Waiting For My Sun To Shine
Escrita por Marina | Revisada por Lelen
Some Days
Uma menina. Um menino. Ela gostava de tirar fotos. Ele era o menino que carregava as malas.
Eles se encontram em um acampamento.
Será que algo vai rolar entre essas duas pessoas tão diferentes?
Prólogo
- Ah não mãe! Eu já disse: Eu não vou para lá!
OK, meu dia já começou ruim... Digo, péssimo. Estou no meu segundo dia de férias e minha mãe tem que estragá-lo, droga mãe!
Eu não queria fazer essa “apresentação”, mas é necessário para vocês entenderem a história e eu não ter que ficar explicando cada mínimo detalhe... Bom, vamos lá:
Sou Ella Hart, uma menina que na maioria das vezes é explosiva e grossa (n/a: já perceberam né?! :X).
Sim, vocês leram certo, então, se querem ler histórias onde a menina é pacífica, educada e doce, vão embora. Continuando para os interessados que ainda estão aqui...
Tenho 16 anos e meu hobbie favorito é tirar fotos. Meu sonho é ser aquelas fotógrafas profissionais, que moram em casarões e tem um monte de empregados, nada demais. (n/a: OK então! :P)
O motivo dessa mais recente “explosão” com a minha mãe foi que ela me obrigou a passar minhas férias (lê-se inteiras) nu acampamento. Isso é um castigo para mim, me matem.
Poxa, ela sabe que eu odeio essas coisas! Eu não sou sociável que nem ela (só tenho uma amiga, Sarah, a menina mais reservada da sala – a única que presta)! E sem contar que eu ia passar o mês inteiro treinando para um concurso de fotógrafos armadores que iria ter aqui em Toronto, é, eu sou canadense.
- Acredite filha, algum dia, você ainda irá me agradecer por te mandar para esse acampamento.
- Duvido. – eu bufo
- Agora, sem mais reclamações, vá fazer sua mala.
- Sim senhora... – suspiro infeliz e vou para o meu quarto
E eu repito: Duvido!
1º Capítulo
E aqui estou eu, pleno sábado e eu estou em um aeroporto...
- Me diz mesmo o porquê de eu estar aqui mãe?
- Porque você vai me agradecer depois. E, além disso, você precisava sair um pouco e se divertir. Curtir sua infância.
Infância? Qual é mãe!
- Eu posso me divertir aqui em Toronto mãe...
- Filha, é com conhecer novos lugares. – ela me deu um abraço e beijou o topo da minha testa – Te amo.
- Também te amo mãe.
“A todos os passageiros do vôo 8123 (n/a: ...Means everything, to me... <3) para a Califórnia, favor irem até a sala de embarque do 2º andar.”
Olhei tristemente para a minha mãe, ela colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e sorriu, deixando um lágrima cair dos seus olhos.
- Ah mãe! Não chora! Se não eu choro.
Apesar das brigas diárias com a minha mãe, eu amava ela, pô ela é minha mãe! Ver ela chorando me lembrava o meu pai, que nos deixou há 11 anos. Aquele projeto mal feito de pessoa... Nunca mais consegui confiar em nenhum homem, cara, menino, que seja! Pessoas do sexo oposto.
- É melhor você ir querida. – minha mãe me abraçava esmagadoramente – Se cuida, não faça nada de errado, tente não brigar com ninguém e se divirta.
- Vou tentar mãe.
Ela olhou orgulhosa e sorriu, beijando minha cabeça e me abraçando pela última vez.
- Ótima viagem minha lindinha.
- Se cuida também mãe. – sorri torto.
Peguei minha mala (sem rodinha mas com alça) e encaixei as alças em meu ombro, comecei a andar e ouvi uma última fala vinda da minha mãe:
- Quero várias fotos sim?!
Virei e sorri para ela. Logo em seguida, eu já estava abrindo a minha mala para o cara ver se havia algum objeto “perigoso”.
Califórnia, aí vou eu.
~ 0 ~
Minha viagem não foi boa (graças a Deus que eram apenas 2 horas e 40 minutos!).
Primeiro – tive de me sentar no meio de duas pessoa, a do lado direito era uma menina que não calava a boca, e o pior era que ela mascava chiclete enquanto tagarelava, resultados: meu headphone ficou cheio de salivas-não-bem-vindas; a pessoa do lado esquerdo era um cara gordo, que também não parava de mexer a boca, porém ele não falava, ele comia, resultado: meu headphone ficou fedido de gordura (o cara comeu uns 5 hambúrgueres caseiros...)
Segundo – só me serviram uma barrinha de cereal que não tinha chocolate.
Terceiro – a bateria do meu IPod acabou nos primeiros 5 minutos da viagem (eu não tirei os headphones, não queria ouvir a menina tagarela).
Quarto – não consegui dormir.
Esse foi o resultado da minha viagem...
O importante era que eu já estava no local onde eu deveria estar e que eu estava viva.
Peguei minha mala na esteira e me virei a procura de um “tio” que segundo mamãe, se chamava Hugo e que estaria usando uma camiseta azul esverdeada com um sol laranja no meio... Eita camiseta linda! (n/a: sarcasmo mode ON)
Tá, fiquei uns 10 minutos procurando a camiseta até que vi um cara alto, muito alto (tá, ele devia ter uns 2 metros!) loiro e meio gordinho que usava um bigode de “hermanos” vestindo a tal camiseta...
- Licença, você é o Hugo? – perguntei
Um sorriso proporcional para ele se abriu em seu rosto... Ou ele era um tarado que acabara de achar a sua vítima ou ele era o tal Hugo.
- E você deve ser a Ella! Sim, sou o Hugo O’Callaghan! Prazer! - estendi a mão mas ele me envolveu em um abraço de urso – Falei com a sua mãe por telefone, não se preocupe, você não irá quebrar nenhuma unha comigo ao seu lado!
- OK... Você será tipo um guarda-costas?
- Tipo um guarda-costas! – ele respondeu sorridente novamente, sorri torto (quando eu digo que eu “sorri torto” significa “sorri falso”, é difícil eu sorrir para valer”) e ele se ofereceu para ajudar a carregar a minha mala, claro que eu aceitei, sabe, eu estava gostando de ter um “Hugo” ao meu lado...
~ 0 ~
Assim que saímos do aeroporto, Hugo me guiou até o carro dele, uma Kombi verde (num tom bem desgastado), me acomodei no banco passageiro e logo fechei os olhos, na esperança de dormir...
- Eu fico feliz com a sua chegada.
OK, acho que eu não vou conseguir dormir... Abro os olhos e o encaro, apesar de ser grandemente assustador, ele era uma boa pessoa.
- Você fica feliz com todas as pessoas que vão para o acampamento ou está feliz por eu, em especial, estar indo?
Ele virou o rosto e começou a me analisar.
- CARA! Olha para frente Hugo! – eu berrei, sim. Ele é maluco de parar de olhar para frente enquanto dirige?!
Logo, ele começou a rir, e eu a entrar em desespero. Eu não queria morrer em um acidente de carro na Califórnia acompanhada de Hugo, um barbeiro risonho! (n/a: cara, que situation!)
- Para de rir Hugo! Você bebe cara?! Presta atenção nessa droga de estrada!
- Isso! Isso responde a sua pergunta! HáHáHá!
Tenho certeza, ele bebeu.
- Isso não responde porra nenhuma! E PARA DE RIR!
Ele não parou, mas se acalmou um pouco. Um tempo depois, ele voltou a falar:
- Eu fico feliz quando mais pessoas vão ao acampamento, claro, eu vivo daquilo! Mas fiquei bem feliz quando você veio com esse seu estilo. – o encaro séria, ergo uma sobrancelha – Não estou te dando uma cantada OK?! Eu tenho namorada e sou muito velho para você Ella! – ele diz rapidamente
- OK, mas então porque ficou feliz de eu vir com o meu “estilo”? – fiz um aspas com os dedos
- Porque eu conheço alguém que precisa te conhecer.
Ave Maria...
~ 0 ~
Depois de observar as diversas paisagens do Texas pelo carro, adormeci. Só acordei por causa da buzinada escandalosa que o Hugo deu. Para uma Kombi de pintura desgastada, até que a buzina era forte. Bem forte.
- Acorda belezinha! Chegamos! – Hugo me balançou até eu acordar – Bem vinda à sua segunda família, o acampamento Sun To Shine!
Abri a porta da Kombi e saí do carro...
2º Capítulo
... O que era aquilo?!
Que lugar lindo! Tá, confesso, toda a minha má vontade de vir para cá sumiu! Quantas paisagens lindas! Eu poderia (e vou) tirar um monte de fotos!
- Hahaha, estou vendo que alguém gostou de vir para cá!
Hugo me disse com um sorriso sacana no rosto:
- Minha mãe te disse que eu não queria vir aqui? – perguntei sem graça.
Ele confirmou com a cabeça – Me disse que você gostava de tirar fotos também. É seu hobbie não é?
- Sim, mas o que é que tem haver isso?
- Bem, ela me perguntou se aqui tinha uma paisagem legal para você treinar para um concurso da sua cidade.
Minha mãe... Fez tudo para a sua garotinha e ela agradeceu com o pior humor da vida... A única coisa que eu queria fazer agora era dar um abraço carinhoso e um sorriso verdadeiro. Mãe, eu te amo.
- Vamos lá Ella, vou te mostrar o lugar.
~ 0 ~
Depois de umas 2 horas andando e conhecendo o acampamento Sun to Shine, voltamos para o lugar de onde começamos (na entrada do acampamento, onde a Kombi estava estacionada) quando eu vi um menino pegando a minha mala.
Cara! Eu não sabia que existia roubos num acampamento! Que horror!
- Hey! Pode parar aí cara! – saí correndo em direção ao assaltante, que era alto, magro de cabelos castanhos claros, estava usando um óculos escuro (Ray Ban), uma calça skinny dobrada nos joelhos e uma camisa aberta, que assaltante chique... – Essa é a minha bolsa – puxei a de suas mãos. Além de chique era fraco? Que tipo de assaltante era aquele? – E eu estou com o Hugo! Que é maior que você!
É, isso foi ridículo, mas era o meu único argumento...
- E aí Hugo! – o assaltante-magrelo-esquisito bateu na mão de Hugo... WTF?!
- Esspera! Para tudo! Você conhece esse assaltante-meia-boca? – olhei de Hugo para o assaltante, que me olhava indignado – Ah! Qual é! Você é meio estranho para ser um assaltante, e também não tem jeito e nem corpo...
- É porque talvez eu não seja um... – o cara respondeu.
- E o que você estava fazendo furtando a minha mala?
- Assaltante, furtando... Man! Quem fala assim?!
- Eu falo assim. E responde logo Mané.
- O John trabalha aqui Ella. Ele é o meu primo e, bem... Eu ia te apresentar a ele. – Hugo explicou.
- Mas por que raios ele estava fur... Pegando a droga da minha mala?
- Eu ia levá-la para o seu quarto,senhorita culta. – ele disse e eu revirei os olhos – Prazer, sou John O’Callaghan.
~ 0 ~
Ah tá, o tal de John O’Callaghan era o cara que levava malas pros devidos quartos... E era primo do Hugo? WTH man!
Logo que “o cara” como eu prefiro dizer, se apresentou como John, ele veio para cima de mim, mostrando a bochecha dele à mim... O que ele ia ganhar mostrando a bochecha?! Acho que essa família O’Callaghan é maluca!
- Sou uma garota que não gosta de apresentações, prazer. – eu disse dando dois tapinhas leves na bochecha a mostra dele.
Ajustei as alças da mala no meu ombro e me virei para Hugo:
- Então, aonde é meu quarto?
Mas não houve resposta, e sim, risadas vindas d’o cara... Ai Jesus...
- Do que é que você está rindo menino? – perguntei entediada... Eu não estou gostando dele.
- Meu! Você é maluca não é?! – ele não parava de rir...
- Eu sou maluca? Você que ri feito uma hiena!
- Haha... Haha... HAHA... Desculpe se rio muito! Mas é que pessoas normais se cumprimentam com beijos nos rostos!
Eu pisquei enquanto ele volta a rir... – Que nojo! Você acha que eu, eu vou dar um beijo no rosto da sua pessoa?! É, você é maluco! – agora quem ri sou eu.
- O que tem de errado no meu rosto? – ele pergunta tirando os óculos escuros e mostrando um par de olhos verdes.
- Não é só no rosto que tem alguma coisa errada. – me viro para Hugo esperando pela resposta – Então?
- Fica ao lado do meu. Chalé 16.
- OK, nos vemos por aí, O’Callaghans.
Me viro e vou andando rumo ao meu chalé, sem olhar para trás.
~ 0 ~
Andei pela estrada de pedrinhas, passei pelo pequeno lago onde pessoas nadavam, passei por uma grande (e bota grande nisso!) fogueira que não estava acesa, pois estava de dia até chegar ao chalé 16, o último dos chalés que ficavam do lado direito da rua.
A chave estava pendurada na maçaneta, virei a e logo a porta se abriu, mostrando um quarto com um banheiro no fundo. Legal.
Joguei minha mala na cama e fechei a porta. Tiro uma maleta preta que estava dentro da minha mala... Onde minha câmera e seus acessórios estavam.
- Oi bebê! Sentiu minha falta?
Sim, eu gosto de falar com as minhas coisas.
Limpei a lente dela com um paninho especial e a ajustei, fui para o parapeito da janela e vi a paisagem. Era a parte de trás do lago, com várias pessoas se divertindo e sorrindo.
Click.
Essa foi a minha primeira foto dentro do acampamento.
Eu ia continuar tirando algumas fotos, mas alguém bateu na porta do meu chalé... Ai meu Deus, o que é que querem agora?
Abri a porta e não acreditei no que eu vi...
- O que você quer? – perguntei para vocês já devem saber quem.
- Vim aqui te ajudar a desfazer sua mala. Hugo me obrigou.
- Eu acho que sei como desfazer a minha própria mala.
- Bom, você pode ficar aí reclamando, mas eu não posso voltar lá e dizer para o Hugo que eu não te ajudei, se não ele me mata. E eu não quero morrer agora. – ele disse se apoiando na porta.
- OK, e cadê ele? – perguntei olhando para fora do chalé.
- Está trabalhando com uma turma menor.
- ... Eu consigo me virar, obriga... – o pé dele estava prendendo a porta, deixando impossível de se fechar - Quer se afastar por favor?!
- Por que é que você fala tão cultamente? Qual é, ninguém mais da nossa idade fala desse jeito... Você é estranha.
- Eu falo do meu jeito, como você fala do seu jeito. Agora ou você tira o seu pé daí ou vai perdê-lo. – eu disse forçando a porta.
- Você é má.
- E você é mal-educado. Não te ensinaram que você não deve ficar atormentando uma pessoa?
- Eu não estava te atormentando!
- Não! Imagina! – rolei os olhos (é, eu faço bastante isso) – Posso fechar a porta agora? Ou o senhor pé grande tem mais argumentos para me dizer?
- Não, pode fechar a porta, certinha.
Cara, como eu odeio que me chamem de certinha... Tantos adjetivos e ele diz logo esse?
Claro, fechei a porta com toda a minha força, e acho que acabou batendo no enorme nariz dele, pois este disse: “Au... Meu nariz dude...”
~ 0 ~
- Alô? – essa, essa era a voz que eu queria ouvir desde que cheguei no acampamento.
- Mãe? Sou eu, Ella.
- Filha?! Ah, graças a Deus! Como você está? Viajou tranqüilo?! – ela parecia nervosa, falava rápido e quase sem pausas.
- Sim, viajei bem apesar de sentar no meio de duas pessoas desagradáveis...
- Hum... Que mau! Mas tirando isso?
- Foi bom.
- Ah, que bom querida. – sei que ela deu um de seus sorrisos amáveis.
- É... Mãe? Eu queria te agradecer...
- Me agradecer? Por?
- Me mandar para cá... Hugo me disse que você escolheu esse acampamento em especial para eu treinar para o concurso... – sorri, verdadeiramente.
- O Hugo te disse? Aquele tagarela! Eu quero falar com ele!
- Hahaha, ai mãe... Só você mesmo... – eu disse rindo, estava com saudades dela.
Ouvi o som de uma corneta vindo de longe...
- Filha, se for o que eu estou pensando ser, é melhor você desligar, ou ficará sem jantar...
- Ah... OK mãe... Bom, boa noite.
- Boa noite querida, se divirta.
Desliguei o celular e saí do chalé, me encontrando com Hugo:
- Ella! Eu ia te chamar para comer agora! Sorte você ser uma garota esperta e ter ido atrás do barulho da corneta! Vamos! – ele disse eu o segui.
Como ela sabia que o som significava a hora do jantar?
3º Capítulo
Acordei com o estrondo da porta, que foi aberta escandalosamente... MEU!
- ACORDA DORMINHOCA!
Affe... Tinha que ser bem essa voz? Ótimo, agora eu estou mal-humorada...
- TÁ, JÁ ACORDEI, JÁ ACORDEI! – eu disse berrando e me sentando na cama com os olhos ainda fechados, cara, como ele se agüentava?!
- ANDA, FICA DE PÉ! – ele disse me puxando pra cima – Não vai querer dar cinco voltas correndo comigo antes do café-da-manhã não é?!
Abri os olhos assustada e o cara, apenas riu, peguei meu travesseiro sem que ele percebesse e lhe dei uma almofadada na cara.
- Ei! O que pensa que está fazendo?! Isso não é muito certo menina certinha!
- É porque talvez eu não seja uma menina certinha. – eu disse imitando-o.
- Ah, é assim é? Então tá bom! – ele roubou o travesseiro da minha mão e bateu no meu braço direito.
- AÍ! Se quer lutar, pega a sua arma bestão! – eu disse e peguei o meu travesseiro de volta.
- OK OK! Ele tirou sua camiseta (a do acampamento, azul esverdeada com um sol laranja no meio) e começou a dar “camisetadas” na minha cara... QUE FEDOR!
- Atchim! – espirrei – Atchim! Atchim! Atchim! – espirrei mais três vezes seguidas.
- Epa! Parece que alguém ficou gripada!
- Não é gripe, é alergia a pessoas fedidas! Cara, você não lava a sua camiseta não?! Atchim! Atchim! Atchim! – é, geralmente, quando eu tenho ataques de espirro, saem 3 de uma vez...
- É claro que eu limpo! – ele disse e cheirou a camiseta da sua mão – Nossa! Acho que peguei a camiseta do Hugo! A... A... A... ATCHIM!
Pode se dizer que aquele foi o momento mais nojento e não-bem-vindo da minha vida... John O’Callaghan tinha acabado de espirrar em mim! ECA!
- AAAAAAAAAAAAAAAAAH! QUE NOJO! – eu disse nem conseguindo olhar para mim...
- Ah, sinto muito! – ele disse – Tem papel não?
Que... Folgado!
- NÃO! EU NÃO TENHO!
- OK! OK! Calma tá?! Não foi por querer isso!
- QUE BOM NÉ?!
- E dá para você parar de gritar? Está me deixando surdo menina!
- A menina tem nome! E NÃO, NÃO DÁ PARA PARAR DE GRITAR! – eu disse cuspindo as palavras na cara dele.
- Eu sei, Ella não é? Nome bonito.
WHAT THE FUCKING GOD?!
- Hahaha, deixei você sem palavras! – ele ria.
Que imprestável... Que raiva... Que idiota...
- Ei, John! Eu te mandei vir acordar ela, e não namorá-la.
Olhamos juntos para a porta e vimos Hugo lá com um sorriso brincalhão...
- Eu não estou paquerando ela! – ele disse vermelho, de raiva, acho.
- É, pelo amor ser paquerada por ele. – eu disse.
- OK OK! Agora vamos, ou vocês irão perder o passeio a cavalo!
- O passeio a cavalo?! Já é! – John disse me puxando pelo braço.
- Depois, eu que sou a maluca... – eu disse baixo.
~ 0 ~
Cheguei ao salão com John ainda me puxando pelo braço... Eu não conseguira me desvencilhar dele... Claro, que vários olhares pararam em nós.
Eu não queria admitir isso, mas John era bonito. E claro, muito pretendido nesse acampamento... Ainda mais por trabalhar aqui.
- Puts, tá lotado hoje! – ele disse.
Olhei para as mesas, realmente estava lotado...
- John, que tal a Ella se sentar nessa mesa e você na mesa dos monitores? – Hugo disse.
- OK. – eu disse me sentando à frente.
John e Hugo logo foram embora e eu comecei a pegar um pão e passar manteiga, queijo, presunto e requeijão nada melhor que um café-da-manhã caprichado!
As meninas do meu lado eram estúpidas:
- Ai, mas ela nem é tão bonita como eu...
- Ela é estranha, parece que está sempre brava, e ele é tão lindo! Sempre simpático, um fofo!
- Eu não gostei dela.
- Acho que ela está se aproveitando dele, para ter melhores coisas aqui no acampamento.
Viu? Sorte que eu não ligo para o que as pessoas dizem, se você não gosta de mim foda-se.
~ 0 ~
Assim que terminei de comer, me levantei e saí do local, estava indo em direção ao meu chalé para pegar minha câmera, mas fui interrompida antes...
- Hey! Onde é que você está indo?!
Olhei para trás e vi um menino loiro, gordinho e alto.
- Estou indo para o meu chalé. Algum problema?
- Sim, na verdade... Para quê você está indo lá, sem querer ser intruso...
- Estou indo pegar a minha câmera. Quero tirar algumas fotos daqui.
- Ah! Então você é a Ella, a menina que gosta de tirar fotod?! – ele abriu um sorriso e veio até mim, acho que sou bem – ou mau – falada nesse lugar... – Sou o Jared Monaco! – estendeu uma mão - Eu sou meio que um monitor júnior daqui...
- Ah, entendi. – apertei a mão dele e ri.
- O que foi? – ele disse começando a rir.
- É que eu conheci uma pessoa que me disse que pessoas normais se cumprimentam com beijos nos rostos...
- Ah... E esse alguém seria o John?
- É... Sim...
- Hahaha, só ele mesmo para achar isso. Acho que nós devemos cumprimentar a pessoa de qualquer jeito... Não ligo se é com um beijo no rosto ou com um cumprimento de mão.
Gostei dele!
- É! Concordo plenamente! – eu disse sorrindo.
- Não liga para ele, esse é o normal dele. Hahaha.
- Parece que vocês se conhecem bem.
- Sim, somos melhores amigos. – ele sorri – Bom, vou deixá-la ir buscar a sua câmera, mas não quero que ninguém a veja ouviu? Se não, nós dois estamos lascados! Sair no meio de uma refeição é tenso aqui...
- Por quê?
- Bem... Digamos que eu já tenha uma experiência nesse assunto...
- Ah, entendi. Bom, obrigada Jared.
Ele piscou e voltou a andar como se nada tivesse acontecido...
- Ah! E não se esqueça do passeio a cavalos!
- Não sou muito fã de cavalos! – eu berro em resposta.
- OK, mas você tem de estar no celeiro às 11 horas, ou seja, daqui a 15 minutos!
Fiz positivo com o dedão e corri para o meu chalé.
~ 0 ~
Cheguei ao celeiro às 10:50 com a câmera pendurada no meu pescoço... Senti dois dedos tocarem nas minhas costas...
- Hey, por que saiu mais cedo do café?
Me virei e me deparei com o par de olhos verdes mais que conhecidos... John... De novo...
Apontei para a minha câmera. – Ah. E tirou alguma foto?
- Não, eu peguei a câmera e não tirei nenhuma foto. – respondi revirando e rindo.
- Posso ver?
OK, nunca, ninguém tinha pedido para ver minhas fotos... Aquilo me deixou... Envergonhada?! Como assim? O que está acontecendo comigo?
- Cla... Claro. – lhe entreguei minha câmera e ele a olhou e ergueu uma sobrancelha – Quer ajuda? – perguntei – Aqui.
Apertei no botão onde mostrava as fotos já tiradas, ele apenas abriu um sorriso – Valeu!
Ele começou a ver as fotos, e eu para parar de olhara para ele, olhei para os cavalos que estavam presos no celeiro.
- Hey, são muito boas! Você tem talento heim?
- Ah, obrigada... – Como assim ele me deixava sem graça e não se sentia mau?
- Tira uma foto minha. – ele disse normalmente.
- O que?!
- Tira uma foto minha ué, quero ver mesmo se você é boa.
- E para isso eu preciso tirar uma foto sua? Com a minha máquina fotográfica? Coitada! Ela não merece ter uma foto sua gravada nela!
- Magoou agora... – ele disse fazendo biquinho (n/a: Cara, John O’Callaghan de biquinho deve ser de matar! :( )
- OK, eu tiro. – eu bufei e o olhei.
- AÊ! Em qual pose você quer?
- Como? – disse rindo.
- Escolhe: sexy – ele disse fazendo biquinho e pondo as mãos no bolso da bermuda apertada (Cara, como esses caras conseguem usar essas calças? Não deve nem passar pelos pés deles!), - alegre, - Ele disse dando um sorriso feliz e mostrando um sinal de positivo – ou normal (ele disse dando um sorriso torto)?
- Para mim, todas são poses afeminadas.
- E repetindo: você é má!
- É, eu sei. Agora anda logo e faz qualquer pose.
Ele não fez nenhuma das poses, mas mostrou a língua, ficou vesgo e fez um sinal de paz e amor com a mão. Não consegui não rir!
Click.
- Deixo ver! – ele tirou a câmera das minha mãos.
Meu Deus.
TAP!
- AU! Por que você fez isso Ella?!
- Porque é para você aprender que você NUNCA poderá tirar a MINHA câmera das minhas mãos, só se você quiser perder os seus sentidos. - respondi pegando minha câmera de volta.
- Ah, me desculpe... Mas, cara! Doeu viu?! – ele disse massageando o braço.
- OK, vamos parar de chorar e ir para lá com o resto do pessoal. – Hugo disse por trás da gente – Eu sei que tapa de amor não dói.
- HUGO! – gritamos juntos.
- Hahaha! Olha! Até a sintonia é a mesma! Hahaha! Ai! – ele gemiu, John acabara de bater nele.
- Vamos lá pessoal. – Jared disse aparecendo e me guiando até a turma da minha idade, levando John consigo.
4º Capítulo
Eles pararam na nossa frente, acompanhados de Hugo.
- Olá pessoal! Sei que vocês já estão meio velhos para isso, mas acreditem em mim, vai ser legal. – Hugo disse – Bom, o que vocês estão vendo aqui?
- John, um menino lindo... – uma menina disse aos suspiros.
- Obrigado pela consideração. – Jared disse sorridente.
- Não, esse John não é bonito. – Hugo disse.
- EI!
- Mas o que vocês estão vendo atrás desse John e desse Jared, são cavalos. Quatro cavalos.
- E daí? – um cara disse.
Nossa, esse pessoal é bem educado...
- Daí que vocês poderão dar umas cavalgadas por aí. Se não quiserem, podem ir para a piscina, mas ou vocês ficam cavalgando ou ficam nadando, sem meio termo.
- Beleza. – o mesmo cara respondeu.
OK, só sobraram eu, Hugo, Jared, John e um cara meio loiro meio moreno, forte e alto... (n/a: reconheceram? :X)
- Nossa, pensava que mais gente gostava de cavalgar... – Hugo disse tristemente.
- Pois é... Antes as meninas gostavam mais... – John disse.
- É, mas, temos dois restos de pessoas aqui!
- Valeu Hugo! Quanta consideração amigo! – o cara forte disse.
- Ah, você já é da casa Tim, e a Ella... O que você tá fazendo aqui?! – Hugo perguntou.
- Ah, OK, eu saio então.
- Affe, mas é muito Mané... – o Tim disse batendo na cabela de Hugo – Sou o Tim, amigos desses caras.
- Ah, prazer. Sou Ella.
- Bom, já que estamos aqui, vamos cavalgar! – Jared disse já subindo em um cavalo marrom.
- Mas são 5 pessoas para 4 cavalos?! – Tim perguntou.
- Bem observado... – Jared disse já sentado em seu cavalo – Eu já estou aqui, esse é meu, o último a pegar um cavalo divide com alguém.
- Ah, não tem problema, eu vou tirar algumas fotos... – eu disse, mas acho que não fui ouvida, pois os três rapazes que sobraram saíram correndo a procura de um cavalo para subirem.
Esperei um pouco, e quando todos estavam em seus devidos cavalos tirei uma foto.
Clik.
Os quatro olharam para mim:
- Ué?! Você não vem?! – Tim me perguntou.
- Não, não sobrou mais cavalos, eu vou ficar tirando fotos...
- NÃO! Você não ouviu o que eu disse?! Sem meio termo! – Hugo disse me repreendendo.
- Tá, e o que você sugere? Cortar um cavalo ao meio para ir me levando?! – eu disse fazendo os outros rirem.
- Não, vamos seguir o que o Jary aqui disse, você vai dividir com alguém Ella. Comigo que não vai ser! HÁ!
- Que merda Hugo... – Tim disse – Olha, você até pode vir comigo, mas não sei se a Meg vai agüentar.
- Meg?
- Sim, essa égua. Ela é meio velha já.
Ficamos em silêncio... O único que sobrara... John... Ah... Não, para de brincar comigo Deus!
- Vai com o seu namorado ué. – Hugo disse quebrando o silêncio.
- Olha o John namorando! Nunca pensei, um cara como você! – Tim disse dando um “joinha” para John.
- Ele não é meu namorado. – eu disse.
- E eu não estou namorando. – John disse.
- OK OK, Ella, tem problema você ir com ele? – Jared perguntou.
- ... Bem...
- Ah, qual é! Deixem de ser infantis! Vai logo Ella! – Hugo disse brincando.
- Falou o cara mais infantil desse acampamento. – Jared disse.
- OK... Parem de brigar garotas! – Tim disse aos risos.
- Ah, cala a boca! – tanto Jary como Hugo berraram e logo, Tim saiu correndo em seu cavalo, sendo seguido pelos outros.
- Vamos. – John disse com um sorriso tímido.
- OK... Mas vou avisar que eu não me dou bem com cavalos! – eu disse tentando subir mas sem ter muito sucesso.
- Sério? Por quê? Algum trauma de infância?
- Sim. Horrível. Não quero lembrar agora. Dá para me ajudar?!
- Ah, desculpe. Vem, segura na minha mão.
Segurei na mão estendida de John e ele logo me puxou, com a minha outra mão segurando a cela do cavalo. Passei uma perna e a mão que estava segurando a cela se apoiou no ombro direito de John.
- Pronto, acho que consegui. – eu disse prendendo o meu cabelo.
- OK, então, vamos lá!
- ESPERA!
Mas ele saiu cavalgando e eu para não cair, larguei o elástico e o meu cabelo e me segurei na cintura dele... COMO ELE ERA MAGRO! PARECIA NÃO TER CARNE, SÓ OSSOS!
- HAHAHAHAHA! – ele começou a rir.
- Do que você tá rindo?! PARA DE RIR! – segunda vez que falo isso.
Acho que a família O’Callaghan tem problemas com meios de transporte, afinal, eles sempre começavam a rir enquanto dirigiam (carros) ou galopavam (cavalos)...
- Me... HAHAHA... Sol... HAHAHA... Ta! – ele disse.
- O QUÊ?
- Me solta! Hahahahaha!
- Não! Você é maluco? Se não eu caio! – eu disse, o que ele tinha na cabeça?!
- Pega aqui! Hahahaha! – e me passou a rédea - Segura... Hahahaha... Firme!
Segurei com as mãos ainda presas em sua cintura e logo o cavalo começou a andar mais lentamente, deixando eu frouxar um pouco a força das minhas mãos da cintura dele, o fazendo rir menos...
- O que é que estava acontecendo?! – eu perguntei nervosa, CARA, EU PODIA TER MORRIDO LÁ!
- Você me fez cócegas, quando abraçou minha cintura sabe? Hahaha...
OK, eu fiquei corada... De novo ele me deixara sem graça...
Cavalgamos mais, até sermos chamados para o almoço...
5º Capítulo
Minhas duas primeiras semanas no Sun to Shine foram boas, admito.
Eu apenas falava com Jared, Hugo, Tim e bem, John...
Tirei muitas fotos, deles, das paisagens e de outras pessoas (que não sabiam que eu estava tirando fotos delas)...
Acho que eu estava os considerando amigos, afinal, eles eram bem legais.
Eu não sei o que está acontecendo comigo... Acho que estou começando a gostar de... John... Ele era engraçado e gentil... Mas acho que não... Não, não posso ficar pensando nisso.
~ 0 ~
- Hey! Acorda Ella! – é, ele sempre vinha me acordar...
- Já estou acordada. – respondi, não era mentira, eu estava vendo as fotos que eu havia tirado, acho que tenho potencial de conseguir pelo menos um 5º lugar no concurso!
- Sério? Nossa, isso é novidade! – ele disse entrando no chalé – O que você está fazendo?
- Vendo minhas fotos.
- Ah. Isso não é novidade. – ele disse se sentando ao meu lado na cama.
- Quer parar de ser chato?
- Não. – ele mostra a língua.
O olho e de repente ele vai se aproximando lentamente de mim... Sinto sua respiração... Calma e normal... A minha em compensação, estava mais rápida que um carro de corrida...
- Não... John... – eu disse me levantando da cama.
- Por quê? – ele pergunta tentando segurar minha mão, mas desvio.
- Eu não posso...
- Você é comprometida?
- Não. Mas você não pode se comprometer com alguém que não vai confiar em você.
É, eu não conseguia (por mais que quisesse) confiar em caras... Depois do mala do meu pai... Não... Eu não queria me machucar de novo...
- Você não confia em mim?
- Não, me desculpe.
- OK, mas eu vou te mostrar que você pode confiar em mim. Eu sei disso. – ele disse sorrindo.
Sorri torto e ele se levantou e foi embora do meu chalé.
~ 0 ~
Assim que entro no salão para comer, olho para a mesa dos monitores e Jared dá um aceno, fazendo com que John olhe e acene também. Espero que nada mude. Gosto das nossas brigas estúpidas e dos acontecimentos inesperados que ocorriam enquanto ele estava por perto.
Comi apenas uma maça e logo, Tim se sentou ao meu lado.
- E ai El!
- E ai Tim, boa manhã? – perguntei.
- Opa! Muito boa, sabe aquela menina? – ele apontou para uma ruiva na ponta.
- Na verdade eu não sabia, mas continue.
- Hoje de noite, quando tiver a fogueira - de sextas-feiras à noite, nós tínhamos uma fogueira, onde comíamos marshmallows, ouvíamos histórias e por fim acabávamos dormindo lá mesmo, nos troncos de árvores que eram bancos – eu irei me sentar ao lado dela, enquanto o Hugo contar uma história de terror. Quem sabe ela caí de medo e eu a ajudo? – e piscou um olho.
- Tim safado. Hahaha! – eu disse voltando a morder minha maçã.
- Fazer o que né? Eu preciso aproveitar minha vida antes que ela acabe!
Sorri, pois havia me lembrado da minha mãe me dizendo que eu deveria aproveitar minha infância...
~ 0 ~
A fogueira iria começar às 8 da noite, assim que terminássemos o jantar, iríamos para a fogueira. Claro que eu não fui assim que terminei de jantar, eu preferi ir para o meu quarto, pegar meu bebê e tomar um banho.
Coloquei uma calça jeans, um allstar preto de cano alto e uma camiseta de manga comprida listrada (vermelha e preta).
Saí de casa e fui até a frente do salão, onde tem a fogueira. Troncos já estavam distribuídos no chão (droga, eles podiam colocar um paninho né?!), já havia algumas pessoas sentadas (inclusive Tim que estava ao lado da menina ruiva, boa sorte ai!) e logo, Hugo estava acendendo a fogueira.
- Ué, e cadê o John? – Hugo me perguntou.
- Eu não sei, ele é o seu primo. – eu disse.
- É, mas ele não... Você... Vocês não estão... – mas ele foi calado por um Jared que estapeou sua boca.
- Oi El! Está sozinha?! – ele perguntou.
- Sim, é o que parece né Jary? – ri.
- Ah, bom, deixo eu te acompanhar né? Ou você gosta de ser forever-alone?
- Na verdade eu gosto sim, já me acostumei.
- Hum, mas agora você está aqui e tem nós de amigos, não fica forever-alone não!
- OK então, hahaha.
Era estranho para mim ter “amigos”. Digo, eu sou daquelas pessoas que gostam do “estar sozinho” e bem, aqui no Sun To Shine, eu definitivamente não estava sozinha. Esse acampamento estava me mudando... Digo, eu não estava tão explosiva e estava até mais simpática, vamos dizer...
Logo, o resto da turma (pessoas da nossa idade) se acomodou perto da lareira e Hugo se sentou no meio para contar uma história.
- Hoje, o tema é terror. Então, vou começar.
“A história de hoje tem fatos reais, aconteceu com um menino chamado Zack...”
- Oi! Perdi alguma coisa? – John apareceu ao meu lado de repente.
- Não, Hugo vai contar uma história de terror agora. – falávamos aos cochichos.
- Ah, não acredito...
- Por que você não acredita? Ele está lá no meio contando...
- As histórias de terror dele são muito ruins. Não vale nem a pena ouvir.
- Sério? – voltei a ouvir um pouco da história.
“E quando o Zack se virou, a porta se escancarou e uma velha verruguenta apareceu na porta... Zack berrou temendo ser o lobo...”
- OK, ele definitivamente não sabe contar histórias de terror. Isso daí nem dá medo.
- É, mas, desculpe El, você não parece se assustar fácil. – John diz.
- É, é bem difícil eu me assustar.
- Mas não é impossível.
Olhei assustada...
- O que você quis dizer com isso?!
- Você vai ver. – e sorriu malicioso.
Peguei minha câmera e tirei algumas fotos, o cenário estava lindo, a fogueira dava um ar de natureza e o pessoal de amizade.
- Nossa, essa história tá muito... – Jared disse um pouco alto demais.
- Muito? – Hugo perguntou esperançoso, parando de contar a história.
- Ruim. Cara, você não sabe contar histórias de terror. Excluí Fogueira de Terror que a gente ganha mais.
Hugo forçou um bico, mas logo continuou contando a história, não se importando com as pessoas que começavam a dormir, não por cansaço, mas por tédio.
6º Capítulo
Faltava ainda uma semana para o acampamento acabar. Não que eu quisesse voltar para Toronto, mas eu estava ficando com medo de perder minha amizade com John... É, cadê aquela menina que não ligava para nada e ninguém e que não tinha amigos? Acreditem, continua em algum lugar dentro de mim.
- Hey, levanta El! Não vai querer perder as panquecas do dia não é? E ter de correr com o Jary! Hahaha!
Só acho que ele devia parar de entrar penetramente no meu chalé... E ainda mais berrando...
- John, eu já acordei cara! – joguei meu travesseiro nele.
- Ai! Você sempre violenta! Quero ver se você vai agüentar isso! – ele disse jogando o travesseiro de volta na minha cama.
- Isso o que? - quando tirei minha cabeça de debaixo das cobertas, não vi John, mas ele devia estar em algum lugar... - John? – me levantei da cama e saí a procura do tal rapaz, qual é, o chalé não era tão grande.
Como eu ficava meio envergonhada de ficar apenas de pijama na frente de John, fui ao banheiro na esperança de pegar meu roupão, mas antes de eu vesti-lo, fui atacada por três bexigas d’água.
AQUELE FILHO DA P***
- JOHN! VOCÊ NÃO FEZ ISSO.
- Opa! Não sabia que você estava de pijama...
Agora ele passou dos limites, se eu estava gostando dele, então não estava mais, pelo menos nesse momento...
- Uau, você é bem bonitinha de pijama! Não que você não seja sem pijama... – fitei o ameaçadoramente – Você fica bem com qualquer roupa, é...
- Ficou constrangido é?! POIS EU DEVIA ESTAR! ESTOU ENSOPADA E DE PIJAMA!
- Qual é El! Não fica brava! E não berra! Quer que o Hugo venha aqui nos matar?
- Por que ele iria ME matar? Você que fez a MERDA!
- El! Cala a boca! – ele estava desesperado... Que covarde! Com medo do Hugo que não machuca nem uma banana...
- Não me obrigue a fazer isso!
- Ah, o que mais pode ser pior do que acordar e ficar ensopada logo em segui...
Ele me beijou.
~ 0 ~
- Só assim para você calar a boca El. – ele disse segurando meu queixo.
- Por que fez isso John? – perguntei ainda com o coração a mil.
- Porque senão Hugo ia me matar.
Olhei-o... Então, ele só me beijara para calar a minha boca e... Não se dar mau com o Hugo e ter que fazer uma limpeza no salão como castigo? Não era porque ele gostava de mim, mas porque ele era um idiota. Não acredito.
- Não acredito nisso John. – eu disse me afastando, completamente séria.
- Não acredita? No que você tá falando?
- Sai daqui.
- O quê?
- SAI DAQUI. AGORA!
Ele me olhou perdido, mas saiu. Fechei a porta com toda a violência e me encostei nela, sentando no chão. Como John O’Callaghan podia ser tão idiota? E como eu, podia ser mais idiota ainda de gostar dele?
~ 0 ~
Nem tomei café-da-manhã. Fiquei trancada no meu chalé, hoje não iria ter atividades mesmo, era Terça Livre.
- El? Posso entrar? É o Jary.
Me desencostei da porta e a abri, encontrando um Jared com cara de preocupação.
- El? O que aconteceu? Está bem? Você chorou?
Meus olhos estavam inchados, eu sabia disso. Meu cabelo devia estar um ninho de rato. Continuava com o meu pijama, que agora estava todo ensopado. Isso é bom, quem sabe assim, eu consigo afastar pessoas indesejáveis?
- Senta um pouco. – ele disse me levando até a cama – Quer me contar o que aconteceu?
Funguei, respirei fundo e fitei minhas mãos que estavam sobre as minhas pernas.
- Tudo culpa do John, Jary... – eu tentava parecer não-chorosa, mas não estava dando certo, cada hora minha voz saia mais falha ainda.
- Ele te fez chorar?
- Fez... Ele... É um idiota...
- Hey, não fica assim, aposto que ele vai se desculpar com você. Seja lá o que ele fez.
- O pior, é que ele não fez nada... Tá, ele jogou três bexigas d’água em mim, mas, não é por isso que eu estou brava...
- Ele jogou três bexigas d’á... Por quê?!
- Acho que era para me acordar...
- Ah... Que besta... Mas, continuando...
- Eu gosto do John, Jary.
Ele fez uma cara de dó e logo me abraçou, abracei sua cintura, já que eu estava sentada e ele em pé.
- Obrigada por ficar comigo Jary.
- Imagina. El, você é linda, não ligue para o John.
Vai ser difícil Jared. Muito difícil.
7º Capítulo
Nem preciso dizer que passei o dia inteiro deitada na minha cama encarando o teto né?
Quando dava para o Jared vir, ele vinha e me trazia comidas e ficávamos jogando conversa fora, ou assistindo TV ou ouvindo ele tocar seu violão...
Eu não queria me importar com as pessoas, eu não queria gostar de pessoas, eu não queria sentir esse amor batendo dentro do meu peito.
- Hey, essa semana é a última semana... Depois você vai voltar para Toronto não é? – Jary me perguntou tocando uns acordes.
- Sim... Sábado de tarde já estarei lá... Se o avião não atrasar e tals...
- É... Sabe, eu sou de Phoenix, Arizona.
- Nossa! Que legal! Eu adoraria visitar lá! Acho que seria bem mais legal do que ter vindo passar minhas férias aqui... (n/a: Sem ofensa texanos!)
- Não fala assim! Se você tivesse ido para lá, não teríamos nos conhecido. E bem, aqui as paisagens são bem legais.
- São mesmo.
- Você vai usar alguma foto para o concurso lá de Toronto? – ele perguntou parando de tocar e me olhando sorridente.
- Sim, claro que vou! As fotos que eu tirei aqui foram as melhores fotos que eu tirei na minha vida!
- Ah! Bom saber isso! E quais você vai usar?
- Essas daqui ó...
Peguei minha câmera e passei 3 fotos, em especial (já marcadas como favoritas), para ele.
Uma era da Fogueira de Terror. Nela, Hugo estava em pé com as mãos abertas e com uma cara assustadora, com várias pessoas o olhando com olhares tensos.
Outra era de Hugo, Jared, Tim e John em cima de seus cavalos, distraídos, brigando para ver quem iria ter que dividir o cavalo, sendo eu a última... (n/a: Capítulo 4!)
E a última... Era a foto de John fazendo uma careta... A foto em que eu tirara antes de cavalgarmos...
- Nossa, essas realmente estão boas. Todas em foco, com cores vivas... Parabéns El.
- Obrigada. Mas, não sei se consigo ganhar... Antes eu até estava positiva em relação a isso, mas acho que não vai dar mais...
- Ah, qual é! São fotos! Se antes você estava positiva, não pode não ficar mais! As fotos não mudam El, relaxa que você consegue, eu confio em você.
Confiar. Palavra forte.
- Mas, qual é o prêmio? – Jary perguntou me trazendo a realidade.
- Uma bolsa em um curso de fotografias.
- Legal! Bem útil isso! Para o seu futuro pelo menos!
- Sim, muito... – sorri torto – Mas e você Jary? O que quer ser no futuro?
- Qualquer coisa que me deixe rico. Hahaha!
- Ah, eu também! Hahaha!
~ 0 ~
Quando anoiteceu, Jary resolveu ir para o seu chalé, disse que estava cansado (pois ajudara as crianças a explorar uma mini floresta do acampamento) e dolorido (por conta das picadas de insetos) e que iria dormir.
- OK, boa noite. – eu disse acompanhando-o até a porta.
- Boa noite, e não esquenta, tudo vai ficar bem depois, certo? (n/a: ... Everything, is gonna be alright, alright? – Color ;D)
- Certo.
- Tchau!
- Tchau…
Ele foi andando e logo fechei a porta. Foi bom ter passado um dia com o Jared. Ele era uma boa companhia. E acho que, quem sabe, eu já estava confiando nele...
Jared Monaco, o primeiro cara que Ella Hart confiou.
~ 0 ~
Amanheceu e não fui acordada por um John barulhento e escandaloso... Quem sabe ele tenha me esquecido? Seria bom, eu esquecê-lo.
Lavei meu rosto e troquei de roupa e saí. Olhei para o chalé do lado, e vi uma menina parada em frente a porta... Que olhar mais feio ela dava para mim... Gente!
- O que você tá olhando? – perguntei.
Eu podia estar triste, mas a minha grosseria não mudava.
- Nada. Só a galinha que destruiu o coração do meu John.
Me virei e continuei a andar.
- Ei, não vai me responder não?!
Que menina chata... Se eu tivesse uma arma agora... Ah...
- Não, galinhas não falam com vacas. (n/a: UUUUUUI!) – voltei a andar.
- Pelo menos admitiu que é galinha.
Mostrei um dedo nada legal para ela e bem na hora, a porta do chalé se abriu, mostrando um John sonado.
- Paris? O que está fazendo aqui? – reconheci a voz dele, mas continuei sem olhar para trás.
- Oi John, meu lindinho! Está melhor?
- Sim, estou. Valeu por perguntar.
- Ah, que bom, então acho que eu te ajudei ontem hum?
- É... Acho...
Que bom que não ouvi mais a conversa, sabia o que estaria por vir...
Continuava doendo ver John... Aquele besta...
- El! – Jary disse na porta do salão.
- Jary, oi...
- Está melhor?
- Sim... Obrigada. – sorri.
- Por nada! Mas e ai? Melhoraram?
- Quem? Eu e o John? Ah tá...
- Hum, estou vendo que vai ser difícil...
- Sim, vai ser... Mas, eu não quero mais falar dele, estou a fim de esquecê-lo, mesmo sendo quase impossível.
- Bom, vamos entrar.
Concordei e empurramos a porta, atraindo milhares de olhares... Ai Porra, por que o pessoal tem que ficar encarando?!
- Jared! Venha aqui! – Hugo o chamou.
- Bom, vou lá. Que estranho esses olhares não?
- Irritante, é a palavra certa.
Ele foi em direção a Hugo e eu me sentei na ponta da mesa. Quando sentei no bando a menina que estava do meu lado se afastou e me encarou com a maior cara de horror... Isso, me deixem em paz, pelo amor de Deus.
Comi sussegadamente meu café-da-manhã e por incrível que pareça, John não apareceu, não que eu me importasse. Devia estar lá com Paris... Se agarrando talvez...
- Hey El, vamos lá fora? Preciso te dizer umas coisas... – Jary disse – Termina de comer e me encontra no laguinho.
- OK.
Logo ele deixou o salão. Tomei meu leite e engoli meu pudim, limpei minha boca no guardanapo e me levantei, rumo ao laguinho.
Quando eu estava indo para lá, me encontrei com um casal de agarrando... Claro, John e Paris...
Eu sabia que eles deveriam estar se agarrando, mas eu não acreditava... Achei que John fosse diferente... Tá na cara que não... Ele ficava com qualquer uma e ainda se fingia de bonzinho ou sofredor, como prefiro...
Andei sem tentar olhar e vi Jared jogando pedaços de pão para os patos que nadavam sossegadamente na lagoa.
- O que você quer falar Jary? – perguntei me sentando ao lado dele, ele logo abriu a palma da mão para mim... – Quer falar sobre pão?
- Não! Hahaha! Esse é para você jogar para eles!
- Ah... – peguei um pouco de sua mão e conforme picava, jogava para eles.
- Hum... Eu descobri o por que dos olhares...
- E por quê?
- Eles achavam que você era namorada do John, e que traiu ele comigo...
- O QUE?!
- É, pois é! O pessoal é um babaca mesmo...
- Sabe... Eles não sabem de nada e se acham os tais, isso é o resumo. Mas, é só não ligar que os boatos param Jary. Além do mais, só mais 3 dias e eu vou embora.
- É... Mas, você não se sente mal em ver o John com... Bem, essas garotas?
- Sim... Dói ver... Mas, eu não sou nada dele Jary, nem amiga mais eu sou... Não posso fazer nada...
- É, e por conta desses boatos, ele também não fala mais comigo...
- Ah, relaxa, é só você conversar com ele. Ele vai entender.
Ele confirma com a cabeça e logo vimos uma multidão sair do salão/refeitório.
- El, vou ter que ir levar as crianças para nadarem agora... Você vai andar um pouco, tomar um ar.
- OK. Nos vemos mais a noite.
8º Capítulo
Um dia...
Acho que eu não sentiria falta de muita coisa... Só de Jary, Hugo, John e Tim... Das paisagens, claro! Mas nada mais. Sun to Shine não era como uma segunda casa para mim.
Amanhã será a despedida, iremos partir às 10 da manhã.
Hoje iríamos ter uma última fogueira, a Fogueira da Despedida.
O dia foi normal, comi, conversei com Jary, tirei minhas últimas fotos do lugar, arrumei minhas malas e passei o número do meu celular e o meu endereço (que segundo ele seria preciso algum dia) para Jary, ele fez a mesma coisa comigo.
- Hoje, às 7 da noite quero que você esteja na fogueira sim? – Hugo me disse enquanto eu dava um passeio pelo acampamento.
- OK, vou estar lá.
- Você não é a mesma El.
- É, eu sei...
- Por quê?
- Ah... Você sabe dos boatos...
- Só por causa deles? Achei que você não ligava para essas coisas.
- E não ligo, o problema é o John. – eu disse ardendo minha garganta.
- Então vocês eram mesmo namorados?
- Não, mas... Eu gosto dele... É uma coisa... Louca... Não precisa entender Hugo.
- ... Mas você não o traiu com o Jary né?
- HUGO! Se eu nem era namorada dele, como é que eu ia traí-lo?! E eu não estou com o Jary! Ele é só meu amigo!
- OK, me desculpe! El, quero que você volte ao normal está bem? – concordei tristemente – Você sempre será bem vinda aqui no Sun to Shine!
- Obrigado, vocês são demais. – abracei-o.
- Imagina pequena. Agora vai lá curtir seu último dia aqui.
- É, vou lá dar meu milionésimo passeio...
- Por que não vai na piscina?
- Não sei nadar.
- Ah, entendi...
- Bom, nos vemos na fogueira.
~ 0 ~
O dia passou rápido, quando menos percebi, eu já estava sentada num tronco em volta da fogueira. Pessoas que se juntavam me olhavam e cochichavam entre si (n/a: Ô BULLYING!). Liguei o meu IPod (carregado graças ao computador do Jary!) e botei play... Wake Me Up do Green Day.
Senti uma cutucada no braço, olhei para o lado e vi Tim ao meu lado, ele parecia estar falando alguma coisa, então tirei os fones...
- ...tá aqui?
- Desculpe, não ouvi, estava ouvindo música...
- Ah! Desculpe também, não tinha visto... Há quanto tempo está aqui?
- Há uns 5 minutos no máximo...
- Ah, entendo. Bom, vou te fazer companhia.
- Obrigada Tim.
- Imagina!
Dividi meu fone com ele, ficando assim, eu com o lado esquerdo e ele com o direito...
- Sabe a Gabrielle?
- Quem?
- A ruiva.
- Ah, sim. O que tem?
- Eu desistir dela.
- Por quê?
- Ela era O’Callaghan. Novidade né?! Cara, ele só tem mina!
- Hum... Deve ser bom para ele, ser rodeado de meninas... Ele que é um carente...
- Ah, desculpa El, eu... Foi sem querer, sério...
- Sem problemas, já superei – mentira.
- Entendo...
Hugo finalmente chegou, com os monitores ao seu lado, Jary sorriu e se sentou ao lado de Tim...
- Bom, vamos começar com as mensagens de despedidas, quem quer começar? – Hugo perguntou.
Claro, um bando de gente quis ser o primeiro, mas Hugo acabou opinando por fechar os olhos e apontar para tal pessoa. Depois de pouco tempo depois, tá, muito tempo depois, o dedo de Hugo apontou na minha direção, trazendo vários murmúrios e olhares indiscretos.
- Hey! Calem a boca, cada um tem sua vez de falar.
- Obrigada Hugo... Bem, eu gostaria de agradecer ao Jared, por me mostrar que eu posso confiar em caras e se tornar o meu melhor amigo, ao Tim, por sempre me alegrar com o jeitão divertido, a você Hugo, por ser o “guarda-costas” mais manso e legal da minha vida e ao John... Por me encher no começo e fazer com que o meu coração se despertasse de um sono profundo.
Hugo, Jared e Tim bateram palmas, John apenas me fitava... Eu não tinha coragem de ver a cara dele... Não sem não chorar...
~ 0 ~
Eu não queria que o meu último dia no Sun to Shine acabasse assim, mas acabou e agora não tem mais volta... Peguei minha mala e olhei para o meu quarto.
Clik.
Essa foto iria me lembrar dos meus dias ruins e bons. Dos dias em que eu era acordada pelo O’Callaghan mais jovem e dos dias em que Jary vinha me fazer companhia com seu violão.
9º Capítulo
Hugo iria me levar até o aeroporto em sua Kombi verde.
Coloquei minha mala no banco passageiro e suspirei...
- El... Me desculpe.
Virei para trás e vi aqueles olhos verdes.
- John...
- Eu... Fui um idiota... Agora eu entendo o porque de você ter me expulsado daquele quarto...
- Por quê?
- Porque eu disse que tinha te beijado para calar a sua boca... Mas não era verdade... Tá, era verdade – olhei o séria – mas eu queria ter te beijado... Você sabia disso... Depois que você me rejeitou eu fiquei ainda mais louco por você... E eu tinha que ter você... Você tinha que ser minha e de mais ninguém... Mas aí quando eu ia te pedir desculpas, eu ouvi você e o Jary no seu chalé, e eu entendi tudo errado... Tinha entendido que vocês estavam juntos... Por isso fiquei triste, e eu triste é um horror – nós rimos -, e acabei ficando com Paris... Ontem depois da fogueira, eu falei com Jary e ele me explicou tudo... Ele é bom, combina com você mesmo você sendo malvada.
- Ele pode ser bom para mim, mas quem tem o meu coração é você O’Callaghan.
Os olhos dele se abriram e eu sorri.
- Eu queria te beijar, mas... Paris...
- Não tem problemas... Eu entendo – OK, eu quero CHUTAR, ESBOFETAR E MATAR AQUELA MENINA – Amigos?
- Amigos.
Estendi minha mão e ele revirou os olhos – Você e esse seu jeito de apertar as mãos das pessoas.
Ele me envolveu em um abraço e eu retribuí. Nossos corpos pareciam ser perfeitos uns para os outros.
Epílogo
Aqui estou eu, com 22 anos, sou fotógrafa profissional, mas não tenho um casarão e nem um bando de empregados como eu gostaria de ter. Moro num apartamento e eu mesma limpo o limpo... Sim, deprimente não?
Minha vida profissional era considerável boa, pelo menos para mim! Eu trabalhava fotografando books, tanto para adolescentes ricos como para artistas famosos e bilionários.
Já a minha vida amorosa pode se dizer que era um caos. Meu primeiro amor foi John O’Callaghan, vocalista de uma banda chamada The Maine, de Phoenix, Arizona (formada por cinco rapazes, ele, Kennedy, Garrett, Jared e Pat. Jared era meu melhor amigo no período em que gostei de John, depois, entramos muitas poucas vezes em contatos... Pat era irmão de Tim, um outro amigo meu que agora também não tinha mais contato...). Depois dele, nunca mais consegui me apaixonar de verdade.
Eu achava que seria sortuda e que nunca mais iria encontrar John... Mas não sou sortuda. Nunca fui.
~ 0 ~
- Ella, hoje você irá fazer o book de uma banda.
- Grande novidade, de qual delas?
- The Maine.
- ...
- Ella? – minha assistente me chamou – Quer um copo d’água?!
- Não, obrigada Mary...
- Está tudo bem chefe?
- Sim, obrigada... Que horas eles virão? – perguntei tentando ser normal.
- Daqui a 10 minutos na verdade, eles já estão lá em baixo.
- OK, eu já desço.
Saí da minha sala e peguei minha câmera e meu tripé... Eu estava tremendo...
~ 0 ~
Assim que abri a porta, encontrei um Jared 6 anos mais velho, continuava loiro, gordinho e alto, mas agora estava barbudo, e não usava mais roupas de garotão, usava roupas de homem...
- Ella! Nossa! Não é que consegui te achar aqui em Toronto! – ele disse me abraçando.
- Jary! É! Falando nisso, como conseguiu me achar?!
- Tenho os meus contatos... E o Tim...
- Hum... OK, prefiro não perguntar... Mas, e ai?! O que está fazendo aqui?!
- Só viemos fazer um fotoshoot...
- Ah, novo CD?
- Sim, Black & White... Já ouviu nossa banda El?
- Na verdade sim, uma vez, quando eu estava em uma lanchonete.
- Cara! As nossas músicas são tocadas em lanchonetes?! Maneiro! – Garrett, disse.
Sim, eu reconhecia os integrantes da banda, eu pesquiso fotos no Google, às vezes para admirar, às vezes para achar defeitos... É, vida de fotógrafo!
- El?
Sim, era John.
- O-Oi...
- El! – ele me abraçou apertadamente.
Abracei o também e ele sorriu. Ele olhou para Jared que em um minuto, sumiu com os outros 3 da banda...
- Eu senti saudades senhorita culta.
Cara, ele ainda me chamava assim?!
- Eu também...
- Sabe, desde aquele acampamento, eu não consegui mais voltar lá. Até me demiti de lá.
- Sério?! Mas e a sua família?
A família de John era uma das encarregadas de cuidar do Sun to Shine.
- Me expulsaram de casa por uma semana. Fui hospede de Jary. Mas logo depois pude voltar. Eu não conseguiria ficar lá sem você El.
Depois de tanto tempo... John... Ah... Meu... Deus...
- John eu...
- Shhh... Só ouve.
Ele pegou na minha mão e começou a cantar:
Photograph, remembering in the summer
It takes me back,
To Southern California
Where the girls would all pass
On the boardwalk and laugh
At our desperate attempts and our sunburned backs
We never had a chance, I remember that
And no matter what we do,
Well never lose what we had growing up.
Won't bring us down.
Yeah, growing up,
It won't bring us down,
Growing up won't bring us down
Growing up won't bring us down
Graduate, whats a kid to do now?
Get away, yeah-ah.
Weve got so much to prove.
Cause its time to move on
And I'm stuck to let go,
But then Wonderwall comes on the radio,
I flashback to the night in your parents yard,
When we drank too much and we talked about God...
Growing up, wont bring us down.
Growing up, it wont bring us down.
Were in this together,
Yeah, well make it somehow,
Nothings gonna stop us now...
Growing up won't bring us down
Growing up won't bring us down
Growing up won't bring us down
oh-oh-oh
Photograph, oh give me something to remember
Growing up, wont bring us down.
Growing up, it wont bring us down.
Were in this together,
Yeah, well make it somehow,
Nothings gonna stop us now...
Growing up wont bring us down
Growing up wont bring us down (won't bring us down)
Growing up wont bring us down (won't bring us down)
Growing up wont bring us....... down.
Com isso, ele pegou a minha mão e a beijou... Que isso John?! Enrosquei minhas mãos em seu cabelo e o beijei.