Vas Happenin London

Escrito por Gabriela Gomes e Aline Prado | Revisado por Mah

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Capítulo 1 - Surpresas Inusitadas

  Eu tinha acabado de pegar minha bagagem, quando meu celular tocou. Era um sms da minha tia, ela estava me esperando. Não dava para acreditar que eu finalmente estava em Londres. Passei muito tempo planejado essa viagem, eu não sabia quanto tempo eu ia ficar, ia depender do que acontecesse. Minha tia mora aqui em Londres com o meu primo. Nós somos bons amigos, típicos primos que moram longe.
  Mais um sms, dessa vez do meu primo, Jared: “Bem vinda à Londres. Prepare-se para a festa!”. Bem a cara dele! Encontrei a tia Meg no saguão do aeroporto, ela me abraçou e, mais uma vez, “Bem Vinda”. Com toda certeza, eu me sentia um patinho fora d’ água.
  Entramos no carro e fomos para casa. Não posso negar que estou morrendo de medo! As únicas pessoas que conheço são a tia Meg e o Jared, mas ok! Eu estou em Londres.
  – O que você está achando? – Pergunta tia Meg
  – É totalmente incrível e perfeita. – Eu disse, e realmente eu estava maravilhada com a cidade, parecia uma criança que tinha acabado de ganhar o melhor presente de natal.
  – Londres é uma cidade encantadora e com muito estilo, mas ela fica realmente maravilhosa à noite. – Diz tia Meg.
  – Eu imagino. Por que o Jared não veio?
  – Ele estava com uns amigos, vocês vão poder conversar quando agente chegar.
  Pareceu uma eternidade, mas a casa da Tia Meg (agora a minha casa também), não é tão longe do aeroporto, fica em um bairro próximo ao centro de Londres. Na verdade, ela mora em um condomínio, e é lindo. Só de pensar que vou morar por um tempo aqui, dá vontade de sair pulando. Tia Meg estacionou o carro e saiu. Eu fiquei sentada pensando no que eu iria fazer daqui pra frente, e toda a animação parece que se escondeu. Eu estava com medo e, agora, não tem mais volta.
  – Ainda em choque? - Pergunta tia Meg, assim que eu saio do carro.
  – Um pouco de tudo… – Eu não sabia o que falar, o que eu estava sentindo, era tudo perfeito demais.
  Andamos em direção a entrada da casa, que era simplesmente perfeita, com umas janelas grandes em um tom claro e com um jardim na frente. Assim como todas as casas vizinhas, ingleses, todos estilosos. O hall de entrada era também lindo. À minha direita, tinha duas portas, que logo em seguida se abriram e eu vi o Jared sentado no sofá e, na porta, um garoto com cabelo loiro e eu sabia que já tinha visto ele em algum lugar… Já sei! É o Niall do One Direction, mas o que ele estava fazendo aqui?
  – Oi. Você deve ser a prima do Jared. – Diz Niall.
  – É. – Besta, eu não sabia mais o que falar!
  – AAA, finalmente! – Diz Jared, e aparece ao lado do Niall.
  Eu o abraço e tento olhar quem mais está na sala. Eu sei que são cinco meninos e eu vi quatro. Eu não sou muito fã, mas não posso negar que os achava talentosos e lindos. Um deles estava de pé, acho que o Liam, e o Louis e o Zayn sentados.
  Faltava um, o do sorriso bonito, que a minha amiga tinha me falado, o Harry.
  – Ah, que bom que você chegou, pensei que tinha desistido. – fala Jared.
  – Pois é… Meu vôo atrasou um pouco, mas deu tudo certo.
  – Vem cá, deixa eu te apresentar os meninos do 1D. – fala Jared, já me puxando para a sala. Assim que eu entrei, todos os garotos me cumprimentam com um beijo no rosto. OMG!
  – O Jar estava falando de você. – diz Louis.
  – Bem vinda à Londres. – fala Niall.
  – Vas Happenin! – diz Zayn, e todos começam a rir.
  – Já começou as palhaçadas, Zaz. A garota mal chegou e já vai ficar com medo de você. Bem vinda. – Liam J.
  – Ela tem que se acostumar, já que a gente está de folga e amamos vir bagunçar a casa do Jar! – diz Zayn e abraça o Jared.
  – Ahhh, que bom! Bagunça! – Eu acho que pareceu estranho isso, mas eu estava cansada demais pra parecer estar animada. – Eu vou descansar, desculpa, acho que depois nos vemos.
  – Sem problemas. – Todos disserem.
  Eu saí em direção a um corredor que dava na cozinha e encontrei com a tia Meg lá. Ela me disse onde ficava meu quarto e me desejou boa noite. E, antes que mais alguém aparecesse, eu saí de lá. Subi as escadas, mas eu estava tão distraída que abri a porta errada, e dei de cara com alguém. Eu já ia começar a xingar, pensando que era o Jared, mas não era ele. Era o Harry Styles.
  Eu não sei o que aconteceu comigo nos próximos cinco minutos, eu só conseguia ficar olhando para ele. O sorriso, o cabelo... me deixaram paralisada, parecia que eu tinha esquecido tudo, como se fala, como se anda, até como se pensa!

Capítulo 2 - Um Convite Irrecusável

  Eu simplesmente não conseguia processar o que estava acontecendo, e como eu estava numa espécie de transe, quem disse a primeira palavra foi ele:
  – Olá! – Ele sorriu mais uma vez. Nesse momento, eu já estava quase desmaiada no chão. Ele fez um movimento rápido e então percebi que ele havia estendido a mão. Eu a apertei, meio tímida ainda, e nesse aperto ele me puxou para perto dele e me deu um beijo no rosto – Você deve ser a prima do Jared!
  – Sim, eu sou. – Não me pergunte como as palavras finalmente saíram! – Harry Styles... Quero dizer, prazer!
  – O prazer é todo meu – ele ri e pergunta: – Você quer usar o banheiro?
  – Banheiro? Que? Não... Eu estava procurando o quarto de hóspedes.
  – Então acho que errou de porta... – Nós dois rimos. – Quer que eu te mostre onde é? Eu conheço muito bem a casa do Jared, venho sempre aqui...
  – Ah, tudo bem, eu agradeço. Estou um pouco perdida, como você percebeu.
  – Então vem.
  Ele passa na minha frente e posso sentir o perfume dele, tão sutil e gostoso. Ele abre a porta no final do corredor e diz:
  – Aqui está... Então, sem querer ser inconveniente, mas já sendo, você mora aonde mesmo?
  – No Brasil.
  – Ah, sim. Havia me esquecido... Bom, é completamente verdade o que dizem.
  Fiquei um pouco perdida, então deixei minha mala em cima da cama e perguntei:
  – Verdade? Sobre o quê?
  – Sobre as brasileiras. - Tá, eu entendi agora. Mas fiquei muito sem graça e senti minhas bochechas esquentarem, devo estar muito vermelha! Que mico! Eu já tinha ouvido falar que Harry era o mais pegador da banda... Deve ser normal ele dar em cima de uma garota diferente, de outro país, que acabou de aparecer na vizinhança.´
  – Hum, obrigada.
  – Desculpa. Atirado demais, né? Vou deixar você se instalar por aqui... Espero que nos vejamos de novo. – Ele me dá outro beijo na bochecha e diz: – Até logo.
  E sai do quarto. Fiquei mais ou menos meio minuto procurando sinais de que tudo aquilo tinha sido realmente real. Como eu disse, nunca fui fã do One Direction, conheço as músicas, acho os garotos incríveis, mas nunca foi nada demais! Mas, no momento em que abri aquela porta e dei de cara com Harry Styles, foi como se tivesse perdido o raciocínio... Foi tão perfeito.
  Enquanto arrumava minhas coisas no quarto, liguei meu notebook e coloquei uma música do One Direction para tocar. “One Thing” e, inevitavelmente, fiquei pensando nele, enquanto guardava tudo.
  Quando tia Meg me chamou para jantar, os garotos já haviam ido embora. Sentei-me à mesa do lado de Jared. Ele me olhou de canto e começou a me provocar:
  – Hum...
  – O que foi?
  – Nada. Hum...
  – Tia Meg, fala pra ele parar com isso! Ela sabe que odeio!
  – Conta logo Jared, e pare de irritar sua prima – diz tia Meg.
  – Contar o quê? Fala Jared!
  – Hum... – Ele não ia parar tão cedo.
  – Eu conto! – diz tia Meg – Harry, antes de sair, foi falar com Jared sobre você.
  – O que ele disse? – tudo bem, meu tom foi um pouco desesperado.
  – Ficou interessada, né?! – Jared diz, rindo da minha cara.
  – Ele disse – continua tia Meg – que Jared tinha uma prima muito bonita e perguntou se você não tinha nenhum namorado no Brasil...
  – E eu disse que tinha! – gritou Jared, todo alegre!
  – O QUE? Você disse mesmo que eu tinha um namorado? – Tentei me controlar, mas já estava louca de raiva.
  – Mas é claro! Minha prima mal chegou e eles já começam a disputar quem vai dar em cima de você primeiro!
  – Não acredito nisso!
  – Por quê? Você ficou interessada nele? Já vou avisando que ele é um mulherengo!
  – Não fiquei interessada! Eu só... Não gosto que espalhem mentiras sobre mim.
  – Aham, sei! Por acaso você se esqueceu de que eu te conheço? – Jared tem razão, não adianta mentir para ele.
  Continuamos jantando, sem tocar nesse assunto.
  Já está tarde e tia Meg vai se deitar, mas, antes, ela vai até meu quarto. Estou de pijama, mexendo na Internet e com os fones de ouvido. Assim que ela entra, os tiro:
  – Olá querida, já estou indo dormir. Você deseja alguma coisa? Está bem acomodada?
  – Está tudo bem tia, não preciso de nada. Obrigada.
  – Está bem... Querida, - ela se senta no final da cama – você não ficou chateada com Jared, não é?
  – Não, tia. Está tudo bem.
  – Ótimo. Assim fico mais tranquila... Mas quanto ao que ele disse sobre Harry, bom, ele tem razão.
  – Tudo bem tia, eu estou com os olhos bem abertos. Além do mais, o garoto nem é tudo isso. - Não sei se a tia Meg estava enganando, porque a mim, eu tenho plena certeza que não. – Tia, amanhã cedo vou sair para correr um pouco, ok? Gosto de fazer isso pelo menos duas vezes na semana, para me exercitar um pouco.
  – Tudo bem. Quando voltar, já vou ter preparado o café da manhã. Bom... Vou indo. Boa noite – ela me dá um beijo na testa.
  – Obrigada, Tia Meg! Por tudo!
  – Isso não é nada, querida.
  E ela fecha a porta do quarto. Decido ficar um pouco mais na Internet, mas logo o sono vem, desligo o notebook e adormeço.
  Acordo às 07h00min da manhã, coloco uma roupa um pouco esporte para minha corrida, e meu tênis. Pego meu iPod e saio de mansinho para não acordar ninguém.
  Na porta da frente, coloco meus fones de ouvido e começo a caminhar para aquecer um pouco.
  Vejo alguns vizinhos saindo, alguns para fazer o mesmo que eu, e outros saindo com seus carros.
  Começo então a me apressar, mais um pouco, mais um pouco, e logo estou correndo e mantendo o ritmo. Logo me vem aquele pensamento: Harry Styles. Que garoto apaixonante! Não foi amor à primeira vista, claro que não! Mas que atração forte eu senti! Nossa! Simplesmente com palavras não consigo explicar... Aqueles olhos com aquele sorriso era a combinação perfeita para descrever a beleza.
  Quando atravessei a rua, estava tão atordoada com meus pensamentos e com a música tão alta em meus ouvidos, que quando percebi, o carro já estava praticamente em cima de mim. Com o susto, tropecei e caí. Levantei, tirando o fone do ouvido, prestes a xingar, mesmo sabendo que também estava errada. Mas a pessoa que quase havia me atropelado saiu do carro:
  – QUE ISSO? COMO VOCÊ... – Quando olho para cima, vejo os mesmos olhos nos quais eu estava pensando meio minuto atrás.
  – Me desculpa! Por favor! Eu... Ah! Não acredito! É você! NOSSA! COMO SOU IDIOTA! Mil desculpas, eu estava mexendo no celular e... Não acredito! Me desculpa?
  Minha mudança de humor deve ter sido muito perceptível, mas não liguei:
  – Tudo bem! Esquece! Eu também tive culpa.
  – Você se machucou? O carro chegou a encostar em você?
  – Não, não. Com o susto eu acabei caindo, mas não foi nada demais!
  – Como não foi nada demais? Olha seu braço! – Nem havia notado ou sentido nada, mas quando olhei meu braço, estava todo ralado, uma verdadeira tragédia.
  – Ah, isso passa! Não se preocupe!
  – Deixe eu te levar até em casa, por favor?
  Ele abre a porta do carro dele para mim e eu entro. Não estávamos longe de casa, então chegamos rápido. Ainda dentro do carro, ele diz:
  – Vou descer e te ajudar a colocar algum curativo.
  – Não precisa!
  – Mas como eu vou me redimir? Eu estou muito envergonhado. – ele me olha com uma carinha de cão sem dono e de safado ao mesmo tempo... Difícil de explicar.
  – Olha, esquece isso. Não tem problema, já disse, a culpa também foi minha. E isso não vai demorar quase nada para melhorar!
  – Eu insisto que preciso me redimir! E bom, sem querer me aproveitar da situação, mas, já me aproveitando... Que tal um jantar? Na minha casa? Hoje à noite?
  – Um jantar? – repito, um pouco abobalhada.
  – Sim. Eu cozinho. Juro que sou bom nisso... Vou me sentir muito melhor se você aceitar – ele pega em minha mão e diz: – Por favor?
  Como resistir a isso? É humanamente impossível!
  – É... Tudo bem. Eu aceito.
  – Ótimo! – ele beija minha mão – Te pego às 20h00min, tudo bem?
  – Sim, pode ser.
  Ele desce do carro, abre a porta para mim e diz:
  – Até mais tarde. – e me dá um beijo na bochecha.
  Entro em casa, agora sentindo meu braço latejar um pouco, mas penso: “Não acredito! Eu vou à um encontro com o Harry Styles!”.

Capítulo 3 - Um Acidente Não Tão Ruim

  Ainda estava em choque, mas não foi pelo meu “quase” acidente, mas sim porque eu tinha sido convidada para um jantar. E a pessoa que me convidou era o Harry Styles.
  Corri pro meu quarto e fui cuidar do meu braço machucado. Peguei minha nécessaire e procurei meu mertiolate, eu sempre tinha um. Eu sou, digamos, prevenida! Depois, eu me joguei na cama e comecei a pensar no que eu estava me metendo.
  Vamos aos fatos: Harry Styles, um dos caras mais cobiçados do mundo, integrante do One Direction, a banda mais quente do momento. Milhões de garotas apaixonadas por eles, praticamente todos os dias eles estavam em revistas de fofoca e as histórias sobre o Harry, a grande maioria, era por conta de suas aventuras amorosas, e as suas fãs não gostavam muito disso. Se, de alguma forma, eu fosse ligada à ele, minha vida iria se tornar um inferno. Seria mais fácil pular em um tanque cheio de tubarões famintos. Acho que dá para entender.
  Eu passei o resto do dia pensando nisso. E em que roupa eu iria usar, e o que eu iria falar pra ele, mas isso já estava me deixando louca, então resolvi ir ver algum filme e, quem sabe, dormir.

  Ainda faltavam 3 horas para o Harry vir me buscar, e eu ainda não tinha avisado a Tia Meg. Acho tinha que fazer isso agora. Peguei uma blusa de manga comprida para esconder meus arranhões e fui até a sala. Ela estava lá com o Jared, maravilha!
  – Tia Meg... – Bom jeito de começar!
  – Pensei que ia dormir para sempre, Cinderela! Já estava ficando preocupada. Eu fui até o seu quarto, mas você estava dormindo, achei melhor não acordar.
  – Eu ainda estou um pouco cansada por causa da viajem, daqui a pouco eu me acostumo. – eu disse, tentando parecer que isso fosse verdade.
  – É normal, foi uma viajem muita longa. Você precisa de algo? – pergunta tia Meg.
  – Na verdade, eu queria apenas avisar que eu vou sair para jantar hoje.
  – Aposto que é com o HARRY! – Grita Jared. Meu Deus! Será que ele sabia?
  – É, você acertou, palhaço. – eu senti minhas bochechas ficarem vermelhas na hora.
  – Sério? Ele te convidou quando? – pergunta tia Meg, curiosa.
  – Quando eu fui correr hoje mais cedo, eu meio que esbarrei nele e ele me convidou. – Eu deixei de fora a parte do “quase atropelamento”, e eu esperava que não houvessem mais perguntas.
  – Mas ele te convidou do nada? – pergunta, mais uma vez, tia Meg.
  – Ah, tia... não sei explicar. Foi de repente. – Omitindo algumas coisas básicas, sempre!
  – Então, tá. Divirta-se. E não chegue muito tarde em casa.
  – E prima, eu terei uma boa conversa com ele se caso eu o ver desfilando por aí de touca. – diz Jared, tentando parecer ameaçador.
  Eu sabia da história da touca. Bom, resumidamente, toda vez que o Harry dormia com alguém, no dia seguinte ele usava uma touca. Mas eu ia apenas jantar com ele, que coisa mais estranha de se pensar.
  Voltei para o meu quarto e fui tomar um banho. Depois arrumei meu cabelo e, por último, meu pesadelo: que roupa eu iria usar? Ok... Um, dois, três, respira. Eu vou ser eu mesma, então, peguei uma calça jeans, uma camisetinha branca, um cardigã e uma sapatilha. Deixei meu cabelo solto,e nada de muita maquiagem, apenas o básico. Meu celular começou a tocar e meu coração quase parou quando eu vi quem era.
  – Alô. – eu disse, e tentei fazer com que minha voz não ficasse estranha.
  – Oi. Eu liguei para ter certeza de que você não vai desistir do nosso encontro. – diz Harry.
  – O que? Não! – eu disse, antes que eu falasse qualquer besteira.
  – Que bom. Eu passo pra te pegar em 15 minutos. – diz Harry.
  – Estou esperando. – eu disse, e desliguei.
  Eu realmente queria gritar, mas eu tenho que me controlar, eu tenho 15 minutos para me preparar psicologicamente para o que aconteceria nas próximas horas. Eu fui para a sala e fiquei sentada no sofá, olhando toda hora para meu celular e em direção à porta.
  A campainha tocou e o Jared foi abrir a porta. Eu me levantei e fiquei paralisada. Quando ele abriu a porta, eu o vi. Estava usando jeans, uma blusa vermelha e um casaco preto. Ele ficou na porta e o Jared veio até mim.
  – Seu encontro chegou. – diz ele.
  – Eu... já...tudo bem. – eu disse.
  Eu caminhei até a porta e, assim que ele me viu, sorriu. Meu Deus, ele tinha um sorriso hipnotizador.
  – Oi. Boa noite. – diz Harry, de uma forma tão encantadora.
  – Oi...
  –Vamos? – pergunta Harry.
  – Claro.
  Eu saí, fiquei ao lado dele e andamos em direção ao carro dele. Estava muito frio, e eu não ia voltar para pegar outra blusa, e o Harry percebeu que eu estava tremendo e disse, enquanto abria a porta do carro para mim:
  – Ainda não se acostumou com o frio londrino? É normal, você acha que não está tão frio, mas na verdade está. –diz Harry, enquanto isso ele tirou o casaco dele e colocou em mim.
  – Hm... Obrigado. Não vou esquecer na próxima vez. – eu esperava que isso não soasse muito atirado da minha parte.
  – Tudo bem, eu não me importo. – diz Harry.
  Eu entrei no carro e ele em seguida. O perfume dele estava me deixando um pouco confusa, era tão bom. Eu nem sei por que ele veio me buscar de carro, a casa dele não era nem 5 minutos da minha, mas tudo bem.
  Harry parou o carro, e saiu. Ele veio abrir a porta para mim.
  – Obrigada. – eu disse. E ele deu aquele sorriso encantador que eu achava lindo.
  Caminhamos em direção a casa dele e, antes de chegar à porta, ela se abriu e Louis apareceu. Será que ele ia participar do nosso jantar?
  – Agora eu entendi porque me colocaram para fora de casa. – diz Louis, e eu senti minhas bochechas ficarem vermelhas. Eu não sabia o que responder.
  – Hã? Acho que sim, não sei. – eu disse
  – Lou, você está deixando ela sem graça. – diz Harry
  – Ok, me perdoa, mas eu tenho que fazer algumas piadinhas com o Hazza. Bom jantar pra vocês. – Diz Louis e sai.
  – Pra você também, Lou. Manda um beijo para a Eleanor. - diz Harry.
  – Pode deixar. – grita Louis.
  – Vamos? – pergunta Harry. Ele pega a minha mão e me puxa para dentro de casa.
  Eu estava impressiona com a casa dele, mas no momento, eu só pensava na sua mão segurando a minha. Era uma sensação tão boa. Ele me levou até a sala de jantar, ela estava toda arrumada com algumas velas, estava linda.
  – Wow! – foi só o que eu consegui dizer.
  – Gostou? – Pergunta Harry. E solta a minha mão e puxa uma cadeira para mim.
  – Claro que sim. É que nunca ninguém preparou um jantar assim pra mim. – eu confessei, e era verdade, esse era meu primeiro encontro oficial.
  – Espero que você goste de massa, preparei algo bem gostoso pra gente. - diz Harry.
  – Nossa, que honra você cozinhando para mim.
  – Que isso, não é nada... Mas antes de comermos, - ele olha fixamente em meus olhos, enquanto chega mais perto de mim e me pega pela mão – Queria te mostrar uma coisa.
  Ele me puxou em direção à escada, subimos e, ao final de um corredor, havia seu quarto. Ele abriu a porta. Estava tudo muito bem arrumado, imagino que a faxineira dele seja muito boa, já que dois homens solteiros morando em uma casa significa uma bagunça constante se tratando de “arrumação do lar”. Ele continuou a me puxar até a sacada do quarto, abriu a porta de correr e soltou minha mão. Inevitavelmente, continuei andando, boquiaberta, em direção ao beiral da sacada... De lá dava para ver quase todo o condomínio, era como uma pequena cidadezinha feita totalmente sob medida, tudo perfeitamente arquitetado, com luzinhas piscando ali e ali. Claro que não piscavam, eram apenas as luzes das casas saindo pelas janelas abertas, mas era tudo tão lindo e calmo. Não era algo tão deslumbrante, pelo contrário, era simples. E por isso que me agradava, era simples e bonito. Um típico lugar inglês que nos encanta com tanta classe e elegância. Harry colocou suas mãos no beiral, assim como eu estava, ao meu lado e disse:
  – Bem legal, né?
  – Muito legal! Que lugar mais lindo pra se morar.
  – Haha, também acho. Gosto muito daqui. Pena que vou me mudar.
  – Se mudar? Mas por quê?
  – Eu e Louis concordamos que já devemos ter cada um sua casa, para não tirar a privacidade um do outro. Eu adoro morar com ele, adoro mesmo. Mas acho que é uma decisão que deve ser tomada agora.
  – Ah... Bom, eu entendo. Mas é uma pena mesmo.
  – Eu sei, vou sentir muita falta...
  Eu olhei para frente e admirei a vista por mais alguns instantes. Senti o olhar dele preso em mim, e senti minhas bochechas esquentando. Olhei para ele, e ele estava sorrindo:
  – O que foi?
  Ele balançou a cabeça e disse:
  – Nada. É só que... Esquece.
  – Como assim, esquece? Sou muito curiosa. Agora vai ter que falar...
  – Não, não... Deixa quieto. Vamos descer e comer?
  Ele saiu de lá e me esperou passar pela porta para fechá-la.
  Descemos até a sala de jantar e ele, como um cavalheiro, puxou a cadeira para que eu sentasse, e sentou-se de frente para mim. Ele tirou uma tampa da bandeja e lá estava o jantar, macarrão fettuccine...
  – Nossa, o cheiro está muito bom!
  – Sabe como é, né? Sou um grande chef de cozinha!
  Ele me serviu um pouco e colocou um pouco de vinho também. Eu não era de beber, nem conhecia nada sobre bebidas, mas aquele vinho estava delicioso.
  Conversamos e rimos muito durante o jantar todo. Eu sempre fui tímida com relação a puxar assunto, mas ele, pelo visto, era muito bom nisso. O nervosismo que sentia ao estar ali ao lado dele passou em um piscar de olhos, e, de repente, comecei a perceber que não conseguia parar de sorrir para ele, e toda vez que ele sorria de volta, uma sensação quente percorria pelo meu corpo, uma sensação de bem estar, uma sensação de estar no lugar certo com a pessoa certa.
  Ao terminarmos de jantar, ele diz:
  – Vamos um pouco para a sala? – Ele se levanta, pega nossas taças e a garrafa de vinho, e eu o sigo até a sala. Ele se senta no tapete em frente à lareira e diz para mim, dando tapinhas no chão ao lado dele:
  – Senta aqui do meu lado.
  Eu me sento, ele me dá uma das taças e a enche um pouco. Tomamos apenas mais um gole, já que pegaria muito mal eu chegar na casa da Tia Meg com hálito forte de vinho. Garanto que Jared espancaria Harry na manhã seguinte, achando que ele havia me dado bebida com segundas intenções. Não posso negar de que essa idéia havia passado pela minha cabeça no começo, mas ele não poderia fazer isso, não enquanto estava olhando em meus olhos e me fazendo rir com aquele jeito meigo dele. Seria um golpe muito baixo.
  Continuamos conversando. Eu perguntei sobre os outros garotos, como era passar tanto tempo ao lado deles, como era estar na estrada fazendo shows o tempo todo, perguntei sobre sua família, etc. Ele me perguntou sobre o Brasil, sobre meus amigos, família. E então, por fim, perguntou sobre meu “namorado”:
  – Ah sim... Meu namorado fictício, você quer dizer?
  – Fictício? Como assim? O Jar me disse que você namorava um garoto no Brasil.
  – Ele mentiu pra você. Não tenho namorado. Ele exagera no quesito “defender a família”.
  – Que palhaço! Se você não fosse tão interessante e eu não fosse tão insistente, eu poderia ter desistido de você com essa brincadeira idiota dele. – Ele me olhou e eu fiquei constrangida, o que é engraçado, pois ele que deveria estar se sentido assim. Ele é muito direto! E eu não sei como lidar com elogios.
  Olhei em meu relógio e já marcava 23:45. O tempo tinha passado voando!
  – Meu Deus! Preciso ir embora! A tia Meg deve estar muito preocupada! – Levanto num pulo e vou em direção a porta.
  – O que? Já? Calma, eu te levo! – Ele, literalmente, correu atrás de mim – Mas pode ser a pé? Assim conversamos mais um pouco.
  Inevitavelmente, eu sorrio e digo:
  – Tudo bem.
  Ele pega dois casacos dele e põe um em mim. Havia me esquecido do frio que estava lá fora.
  Nossos assuntos haviam cessado um pouco, então andamos quase em silêncio, só comentando uma coisa ou outra, então ele pergunta:
  – Quanto tempo você vai ficar aqui em Londres?
  – Um mês.
  – Tinha medo da resposta ser essa.
  – Por quê?
  – Nada, é só que... É pouco tempo.
  – Concordo.
  Chegamos em frente à casa de Tia Meg. Virei-me para ele com as pernas um pouco bambas, tinha que despedir dele agora.
  – Adorei a noite. Foi ótima! O jantar estava uma delícia...
  – E a companhia? – Perguntou ele, com um sorrisinho malicioso.
  – Foi... Maravilhosa. – Com certeza, eu devo ter dado aquele olhar de menininha encantada. Que ridículo.
  – Concordo plenamente! E você fez de novo...
  – Fiz o quê?
  – Olhou do mesmo jeito meigo que me hipnotizou lá na sacada do meu quarto. Só que dessa vez, olhou desse jeito para mim, e me deixou mais hipnotizado ainda. – Ele começou a chegar perto, com uma das mãos no bolso e a outra passando pelo meu rosto delicadamente, afastando uma mecha de cabelo que estava perto do meu olho e colocando atrás da minha orelha. Tudo pareceu em câmera lenta. Seus lábios estavam bem perto dos meus, quando eu esquivei. Pude ver o seu olhar desapontado.
  – O que foi? Não quer que eu te beije?
  – Não é isso... É que é complicado.
  – O que tem de complicado em um beijo?
  – Tudo, quando se pode estar se envolvendo em algo que pode gerar muitos sentimentos e acabar de modo repentino. Além disso, é complicado porque o mundo todo te conhece e se eu te beijo e alguém fica sabendo, em menos de 5 minutos o mundo já sabe. Não sei se quero ver meu nome em revistas de fofocas como “a mais nova aventura de Harry Styles". Isso é complicado pra mim.
  – Você não devia pensar tanto no amanhã. Você deveria pensar no agora e em nós dois.
  – Eu tenho que pensar no amanhã. Ainda mais quando eu... – Ele percebeu que eu queria falar algo e me segurei para não dizer. Mas ele simplesmente disse:
  – Mas eu quero muito te beijar. Você também quer, não é?
  – Não. – Tá, eu sei que sou idiota. Mas, de repente, me bateu o bom senso. Que futuro teria uma relação como essa? E pior, quem me garantiria que existiria uma relação? Quem me garantiria que Harry Styles só não estava atrás de uma ficada comigo e depois me dispensaria? Mas sou mais idiota ainda por negar uma coisa que estava estampada na minha cara.
  Ele me olhou mais desapontado ainda e, com um pouco de mágoa, disse:
  – Tudo bem então. Tchau, até um dia desses. – Ele colocou as duas mãos de volta no bolso, deu as costas e saiu caminhando. Também dei as costas e comecei a andar em direção a porta. Quando coloquei a mão na maçaneta, me deu um aperto no coração... Que besteira eu estava fazendo?
  – Harry! Espera! – E corri na direção dele. Ele parou imediatamente, e perguntou:
  – O que foi? – Mas não deu tempo de responder nada, apenas fiquei cara a cara com ele, bem perto. Eu estava ofegante, e ele ficou sorrindo como bobo. Eu passei as mãos pelo pescoço dele, enquanto ele passou as dele em minha cintura, segurando firme e me deixando totalmente entregue aos encantos dele. E então aconteceu. Suave e, ao mesmo tempo, preciso. Seus lábios estavam gelados, assim como os meus, mas naquele instante, foram ficando quentes e se encaixando perfeitamente uns nos outros. Uma de suas mãos deslizava pela minha cintura até meu quadril, enquanto a outra me abraçava pelas costas. Nosso primeiro beijo. E eu só conseguia pensar em uma coisa: Espero que seja o primeiro de muitos.

Capítulo 4 - Bagunçando Minha Vida

  Três chamadas perdidas. Harry. Tínhamos combinado de ir ao cinema hoje, mas eu estava fazendo compras com Tia Meg, e de tão entretida que estava, não ouvi o celular tocar na minha bolsa.
  Uma semana havia se passado desde nosso primeiro encontro e, desde então, não nos desgrudávamos. Quer dizer, nos víamos todos os dias e ele estava indo, digamos, com uma freqüência maior à casa de Tia Meg.
  Naquela noite, depois do beijo, nos despedimos e, assim que entrei no meu quarto, demorei muito para pegar no sono, devido ao acontecimento do momento, que não me deixava pensar em outra coisa. E assim que, finalmente, consegui adormecer, sonhei com ele. E nas noites seguintes, também.
  Eu e tia Meg entramos no carro, eu peguei meu celular e ia começar a discar o número dele, quando tia Meg disse:
  – Vocês vão sair hoje? – com ar de desaprovação. Ela sempre foi contra, desde o começo. Ela não disse mais nada, nem pediu para que eu me afastasse dele, mas isso não me impedia de entender as indiretas ou sentir a tonalidade de suas frases relacionadas à ele.
  – Sim, vamos ao cinema. É a primeira vez que vamos sair juntos fora do condomínio.
  – Prepare-se para começar a ser assediada.
  – Como assim? – Pergunto, espantada.
  – Ora, a cada saída de um dos garotos do OneDirection, tem uma sessão não permitida de fotos dos paparazzis que perseguem eles dia e noite.
  Ela tinha razão. Tinha me esquecido desse detalhe. Estava tão animada por ir ao cinema com ele, que me esqueci desse fato.
  – Vai ser uma saída rápida tia, nem vamos andar tanto pela rua, até porque vamos de carro.
  Ela deu de ombros e não disse mais nada. Será que ela tinha razão?
  Liguei para ele, chamou apenas uma vez e ele já atendeu:
  – Onde você está? – Já perguntou ele.
  – Estou voltando do mercado com Tia Meg, por quê?
  – Eu estava preocupado! Você não atendeu...
  – Me desculpa, não ouvi o celular tocando.
  – Tudo bem, deixa pra lá. Então, que horas te pego hoje à noite?
  – Que tal umas 19:30?
  – Por mim está ótimo...
  – Então tá, até mais tarde.
  – Até, linda. Beijo.
  – Beijo. – e desliguei.
  Chegamos em casa e já eram 17:50. Ainda estava cedo, então entrei um pouco na Internet. Mais tarde, tomei banho e escolhi uma roupa: legging, blusa, um casaco de típico inverno europeu branco, que eu amava, e botas.
  Enquanto estava colocando meus brincos, a campainha tocou e, como sempre, a minha vontade era de correr em direção a porta, mas me contive, ainda faltava alguns detalhes do meu look. Ouvi Jared cumprimentando Harry, e depois risadas dos dois. Jared já havia se conformado. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele iria parar de arrumar tantas implicações com o próprio amigo dele.
  Olhei-me no espelho e estava finalmente pronta, peguei minha bolsa e fui até a escada. Lá de cima, o vi sentado no sofá. Estava usando jeans e um suéter, seu casaco estava pendurado no braço do sofá. Comecei a descer discretamente, mas logo chamei a sua atenção. Ele se levantou e foi até o pé da escada. Ele me pegou pela mão, colocou-a em volta de seu pescoço e pegou em minha cintura. Nos beijamos, depois, ele me olhou e disse:
  – Oi.
  – Oi – e sorri.
  – Você está absolutamente linda!
  – Obrigada.
  Jared fingiu tossir e diz:
  – Não cheguem depois da 00:00, hein?!
  – Quer dar uma de papai agora?
  – Claro, já que meu tio não está aqui para supervisionar esse romance de vocês dois, eu tenho que fazer algo na ausência dele.
  – Menos, Jared! Ela tem a tia dela pra tomar conta disso. – Diz tia Meg, aparecendo na sala e lançando um olhar duro a Harry.
  – Vou respeitar a regra – diz ele. – Vou trazê-la antes da 00:00. Vamos?
  – Vamos, - digo – Tchau Jar, tchau tia.
  – Até mais – dizem os dois.
  Assim que fechei a porta, ele me beijou de novo, dessa vez, um beijo mais demorado. Fomos até o carro, ele abriu a porta para mim e depois entrou.
  – Mudança de planos.
  – Como assim? Não vamos mais ao cinema?
  – Não. Vamos jantar e depois caminhar um pouco...
  – Caminhar?
  – Isso mesmo.
  Decidi não discutir mais, e ele começou a dirigir. Logo chegamos em um lugar totalmente calmo, reservado e elegante. Como estava de noite, não pude enxergar direito, mas quando descemos, vi que o restaurante tinha algumas mesas para o lado de fora. Não havia ninguém sentado nelas, logo imaginei que era devido ao frio, o que era uma pena, porque as mesas ficavam de frente para a vista de um lago que tinha um píer totalmente enfeitado, assim como as árvores ao redor, com algumas luzes, e tudo dava um ar tão romântico e tão lindo ao lugar... Fiquei simplesmente encantada. Logo apareceu um garçom, que disse a Harry:
  – Sr.Styles! Quanto tempo... Vejo que está muito bem acompanhado, prazer senhorita.
  – O prazer é todo meu.
  – Nossa mesa já está pronta? – pergunta Harry.
  – Sim, queiram me acompanhar, por favor.
  Entramos no lugar e, assim como o lado de fora, era tudo muito elegante. O interior estava aquecido devido as lareiras espalhadas em alguns pontos do restaurante. A recepcionista pegou nossos casacos e nos dirigimos até a mesa. O garçom foi puxar a cadeira para eu me sentar, mas Harry disse:
  – Pode deixar que faço isso. – e puxou a cadeira para mim. Eu me sentei e ele me deu um beijo na bochecha.
  Pegamos os cardápios, mas Harry começou a puxar assunto e simplesmente nem o lemos. Quando o garçom voltou, Harry disse que queríamos comer fondue:
  – Você vai amar, não existe lugar melhor em Londres para se comer fondue.
  Continuamos conversando enquanto comíamos. Nos deliciamos primeiro com fondue de queijo, e depois com o de chocolate. Estava tudo realmente muito bom.
  Quando terminamos, ele pergunta:
  – Vamos até o píer um pouco?
  – Não está muito frio lá fora?
  – Qualquer coisa eu te esquento. – ele dá uma risadinha e se levanta.
  Ele paga a conta, pegamos nossos casacos e saímos.
  Subimos no píer e fomos até o final dele, e nos sentamos em um banco, que assim como todo o píer, era de madeira. Ele passou um braço pela minha cintura de lado, me abraçou e começamos a conversar:
  – Eu adorei esse lugar, é incrível como você acerta o meu gosto para esse tipo de coisa...
  – Ah, eu apenas queria um lugar um pouco mais sofisticado depois de ficarmos uma semana na minha casa e na casa da sua tia, apenas comendo besteiras... Mas, mudando de assunto, já está com saudades do Brasil?
  – Sim, sinto falta da minha família. Mas na verdade você me tem feito esquecer a saudade quando estou contigo.
  – E você tem me feito esquecer de tudo. Mesmo quando estamos longe.
  – Como assim?
  – Ah, eu penso em você toda hora. Isso pode parecer piegas, mas, até os garotos estão tirando uma com a minha cara... Zayn disse ontem que só sei falar sobre você, e que nunca me viu assim antes.
  – Isso é verdade? Que você nunca esteve assim antes?
  – Acredito que sim, porque... Nem eu mesmo estou me reconhecendo. Desde que te conheci, minha vontade é só de estar ao seu lado, te conhecendo mais e te beijando mais...
  Ele pega em meu queixo e me beija.
  – Não sei se isso ajuda, mas... Eu também me sinto da mesma forma em relação a você. Essa semana tem sido incrível.
  Ficamos nos olhando por um momento, e ele diz:
  – Quero te levar a outro lugar...
  – Agora?
  – Sim! Vamos?
  – Vamos, né...
  Entramos no carro e ele começou a dirigir. Chegamos então no lugar que reconheci de imediato, a ponte Westminster, que fica ao lado do Big Ben. Nessa uma semana, fiquei tanto tempo com ele, apenas no condomínio, que não tive tempo de visitar esses pontos turísticos. Como era noite de domingo, estava pouco movimentando. Descemos do carro, e ele disse:
  – Tenho certeza que já veio aqui, mas...
  – Não, eu não vim ainda. Não deu tempo...
  – Não acredito! Sério? Bom, eu te trouxe aqui porque a noite é sempre, mas bonito. É o lugar mais comum de se visitar em Londres, mas eu simplesmente amo isso aqui.
  Ver o Big Ben de perto me deixou um pouco deslumbrada e, ao mesmo tempo, emocionada. E estar na ponte Westminster era um sonho! Quantas vezes desejei estar naquele lugar? Quantas vezes! E agora, eu estava ali, com Harry Styles... Nos encostamos no beiral da ponte e ele me deixou desfrutar do momento um pouco em silêncio. Então, finalmente ele disse:
  – Quis te trazer aqui, porque tenho uma coisa mais especial pra te dizer...
  – Pode falar. – eu disse, ansiosa.
  – Eu gosto de verdade de você. Não consigo explicar o que senti nessa semana que passou voando. Mas, parece que já te conheço tão bem... E me sinto tão preso a cada detalhe seu, que passo horas imaginando antes de dormir, como seria se você fosse minha namorada... Digo, um relacionamento sério mesmo. Então, quero que você me responda, sem pensar no amanhã e no que pode acontecer... Quero que me responda sem medo: Quer namorar comigo?
  Hesitei. Não sabia o que dizer. Ele estava tão sério, e a ansiedade percorria sua expressão. Meu coração acelerou. Minhas pernas tremiam. Minha vontade era de agarrá-lo e beijá-lo. Ele me pediu para não pensar naqueles detalhes... Portanto, a resposta não podia ser diferente:
  – Sim. – e nos beijamos.

  No dia seguinte, acordei sorrindo. Havia sonhado com ele.
  Decidi entrar na Internet, antes de descer para tomar café. Entrei em meu facebook e respondi algumas mensagens de amigos. Então me ocorreu um pensamento: Será que há alguma notícia sobre a saída de Harry Styles com alguma garota no domingo passado?
  Entrei rapidamente em um site de fofocas dos famosos, e quase caí da cadeira. Na primeira página vi uma foto minha de mãos dadas com Harry, no momento em que estávamos indo em direção ao carro para ir embora noite passada. Em cima da foto, lia-se em letras grandes: “HARRY STYLES, DO ONE DIRECTION, É FLAGRADO COM GAROTA MISTERIOSA”.

Capítulo 5 - Incontrolável Desejo

  Eu fiquei olhando para a tela do computador por um tempo. Era insano, agora todos sabiam que o Harry estava com alguém, e daqui a pouco, a minha vida ia começar a ser investigada, isso ia ser uma loucura. Meu celular estava tocando e eu estava tão absorta em meus pensamentos que não percebi. Fui até a minha cama e peguei o celular, era o Harry.
  – Bom dia, minha linda!
  – Oi – eu disse, com uma voz abafada.
  – O que aconteceu? Você está bem? – ele pergunta, um pouco desesperado.
  – Não é nada.
  – Como assim, nada? Me conta o que aconteceu?
  – Ok, Senhor Insistente! Eu liguei o computador e, por curiosidade, entrei em um site de fofoca, e tinha uma foto nossa de ontem, e o titulo da matéria era “HARRY STYLES DO, ONE DIRECTION, É FLAGRADO COM GAROTA MISTERIOSA”. Isso me deixou brava e triste. – eu confessei – Agora todos sabem, Harry!
  – Eu sei que isso tudo é loucura, mas eu estou com você. E essa é uma conseqüência, você sabe disso. – diz Harry.
  – Eu sei, mas é estranho para mim, entende? Isso vai ser complicado.
  – Vamos tentar ignorar. Vamos continuar do jeito que está, sem mudanças. – diz ele.
  – Tudo bem. Mas eu quero conversar direito sobre isso, vão começar a me encher o saco, suas fãs vão me odiar, é muita coisa.
  – Tudo bem, amor. Vamos nos ver hoje?
  – Claro. Mas pode ser aqui no condomínio? – eu ia tentar evitar ao máximo sair com ele que não seja dentro do condomínio. Até eu me acostumar, tinha que ser assim.
  – Pode ser. Na minha casa ou na sua?
  – Melhor na sua, não vamos poder ficar a vontade aqui. – Com o Jared e a Tia Meg em casa, meus planos de ficar a sós com o Harry eram zero. Principalmente se eu queria conversar com ele sobre isso.
  – Até mais tarde. Vou fazer com que o Louis saia de casa. – diz Harry, rindo.
  – Até mais tarde.
  Meu dia começou a melhorar, eu ia passar o dia com ele, talvez isso amenizasse a minha raiva. Quer dizer, ele não tinha culpa, mas o nosso relacionamento ia ser seguido por milhares de pessoas, ia ser público. E não deveria ser assim, eu ainda tinha três semanas para ficar com ele até que volte para o Brasil, e eu não sei se ia lidar bem com a fúria das fãs, a curiosidade das outras pessoas e a distância que teríamos que enfrentar. Ainda é cedo para pensar nisso, mas não era inevitável.

  Desci para tomar café, e só encontro o Jared na cozinha. Tia Meg tinha saído.
  – Bom dia, Jar.
  – Bom dia, prima. Com foi seu encontro? – pergunta Jar.
  – Foi bom, ele me levou em um restaurante, e depois na ponte Westminster.
  – Parece que foi bom, mas você não está com uma cara muito animada. – comenta Jar, ele estava certo.
  – É que por causa do nosso passeio, já tem fotos nossas rolando por vários sites de fofocas.
  – Efeito Harry Styles, prima! Você devia saber.
  – Eu sei, e eu não o culpo, mas não é uma coisa que me deixa feliz. E, oficialmente, começamos a namorar ontem.
  – Ta brincando? O Harry namorando, isso é uma novidade! – diz Jar, como se fosse uma coisa totalmente impossível.
  – Bom, parece que precisou uma garota atravessar o oceano para isso mudar.
  – Sinta-se honrada. E parabéns! – ele estava totalmente sarcástico!
  – Muito obrigado. Agora, me deixa tomar meu café em paz.
  Terminei meu café e fui para o meu quarto. Troquei de roupa e saí para uma corrida. Desde que comecei a sair com o Harry, elas tinha quase acabado. Avisei ao Jar, peguei meu Ipod e sai.
  Estava um pouco frio, mas tinha um solzinho para animar. Algumas pessoas já me conheciam, então me cumprimentavam. Entrei na rua do Harry, meu coração disparou e eu comecei a sorrir. Era inevitável eu não me lembrar do meu pequeno acidente. Comecei a caminhar e, quando passei em frente à casa dele, a vontade de ir e tocar a campainha aumentou. Eu não agüentei e fui até lá. Bastou apertar uma vez e ele apareceu.
  – Oi – eu disse.
  – Oi! Chegou cedo – diz ele, me puxando pela cintura e me beijando. Se não fosse pelo frio, teríamos ficado ali. Ele me puxa para dentro de casa e fecha a porta.
  – Eu estava correndo, e resolvi vim dar um oi.
  – Por favor, faça isso mais vezes. – ele diz, me abraçando.
  Não era um abraço qualquer, de um certo modo, era diferente. Era intenso e eu sentia o calor do corpo dele. Ele acariciou meus lábios e olhou para mim, com aquele sorriso que sempre me deixava hipnotizada.
  – O que foi?
  – Nada. É que eu ainda não acredito que você é so minha. A minha namorada – diz ele.
  – Ai meu deus! Como você é bobo!
  – Sim, sou o bobo do seu namorado que te ama.
  – Ok, namorado bobo. Vou para casa e mais tarde eu volto para ficarmos juntinhos.
  – Não! Fica – Com dizer não para ele?
  – Ok! Mas eu preciso usar seu telefone.
  – Hmm, só que você vai ter que usar o do meu quarto, o da sala o Louis quebrou ontem, e não me pergunte como!
  – Certo. Já volto então.
  Dei um selinho nele e subi as escadas, o quarto dele ficava no final do corredor. No nosso primeiro encontro, ele tinha me levado lá para me mostrar a vista da varanda. A cama estava bagunçada e a porta da varanda estava meio aberta. Sentei na cama ao lado do criado-mudo e peguei o telefone, disquei o numero da casa tia Meg. Quem atendeu foi o Jared. Eu avisei que já estava na casa do Harry e que ia voltar para casa mais tarde. Quando eu desliguei o telefone e me levantei para voltar para a sala, o Harry apareceu na porta com um sorriso malicioso no rosto.
  Ele se aproximou de mim e começou a me beijar, eu puxei ele para mais perto de mim, e então nos desequilibramos e caímos na cama, começamos a rir. Mas aquele sorriso malicioso continuava, e eu entendi o que era. Fui para cima dele e comecei a beijá-lo novamente.
  Nosso beijo foi ficando cada vez mais intenso, eu simplesmente não conseguia parar, o meu desejo de ter ele cada vez mais aumentava dentro de mim, era inexplicável o que eu estava sentindo por ele. Eu tirei a blusa dele e ele fez o mesmo com a minha. O contato da minha pele com a dele me causava pequenos choques elétricos, era como se nossos corpos se encaixassem perfeitamente. O toque das mãos dele sobre o meu corpo trazia uma sensação única, uma sensação que me deixava completamente feliz.
  Ele entrelaçou os dedos no meu cabelo e começou a beijar meu pescoço. Eu já havia perdido a razão a essa altura. De um modo tão apaixonado ele me beijou.
  Ele me jogou na cama, ficando de pé, e começou a tirar a sua calça. Ele tirou meu tênis e puxou minha legging, me deixando só de calcinha e sutiã. Ele veio para cima de mim e voltou a beijar meu pescoço e a dar mordidas na minha orelha. Ele parou subitamente e olhou nos meus olhos, aquilo me deixou completamente perdida. Eu o agarrei pelo pescoço e voltei a beijá-lo. Ele puxou a minha calcinha e eu tirei meu sutiã e a cueca dele. Meu coração começou a bater mais rápido e nossa respiração ficou cada vez mais intensa. Agora eu era completamente dele.

Capítulo 6 - O Despertar de Um Sonho

  Acordei na manhã seguinte com os raios de sol entrando pela janela e batendo em meu rosto. Eu estava aninhada em seu peito. Olhei para ele, lindo e sereno. Comecei a pensar na noite passada, no que havia acontecido. Havia sido a primeira vez perfeita. Não sabia a dimensão que isso poderia acrescentar aos fatos e aos empecilhos. Mas neste momento, eu não me importava... Nada importava, pra falar a verdade. Eu estava ali, com ele, havia me entregado totalmente, de corpo, coração e alma, e me sentia como parte dele agora, e ele como parte de mim.
  Ele começou a se espreguiçar, abriu os olhos e olhou para mim, que estava perdida em meus pensamentos enquanto o admirava:
  – Bom dia, linda. - disse ele, com aquele tom de voz grave que ele tem.
  – Bom dia...
  – Quais são os planos para hoje?
  – Voltar para minha casa. Passei o dia todo de ontem e dormi aqui... Tia Meg deve estar preocupada.
  – Ah não! Para com isso...
  – É sério, eu preciso voltar – disse, me levantando e catando as minhas peças de roupa espalhadas pelo chão. Ele me puxou pela cintura e me derrubou na cama novamente, ficou em cima de mim, me encarando, então afastou meu cabelo do rosto, e me beijou.
  – Vamos tomar café juntos, pelo menos?
  – Tudo bem, pode ser. Vou descer e preparar algo para nós dois.
  – Se você descer, não vai encontrar nada na cozinha... Era a vez do Louis de fazer as compras, e ele esqueceu.
  – Tá. Então, aonde vamos?
  – Eu conheço um lugar pertinho daqui do condomínio, podemos até ir a pé, e é um lugar muito gostoso.
  – Tudo bem. Então vamos.
  Nos arrumamos e fomos. No meio das ruas do condomínio, decidimos brincar de pega-pega, até que ele me agarrou pela cintura e me deu um beijo de tirar o fôlego, daí decidimos andar juntos e de mãos dadas mesmo.
  Saímos do condomínio e andamos uns 5 minutos até chegarmos à uma cafeteria. Conversamos, rimos e comemos. Ficamos por lá uns 50 minutos e saímos.
  Enquanto andávamos na rua, ele me abraçou, me levantou e me girou no ar, logo depois me colocou no chão bem perto dele, cara a cara. Ele me olhou por uns instantes, e disse:
  – Eu te amo. – e me beijou. Só quando ele parou de me beijar, pude responder de volta:
  – Eu também te amo. – e o abracei. Enquanto o abraçava, estava de olhos fechados, assim que os abri, olhei para o outro lado da rua. Atrás de um carro preto, vi um homem agachado nos espiando. Na verdade, vi apenas sua careca e seus olhos. Harry me afastou de seu abraço e me olhou sorrindo, porém, ele viu que eu ainda olhava fixo para o outro lado da rua. Ele olhou na mesma direção que eu, porém, o homem já não estava mais ali. Ele se voltou para mim e perguntou:
  – O que foi, amor?
  – Eu... pensei ter visto...
  – O que?
  – Nada. Esquece, não foi nada de mais.
  – Tem certeza?
  – Tenho sim.
  – Então tá... Vamos indo?
  Ele me levou de carro até a casa da Tia Meg, e disse que se encontraria mais tarde com Niall, Liam, Louis e Zayn, e a noite passaria aqui para me ver de novo. Nos beijamos e desci do carro.
  Entrei em casa e via Tia Meg sentada na sala, assistindo tv sozinha. Sentei-me ao lado dela e lhe dei um beijo no rosto. Ela disse:
  – Decidiu aparecer aqui em casa, é? O que andou fazendo na casa do Harry? – Pergunta difícil, não podia dizer a verdade, é claro.
  – Apenas passei um tempo com ele, foi bem divertido.
  – É, estou vendo esse seu sorriso de orelha a orelha... Olha querida, - ela assumiu um tom sério e preciso – eu sei que esse garoto está te fazendo muito bem, é nítido isso. Mas você deveria ter mais cautela... E ter consciência de onde isso vai acabar, porque, me desculpe querida, mas não vejo futuro nenhum nessa relação. – Ai! Essa doeu.
  Fiquei pasma, sem ter o que falar. Fora eu, Tia Meg era a única que pensava nesses empecilhos. Mas o que eu poderia dizer? Se eu mesma já estava acreditando que o amanhã não importava e que esse problemas poderiam ser de alguma forma resolvidos. Pois é... Tia Meg tinha acabado de me lembrar que eles não seriam. Eu ia começar a tentar responder, mas Jared entrou na sala com o netbook dele na mão, dizendo:
  – Opa! Ainda bem que você também já está aqui, priminha... Vocês precisam ver as notícias quentinhas que acabaram de sair sobre Harry Styles! – A frase toda foi dita com um tom de ironia enorme, e pra ajudar, ele deu um sorrisinho muito falso. Ele colocou o netbook em cima da mesinha de centro, e o virou para que eu e Tia Meg pudéssemos ver.
  Na hora em que olhei, um frio na minha barriga tomou conta de mim, e era puro nervosismo. Fiquei louca ao ler aquilo, não conseguia acreditar! E, pra ajudar, Jared disse:
  – É isso mesmo que vocês estão vendo. – E ele leu em voz alta a manchete da página de fofocas – “Harry Styles é visto novamente com garota misteriosa”. E tem mais, nesses sites de revistas adolescentes já tem vários comentários de fãs... – Ele mudou de página e colocou em um desses sites. Na matéria, estava escrito que Harry Styles foi pego aos abraços e beijos com a mesma garota dias atrás e que, dessa vez, ele estava usando touca. Parei para me lembrar. Não havia reparado nesse detalhe, mas, de manhã, quando saímos, Harry havia vestido sua touca. Estávamos morrendo de fome e nem ficamos muito preocupados com nossa aparência. Ele simplesmente havia pegado sua touca e colocado. Abaixei a página e comecei a ler os comentários das fãs. Várias dizendo estar chateadas e cheias de certeza de que havia acontecido “algo a mais” na noite passada entre mim e Harry. Outras dizendo que estavam chorando e, a maioria, me xingando e desejando minha morte. Tudo aquilo teve um impacto tão grande sobre mim que senti como se fosse desmaiar, e acho que foi por pouco que isso não aconteceu, pois Jared disse:
  – Prima, você está muito pálida! Calma, respira... Não é nada de mais...
  – Não é nada de mais? Você está vendo isso, Jared? Vão começar a especular a vida da minha sobrinha e fãs malucas vão abordá-la na rua, senão bater nela! Minha nossa, eu não acredito nisso! – disse tia Meg, totalmente fora de si. – Vou ligar para sua mãe agora mesmo e contar o que está acontecendo, precisamos colocar um fim nisso.
  – NÃO! – gritei, imediatamente - a senhora não tem o direito de fazer isso! É minha vida particular! Eu mesma vou resolver isso...
  – O que você vai fazer, então? – gritou de volta Tia Meg.
  – Vou à casa do Harry. – Me levantei, peguei meu casaco e fui em direção à porta, enquanto isso Tia Meg gritou mais uma vez, avisando:
  – Coloque um fim nisso, caso contrário, ligarei pra sua mãe e direi que você está indo embora hoje mesmo!
  Fechei a porta, fazendo questão de usar toda minha força, e fez um barulho enorme.
  Comecei a praticamente correr em direção a casa dele. Eu estava furiosa! Não sabia que teria uma repercussão desse tamanho uma pequena ida ao café com meu namorado. Mas que droga! Como isso é possível? Em um dia, eu sou uma completa desconhecida e, no outro, sou uma vadia (como aquelas fãs no site me chamaram), que estava sendo usada por Harry Styles. Que ódio! Ódio de mim, daquelas fãs e até mesmo dele! Mal conseguia descrever aquele sentimento... De repente, diminui o ritmo, e me lembrei daquele cara espiando a mim e Harry atrás daquele carro hoje cedo... Eu sabia! Sabia que tinha algo estranho naquele cara. Como pude ser tão burra? É claro que ele era um paparazzi atrás de Harry Styles e a garota misteriosa. Depois daquela primeira foto, eles não iriam desistir até saber quem eu era. Comecei a correr de novo. Mais e mais rápido. Até que cheguei em frente da casa dele. Tomei coragem e toquei a campainha, logo ele abriu:
  – Olá, amor! Veio me ver, é? Não aguentou de saudades? – Ele avançou para me beijar, mas eu esquivei.
  – Precisamos conversar. – eu disse, séria.
  – Nossa. Entra... O que houve? – entrei na sala, ainda furiosa. Meu coração quase saindo pela boca de tanto que corri. Logo vi na sala Zayn, Niall, Liam e Louis sentados. Ah não! Seria uma briga em público.
  – Oi garotos. – eu disse, agora um pouco sem graça.
  – Oi... – todos responderam.
  – Como você está? – Perguntou Liam, tão adorável como sempre.
  – Não tão bem... – Eles me olharam, um pouco assustados, principalmente Harry.
  – O que aconteceu, amor? – disse ele.
  – Olha, Harry, eu e os garotos vamos lá pra cima, ok? – disse Louis.
  – É, vamos deixar os namoradinhos conversando a sós. – disse Zayn. Acho que acabei lançando um olhar um pouco duro, sem querer, para Zayn nessa hora, porque Niall percebeu e disse:
  – Sem brincadeirinhas, Zayn. Vamos logo. – E eles subiram.
  Harry se voltou para mim, agora um pouco impaciente, e disse:
  – Fala logo o que aconteceu, estou preocupado.
  – Pelo seu jeito, acho que você não entrou na Internet e nem viu nenhuma das notícias, não é mesmo?
  – Que notícias? Do que você está falando?
  – Estou falando do fato de eu ter virado a vadia internacional que todas as suas fãs odeiam! Já está na Internet pro mundo inteiro ver, você e eu nos beijando hoje cedo perto da cafeteria, Harry! Eu sabia que isso ia acontecer! – Inevitavelmente, meu tom aumentou.
  – O quê? Não é possível... Eu não vi nenhum fotógrafo lá...
  – Mas eu vi! Aquela hora, em que eu olhei fixamente para aquele carro do outro lado da rua... Eu vi um homem escondido lá.
  – Bom... O que você quer que eu faça? - O tom de descaso dele foi a gota d’água para mim.
  – O QUE EU QUERO QUE VOCÊ FAÇA? BOM, EU SINCERAMENTE NÃO SEI! MINHA VIDA VIROU DE PERNAS PRO AR E VOCÊ NEM AO MENOS SE IMPORTA!
  – Você sabia que seria assim...
  – SIM, EU SABIA! MAS PENSEI QUE VOCÊ ESTARIA AQUI PARA ME PROTEGER DISSO... – minha voz começou a embargar, e as lágrimas a escorrer pelo meu rosto.
  – E eu estou aqui para isso! – Ele pegou em minha mão, enxugou minhas lágrimas e chegou bem perto de mim. – Escuta, nós vamos passar por isso juntos. Eu estou aqui por você, meu amor...
  – Você não entende, não é mesmo? Eu não sou como você... Não sou famosa. Não sei lidar com isso... Essa coisa de ver a mim mesma em sites, sendo odiada por quem não conheço, sendo exposta a tanta coisa e sendo ameaçada pela minha própria tia... É muito pra minha cabeça! Eu estou assustada.
  – Eu sei que está amor, eu entendo...
  – Não! Não entende! – Me afastei dele, e o olhei no fundo dos olhos. Ele sustentou o olhar, um pouco abalado com tudo aquilo.
  – Calma, deixa eu ver se entendi... – disse ele, lentamente. – Você está jogando a culpa em mim, é isso? Porque, pelo o que eu sei, nós dois concordamos em lutar para ficarmos juntos. Eu realmente me importo com você, eu realmente amo você. Isso pode parecer pouco, ou você pode nem acreditar, que é o que está me parecendo, mas eu vou te dizer uma coisa com toda a sinceridade do mundo... Eu nunca senti o que sinto por você na minha vida por ninguém... Eu estou disposto a ficar do seu lado, custe o que custar. – Aquilo tinha me atingido como um soco na boca do estômago. Era como se eu fosse a vilã da história, que não tinha acreditado nem por um minuto no nosso amor. Mas as coisas tinham que ficar claras, aquele sonho estava andando lado a lado de um pesadelo e não podíamos evitá-lo nem por mais um minuto...
  – Olha, eu também te amo. Te amo de verdade. Eu me entreguei a você e a esse amor, totalmente... Mas eu não consigo levar isso adiante.
  – Você não pode estar falando sério!
  – Sim, eu estou. – dizendo isso, eu comecei a sair da sala. Ele correu, me pegou pelo braço e disse:
  – Eu não... – ele parou um segundo e me puxou para mais perto dele – Eu não vou desistir de nós tão fácil, como você está fazendo.
  – Escuta, eu não sou fraca como você está insinuando! Tenta se colocar no meu lugar!
  – Tudo bem... Eu posso não saber como você está se sentindo agora, mas eu acreditei quando você disse que me amava...
  – Mas é verdade!
  – Então por que você não prova? Esquece isso! Fica comigo, com o tempo tudo isso vai se ajeitar...
  – Não, não vai... Eu tenho que ir agora.
  Puxei meu braço da mão dele e abri a porta. Antes de fechar, com o meu coração se despedaçando, olhei para ele e pedi um último favor:
  – Não me procura mais, está bem?
  E fechei a porta.

Capítulo 7 - Dias Melhores

  Enquanto eu voltava para casa, as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu me culpava por ter sido tão burra, por ter achado que um relacionamento com Harry Styles seria normal. Como eu estava errada, era como acordar de um sonho, tudo o que você pensou ter vivido não passava de uma ilusão, criada para te enganar.
  Cheguei em casa com os olhos vermelhos, soluçando e tentando parar as lágrimas. Assim que entrei em casa, Tia Meg veio até mim e começou a perguntar o que houve. Eu simplesmente ignorei e fui direto pro meu quarto. Tranquei a porta e me joguei na cama, não havia nada que quisesse fazer naquele momento a não ser dormir e tentar esquecer de tudo, me desligar do mundo.
  Acordei de madrugada e fui até o banheiro. Meu rosto estava um pouco inchado e meus olhos vermelhos por conta das lágrimas, e isso me fez lembrar o por que delas. Joguei minhas roupas pelo chão do banheiro e entrei debaixo do chuveiro. Quando terminei meu banho, vesti um pijama e, quando eu voltava para a cama, meu celular tocou. Quando eu vi quem era, meu coração quase pulou pela boca. “Sinto sua falta, por favor, não desista de nós”. Dizia a mensagem do Harry. Essas palavras me acertaram em cheio. Eu desliguei o celular e joguei dentro da gaveta do criado-mudo.
  Nos três dias seguintes, eu tentei ao máximo evitar a tia Meg e suas perguntas, mas principalmente, eu tentei evitar o Jared e suas indiretas. Mas no quarto dia, eu não consegui. Quando eu fui almoçar, tia Meg estava na cozinha e eu estava com muita fome para deixar para mais tarde.
  – Então, vai me contar o que houve? - Começa Tia Meg.
  – Eu e o Harry brigamos e terminamos, foi isso.
  – Oh! Sinto muito – não, ela não sentia.
  – Tudo bem.
  – Olha querida, você sabe a minha opinião sobre esse relacionamento, mas você está triste, e eu não quero te ver assim.
  – Eu estou bem tia, só preciso de mais um tempo – eu disse, tentando convencer a mim mesma.
  – É claro, minha querida. Mas não se esqueça de que certas coisas não esperam por nós.
  Eu não entendi o que ela quis dizer, mas eu apenas respondi com um “aham, eu sei disso”. E fui comer na sala, para evitar mais perguntas. Foi uma péssima ideia, pois o Jared estava lá. Quando eu me virei para voltar para a cozinha, ele me chamou:
  – Ei, prima! Vem aqui.
  – O quê? Vai me zuar ou qualquer outra coisa? - Eu disse, tentando ser irônica com ele.
  – Na verdade, não. Eu conversei com o Harry – O quê?
  – O que ele te disse? – eu perguntei, tentando não parecer tão interessada.
  – Bom, ele me contou o porque de vocês terem terminado, disse que sente sua falta. Ele tentou te ligar várias vezes, e também disse que não ia desistir tão fácil.
  Aquilo me deixou se reação, então eu lembrei do dia em que dormimos juntos. Dele me abraçando, passando a mão pelo meu cabelo e sussurrando no meu ouvido que me amava. Por um momento, eu havia pensando que ele tinha falado aquilo por que nós tínhamos transando na noite anterior, mas ele realmente havia dito a verdade. Isso fez meus olhos se encherem de lágrimas, eu me sentei no sofá ao lado do Jared e, por momento, ele ficou sem saber o que fazer, mas ele me abraçou e disse:
  – Dá mais uma chance pra ele. Vai ser difícil, mas todo casal tem suas dificuldades. E vocês se gostam de verdade, não custa nada.
  – Você acha que eu devo ir agora procurar ele?
  – Espera o Harry chegar em casa. Ele e os meninos tiveram um compromisso, eles vão dar uma entrevista ao vivo. Você vai ver? – eu ainda estava pensando no que o Jared disse sobre não desistir, mas eu ainda estava brava com ele, eu não ia dar o braço a torcer.
  – Não, eu não vou ver. – Eu me levantei e voltei para a cozinha, para terminar de almoçar. Tia Meg ainda estava lá, mas ela não disse nada quando eu apareci. Eu me sentei e comecei a comer, mas meu apetite sumiu depois de todo esse drama.
  Voltei para o meu quarto e sentei na poltrona perto da janela. Peguei um caderno que eu tinha deixado no chão e comecei a fazer alguns rabiscos. Depois de algum tempo, eu resolvi ir tomar banho. Vesti uma calça jeans, uma camiseta azul clara e um cardigã. Eu ia me sentar novamente, quando o Jared entrou com tudo no quarto.
  – Tá louco, menino?!
  – O Harry vai falar de você na entrevista!
  – O quê? Como assim?
  Eu corri igual louca até a sala, a TV estava ligada, mas parece que estava nos comerciais. O Jared apareceu em seguida.
  – Vai ser depois dos comercias. Acho melhor você se sentar – diz ele, já me puxando para o sofá.
  Os minutos que se passaram pareceram uma eternidade. O que ele ira falar sobre mim? Ele só podia ter pirado. O programa voltou e eu quase tive um treco quando ele apareceu. MEU DEUS! Ele estava usando o mesmo casaco do nosso primeiro encontro, o mesmo que ele me emprestou.
  O entrevistador pegou um jornal e mostrou para o Harry. Tudo ficou em silêncio por um momento, mas, por fim, ele disse:
  – Sim, ela é a minha namorada! – O QUE? NÃO! Tínhamos terminado, como ele podia dizer isso?
  – Ohhh! Ela é muito bonita, Harry. Qual o nome dela? – Diz o entrevistador, mostrando o jornal para as câmeras.
  – Eu acho melhor manter algumas informações em segredo, por enquanto. Como o nome dela – Graças a Deus ele ainda tinha algum juízo!
  – Mas eu aposto que suas fãs estão morrendo de curiosidade para saber quem ela é. – Elas estavam mais interessadas em saber meu nome para já por na boca do sapo, isso sim!
  – Eu apenas quero que vocês saibam que ela me faz muito feliz, isso é o que importa. – Diz Harry, com um sorriso de canto.
  – Fico feliz por vocês. Mas parece que você está um pouco tenso. – comenta.
  – Nós tivemos alguns impasses, mas não importa o quão difíceis sejam os tempos, eu nunca vou desistir de nós.
  Essas palavras ficaram ecoando na minha cabeça. Eu havia perdido meu chão depois disso. Ele não ia desistir mesmo. Não importa o quanto ele tenha que se sacrificar, ele me amava, isso estava claro. Eu me levantei e voltei para o meu quarto, fiquei andando de um lado para o outro, até conseguir organizar meus pensamentos. Quando eu consegui fazer isso, fui até o criado-mudo e peguei meu celular dentro da gaveta. Assim que eu o liguei, começaram a chegar diversas mensagens, a maioria do Harry, dizendo que sentia minha falta, que me amava. Assim que comecei a ler, as lágrimas começaram imediatamente, mas ao mesmo tempo eu estava sorrindo. Outras mensagens me deixaram com muita raiva, uma delas dizia: “Você sabia que isso poderia acontecer, não me culpe. Se você me amasse de verdade, não teria ido embora”. Minha vontade de bater nele era a mesma que eu tinha de beija-lo.

  Eu esperei até anoitecer. Eu já estava ficando louca. Quando deu sete horas, eu fui até a casa do Harry. Quando eu cheguei lá, não havia ninguém ainda. Eu sentei nas escadas, no hall de entrada, e fiquei esperando. Depois de uns 15 minutos, o carro dele parou em frente à casa. Meu coração começou a acelerar. Eu me levantei e fiquei ali, minhas pernas estava tremendo. Ele desceu do carro e ficou me encarando. Eu consegui descer as escadas, devagar. Ele continuou parado, e eu simplesmente não aguentei mais, corri até ele. Ele me abraçou e ficamos ali. Sem dizer nada. Depois de um momento, eu me afastei e juntei todas as palavras que estavam enroladas na minha garganta.
  – Você ficou louco? Como você pode dizer que eu ainda era sua namorada? E o que foi tudo aquilo?
  – Ei, calma! Respira! Eu disse que não iria desistir, só você não percebeu que eu estou completamente louco por você. Você é minha.
  – Harry... Eu vou te bater!
  – Tudo bem! Eu mereço, mas antes, por favor, me diz que você ainda é a minha namorada? – Como eu podia resistir? Ele me deixava totalmente sem reação.
  – Eu ainda sou a sua namorada, idiota!
  Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, ele me puxou pela cintura e me beijou. Como eu senti falta disso! Dos lábios dele nos meus, do cheiro dele, do abraço. Naquele momento, eu percebi que eu podia sim enfrentar algumas barreiras por esse amor. Valia à pena. Quando, por fim, ele se afastou, eu disse:
  – O casaco! Você foi com ele de propósito!
  – Eu tinha esperanças que você veria, e parece que sim. – diz ele, com um sorriso convencido no rosto.
  – Eu não ia ver, mas o Jared disse que você ia falar de mim, eu fui ver o que seria.
  – Fui muito longe? – pergunta ele, ficando um pouco sério.
  – Não, tudo bem, eles já sabiam. Mas agora, por favor, vamos ser mais cuidadosos, isso vai ser difícil para mim.
  – Eu sei. E eu vou fazer de tudo para te proteger, eu estou aqui para cuidar de você.
  – Então, por favor, comece agora, eu não aguentava mais de saudade. – eu disse, quase implorando.
  Ele me pegou no colo e me beijou mais uma vez. Nós entramos na casa e fomos direto para o quarto dele.

Capítulo 8 - Harry's POV - Dias Melhores

  No minuto em que ela saiu por aquela porta, era como se eu tivesse perdido a noção de como viver. Eu simplesmente não podia acreditar. Não conseguia. Muito menos queria acreditar.
  Subi as escadas e encontrei os garotos lá em cima. Logo que abro a porta, parece perceptível para eles minha expressão de devastação. Louis me pergunta:
  – E aí cara, o que houve lá em baixo? Ela parecia furiosa...
  – Ela terminou comigo.
  – O quê? Terminou? Como assim? Ela parecia tão apaixonada por você, Hazza... – disse Liam.
  – Pois é, parecia... – dizendo isso e me joguei na cama, ao lado de onde Niall estava sentado, com as mãos na cabeça... Eu nem sabia direito o que pensar.
  – Mas explica direito, o que aconteceu? - perguntou Zayn. Por mais que eu não quisesse reviver todo aquele momento insano lá em baixo contando essa história, eu não poderia deixar de dizer o que havia acontecido para os meus quatro melhores amigos. Então comecei a dizer:
  – Saíram na Internet fotos nossas juntos, nos beijando, depois de sair daquela cafeteria aqui perto, sabe? E eu sei lá, mas... Ela não suportou tudo isso, várias fãs estavam xingando ela na Internet em tão pouco tempo, a Tia dela ameaçou falar para os pais dela que ela deveria voltar para o Brasil e ela... Tomou essa decisão. – mal pude completar a última frase. Sentia um gosto tão ruim na boca ao pronunciar essas palavras.
  – Caramba! Nem sei o que dizer... – disse Louis, sério. Apesar de todas nossas brincadeiras, ele sabia exatamente como reconhecer um momento em que não estou nem um pouco legal.
  – Calma, Harry. Vai passar! Todo começo dos nossos namoros é a mesma coisa... Quando ela aprender a lidar com isso, ela vai ficar bem. – disse Liam.
  – É, Harry. E aliás... – disse Zayn - Você pode ter qualquer outra garota que quiser. Não fica assim por causa dela, não... Vamos sair, beber juntos, e...
  – Vocês não entendem, não é mesmo? – disse, cortando Zayn – Eu gosto muito dessa garota, ela não é apenas mais uma que eu fiquei... Eu, eu... Nunca senti o que senti com ela. Não é só o nosso beijo ou a nossa transa, mas o jeito como ela me olha, passa a mão em meu cabelo, sorri para mim... É tudo tão perfeito. Eu não vou suportar ficar longe dela, eu a quero pra mim. Só pra mim. Ao meu lado, pra sempre.
  Todos eles ficaram em silêncio e com cara de espanto. Não os julgo. Nunca havia dito nada parecido sobre alguma garota para algum deles.
  – UAU! Harry... Você está mesmo apaixonado! – disse Niall.
  – Deu pra entender agora, foi?
  – Ficou MUITO claro, na verdade... Então, meu amigo, o que você está esperando? Corre atrás dela! Você não pode deixar que o Harry Styles da One Direction atrapalhe o que você tem com essa garota tão especial pra você... Você tem que mostrar que você, Harry Edward Styles, está apaixonado verdadeiramente por ela, como um cara normal, e que você vai falar na frente de todos que a ama e irá defender a ela e a esse amor com unhas e dentes. – disse Zayn.
  – Tá, tudo bem... Mas, como eu posso fazer isso? Ela não vai me ouvir mais...
  – Acho que eu sei quem ela pode ouvir... – disse Niall.
  – Quem? – perguntou Louis.
  – Poxa gente, não é óbvio? Quem que ela veio visitar e a ama muito? E não apoiaria nada que a machucasse ou a magoasse?
  – O Jared, é claro! – exclamou Liam – Será que ele viria aqui agora? Vou ligar pra ele...
  Liam ligou e pediu que ele viesse até em casa. Em meia hora, ele chegou. Liam abriu a porta lá em baixou e o chamou para subir. Logo quando ele entrou, veio gritando:
  – O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA PRIMA? POR QUE ELA ESTÁ CHORANDO? FALA LOGO, HARRY! SE NÃO EU TE MATO!
  – Hey, hey! Calma aí, Jared, - disse Niall, o segurando – estamos entre amigos aqui, certo? Não se esqueça disso... Aliás, quem fez foi ela! Ela terminou com Harry.
  – Terminou? Mas por quê? Ela parecia tão maluca por você...
  Contei a história mais uma vez. Ele havia se acalmado e escutava agora com uma expressão de pena, com certeza pena de mim. Acho que a dor estava estampada em minha cara.
  – Nossa! Bom, eu acho que é totalmente compreensível o lado dela.
  – E é! Não estou dizendo o contrário. O que eu quero dizer é que nós nos amamos e não é justo nos separarmos por causa disso.
  – Tá, então o que você quer que eu faça?
  – Fale com ela! Ela confia muito em você... Diga que eu a amo, e que não vou desistir dela assim tão fácil. Diga também que sinto muito a falta dela e que essa dificuldade vai passar.
  – Tá, tudo bem. Eu falo. Mas não prometo nada, hein?
  – Contanto que você fale, já está ótimo...
  – Mas acho melhor o Jared dar um tempo para ela, vai que ela decide voltar atrás e esse surto tenha sido apenas momentâneo... – disse Louis.
  – Ok, concordo. – disse, mesmo querendo que Jared falasse o mais rápido possível, para saber se a idéia daria certo ou não.
  Jared foi embora, assim como os garotos. Pedi para Louis me deixar sozinho em meu quarto.
  Fiquei pensando nela, é claro. Mas não no que havia acontecido, e sim no dia em que a vi pela primeira vez. Ela estava linda, mesmo com as olheiras da viagem e a expressão cansada. Como ela era linda! Perfeita... Cada detalhe dela me excitava e me deixava louco! Eu sentia vontade de agarrá-la e nunca mais soltá-la sempre que ela sorria para mim. E fora toda a sua delicadeza, como ela era sexy! Meu Deus! Ela era de enlouquecer qualquer um... Assim que nos beijamos pela primeira vez, já não conseguia enganar a mim mesmo... Não poderia mais deixá-la. E como aquilo era esquisito pra mim. Já havia ficado com várias mulheres, e havia mais milhares pelo mundo todo que fariam de tudo pra ficar comigo, mas eu não estava nem aí! Era ela... Tinha que ser ela. Com todo aquele jeito atrapalhada e maravilhosa de ser, era ela que me deixava completo. E como esse sentimento me consumiu rápido... O que será que tinha nela que me deixava assim, tão sem rumo, sem noção de nada quando ela estava comigo? Eu não sei. Só sei que era por ela que meu coração e meu corpo gritavam agora, e eu não iria descansar enquanto não a tivesse de volta.

  Três dias se passaram. Eu havia ligado pra ela muitas vezes, mas ela rejeitava todas as chamadas. Liguei então no celular do Jared, e disse que já estava na hora de ele tentar falar com ela, e pedi para que ele me retornasse assim que tivesse uma resposta. Depois disso, comecei a me arrumar, pois a One Direction ia fazer uma apresentação na TV hoje, e daria uma entrevista depois. Encontrei os garotos e fomos no carro da banda direto para o estúdio.
  Lá, nós nos trocamos novamente, colocando a roupa de apresentação em uma sala que reservaram para nos instalar enquanto nos preparávamos minutos antes da apresentação. Levei meu casaco, que havia emprestado para ela na noite do nosso 1º encontro. Não sei por que, mas queria usá-lo. O programa era sem auditório. Ainda bem! Porque se as fãs me vissem ao vivo, sentiriam a minha desanimação no ar. Não estava bem, não podia negar. Não estava nem um pouco ansioso pela apresentação, muito menos pela entrevista. Estava temendo que perguntassem sobre ela, e se o fizessem, não saberia o que responder.
  Meu celular tocou e vi que era Jared, atendi o mais rápido possível:
  – E aí? Falou com ela?
  – Falei sim...
  – E...?
  – Cara, foi mal... Eu tentei! Falei até da sua entrevista hoje, e ela disse que não assistiria.
  Aquilo foi como um choque. O que eu faria agora?
  – Tá, tudo bem... Obrigado mesmo assim, Jar.
  – Hey cara, sinto muito. – dizendo isso, ele desligou.
  – O que foi, Harry? - perguntou Niall.
  – Era o Jared... E não deu certo.
  – Poxa, e agora?
  – Confesso que não sei...
  – Harry! Fala dela na entrevista! Se declara pra ela no programa! – disse Zayn, empolgado com a ideia.
  – O quê?
  – Ia ser bem romântico... – disse Louis.
  – E ela ia perceber que você a ama de verdade! – disse Liam.
  – Mas ela nem vai assistir... – eu disse.
  – Duvido! – disse Niall.
  A porta atrás de nós se abriu:
  – Estão prontos, garotos? Vocês entram em 5 minutos. – disse a produtora do programa.
,   – Já estamos indo. – respondeu Zayn.
  Fiquei pensando na ideia enquanto nos encaminhávamos para perto da nossa entrada para o palco. Eu poderia fazer isso... Não seria difícil. Mas será que isso não a deixaria mais nervosa ainda?
  Entramos no palco e cantamos “What Makes You Beautiful”. Havia saído tudo bem, mesmo com o meu humor lá em baixo. Logo em seguida, nos sentamos nas cadeiras do palco e o entrevistador disse:
  – Depois dos comerciais, iremos bater um papo com os boys da One Direction... E faremos a primeira pergunta a Harry! Quem será a garota misteriosa com quem ele está saindo? Veremos logo depois dos comerciais. Não saia daí!
  Tocou uma musiquinha estúpida do programa para chamar os comercias, e meu cérebro havia congelado! Eu teria mesmo que falar sobre ela agora. Era a chance perfeita.
  O programa voltou ao ar, e logo que o entrevistador terminou de receber os telespectadores de volta, pegou um jornal, onde tinha minha foto com ela, nos beijando, é claro, e apenas esperou que eu explicasse. Olhei para a câmera, fiquei em silêncio por um instante, e finalmente disse:
  – Sim, ela é a minha namorada.
  Ele fingiu uma cara de espanto, e os garotos o imitaram e deram alguns risos, apenas para brincar um pouco. Sabíamos que as fãs em casa estariam rindo deles ou xingando ela agora.
  – Ohhh! Ela é muito bonita, Harry. Qual o nome dela? – Disse o entrevistador, mostrando o jornal para as câmeras.
  Eu não poderia responder isso, seria ir longe demais, eu já estava abusando da sorte.
  – Eu acho melhor manter algumas informações em segredo por enquanto, como o nome dela.
  – Mas eu aposto que suas fãs estão morrendo de curiosidade para saber quem ela é.
  – Eu apenas quero que vocês saibam que ela me faz muito feliz, isso é o que importa. – Disse, sem conseguir conter um sorriso.
  – Fico feliz por vocês. Mas parece que você está um pouco tenso... – ele continuou a pressionar. Esses entrevistadores parecem cães com um pedaço de carne, não o largam tão fácil.
  – Nós tivemos alguns impasses, mas não importa o quão difíceis sejam os tempos, eu nunca vou desistir de nós. – Esperei com todo o meu coração que ela estivesse vendo aquilo agora, pois tinha sido muito mais do que sincero.
  – Muito romântico, Harry! Realmente impressionante... Esperamos que em breve possamos ter boas notícias desse romance entre você e ela! Esperamos que tudo se resolva... Não é mesmo, fãs aí de casa? - perguntou ele, olhando para a câmera, e depois forçando uma risada.
  Logo depois ele cortou para Niall, e fez mais perguntas sobre os garotos. Fiquei ali, apenas concordando e acenando com a cabeça. Os garotos falaram bastante por mim, e eu era grato a eles, pois eles sabiam do que se passava em minha cabeça nesse momento.
  Assim que tudo acabou, fui o primeiro a entrar no carro para ir embora. Liam, Niall e Zayn ficaram em suas casas, e eu e Louis seguimos para nossa. Assim que fomos chegando, a avistei sentada nas escadas, me esperando. Que sensação ótima era aquela que eu estava sentindo!
  – Vou ficar aqui no carro e esperar vocês se acertarem... Não se esqueça de agradecer ao Zayn amanhã pela ideia brilhante, hein? – disse Louis. Eu dei uma risada e desci do carro. Eu andei um pouco na direção dela, depois parei e a encarei, enquanto ela se levantava e descia as escadas. Logo ela começou a dizer tanta coisa, eu respondia apenas esperando pelo momento em que finalmente ela estaria em meus braços e eu pudesse beijá-la. Ela estava um pouco nervosa ainda, mas eu podia ver em seus olhos e em sua boca o quanto ela também queria estar comigo de novo. Quando dei por mim, estávamos nos agarrando em meu quarto.
  Eu a tinha de novo. E era como se nunca tivéssemos nos separado, era como se tudo estive em seu lugar novamente. Ela era minha namorada. E jurei a mim mesmo que ninguém mudaria isso outra vez.

Capítulo 9 - Agindo Por Impulso

  Quando acordei na manhã seguinte, eu estava sozinha no quarto. Continuei deitada, mas eu não parava de pensar em tudo que tinha acontecido até agora, minha vida tinha mudado completamente em questão de semanas. Mas a única coisa que não saía da minha cabeça era o Harry. Ele agora era meu, e ninguém mudaria isso. O que ele tinha falado no programa ecoava agora nos meus pensamentos: “Não importa o quão difíceis sejam os tempos, eu nunca vou desistir de nós”, era claro que ele não ia me deixar, e eu também não.
  – Bom dia, amor! – diz Harry, aparecendo e me tirando dos meus pensamentos.
  – Oi... Bom dia – eu disse, me sentando na cama. Ele carregava uma bandeja, e o cheiro de café estava invadindo o quarto.
  – Trouxe seu café – diz Harry, se sentando na cama e colocando a bandeja no criado-mudo – Para que não haja nenhum inconveniente no nosso café da manhã.
  – Ah! Muito obrigado, amor – eu disse. Isso foi gentil da parte dele, pois da outra vez foi um desastre total.
  Eu o puxei para um beijo. Eu me perdia completamente nos seus beijos, tudo era tão mais simples quando estávamos assim, um entregue ao outro, sem empecilhos, sem ninguém para atrapalhar, apenas nos dois. Ele parou de me beijar por um instante e olhou nos meus olhos. Eu fiquei totalmente perdida, ele era tão hipnotizante. Ele me puxou para mais um beijo, mas esse era mais suave, apaixonado. Ele deu uma mordida na minha orelha e sussurrou “eu te amo”. Fiz o mesmo que ele.
  – Eu te devo um pedido de desculpas, eu não sabia o que fazer vendo fotos minhas naqueles sites, pessoas dizendo que me odiavam. Eu não sabia como lidar com isso. E acabei jogando toda a culpa em você – eu disse, me desculpando com ele.
  – Está tudo bem, amor. Eu também tive culpa nisso tudo, eu devia ter me colocado melhor no seu lugar. Às vezes, eu perco a cabeça com algumas coisas que escrevem sobre mim, mas eu apenas ignoro. E vamos ter que fazer isso, pois eu não vou te deixar por causa do que os outros vão dizer – diz ele, sorrindo e me dando um beijo na testa.
  – Como é complicado namorar você, Harry Styles! Mas tudo bem, vale a pena.
  – Como é bom ouvir isso! – Ele me puxou e ficamos em pé ao lado da cama. Ele entrelaçou os dedos no meu cabelo e me beijou.
  – Maluco! – Eu disse, puxando o lençol da cama e me cobrindo.
  – Por quê? – pergunta ele, rindo.
  – A porta. Está aberta e eu ainda estou sem roupas!
  – Hahaha, relaxa! O Louis não dormiu em casa. E eu não me importo nem um pouco se você ficar assim.
  – Como você é besta! – eu disse, abraçando ele. Ele puxou o lençol e colocou a mão na minha cintura, começou a acariciar minhas costas e olhou para mim com uma cara de safado. – Eu vou ir me trocar, tenho que ir para casa.
  Eu saí pegando minhas roupas pelo quarto, e fui para o banheiro. Vesti a calça e o sutiã e voltei para o quarto para pegar minha blusa. Só faltava eu achar ela.
  – Harry, você viu minha blusa? – eu perguntei, e na hora ele começou a rir. – O que foi?
  – Acho que a gente se empolgou noite passada, e ela não está mais em condição para uso. – diz ele, rindo e indo em direção ao closet.
  – Foi culpa sua! Parece que nunca tinha aberto uma blusa com botões! – eu gritei para ele.
  Ele voltou, rindo e com uma camiseta preta na mão.
  - Me perdoa. Aqui, veste essa, é a única que você pode usar. Meu closet tá uma bagunça, essa se salvou. – ele diz, me entregando a camiseta.
  Eu vesti-a, e eu não tinha percebido até a hora que eu voltei para o banheiro para arrumar meu cabelo, que era uma camiseta dos Ramones. Quando eu voltei para o quarto, comentei com ele.
  – Camiseta legal – eu disse, me sentando ao lado dele na cama.
  – É, sinta-se honrada, apenas eu uso ela.
  – Nossa... Pode deixar, vou cuidar bem. Podemos tomar café agora?
  Tomamos café juntos na cama, e ele ficou fazendo piadas por causa da blusa rasgada. Eu até tentei argumentar, dizendo que a culpa era dele, mas não estava dando muito certo. Ficamos enrolando até a hora do almoço, eu já estava ficando com fome novamente. Então o celular do Harry tocou.
  – Oi Liam!
  Eles ficaram conversando por um tempo sobre a banda, e eu fiquei vendo TV. Na verdade, mudando de canal toda hora, pois não tinha nada de bom passando. Ele desligou o telefone e voltou para mim. Ele me abraçou e disse:
  – O Liam chamou a gente para ir almoçar, vamos?
  – Vamos, mas aonde?
  – Em um restaurante no centro de Londres. Mas se você não quiser, tudo bem, pedimos comida e ficamos por aqui mesmo.
  – Harry, eu não posso ficar me escondendo, todos já sabem que eu estou com você, nós não podemos nos esconder para sempre, vamos tentar ser um casal normal. – eu pude ver que isso tinha deixado ele feliz, e eu também estava.
  – Então vamos!
  Eu fui para a sala, enquanto o Harry terminava de se arrumar. Eu tinha decidido não passar em casa para me trocar, ia com a blusa do Harry mesmo. Eu liguei para tia Meg, para avisar que eu estava bem.
  Quando chegamos ao restaurante, eu pude ver que havia alguns paparazzi esperando por nós, mas eu havia prometido para mim mesma que isso não iria me afetar. Harry olhou para mim e disse:
  – Eu te amo, nada mais importa, apenas isso.
  – Eu sei. Eu também amo você.
  Saímos do carro e, por um momento, eu pensei que iria ficar cega com tantos flashes. O Harry ficou do meu lado e pegou na minha mão, me puxando para a entrada do restaurante. Todos eles perguntavam meu nome, e o Harry pedia que deixassem nós ir almoçar em paz, e alguns diziam que o Harry era muito sortudo, e eu sorri para ele quando ouvi isso. Outro disse que eu devia ser realmente especial para ele já, que eu usava a camiseta dele do Ramones. Essa parte eu não entendi, mas tudo bem. Entramos no restaurante e todas as feras ficaram lá. Eu comecei a rir e o Harry olhou para mim, sem entender.
  – O que foi? - Ele perguntou, curioso.
  – Não é nada, é só que eu não entendo essas pessoas que te perseguem, eu só acho isso engraçado.
  Encontramos o Liam e o Niall no restaurante, e conversamos bastante antes de pedir nossa comida. Os meninos não paravam de falar em um evento que eles iriam participar de uma rádio em Manchester, eles iam ficar lá por três dias. Eu estava feliz por eles, mas isso significava três dias sem o Harry, e mais ou menos dali a 15 dias eu voltaria para o Brasil, e eu não estava preparada para isso, para já começar a me separar dele.
  – Por que você não vem com a gente? – pergunta Niall para mim.
  – Oi? Não, é melhor eu ficar. Vocês vão trabalhar, eu atrapalharia – eu disse, olhando para o Harry.
  – Você não atrapalharia em nada, amor. Na verdade, ajudaria muito. Eu ficaria mais relaxado, sabe...
  – Tenho certeza que ajudaria – diz Niall, rindo.
  – Então, vem comigo? Por favor? – diz Harry.
  – Como é que eu digo não para você? Eu vou sim.
  Ele me deu um beijo, olhou para os meninos e disse:
  – Eu tenho a namorada perfeita!
  Quando nós voltamos para casa, o Harry não parava de falar sobre a viagem. Ele estava tão animado, e eu estava sem palavras. Ele me deixou em casa, para poder avisar a tia Meg e arrumar minhas coisas, e mais tarde ele voltaria para me buscar, já que nós iriamos pela manhã. Quando eu cheguei em casa, fui direto atrás da tia Meg. Ela estava no quarto dela lendo algumas revistas, e eu pude ver que em uma delas tinha uma foto minha e do Harry na capa. Eu apenas ignorei.
  – Tia... Eu vou para Manchester amanhã, com o Harry – falei de uma vez, antes que ela me interrompesse.
  Ela respondeu que tudo bem, mas não gostou muito da ideia. Eu corri para o meu quarto, para arrumar minhas coisas. Peguei algumas roupas e , em uma mala pequena, coloquei escova de dente e mais outras coisinhas. Tomei um banho e troquei de roupa, mas vesti novamente a camiseta do Harry. Depois de um tempo, ele voltou para me buscar. Fomos para a casa dele, dessa vez o Louis estava em casa, então vimos um filme na sala e depois fomos para o quarto.

  Fomos para aeroporto pela manhã, nosso voo ia ser curto, apenas 2 horas, mas eu e o Harry estávamos com sono, então dormimos a viajem toda. Chegando lá, fomos direto para o Hotel. Geralmente, ele dividia o quarto com os meninos, mas dessa vez tinha eu, então ficamos em um quarto em outro andar. Pela tarde, ele iria gravar uma entrevista, então eu fiquei no quarto. Eu não havia trazido meu notebook, mas o Harry tinha trazido, e a curiosidade era maior que eu. Pesquisei sobre nós dois, e parece que algumas fãs já haviam se conformado que o Harry estava comigo. Muitas falavam do que o ele tinha falado no programa, e muitos dos comentários eram a bendita frase que ele tinha falado. Eu não podia negar que tinha ficado na minha mente. Eu comecei a pesquisar outras coisas e, de repente, eu tive uma ideia. Eu iria voltar para o Brasil, mas eu iria levar um pedaço do Harry comigo. Anotei um endereço que eu tinha achado na internet, peguei minha bolsa e saí.
  Peguei um taxi e dei o endereço para o motorista. Quando chegamos, meu coração estava a mil, mas eu já havia tomado uma decisão, eu iria fazer. Entrei no estúdio e falei com a atendente. Ela disse que o tatuador estava livre e que poderia me atender. Preenchi o formulário, dizendo que eu me responsabilizava e blábláblá. Entrei na sala, e fiquei esperando o tatuador. Quando ele entrou, disse:
  – Você não é a namorada do Harry Styles? – ele pergunta.
  – É, sou eu... Parece que todos me conhecem.
  – Minha irmã ficou um pouco brava com você, ela ainda tinha esperanças que o Harry fosse se apaixonar por ela.
  – Bom, eu também não tinha ideia que ele iria se apaixonar por mim.
  – Deu sorte então! Então, o que você quer tatuar e onde?
  Entreguei um papel, com a frase do Harry, para ele e disse:
  – Com relação ao lugar, eu não pensei bem.
  – É uma frase bem legal, tem a ver com o Harry?
  – Tem. Eu quero que seja uma coisa só nossa.
  – Eu recomendaria na região da costela, mas dói muito.
  – Não tem problema, vai ser lá mesmo.
  Ele preparou todo o material e me mandou levantar a blusa e me deitar. Na hora que ele ligou a maquininha, eu pensei em desistir, mas eu continuei. Depois de um tempo sofrendo um pouco, ele se afasta e diz que terminou. Senti um alívio tão grande. Ele me ajudou a levantar e me mostrou um espelho que tinha perto da porta, agora era para sempre. “Não importa o quão difíceis sejam os tempos, eu nunca vou desistir de nós”.

Capítulo 10 - Mais Que Uma Promessa

  Peguei minha bolsa e saí correndo do estúdio. Queria encontrá-lo logo e mostrar a loucura que eu tinha feito. Confesso que me ocorreu o pensamento: “Será que ele vai achar isso uma idiotice?”. Mesmo assim, continuei andando, peguei um táxi e voltei ao hotel. Chegando lá, Harry ainda não havia chegado, porém, notei que em cima do travesseiro havia um recado para ele, dizendo: “Sua mãe ligou e pediu para que passasse em Holmes Chapel para vê-la”. Não estava assinado por ninguém, mas imaginei que fosse alguém da equipe dos garotos. Fui até o banheiro e levantei a blusa, para ver mais uma vez a tatuagem. Ainda estava vermelho e eu não podia tocar. Ainda não acreditava que eu tinha sido capaz de fazer isso... E agora era definitivo. Daqui a alguns dias, eu voltaria para o Brasil e minha família toda saberia. Bom, mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer. Ouvi a porta do quarto batendo, ele tinha chegado.
  – Amor? – ele disse, perguntando por mim.
  – Tô aqui – eu disse, saindo do banheiro e indo até ele.
  – Sentiu minha falta? – perguntou ele, pegando em minha cintura e me puxando para perto dele. Logo que ele me abraçou, senti dor no local da tatuagem.
  – Ai, amor... Cuidado.
  – Nossa, o que aconteceu com você? Se machucou em algum lugar? – ele estava preocupado, que gracinha!
  – Não, não me machuquei... É que... – travei. Deu um frio na barriga. E se ele não gostar?
  – Fala...
  – É melhor você ver e me dizer o que achou...
  Ele fez uma cara de curioso, e eu levantei a blusa. Ele olhou, leu, e depois olhou para minha cara e disse:
  – Deixa eu ver melhor - e tirou minha blusa. Ele ficou admirando mais um pouco, depois pegou em minha cintura delicadamente e me beijou. Então disse:
  – Por que você não me esperou? Queria ter ido junto e fazer uma também...
  – Ah, eu nem pensei muito bem na hora... Eu simplesmente fiz.
  – Mas por quê?
  – Porque eu queria um pouco de você em mim... Não que eu já não tenha, porque acredite, eu tenho. Mas sei lá, eu queria muito fazer isso. Aquilo que você disse na entrevista teve um significado enorme pra mim.
  – E pra mim também. – ele me beijou de novo. Ficamos nos olhando por alguns instantes, e então lembrei do bilhete em cima da cama.
  – Ah, amor! Tem um bilhete pra você ali na cama.
  Ele pegou minha blusa e me entregou. Enquanto eu a vestia, ele lia o bilhete.
  – Hum... Bom, vou ligar pra minha mãe e saber quando ela quer que eu vá, pois temos um show hoje à noite.
  Eu não sabia direito onde eu me encaixava nisso tudo, mas fiquei escutando a ligação. Ele desligou, se virou pra mim e disse:
  – Vamos amanhã pela manhã.
  – Vamos? Como assim?
  – A menos que você não queira ir amor... Mas é que minha mãe está com saudades e quer me ver, e eu confesso que eu também estou.
  – Ah, que isso! Por mim tudo bem, mas é que... Bom, não é cedo demais?
  – Cedo demais pra quê?
  – Pra eu conhecer sua família...
  – Bom, tudo foi cedo demais com a gente, não é mesmo? E nem por isso foi ruim, ao contrário, foi MUITO bom... Em todos os sentidos – ele me olhou com uma cara de safado e me puxou para cama, me deitando e ficando em cima de mim, com as mãos apoiadas ao lado de minha cabeça.
  – Tudo bem então, mas mesmo assim, fico preocupada e com vergonha também.
  – Vergonha de que? Larga de ser boba... Minha mãe vai te adorar! Fica tranquila.
  – E aí? Tem algum tempinho antes de se preparar pro show?
  – Tenho uma hora, por quê? Tem algum plano?
  – Eu pensei em uma coisinha sim... – ele me beijou e começamos a tirar a roupa um do outro.

  Harry pediu para um dos motoristas da One Direction me levar até o show, já que ele teve que ir antes com os garotos. Eu ia ficar no camarote, assistindo pela primeira vez ao show da 1D, e pela primeira vez ver meu namorado no palco. Que incrível! Coloquei um short jeans, com uma bata branca e um blazer preto por cima. Calcei meu AllStar branco e coloquei poucos acessórios, apenas um colar, brincos e um anel que Harry havia me dado. Desci até o saguão do hotel, e o motorista já me aguardava. Chegamos em vinte e cinco minutos no lugar onde haveria o show. Era uma casa de show fechada e enorme, porém, comparado ao número de garotas que vi na fila do lado de fora esperando para entrar, comecei a achar que aquele lugar era pequeno. Entrei, e uma moça veio logo na minha direção, dizendo:
  – Ah! A namorada do Harry! Escuta, querida, seu camarote fica ali daquele lado. Se você quiser, já pode ir pra lá...
  – Ah, ok, obrigada.
  Subi até o camarote, não sei com quem eu ia dividir aquele espaço, mas achei esquisito, porque nos quatro bancos havia buquês de flores. Enquanto eu tentava entender, chegou uma garota. Eu a olhei e logo reconheci: Eleanor Calder, a namorada de Louis. Então tudo começou a fazer sentido.
  – Oi, prazer! Eu sou a Eleanor... Finalmente estou conhecendo o “grande amor da vida do Harry” – eu senti minhas bochechas corarem, e ela deu um sorriso. Ela era realmente muito bonita.
  – Ah, que bobagem... Bom, o prazer é meu.
  – Esses garotos, hein? Como temos sorte! São todos tão românticos!
  – Pois é, são mesmo. – Nós duas sorrimos feito bobas pegando as flores, havia cartões com os nomes de cada uma.
  – Ah, acho que a Danielle e a Perrie já estão chegando.
  – Que legal! Vou conhecer as duas também.
  Fiquei conversando com a Eleanor, e ela foi um amor. Depois de uns 5 minutos, Danielle e Perrie chegaram. Ficamos conversando com elas também, mas logo em seguida as luzes do palco foram se apagando... O show ia começar. Como de costume, eles começaram cantando “Na Na Na”. E logo que vi Harry, o olhar dele encontrou o meu, ele sorriu e piscou. Fiquei admirando ele o show inteiro, como ele estava lindo! E em todas as músicas, ele olhava por um instante para mim. Teve uma hora que ele brincou, ameaçando tirar a camisa, e quase morri de raiva! E o filho da mãe ainda teve coragem de rir para mim. E, inevitavelmente, eu ri também. O show foi incrível! Eles sabem exatamente como levar as garotas à loucura! Fora a voz deles, que são perfeitas. Depois que acabou, eu e as garotas fomos até o camarim deles. Estavam todos ainda suados e, mesmo assim, eles nos agarraram e nos beijaram. Niall era o único solteiro, porém parecia que ele havia conhecido uma fã e estava bem íntimo dela. Harry estava abraçado comigo e perguntou:
  – E aí galera, vamos sair pra beber alguma coisa?
  Todos concordaram, e fomos até um barzinho perto do hotel, onde comemos, conversamos e rimos muito. Já passava das duas da manhã quando voltamos para o hotel, simplesmente exaustos. Ele, é claro, muito mais do que eu. Antes de deitarmos, ele disse:
  – Não esquece que amanhã já estamos com a agenda cheia, hein?!
  – Como eu ia me esquecer disso? Estou super ansiosa!
  – Fica tranquila meu amor, eles vão te amar, assim como eu te amo.
  Dizendo isso, ele me deu um beijo, e nós deitamos na cama para finalmente descansar.
  Acordamos às 10 da manhã. Na verdade, eu acordei e tive de acordar ele, o que é uma tarefa muito difícil, mas nada que alguns beijos não tenham resolvido. Bom, era óbvio que íamos almoçar lá e ficaríamos pelo menos até de noite. Os outros garotos iam ficar apenas descansando e curtindo sua folga. Eu e Harry nos arrumamos e pegamos um carro com a equipe dos garotos, acho que provavelmente haviam alugado para Harry. De Manchester a Holmes Chapel, gastaríamos em torno de 40 minutos, pouco tempo. Menor ainda por estar com Harry ao meu lado, onde tudo se transforma em diversão. Quando chegamos, Harry pegou em minha mão. Tocamos a campainha, a mãe dele, Anne, abriu a porta. Ela se agarrou ao pescoço de Harry e o beijou, dizendo que estava com muitas saudades. Enquanto isso, fiquei olhando pela porta o interior da casa. Era enorme e muito elegante! Fiquei realmente impressionada. Depois que ela parou de amassar o filho dela, ela olhou para mim, esperando que Harry dissesse alguma coisa. Fiquei paralisada, com as pernas tremendo... Que sensação mais esquisita! Então Harry disse:
  – Mãe, bom, você já deve ter visto ela em jornais, revistas e na Internet...
  – E principalmente na sua entrevista, não é mesmo, filho? – ela disse, sorrindo para mim. – Olá, prazer, eu sou Anne. – Ela veio até mim e me abraçou.
  Fiquei um pouco constrangida com tanto afeto, mas retribuí o abraço gentilmente.
  – O prazer é todo meu. Desculpa por ter vindo assim... Sei que você queria passar um tempo só com seu filho.
  – Que isso, querida! Que bobagem... É ótimo estar conhecendo você! Mas vem, vamos entrar, vamos conhecer o restante da família.
  Harry deixou que eu passasse primeiro. Entramos pelo hall de entrada e fomos até a sala, onde Harry correu em direção de uma mulher.
  – Mana! Quando tempo!
  – Oi, bobão – respondeu ela. Eles se abraçaram e trocaram algumas palavras em voz baixa, que não pude ouvir.
  – Gemma, essa aqui é minha namorada. – Ela olhou para mim e sorriu. Seu sorriso era muito parecido com o de Anne, o que me fez pensar que o sorriso de Harry era mesmo único, pois ele não havia puxado ele de sua família.
  – Olá, tudo bom com você? – ela me cumprimentou com um abraço também.
  – Tudo ótimo. Prazer...
  – Igualmente.
  – Onde está o papai? – perguntou Harry. Eu sabia que ele se referia ao seu padrasto, Harry havia me contado que seus pais eram separados.
  – Está lá fora, preparando o churrasco. Espero que não seja vegetariana... – disse Anne.
  – Ah, não mesmo – todos deram uma risadinha.
  – Ótimo, então vamos pra lá.
  Cumprimentamos o pai de Harry, que também era muito simpático, e um grande piadista. Nos sentamos lá fora, para comer lá mesmo. Tinha uma mesa muito bonita perto da churrasqueira e com uma vista para o lindo jardim de Anne. Era um lugar muito bonito e uma típica casa elegante da Inglaterra. Conversamos bastante durante todo o almoço, e conforme o andar da conversa, fui ficando mais à vontade, e fiz até algumas brincadeiras sobre Harry e suas típicas manias que fizeram todos rir. Ele me olhou feio, mas depois riu e me beijou. Quando terminamos de almoçar, ajudei Anne a tirar os pratos e ela me pediu ajuda para pegar a sobremesa, enquanto Harry conversava com Gemma e Robin. Entramos na cozinha e Anne começou a me perguntar enquanto colocava os pratos na pia:
  – Então, você pretende voltar para o Brasil ou não?
  – Ah, - essa pergunta me pegou totalmente desprevenida, e me senti acuada – bom, é... Complicado.
  – Entendo... Mas sua família sabe que você está namorando Harry?
  – Não, bem... Eles não se ligam muito nessas fofocas de artistas, e minha tia não contou para eles. Acho que ainda não é a hora certa. Entende?
  – Sim, claro... Concordo, na verdade. Posso te falar uma coisa?
  – Claro, pode falar.
  – Nunca, em toda a minha vida, vi Harry assim...
  – Assim como?
  Nesse momento, Gemma entrou na cozinha e disse:
  – Sei o que a mamãe quer dizer... Também nunca vi meu irmão assim, é de assustar!
  – Como assim? – comecei a ficar com medo pela entonação dela.
  – Bom, - ela se apoiou na pia da cozinha e cruzou os braços – ele sorri cada vez em que você abre a boca para falar alguma coisa, te observa com um olhar de quem está diante da coisa mais perfeita do mundo, e sempre que tem um momento vago, ele te beija, como se fosse inevitável fazer isso.
  – Uau! – foi só o que eu conseguir dizer.
  – Exatamente - disse Anne. – Desde o momento em que vi como ele falou de você naquela entrevista, percebi que ele estava apaixonado. Conheço meu filho muito bem, mas confesso que fiquei impressionada! É incrível como ele está maluco por você. Tudo bem que é compreensível... Você é linda, simpática, inteligente e sensata, mas vai além das qualidades que nós vemos... É claro que ele já te conhece melhor que nós, e deve ser por isso que já está tão preso a você, então, quero te pedir uma coisa...
  – Pode pedir – confesso que depois daquele discurso, eu estava até tonta.
  – Não deixe o meu filho. Em poucas horas vimos o quanto ele te ama. Se você voltar para o Brasil, nem sei como ele pode reagir... Então por favor, faça qualquer coisa, mas não o deixe.
  Tudo bem. Agora eu estava pasma. Ela estava implorando para que eu definitivamente ficasse em Londres, ficasse com Harry, mas... E o Brasil? E minha família? E meus amigos? Tudo o que eu tinha e tudo o que eu sou, eu construí e vivi no Brasil. É claro que Harry também se tornou uma parte do que sou, mas mesmo assim, agora eu estava mais preocupada ainda com tudo isso.   – Olha, eu não sei bem o que dizer. Mas quero que você saiba que o que menos quero e deixá-lo. Eu não posso te dizer agora o que vou fazer, pois nem eu sei essa resposta ainda, mas o que eu estou te dizendo agora é de todo coração.
  – Tudo bem, já fico mais tranquila, pois sei que você se importa muito com ele. E isso é o suficiente. – Ela sorriu para mim, e naquele momento desejei que minha realidade, a de voltar para o Brasil, não existisse.
  Comemos a sobremesa e logo depois Harry disse que queria me levar para andar um pouco por Holmes Chapel, para que eu conhecesse o lugar em que ele cresceu. Fomos caminhando pelas ruas, apenas de mãos dadas e conversando, apenas passando um tempo juntos, e mal consigo descrever o quanto aquilo me deixava feliz. Decidi então contar para ele sobre a conversa que tive com Gemma e Anne. Ele ficou o tempo todo apenas escutando e processando tudo aquilo, e ele entendeu o ponto em que eu queria chegar: a minha indecisão de não saber se devo voltar ou não.
  – Olha, eu queria que você soubesse que penso sim em voltar, afinal, a minha vida toda está lá... Mas, ao mesmo tempo, você se tornou parte da minha vida e de mim, e não sei como posso voltar sem você ou ficar aqui sem minha família. – senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas me contive. Ele pegou em meu queixo, chegou bem perto de mim e disse, me olhando nos olhos:
  – Escuta bem o que eu vou falar e guarda isso com todo o seu coração... Independente do que você decidir, eu ainda vou te amar e eu ainda vou esperar por você. Se esse não for o momento para você ficar aqui comigo, um dia vai ser... Porque, me desculpa, mas eu não vou desistir de você. Eu já disse isso e repito, repito quantas vezes você quiser, eu NUNCA vou desistir de você. Então, se você quiser ir, eu vou entender... Só não vou entender se você me pedir pra te esquecer, e esquecer nós dois.
  Eu fiquei perplexa e sem palavras. Por que ele sempre tinha esse efeito sobre mim? Mas que droga! Fiquei sustentando o olhar dele por alguns instantes, e depois, finalmente, disse:
  – Eu nunca vou te pedir isso, ao contrário... Vou pedir para que você mantenha essa sua promessa, porque eu vou cobrar. – Ele sorriu e me beijou.
  Nesse momento, começou a chover, mas nós dois nem nos demos conta disso. Continuamos nos beijando e quando paramos, eu o abracei pelo pescoço, enquanto os braços dele me envolviam pela cintura, e de repente, sem mais nem menos, ele começou a cantar um pedaço de “Moments” no meu ouvido, e começamos a dançar tão lentamente quanto ele cantava:
  – If we could only have this life for one more day, if we could only turn back time... You know I'll be your life, your voice, your reason to be... my love, my heart is breathing for this. Moments in time, I'll find the words to say, before you leave me today...

Capítulo 11 - Difíceis Decisões

  Minha mente estava a mil, eu havia perdido meu chão na hora que o Harry começou a cantar para mim. Eu fiquei sem reação, perdi todas minhas forças naquela hora, mas eu estava tão feliz. Eu apenas o beijei, o sonho de qualquer garota era poder ter um beijo apaixonado na chuva, e eu estava realizando isso. As palavras estavam perdidas dentro de mim, eu não sabia o que fazer ou o que dizer, eu apenas olhei para ele e o beijei novamente, ele iria entender que eu precisaria de um tempo para achar as palavras certas, e principalmente a decisão certa.
  – Harry... – eu comecei a dizer.
  – Não. – ele diz, colocando o dedo nos meus lábios.
  Eu segurei a mão dele. Ele estava um pouco triste, era evidente, estava estampado na nossa cara que teríamos que passar por outra fase complicada. Mas nós iriamos lutar, eu não ia desistir tão fácil.
  – Vamos para casa, não quero que você fique doente. – ele diz, me abraçando, e me levando de volta para a casa da mãe dele. Eu apenas caminhei com ele, isso ia ser mais difícil do que eu imaginei.
  Quando chegamos a casa, Anne nos deu toalhas e nos fez tomar um banho quente. Eu usei o banheiro da Gemma, e eu estava feliz por ela não estar no quarto, pois eu tinha certeza que ela iria ouvir meu choro. Eu chorava por pura idiotice, mas eu não podia evitar, a simples ideia de deixá-lo me aterrorizava.
  Quando eu finalmente reuni forças, saí do banheiro e fui até o quarto de hóspedes que Anne tinha preparado para mim. Harry iria ficar no seu antigo quarto, e eu até estava um pouco aliviada. Mas, no meio da noite, Harry veio até mim. Ele se deitou ao meu lado e ficamos em silêncio por um tempo, até que eu disse:
  – Harry, eu não vou te deixar, eu não quero e não posso. – disse, me virando e ficando de frente para ele.
  – Fico feliz em ouvir isso, eu simplesmente não suportaria. Você se tornou parte de mim, e eu não aguentaria ficar longe de você.
  – Eu digo o mesmo Harry, eu não havia me apaixonado por ninguém dessa maneira, isso torna você único para mim. Eu fiz até a loucura de me tatuar! – eu disse, rindo e dando um abraço nele.
  – Eu sempre serei seu. – ele sussurrou no meu ouvido, e me puxou para um beijo.
  Eu estava totalmente entregue à ele, e isso não poderia mudar. Eu havia me apaixonado por um cara que me completava, que me deixava feliz só pelo simples fato de sorrir. Eu ansiava pelos seus beijos, pelo seu cheiro, pelo calor do corpo dele contra o meu. Isso tinha se tornado amor verdadeiro, eu tinha certeza disso.
  Ficamos quase a noite toda acordados, ele me contou diversas histórias de quando ele era pequeno, de quando ele era apenas o Harry Styles, e não o Harry Styles da One Direction. Não que houvesse diferença entre eles, quer dizer, havia agora, ele era popular e o mundo todo o amava. Por fim, dormimos e a mãe dele nos acordou. Ela olhou para o Harry com uma cara de que ele não deveria estar ali, mas era impossível impedir. Eu apenas sorri e corri para o banheiro. Eu me arrumei, pois naquela tarde, eu o Harry voltaríamos para Manchester, ele teria mais um show e, no dia seguinte, voltaríamos para Londres. Quando eu desci para tomar café, o Harry e a Anne estavam saindo para passear, e eu percebi que seria um passeio entre mãe e filho. Fiquei na minha e deixei que fossem.
  Depois de ficar um tempo sem fazer absolutamente nada, resolvi ir dar uma volta pela cidade. Encontrei Robin na sala e avisei que iria dar uma saída. Assim que eu saí, havia um grupo de meninas do outro lado da rua. Elas me olharam, mas voltaram sua atenção para o celular que estava na mão de outra garota.
  Eu comecei a caminhar e parei em frente algumas lojas. Dei uma olhada, mas continuei andando. Entrei em uma rua um pouco deserta, e quando eu finalmente olhei para trás, percebi que duas garotas que estavam do outro lado da rua da casa da Anne me seguiam. Eu ignorei por um tempo, mas quando eu percebi que elas estavam mais perto de mim, eu me virei. Não aguentei e disse:
  – Algum problema, meninas?
  – Sim, você é o problema! – disse a que estava com uma blusa com o Harry estampado.
  – Como é? – eu perguntei.
  – Isso mesmo, por sua culpa, o Harry está apaixonado. Nós não queremos ele com você. – diz a outra garota.
  – Me desculpem, mas vocês não tem que se meter na vida dele. Ele fica com que ele quiser.
  – Exatamente, esse alguém tem que ser uma de nós, você não passa de uma vadia qualquer. – ai, essa tinha doído.
  – Ei, parece que você esqueceu sua educação em casa, por que você não vai buscá-la e me deixa em paz. – Eu virei às costas para elas e voltei a andar, mas em seguida, eu senti que uma delas tinha puxado meu cabelo e me empurrado para o chão.
  – Você deveria voltar de onde veio e largar o nosso Harry. Antes que algo mais te aconteça.
  – Vocês estão me ameaçando? – eu perguntei, enquanto me levantava.
  – Ainda bem que você entendeu o recado.
  – Sinto muito querida, mas será preciso mais que um puxão de cabelo para me fazer desistir do Harry. – eu deveria ter ficando quieta, porque depois disso, a outra garota, que até então estava de fora, me deu um tapa na cara e havia me machucado, pois as unhas dela me arranharam.
  – Será que assim está melhor?
  Antes que eu pudesse responder, um carro parou ao nosso lado e a Gemma saiu do carro, vindo até mim.
  – Vocês estão loucas? – Gemma gritou para as meninas.
  – Eu estou bem, Gemma, apenas vamos embora.
  As meninas saíram andando como se nada tivesse acontecido, e nos ignoraram por completo.
  – Você está bem? Seu rosto está machucado.
  – Eu vou ficar bem, vamos, por favor.
  Entramos no carro e, quando chegamos a casa, Gemma entrou gritando pelo Harry. Eu fui para a sala e encontrei a Anne lá.
  – O que houve com você, querida?
  – Um pequeno acidente, eu estou bem.
  – Não, não está. – disse Harry, entrando na sala, e Gemma vinha atrás dele. A raiva estava estampada em seu rosto.
  Gemma contou o que houve para Anne e Robin e eu comecei a chorar. Gemma veio até mim e me abraçou, e eu fiquei tão agradecida por isso.
  – Isso está indo longe demais, primeiro elas não param de xingá-la pelo twitter, e agora isso! Essas coisas tem que parar. – eu comecei a ver um Harry totalmente furioso. Mas ele tinha razão, as coisas tinham ido longe demais.
  – Harry, tenta se acalmar. Temos que tentar achar uma solução para isso, mas com calma. – diz Robin.
  – Querida, me dê seu telefone, eu preciso avisar sua tia. Isso não pode ficar escondido.
  Eu entreguei meu celular para Anne, meio relutante, mas fiz. Agora sim eu seria mandada de volta para o Brasil, tia Meg não iria perdoar isso. Eu olhei para o Harry, sentado no sofá e conversando com Robin, que tentava sem muito sucesso acalmá-lo.
  Anne voltou depois de um tempo e me deu a péssima notícia de que a tia Meg estava a caminho. Era o meu fim.
  – Harry, eu quero falar com você – eu disse, olhando para o chão. Eu já sabia como isso ia terminar.
  – Vem. – ele me puxou para o seu quarto. Eu fechei a porta e o abracei assim que ele se virou para mim.
  – Me perdoa? – ele disse.
  – Pelo o que, Harry? Você não tem culpa, eu as provoquei também. Por favor, eu não quero falar sobre isso. Você sabe o que a tia Meg vai fazer, né?
  – Eu imagino, mas ela não pode. Você é maior de idade, você pode ficar se quiser.
  – Não posso, Harry. Apesar disso, meus pais ainda mandam em mim, e a tia Meg pode sim me mandar de volta.
  – Eu não vou deixar que isso aconteça, você é minha. Eu não vou permitir.
  – Harry... – eu não consegui terminar a frase, eu apenas o abracei e o beijei.
  Ficamos no quarto até recebermos a boa notícia de que a tia Meg havia chegado. Minhas pernas começaram a tremer. O Harry passou a mão pela minha cintura e me levou até a sala. A fúria da tia Meg era clara.
  – Isso tudo é culpa minha! Eu nunca deveria ter permitido esse namoro, olhe só para seu rosto!
  – Tia, por favor – eu apenas disse isso.
  – Não, chega, você viaja amanhã pela manhã, seus pais já sabem de tudo. Você irá se resolver com eles agora.
  – Você não pode fazer isso com ela. – diz Harry.
  – Eu posso sim, Harry. Você foi muito imprudente, você deveria ter sido mais cuidadoso. Eu sei que você a ama, mas, que Deus o livre, algo mais sério acontecesse, como ficaria sua consciência?
  Harry não conseguiu responder a isso, ela estava certa, mas ambos haviam sido descuidados com esse relacionamento. Mas nós não imaginávamos que iria chegar à esse ponto.
  – Sinto muito, está decidido. Por favor, vá pegar suas coisas, vamos para Londres agora mesmo.
  Eu olhei para o Harry e eu me senti tonta. Ele me abraçou e sussurrou “Por mais que me doa, vai, eu vou estar lá antes que você parta. Pensarei em algo, eu não vou desistir”. Eu olhei para ele sem entender, mas achei melhor não protestar. Peguei minhas coisas e entrei no carro.

  Na manhã seguinte, estava tudo pronto. Minhas malas já estavam no carro e a tia Meg já estava pronta para me levar pra o aeroporto. Eu me despedi do Jar e ele não disse nada, apenas queria que eu soubesse que ignorasse a mãe dele, e que eu não desistisse do Harry. Eu agradeci por isso.
  Entrei no carro. Eu não parei de tentar ligar para o Harry, ele disse que estaria aqui. Mas, até agora, nada. Meu medo cresceu quando eu vi que já estávamos no estacionamento do aeroporto. Tia Meg desceu do carro e foi buscar um daqueles carrinhos para carregar a bagagem. Todas as lembranças que eu tinha dos momentos que fiquei em Londres ficavam passando na minha mente. Eu desabei a chorar nessa hora. Eu saí do carro e tia Meg nada disse sobre minhas lágrimas, ela estavam triste também.
  Quando chegamos ao balcão para fazer o meu check in, meu celular tocou e meu coração acelerou na hora que eu vi que era o Harry.
  – Harry! Cadê você?
  – Eu estou chegando, não vá antes que eu chegue.
  – Tudo bem, mas depressa.
  Depois de uns 10 minutos, ele finalmente chegou, com o Zayn atrás dele. Eu corri em sua direção e o abracei com força.
  – Eu vou ter que ir, Harry.
  – Eu sei, eu não posso impedir. Mas me promete uma coisa?
  – O quê?
  – Você não vai desistir? Eu tenho umas coisas para resolver que não podem ser deixadas para depois, por mais que eu queira. Mas assim que estiver feito, eu vou trás de você. Eu prometo.
  – Eu nunca vou desistir, Harry. Nunca. – Uma voz anunciou meu voo, estava chegando a hora.
  – Eu não quero ir, mas meu coração ficará aqui, com você. Eu vou voltar para buscá-lo.
  – Eu vou guardá-lo com carinho.
  Mais uma vez, última chamada para o meu voo foi anunciado.
  – Eu te amo e sempre amarei.
  – E você sempre será minha, entendeu? Eu te amo.
  Nós nos beijamos, aquele seria o último. Só Deus sabia quando iríamos nos ver. Eu me despedi de tia Meg e do Zayn. Abracei mais uma vez o Harry e caminhei em direção ao portão de embarque.

Capítulo 12 - Love Is a Fight

  Eu entrei no avião com os olhos cheios de lágrimas. Me sentei no meu lugar e, graças a Deus, eu tive a sorte de ir sozinha, ninguém do meu lado. Cobri meu rosto com as mãos e desabei a chorar, não era possível que eu tinha desistido tão fácil. Eu me sentia péssima, agora eu estava a caminho de casa e não podia mais voltar para Londres, para os braços do Harry, e isso me deixava com mais vontade de chorar. Depois de tanto protestar, eu cansei de lutar contra o sono e dormi. Foi uma péssima ideia, pois eu sonhei com ele.
  Não foi um sonho calmo, eu estava chorando desesperadamente, e ele me abraçava o mais forte que conseguia, mas não era o suficiente. Nós sabíamos que não seria fácil, por mais que tentássemos. Quando eu finalmente olhei para ele, eu vi as lágrimas que ele segurava, eu não sabia o que dizer, minha voz saiu rouca e falha: “Our time is running out. And our time is running out. You can't push it underground. We can't stop it screaming out”. Ele me olhou um pouco confuso, mas eu o ignorei. O puxei para mais perto de mim e o beijei. Quando finalmente parti nosso beijo, mais uma vez minha voz saiu falha: “I tried to give you up, but I'm addicted. Now that you know, I'm trapped”.
  Eu acordei assustada, e tentei acostumar meus olhos à claridade que vinha da janela do avião. Uma aeromoça passou por mim e eu perguntei quanto demoraríamos, ela me informou que em menos de duas horas estaríamos em São Paulo. Meu coração doía intensamente, eu havia dormido a viajem toda, o que foi muito bom, mas eu tinha sonhado com ele e não me ajudava muito. Peguei meu iPod dentro da bolsa e coloquei a música do meu sonho. Nosso tempo havia acabado, e eu sabia que isso estava acabando não só comigo, mas com ele também. A gente tinha se deixado envolver de uma forma muito intensa, e agora estávamos separados. Eu havia me entregado à um amor cheio de incertezas. Como na maldita música dizia, eu estava asfixiada com todo esse sentimento. Minha mente estava atordoada com tanta coisa, era muito para mim, eu estava prestes a enlouquecer.

  Assim que peguei minha bagagem e caminhei em direção à saída, avistei papai e mamãe. Corri até eles e pulei para um abraço com a minha mãe. Era tão bom estar de volta. Abracei papai, foi um abraço demorado, até “Vai ficar tudo bem” ele sussurrou para mim, e eu agradeci por saber que eles estavam comigo. O caminho de volta para casa foi silencioso, e eu mais uma vez agradeci mentalmente por isso. Quando chegamos em casa, eu me sentei no sofá e fiquei encarando a casa que eu havia deixado há um mês atrás, a casa que tinha lembranças tão boas. Minha mãe apareceu e puxou a poltrona que ficava perto do sofá, ficando de frente para mim.
  – Minha querida... – ela começou a dizer, pegando na minha mão – eu senti tanto sua falta, você não imagina o quanto. Essa casa sem você não é a mesma coisa.
  – Eu também senti sua falta, mãe – eu falei, quase em um sussurro.
  – Eu sei que seu coração e sua mente não estão aqui, mas eu preciso ter essa conversa com você o mais rápido possível, ela não pode esperar. – ela disse, tentando achar as palavras certas. Eu olhei-a e ela estava quase chorando, e aquilo fez meu coração doer mais ainda.
  – Eu não sei o quanto você gosta desse garoto, o quanto ele gosta de você, mas eu posso ver pelo seu olhar que o que você está sentido é verdadeiro, e eu não vou impedir que você sinta isso, seria meu pior erro. Eu fiquei muito preocupada quando sua tia me ligou contando do seu acidente com aquelas meninas, isso é o que mais me preocupa, mas eu não consigo suportar ver sua dor. Então, se você acha que vale a pena lutar para ficar com ele, lute! Mas nunca se esqueça que eu amo você. Seu pai me apoia, nós queremos sua felicidade.
  Ouvir aquelas palavras da minha mãe fez com que meus olhos, já inchados de tanto chorar, trouxessem mais lágrimas à tona. Eu não sabia o que responder, as palavras estavam perdidas dentro de mim e eu sabia que não conseguiria dizer nada com nexo, então eu apenas a abracei em resposta. Ela começou a chorar e sussurrou “Minha pequena, você já é bem crescidinha, já sabe tomar suas próprias decisões. E eu sei que você vai escolher o melhor para você”.
  – Obrigada, mãe.

  Nos dias que se passaram, alguns amigos e familiares foram me ver, perguntaram sobre a tia Meg, Jared, e como era Londres, mas sempre tinha um que acabava com tudo e me perguntava sobre o Harry. Eu não conseguia me controlar e sempre lágrimas teimosas surgiam, denunciando minha dor. Não estava sendo fácil, e algumas pessoas não entendiam ainda a minha ligação com o Harry, eles não entendiam que ele havia se tornado meu mundo, e que eu estava sofrendo intensamente por não estar com ele. Eu tentei algumas vezes falar com ele, sem muito sucesso. Mandei mensagens, mas nada, entrei em alguns sites e fiquei sabendo que eles estavam fazendo uma pequena turnê pelo Reino Unido, isso explicava o porquê de eu não ter respostas dele. Mas isso não acalmou meu coração.
  Lentamente, fui retomando minha vida monótona que eu tinha antes de ir para Londres, eu até fui ao cinema com algumas amigas! Já haviam se passado quase uma semana e meia desde que eu retornei, e a falta de contato com o Harry estava me irritando. Eu tentava falar com ele, mas eu nunca conseguia, e ele não dava sinais de que estava me procurando.
  – Filha, você tem certeza de que não quer ir conosco? – minha mãe ainda perguntava, pela centésima vez, se eu não queria ir ao jantar de aniversário do meu tio.
  – Mãe, eu já disse que quero fica em casa. Por favor.
  – Tudo bem querida, eu só fico preocupada. Mas se você não quer ir, tudo bem.
  – Obrigada, mãe.
  Na verdade, eu evitava sempre qualquer tipo de reunião em família. Eles sempre me tiravam do sério, e agora mais ainda! Mas eu também não fui uma total desconsiderada, eu liguei para o meu tio desejando parabéns e disse que estava doente e que não poderia ir. Minha mãe não ouviu isso.
  – Já estamos indo, querida. Qualquer coisa, meu celular ficará ligado. E eu deixei um dinheiro para você em cima do balcão da cozinha, caso você queira pedir algo para comer. – papai disse, e eu estava tão sonolenta jogada no sofá, que apenas levantei a mão e disse um “obrigada”, que nem eu mesma entendi.
  Maravilha, agora eu estava sozinha em casa, e poderia dormir até meus pais chegarem. Eu sabia que meu pai iria me carregar até meu quarto, ele sempre fazia isso. Eu reuni um pouco se coragem e peguei o controle remoto da TV e fui mudando de canal, até ouvir alguém bater a porta. Pera! Bater na porta? Me levantei do sofá num pulo e peguei uma almofada, e sei que se fosse um bandido, me defender com uma almofada não iria ajudar, mas enfim.
  Fui até a porta, tremendo de medo.
  – Quem é? – péssimo! E isso porque eu sempre julgo as garotas dos filmes de terror.
  – Eu acho que se você abrir a porta seria mais gentil.
  Meu coração quase saiu pela boca quando eu ouvi aquela voz, eu conhecia muito bem de quem era.
  – Harry! – eu destranquei a porta em meio ao meu desespero, e lá estava ele. Com uma bolsa nos ombros, jeans e com a camiseta dos Ramones, e com o meu sorriso preferido no rosto.
  Eu não sabia o que falar, apenais fui em sua direção e o abracei o mais forte que eu podia. Finalmente meu coração parava de doer, eu tinha minha razão de viver nos meus braços novamente.
  – Eu senti tanto a sua falta – ele sussurrou no meu ouvido – Você não imagina o quanto.
  – Eu também senti sua falta, eu pensei que você tinha desistido – eu sussurrei, com a voz baixa.
  – Eu nunca iria desistir, eu te fiz uma promessa.
  Eu o larguei por um momento e olhei nos seus olhos, que tinham um brilho que eu tinha certeza que o meu olhar também tinha. Ficamos nos encarando por um momento, absorvendo tudo aquilo. A sensação de ter ele de volta me fazia querer sair gritando pela rua. Depois de um tempo, ele me puxou pela cintura e logo meus lábios estavam colados ao dele. Nossos beijos sempre foram mais intensos, mas esse eu sentia a urgência, a saudade que nós tínhamos um do outro. Eu o puxei para dentro de casa, sem parar de beijá-lo. Ele largou a bolsa e me puxou para mais perto dele. Obrigado mãe e pai por não estarem em casa.
  Eu estava quase sem fôlego, mas eu não parti nosso beijo. Eu ainda tentava formular alguma frase quando chegamos ao meu quarto. Eu me sentia cada vez mais feliz por ter ele comigo, nada mais importava. Seu beijo, seu perfume, o calor que nossos corpos irradiavam me davam a certeza de que ele seria para sempre meu. Ele parou de me beijar por um instante.
  – Eu te amo. – Harry sussurrou pra mim.

  Na manhã seguinte, era clara a bagunça que eu e o Harry fizemos no meu quarto. Mas eu não estava em aí. Eu percebi que ele não estava ao meu lado, o que me fez ficar um pouco desesperada, será que tinha sido um sonho? Eu me sentei na cama e percebi que eu ainda não tinha ficado totalmente louca, ele estava em pé, perto do meu mural, olhando minhas fotos.
  – Bom dia – eu disse, me levantando da cama e indo até ele.
  – Bom dia. – ele passou o braço pela minha cintura e me deu um beijo na testa.
  – O que foi? – eu perguntei, curiosa
  – Você parece muito feliz em todas essas fotos. E isso me faz pensar que nós não temos nenhum foto juntos.
  – Temos sim! Se você não se lembra tem uma foto nossa bem grande estampada em um jornal, primeira capa, Harry!
  – Engraçadinha você. Mas você entendeu o que eu quis dizer. – eu comecei a rir dele, e ele me calou com um beijo.
  – Certo, eu vou tomar um banho e dar um jeito no meu cabelo, e depois tiramos quantas fotos você quiser.
  – Você podia me convidar. – ele disse, me fazendo ficar de frente pra ele.
  – Convidar?
  – Pra tomar banho com você.
  Eu apenas sorri e o puxei para o meu banheiro. Acho que nem quando eu era criança eu ri tanto enquanto eu tomava banho, e eu percebi que ele me fazia rir até com as pequenas coisas, eu era feliz apenas por ter ele comigo. Depois de um tempo, ficamos apenas abraçados enquanto a água caia sobre nós. Ele acariciava minha costas, e eu ficava arrepiada com cada toque dele.
  – Your body is a wonderland. Damn baby! You frustrate me. I know you're mine all mine all mine. – ele sussurrou para mim.
  Eu olhei para ele e comecei a beijá-lo. Eu já sabia qual era minha decisão, eu iria ficar com ele para o resto da minha vida. Eu o amava, e tudo o que estávamos sentindo era verdadeiro.

Capítulo 13 - Não uma opção, mas sim a nossa escolha

  Quando saímos do quarto, olhei pelo corredor, espiando, para ver se meus pais estavam por ali. A casa estava silenciosa, porém ouvi um barulho vindo da cozinha e presumi que eles estivessem tomando café da manhã. Puxei Harry para fora do quarto e sussurrei:
  – O que vamos fazer agora?
  – Suas malas! Você vai voltar comigo...
  – Tô falando sério! Sim vou voltar, mas como vou contar isso pra eles?
  – Eu posso falar por você?
  – Como assim? O que você vai dizer?
  – Só fica tranquila e deixa comigo, ok? – ele me deu um selinho, enquanto eu ainda o olhava sem entender. Ele me pegou pela mão e começou a me puxar, sem ter noção nenhuma de para onde estava indo.
  – Hey! A cozinha fica por aqui!
  – Ah, ok! Você é uma péssima anfitriã, nem me mostrou a casa...
  – Como se você tivesse me dado a oportunidade de fazer isso ontem a noite, né?!
  – É, tem razão... Eu estava com muita saudade. – Ele me pegou pela cintura e me beijou novamente.
  – Tá, agora vem. – eu disse, o puxando dessa vez.
  Entramos na cozinha e mamãe e papai estavam sentados conversando. Já haviam acabado de tomar café, e eu, de repente, fiquei sem saber o que fazer. Como explicar que até ontem estava numa melancolia enorme por causa de Harry e agora estava aqui, de mãos dadas com ele, prestes a dizer que estava voltando para Londres? Eles nos olharam e minha mãe sorriu para Harry, enquanto papai ficou totalmente sem expressão, apenas sério, e nos olhando sem quase piscar.
  – Bom dia, pai. Bom dia, mãe.
  – Bom dia, querida – disse mamãe.
  – Bom dia – disse Harry. De repente, senti o suor da mão dele na minha, ele estava começando a ficar nervoso.
  – Precisamos conversar – eu disse.
  – Também acho. – disse meu pai.
  – Na verdade, eu preciso primeiro me esclarecer. – disse Harry.
  – Melhor ainda, - disse papai novamente – sente-se.
  Ele apontou a cadeira para Harry, ele se sentou e eu me sentei ao lado dele. Harry começou bem pelo princípio de tudo mesmo. De como ele se sentiu quando me viu pela primeira vez, de como ele foi se apaixonando, de como ele ficou totalmente desnorteado quando pensou que ia me perder e de como, de repente, tudo perdeu o sentido quando ele se viu sem mim aquele dia no aeroporto. Eu o interrompi e contei como ele havia chegado ontem à noite, e dispensei as partes que aconteceram em meu quarto, é claro. Então, depois de todos os fatos, Harry disse:
  – É por isso que eu preciso estar ao lado dela. Vim até aqui com o propósito de levá-la de volta, para ficar comigo para sempre, no que depender de mim. Sei que ela quer a mesma coisa. Sei também que, para vocês, isso não deve ser nem um pouco fácil, afinal, ela é filha de vocês, mas eu prometo que vou fazê-la muito feliz. Aliás, desde que a conheci vivo para isso. Falo tudo isso agora com minhas pernas tremendo de tanto medo de vocês a proibirem de vir comigo, porque não vou suportar ter que me despedir mais uma vez dela. – ele fez uma pausa olhou para mim, como quem diz que já não sabe mais o que falar, mas então ele continuou – Me deem uma chance, por favor. Eu sei que vocês podem pensar que eu a fiz sofrer, mas eu juro que, se eu pudesse voltar no tempo e impedir que acontecesse tudo de ruim que a fiz passar, eu faria. Mas eu quero esquecer isso, e quero cuidar dela ainda melhor, porque eu a amo de verdade, e preciso muito dela. Pode parecer egoísta, mas eu preciso. Só eu sei o quanto ela me faz bem e o quanto ela significa para mim.
  Podia jurar que meu pai havia dado um pequeno sorriso, acho que todo esse discurso do Harry havia amolecido ele um pouco. Minha mãe então quebrou o silêncio e começou a dizer:
  – Dá pra ver nos seus olhos que você está falando a verdade. E pra um cantor super famoso, largar tudo e simplesmente vir pra outro país atrás de uma garota, sem se importar com tudo o que vão dizer sobre ele em sites, revistas e tudo mais, é uma grande prova de amor. Sei que minha filha já é bem grandinha e sabe se cuidar. Aliás, tem a tia dela lá que pode te dar uns puxões de orelha por mim se você fizer algo errado com ela. Só peço que, por favor, não a tire de mim desse jeito. Vou sempre querer notícias sobre ela, e não quero passar anos sem a ver, por favor!
  – Mas é claro que não! Eu prometo – disse Harry.
  – E se lembre de que ela pode estar seja aonde for, nós nunca vamos a esquecer. Ela é nossa filha, e esse amor ninguém pode superar também. – disse meu pai. – Se ela quer voltar com você, não sou eu quem a vai proibir. Mas é bom você cumprir com sua promessa, garoto.
  – O senhor pode apostar que vou.
  – Filha, - disse meu pai, se levantando e pegando pela minha mão, me colocando de pé também e me dando um abraço – eu te amo muito.
  – Eu também te amo, pai. – Meus olhos se encheram de lágrimas, e não pude evitar. Senti os braços de minha mãe me envolvendo por trás, e comecei a pensar no quanto eu era grata à eles. Eles eram os melhores pais do mundo. Eles estavam abrindo mão de me ter ali ao lado deles todos os dias para me ver feliz. Eles iriam sentir minha falta, mas sabendo que do outro lado do mundo eu estaria com um sorriso no rosto. Sei que nada, jamais, irá apagar o amor que tenho pelos meus pais. E isso é forte o bastante para durar por toda a eternidade.

  Harry estava fazendo umas ligações e comprando nossas passagens de volta, enquanto eu arrumava minhas malas. Dessa vez, eu estaria indo para ficar, então estava levando o dobro de coisas. Me despedi de meu quarto e de minha casa. Sabe-se lá quando eu estaria de volta. Esperava que em breve, mas mesmo assim senti um vazio. Eu amava o Brasil, só agora eu percebia o quanto. O lugar onde nasci, minha família, amigos, tudo. Antes de ir, fiz uns telefonemas para as pessoas mais especiais que não daria tempo de me despedir. Quando finalmente estava pronta, sentei em minha cama, apenas para absorver tudo por uns instantes. Harry sentou-se na minha poltrona, de frente para mim, pegou em minhas mãos, olhou em meus olhos e disse:
  – Eu tenho noção do que estou te pedindo. Sei a saudade que você vai sentir e o tanto que tudo aqui vai te fazer falta.
  – Mas eu estou tomando essa decisão junto com você.
  – Sim, eu sei. Mas eu não estou abrindo mão de nada, enquanto você está perdendo tudo.
  – Não estou perdendo. Vou levar tudo isso comigo, para sempre. Isso ninguém pode mudar. O que vivi aqui faz parte de mim.
  – Só quero que você nunca se arrependa.
  – Isso depende de você.
  – Tem razão, depende de mim. Então eu prometo que não vou deixar você se arrepender. Cada dia ao teu lado vai ser um novo dia da minha missão, um novo dia para te fazer feliz. Eu te amo, minha pequena... Vamos ficar juntos para sempre. – Dizendo isso, ele me abraçou. E era o que eu precisava naquela hora. Sem beijos, sem paixão ou aquele calor envolvente. Apenas um abraço, significando o carinho que ele tem por mim. Aquele gesto, mais do que qualquer outro, me mostrou o quanto ele se importava comigo.
  Chamamos um táxi para que nos levasse até o aeroporto. Dei um abraço demorado em meus pais e minha mãe começou a chorar, como eu esperava.
  No carro, Harry não soltou minha mão nem por um minuto. Quando chegamos, levei um susto, porém eu deveria ter imaginado. Logo na entrada do aeroporto, haviam milhares de fotógrafos e pessoas querendo falar conosco. Fãs histéricas gritando por Harry e, é claro, me xingando. Havia um mar de gente em volta de nós, e então apareceram vários seguranças nos cercando e apontando uma direção para que pudéssemos passar. Senti alguém puxando meu cabelo, porém foi muito rápido e nem consegui ver quem era. Aquilo era apenas o começo, mas nada me abalaria dessa vez. Não ia voltar atrás. E que se dane! Eu era mesmo a namorada de Harry Styles, e não ia perdê-lo nunca mais.
  Quando finalmente entramos no avião, toda aquela adrenalina havia sumido. Ele segurou em minha mão e eu apoiei minha cabeça em seu ombro, e ele começou a dizer:
  – Imagina como vamos ser felizes agora... Nada de despedidas, nada de incertezas. Nada mais vai te machucar, porque eu não vou permitir que isso aconteça. Eu nunca mais vou falhar contigo, eu prometo...
  – Mas aquilo com as fãs, não foi sua culp... – ele colocou o dedo em meus lábios e fez “shiu”, para que eu não o interrompesse.
  – De certa forma, foi sim. Porque você teve de sofrer por quem eu sou. Infelizmente, eu sempre vou ser visto como o Harry da One Direction, mas isso não impede que eu seja outro cara, o cara que eu verdadeiramente quero ser ao seu lado. Eu quero ser o seu Harry, o namorado protetor, carinhoso, ciumento e insaciável... E você sabe o que eu quero dizer com isso!
  – Safado! – Ele riu e eu também, não consegui conter o riso.
  – Bom, deixando a parte física de lado, na qual por acaso a gente se dá SUPER bem, eu quero me imaginar ao seu lado daqui a 10, 20, 30, 40, 50 anos... E fazer isso se tornar realidade, porque eu sei que eu nasci pra você, assim como você nasceu pra mim.
  Levantei de seu ombro para que eu pudesse o olhar nos olhos. A luz que entrava pela janela do avião os fazia brilhar ainda mais, seus lábios fechados sem mostrar seu belo sorriso o deixavam levemente sério, ao mesmo tempo em que me enlouquecia de vontade de beijá-lo. Ele levou uma de suas mãos até minha bochecha e deslizou levemente até minha nuca, chegou bem perto e disse baixinho:
  – Você vai ser minha pra sempre?
  – Para todo o sempre. – e então eu parti para o beijo. É claro que ainda não tínhamos matado totalmente aquela falta que um sentiu do outro durante o tempo em que ficamos separados, então, pra variar, o beijo foi se intensificando e ele levantou o braço da poltrona do avião que nos separava, e foi me encostando na janela, me beijando cada vez mais agressivamente. Senti sua mão em minha barriga, passando até minhas costas, e nesse momento ouvi alguém forçar um pigarro e dizer:
  – Com licença... – paramos de nos beijar e me lembrei de onde estávamos. A aeromoça nos encarou e disse:
  – Precisam de alguma coisa?
  – Privacidade, talvez. – Brincou Harry, e eu não pude segurar um riso baixinho, mas a aeromoça estava com uma cara de “não estou pra brincadeiras, otário”, que eu me arrumei e dei uma cotovelada em Harry para ele fazer o mesmo, e ele fez, mas de má vontade.
  – Desculpe – eu disse. – Não precisamos de nada no momento, obrigada.
  Ela deu uma encarada final na direção de Harry, e continuou andando pelo corredor.
  – Mas que droga!
  – Relaxa, amor. Vamos ter muito tempo pra ficarmos juntinhos – dei um selinho nele.
  – Sim, na nossa casa. – ele disse, sério.
  – Nossa casa?
  – Tenta dormir um pouco agora, e eu vou fazer o mesmo, porque estou cansado, esse fuso-horário me deixa confuso.
  Agora foi a vez dele de apoiar a cabeça no meu ombro. Ele fechou os olhos e, mesmo querendo explicações sobre aquilo, decidi tentar dormir um pouco também.

  Desembarcamos e Harry pegou seu carro, já que havia deixado no estacionamento do aeroporto antes de ontem.
  Ficamos conversando bastante, mas de repente, me dei conta de que não estávamos fazendo o caminho até o condomínio da casa dele e de Tia Meg.
  – Você tem que passar em algum lugar?
  – Como assim?
  – É que você está fazendo um caminho diferente... Pensei que estivéssemos indo para sua casa.
  – E estamos.
  – Hã? Quer me explicar, por favor?
  – Você vai ver... Aliás, vai ver agora, porque já chegamos.
  Ele estacionou em frente a uma casa que tinha uma fachada simplesmente maravilhosa! Tinha três andares, contando com a garagem. Tinha um jardim lindo na frente, e a porta de entrada era muito chamativa. As sacadas lá em cima com certeza dariam para uma vista de um belo bairro, já que todas as casas ao redor seguiam o mesmo padrão.
  – Que lugar é esse? – Ele desceu do carro e deu a volta para abrir a porta para mim, e só então respondeu:
  – Minha nova casa... Ou melhor, nossa.
  Fiquei abismada.
  – Deixa eu ver se entendi... Você se mudou?
  – Sim.
  – E está me convidando para morar com você?
  – Sim. E considerando que você não tem casa aqui, nem preciso fazer o
pedido oficial, porque a sua resposta inevitavelmente será “sim”.
  – Idiota – dei um tapa nele, do qual ele desviou. – eu posso dizer não e ir morar com a minha tia... Ou melhor, voltar para o Brasil. O que acha?
  – Nunca mais repita isso! – ele me puxou pela cintura e me beijou.
  – Tá, agora é sério, - disse ele – lembra que na primeira vez em que você foi até minha casa, eu disse que eu e Louis estávamos de mudança? Que tínhamos concordado em que cada um teria seu próprio lugar agora?
  – Sim, e daí?
  – E daí que tanto ele quanto eu encontramos os lugares perfeitos para cada um, e no meu caso, para mim e para você.
  – É sério isso? Nós vamos morar juntos?
  – Algum problema? Você não quer?
  – Quero! Mas é que... É muito rápido!
  – Meu amor, com a gente tudo foi muito rápido! Nos apaixonamos muito rápido, e nem por isso significa que não foi bom... Pelo menos pra mim, foi a melhor coisa que já me aconteceu. E aí, topa? – Pensei no que ele disse, e ele tinha toda a razão.
  – Preciso conhecer a casa primeiro – cruzei os braços e banquei a difícil.
  – Claro, madame!
  Ele pegou em minha mão e me puxou para a entrada. Quando ele abriu a porta, ele me pegou no colo e entrou desse jeito comigo, como se fôssemos recém-casados. Entrei em cada cômodo e tudo parecia um sonho! Era a casa perfeita! Comecei a me imaginar ali com ele, em cada espaço... E tudo ficava ainda mais perfeito na minha cabeça. Quando chegamos ao quarto que seria nosso, com tudo perfeitamente mobiliado, vi que em cima da nossa cama estava uma caixinha pequena com um laço.
  – O que é aquilo? – perguntei. Ele deu de ombros.
  – Por que você não abre? – ele colocou as mãos no bolso, piscou e esperou que eu fosse até lá ver. Me joguei na cama de bruços e peguei a caixinha. Quando abri, tinha um anel de prata, simples e lindo. Então percebi que dentro, tinha uma frase gravada: “Nunca desistiremos de nós”. Olhei para ele e ele mostrou a mão dele com um anel igual.
  – O que significa isso?
  – Isso? – disse ele, também se deitando de bruços ao meu lado. – é um anel de compromisso.
  – É lindo!
  – Os garotos disseram que você ia gostar...
  – Os garotos?
  – É. Liam, Zayn, Niall e Louis foram comigo comprar antes de eu correr para o Brasil.
  – E por que você não levou o anel pra mim no Brasil?
  – Porque a intenção era fazer você vir buscá-lo e ficar aqui permanentemente.
  – E se eu não viesse?
  – Na minha cabeça nunca existiu essa opção. Não costumo perder o que é importante pra mim.
  – E eu sou assim tão importante pra você?
  – Mais do que imagina. – Dizendo isso, ele me beijou.

Capítulo 14 - Living The Dream

  Uma semana depois de ter me mudado para morar com Harry, me sentia como se morássemos juntos há anos e fôssemos o casal mais feliz do mundo. Era tudo tão perfeito, que eu tinha medo de acordar e me dar conta de que aquilo era um sonho. Mas não era. Aquela era a minha realidade até o final de meus dias, e eu me sentia bem com aquilo.
  Harry já havia voltado à sua rotina, com coisas da banda sempre marcadas. Hoje, ele teria uma entrevista em um programa de rádio e depois faria um show em Liverpool. Não sei por que razão ele insistia que eu fosse com ele até a entrevista hoje:
  – Por favor! Vamos... Você vai ficar só assistindo, eu juro!
  – Mas é claro que SE eu for, eu vou ficar só assistindo...
  – Então! Vamos?
  – Não sei Harry... Pra mim parece que você está com algum plano maluco dentro dessa sua cabeça.
  – Plano maluco? Desde quando você não confia no seu namorado?
  – Eu confio... Só não plenamente.
  – O que você disse, hein, garota? – ele me pegou pela cintura, me colocou de frente pra ele e disse: – Por favor, eu só quero que você esteja lá. – Por mais que eu soubesse que ele estava mesmo tramando algo, decidi ceder.
  – Tudo bem! Eu vou.
  – Obrigado! Eu te amo, sabia disso? Agora vamos nos arrumar, daqui a pouco o carro passa pra nos buscar.
  Me arrumei correndo e coloquei apenas jeans, uma bata e salto alto. Harry também usava jeans, uma camiseta e tênis. Estava razoavelmente quente o dia. Felizmente, quando o carro chegou, tínhamos acabado de nos arrumar e fomos para a rádio.
  Chegando lá, eles entraram dentro do estúdio de gravações e me ofereceram um lugar para assistir a entrevista atrás do vidro que cercava o estúdio, e daria para eu escutar aos garotos e ter uma vista direta para Harry. O radialista apresentador do programa havia chegado. Ele cumprimentou a mim antes de entrar no estúdio e disse:
  – É um prazer conhecer a namorada de Harry Styles.
  Ele dizendo aquilo soou tão importante que até fiquei encabulada. Eu apenas sorri, apertei a mão dele e disse: “igualmente”.
  Logo a entrevista começou, e seria ao vivo. Perguntaram primeiramente aos garotos sobre as novas músicas que eles estavam escrevendo, depois sobre a próxima turnê e assim foi e, como sempre, as entrevistas com o One Direction não podem faltar muitas piadas e risos. Quase ao final, o apresentador perguntou sobre as namoradas dos garotos. Niall, o único solteiro, falou o quanto gostaria de namorar uma fã. Louis falou de Eleanor, Liam de Danielle e Zayn de Perrie. Harry ficou por último, o que eu mais torcia para não acontecer, porque assim ele se daria à liberdade de falar o quanto quisesse, então começou:
  – Como todos sabem, estou sim namorando há algum tempo, mesmo com alguns pequenos empecilhos, agora estamos bem.
  – Esses empecilhos envolveram uma certa ida ao Brasil, não é mesmo? Que, pelo o que sei, deixaram as fãs de lá muito bravas, pois queriam que você ficasse um pouco mais e que os outros garotos também fossem... – ele riu e forçou Harry a responder.
  – Bem, agradeço pelo carinho das fãs brasileiras e digo que, em breve, estaremos aí todos juntos para alguns shows, e ficaremos um bom tempo por aí... Mas, essa ida, tinha apenas um propósito.
  – E qual era? – perguntou o apresentador. Só neste momento é que Harry olhou para mim através do vidro. Ele piscou e então disse:
  – Trazer o amor da minha vida para junto de mim de novo. – Eu mandei um beijo pra ele e ele sorriu.
  – Uau! Nossa... Se isso não é amor, eu não sei mais o que é! Bom, todos desejamos muitas felicidades, Harry!
  – Obrigado. Na verdade acho que essas felicidades já começaram...
  – Explique melhor, Harry.
  – É que nós decidimos morar juntos e, bom... É como se eu acordasse no paraíso todo o dia desde então.
  – Nossa! Isso é realmente impressionante! E vocês, garotos, estão felizes pelo seu amigo?
  – Definitivamente, ela faz muito bem ao Harry. – Disse Liam, e eu sorri para ele.
  – Também estou... Acho que a fama de mulherengo de Harry vai acabar agora. – disse Niall, brincando.
  – Já era tempo né?! – disse Zayn, e todos riram.
  – Eu confesso que estou um pouco enciumado, mas, desde que ela faça meu Harry feliz, tá tudo bem! – lancei a Louis um olhar de deboche, e ele riu.
  A entrevista terminou e Harry veio me abraçar.
  – Gostou?
  – Amei! Foi lindo o que você disse...
  – Eu sei, eu sou demais mesmo!
  – Seu convencid... – ele me calou com um beijo.
  – Então, vamos?
  – Pra onde?
  – Pra Liverpool... Você vai assistir ao show, não vai?
  – Eu seria uma péssima namorada se não fosse, não é mesmo?
  – Concordo.
  – Não era pra você concordar, seu idiota!
  – É brincadeira, sua chata! Você sabe que você é a melhor namorada do mundo.

  Quando chegamos a Liverpool, Harry disse que queria que eu ficasse com ele nos bastidores. Entrei no camarim com os garotos, todos eles já estavam prontos, só faltava, é claro, o bonito do senhor Harry Styles!
  – Que tal darmos um pouco de privacidade pro casal? – disse Liam.
  – Ok, vamos esperar atrás do palco... – disse Zayn.
  – Vamos lá, eu aproveito e pergunto pro Paul se posso comer alguma coisa antes de entrar no palco... – disse Niall, já do lado de fora do camarim. Louis foi o último a sair e, antes de fechar a porta, olhou para nós e disse:
  – Estou de olho em vocês, viu?
  – Vai embora logo, seu palhaço. – disse Harry, rindo.
  – Então, vai se trocar ou não? – eu disse, dando uma de namorada autoritária.
  – Ui! Mandona... Acho que vou precisar de ajuda.
  Escolhi o figurino dele e ele fez questão de que eu o ajudasse a tirar e depois colocar a camisa que ele usaria. Quando terminamos de arrumá-lo, ele sentou no sofá e pediu para que eu sentasse ao lado dele.
  – Hey, estou com alguns planos pra nós dois...
  – Jura?! Posso saber quais?
  – Então, antes que decidam começar a marcar as datas da nossa turnê mundial, queria viajar com você, pra outro país... Ainda não sei qual, mas um lugar romântico e calmo, sem ninguém pra quem eu tivesse que dar satisfações... O que você acha?
  – Eu acho a ideia ótima! Adoraria ficar só com o meu namoradinho, sem nenhuma entrevista marcada ou show que tire ele de mim...
  – Ah, sua boba ciumenta! – ele me deu um beijo na testa – Mas serão umas férias curtas, porque bom, você sabe... Tem muitas coisas da One Direction rolando.
  – Eu sei, eu sei... E entendo! Afinal de contas, fui eu que escolhi ser namorada de Harry Styles, não foi?
  – Ah, para vai! Não fala assim... Quando estou com você, sou só Harry. O seu namorado. E ponto final.
  – Eu sei que é... E mesmo amando o Harry da 1D, prefiro a minha versão exclusiva.
  Ele chegou mais perto de mim e me beijou. Enquanto me beijava, foi tirando meu casaco e fazendo o mesmo com o dele, e simplesmente foi se jogando em cima de mim...
  – Ei, ei! Garoto! Você tem um show agora... Esqueceu?
  – Sua estraga prazeres! – neste momento, a porta do camarim se abriu. Era Paul, segurança dos garotos, que nos deu uma encarada fatal. Me fez lembrar a aeromoça do nosso voo vindo do Brasil.
  – Harry, está na hora!
  – Ok, já estamos indo. – disse Harry, enquanto eu me levantei em um pulo.
  Eu ia me dirigir para o camarote do show, mas Harry pediu que eu fosse até atrás do palco com ele.
  – Pra que você me quer lá? O show já vai começar...
  – Vem logo! - ele me puxou com tanta força que não tinha algo que pudesse fazer.
  Chegando perto dos garotos, Niall disse:
  – Ah! Até que enfim...
  – Demorou tanto pra se trocar assim, foi, Harry? – perguntou Liam, debochando.
  – Eles estavam é se pegando naquele camarim! Aliás, eu saí de lá com a total noção de que eles fariam isso... – disse Zayn.
  – Sua safada! Eu disse que ia ficar de olho em vocês! – disse Louis, me dando um leve tapa no braço.
  – Louis! Seu ciumento... Já disse pra superar o seu romance acabado com MEU Harry, ok?! – todos riram e Liam disse:
  – Tá, mas agora é sério... Estamos felizes por você ter voltado, sem dúvidas você o faz feliz. – nessa hora, olhei pra Harry, que estava me abraçando por trás, e ele corou.
  – Valeu, Liam.
  – Mas é verdade, - disse Niall – e você é a garota mais legal que já esteve com Harry.
  – Sou obrigado a concordar – disse Louis.
  – E a mais gata também – disse Zayn.
  – Ei! Já tá bom de elogios, não é mesmo, seus idiotas?
  – Há! Tá bom, estressado! Vamos lá gente, vamos nos preparar pra entrar. Faltam 3 minutos. – disse Liam.
  Harry me puxou pela mão e disse:
  – Vem aqui.
  Atrás de uma cortina lateral do palco, ele a afastou para que eu pudesse olhar.
  – Está lotado hoje... – disse ele. Quando olhei, havia um mar de pessoas! Em sua grande maioria, garotas, é claro. Antes estava ouvindo apenas gritos e alguns barulhos. Mas vendo assim de perto, o barulho era bem maior. Fiquei de boca aberta, aquilo era incrível! Devia ser uma sensação perfeita de estar ali em cima daquele palco, cantando para tantas pessoas assim... Garotas malucas, apaixonadas, viciadas neles: no One Direction. Naquele momento, admirei todas elas. São verdadeiras fãs que estão ali, sempre apoiando cada um deles em suas decisões, sempre apaixonadas de coração e alma pelo trabalho deles. Sei o quanto é difícil ser fã. Eu já fui uma delas. E hoje eu estava ali, ao lado de Harry, como namorada dele. E pensando em tudo isso, decidi esquecer e ignorar o fato de que sempre serei xingada e de até ter apanhado de algumas fãs, porque essas são a minoria. Eu sabia que, no final das contas, a maior parte dessas fãs vão me respeitar, pois desejam que o Harry seja apenas feliz. E se eu pudesse dizer alguma coisa a elas, diria que viveria para isso todos os dias. Assim como Harry disse que a missão dele era me fazer feliz, também cumpriria com a mesma missão de fazê-lo feliz também.
  – Amor, - me chamou Harry – tenho que entrar.
  – Ah, tudo bem!
  – Quero um beijo de boa sorte...
  – Te dou todos os beijos que quiser, meu amor. – e o beijei – boa sorte! Vai fazer o que você ama, e não esquece que quando descer daquele palco, vai ter uma namorada cheia de orgulho te esperando aqui.
  Ele sorriu. Com aquele meu sorriso. O que sempre me deixava sem ar. Ele pegou em minha mão, a beijou e, terminando de fazer isso, subiu no palco.

Capítulo 15 - I'll Be Yours Forever

  – Harry, por favor! Me diz pra onde você está me levando!
  – Calma! Você confia em mim, certo?
  – Confio. Mas nesse exato momento, nem tanto.
  Ele começou a rir, e não respondeu mais nenhuma das minhas perguntas. Ele tinha me dito que iríamos viajar, mas não me contou nada, nem pra onde iríamos. Hoje de manhã, ele me acordou todo alegre dizendo que iríamos hoje, e me fez arrumar minhas malas às pressas. Almoçamos a caminho da estação de trem e agora estávamos em uma salinha de espera, o que me deixava cada vez mais nervosa. Ansiosa, na verdade.
  Mas apesar dessas maluquices do Harry, minha rotina com ele estava sendo perfeita. Quer dizer, nós tínhamos nossos momentos estranhos, mas isso todos os casais tem, certo? Como por exemplo, semana passada, o cara da TV veio para o conserto e o Harry apareceu pelado na sala. Foi totalmente estranho, e depois eu briguei muito com ele. Parecia que eu era a mãe dele, o que foi bem engraçado, porque depois eu contei pra Anne, ficamos rindo dele. Mas no geral, tínhamos uma vida normal, apesar de que algumas fãs já sabiam onde morávamos e às vezes era chato. Mas também tinha a parte mais chata, que era quando ele tinha que ir viajar e eu ficava sozinha. Sempre o Jared vinha me ver ,e às vezes, trazia a tia Meg. As fofocas sobre nós estavam, digamos, mais “frias”. Sempre tinha algo, mas já não era uma coisa tão grande. Já havia passado quase um ano, todos já tinha se acostumado com ideia, principalmente as fãs. Algumas delas me encontravam na rua e me cumprimentavam, e diziam que eu era perfeita para ele. E que tinham certeza que ele estava muito feliz comigo, e isso me deixava extremamente feliz.
  Com relação à minha família, bom, eles já tinham superado. O que ficou apenas era a saudade, mas graças à tecnologia, minha mãe podia falar comigo pelo skype todos os dias, e graças a um bom professor, ela aprendeu a ligar e desligar o computador pra isso.
  Eu já estava ficando bem nervosa com toda essa espera, mas finalmente o Harry se levantou, pegou a bolsa dele no chão e olhou pra mim, me tirando dos meus pensamentos.
  – Vamos? – ele disse, estendendo a mão para mim.
  Eu hesitei, mas acenei positivamente com a cabeça e me levantei, pegando na sua mão. Caminhamos em silêncio. Parei de fazer perguntas sobre para onde iríamos, pois era uma luta em vão.
  Nós paramos em frente ao painel com os horários de partidas dos trens. Depois de um tempo, ele me encarou e disse:
  – Pronta para conhecer a Bélgica?
  – Nós vamos para a Bélgica?! Como assim?!
  – Na verdade, não só a Bélgica, mas a Espanha, e depois Itália. Eu pensei, já que logo eu vou voltar a fazer shows pelo mundo, por que não antes conhecer algumas partes com o amor da minha vida?!
  Eu o abracei e tentei dizer algo legal, mas quando ele resolvia me fazer uma surpresa, era totalmente insano. Eu ficava sem chão, ele sabia como me impressionar.
  – Você devia ter me contando! Mas eu adorei a ideia! Por quanto tempo?
  – Três semanas. Mas vamos ficar apenas duas. Por que eu quero ir ver a minha mãe.
  – Ela iria ficar muito brava se você não fosse.
  – Eu sei. Por isso, vou fazer essas duas semanas serem inesquecíveis.
  Ele disse isso e me abraçou, e me deu uma mordida na orelha. Sim, meu namorado é um safado. Pegamos nossas passagens e fomos para o trem. Era uma vigem de três horas até Bruxelas, o que era bom, pois eu não tinha muita paciência de ficar esperando. Ficamos conversando por um tempo, e depois encostei no ombro dele e dormi. Quando acordei, ele também havia pegado no sono. Me levantei com cuidado, peguei minha bolsa e fui até o banheiro.
  Quando olhei no espelho, eu estava com uma cara péssima. Dormir enquanto viaja não é uma boa. Arrumei meu cabelo, passei uma maquiagem de leve e voltei para meu lugar. Ele não tinha acordado ainda, e eu não tinha mais sono. Peguei o notebook do Harry na bolsa dele e comecei a pesquisar coisas sobre a Bélgica. Fiquei maravilhada, principalmente com a culinária, já que eu tinha começado a fazer faculdade de gastronomia. Essas coisas me atraíam agora.
  O Harry acordou depois de um tempo, e eu mostrei tudo o que eu tinha descoberto. Eu estava me sentido tipo Indiana Jones quase.
  – Falando em comida, o que me lembra sua faculdade. Você vai comigo ver minha mãe?
  – Não posso amor, tenho aulas práticas. Consegui essas duas semanas. Nada mais. Mas eu ligo pra ela.
  – Tudo bem, então. Sua vida de universitária me deixa irritado às vezes.
  – E a sua de boyband também!
  – Mas me deixa feliz. Por que se eu visse pra cá sozinho, eu não saberia metade das comidas que existem. Você é minha guia. A melhor. Falando nisso, quando voltarmos para casa, faz aquele macarrão?
  – O que eu tentei fazer bilhões de vezes?
  – Esse mesmo! Mas você conseguiu.
  – Tudo tem um preço?
  – Eu pago.
  – Então eu posso tentar.
  Começamos a rir. Harry se levantou e foi atrás de café. Eu tinha feito o Harry e, às vezes, o Louis e o Niall de cobaia para provar minhas comidas. O Liam e o Zayn sempre me davam alguma desculpa que estavam doentes. Tentei com o Jared, mas ele era melhor que eles em dar desculpas. Eu tinha começado minha faculdade de gastronomia há quase um ano. Comecei na mesma época que eu voltei para Londres. Meus planos de abrir um restaurante já estavam começando, e o Harry me apoiava muito. Mas era um sonho que ia demorar mais um pouco. Um ou dois anos, quem sabe.
  Uma voz feminina anunciou que iríamos chegar em 10 minutos. Acho que minha empolgação era perceptível, já que o Harry comentou. Eu comecei a tagarelar sobre tudo que tínhamos que fazer nesses dias que iriamos viajar, e ele apenas me observou. Depois de um tempo, eu olhei pra ele. Ele apenas disse uma frase, mas era a frase que me deixava sem rumo.
  – Eu te amo. – ele sussurrou, em meio a um beijo.

  Passamos quatro dias em Bruxelas, quatro maravilhosos dias. Agora iríamos para a Espanha, ficaríamos cinco dias lá e depois iríamos para Itália.
  Quando chegamos, fomos direto para o hotel almoçar. Ficamos vendo TV enquanto eu tentava sem muito sucesso traduzir para o Harry o que o repórter falava.
  – Isso está sendo incrível.
  – Minha tentativa de tradutora?
  – Isso não, você é péssima.
  – Ah, muito obrigada!
  – Disponha. Nossa viajem, boba, nossa vida juntos. Tudo isso é perfeito.
  – Às vezes eu não acredito. Às vezes é tão bom que parece só um sonho. Mas quando eu acordo, eu sinto você. Você me faz ver, sentir tudo o que eu preciso. Você é tudo o que eu preciso.

  Quando chegamos à Itália, eu fiquei totalmente maravilhada, e não é à toa. A cidade, as pessoas, cada detalhe, era simplesmente perfeito. Não tinha como negar que essas duas semanas estavam sendo umas das mais incríveis. Pegamos um táxi e fomos direto para o hotel deixar nossas bagagens. Como era nossas última parada, iríamos aproveitar ao máximo.
  Nosso primeiro passeio seria conhecer a famosa Ponte dos Suspiros. Ok, parece clichê, mas eu e o Harry somos um casal apaixonado, e nos rendemos à esse tipo de coisa. Apesar de não ser uma ponte, bem apaixonante as pessoas achavam que era por causa do nome. Na verdade, era porque tinha uma prisão ao lado, e debaixo da ponte ficava as masmorras e, bem, quando o rio enchia, as pessoas que estava lá morriam. Daí o nome, triste, mas era um lugar bonito, apesar da tristeza.
  Passamos o dia batendo perna. Quando voltamos à noite para o hotel, eu estava muito cansada. Tomei um banho rápido e me joguei na cama ao lado do Harry.
  – Obrigada por isso.
  – Você não tem que me agradecer por isso. – ele disse, me puxando para um beijo. Toda vez que ele me beijava assim, meu coração parecia que ia sair pela boca. Ele sabia exatamente como me fazer perder a razão. Dois minutos depois, eu já não sabia onde estava meu pijama, muito menos ele sabia onde estava o dele.
  A manhã seguinte foi dedicada à culinária. Conhecemos vários restaurantes, adegas e também uma feira livre. Se eu pudesse, teria comprado tudo o que eu comi. Mas acho que a alfândega iria me barrar com tanta comida e vinhos.
  Já fazia três dias que estávamos em Veneza, e estava sendo maravilhoso, mas só tínhamos mais dois dias.
  – Harry, eu ainda não conheci a Ponte di Rialto. – eu disse, olhando no mapa que eu tinha pegado na recepção do hotel.
  – O melhor vem por último.
  – Como assim?
  – Para de ser curiosa. Dizem que ela é mais bonita à noite.
  – Isso é para me fazer esperar mais?
  – Não. Só estou falando que só vamos lá amanhã à noite.
  – Às vezes eu morro de vontade de te bater.
  – Eu não me importo nem um pouco. – ele disse, se levantando da poltrona onde ele estava sentado e me puxando para a cama.
  – Meu Deus, Harry! Você é muito tarado!
  – Culpa sua, que me deixa assim.
  – Desculpa ser irresistível. – eu comecei a rir.
  – Ainda bem que você sabe. Hoje eu quase bati naquele cara da adega.
  – Além de tudo, é ciumento. Eram só vinhos, Harry.
  Eu o puxei para um beijo, antes que virasse uma discussão. Ele me puxou para mais perto dele. Comecei a desabotoar a camisa dele.
  – Mais que saco! Odeio quando você usa camisas assim, fica mais difícil de tirar.
  Ele não falou nada e terminou de tirar a blusa pra mim. Nossas noites eram assim, brigávamos, conversávamos, mas sempre acabava assim. Era até engraçado.
  No dia seguinte, mais passeios, comidas extremamente deliciosas. Mas eu estava ansiosa para o fim do dia. Alguma coisa o Harry estava aprontando com relação à ponte di Rialto.
  Voltamos ao hotel, tomamos um banho, nos arrumamos e fomos jantar em um restaurante em frente à Piazza San Marco. Depois fomos a pé até a ponte, já que era bem perto. E o Harry tinha razão, a ponte era linda mesmo à noite, tinha poucas pessoas lá. Acho que foi umas das razões para ele querer vir à noite, de dia deveria estar lotada de turistas. Ficamos em silêncio por um bom tempo.
  – Eu queria te pedir uma coisa. – ele começou, e se virou para mim.
  – Depende do que é.
  – É fácil.
  – Então fala, Harry.
  – Eu quero que você seja minha para sempre.
  – Mas eu já sou, Harry.
  – Você não entendeu. Eu quero oficializar tudo o que já temos.
  – Pera. Você está me pedindo em casamento?
  – Você aceita ser minha para sempre?
  – Harry, eu... Seu doido. É claro que eu aceito. Mas nós somos muito novos. Morar junto é uma coisa, mas casar. É uma responsabilidade muito grande.
  – Uma responsabilidade que eu estou pronto pra ter, mas tem que ser com você.
  – Eu acho que também estou.
  – Então para oficializar. – ele tirou do bolso uma caixinha roxa e colocou na minha mão. Quando eu abri tinha um anel, com uma pedra bem delicada, com outras bem pequenas em volta. Eu olhei para ele mais uma vez, sem saber o que dizer.
  – É lindo, Harry. – ele tirou o anel da caixinha e colocou no meu dedo.
  – Agora você é minha para sempre.


  Cinco anos depois...

  O restaurante ia ser aberto no final de semana. A obra havia levado 10 meses pra ficar definitivamente pronta. Nunca vou me esquecer do dia em que Harry disse que havia comprado o terreno para realizar meu sonho. Isso havia acontecido no meu aniversário, e eu não tinha entendido muito bem quando ele me levou no local com uma venda nos olhos. Cheguei e vi um lugar totalmente vazio, exceto pela terra, e ele me disse que ali seria construído o meu futuro restaurante. Eu havia terminado minha faculdade há um pouco mais de um ano, e estava louca para realizar esse meu sonho e, graças à Harry, ele já estava concluído.
  Como Harry foi parte fundamental nessa história, queria fazer uma noite especial com ele no restaurante, antes de ele ser aberto no sábado e, além disso, era minha vez de fazer uma surpresinha pra ele... Os garotos já sabiam, e foi um sufoco para convencê-los a manter segredo, mas como Liam sempre foi muito bom na questão de “manter o controle”, ele me ajudou a fazê-los ficarem de boca fechada. Eu tinha feito o teste dois dias atrás, em casa, e tia Meg foi a primeira a saber. Confesso que fiquei um pouco apavorada quando eu olhei e vi que o resultado tinha sido “positivo”. Como Harry estava trabalhando muito naquela semana, decidi esperar até essa noite para contar. Mesmo já não me aguentando mais de vontade de ver a reação dele.
  – Vamos?
  – Por que tanta pressa? – disse ele, ainda todo largado no sofá da sala.
  – Quero usar minha cozinha logo e quero estrear ela cozinhando para você, amor...
  – Ok... Posso chamar os garotos? Eles iriam gost...
  – Não! – praticamente gritei quando interrompi ele.
  – Nossa, tudo bem então... Calma.
  – É que, bom... É pra ser uma coisa íntima.
  – Íntima? Agora sim eu gostei... – disse ele, se levantado e me pegando pela cintura.
  – Vai logo, Harry! Vai se arrumar...
  – Nossa, que mandona! – Disse ele, beijando o meu pescoço. Dei um beijo na boca dele enquanto o empurrava para o quarto, escolhi a roupa que ele ia vestir e esperei ele se arrumar. Enquanto isso, fui ao banheiro me olhar no espelho. Fiquei de lado pra poder ver minha barriga, queria já poder notar alguma diferença, porém estava a mesma coisa ainda. Nesse momento, a porta se abriu e levei um susto:
  – Harry!
  – Amor...? Tá tudo bem?
  – Claro que sim, mas que pergunta! Vamos?
  – Sim, já estou pronto... – disse ele, me olhando um pouco desconfiado. Sim, eu sou péssima para fazer surpresa.

  O restaurante ficava à uns 10 minutos de carro da nossa casa até lá. Já tinha anoitecido, e era muito engraçado entrar nele com tudo perfeitamente pronto para funcionar. Realmente me emocionava em saber que aquele lugar era meu, ainda mais enquanto, dentro da cozinha, eu podia avistar através do balcão meu Harry sentado em uma das mesas, esperando até que eu terminasse de preparar nosso jantar...
  Enquanto eu cozinhava, comecei a me lembrar de tudo. Desde o começo. Desde o dia em que ele abriu a porta do banheiro e deu de cara comigo. O primeiro sorriso. O primeiro olho no olho. O primeiro encontro. O primeiro beijo. Nossa primeira vez. Nossas brigas. As confusões da mídia. A volta ao Brasil. A volta à Londres e o começo do nosso “para sempre”. Agora estava eu aqui, grávida dele. Dentro de mim, eu sabia que ele seria o pai perfeito. Na verdade, Harry era o homem perfeito e, definitivamente, o homem da minha vida.
  Comecei a tremer enquanto terminava os pratos. Fiquei nervosa... Era hora de eu colocar minha ideia em prática. Peguei um prato e o azeite. Peguei também o par de sapatinhos de bebê que havia comprado ontem para fazer a surpresa e colocado dentro da minha bolsa. Escrevi no prato com azeite a palavra “Father” e fiz um coração. Coloquei ao lado o par de sapatinhos e tampei.
  – Amor...
  – Até que enfim, hein! – joguei um olhar de raiva e ele, em seguida, disse – brincadeira amor... O que você tem aí? A entrada?
  – Exatamente, - eu disse – o prato principal ainda vai levar uns minutinhos... – coloquei o prato em cima da mesa, bem na frente dele.
  – Hum... Posso abrir?
  – Não, deixa que eu faço isso... – respirei fundo e destampei o prato.
  Ele olhou fixamente enquanto lia. Não se virou pra mim. E eu contava mentalmente os segundos enquanto ele não falava nada. Eu estava de pé, bem ao seu lado, e ele ainda olhava para o prato. Quando finalmente ele olhou para mim, ele estava de boca aberta, pasmo.
  – Pai? Eu vou ser pai?
  Eu apenas acenei com a cabeça.
  Ele sorriu e eu também. Depois ele começou a rir.
  – Eu não acredito! Isso é sério? Quando você descobriu?
  – Há dois dias atrás fiz o teste...
  – DOIS DIAS? Por que demorou tudo isso para me contar?
  – Tinha que ser um momento especial para um acontecimento especial...
  – Eu vou ser pai! Meu Deus, eu vou ser pai... – Ele olhou para mim, e então se levantou. – E é você quem vai ser a mãe dele ou dela... Isso é... Nem tenho palavras pra explicar.
  Ele me abraçou. Com ele dizendo que eu seria mãe, a coisa teve ainda mais impacto sobre mim, eu tinha perdido o chão... Ele estava certo, não tinha palavras pra descrever aquilo. Eu estava grávida da pessoa que eu amo, da pessoa que me faz feliz, que me completa. Na verdade, aquele momento era tudo o que eu tinha... Estava ali eu, ele e o nosso bebê dentro de mim. Eu estava construindo uma família com ele a partir de agora... E seria a família perfeita. Eu vivo em um mundo onde meu coração pertence à ele.
  – Sabe de uma coisa? – disse ele, se afastando de mim.
  – O quê?
  – Nunca fui tão feliz em toda minha vida. Tudo parece tão... Completo agora. Coisas inesperadas aconteceram em minha vida. Uma delas foi conhecer você. E logo vi que você era diferente de tudo aquilo que eu já conhecia... Há anos atrás, quando você foi embora e me deixou aqui, eu sofri como um louco. Tudo estava indo de mal a pior, estar sem você influenciava em tudo que eu fazia. Então me perguntaram “Quanto tempo você vai esperar por ela?”, e eu não respondi. Eu não tinha resposta. Porque, na verdade, eu não sei quanto tempo vai durar o meu “para sempre” porque eu esperaria você por todo ele. Quando você voltou comigo, eu sabia que nunca mais ia te perder, eu não ia deixar isso acontecer novamente. Você é tudo o que eu tenho, tudo o que eu quero eternamente... E agora, essa criança aqui dentro – ele colocou a mão em minha barriga – também é parte de tudo isso... Vou cuidar e amar vocês por toda minha vida.
  – Eu te amo, Harry.
  – Ontem, hoje, sempre, eternamente vou te amar, . – dizendo isso, ele me beijou.

•••

  E não importava o quão difícil tenha sido a história deles, eles nunca desistiram um do outro. E mesmo depois de anos e anos, quando perguntaram a ele o que era amor, ele respondeu com a mesma palavra: Ela.

Fim



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