What I Like About You

Escrito por Gabriela Floynter Junes | Revisado por Paulinha

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Capítulo 1

  - Olha, eu só estou dizendo que você nunca sai. Faz bem tomar um solzinho às vezes – dizia minha melhor amiga, , ou como eu, e só eu, a chamo.
  - Eu saio. – coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e levei uma garfada da minha salada a minha boca. me olhou como se eu tivesse acabado de contar a maior mentira da terra. Eu odeio quando ela faz isso!
  - Ir à minha casa no fim de semana não conta. – eu a encarei, ela podia ter um pouco de razão. Não que eu NUNCA saísse, eu só não saía todos os dias, mas isso não parece conformar , eu me preocupo com você. Quando foi a ultima vez que você... Você sabe?
  - O que? – perguntei com a boca cheia de alface e crótons.
  - Quando foi a última vez que você... Quando foi a ultima vez que você transou? – ela perguntou num sussurro.
  - ! – eu gritei chamando a atenção de todo o refeitório do meu trabalho – Não é da sua conta.
  - , para com essa implicância! Vai ao cinema comigo hoje? – ela perguntou com uma cara de que não iria desistir tão cedo.
  - Não! – cruzei os braços na frente do meu busto em tom de protesto.
  - Vai ! Para de ser chata apenas uma noite. Vai, é meu aniversario! – ela fez biquinho e eu ri com a atitude infantil dela. Ela não pode ter apelado pro lance do aniversario. Sim, hoje era aniversário dela e sim, eu havia prometido há um mês que ia sair com ela, mas eu não estava no clima de sair hoje. Levei meu olhar para o relógio que tinha da sala, comecei a bater minhas unhas na mesa sentindo o olhar, não só de , mas de todos. Eu odeio chamar atenção, apenas tentei ignorar e me foquei no barulho do ponteiro do relógio e pronto! Havia me perdido em meus pensamentos, eu fazia muito isso – ! – gritou me tirando de meus pensamentos. Até me assustou um pouco.
  - Calma, tá! Eu vou. – eu falei assustada e vencida.
  - EBA! – ela se debruçou sobre a mesa e agarrando meu pescoço em uma espécie de abraço – O melhor presente de aniversario que eu podia pedir. Sair com minha melhor amiga!
  - Tá bom, tá bom, agora me solta antes que eu mude de ideia. – eu pedi rindo e ouvi o refeitório inteiro todo começar a aplaudir, eu não fiz mais nada ao não ser cobrir meus olhos com as mãos por conta da vergonha e começar a rir. Eles não eram exatamente meus amigos, eram como minha família. Eles na verdade eram meus colegas trabalho. Todos nós trabalhávamos no editorial da revista Vogue. Isso mesmo, A Vogue.
  - Chega lá às 20h00, a sessão é às 20h15. Obrigada amiga – ela me passou o endereço e o horário, filme, etc.
  Saímos do refeitório assim que eu e acabamos de comer e fiz meu caminho até minha sala.
  Entrei pela enorme porta de vidro e fui para a minha mesa, também de vidro. Afundei minhas costas na cadeira e tirei com a mão esquerda o meu prendedor de cabelo e o deixei sobre minha mesa. Abri meu Mac, digitei a senha que só eu sabia e dei de cara com uma foto minha com o meu ex-namorado, . Suspirei, abri minha pasta de arquivos e escolhi uma foto minha e de meus pais em Paris quando eu era mais nova como plano de fundo. Não que eu ODIASSE o com todas as letras, só que agente terminou muito recentemente por decisão mútua. Eu realmente o amava, acho que ele foi O meu primeiro amor.
  Mas tudo acaba, certo?
  Abri a segunda gaveta de minha mesa, peguei uma pasta amarela grossa e a coloquei sobre a mesa voltando-a a fecha-la logo depois.
  Abri minha pasta de arquivos e comecei a passa-los para o computador. Foi quando eu ouvi o barulho do meu iPhone vibrando. Virei o aparelho e vi uma nova mensagem.
  ‘Precisamos conversar, . Cadê você? xx’
  - Ah droga! – disse pra mim mesma e cocei os meus olhos.
  - Tudo bem, ? – meu chefe gostoso entrou na sala. Não, eu não sou ninfomaníaca, mas meu chefe CARAMBA! Se não fosse casado eu talvez desse uns pega nele. E olha que eu não sou do tipo que fica uma noite. Eu gosto de compromisso, coisas clichês, sabe? Não que eu quisesse um príncipe colocando um sapatinho de crista em mim. Mas um jantar fino e dizer coisas melosas no meu ouvido à luz do luar. Era o que... fazia para mim antes de separarmos.
  - Sim, só um idiota que não para de encher o saco. – eu não disse tecnicamente a verdade. Era de fato um cara que não parava de encher o saco há quase um ano. Mas eu que dei bola pra ele e com certeza, não era um idiota, na verdade foi um dos caras mais inteligentes com quem já dormi. E isso foi o que estragou tudo. Ele era muito sério e muito super protetor, eu não podia sair com ninguém, e isso eu nem fazia muito, nem podia DORMIR antes dele, sério, ele ficava perguntando o que eu tinha feito pra estar tão cansada assim. Mas eu tenho que admitir que ele era muito lindo.
  - Ok, precisa de alguém pra dar uns socos nele? – , meu chefe gostoso, disse. Eu ri. Eu e sempre tivemos uma coisa a mais que funcionário e patrão. Não, eu nunca dormi com ele, por mais que eu quisesse, mas ele sempre foi pra mim meu irmão mais velho. Meu irmão mais velho e mais sexy.
  - Não, não. Eu cuido disso – eu disse sorrindo sem mostrar os dentes. Senti o olhar de sobre mim. Coloquei uma mecha do meu cabelo pra trás e levei minha atenção pro meu computador, ainda com o olhar de sobre mim.
  - Não me surpreende esses caras correndo atrás você. Qualquer cara teria sorte de ter você na mesma casa que ele. – ele saiu da sala e eu o acompanhei com o olhar. Ele acabou de me cantar?
  Esquece , esquece.
  Quando deu a hora de eu poder ir embora, eu não demorei a sair. Peguei minha bolsa, joguei o prendedor dentro e o Mac coloquei com cuidado. Tirei a chave do meu carro e saí de lá logo depois que tranquei a porta da sala.
  Chegando ao estacionamento eu coloquei a minha bolsa no banco do passageiro e saí pelas ruas de Nova Iorque. Trânsito, como sempre. Então eu cheguei a casa às 19h00. Ótimo, teria uma hora pra relaxar.
  Fui em direção ao meu quarto. Deixei a bolsa na poltrona do meu quarto e tirei minha blusa a deixando na minha cama. Fui até o banheiro dentro do meu quarto e abri o chuveiro. Me despi rapidamente e entrei no box. Senti o choque do meu corpo gelado se chocar contra a água quente. Passei as mãos pelos meus olhos e deixei meus músculos relaxarem totalmente.
  Levei minha mão até a minha toalha me enrolando na mesma. Saí do banheiro com meu roupão branco. 19h30. Ok, é melhor eu me arrumar.
  Como eu conheço a , ela provavelmente vai me arrastar pra algum bar ou boate. Boate eu provavelmente não vá, mas deixarei ela lá. Um bar tem chance. Peguei um vestido tomara que caia, ele era dividido em duas partes. A parte do busto até uns cinco centímetros da barriga era branco com um glitter prata, e a outra parte era como se fosse uma saia de cintura alta que ia até as metades das coxas era rosa choque. Prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo alto e peguei um par de saltos alto branco estilo de boneca. Eu quase sempre usava salto. Talvez por eu nunca ter sido TÃO alto, mas também nunca fui baixinha.
  19h45. Tá na hora de sair. Peguei minha bolsa com carteira, documentos e dinheiro e saí de casa.
  - , cadê você? – peguei o celular e liguei pra que não atendia ao telefone.
  - AQUI! – ela chegou correndo e gritando.
  - Onde estava?
  - Nada, desculpa, cheguei atrasada. – nós entramos na sala do cinema e começamos a ver o filme. Era uma historia de um cara que nasceu velho e morreu que nem um bebê. Sabe qual é?
  Ficamos vendo o filme, eu quase dormindo. O coisa demorada.
  Quando aquele filme chato e enrolado acabou, finalmente saímos daquela sala mal-amada e quente. Para sairmos em um chuva tenebrosa. Merda.
  -Vamos em algum lugar? – ela perguntou colocado a jaqueta em cima da cabeça e eu neguei.
  -Vai você. Tá de carro? – abracei o meu próprio corpo em uma tentativa de me aquecer. Ela negou com a cabeça. – Pega o meu então.
  -Não, . Não vou deixar você ir andando na sua casa.
  -, pega a porra da chave logo – estendi a chave pra ela. Ela hesitou, mas logo a pegou.
  - Eu te devolvo amanhã. – ela disse sorrindo em agradecimento – Obrigada.
  - Nada amiga. Feliz aniversário – puxei ela pra um abraço e ficamos assim na chuva um tempo.
  Ela sorriu. Olhei pra cima e suspirei.
  Ela se afastou de mim e eu sai correndo pela calçada. Foi quando eu estava quase atravessando a rua que o salto do meu, tão querido, salto quebrou. Eu estava no meio da rua quando percebi isso. Estava na descida da calçada pra rua.
  - Droga. – disse pra mim mesma. Voltei lá mancando por conta de um salto maior que o outro.
  Chegando lá me surpreendi ao ver quem o segurava. Era um rapaz alto, bonito, olhos que brilhavam com a luz da lua e cabelos escuros.
  - Vocês princesas não aprendem mesmo, né? – ele sorriu gentil. Eu fiquei pasma abraçando meu corpo e admirando aquele corpo que dava pra ver por conta da camiseta branca molhada. Ele se aproximou de mim devagar e se agachou na minha frente. Ele colocou o joelho no chão e abaixou ao ponto de ficar aos meus pés, literalmente. Ele encaixou o salto no meu pé de novo e levantou. Ele sorriu gentil. – , prazer. – ele estendeu a mão pra mim. Eu tirei uma mão do meu braço e apertei a dele.
  - – ele sorriu.
  - Então Cinderela, posso te dar uma carona ou eu vou ter que te acompanhar andando mesmo? – ele coçou a nuca e eu sorri.
  - Ok, eu vou aceitar se não tenho escolha. – eu sei que é totalmente errado fazer isso. Não faça isso. Só que eu sempre fui uma pessoa MUITO romântica e eu sonhei diversas vezes esse momento, o momento de alguém colocar um sapatinho meu! E eu sei que isso é totalmente errado, mas... E se não fosse errado. E se for certo eu ir com esse cara.
  Eu acompanhei ele até o carro dele. Era bonito, mas eu nunca entendi muito de carros mesmo.
  , ao contrário do que pensei, foi um perfeito cavalheiro. Vez ou outra ele puxava assunto e sempre era gentil. Me deixou direto em casa, na porta.
  - Obrigada pela carona. – eu disse quando estávamos na porta da minha casa na qual tinha uma calha que não deixava a chuva me molhar, mas não teve essa sorte.
  - Que isso. A gente podia fazer isso de novo, dessa vez num encontro – ele sugeriu. Suspirei, encarei aqueles lindos olhos . A ideia de aceitar passou pela minha cabeça... Não, você nem conhece esse cara... Esse cara lindo, perfeito... Mas NÃO!
  - , você foi muito gentil com a carona e com o meu sapato, – olhei pros meus pés e ele me acompanhou – mas eu não estou afim de compromissos. Não agora, pelo menos. A minha vida tá muito corrida, e eu não preciso de outro peso. – eu fui muito rude?
  - Sem problemas Cinderela. Me deixe ver seu celular – hesitei. Isso foi estranho – Vamos, eu não vou sair correndo. – eu entreguei a ele e ele o desbloqueou. Fez alguma coisa nele, virou para si mesmo tirando uma foto e me devolveu – Me liga quando precisar. Qualquer coisa mesmo. Mesmo que seja só pra pegar uma pizza – ele sorriu. Ele se aproximou lentamente de mim, tocou com a ponta dos dedos o meu braço e deu um longo e doce beijo na minha bochecha. Eu nem me mexi. Pode parecer loucura, mas esse foi o melhor beijo da minha vida. Mesmo não sendo, de fato, um beijo. – Adeus . – ele tocou minha bochecha com um dedo e sorriu.
  Fez seu caminho até seu carro e eu apenas encarava seus movimentos. Ele buzinou duas vezes antes de sair. Só quando ele foi, eu entrei. Fechei a porta atrás de mim e encostei meu corpo na mesma.
  - Uau! – sussurrei pra mim mesma. Isso foi perfeito. Caralho, um garoto bonito, não que meus ex-namorados não fossem bonitos, mas UAU, ele arrumou meu sapato, isso é estranho de falar, mas ele foi tão meigo. Eu sei que devia ligar pra ele agora, mas tem alguns problemas.
  1º – eu acabei de terminar um relacionamento.
  2º – o meu chefe gostoso, pelo qual sempre fui afim deu em cima de mim.
  3º – eu a amo, mas ela sempre teve essa mania de querer o que eu tenho. Se ela não estiver namorando e eu sim, ela dá em cima do MEU namorado.
  4º – meu ex-namorado que não larga do meu pé e provavelmente vai começar a perseguir o . Ele fez isso com o , por isso terminamos.
  Não sei de estaria pronto pra lidar com a minha vida problemática. Mas em uma coisa a estava certa, eu realmente devia sair mais.

Capítulo 2

  Passei a noite inteira pensando em , , , , ... e foi quando um nome surgiu na minha cabeça. Eu acho que conseguiria me livrar de um dos meus problemas. , o melhor amigo de . Era isso. sempre foi vidrada nesses meninos fofos e... era bem bonito.
  - É isso – disse a mim mesma sentando na minha cama. Levei minha mão a minha cômoda pegando o meu celular e comecei a procurar pelos contatos o nome de . Quando finalmente o achei o coloquei no ouvido.
  - Alo? – a voz doce e afinada de atendeu o telefone.
  - ? Oi, aqui é a , lembra? – perguntei sorrindo.
  - Quem não se lembra de mulheres lindas? – eu ri – Tudo certo ?
  - Tudo sim, . Tá namorando? – perguntei direta e ouvi uma gargalhada do outro lado da linha.
  - , estou lisonjeado. Mas você é a ex-namorada do meu amigo. Pega mal. – ele respondeu rindo.
  - Não é pra mim, seu bobo. É pra minha amiga – eu disse rindo. Ele soltou um ‘Ah’ e eu ri de novo.
  - Como ela é?   - Alta, bonita, inteligente, engraçada, um olhar sincero mas... É bem safada. Ah, e tem curvas lindas – eu a descrevia.
  - Legal. Qual o nome?   - . Vem aqui no fim de semana e eu apresento vocês.
  Conversamos mais alguns minutos. Eu não iria liga pro , mas pelo menos eu ia ver a única pessoa que eu amo e que me faz continuar nessa vida, feliz.
  Pulei pra fora da cama e fui pro meu armário.
  Abri o mesmo pegando um salto alto preto, uma saia de cintura alta preta e uma blusa social branca.
  Chegando ao trabalho fui direto a minha sala. Peguei uma pasta e logo saí em direção à sala de . Tinha uns papéis que ele tinha que assinar.
  - , eu trouxe uns arquivos que você precisa assinar e... – me surpreendi quando sala e ele estava chorando olhando um porta retrato. – ? O que houve?
  - Ela foi embora, . – ele começou a andar até mim, coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
  - A Taylor? – perguntei já sabendo a resposta.
  - O que eu fiz, ? – ele então fez algo que me surpreendeu... Ele... Me abraçou?
  - Tudo bem, . Vai ficar tudo bem – eu o retribuía o abraço do melhor modo que eu podia. Ou do melhor modo que eu conseguia. Porque eu poderia fazer algo que depois eu iria me arrepender.
  - Eu só tenho você agora. – ele me apertava muito forte.
  - Tudo bem, – eu olhei nos olhos dele. Ele foi aproximando os nossos rostos e quase grudou nossos lábios, se eu não o impedisse – !
  - O que? – ele perguntou chorando.
  - Isso não é certo – disse
  - Por quê? Eu não tenho mais ninguém e... Eu... Eu gosto muito de você – ele disse acariciando os meus cabelos.
  - ... Não é certo porque... Porque – e de repente saiu. Eu não sabia o que fazer então o fiz – Porque eu tenho um namorado – eu soltei e ele me olhou confuso – É, eu o conheci há algum tempo e decidimos passar uma fase ontem – eu continuava a mentir – O nome dele é... – eu disse. Eu sei, eu sei. Podem me xingar – – eu disse.
  - Ah, então... Me desculpe – ele me soltou do abraço e me olhou no fundo dos olhos. – Eu adoraria conhecê-lo – eu não sei o que eu fiz, acho que arregalei os olhos quando ele disse isso – Na festa de fim de ano da Vogue e da Victoria Secrets. Você vai com ele, certo?
  - Sim, claro. Eu adoraria que vocês se conheçam – eu continuava. O que mais eu podia fazer? Tudo bem, o meu chefe gostoso ia me beijar. Mas e se ele só estivesse querendo consolo e depois até me despedisse se as coisas ficassem desconfortáveis? mesmo disse que qualquer coisa era eu ligar pra ele. Será que ele me ajudará?
  - Ótimo. – ele disse fungando.
  - Ótimo. – eu disse colocando as pastas que antes havia deixado na cadeira na mesa dele e o encarando – Assina isso e depois me dá. – eu disse e ele sorriu irônico.
  - Claro. – ele disse.
  Saí daquela sala e fui em direção a minha mesma.
  - Merda – eu disse a mim mesma.

Capítulo 3

  Eu nem vi a hoje. Foda-se. Eu só precisaria falar com ela no fim de semana. E dessa vez é sério. Ela e o precisam ficar, caso não, ela vai dar em cima do meu... Quer dizer... Ela vai dar em cima do .
  Peguei o meu telefone quando cheguei em casa e fiquei encarando aquele aparelho quase uma hora. Criei coragem e peguei aquele aparelho. Disquei o numero, que, por sinal, já havia decorado e levei ele ao meu ouvido.
  - Alô? – ouvi aquela voz rouca de e, sem saber por que, sorri.
  - ? Eu não sei se lembra de mim. É a... – eu iria continuar, mas ele me interrompeu rapidamente.
  - , minha Cinderela. Como esquecer essa voz tão doce? – ele disse e eu gostei disso. Gostei dele se lembrar de mim.
  - É... Você disse que qualquer coisa era pra te ligar... Bom...
  - , tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – levei minhas mãos aos meus cabelos e os levei pra trás. Mania.
  - Pode vir na minha casa?
  - Claro. Chego aí em cinco minutos.
  - Obrigada – eu disse sincera. Desliguei o telefone.
  Como posso descrever esses cinco minutos? Bom, eu fiquei andando de um lado pro outro sem parar até ouvir aquela bendita campainha. Corri até a porta e vi com as mãos nos bolsos. Camisa polo branca, jaqueta de couro preta e calça jeans também preta. Legal.
  - Oi. – ele disse dando um sorriso de lado.
  - Oi. – respondi colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, dei espaço pra ele entrar e ele logo o fez.
  - Qual o problema? – apontei com a cabeça o sofá pra ele. Ele foi até ele e se sentou. Eu fiquei de pé o olhando com os braços cruzados.
  - Eu fiz besteira. – eu disse e ele levantou as sobrancelhas.
  - Fala – ele passou as mãos nos joelhos. Ele parecia... Nervoso?
  - Eu... bom, – eu me sentei do lado dele - o meu chefe... A esposa dele o abandonou, – ele olhou triste pra mim - eu dei um pouco de apoio, mas eu acho que ele entendeu errado... – dei uma pausa e olhei pra ele – Ele tentou me beijar e eu só saí sem ser demitida porque eu falei que tinha um namorado – engoli seco – e o nome do namorado que eu falei era... – outra pausa – – ele arregalou os olhos e esboçou um pequeno sorriso. – E isso não seria um problema... Se o meu chefe não tivesse pedido pra mim levar o meu namorado pra festa que a Vogue, onde eu trabalho, e a Victoria Secrets vão fazer em união. E agora eu te peço: – peguei a mão dele com a ponta dos dedos e olhei no fundo dos olhos dele e disse suspirando – Você fingiria ser meu namorado?
  - Olha, eu não sei se entendi direito... Quer sair comigo? – ele perguntou sarcástico. Eu suspirei – Ok. Eu vou. – ele disse e, pela primeira vez no dia, eu pude respirar direito.
  - Obrigado – eu disse.
  - Me mudo hoje à noite. – ele disse sorrindo e eu juntei as sobrancelhas confusa.
  - O que? – ele disse mudar?
  - Ah, claro. Minha condição é eu vir morar com a minha namorada – ele disse sorrindo.
  - O QUE?
  - É claro. Eu faço as coisas certas – ele disse sério – E seremos vistos por todos, não só seu chefe, como namorado e namorada. Meus amigos, seus amigos. Minha família, sua família. – eu bufei. Ele não podia estar falando sério.
  - Olha, eu nem te conheço. – eu disse dando a voz da razão.
  - Ah, não tem problema. Tenho certeza que vamos nos conhecer bem. – ele disse.
  Bufei. Que idiota. Cadê o que colocou um sapato no meu pé, que me beijou na chuva e me deixou em casa?
  - Ok, mas eu e você não estamos namorando. Você fica aqui até a festa que vai ser daqui a duas semanas. E depois eu e você vamos ‘terminar’. OK?
  - Claro, amor. – ele sorriu e me abraçou pela cintura – Bom, vou fazer as malas. Já volto, minha linda. – ele beijou minha bochecha e se levantou saindo pela porta. Eu só podia ter ficado louca mesmo.
  - ! – eu gritei e ele apareceu de novo na porta – Tenho um ex-namorado que não me deixa em paz. Tem como não comentar com todo mundo? É pro seu bem. – eu disse e ele riu.
  - Não se preocupe.
  Caralho! Eu fiz merda? Porra, eu simplesmente chamei, praticamente, um estranho pra dormir na minha casa! Que merda! Merda! Merda! Merda! Porra!
  Ok, chega de palavrões.
  , ou o Estranho, como eu o chamei, entrou pela porta com a porra de uma mala no ombro. Sorriu pra mim, colocou a mochila do lado da escada e se jogou ao meu lado.
  - Oi, amor – ele disse sorrindo e eu bufei – Fica tão linda bravinha – ele apertou minha bochecha – Sabe, eu estava pensando, por que não chama seu chefe pra jantar aqui sexta? Daqui a dois dias já vai ter dado pra mim me instalar – ele até que deu uma boa ideia.
  - Eu vou ver o que eu faço. – me levantei do sofá e peguei a mochila dele – Chão ou sofá? – perguntei subindo as escadas com a mochila dele.
  -Embora o seu chão pareça ótimo e o sofá extremamente confortável, que tal uma cama? – ri alto irônica e debochada.
  - Querido, acabei de chamar um estranho pra dormir na minha casa. Realmente acha que eu vou deixar você dormir na mesma cama que eu? – perguntas retóricas sempre foram meu forte.
  Abri a mochila dele quando estava no meu quarto, apoiando-a na cama. Algumas camisetas, calças e ah, as cuecas dele. Droga. Abri meu armário e empurrei todas as minhas roupas penduradas pelos cabides para o lado e coloquei todas as calças e blusas dele nos cabides que haviam restado.
  - ! – gritei.
  - Hã? – levei um susto ao vê-lo do meu lado
  - Que susto, droga. – levei a mão ao peito tentando acalmar os batimentos – O jantar pode ser amanha à noite?
  - Claro. – colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. Não posso negar que isso foi fofo. Virei a cabeça pro lado envergonhada. Ele pegou a minha mão e a levou para o peito dele, eu pude sentir aquele coração batendo fortemente. Ah, como era bom sentir isso. Parecia uma sinfonia, aqueles batimentos. – Sei que acha que eu vir pra cá foi um erro – virei a cabeça pro lado, o que não impediu de virar a minha cabeça levemente pela mandíbula, me fazendo-o encara-lo. – Mas eu não sou má pessoa. Eu juro pra você que não vou fazer nada pra te desrespeitar ou que possa te prejudicar. – ele tirou minha mão do peito dele pela ponta dos dedos e a colocou no meio das duas mãos dele. – Deixa que eu arrumo isso – ele pegou a mala colocando uma a uma no cabide.
  - Ah... – Graças a Deus a minha voz não falhou – Você é alérgico a alguma coisa? – perguntei.
  - Não. – ele sorriu.

  - Que bom, mas eu geralmente não tenho tempo pra cozinha. Champanhe e morangos? – perguntei e ele riu alto.
  - Ok, chefe – ele zombou alto.
  Desci as escadas correndo em direção a cozinha. Peguei uma tigela cheia de MUITOS morangos, MESMO. E duas taças de champanhe e duas de vinho. Peguei uma toalha de mesa quadriculada e a coloquei no chão da sala. Peguei uma garrafa de champanhe da minha pequena geladeira só pra champanhe. Tinha uma de champanhe e uma de vinhos. Vinho! Boa ideia. Peguei uma das minhas garrafas e uma tábua de queijo. Me sentei com as pernas esticadas e peguei um cubo daquele suculento queijo. Liguei a TV e parei no filme Pretty Woman(Uma linda Mulher)! Ah, como eu amo esse filme! Era a parte que ela foi fazer compras, quando ela esnoba as lojistas. Minha cena favorita de toda a história do cinema. Porque misturava tudo que eu gostava que era bom: roupas, dinheiro, amor e comédia. Comecei a rir. Minha risada escandalosa foi interrompida por que descia as escadas correndo só de camiseta branca e uma box azul. Ele se sentou do meu lado e abriu o vinho, encheu a taça até a metade.
  - Eu adoro esse filme. – ele disse olhando a tela – Pretty Woman, certo?
  - Sim... Você gosta? – juntei as sobrancelhas em tom de dúvida.
  - Claro. Eu sou meio muito romântico. – ele disse.
  - Hum.
  - Impressionada? – perguntou.
  - Muito – eu disse sincera bebendo um gole do meu champanhe e levei um morango a boca.
  Olhei pra que colocava muita comida na boa.
  - Olha você é a melhor ‘não cozinheira’ que eu já vi – ele disse com a bochecha cheia de queijos e morangos. Eu ri. – É sério – ele disse rindo.
  - Obrigada, Sr. – eu disse degustando meu champanhe.
  Ele sorriu pra mim. Que sorriso lindo.
  Desviei meu olhar do dele e me concentrei no filme. Talvez não tenha sido tão ruim o vir morar aqui.

Capítulo 4

  Acordei com um aroma muito gostoso. Estranho. Eu não me lembro de ter feito comida ontem. Me espreguicei sentando-me na cama. Pulei pra fora dos lençóis e desci direito com o meu ‘pijama’, que na verdade eram uma camisetinha e uma calcinha branca. Corri escada abaixo e vi no fogão fazendo panquecas. Cocei os olhos e o vi sorrir quando eu cheguei.
  - Bom dia. – ele falou sorrindo.
  - Bom dia – respondi.
  - Viu? Não foi tão ruim eu vir pra cá. – ele disse sorrindo. Cocei meus cabelos – Tem bacon, ovos mexidos, torradas com geleia de framboesa e vinho. – ele listava e eu olhava pra mesa cheia. Nem eu sabia que tinha tudo isso em casa. –Ah, e claro, waffles e panquecas... Desculpa usar tanto assim, é que eu não sabia o que você comia. – eu poderia me acostumar com isso.
  - Não. Isso parece muito bom. – ele riu.
  - Sente-se – apontou com a espátula pra cadeira.
  - Eu vou trocar de roupa .
  - Não precisa – ele sorriu malicioso e o olhei inconformada.
  - Eu tenho que ir para o trabalho daqui a pouco. Vou me arrumar rapidinho e volto logo.
  Ele afirmou com a cabeça e saí de lá. Fechei a porta atrás de mim e dei um pequeno sorriso. O meu fofo voltou!
  Vesti uma saia de cintura alta roxa escura e uma camisa social branca. Saltos brancos e deixei meus cabelos soltos.
  Desci as escadas e já estava sentado me esperando. Isso foi tão meigo.
  - Oi. – ele disse.
  - Oi. – respondi.
  Me sentei na outra cadeira e comecei a comer os ovos e soltei um gemido em aprovação. Que delicia! Levei meu garfo ao pedaço de bacon, crocante; suspirei. Bebi um gole do vinho e olhei pra ele.
  - Você é oficialmente o meu novo cozinheiro. – eu disse de boca cheia. Ele riu e continuou a comer.
  - Ok. – comecei a comer as panquecas e os waffles.
  - Que horas volta pra casa? – perguntei.
  - Eu trabalho com música então depende... Acho que antes das 19h00 eu chego – ele disse comendo.
  - Ótimo, aí você cozinha o jantar porque eu chego às 19h30. – ele riu. – Toca alguma coisa? – perguntei.
  -Violão e guitarra. E você?
  - Nossa eu amo guitarra! Queria aprender a tocar mas não tem tempo. – eu disse sincera - Mas não, não toco nada.
  - Depois eu te ensino a tocar – ele sorriu pra mim e começou a mastigar. – Eu trabalho pra gravadora Island Records. – ele disse.
  - E eu pra Vogue.
  - É, você disse – ele sorriu sem graça.
  Levei uma torrada a boca. Olhei pra ele e dei um sorriso levantando os ombros.
  - Droga ! - gritei e ele me olhou preocupado – Assim eu vou ficar mais gorda do que sou – ele riu.
  - É cega? Você nunca seria gorda. Você é linda. – ele disse sério e eu o encarei... O que estava acontecendo comigo? Olhei pro meu relógio de pulso.
  - Preciso ir. – fui até o lado de ora e lembrei que teria que ir andando – será que tem como você me dar uma carona? Minha amiga tá com meu carro – eu disse sincera.
  - Claro – ele pegou uma maçã e saiu pela porta comigo. Atraindo a atenção dos vizinhos.
  Ele me deixou no trabalho e foi... foi... acho que pro trabalho dele (?). Ele estava muito gentil... Gosto disso.
  Entrei pela enorme porta de vidro da minha sala e me sentei em minha, tão querida, mesa.
  - Charlotte – chamei a minha secretaria. A mulher dos olhos de uma cor violeta e cabelos ruivos aparecei na porta, sorriu simpática, como de costume. – E u preciso aprovar a nova capa das modelos da Victoria Secret’s. Sabe onde estão essas capas?
  - Ah Senhorita ... Hum, ah deve estar debaixo dos papéis da segunda gaveta – ela apontou. Abri a gaveta e vi os três protótipos de capas.
  - O que acha dessa? Eu acho essa modelo tão linda. – dei sinal pra ela se aproximasse. Mostrei a foto olhando a modelo.
  Era uma modelo loira com algumas mechas fininhas mais escuras no cabelo. Ela tinha um corpo tão perfeito. Corpo que eu um dia gostaria de ter. Os olhos eram , lindos olhos . Usava um conjunto de lingerie preta e rosa choque.
  - Ela é linda. E perto das duas, ela é a vencedora.
  - É você tem razão. Manda pra impressão. Eu quero ela na capa – entreguei o protótipo da capa pra ela – Tem mais alguma coisa?
  - Ah, sim. queria falar com ela – ela disse. Cocei os olhos ouvindo.
  - Ah, vou lá. Também quero falar com ele. – falei ‘tchau’ pra Charlotte e fui em direção a sala de , o que foi? – perguntei na porta da sala dele.
  - Ah, sim. Eu não vou poder ir no photoshoot da Miley Cyrus. Vai no meu lugar – ele disse. Finalmente havíamos conseguido que a popstar Miley Cyrus fizesse um photoshoot.
  - Claro. Ah , e eu pensamos em te convidar para o jantar hoje à noite. - Ele parou o que estava fazendo e me encarou. Um silêncio tomou conta da sala. Eu consegui reparar que ele estava particularmente bonito hoje. Os olhos brilhavam. Os cabelos estavam bagunçados e dava pra ver uma marca roxa no pescoço dele. Será que ele...? Não! Não é possível. A Taylor deixou ele ontem. Não que eu me importe, mas é estranho. Coloquei uma mecha atrás da orelha, cruzei os braços e rezei para aquele momento constrangedor acabar logo.
  - Chego lá às 20h30, obrigada – ele se levantou e se aproximou de mim. Ele chegou bem perto de mim. Eu jurava que ele ia me beijar. Me mexi? Não. – E eu aproveito e vejo se esse menino é bom pra você – ele sussurrou perto do meu rosto. Ele sorriu malicioso me olhando de cima abaixo – Tem que ter jeito pra cuidar de você.
  - Sim! E ele tem. – saí de lá sorrindo só por poder ter deixado ele lá sem reação alguma. Adorei.
  Entrei de novo na minha sala e me surpreendi ao ver encostada na minha mesa me olhando.
  - Oi ! Oh, quer almoçar naquele restaurante que eu e você íamos? – perguntei me referindo ao restaurante lá de baixo, que fazia todo o tipo de comida, eu e íamos lá quase todos os dias, mas por algum motivo paramos.
  - Legal – ela sorriu – Pega a chave do carro. – ela me estendeu a mão com a chave nos dedos e eu a peguei. A guardei no bolso da saia. – , quem é ? – eu fiquei paralisada. Como ela sabia de ?
  - Um amigo do . Por quê?
  - Bom, ele me adicionou no Bate Papo e falou que você queria dar uma de cupido e juntar eu e ele. – ela disse, eu acompanhava os lábios dela se abrindo e fechando. Eu ia matar ele!
  - Desculpa, . É que eu acho que você e ele iriam se dar tão bem. – eu tentei. Mas então percebi que ela estava... feliz? Hã?
  - , eu saí com ele ontem e EU ADOREI ELE! – ela me abraçou rindo.
  - Sério? Que alívio! Achei que estava brava comigo. – disse com os olhos arregalados pela surpresa.
  - , ele é tão lindo e fofo e perfeito e engraçado e inteligente – ela sorria que nem boba – Ah... , quem te trouxe pra cá? Era bonito – fudeu! Ela viu o .
  -Ele é meu... Namorado. – pensei um pouco antes de dizer a palavra. - Eu e ele vamos jantar hoje à noite com o ... Vai lá. – a convidei.
  - Legal! Vou sim! – sorriu.
  - Leva o – cruzei os braços e esbocei um pequeno sorriso.
  - Perfeito. – ela sorriu muito boba e ficou levemente corada. – Vamos, que eu também estou morrendo de fome – ela me puxou pelo pulso pra fora da sala.
  Aí, aí. Como de repente tudo começou a dar certo? Sorri com meus pensamentos.

Capítulo 5

  Minha melhor amiga feliz; Meu chefe na palma da minha mão; Um cara, bom, perfeito na minha casa; Não vejo mais o ; parou de encher a porra do meu saco! E um prato de risoto de camarão e frango. O que mais eu poderia querer?
  - Tipo, ele colocou o salto no sapato e te levou pra casa? – falava com a boca cheia que me fez rir – Que fofo, cara. – ela sorriu.
  -É. Ele é bem fofo. – eu disse olhando o nada. era muito fofo e em vários pontos de vista ele seria considerado perfeito. E ele não namora (eu acho). E parece gostar de mim. Eu realmente tinha sorte.
  - A conta, por favor – pediu para o garçom. Ele se afastou da mesa, ela continuou. – Eu estou louca pra conhecê-lo. – mesmo tendo o , eu não confiava nem um pouco em em relação ao . Se não estiver por perto ou eu... Ela não vai sair do banheiro, porque eu vou tranca-la lá.
  Pagamos a conta e voltamos pra empresa. foi direto pra sua sala e eu fui pra minha. estava na minha sala. Estranho...
  - O que faz aqui? – perguntei. Ele não respondeu.
   se aproximou de mim a passos leves. Chegou perto de mim e começou a beijar o meu pescoço. Fechei os olhos e deixei ele brincar um pouco.
  - , a porta e de vidro. Vão ver. – lembrei-o.
  - Eu não ligo. – ele me segurou pela cintura me virando bruscamente. Me sentou em cima da minha mesa. Começou a abrir os botões da minha blusa e eu coloquei a mão em cima da mão dele. A tirei de lá bruscamente e desci da mesa. – Esse , deve ser importante hein?
  -Eu não traio. – eu disse séria. Nunca cheguei a trair ninguém, não de propósito. Mas... já me traíram... , duas vezes.
  - Um beijo. – pediu. Colocou o dedo na frente da boca – Nosso pequeno segredinho. – ele aproximou de mim lentamente. Colocou cada mão em cada uma das minhas bochechas, se inclinou levemente, já que ele era mais alto que eu, e me beijou lentamente.
  -Eu vou contar pro – disse me separando dele. – Mas relaxa, nada vai acontecer. – ele saiu de lá e eu o encarava indo embora sorrindo. Fechei o primeiro botão da minha blusa. Me sentei na cadeira e afundei as costas na mesma. Peguei o computador e o liguei.
  19h00, acabou finalmente! Guardei minhas coisas, como de costume, e saí direto da empresa. Entrei em meu carro que não via há duas noites. Liguei o rádio e Don’t Stop Me Now do Queen começou a tocar.
  - DOOON’T STOOOP MEEEE NOOOW! – comecei a gritar no carro. Eu sei. Doida. Mas eu AMO essa música mais do que minha própria vida... Ok, talvez nem tanto.
  Cheguei em casa no tempo previsto, 19h30. Entrei em casa sem pressa nenhuma. Foi quando estava deixando a chave na pequena mesinha que eu deixava ao lado da porta, que vi cortando algo que pareciam cenouras na minha tabua de cortar. E, se me permitem dizer, ele estava MUITO sexy. Só precisei deixar as chaves caírem no pote em cima da mesinha para que aqueles olhos se voltassem pra mim. Ele sorriu e eu tenho que admitir que senti minhas pernas tremerem levemente. Me aproximei da cozinha e me debrucei no balcão o encarando.
  - Seu chefe... Como é o nome dele mesmo? – ele sorriu sem graça. Peguei uma maçã na minha fruteira e quando quase fui mordê-la, ele tirou da minha mão me olhando censurado. – Espere até o jantar. – ele disse apontando o dedo no meu rosto. – Ele vai vir?
  - , o nome dele é . E sim, ele vai vir. – disse pegando a maçã da mão dele novamente e mordendo-a bem na cara dele, só de raiva. Ele não aguentou e acabou rindo da minha atitude infantil.
  - Ok, querida – ele sorriu malicioso e eu dei um tapa no braço dele – Aí! – levou a mão ao braço e me encarou rindo – Como nos conhecemos?
  - Do modo que aconteceu. – disse o olhando como se fosse óbvio.
  - Tipo, eu coloquei o sapato em você? – ele me encarou raspando com a faca a tábua, assim jogando todas as cenouras na panela.
  - É. – respondi mordendo de novo a maçã e recebendo outro olhar censurado dele – Calma... Ah, eu chamei dois amigos pro jantar, assim não fica constrangedor. Eu chamei minha melhor amiga e o novo ‘ficante futuro namorado dela’ – disse fazendo aspas no ar.
  - Ok – ele sorriu.
  - Sério? – ele afirmou com a cabeça. Olhei pra ele, ele me olhava com uma duvida no olhar – É que a maioria dos caras iriam ficar bravos. O meu ex certamente ficaria.
  - Eu não sou que nem todos os caras – ele me encarou.
  - É, estou começando a perceber isso. – joguei a maçã no lixo. Me virei sentindo o olhar dele sobre mim – Vou tomar banho. – subi as escadas correndo.
  Cheguei ao meu quarto e fechei a porta atrás de mim. Peguei uma toalha e separei um par de, claro, saltos brancos, scarpins na verdade e um vestido braço balonê tomara-que-caia. Entrei em meu banheiro. Liguei o chuveiro e senti como se um peso saísse de mim quando meu corpo nu tocou a água. Parecia que todos os dramas e complicações que tive que lidar nessa semana, simplesmente, tinham sumido. Fiquei uns cinco minutos lá. E ficaria mais se eu não tivesse ouvido gritar um ‘aí!’ muito alto. Me enrolei na toalha rapidamente e corri pra fora do banheiro. Chegando à cozinha vi segurando com força uma toalha em uma das mãos.
  - ? O que aconteceu? – perguntei preocupada e vi uma expressão de dor no rosto dele e foi como se meu coração se partisse ao meio só de vê-lo sofrer. Me aproximei dele encarando-o e ele fez o mesmo.
  - Nada, eu cortei meu dedo – ele tirou a toalha e eu pude ver o corte. Não foi grande, mas parecia profundo.
  - Droga, tem uns curativos em uma caixa, no armário aí de baixo – apontei pro armário no corredor que separava a sala da cozinha – Pega aqui – ele foi se aproximando de mim.
  - Aperte com força – ele me deu a mão com a toalha. E eu apertei, como ele pediu, com força a toalha. Ele me olhou no fundo dos olhos e eu, novamente, senti as pernas tremerem. Ele desviou o olhar, caminhou até o corredor e eu tive que segui-lo. Ele abriu o armário branco e pegou um pequeno pano e bandagens. Foi até o sofá da sala e se sentou. Me sentei ao seu lado.
  - Dê pra mim. – ele colocou a mão em cima da minha coxa que estava TODA de fora, porque eu estava só de toalha. Ele não conseguiu evitar dar uma ou duas olhadas pros meus seios. Peguei a mão dele com cuidado, enrolei o pano com toda a delicadeza do mundo o dedo dele. Meu olhar estava focalizado no machucado mas o de acompanhava o meu rosto, o que me fez corar levemente. Passei as bandagens pelo pano e logo depois estava prontinho – É isso, pelo menos não infecciona. – esbocei um pequeno sorriso e ele ainda me encarava.
  - Obrigada. – ele disse sério.
  - Que isso. – dei um sorriso – Desastrado. – dei um tapa no braço dele e ele riu levemente.
  - Posso lhe perguntar uma coisa? – afirmei com a cabeça – Por que desceu correndo, só de me ouvir gritar?
  - Bom, eu achei que tinha acontecido algo importante e eu me importo com... – se eu falasse que eu me preocupava com ele, ele iria pensar que eu gosto dele... e eu não gosto! – os meus amigos – disse por final.
  - Ok, termine de se arrumar – ele disse dando um meio sorriso – Feliz de sermos amigos – ele pegou minha mão com a mão que não estava machucada e acariciou com o polegar meus dedos. Sorriu levemente. Me levantei ao mesmo que ele e isso fez com que esbarrássemos. Sorrimos cúmplices e subi as escadas novamente. Me tranquei no quarto. Respirei fundo. Não demorei mais que 30 minutos pra ficar toda pronta. Passei na frente da janela que ia do teto até uns dois centímetros do chão, eu geralmente ficava sentada lá, várias vezes, consegui ver o Porshe preto de estacionado na frente da minha casa. Consegui ouvir o barulho da campainha soar pela casa. Era agora e eu não estava pronta.

Capítulo 6

  Desci as escadas e consegui ver apertar a mão de sorrindo e estava sério. Mas, por alguma razão, quando me viram o sorriso dos dois se espalharam pelo sorriso dos dois. Encostei o salto no chão e me ergueu um buque de rosas vermelhas pra mim. Peguei-as e olhei pra que deu de ombros.
  - Obrigada, . – agradeci e apontei pra sala de estar. e eu nos sentamos no sofá e na pequena poltrona ao lado do sofá.
  - Então, não vamos comer? – juntou as sobrancelhas em tom de dúvida.
  - Sim, mas vamos esperar e – disse e sorriu sem graça.
  - ? A moça da contabilidade? – ele riu debochando de . Idiota!
  - A moça da contabilidade por acaso também é minha melhor amiga e quero apresentá-la ao meu namorado, . – passei a mão sobre o ombro de – Agradeço se não falar mal dela – olhei pra .
  - Desculpa. – ele levantou os ombros.
  Ouvimos uma risada escandalosa vinda do lado de fora e vi pela janela e se aproximando da porta.
  A campainha não demorou a tocar. Abri a porta e vimos ela e ele entrando pela porta. olhou pra todos e olhou pra . Pegou minha mão e me beijou na bochecha. Fiz o mesmo com .
  Todos nós nos sentamos na minha mesa de jantar. vez ou outra sussurrava no ouvido de e essa ria alto. E eu sentia constantemente o olhar de ou de sobre mim. Quando todos tínhamos acabado de comer, a conversa, constrangedora, começou.
  - Então... – começou – Há quanto tempo se conhecem? – olhei pra que começou.   -Bom, na verdade nos conhecemos quando eu tinha 17 anos e ela tinha... – PORRA! Eu nem me lembrei de perguntar quantos anos ele tem. MERDA!
  - 16 – eu não sei o porquê de ter dito isso. Foi o primeiro número que veio na minha cabeça. Já que não parecia ser MUITO mais velho que eu e com certeza não parecia mais novo que eu.
  - E ficamos amigos e tal. Mas esse ano... – ele colocou a mão em cima da minha e a segurou acariciando com o polegar minha mão – Decidimos dar um passo a frente. Certo querida? – sorriu.
  - Certo! – disse sorrindo. Pude ver que olhava para as nossas mãos. Tossi tirando a atenção dele.
  - Bom, então já se conhecem a bastante tempo. Já que tem 23. Tem 24 ? – perguntou pra que sorriu pra mim.
  - 25, na verdade – ele olhou pra mim e sorriu. Então ele era dois anos mais velho que eu. Isso pode ser bom.
  - Hum – disse compreendendo – Trabalha com o que ?
  - Música. – ele disse sincero.
  - Então toca alguma coisa, eu suponho? – eu estou louca ou parecia bem interessado?
  - Sim, sei um pouco de baixo, mas toco de verdade guitarra e violão... E canto um pouco. – ele disse me olhando.
  - Bom – disse .   - Vou ao banheiro. – disse se levantando – , vai comigo?
  - Aham – afirmei. Levantei-me sentindo o olhar de todos sobre mim – , por que não pega a torta de maçã? –sugeri passando a mão no ombro de .
  - Claro – sorriu.
  - , tudo está ótimo. – disse . Ri alto.
  - Na verdade, que cozinhou – disse sincera vendo os olhos de todos se abrindo levemente.
  - Nossa! – disse – Vamos!
  Saímos de lá e quando chegamos ao banheiro. Ela agarrou minha mão e nos trancou lá dentro.
  - VOCÊ CONHECE ELE HÁ 10 ANOS E SÓ ME APRESENTA AGORA? – ela gritou brava.
  - , calma é que...
  - CALMA NADA ! EU SOU SUA MELHOR AMIGA E EU TENHO DIREITO DE SABER DISSO – ela disse me interrompendo. Eu nunca a tinha visto tão brava. Seus olhos estavam levemente marejados e isso partiu meu coração. Eu não pensei em outra coisa, ao não ser a verdade... A VERDADE SOBRE ELA! Não sobre mim e .
  - , eu não te contei sobre o porque fiquei com medo de você dar em cima dele, que nem você deu em cima do e do . – disse rápido e fechei os olhos quando acabei de fala. Vi os olhos e a boca dela se abrirem totalmente. Acho que ninguém nunca tinha dito isso pra ela.
  - Eu... Eu... Eu não acredito – os olhos dela estavam se enchendo aos poucos – Desculpa, . Não foi por mal. – puxei ela pelos ombros e a abracei.
  - Eu sei amiga. Eu gosto muito desse aí. E sei que você poderia fazer sem perceber. – ela afundou a cabeça no meu ombro e eu a ouvi fungar – Vem, fez uma torta de maçã e vamos comer com sorvete! – bati palminhas infantis. Ela riu.
  Saímos de lá com os braços dados e chegamos lá vendo os quatro comendo a torta e o sorvete em silencio. Todos sorriram quando nos viram chegando.
  - Que bom que voltou, amor – disse e eu sorri cúmplice pra ele.
  Comemos a sobremesa e depois fomos direto pra sala. , e se sentaram no sofá. na poltrona do lado direito do sofá e eu no lado esquerdo.
  -GENTE! Eu tive um ideia! – disse – Vamos brincar de ‘Eu Nunca’?
  - Somos adultos de 24, 25 anos e você quer brincar de uma coisa que brincávamos na época do colégio? – perguntou . Olhou pra mim e sorriu malicioso – Na verdade, minha cara... Isso pode ser interessante.
  Então fizemos. Todos nós nos sentamos em um circulo no chão. e eu pegamos cinco taças de vinho e todos tomávamos enquanto jogávamos. Também pegamos cinco copos cheios de vodca para o jogo.
  - Ok, eu nunca fiz sexo a três – disse . , e viraram o copo. Eu e olhamos pros três e que deram de ombros.
  - Eu nunca fiz nada relacionado a sadomasoquismo – disse . Fechei os olhos e virei o copo sobre o olhar de todos sobre mim. Sim, eu fiz isso. E foi com . Tipo, agente estava no meio do sexo e ele sugeriu de me prender nas grades da cama. E eu não neguei.
  -Eu nunca beijei alguém enquanto namorava – sorriu maldoso olhando pra mim. Dei de ombros e virei o copo na companhia de .
  - Eu nunca tentei dormir com alguém um dia depois de levar um fora – disse olhando pra , que foi o único que virou o copo.
  -Eu nunca fiquei com alguém do mesmo sexo que eu – disse . virou o copo e também. O de eu já sabia, mas o de me surpreendeu.
  Jogamos até dar mais ou menos 23h05. E foi quando todos foram embora, deixando apenas eu e em cara.
  - Melhor do que esperava – disse lavando a louça enquanto recolhia os copos e talheres usados.
  - Que lance do foi aquele? – perguntou me encarando. Enxuguei as mãos e o encarei com uma mão na bancada.
  - me beijou hoje – disse num suspiro. Ele não demonstrou nenhuma reação.
  - Oh, desculpe – ele disse ainda sem mostrar nenhuma expressão facial.
  -... é... foi só um beijo. Ele iria transformar em algo muito pior, mas eu parei ele. – tentava me explicar desesperadamente.
  - , não tem problema. Não namoramos de verdade. – ele disse se sentando no banco perto da bancada. Eu estava a menos de meio metro de distância dele. Eu podia sentir aquele perfume intoxicante invadir meu nariz. Era muito bom, era um mix de cheiro de terra molhada e perfume masculino. Como seria ter esse cheiro tão gostoso perto de você? E esse corpo grudado no seu? E esses lábios tocando os seus? Essas mãos apertando com força o meu corpo contra o dele e... PARA! Isso tá ficando estranho . Igual a ele. Eu nem o conheço. – São só 23h30 – ele olhou o relógio. – Quer sair? – ele me perguntou.
  - Tipo, um encontro? – pensei alto. Não que eu queria sair com ele, mas tipo... AH VOCÊS ENTENDERAM.
  - Não... – ele olhou pros meus olhos. – Só dois amigos saindo e tentando se conhecer melhor. Tá passando filme bom essas horas no cinema – disse ele. Olhei pra ele e depois pra razão.
  - Não dá pra conversar no cinema – lembrei-o.
  -É, mas tem as lanchonetes abertas 24h, podemos ir lá – sugeriu.
  - Ok – cedi – Vou trocar de roupa – fui em direção ao meu quarto.
  Peguei uma regata branca e uma calça jeans. Prendi meu cabelo em um coque solto e vi apenas colocando uma jaqueta de couro marrom escuro.
  - Pronta? – sorri ao ouvi-lo falar comigo.
  - Pronta! – respondi.
  Fomos no carro do até um cinema. É, eu sei que eu quase nunca saía. Mas, eu também não sei porque saí. Chegando ao cinema (sim, foi no mesmo cinema que fui com ), compramos dois ingressos pra uma comedia romântica chamada When In Rome (Quando em Roma). Nos sentamos lá e começamos a ver o filme. Esse foi melhor do que eu vi com . Era engraçado e romântico. Perfeito! Foi quando estava na parte mais linda, quando eles quase estavam se casando, que eu coloquei a mão dentro do balde de pipoca que a mão de foi ao mesmo tempo e lugar que a minha, fazendo as duas se tocarem. Ele olhou pra mim e eu pra ele. Esbocei um pequeno sorriso e tirei a mão de lá. Eu toquei aquela mão (isso soou que nem uma menininha de 13 anos que havia acabado de tocas a mão de alguém que ela gostasse)!
  O filme não demorou que nem o outro e quando era 1h23 já estávamos do lado de fora procurando uma lanchonete aberta. Vimos a mais clichê de todas, McDonalds. pegou uma batata frita grande com cheddar em cima e iríamos dividi-la.
  - Então, senhorita – ele começou – Me conte algo sobre você – pediu.
  - O que quer saber senhor ? – perguntei imitando-o.
  - Sei lá. Uma coisa que ninguém saiba. Nem a – pediu dando de ombros. Parei um pouco e pensei. Havia uma coisa, mas eu não sei se deveria contar pra ele. Tipo, era pesada. Mas algo me dizia que podia confiar nele. Que tudo daria certo.
  - Bom... Quando eu tinha 14 anos eu fui sequestrada e meus pais morreram tentando me pegar de volta – disse colocando uma batata grita na boca.
  - Meu Deus! Me desculpe... Eu não sabia – ele disse sério e com um olhar triste nos olhos .
  - Tudo bem. Isso foi há muito tempo – disse.
  - Bom, a minha mãe também morreu, quando eu tinha 17 anos – ele disse e eu o olhei preocupada.
  - Meus pêsames – disse sincera.
  -Algo mais feliz – pediu. Parei pra pensar em algo que não sabia e que ninguém mais saiba, só eu.
  - Bom, no meu aniversario de 18 anos eu viajei de carro pra Las Vegas. – disse sorrindo – Eu não me lembro de nada dessa viagem, ao não ser de eu acordado totalmente nua em uma praia na Califórnia – disse rindo e ele riu comigo.
  - Totalmente nua? – ele perguntou rindo.
  - Não, na verdade eu estava com um par de all-star cano baixo rosa claro – ele riu muito alto – O lado bom, foi que eu não tive problemas pra arranjar carona – disse rindo e ele cobriu os olhos rindo.
  - Você é louca – disse ele rindo.
  Não ficamos mais de 15 minutos lá. Voltamos pra casa com medo de algo acontecer, porque, afinal de contas, estávamos em Nova Iorque. Entramos em casa. foi em direção à cozinha e ficou sentado na bancada.
  -Eu me diverti hoje, . Obrigada. – disse sincera.
  - Que isso, . – sorriu. Coloquei uma mecha do cabelo atrás da orelha e cruzei os braços.
  - Eu vou lá em cima porque eu... – levei uma mão até a boca e olhei pra como se tivesse pedindo socorro. Ele desceu da bancada e me olhou preocupado. Corri em direção ao banheiro de cima. Dava pra ouvir o barulho dos passos dele me seguindo.
  Chegando ao banheiro, tranquei a porta atrás de mim. A última coisa que queria era que ele me visse desse jeito. Apoiei as duas mãos na pia, uma de cada lado, e coloquei o jantar, a sobremesa e as batatas fritas pra fora. batia na porta desesperadamente enquanto chamava por mim.
  - , abra essa porta agora. – ouvi a voz grave, porém rouca dele pedir.
  Abri a torneira pra disfarçar o barulho. Passei um pouco de água no rosto e na boca. Deixei a torneira ligada, abaixei a tampa da privada e me sentei na privada.
  - ! – continuava batendo na porta. Soltei meus cabelos e, tomando ar, abri a porta. me olhava pra mim preocupado – Está bem?
  - Deve ter sido a bata-t-ta – disse batendo os dentes. levou a mão pra minha testa e depois pra minha bochecha.
  - , você tá queimando eu febre – ele disse preocupado – Vem, é bom se deitar. Amanhã eu ligo pro e digo que você não vai ir trabalhar – ele me guiou até a cama, me deitou nela e cobriu meu corpo. – Sente dor?
  - Sinto no peito e na garganta. – parecia saber o que estava fazendo – Ah, eu estou morrendo de f-f-frio – disse por fim tentando me aquecer com os braços, embaixo da coberta.
  - Quer vomitar? – neguei com a cabeça – Eu vou pegar o termômetro. Onde ele fica?
  - Na mesma caixa que você pegou as bandagens – disse fechando os olhos, suspirei.
  - Ok, já volto – ele sorriu triste. Retribui. Mas o meu não foi de tristeza, mas sim de dor. Saiu pela porta e eu me aconcheguei no cobertor. Estava com tanto frio.
  Era horrível; uma dor de cabeça que parecia que meu cérebro bombeava. Coloquei a mão na testa. entrou no quarto com o termômetro na mão e o colocou na minha boca. Ele se sentou no pé da minha cama e sorriu me encorajando. Fiquei com aquilo na boca até ouvir o barulho do termômetro soar. o pegou e sua expressão ficou, novamente, indecifrável.
  - 39,5 – ele disse me olhando. Suspirei pesado e comecei a tremer embaixo dos cobertores. Coloquei os braços em volta do corpo em uma tentativa, falha, de me aquecer.
  - Que f-f-frio – falei com os dentes batendo. se levantou, mas não conseguiu dar um passo, pois levei a mão no braço dele. Eu também não sei por que fiz isso. Foi como se minha caneta caísse no meio de uma prova. Eu a pegava sem perceber. Não foi diferente com o ; reflexo filho da puta. – É... eu sei que é estranho eu perguntar isso, mas será que você poderia dormir aqui comigo? Eu estou morrendo de frio.
  - Claro – ele sorriu. levantou o cobertor e entrou de baixo dele.
  - Obrigada – virei-me de costas pra ele. Tentei o máximo fechar os olhos, mas senti meu coração bater mais forte quando aqueles braços fortes passaram em volta do meu corpo febril.
  - It makes your li-i-ips, so kissable. And your ki-i-iss, unmissable. Your fingertips so touchable. And your eyes, irresistible. – ele cantou suavemente no meu ouvido. A voz dele era rouca e suave… era perfeita. - I’ve tried to ask myself. Should I see someone else? I wish I knew the answer. But I know if I go now, If I leave and I’m on my own tonight. I’ll never know the answer. Midnight doesn’t last forever. Dark turns to light. Heartache flips my world around. I’m falling down, down, down that’s why… - ele continuou cantando no meu ouvido. No final, eu peguei no sono ouvindo aquela voz.

Capítulo 7

  - Hum… - resmunguei. Eu estava acordada, mas eu estava sentindo um cansaço infernal. Não queria abrir os olhos. Me mexi sentindo que algo se mexeu junto comigo. Abri meus olhos cerrando ele, abraçando meu corpo. Respirei fundo e não consegui muito resultado, pois meu nariz estava entupido. Mas de alguma forma, eu consegue sentir aquele aroma maravilhoso de entrando pelas minhas narinas. Abri totalmente os olhos; os nossos rostos estavam a centímetros de distancia. Ele respirou fundo; sorri levemente ao sentir o peito dele levantando e subindo. Aí que delicia é sentir esse corpo tão perto de mim.
  - Há quanto tempo está me olhando? – ouvi a voz rouca de quem acabou de acordar dele perguntar. Meu rosto começou a queimar, e não foi por causa da febre. Eu devia estar muito vermelha.
  - Acabei de acordar – tossi um pouco e ele abriu os olhos pra ver se eu estava bem.
  - Acho que deve tomar um banho de banheira quentinho – ele disse. Gemi em aprovação. – Precisa de ajuda? – sorriu. Mas não foi um sorriso malicioso, foi mais como um pai se preocupando com a filha.
  - Não. – neguei. Ele saiu da cama primeiro que eu e me deu o braço. Coloquei minha mão no braço dele e ele me guiou até o banheiro. – Não vai trabalhar?
  - Não, hoje não tem ninguém. Só lá pras 18h00 que eu vou sair. – me explicou.
  - Trabalho? – perguntei.
  - Não, eu... vou encontrar alguém – ele me sentou na privada, que já estava com a tampa abaixada e ligou a água da banheira. – Se quiser vomitar, use a privada – reparei, então, que a banheira era mais próxima da privada do que da pia. Afirmei com a cabeça. Ele saiu do banheiro e encostou a porta. Me despi rapidamente e coloque meu corpo na banheira. Ahhhh, como é bom a água quente toca um corpo que esta morrendo de frio.
  Fechei os olhos levemente e me perdi em pensamentos enquanto passava a bucha pelo meu pescoço.
  As imagens de sorrindo invadiram minha mente. A voz sexy dele, quando ele cantou pra mim. O sorriso, os profundos olhos . O aroma dele. Ah, estava literalmente ficando louca. Deve ser a febre. As imagens de foram indo de fofas e gentis para algo gostoso e selvagem. Ele me jogando na cama, beijando o meu pescoço, me penetrando com força e me fazendo implorar por mais. Levei a mão que escrevia pra debaixo d’agua e a levei em direção a minha intimidade, penetrado dois dedos nele.
  - Ah – gemi baixinho. me prensando contra a parede. Eu puxando seus cabelos – – disse um pouco baixo e continuava a penetrar dois dedos na minha intimidade. Levei meu dedão estimulando o clitóris. Quando consegui gozar, abri os olhos. Olhei pros meus dedos e abri a boca. Eu havia acabado de me masturbar pensando em ! Puta que pariu! Fodeu! Como eu vou descer agora e olhar pra cara dele? CARALHO, QUE MERDA QUE EU FIZ!?
  Peguei uma toalha, enrolei meu corpo. Agora eu sentia nojo de entrar naquela banheira. Soltei o meu cabelo, que não havia se molhado, e saí de lá. Que merda!
  Abri meu armário e peguei a primeira roupa que vi. Uma camiseta grande com os símbolos dos Rolling Stones, do Kiss, do Guns ‘N’ Roses, do Queen e dos Beatles que ia até metade das minhas coxas e um shorts de malha curto e justo branco. Me olhei no espelho. Ah, Deus. Eu estou horrível! Olheiras nos meus olhos, minha pele estava seca, minha voz rouca (isso eu até que gostei), meu nariz estava vermelho e meus lábios ressecados.
  Desci as escadas, eu teria que ver O estranho, pelo qual eu havia acabado de me masturbar pensando, uma hora ou outra.
  Ele me olhou desesperado e veio em minha direção.
  - Sente nesse sofá, agora! – ele apontou pro sofá – E tente descansar um pouco. – ele pegou uma manta branca quentinha que eu deixava no sofá e me cobriu com ela. Eu sorri em agradecimento – Você tá bem? Parece preocupada. – eu poderia dizer: ‘Ah, sabe, é que eu acabei de me masturbar pensando e você, e eu estou morrendo de vontade de te agarrar aqui e agora.’
  - Não. A febre – preferi dizer isso. Ele soltou um ‘hum’ como se tivesse compreendendo.
  - Eu fiz mingau. Nada pesado hoje, mocinha. – ele foi em direção à cozinha.
  - Ah, eu odeio mingau! – exclamei.
  - Vai gostar do meu – ele disse convencido.
  Comecei a olhar pela janela e vi que estava nevando. A neve até que chegou cedo, considerando que era 15 de dezembro. Faltava uma semana e um dia pra festa de fim de ano da Vogue com a Victoria’s Secret. Eu teria que ficar com o estranho por mais uma semana e um dia! Arg!
  Me mexi levemente no sofá e senti o meu nariz se entupir. Meu peito estava cheio de catarro. Eu ainda teria que decidir que fantasia iria usar na festa. Talvez de Cinderela... Não! Ou quem sabe vampira. Depois penso nisso... ANOS 20! É! A ÉPOCA DO JAZZ E DA MUSICA BOA! É isso! Gostei!
  Coloquei o braço na testa. se aproximou de mim com uma bandeja na mão. Me sentei e ele colocou no meu colo. se sentou no meu lado e eu levei a colher a boca. O mingau estava bom, doce, mas eu ainda não gosto de mingau.
  - Ainda não gosto de mingau – disse de boca cheia e ele riu.
  - Cala a boca – ele disse rindo – Eu sou um ótimo cozinheiro.
  - Não disse isso. Mas eu ODEIO mingau! – disse. Senti meu estomago se dobrar. Jurei que iria vomitar.
  - Olha, eu sei que é ruim comer coisas que não gostamos, principalmente doentes, mas você esta mal e isso talvez faça você se sentir melhor – disse sorrindo.
  Levantei rapidamente e corri em direção ao banheiro. Me ajoelhei no chão frio do banheiro e apoiei as mãos nos dois lados da privada. Botei o ínicio do mingau pra fora e uma coisa branca que saí do fígado. Ewn. Senti as mãos grandes de segurando meus cabelos para que não os sujassem. Tossi um pouco, com vontade, pra ver se iria sair mais e me levantei indo em direção a pia. Lavei a boca e me virei apoiando as mãos na pia, encarando ele. Ele me olhava preocupado. Funguei, meu nariz estava muito entupido.
  - Meu nariz tá muito ruim. – disse fungando.
  - Vem, eu vou passar Vick no seu peito – ele disse. Arregalei os olhos e ele levantou a mão como se estivesse desistido – Com todo o respeito – ele sorriu.   - Ta – disse rendida. Não posso negar que a ideia de passar algo em meus peitos me pareceu muito excitante. E eu provavelmente me masturbaria de novo pensando nisso mais tarde. Me deitei no sofá, de novo. Ele pegou o pequeno pote de Vick e se sentou em cima das minhas pernas. Eu levantei minha blusa enorme, deixando ele ver meu sutiã rendado preto e minha barriga. Ele tarou meus peitos por alguns segundos e começou a passar o negócio gelado no meu colo. Ele levou as mãos aos meus peitos e os apertou de leve.
  - ... – reprendi ele.
  - Cala a boca – ele se aproximou de mim e começou a beijar o meu pescoço. Nossa, era tão... bom, sentir ele dando leves mordidas no meu pescoço.
  - Ah... – gemi. Levei as mãos ao abdômen dele, puxei ele pela camisa pra mais perto de mim. – ! Eu to doente!
  - Eu não ligo – ele disse entre chupadas no meu pescoço.
  - EU LIGO! – gritei empurrando ele de mim. Ele piscou algumas vezes antes de falar o que pensava. Ele estava com aqueles lábios perfeitos vermelhos e meu pescoço também devia estar. Ele ficou corado. – Não precisa se envergonhar. Eu, eu não quero passar pra você – ele olhou pras minhas mãos, as escondi.
  - Tem cortes nos seus pulsos – ele disse com as sobrancelhas juntas.
  - Má fase no ensino médio – disse mostrando os cortes. – Eu me cortei umas duas vezes, por causa de umas meninas me fizeram me sentir insegura com o meu corpo – eu disse sincera.
  - Acho que não nos conhecemos direito – disse ele sorrindo sem graça – Prazer, – ele esticou a mão pra mim e eu a apertei. – Assim, você pergunta qualquer coisa e eu respondo. O que acha? – Sugeriu. Sorri, me parecia uma ótima ideia.
  - Tem irmãos? – comecei. Ele sorriu levemente.
  - Uma irmã de 10 anos, o nome dela é Amy – ele disse – E você? Irmãos?
  - Dois mais velhos, Bruno e Matheus. – disse. Ele sorriu – Hum... Que dia é seu aniversario?
  - 12 de março – ele sorriu. E o seu?
  - 27 de julho – disse. Ele sorriu de novo. Ajeitei um pouco mais a blusa e respirei fundo. O Vick finalmente começou a mostrar resultado – Uma coisa doida que você já fez – pedi.
  - Bom, com 15 anos eu criei uma conta fake em um site de relacionamento com o nome ‘Danizinha’, um cara começou a perguntar sobre mim e pediu ‘Ah, fala mais de você’ aí eu respondi, ‘Bom, eu trabalho com publicidade e eu sou um hermafrodita, eu tenho pênis e vagina’, – ele disse rindo e eu ri alto.
  - E aí?
  - O cara respondeu, ‘Oh, oh. Como assim publicidade?’ (n/a: Ideia original do Lucas do Vagazoide haha) – ele disse rindo. – E você? Além da ida pra Las Vegas, uma coisa estranha – pediu sorrindo.
  - Bom... eu... tive uma fase ‘cantora’ e eu entrei em uma competição de música. O problema é que eu não sabia cantar e todos riram de mim. Eu cheguei em casa e chorei, mas hoje em dia eu riu disso – disse rindo e ele riu de leve.

Capítulo 8

  Conversamos até as 13h00, eu me sentia bem melhor toda vez que ouvia a voz dele ou o via sorrir. Mas enfim, paramos de conversar por conta de que eu ele precisávamos comer. fez uma canja de galinha e colocou em das canecas. Ficamos sentados no sofá da sala, cobertos pela minha manta e vimos um filme. Ok, ’10 Coisas Que Odeio Em Você’ é o filme mais fofo de todos! Ele riu comigo. Eu me sentia melhor, e nem vomitei. Ignorei todos os meus instintos, me inclinei pro lado e apoiei minha cabeça no peito de . Como era bom poder sentir o peito dele subir e descer lentamente. Ele passou o braço pelas minhas costas e ficamos assim até o fim do filme. Essa foi a melhor sensação que eu já tive.
  Abri meus olhos e vi que estava com as pernas encolhidas no meu sofá e coberta pela minha manta. Me espreguicei e olhei pros lados, procurando . Peguei meu iPhone, 18h15. Eu dormi muito! Me levantei do sofá e subi as escadas devagar. Ele não estava no quarto e nem no meu escritório. Desci as escadas e ele também não estava na cozinha. Abracei meu próprio corpo, na tentativa, inútil, de me aquecer. Estava congelando. Voltei pra sala e vi que a porta estava aberta. Mas eu tinha jurado que estava trancada! Fui até lá, trancando a mesma. Foi então que me lembrei de que havia dito que iria sair às 18h00. E como eu estava dormindo, ele saiu sem me acordar. Tenho que admitir que fiquei curiosa pra saber onde ele havia ido, mas não dei muita importância. Fui correndo escada à cima, caso não tenham percebido, eu tenho mania de subir ou descer escadas correndo.
  Abri o meu armário, abri a gaveta dentro do meu armário e peguei meu pijama que usava no inverno. Uma camiseta com alcinhas e uma calça azul clara e algodão. Peguei também o meu roupão de seda bem clarinho. Coloquei meus chinelo de tecido branco e voltei pra sala.
  Levei minha mão até a mesa de centro, pegando o termômetro que , provavelmente, havia deixado lá.
  Coloquei ele na boca e esperei até o barulho. Quando tocou, tirei-o da boca e vi. 36,5, quem diria, minha temperatura abaixou! Estranho, porque eu não tomei nenhum remédio... Então, como eu poderia estar ficando melhor? E eu geralmente nem durmo direito, como posso dormir tanto e ainda assim estar morrendo de sono? Olhei pra caneca de canja na minha frente e notei que havia um pó branco nele.
  Como?
  Juntei as sobrancelhas e vi que alguém estava tentando abrir a porta. Olhei pra ela e vi colocando o sobretudo dele no cabide que eu deixava ao lado da porta.
  - Oi dorminhoca – ele disse sorrindo.
  - Você me drogou? – perguntei brava. Ele olhou pra mim com uma cara indecifrável. Odeio quando ele faz isso!
  - Não, eu te dei remédios – ele disse sem demonstrar nenhuma expressão.
  - Remédios são drogas e eu preciso saber o que eu estou tomando. É a mesma coisa! – disse brava. Só tem uma coisa nesse mundo que eu odeio, e é mentira. – E eu achando que podia confiar em você! Pra onde você foi?
  - Ver alguém. E eu fiz pelo seu bem – ele disse com a voz um pouco mais alterada. Cerrei os olhos e fiz um bico, mania. Ele suspirou e coçou os olhos.
  - Desculpa – ele disse soprando as palavras. Ele me encarou no fundo dos olhos. Minhas mãos começaram a tremer e eu senti muito frio. Ele, reparando no meu estado, trancou a porta e se aproximou de mim. Ele passou a manta pelas minhas costas enquanto eu o encarava.
  - Não faça de novo – pedi séria. Ele afirmou com a cabeça, sentei de perna de índio no sofá e ele subiu as escadas.
  Comecei a encarar a janela, me perdendo em pensamentos. Eu não sei ao certo o que estou sentindo. era, de fato, atraente e muito gostoso. Mas se for assim, eu já havia dormido com o há tempos. Eu sinto muita atração pelo , mas com o ... Ah, o é fofo e se preocupa comigo e eu me preocupo com ele. era mais uma necessidade sexual; era desejo. Eu precisava de , mas só por uma noite, e, sem isso, eu não vou conseguir ter contato físico com antes disso. E se eu transasse com o e, depois, tentasse algo com ?Não. nunca dormiria comigo, agora que ele sabe que tenho namorado, que não é meu namorado... Ah! Minha vida é muito complicada! Levantei do sofá e subi as escadas, só que dessa vez, devagar.
  Cheguei ao meu quarto e vi olhando pela janela.
  - Eu vou à loja de conveniências comprar umas coisas. Quer ir comigo? – perguntei com os braços cruzados e me encostando à porta.
  - Claro – ele sorriu de leve. – Minha irmã esta no hospital, já faz 2 anos. Todos os dias às 18h00 eu vou ver ela – ele disse sorrindo tristemente. Levantei as sobrancelhas surpresa. E eu achando que ele estava vendo outra mulher... Não que me importe!
  - Oh – disse surpresa. – O que ela tem?
  - Tumor no cérebro – ele disse triste. Vi lágrimas brotarem em seus lindos olhos e uma escorrer, molhando sua bochecha. Me aproximei em passos leves e sequei a lágrima com meu dedo. Ele olhou pra mim e sorriu em gratidão – Obrigado.
  - Não foi nada – respondi sorrindo como se tudo estivesse bem – Quando meus pais morreram, eu só tinha os meus irmãos. Eles moraram um tempo na Califórnia um tempo juntos e eu fui morar com eles. Eu sei, mais do que todos, o quanto irmão são importantes.
  - Ela é tão linda. Devia conhecê-la. Ela iria te adorar. – ele tirou uma carteira do bolso, a abriu e tirou uma foto dela. Me entregou a foto se uma menina muito linda, ela sorriu exageradamente pra câmera, tinha cabelos que faziam ondas e os mesmo olhos de .   - Que linda! – disse sorrindo – É a Amy?
  - É – ele sorriu. Olhei pra ele e vi que não era um sorriso triste ou um sorriso feliz; era dor. Uma dor que eu já tive o prazer de sentir. – Vamos? – afirmei com a cabeça. Pedi licença pra ele, afinal, tinha que me trocar.
  Peguei um sobretudo castanho claro, um vestido de renda preta centímetros mais comprido que o sobretudo, uma meia calça branca e um par de botas cano alto. Prendi o cabelo em uma trança de um lado e saí do quarto. sorriu ao me ver. Que sorriso lindo.

   POV on

  Eu e iríamos em uma loja de conveniências perto da casa dela. Ela desceu as escadas e sorriu levemente. Como ela estava linda; tranças lhe caíam bem. Levantei e peguei minha jaqueta de couro. Saímos de casa e fomos caminhando pelas ruas cheias de neve de Nova Iorque.
  - Então... Dois anos, hum? – ela disse se referindo a Amy. Eu sei que é loucura contar coisas que só eu e meu pai sabíamos para uma mulher que só conhecia há uma semana. Mas, de alguma forma, eu me sinto bem perto de . Ela é linda, carinhosa e engraçada.
  - É. Descobrimos quando ela tinha 8. Eu e meu pai a internamos em um hospital. Meu pai fica lá todos os dias e eu vou lá todas as tardes – sorri levemente. Ela começou a encarar meu rosto e eu, tenho que admitir, fiquei corado. Isso dez ela sorrir convencida. Olhei pra ela. Ela estava tão linda; tinha pequenos flocos de neve nos cabelos dela. Ah que imagem perfeita. A trança parecia que havia sido coberta com pontos de luz por causa do efeito da neve. Era como ver um pôr do sol, era lindo.
  Chegamos à loja de conveniências e ela pegou uma cesta pra colocar as coisas.
  Ela foi em direção a um corredor que só tinha doces e outras porcarias. Ela pegou um saco gigante de KitKat, umas três barras de chocolate, duas cocas de dois litros, manteiga de amendoim, nutella e dois potes de sorvete.
  - R$ 37,90 – disse a mulher do caixa. tirou duas notas de 20 dólares. Pagou a mulher e voltamos pra casa dela.
  Ah, a neve continuava a cais pelos cabelos dela, e eu não queria tirar. Tão linda... É quase impossível você não olhar pra ela na rua. Cabelos perfeitamente sedosos, olhos sensíveis, um corpo que, antes de conhecê-la, eu jurava que apenas deusas tinham. Oh, eu a desejava. Desde o momento que a vi andando toda desengonçada e molhada; ri com meus pensamentos. Eu soube no primeiro momento que olhei pra ela; era diferente; especial.
   abriu a porta da casa dela e ambos entramos. Ela colocou o sobretudo no cabide que ela deixava perto da porta e pude ver o vestido totalmente rendado dela. Muito linda. Ela virou pra mim e me encarou sorrindo.
  - Bom, agora que somos amigos, você tem que passar por um ritual – ela sorriu abertamente. Eu levemente sorri.
  - Tipo um teste? – juntei as sobrancelhas em sinal de duvida. Ela riu.
  - Está mais pra uma iniciação – ela pegou a minha mão com a mão que ela não estava segurando as sacolas. Ela me guiou escada acima e colocou as coisas na cama dela.
  Ela tirou a presilha que segurava a trança e deixou os cabelos, com leves ondas por conta da trança, caírem sobre seus ombros. Ela ligou a TV com o controle remoto e se sentou na cama com as pernas esticadas. Bateu com a mão do lado da cama que ela não estava, me convidando pra me sentar lá.
  Fui em direção a ela e me sentei ao seu lado. Ela pegou o saco e o virou, fazendo com que todas as besteiras caíssem na cama. Ela abriu a coca e a virou na boca, direto na garrafa. Levantou-se da cama, tirou as botas e correu escada a baixo. Ri ao vê-la assim. Ela voltou com duas colheres e dois copos; colocou em um filme, abriu um dos potes de sorvete, colocou a colher e a levou a boca.
  - Pra onde vai tudo isso? – perguntei, notando que ela comia muito e não era gorda. Ela era... Perfeita.
  - Sei lá – ela disse rindo dando de ombros. – Eu parei de ligar pro que as pessoas pensam de mim – respondeu.
  - Muito bom, pequena – ela olhou pra mim e corou ao ouvir o apelido. Sorri, como se estivesse dizendo ‘está tudo bem’. E, na verdade, estava. Tudo estava muito bem.

   POV off

  Corei no instante que ouvi me chamar de ‘pequena’. Eu, eu não sei o que falar.
  Meti o dedo no pote de sorvete, sorrindo maldosa e toquei o nariz dele. Comecei a rir quando ele olhou pro nariz, ficando meio vesgo, e começou a rir comigo. Ele levou o dedo dele no pote e tocou minha bochecha. E assim começamos uma guerrinha. Toquei a testa dele e ele meu queixo. Ficamos nessa um tempo e depois começamos a rir.
  - Ok – disse rindo – EU GANHEI! – fiz uma dancinha com os braços e ele riu.
  - Nada a ver! Eu ganhei! – ele teimou. O filme acabou e começou a passar uns vídeo clipes. Oh My My My da Taylor Swift. Sorri; eu amo essa musica. Ele olhou pra mim e senti minhas bochechas queimarem. Qual é! É só ele olhar pra mim que eu fico constrangida? Que sacanagem.
  Ele se aproximou de mim e virou meu rosto com os dedos. Olhei pra ele, no fundo dos olhos e coloquei uma mecha do meu cabelo pra trás. Ele foi aproximando os nossos rostos e encostou a testa dele na minha, roçando nossos lábios. Umedeci os mesmos sem tirar os olhos daqueles, lindos e profundos, olhos . Fechei os olhos e não vi mais nada. Só o senti tocar a minha bochecha suavemente. Então ouvi a campainha tocar e abri os olhos. Me ajeitei e me separei de , corada. Ele bufou frustrado.
  Desci as escadas correndo e abri a minha porta dando de cara com parado na frente da minha porta. Fechei os olhos e respirei fundo. Abri os olhos enquanto ele me encarava com um olhar triste.
  - O que faz aqui? – perguntei com os braços cruzados.
  - Eu não consegui ficar sem te ver – ele disse triste.
  - ! Terminamos! Que parte você não entendeu? – perguntei retórica e brava.
  - Eu entendi, só não me conformo – disse . Virei meu corpo lentamente e vi descendo as escadas. Ele e se encararam – Quem é ele? – perguntou bravo.
  - Meu... Meu namorado – respondi e ele me encarou. então me empurrou bruscamente e se aproximou de , dando um soco nele. caiu no chão e eu vi que seu nariz estava sangrando. – ! Você tá bem? – corri pro lado dele.
  - Se eu te ver de novo com esse babaca, eu o mato – ele disse bravo e saiu da minha casa. Corri pra porta e a tranquei. Voltei até e o guiei até o sofá. Peguei um pano e molhei levemente. Me sentei ao lado dele e comecei a passar levemente em seu ferimento. Ele continuava a encarar o meu rosto.
  - Esse era o ex que eu te falei – expliquei pra ele. Ele riu levemente – O que?
  - É engraçado, sempre é assim eu cuidando de você ou você cuidando de mim. – sorri levemente enquanto ele se justificava. Terminei rapidamente e dei uma bolsa de gelo pra ele colocar no nariz. Subi as escadas e coloquei, novamente, o meu pijama. Juntei todos os papéis e as besteiras e me deitei na cama. Amanhã seria, finalmente, sábado! O problema é que eu trabalho de sábado; era o dia da impressão da revisa e o nosso photoshot com a Miley Cyrus, que é bem mais importante que a impressão da revista.
  Comecei a reparar então que, se não tivesse chegado, e eu teríamos nos beijado. Não que eu quisesse beijar ele! Eu e ele somos só amigos e olhe lá.
  Eu, repetindo, nem o conheço! Tudo bem, eu e ele nos conhecemos muito bem hoje, mas isso não vem ao caso. Ele é só um amigo. Peguei no sono.

Capítulo 9

  Abri os olhos. Cocei eles e pulei da cama. 9h56, o photoshot era as 11h00. Droga! Me levantei correndo e peguei outra saia de cintura alta preta e uma blusa social branca. Peguei um par de saltos brancos e os coloquei sobre a mesma meia calça que usei ontem. Peguei um cachecol preto e o enrolei no meu pescoço. Fui em direção ao banheiro; terminei minha higiene matinal e desci as escadas correndo. Olhei pro sofá e nenhum sinal de ; na cozinha também. Me dirigi até meu escritório e vi um recado.
  ‘Saí mais cedo, mas, em compensação, chegarei, também, mais cedo. Beijos!
xx
  P.S.: Tem uns biscoitos no forno.’

  - EBA! – disse sozinha. Corri pra cozinha e abri o forno vendo vários cookies de gotas de chocolate. Mordi um me debruçando sobre a bancada. Sério, ninguém diria que um HOMEM tinha feito biscoitos assim... Será que ele era gay?... Não.
  Peguei a minha Viton e saí.
  Chegando ao escritório, Charlotte me viu chegando e correu pra acompanhar a minha velocidade, eu ando rápido. Deixei umas coisas na minha sala e saí. 10h34, desci pelo elevador com Charlotte ao meu lado.
  - Por que faltou, senhorita? – ela perguntou quando estávamos dentro do elevador. Arrumou um pouco os cabelos laranjas e me encarou.
  - Estava me sentindo mal. – disse e ela concordou com a cabeça. No andar 0, tinha um galpão que alugávamos pra fazer as fotos. Um cenário de nuvens e um céu azul preencheu meus olhos. Ao lado varias roupas em uma arara. E sentada de frente pra um dos espelhos, estava ela.
  A própria Miley Cyrus e seus cabelos, recentemente, loiros e curtos. Seus olhos acompanhavam as paginas de uma Vogue. Me aproximei dela.
  - Miley? Oi, meu nome é e essa é a minha assistente, Charlotte – apontei levemente pra Charlotte – Trabalhamos na Vogue e vamos guiar seu photoshot.- ela abriu um enorme sorriso.
  -Oi, , Lotte. Então, qual a sua ideia? – ela olhou pra mim.
  - Então, pra capa, vamos tirar umas fotos só de rosto, e pro artigo, vamos tirar em um fundo como se fosse um céu, e você um anjo. – expliquei o que havia me passado.
  - Ok, então! – ela sorriu – Aí Meu Deus! Eu amei seu cabelo! – ela olhava pra Charlotte que sorriu toda boba. Ri de sua atitude ‘tiete’. E afastei dela e fui ver o cenário. Uns trinta minutos depois Miley apareceu por lá. Ela usava um vestido branco de seda, comprido, saltos brancos e um par de asas.
  Agora era com o fotógrafo. Ela começou a fazer poses pra câmera. Poses que eu não consegui acompanhar, pois estava falando com por mensagem.
  ‘Ela é bonita? xx’
  Li a mensagem e dei uma olhada praquela perfeição.
  ‘1º Isso não foi nem um pouco profissional. 2º É a Miley Cyrus. O que acha? xx’
  Ela era, de fato, um anjo na terra. Não digo que ela é perfeita em aspecto de personalidade. Mas quem é? O problema é que Miley é linda por fora, de uma maneira que eu e muitas outras invejaríamos muito.
  ‘1º Desde quando agimos de forma profissional? E 2º Ela não é nada perto de você. xx’
  ‘Babaca! xx’

  Sorri convencida.
  ‘Vai de que na festa de sábado? xx’
  ‘Anos Vinte. xx’

  Dei uma olhada em volta e vi Charlotte anotando tudo que acontecia. Miley posava e o fotógrafo a fotografava de vários ângulos diferentes.
  ‘Já que você não perguntou, eu vou de pirata. xx’
  Li e ri alto. Miley começou a fazer uns movimentos com os braços.
  - Essa ficou ótima – disse o fotógrafo. Bloqueei o iPhone, olhei pra Miley e sorri.
  - Então, eu já posso ir? Eu queria conhecer Nova Iorque – ela pediu.
  - Claro – respondi – Aonde quer ir?
  - Não tenho ideia – ela riu sem graça – Ah, já sei! Por que você não me leva pra passear? – ela segurou os meus braços e sorriu.
  - Claro! Vou ver se tudo bem com o meu chefe e vamos. – sorri. Peguei o meu iPhone e disquei o número.
  - Alo? – a voz rouca de atendeu.
  - , a Miley quer ir dar uma volta em Nova Iorque e me pediu pra ir com ela. Tudo bem? – perguntei concentrada nas minhas unhas. Caramba! Elas estão muito mal feitas. Eu teria que cuidar disso quando chegasse em casa. Eu não posso negar que estava feliz. Miley Cyrus é uma das minhas cantoras teens favoritas. Depois da Katy Perry e da Demi Lovato.
  -Claro que pode, . Você tem vantagem. Por que sempre que você faz essa vozinha doce, eu deixo tudo? – ele perguntou fazendo uma voz, que eu julguei como, sexy. Não que ele precisava.
  Eu e Miley saímos pelas ruas de Nova Iorque. Cara, eu to saindo com a Miley Cyrus! Ela pedia pra mim tirar fotos de todos os lugares e tiramos umas duas fotos juntos, como por exemplo na frente da estatua da liberdade e andamos pelo Central Park. A levei ao museu de cera e foi engraçado ela tirando fotos com a própria boneca. Paramos em uma barraquinha na rua e compramos dois churros.
  - Então, há quanto tempo trabalha na Vogue? – ela perguntou, mordendo o churros logo em seguida.
  - Há uns dois anos – disse mordendo o meu.
  - Uau! – ela exclamou – E o seu chefe? – ela sorriu maliciosa – Ouvi dizer que ele é muito bonito – sorri. Coloquei os meus óculos de sol, porque a neve refletia no sol. A essa altura nem nevava mais e os caminhões já estavam passando nas ruas para recolher a neve.
  - É, ele é bem bonito – eu disse.
  Miley afirmou com a cabeça, como se tivesse compreendido.
  - Bom, eu me diverti muito hoje! Obrigada – ela sorriu gentil, retribui.
  - Que isso. É... Miley, eu sei que isso não é nada profissional, mas posso tirar uma foto com você? – perguntei sem graça. Miley riu alto.
  - Claro, vem cá. – ela fez um sinal com a mão para que me aproximasse. Levantei os óculos, os deixando na cabeça e peguei meu iPhone. Tiramos duas fotos; uma nós estávamos simplesmente sorrindo, e a outra nós duas estávamos mostrando a língua com os olhos fechados. Ela me puxou para um abraço e, tenho que admitir, fiquei surpresa.
  - Tchau, . Me liga qualquer coisa – me lembrei então que ela sim havia me dado o numero do celular dela.
  - Ok, tchau Miley. Me liga também, quando estiver em Nova Iorque – sorri e ela também.
  Ela acenou com a mão um ‘tchau’ e saí de lá. Fui até o meu carro, passando pelas ruas de Nova Iorque. Voltei ao trabalho umas 15h45 e fui em direção à sala de . Ele olhava pela janela, concentrado. Eu sei que é estranho, mas eu adoro interromper quando ele está pensando. Bati na porta dele, alto e ele deu um pulo. Comecei a gargalhar.
  - Voltei, – disse sorrindo.
  - E eu estava morrendo de saudades – ele sorriu sem mostrar os dentes. – disse que estava doente.
  - Pois é – me sentei na cadeira de frente pra ele. Cara, eu precisava dele. Não por uma vida, mas sim, por uma noite. Se eu tivesse uma noite sozinha com esse cara. Ah.
  - Sei que isso também não é profissional, mas você está muito mais sexy – ele disse mordendo o lábio inferior.
  - E desde quando agimos como profissionais? – disse sussurrando sensualmente.
  Ficamos encarando um ao outro um tempo. Eu podia sentir ele me comendo com os olhos e eu não ficava muito pra trás.
  - Ah, . Se você não namorasse, nem conseguiria andar mais – ele disse transbordando luxúria.
  - Obrigada, eu acho – disse me levantando – Mas sim, eu namoro – saí de lá rapidamente. Como era bom estar no controle da situação.
  19h30 bateu no relógio do escritório e eu cocei os olhos. Funguei um pouco. Caralho! Levantei-me da minha mesa e me desequilibrei um pouco, mas me arrumei rapidamente.
  - Ui – exclamei. Levei as mãos aos sapatos e os tirei pelo salto. Funguei de novo.
  Saí da sala e a tranquei. Fui em direção ao elevador, levei o dedo ao botão e esperei o elevador chegar.
  Cacete, eu to me sentindo muito mal. O que é estranho porque eu passei o dia todo muito bem. Comecei a respirar pela boca, meu nariz estava muito entupido. Engoli seco e de repente... Tudo ficou escuro.
  Fiquei com os olhos fechados um pouco , não porque estava tentando dormir, mas estava cansada aponto de não querer abrir os olhos.
  - , pelo amor de Deus, acorda! – ouvi alguém dizer enquanto me chacoalhava. Abri levemente os olhos e vi um teto de madeira escura. Olhei para o lado e vi os olhos de me encarando preocupado.
  - ? – eu não me lembrava de nada. Era como se tivesse dormido o dia todo. Olhei para o relógio que parecia uma guitarra na parede e vi 21h45. O que aconteceu?
  - Graças a Deus – ele me puxou pelos ombros para um abraço apertado.
  - O que aconteceu? – ele me olhou preocupado – Cadê o ? Onde eu to? Como eu vim para aqui? Por que essa dor de cabeça?
  - , não se lembra? – neguei com a cabeça – Eu saí da minha sala e te vi desmaiada na frente do elevador. Eu não sabia o que fazer, então te trouxe pra cá. Minha casa. – ele me explicava. Acenava com a cabeça, tentando entender. – Que ligar pro ? – ele perguntou e eu neguei com a cabeça. Um ato que quase não consegui controlar. Ele estava tão perto de mim, conseguia sentir a respiração forte dele batendo contra a minha pele. Aproximei meu rosto do dele e dei um beijo em sua ‘trave’.
  - Obrigada – agradeci sorrindo levemente. Ele sorriu sem mostrar os dentes e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
  - Sempre gostei do seu cabelo pra trás – ele disse. começou a passar a mão pela minha meia calça que cobria minhas coxas – Fica muito mais linda – ele olhou nos meus olhos. Ele uniu nossos lábios com calma. Inverti a posição, ficando por cima dele. Comecei a desabotoar os botões da camisa dele e ele se divertia, alisando minhas coxas. A língua dele perfurou minha boca com vontade e seus lábios sugavam os meus. Começou a beijar meu pescoço, enquanto levava minha mão ao peitoral musculoso dele, que eu havia deixado a mostra. Ele começou a desabotoar minha blusa, revelando meu sutiã branco simples. Mas não pareceu simples pra que sorriu ao ver o volume. Ele levou o rosto pros meus seios cobertos e começou a lamber o local.
  - Ah – gemi excitada. Ele depositou beijinhos pela minha barriga, descendo lentamente. Ele conseguia fazer isso porque eu apoiava minhas mãos no chão, erguendo meu corpo. Ele me virou bruscamente e prendeu minhas mãos no chão com as dele. Nem me mexi. Ele levou as mãos até minha saia e a jogou em algum lugar da sala. Ele tirou minha meia calça devagarinho pra me provocar. E, tenho que dizer, ele estava conseguindo. Quando aquele pano saiu do meu corpo ele começou a beijar o meu pé, minhas canelas, coxas, chegando finalmente na virilha. Ele sorriu malicioso e rasgou minha calcinha, isso mesmo, rasgou, com os dentes. Ele então perfurou a minha intimidade com a língua enquanto estimulava meu clitóris com os dedos. Eu estava prestes a gozar na boca dele, quando o telefone começou a tocar.
  - Ah, droga! – ele levantou bravo e atendeu ao telefone.
  Peguei a minha saia, já que não estou com paciência pra por meia calça e não tenho mais calcinha. Fechei a minha blusa e coloquei meus saltos.
  Abri aporta do apartamento de e, sem que ele ouvisse, saí de lá.
  Fui ate o elevador e percebi que estava na cobertura. Uau, ! O elevador chegou. Apertei o térreo e encostei meu corpo na parede fria do elevador. Uau! Eu havia de, quase, transar com . Sorri com meus pensamentos e então um pensamento me fez apagar o sorriso; !
  Peguei o celular e disquei o número dele rapidamente.
  - Alo? – ele perguntou com a voz chorosa. Nossa, ele havia ficado assim só porque eu voltei tarde? Estava difícil de ouvir, pois tinha muita conversa atrás dele.
  - ? Onde você tá? – perguntei.
  - , eu to no hospital. – ele disse soluçando, por causa do choro.
  - O que houve? – perguntei preocupada.
  - A Amy... ela... ela... – ele soluçou e se desmanchou a chorar. Nossa! Foi como uma faca perfurando o meu estomago. Saber que ele está chorando e eu não consegui fazer nada pra mudar isso – Ela tá muito mal, . – desencostei o corpo do elevador.
  As portas dele se abriram e saí correndo pela recepção do prédio de . Desliguei o telefone e fui até a empresa correndo.
  Corri até o estacionamento. Liguei o carro e fui em direção ao hospital.
  Cheguei lá, vendo muitas enfermeiras correndo de um lado pro outro. Olhei pra sala de espera e vi que chorava.
  - – chamei ele. Ele abriu os olhos e levantou. Ele levou os braços a minha cintura e me abraçou apertado. Retribui da mesma forma. Fechei os olhos e relaxei meus ombros naqueles braços.
  - Obrigado, por vir – ele apertou os braços em volta da minha cintura e molhando minha blusa com lágrimas – Eu... eu...
  - XII! – disse fazendo o se calar. Ele soltou meu corpo e ficamos segurando os braços um do outro, nos encarando.
  - V-vem comigo – ele pegou minha mão. Entrelacei nossos dedos e sorri levemente pra ele, que sorriu triste. Ele foi me levando até um dos quartos do hospital.
  Uma menininha estava deitada na cama do hospital, com fios presos nos pulsos e aquela maquina estava fazendo um pi pi pi. Mas tinha uma velocidade acima da média.
  - Como ela ficou assim? – perguntei. Teria que ter uma razão pra ela ficar assim de uma hora pra outra.
  - Não sei, o médico ainda não veio falar comigo... – ele fungou por conta do choro. Eu peguei o rosto dele com as mãos e fiz ele me olhar nos olhos.
  - Tudo vai ficar bem. – eu disse segurando o rosto dele.
  - Onde você tava? – ele perguntou olhando nos meus olhos. Fudeu! O que eu ia falar? Quer dizer... Eu e nem transamos, eu nem gozei. Mas foi quase. E eu iria contar!
  - Passei mal e me levou pra casa dele, você me ligou e saí de lá – só que não hoje. Ah, não me julgue. Ele não precisa de mais problemas e, sinceramente, eu também não.
  - Umhum – ele disse compreendendo.
  - ? – uma voz doce preencheu o ambiente. Virei o rosto e caminhei em direção à cama da pequena Amy com ao meu lado. Os olhos , iguais aos de , brilhara ao ver o irmão. então começou a chorar sorrindo, o que eu deduzi ser de felicidade. Os batimentos da máquina presa nela se estabilizaram. – Quem é ela?
  - Amy – ele se ajoelhou ao lado da cama da menininha e segurou a mão dela. Senti meus olhos se encherem d’agua. Isso era uma cena tão linda ¬– Essa é a – ele disse olhando para o rosto de porcelana dela.
  - Aquela menina que você sempre fala? – ele riu com o comentário da irmã mais nova dele que sorria.
  - É, é ela.
  - Ela é muito linda – ela sorriu pra mim. Chorei de felicidade. – Por que estão chorando? – virou o rosto e viu as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.
  - Só estamos felizes de ver você – ele disse sorrindo. Um senhor que, também tinha olhos e uma barba recém feita, entrou na sala.
  - Amy – ele correu até a cama e abraçou a pequena. se levantou e colocou o braço ao redor das minhas costas e me abraçou de lado. Coloquei a minha cabeça, que se encaixou perfeitamente, no ombro dele – Quem é ? – o senhor perguntou olhando pra nós dois.
  - Ela é minha... Minha... Ah, minha... – ele olhou pra mim. Dei um passo à frente estendendo a minha mão pra ele.
  - Eu sou a namorada dele. Prazer, – ele apertou a minha mão sorrindo.
  - George – ele balançou a mão – não falou que tinha uma namorada tão linda – ele sorriu gentil.
  - Pai! – e Amy riram e eu fiquei corada.
  - Eu acho que é melhor vocês passarem esse momento em família – sorri sem graça – Eu vou indo, – ele afirmou com a cabeça – Tchau – acenei pra George e Amy e saí de lá.
  Nossa, isso foi muito lindo.
  Cheguei a casa e me sentei no sofá.
  Nossa! Que dia! Recapitulando, eu, quase, transei com meu chefe gostoso, vi o homem, pelo qual tenho fortes sentimentos, chorar, conheci a irmã dele, que é uma menininha linda. O meu problema agora é como contar pro . Eu não poderia chegar simplesmente e dizer: ‘então , eu estava transando com meu chefe, que pelo qual agora você tem fama de chifrudo, enquanto você chorava por causa da sua irmãzinha.’ Certo?
  Eu não dormi até chegar em casa, o que foi lá pras 1h30, mas pelo menos, não teria que trabalhar amanha. Ele sorriu ao me ver, mas dava pra ver as olheiras de choro no rosto dele.
  - Ainda acordada? – ele perguntou.
  - eu preciso te contar uma coisa – disse e ele me encarou.
  - Sim?
  - Eu... Não te contei tudo sobre o que aconteceu na casa do ... Eu meio que dormi com ele – contei-o – Mas não chegamos ao ápice – ele não demonstrou nenhuma reação.
  - , por que você me chamou pra fingir ser seu namorado? – ele perguntou sério.
  - Para... – ele me interrompeu.
  - Se você gosta dele, por quê? – ele me encarou e senti uma pedrada no rosto.
  -Desculpe, eu... Eu não sei o que eu sinto – ele se aproximou de mim e se sentou do meu lado – Eu... eu... – decidi, então, contar toda a verdade pra ele. – Eu tenho fortes sentimentos por você – me confessei. Pra ele e pra mim – Mas eu também tenho fortes sentimentos pelo , o meu problema é que eu tenho relações frustradas, e a minha vida é muito complicada e a última coisa que eu quero é magoar ou decepcionar um de vocês. – disse rapidamente.
  - Oh – ele encostou as costas no sofá e tentou entender tudo que eu havia jogado pra ele – Nossa!
  - É – afundei as costas no sofá – Amanhã agente conversa sobre isso. Boa noite – corri escada acima deixando ele lá sozinho.
  Entrei no banheiro e liguei o chuveiro. Eu não acredito que fiz isso. Senti o meu bolso vibrar. Levei a mão até o bolso da minha saia e desbloqueei o aparelho lendo uma mensagem de .
  ‘É assim que eu quero te ver. Completamente dependente de mim. Doces sonhos, minha . xx’.   - Filho da puta – disse entre dentes. Ainda por cima, acha que é minha droga. Que viado. Senti o celular vibrando de novo e o peguei bufando.
  ‘A propósito, você é muito apertada... Muito gostosa. xx’.
  Desliguei o aparelho brava e finalmente tudo estava quieto.

Capítulo 10

  Senti como se uma faca estava perfurando minha barriga. Abri os olhos e encarei o teto alguns segundos. E uma dor de cabeça insuportável me atingiu.
  Desci as escadas e vi uma cena, um tanto, estranha. estava com as costas encostado na porta, rindo enquanto alguém falava com ele, da cozinha, pelo que eu identifiquei. olhou pra mim e sorriu. Ouvi um latido que eu conhecia bem e vi meu rusky siberiano, Bruce, correndo em minha direção. Corri os últimos degraus da escada e me agachei passando a mão pelo pêlo dele. Ele lambia meu rosto, enquanto eu ria. Ainda sentia dor, mas a minha felicidade dominava meu corpo. E essa felicidade se triplicou quando reparei que Bruce só podia ter chegado aqui por causa dos meus dois homens favoritos.
  - MATHEUS! BRUNO! – corri em direção a eles, abraçando-os ao mesmo tempo, com Bruce correndo pelas minhas pernas, como se estivesse querendo atenção. – O que estão fazendo aqui? – perguntei sorrindo. Eles riram com a minha felicidade. Eu virei a cabeça, me lembrando de e fiz sinal para que ele se aproximasse. Ele logo o fez e me abraçou por trás e beijou minha nuca.
    - Aí! Tira as mãos da minha irmã – brincou Bruno, ele sempre foi muito superprotetor. Matheus e eu rimos da cara que fez.
  - , vejo que seus hábitos de dormir até tarde não mudaram – falou Matheus – Chegamos aqui faz meia hora. Se o não tivesse atendido, teríamos ido embora – abri a boca, indignada. Saibam que isso não é verdade. Tudo bem, na adolescência eu dormia muito, mas agora eu quase nem durmo.
  - Por que vieram afinal? – perguntei e concordou.
  - Queríamos almoçar com nossa pequena e com o novo namorado dela – Bruno respondeu olhando pra .
  - Eu gostei mais desse do que do – disse Matheus e eu sorri triste. – Ah, desculpa – ele disse arrependido.
  - Out Back? – sugeri e todos concordaram. Deixei com Bruce e meus irmãos enquanto eu me trocava. Estava subindo as escadas e olhei pra baixo dando um meio sorriso. Os meus meninos... e o ... Ele não é meu (ainda).
  Abri o meu armário procurando uma roupa aquecida, estava nevando levemente. Escolhi uma blusa de manda comprida, marrom, uma calça jeans, preta, e uma jaqueta de couro. E, é claro, saltos bem altos brancos. Desci as escadas, colocando o celular na minha skinny. Todos sorriram ao me ver e Bruce balançou o rabo feliz.
   beijou minha bochecha e todos fomos em direção ao carro de . Ele ia dirigindo, Matheus na frente com ele e eu e Bruno ficamos lá atrás abraçados.
  - Te amo, pequena – ele beijou minha cabeça.
  - Também te amo, mané – eu disse me aconchegando no peito dele – Mas por que desse almoço? – perguntei.
  - Conversamos lá – ele disse. Olhei pros bancos da gente e reparei que e Matheus conversavam sobre futebol, basquete ou skate ou qualquer coisa do tipo.
  - Quer saber? Eu não ligo! Eu pelo menos estou com meus 4 meninos favoritos – eu disse. olhou pelo retrovisor do carro e sorriu em gratidão. Correspondi.
  - , eu tenho que admitir. Garota, eu gosto desse cara – Matheus colocou a mão no ombro de , eu ri e também.
  Chegamos no Out Back e pedimos uma mesa grandona. Pedi um prato de costelas, também e Matheus e Bruno pediram algo que não identifiquei.
  - Então... – começou. Ele parecia tão curioso quanto eu.
  - Certo! Matheus, por que não conta as novidades? – Bruno sugeriu, Matheus sorriu e olhou pra mim.
  - , , eu tenho que contar uma coisa pra vocês – encarei ele e vi seus olhos brilhando – Eu vou me casar – Bruno riu e ele sorriu todo bobo. Arregalei os olhos e sorri muito feliz.
  - Matheus! – me debrucei sobre a mesa, abraçando-o. Matheus nunca foi apegado e saber que ele achou o amor, me deixa super feliz.
  - É nessa quinta – tossiu Bruno enquanto falava. Arregalei os olhos
  - JÁ É NESSA QUINTA?! – perguntei brava e preocupada.
  - É, e , queria que você e o fossem meus padrinhos. - Olhei pra que também estava com os olhos arregalados. Depois que o choque passou, nos encaramos e ele sorriu.
  - Se você esta apaixonado, por que esperar? – falou – Porque o verdadeiro amor é a coisa mais linda e pura do mundo. E quando achamos o nosso, não podemos deixa-lo ir – ele disse segurando minha mão. Sorri de lado – Não tenho problemas – todos me encararam.
  - Ok – eu disse sorrindo – Qual o nome dela?
  - Joan – ele disse suspirando apaixonado. – Obrigado, .
  Comemos e só conversamos sobre o casamento, sobre o Bruno e o emprego ou sobre mim. Andamos pelo shopping. Foi um dia muito legal, mas a dor continuava. Passamos em uma loja de chocolates e Bruno me comprou uma caixa de bombons. sempre falava coisas melosas na frente deles e eu recebia, quer dizer, fingia receber.
  Chegamos a minha casa umas 17h30 e ficamos na minha sala conversando.
  - , anda cuidando direito da minha irmãzinha? – perguntou Bruno. Ri e Matheus me acompanhou. colocou o braço no meu ombro.
  - Sim, ela é um amor – ele disse beijando minha bochecha. – Gente, vocês vão ter que me desculpas, mas eu preciso sair – olhei pro relógio e vi que eram quase 18h00.
  Sorri pra ele e demos um selinho. Nossa! Fiquei encarando ele ir embora. Como esse beijo, mesmo sendo só um pequeno ato teatral, foi bom. Ele sorriu levemente pra mim e saiu de lá, se despedindo de mim, Bruno Matheus e Bruce.
  - Ele parece legal, – disse Matheus. Sorri. era um cara legal. E romântico. E inteligente. E muito, muito, muito lindo. E engraçado. Ele é incrível.
  - Ele é incrível – falei sem pensar. Sorri e levei a mão ao meus lábios. Vi Bruce tentando lamber a minha perna. Sorri e comecei a passar a mão no pêlo dele. – E você, Bruno? Como vai com a Hannah? – perguntei me referindo a namorada de longa data do Bruno. É engraçado, o Matheus se apaixona por uma semana ou menos sei lá e vai se casar, e o Bruno não se casou namorando a menina a mais de 2 ou 3 anos. Mas um casamento pode ser bom. Só que não tenho vestido, nem sapato, nem nada.
  - Ah, ela me entende e me faz feliz. Eu a amo – ele disse sorrindo. Sorri pra ele enquanto acariciava Bruce.
  - Então, , nós temos que ir – disse Matheus sem graça. Eu olhei pra eles triste e acenei um que sim com a cabeça. – Te vejo quinta – ele disse. Coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. ‘Sempre gostei do sem cabelo pra trás’. Lembrei da voz rouca de sussurrando no meu ouvido. Me arrepiei e eles me olharam preocupados.
  - Tudo bem – garanti. Eles sorriram e me abraçaram de uma forma muito apertada. Retribui apertando eles contra o meu corpo. Os dois deram um beijo na minha bochecha, um de cada lado e ao mesmo tempo.
  - Amamos você – disse Bruno.
  - Também amo vocês – disse beijando a bochecha de cada um.
  Eles sorriram pra mim e colocaram a coleira em Bruce. Me ajoelhei e comecei a passar novamente as mãos pelo pescoço dele, que chorava. Isso partiu meu coração – Tchau, Bruce – eles saíram pela porta e acenaram um tchau. Retribui mandando beijos. O carro deles arrancou de lá e fiquei um tempo na porta olhando a fora. Eu sempre fui muito próxima dos meus irmãos; eles eram meus melhores amigos. Sempre me dei melhor com Matheus porque gostávamos das mesmas coisas, mas o Bruno me ama demais e eu amo muito, muito, muito ele.
  Entrei em casa e liguei meu celular. É, eu havia desligado.
  ‘Carol, tenho que falar com você, mulher! xx’
  ‘Oh, eu não sei como dizer isso... mas eu preciso de você, . xx’
  ‘Precisamos conversar. xx’

  E é por isso que eu desligo o celular. As pessoas ficam enchendo muito o saco.
  Fechei os olhos, tentando aliviar a dor que estava me atormentando até agora. Fui em direção ao banheiro e lavei meu rosto. Olhei meu reflexo e a imagem parecia distorcida. Abri a gaveta da pia, peguei uma aspirina e a tomei. A imagem se esclareceu aos poucos. Fui até minha cozinha, pegando um pote de manteiga de amendoim e uma colher. Me sentei na sala, liguei a TV e comecei a comer a pasta. Levei a colher a boca e esperei voltar vendo Mean Girls (Garotas Malvadas).
  Encostei as costas no encosto do sofá, apoiando minha cabeça no braço do mesmo.

  Flash Back

  Narrado em terceira pessoa

  Risos ecoavam pela sala, revirou os olhos enquanto colocava os fones, plugados no iPod da menina, que saía um som absurdamente alto. Parecia Kiss ou Metalica. Abriu seu caderno e começou a desenhar o sonho da garota. Uma menina de olhos do mesmo tom dos de , na capa de uma revista. Lideres de torcida e os jogadores testosterona se aproximaram, jogaram um papel encima do caderno dela e saíram de lá.
  ‘Morra, vadia! Morra!’   Ela amassou o papel com ódio nos olhos. se levantou, com o caderno debaixo dos braços.
  Entrou no banheiro e desabou-se a chorar. Abriu a porta de uma das cabines do banheiros, tampou o vaso e se sentou, abrindo a mochila. Pegou o objeto brilhante e dirigiu-o até o pulso esquerdo o cortando levemente. O sangue escorria e ela respirava fundo, tentando esquecer a dor. Tanto a de dentro, quanto a de fora. Levou a navalha até o outro pulso e fez o mesmo processo. Ouviu risadas do lado de fora. Isso fez com que ela guardasse a navalha novamente na mochila e saiu de lá secando as lagrimas que teimavam em descer pelo seu rosto.

  Flash Back /

  Roí minha unha, nervosa. Lembranças do passado me deixam assim; nervosa. Olhei para o meu pulso e comecei a me perguntar como eu fui tão fraca.
  Eu sou fraca.
  Eu estou deixando um estranho dormir na minha casa porque ele é bonitinho e me pediu. Eu quase tive sexo com o meu chefe por ele foi legal comigo, UMA VEZ!
  A porta se abriu e passou por ela. Virei o meu rosto e o encarei.
  - ? – ele me olhou preocupado com meu estado.
  - Estou bem – eu disse. Ele respirou fundo, nervoso. Eu sei sobre o que ele estava pensando. Eu sabia bem. – Como vai a Amy?
  - Bem, ela perguntou de você – ele se aproximou de mim vagarosamente e se sentou na mesa de centro, ficando cara a cara comigo. – Foi bom?
  - Hum?
  - O . Foi... Bom? – ele olhou pras mãos que se esfregavam rapidamente.
  - Ah, foi... Agradável – eu disse sem sabe o que falar.
  - Então tá. Eu faço as malas e saio hoje – ele sussurrou com a voz falha. Juntei as sobrancelhas confusa – Quinta nos vemos, sábado também. Mas saiu hoje – ele se levantou. Vi ele subir escada acima.
  Não fiz nada para impedi-lo. Mas eu tenho que admitir, vê-lo saindo pela porta e sussurrando um ‘Adeus’ foi uma das maiores dores da minha vida. Logo depois da morte dos meus pais, meu sequestro e minha fase depressiva.

Capítulo 11

  6 Dias Depois...

  Me encarei novamente no espelho ajeitando meu vestido em meu corpo. Eu não sei se era a maneira que o vestido branco cuja a frente era um monte de tirinhas caídas curto e o salto quinze centímetros brancos me deixava vulgar ou adaptada para a noite. Usava também uma gargantilha também branca e uma flor branca que lembrava uma rosa aberta branca. Algo estava faltando. Eu só não sabia bem o que. e eu mal nos falamos nessa última semana. Só no casamento do meu irmão. Eu nem sabia que podia sentir tanta falta dele. Eu tenho saudades do café da manha delicioso, das nossas conversas até a madrugada, de beber vinho com ele, de ouvi-lo tocar violão e saber que alguém se preocupava de verdade comigo. Eu sentia muita falta mesmo dele. Eu mal falei com e essa semana e parou de encher o saco. Sabe aquele ditado ‘Ruim com eles, pior sem eles’? Então, descreve perfeitamente como eu me estava sentindo. É como se uma parte da casa tivesse sumido... É como se uma parte de mim estivesse sumido.
  A campainha tocou me tirando dos meus pensamentos. Desci as escadas devagar e abri a porta. estava usando uma roupa de agente ou policial. Usava uma camisa social branca, uma calça preta e um distintivo no peito.
  Ele não demonstrou nenhuma reação, mas ele me olhou de cima a baixo, eu pude sentir.
  - Anos 20, hein? – ele perguntou sério. Afirmei com a cabeça – Tenho algo pra você. Feche os olhos – fechei levemente os olhos e senti ele pegar meu pulso. – Pronto! – abri os olhos e uma pulseira da algo que me parecia de swarovisk.
  - ... Isso é lindo – disse sincera e admirada. Ele sorriu levemente me estendendo o braço.
  A imagem da enorme mansão preencheu meus olhos. Era incrível.
  Eu e entramos e fomos em direção ao bar. Me sentei em dos bancos de veludo vermelho enquanto se afastou de mim pra ir usar o banheiro. Senti alguém tocar o meu ombro, virei meu rosto e vi que usava uma fantasia de algum tipo de fada.
  - Oi – eu disse desanimada.
  - Nossa, também te amo – ela brincou – Isso devia ser... Anos 20?
  - Aham – afirmei pedindo uma bebida qualquer.
  - Sex On The Beach, pra mim – pediu se sentando do meu lado. – Você e o estão tendo problemas? – afirmei com a cabeça.
  - Tão transparente assim? – perguntei.
  -Não, mas eu sou sua melhor amiga. Eu sei quando você está mal – ela disse bebendo um gole da bebida.
  - Obrigada, – sorri – O veio?
  -Não, sozinha hoje – ela revirou os olhos parecendo uma adolescente. – Eu quero dançar! Vai comigo? – neguei com a cabeça – Vai à merda, – ela disse e saiu de lá.
  Suspirei pesado e comecei a olhar ao redor. Um lugar me chamou atenção. Era uma varanda gigante de pedra. Saí do bar e fui até ela. Me debrucei sobre o apoio da varanda e tentei esclarecer um pouco minha vida. Eu gosto do , disso eu sei. Mas o é mais que isso. As semanas que passamos juntos foram as mais felizes da minha vida, mesmo eu tendo que ir dormir pensando que ele ia roubar alguma coisa. Ri nasalmente com meus pensamentos... Eu o amo? É, eu acho que sim.
  Pensando nisso, se debruçou do mesmo jeito que eu. Não olhei pra ele e ele também não olhou pra mim.
  - Você... Quer dançar ou sei lá? – afirmei sem olhar pra ele.
  Nos dirigimos até a pista de dança e ele passou as mãos pela minha cintura e eu apoiei as minhas no pescoço dele. Nos movimentávamos lentamente pra musica que tocava, que era um pouco animada.
  A música infelizmente não durou muito e então aplaudimos a banda.
  -Ah, eu vou beber – disse se afastando de mim. Senti lagrimas se formarem em meus olhos. Ele não iria beber, ele só não queria ficar perto de mim.
  -EU NÃO FARIA DE NOVO – gritei pra que parou, mas não me olhou e voltou a andar. O barulho de um trovão foi ouvido e logo em seguida o barulho da chuva.
  Me sentei em qualquer lugar e pensei em tudo novamente.
  - Cala a boca, e vem dançar – estendeu a mão um vestido de pirata. Uma camisa bufante e um chapéu de capitão.
  - Não é uma boa ideia. Se o ver... – eu tentei e ele me interrompeu.
  - DANE-SE – ele disse ele puxou minha mão de uma maneira violenta e colou o corpo dele no meu. – , eu não me arrependo do que agente fez – ele sussurrou no meu ouvido. – E eu faria de novo e de novo e não me importa se você está namorando. Eu quero você e eu geralmente ganho o que eu quero – ele mordeu o lóbulo da minha orelha. Olhei ao redor e tive a pior imagem de toda a minha vida. segurava dois copos de alguma bebida e encarava eu e com uma expressão que eu consegui especificar na hora... Ele estava triste e bravo. Ele deixou os copos caírem e saiu correndo pelas pessoas.
  - ! – gritei, tentando sair de perto de .
  - Deixa ele, você tem a mim – disse. Olhei pra ele indignada.
  - É, eu tenho você. Mas você nunca vai me ter. Nunca, nunca, nunca. – ele me soltou então. Comecei a correr pela multidão e saí da casa.
   andava pela chuva rápido e se dirigia ao carro dele.
  Saí na chuva e comecei a segui-lo.
  - ! PARA! – gritei e ele se voltou pra mim. – V-volta aqui – disse com a voz falha e sentindo meus olhos arderem com as lagrimas que queriam descer pelo meu rosto.
  - Por quê? – ele perguntou bravo – Por que ? – a voz dele se aumentou.
  - Porque eu te amo, seu idiota! – eu gritei alto e brava. Ele me olhou surpreso e começou a andar em minha direção.
  Ele segurou os meus braços e os prendeu contra meu corpo enquanto me olhava. Meu coração batia mais forte. Dava pra ouvi-lo de longe. Ele encarou meus olhos e sussurrou um ‘Sério?’
  - E-eu te amo – repeti.
  Sem aviso prévio ele grudou nossos lábios com força e vontade. Ele levou a mão até a minha cintura e juntou nossos corpos.
  Ele foi me guiando até o carro dele, sem desgrudar nossos lábios. Ele me encostou na porta do carro e separou nossos rostos. Eu devia estar com a boca vermelha de tanta força que ele colocou no beijo. Ele apertou minha cintura, grudou nossos corpos de novo. Ele encarou dentro dos meus olhos e eu olhava ao mesmo tempo pros deles. Desviou o seu olhar dos meus olhos e olhou pros meus lábios enquanto ele mordia o lábio inferior dele. Ele tocou o meu rosto gentilmente e então me beijou lentamente. Abri a porta de trás do carro e nós dois caímos no banco traseiro, ele por cima de mim.
  Ele fechou a porta e começou a desabotoar sua camisa, enquanto eu olhava aquele corpo se revelando aos poucos. Quando aquele pano já estava em qualquer lugar do carro, ele começou a beijar e mordiscar o meu pescoço. O meu corpo e o dele estavam totalmente ensopados pela chuva, mas estava tão quente lá dentro que os vidros do carro começaram a se embaçar. teve uma briga com o zíper do meu vestido e decidi ajudar ele. Logo estava só de lingerie branca rendada e ele ainda estava de calça. Enquanto eu tentava abrir o cinto dele, começou a dar beijinhos e chupões pela minha barriga. Tirei a calça dele com os pés enquanto ele se aproximava cada vez mais da minha virilha. Ele beijou o meu quadril e afastou a minha calcinha. Ele começou a chupar os meus clitóris e eu gemia o nome dele baixinho.
  Senti que não aguentaria muito tempo. pareceu perceber isso e começou a me penetrar com dois dedos rapidamente.
  - AH! – gritei quando estava quase lá. O meu liquido branco escorreu pelos dedos de . Ele os levou a minha boca, esfregou eles lá e me beijando pra sentir o meu gosto.
  Ele tirou meu sutiã e começou a beijar e mordiscar o meu mamilo. Fechei os olhos gemendo e de repente senti me perfurando sem me avisar.
  - AAH! – gritei de prazer e surpresa. Ele sorriu com a minha reação e começou a gemer meu nome. Troquei nossas posições ficando por cima. Comecei a me movimentar lá. Ele hora olhava pra mim, hora ele se contorcia no banco do carro e agora os vidros do carro estavam totalmente embaçados. Chegamos ao ápice juntos, o que era uma coisa rara de acontecer comigo.
  - ... ... ! – ele sussurrava e gritou por último se contorcendo no banco. Caí acabada em cima dele e ele começou a passar a mão pelos meus cabelos. – Não usamos camisinha – ele me lembrou dando de ombros.
  - Que as pílulas funcionem – disse sorrindo pra ele. Ele sorriu pra mim e beijou meu rosto. Ficamos abraçados um tempo lá. Só nos abraçando.
  -Eu te amo. – ele disse olhando pra mim – À primeira vista – ele disse.
  - Eu também te amo, mas só a segunda ou terceira vista – eu disse beijando ele.
  Nos vestimos e voltamos pra minha casa.
  Chegando lá ele me encarou sorrindo.
  - Tchau – ele sussurrou grudando nossos lábios.
  - Quer fazer alguma coisa amanha? Já que eu acho que eu perdi o meu emprego – eu disse sorrindo.
  - Claro! Vamos a um pub depois das 18h30? – sugeriu. Afirmei com a cabeça. – Aí você vai poder ver a minha banda
  - Ui! Quantos? – perguntei.
  - Eu e mais três caras – ele disse segurando minhas mãos. – E vou cantar uma musica pra você – ele disse sorrindo, sorri orgulhosa.
  - É boa? – perguntei fingindo duvida.
  - Claro, é pra você – ele disse. – Então não vai trabalhar? – neguei com a cabeça.
  - Vou tentar em outra revista. Não se preocupe, a Victoria’s Secret me quer desde o photoshot da Katy Perry – eu disse e ele sorriu.
  - Então, tchau. Boa noite – ele grudou nossos lábios de novo e saiu de perto de mim.
  O que aconteceu depois? Eu não sei ao certo como explicar. Eu e passamos anos juntos; nos casamos, obviamente, bem mais tarde. e tiraram todo o seu dinheiro e fugiram pra viver em Los Angeles. começou a sair com outra menina e tenho que dizer, conseguimos ficar amigos. E agora estou aqui, com o meu marido deitado do meu lado, sorrindo pra mim.
  E eu e , como não tem palavras menos clichês pra dizer, vivemos felizes para sempre...

FIM



Comentários da autora


E eu finalmente acabei! Passei as férias todas escrevendo. Eu acho que ficou boa. Mas me fale nos comentários. Me siga no twitter e no tumblr.
E seja feliz! Beijo da tia Gabi.