When You're Gone
Escrito por Isabela Albuquerque | Revisado por Pepper
Era uma tarde fria com neve, comum em Londres, as lágrimas fracas escorriam dos olhos da garota, acompanhando olhares de surpresa, raiva e confusão, que também estavam nos olhares do garoto, exceto pelas lágrimas e a supresa.
Isa’s POV :
Eu não acreditava no que estava acontecendo, estava simplesmente se negando a dizer que me amava. E essa discussão começou só porque EU disse as três palavrinhas.
Alguns momentos atrás…
- , eu te amo – Um silêncio profundo se instalou entre nós. Disse isso numa tranquilidade, já que três meses de namoro não era pouca coisa, e depois de tantas hesitações em dizer (hesitações da minha parte, já que ele nem tentava dizer um simples ‘eu adoro você’) eu disse. E esperava que fosse recíproco – Sabe, esse era o momento em que você dizia que me ama também – Falei sarcástica e olhei seu rosto.
estava MUITO pensativo, no que ele estava pensando? De repente me senti desconfortável no banco em que estávamos sentados e abraçados no meio do parque, me remexi um pouco.
- , você sabe que eu não sou muito de falar essas coisas – continuava a olhar pro nada, me afastei de seus braços e o olhei incrédula. O que ele estava querendo dizer? Mas como eu era uma garota educada, eu resolvi apelar.
- Vamos lá , são só três palavrinhas. – sorri sem jeito.
- ... não insiste – Ele fez uma careta de desaprovação.
- Por favooooor – continuei.
- Não ... – eu não desisti.
- Por favor , três palavrinhas, não te peço mais nada. – Sacudi um pouco seu braço, ele pareceu ficar furioso.
- NÃO , eu não vou dizer que te amo. – Ele finalmente olhou pra mim, com raiva, fiquei surpresa.
Se havia uma coisa que era, essa coisa era honesto, nunca mentia, nunca mesmo. Por isso eu queria que ele dissesse que me amava, porque eu sabia que não seria mentira. Mas se ele não iria dizer então era porque... era mentira?
- Por que? – Continuei com a expressão de assustada.
- Porque não! – ele quase gritou. Senti lágrimas queimarem meus olhos.
End Flashback
Foi assim que nossa briga começou, e ela continuou. E no meio dessa briga, acabou soltando que não me amava, e que já havia me traído umas 3 vezes, e que 1 vez não foram só beijos e amassos. Eu realmente não estava acreditando. Assim que ele disse essas coisas, minhas lágrimas aumentaram. Tentei me controlar. O que eu faria? Lembrei-me dos nossos momentos juntos e felizes, quando tomamos sorvete da mesma tigela, quando não tínhamos o que fazer e saímos pela cidade tirando fotos engraçadas, quando fugimos da faculdade, no meio da aula, juntos, nossa primeira vez... Ele realmente tinha me feito feliz, mas porque me traiu? Por que não me amava? Eu não o fiz feliz? Agora eu não me importava mais. Eu decidi que iria esquecê-lo.
Isa’s POV off
Eles continuavam a gritar um com o outro, no meio da praça, quando a garota não aguentou mais aquela discussão. Ela se levantou do banco, ficou de frente pra ele e olhou em seus olhos, segundos depois, ela gritou.
- ACABOU – ela gritou e andou em passos largos até a sua casa. Ouviu o garoto gritar de longe um ‘ALELUIA’ e continuou, chorando.
Ele também foi andando até a sua casa, se surpreendeu quando algumas lágrimas caíram, mas ignorou.
Isa’s POV :
Quando abri a porta da minha casa, a observei, calma, como sempre, e bagunçada também. Assim que entrei, uma música me veio na cabeça, e começou a tocar calmamente em minha mente.
Isa’s POV off
I always needed time on my own
(Eu sempre precisei dedicar um tempo à mim mesma)
I never thought I'd, need you there when I cried
(Eu nunca imaginei que precisaria de você, quando eu choro)
And the days feel like years when I'm alone
(E os dias parecem anos quando eu estou sozinha)
And the bed where you lie is made up on your side
(E a cama onde você deitava, está arrumada do seu lado)
) entrou em seu quarto, com o choro fraco, ela conseguia se controlar. Olhou para sua cama bagunçada só de um lado. Lembrou que ele iria dormir em sua casa hoje. Ela se sentou na cama, do lado arrumado. Passou a mão pelo lençol macio, sorriu involuntária.
entrou na sua casa toda bagunçada, sua cama estava de pernas pro ar, não literalmente. Pegou o lençol de ), amarrotado em sua cama, e o jogou no chão. Pulou de costas na cama e fechou os olhos. Não dormiu, só pensou.
When you walk away I count the steps that you take
(Quando você se vai, eu conto os passos que você dá)
Do you see how much I need you right now?
(Você vê o quanto eu preciso de você agora?)
Ela se deitou no lado arrumado, sentiu o perfume dele no travesseiro, seu coração doeu. Fechou os olhos com força e não conseguiu se controlar. Ela chorou forte, gritando. Soluços altos que ela não conseguia evitar ecoavam pelo seu quarto vazio. As lágrimas quentes pareciam queimar sua pele, um nó na garganta que não desatava; as mãos trêmulas.
Ele só conseguiu pensar na briga, nas palavras que dissera a ela. Ele estava a fazendo sofrer, e ele detestava essa ideia. Sim, ele tinha dito que não a amava, mas ele se importava se ela estava sofrendo ou não. ‘será que ela está precisando de mim agora?’ pensou descaradamente, esquecendo por um segundo que brigaram, mas depois percebeu que ele era a última pessoa que ela queria ver.
When you're gone the pieces of my heart are missing you
(Quando você parte, os pedaços do meu coração sentem sua falta)
When you're gone the face I came to know is missing too
(Quando você parte, o rosto que eu cheguei a conhecer está perdido também)
When you're gone the words I need to hear
(Quando você parte, as palavras que eu preciso ouvir)
to always get me through the Day
(Pra sempre me fazer superar o dia)
And make it ok
(E fazê-lo ficar bem)
I miss you
(Eu sinto sua falta)
Ela não conseguia parar o choro, se contraiu toda, se encolheu, ainda chorando alto. Sentiu seu coração contrair junto com ela, ele parecia despedaçado. Visualizou o rosto dele na escuridão de suas pálpebras, e esse rosto foi logo desaparecendo. Lembrou de sua declaração para ele, tentou imaginar ele dizendo as três palavras, se ao menos ela conseguisse imaginar! Ela superaria tudo de uma forma melhor, mas não conseguiu. Abraçou o travesseiro dele, que estava em sua cama, sentiu saudades da risada dele, do olhar brilhante, das piadas sem graça que a faziam rir. Mas ela continuou chorando.
Agora era ele quem estava sofrendo, não conseguiu evitar algumas lágrimas grossas que passaram pelos olhos fortemente fechados, ele não suportava a ideia de fazê-la sofrer. Mas ele a traiu, e parecia ser a verdade de que ele não a amava, pelo menos ele achava isso. A frase ‘Tom, eu te amo’ ecoou diversas vezes em sua cabeça. Por que ela tinha dito? Isso era óbvio, ela o amava. Mas por que ele havia reagido tão mal? Essas não eram as palavras que todo ser humano quer ouvir? Agora ele percebeu que era provável que não iria mais vê-la, não iria mais sentir seus lábios convidativos, não iria mais sentir sua pele, não iria mais vê-la mexer no cabelo, nervosa, nem seu sorriso ou sua risada divertida. Ele sentiu falta da presença dela. Ele sentiu falta dela.
I've never felt this way before
(Eu nunca me senti desse jeito antes)
Everything that I do, reminds me of you
(Tudo que eu faço, me lembra você)
And the clothes you left, they lie on the floor
(E as roupas que você deixou, estão espalhadas pelo chão)
And they smell just like you, I love the things that you do
(E elas cheiram igual à você, eu amo as coisas que você faz)
Ela se levantou, conseguido controlar mais o choro, se olhou no espelho do banheiro e viu atrás dela uma bermuda molhada, jogada em cima do cesto de roupas sujas. Lembrou do dia anterior, a piscina. Eles haviam se divertido tanto. Lavou o rosto e lembrou que ele havia dito que aquele sabonete ardia nos seus olhos. Lembrou de quando ardeu nos olhos dela, ele pegou uma toalha, enxugando o rosto da garota, e depois deu beijinhos nos olhos dela para parar de doer. Lembrou da toalha, que ainda estava ali. Cada mínima coisinha lembrava ele. Voltou pro quarto e viu as camisas dele espalhadas no chão, pegou uma de manga comprida e a vestiu, sentiu seu cheiro e se sentou na cama novamente apoiando as costas na parede.
Ele abriu os olhos e encarou o teto por alguns segundos, se levantou, pegou o lençol dela do chão. Enrolou-se com ele na cama, sentiu o perfume dela, tão doce. Mas era o preferido dele. Lembrou que havia dito a ela que aquele perfume era provocante, e sabia que ela só usava o tal perfume para provocá-lo. E funcionava. Não aguentou mais dar uma de machão e chorou abertamente.
(...)
We were made for each other
(Nós fomos feitos um pro outro)
out here forever
(para um todo sempre)
I know we were
(Eu sei que fomos)
Yeah yeah
All I ever wanted was for you to know
(Tudo que eu sempre quis foi que você soubesse)
Everything I do, I give my heart and soul
(Que tudo que eu faço eu me entrego de coração e alma)
I can hardly breath
(Eu mal consigo respirar)
I need to feel you here with me
(Eu preciso sentir você aqui comigo)
pegou uma foto dos dois na cabeceira, ficou olhando e olhando, lembrando do dia. Era aquele dia do tédio, em que saíram pela cidade, ela riu baixo. O que havia acontecido? Eles pareciam um casal tão perfeito, e era comum eles ouvirem esse tipo de comentário. Por que ele havia traído ela? Por que? Por que? Ela não conseguiu achar uma resposta. Parecia impossível ele a trair. Ele não a amar. Era tudo impossível, mas acabou acontecendo. Tentou não imaginar ele na cama com uma vadia qualquer. Ai, aquilo a machucava tanto. Ela tinha se entregado tanto àquele namoro, mas tudo acabou sendo em vão. Ela o queria de volta.
não conseguia evitar os flashes de memória de momentos felizes junto dela, era impossível não sorrir quando ela sorria, não rir quando ela ria. Por que ele estava chorando por aquela garota que ele acabou de dizer que não amava? Aquela garota que ele traiu 3 vezes. E uma vez ele passou do limite. Não, ele passou dos limites nas 3 vezes em que a traiu, mesmo sendo apenas beijos. Não eram os beijos dela. Ela era perfeita pra ele, era uma garota tão linda, engraçada, fiel. E ele havia a deixado escapar, ou melhor, ele expulsou ela da sua vida de modo doloroso. Por que aquilo doía tanto? Foi aí que ele percebeu que a amava. Secou algumas lágrimas no lençol de e caiu no sono.
Ela guardou a foto e se deitou, apertou o travesseiro dele e afagou algumas lágrimas nele. Fechou os olhos e cantarolou baixinho o resto da música. Adormeceu.