Well it was just our luck
And sometimes things are unfortunate for me
Because I used up all my luck
The day I swept you off your feet
I want this and I want you Forever and ever so
Please don't you give up on me 'cause I’d never
And I know that things will go wrong
And I know the days may seem long
Just stay with me, I promise,
I'm where your heart belongs
Well I just wanted to say
I once thought I lost my heart in Santa Monica
At the edge of the pier
When I came home to the desert
I thought I saw you standing there
And love I’m here to stay
To stay
I found it doesn't matter where we are 'cause you're where I belong
I want this and I want you
Forever and ever so
Please don't you give up on me 'cause I’d never
I want this and I want you
Forever and ever so
Please don't you give up on me 'cause I’d never
And I know that things will go wrong
And I know the days may seem long
Just stay with me, I promise,
Just stay with me, I promise,
I’m where your heart belongs
- Eu fui atrás de você no aeroporto, mas você já tinha ido, e eu fiquei muito mal. – Disparou David assim que a música acabou.
- E eu quis voltar no momento em que o avião saiu do chão, mas aí era tarde demais.
- E agora eu nunca mais vou te ver... Tudo porque eu fui um idiota.
- Nunca diga nunca. Foi o que eu aprendi. – Disse uma voz atrás dele. David se virou e viu ali, parada na sua frente, uma Lia sorridente, com olhos mareados. – Estou aqui.
David piscou algumas vezes, não acreditando no que estava vendo. Então correu até ela e a abraçou tão forte, como se ela estivesse preste a escapar por entre seus braços.
- Não acredito que você voltou!
- Como você cantou, 'you're where I belongs', e você está aqui, então é aqui que eu devo ficar. – Lia tirou um papel da bolsa. – E vou ficar por um bom tempo.
David abriu o papel e leu.
- Você foi aceita na ASU? Isso é ótimo! Isso é maravilhoso!
Então se abraçaram e se beijaram, como a certeza de que a história deles tinha finalmente se encaixado, e agora tudo seguiria seu curso, como deveria ser. Lia na universidade, namorando David Glosser, morando no Arizona e sendo a pessoa mais feliz que se pode imaginar.