When All I Want To Do Is Connect With You
Escrito por Vittória | Revisado por Natashia Kitamura
Parte do Projeto Songfics - 17ª Temporada // Música: Connect, por Sick Puppies
A algazarra de briga podia ser ouvida no térreo do prédio, os humanos brigam por tudo, e admira ainda não terem sido encontrados. Apesar de não precisar lidar com os buscadores, nós gostamos de vagar para explorar o país sem tem um lugar fixo e onde estranhem que eu estou falando sozinha sem estar. sempre está tagarelando na minha mente e detestaria ficar sem resposta. E é claro que ninguém iria aceitar um hospedeiro e uma colonizadora – nos chamamos assim porque invasores não é um termo muito amigável. Não tem como esconder nada dele, há tantas coisas que quero dizer, mas não sei como começar. Isso nem mesmo deveria ser possível, nunca conseguirei ter nada então apenas imagino como sinto sua respiração em minha pele, que estou de pé ao seu lado, quando há mil milhas entre nós e não sei como te alcançar.
Só lembrando que posso te ouvir aqui dentro.
- Às vezes é muito mais fácil apenas pensar, é preciso ter coragem para fazer as palavras saírem da boca.
Comigo você não tem escolha.
- Fica quieto, estou escutando alguém vindo. – ao terminar a frase, prontamente obedeceu.
Passos quase imperceptíveis de uma, duas, três pessoas desciam as escadas. Quando cheguei, era muito tarde e o lugar era muito remoto para pedir abrigo, então fiquei no único imóvel da região; um prédio marrom de três andares com uma aparência descuidada e jeito de abandonado. Acomodei-me numa sala com a fechadura travada há tanto tempo que nenhuma chave do molho acomodado ao lado do telefone conseguiu abrir, tomou o controle - tento uma profunda raiva quando ele faz isso – e destrancou com um grampo e um cartão de crédito antigo. Perguntei se antes da comida ser gratuita, os humanos usavam aquilo com o intuito de pagar os produtos e ele me respondeu em tom de riso que se tivesse os mesmos objetos obtinha as coisas de graça. Toda vez que o garoto falava nesse tom eu nunca entendia, como se fosse uma piada interna da Terra. O meu dormitório era no térreo com a finalidade de não incomodar nem ser descoberta, os outros não eram amistosos ao me olhar nos olhos. Uma pouco praticada ação de ir embora rapidamente sem fazer barulho estava preparada caso tentassem entrar, com a porta ainda emperrada ganharia alguns instantes para minha fuga.
Fui tomada pelo susto da porta sendo arrombada e humanos com armas apontadas para mim povoarem o cômodo. Havia dois homens e a uma garota. Ela era deveria ter uns dezenove anos, tinha seus cabelos amarelos cacheados presos numa traça malfeita e um rosto pedante de superior no controle embora os outros eram mais velhos com até idade de um deles ser pai dela. O sujeito da esquerda possuía corpo extremamente forte e marcado, lembrava um soldado, apesar do seu porte parecia ser apenas o sobrevivente pondo um olhar tolerante sobre a intrusa. O último aparentava estar na meia-idade e exibia tanto desprezo como se me taxasse de repulsiva.
- Parece que temos um alien aqui. – a menina falou se aproximando e engatilhando o revólver.
- O que vocês querem? – Tentei exprimir um tom comedido apesar de o pânico estar me consumindo por dentro.
Deixa que eu trato deles.
Sussurrei em resposta um curto e objetivo ‘não’.
- Calma, nós não queremos nada do nosso alien. Queremos deles. – o mais velho cuspia as palavras com raiva para identificar os buscadores.
, eu posso cuidar disso. De humano para humano.
- O que desejam?
- Te anunciar como refém, aberração.
- E se o alien aqui não aceitar? – ergui minha cabeça com voz confiante.
- Somos três.
Somos dois. Se você quiser, assumo o controle, mas se não vou ser obrigada a te contrariar.
O ignorei novamente armando um plano de fuga inútil já que estão armados. Como dito, foi querendo tomar o corpo.
- Eu resolvo isso sozinha. – o garoto iria partir para a violência, tudo que não era saudável e recomendado.
Para de ser teimosa, ! Não tem outra opção.
- Se eu for, os buscadores me trocam por algo.
Nem mais sei se é inocência ou burrice, eles vão nos matar! Lembra-te: somos dois.
- Já disse, ‘não’.
Lutei para controlar todos os meus músculos, mas ele era mais forte, muito mais forte e era como se eu fosse colocada em segundo plano. retomou seu corpo e começou a desferir golpes nos humanos presentes, chutou com tamanha agilidade a arma do mais velho que ainda estava desorientado com o meu diálogo solitário a fazendo cair no chão e empulha-la. A loira atirou na direção do garoto que desviou e apertou o gatilho acertando o soldado.
- Só tem uma bala, jovenzinho. Porque sempre acerto. – sentiu o cano da pistola na sua cabeça. - O que vai fazer agora?
Foi como se o hospedeiro declinasse a posse do meu corpo e eu o tomasse novamente.
- Você matou um homem! É fraco e estúpido como todos eles!
Não sabe de nada da vida e fica me julgando, eles iam nos matar.
- Irresponsável, irracional, idiota e assassino!
Eu devia ter te deixado para morrer, sua invasorazinha de merda!
- Para de ficar gritando na minha cabeça! Vai embora!
A minha mente ficou vazia, ele tinha ido de verdade embora e eu tive o que queria, fui levada até um cômodo vazio como refém. As horas nem precisaram passar para que morta de cansada dormisse ali mesmo, mas nos sonhos as meus escolhas vieram me atormentar.
“O local se assemelhava a um quarto de hotel, porém não dava para afirmar com precisão já que este se encontrava escuro com um único e preocupante ponto de luz em um garoto de nome , que estava com as mãos amarradas e uma mordaça. A imagem era feita do lado de fora, através de um buraco na fechadura e eu conseguia saber que estava parada no corredor. Duas figuras se aproximavam e de pronto as reconheci: os moradores do prédio marrom eram os sequestradores do menino. Entrei no quarto ao lado e me encostei-me à parede com a intenção de ouvir o que se passava lá dentro, o seu batimento cardíaco pode ser ouvido e aquele silêncio é ensurdecedor. Bati na parede com um pouco de força querendo chamar a atenção dele, mas nenhuma resposta. No criado-mudo havia uma faca e a observei, sabe que eu nunca fiz isso antes, contudo, você estava certo sobre ser eles ou nós.”
Assim que saí do transe noturno, notei o quão errada eu estava e que nesse mundo não temos que nos prender as convenções ensinadas se o mundo mudou. Meu coração - ou o coração do corpo – sentia a distância pela minha negligência nós poderíamos estar juntos ao invés disso, eu desligo quando tudo que eu quero fazer é me conectar com você.