Vampires, for life and love.

Escrito por Graziela Fernandes | Revisado por Carol

Tamanho da fonte: |


Capítulo 1

  Londres

  Sexta-feira à noite, dia de reunir os amigos e ir pra balada. Assim era minha rotina, estudava a semana inteira e de sexta a noite saia pra curtir, relaxar e se divertir, afinal eu merecia. Só não imaginava que naquela sexta algo diferente esperava por mim, algo inacreditável.

  Depois de ficarmos em uma balada até uma da manhã, eu e meus amigos resolvemos ir para um lugar mais calmo. Conversávamos sobre tudo, eram umas das coisas que eu mais gostava de fazer, ficar com os amigos de bobeira.

  Já estava tarde, por volta das duas da manhã resolvemos nos despedir e voltarmos para nossas casas, todos moravam perto então só nos separamos quando cada um foi em direção a suas casas que eram na mesma rua.
  - Boa noite . – Kate se despediu.
  - Boa noite Kate. – me despedi.
  - Até amanhã amiga.
  Kate a última que estava comigo entrou em sua casa e eu fiquei sozinha, estava a três casas da minha então passei a andar rápido.
  A rua estava escura, eu já tinha bebido o suficiente para não estar sóbria, mas tinha alguém parado em frente a minha casa, eu tinha certeza que tinha visto um vulto, mas eu apenas pisquei meus olhos e o vulto já tinha sumido.
  - Eu to bêbada, só pode. – pensei alto.
  Enquanto eu tinha certa dificuldade para abrir o portão de minha casa senti que tinha mais alguém além de mim naquela rua.
  - Tem alguém ai? – perguntei.
  Eu tava me sentindo uma louca.
  - Olá. – uma voz rouca soou atrás de mim.
  Eu ia gritar, mas a pessoa atrás de mim foi mais rápida e tampou minha boca com sua mão.
  - Não precisa gritar. – ele falou.
  - Quem é você? – disse quando ele destapou minha boca.
  - A pessoa que vai mudar sua vida. – aquilo soou sarcástico.
  - Acho que você ta bêbado. – disse.
  Eu estava desesperada para entrar na minha casa, mas eu estava nervosa e ajuntando isso com o fato de não estar sóbria eu tinha dificuldade para conseguir abrir o portão.
  Ele ficou frente a frente comigo, apesar de estar escuro eu conseguia perceber um olhar sombrio vindo dele.
  - O que você quer? – disse.
  - É simples e fácil você só tem que me acompanhar.
  - Eu não vou a lugar nenhum com você.
  - Ah você vai sim! – aquilo era uma afirmação?
  Ele me olhava de um jeito sombrio me deixando com medo, mais medo.
  - Ou eu to muito bêbada ou eu to sonhando. – disse soltando um risinho sarcástico.
  - Não você não esta sonhando, .
  - O que? Como você sabe meu nome?
  - Eu venho te observando há muito tempo.
  - Por quê? Eu fiz alguma coisa de errado?
  - Não calma.
  - Você é um policial? Algum tipo de detetive?
  - Já falei pra você ter calma.
  - Então por que você quer que eu vá com você?
  - É uma longa história agora eu preciso que você venha comigo.
  - Eu já disse que não vou com você!
  - Olha eu não queria te forçar a nada, mas já que você ta pedindo isso, sinto muito.
  Ele segurou no meu braço com força na tentativa de me levar junto com ele.
  Outro cara apareceu perto da gente, eu achava que ele poderia me ajudar, então pedi por socorro.
  - , porque você ta fazendo isso com ela? – ele perguntou.
  - Porque ela não quer me acompanhar por bem, e se não for por bem vai ser por mal.
  - Mas se lembra de que a ordem era pra não maltratar ela, ela tem que estar bem.
  - Nick, eu sei o que eu to fazendo.
  - Não você não sabe. – eu disse.
  - Fica quieta ok. – ele disse já aparentando estar nervoso.
  - Solta ela, . – o outro que se chama Nick mandou.
  - E quem é você pra dizer o que eu tenho que fazer.
  - Eu não sou ninguém, mas você me chamou pra te ajudar e você ta fazendo as coisas errado.
  Eu não tava acreditando naquela conversa, eles estavam discutindo como eles deveria me tratar na hora de me sequestrar?
  - Dá pra parar com isso, pelo amor de Deus me expliquem o que vocês querem comigo, eu não tenho nada de valor, e se vocês querem dinheiro tentando me sequestrar, esquece.
  - O que? Não, a gente não quer dinheiro nenhum. – Nick disse.
   demonstrava impaciência, eu não sabia se sentia medo ou qualquer outro tipo de reação, não sabia se estava realmente bêbada, não sabia de mais nada.
  - O que você falou pra ela, que a gente vai querer dinheiro pro resgate? você é louco, não é nada disso que foi mandado a gente fazer.
  - NÃO, EU NÃO FALEI NADA PRA ELA. – ele gritou assustando eu e o outro ali presente.
  - , se resolva com ela, ela tem que sair daqui sabendo com quem ela vai estar se metendo, eu volto depois. – Nick disse e saiu sumindo em poucos instantes.
  Como ele tinha feito aquilo?
  - E ai o que você tem que me contar? – perguntei.
  - Você não está com medo de mim?
  - Não mais, depois dessa ceninha aqui eu perdi o medo de você e do seu amigo.
  Ele se sentou na calçada em frente a minha casa e pediu para que eu me sentasse também.
  - Vai pagar de bom moço agora?
  - Olha eu não sei por que mandaram eu te contar isso, eu achava bem mais fácil você ver pessoalmente, mas já que me mandaram falar isso...
  - Falar o que? Dá pra você ser mais direto?
  - Você já ouviu alguma história sobre vampiros?
  - Só em filmes e séries, por quê?
  - Porque você vai conhecer uma agora. Há muitos anos atrás ‘nasceu’ o primeiro vampiro, o original, e daí por diante vem sendo criados vários vampiros.
  - Ó que historia mais interessante. – disse.
  - Acontece que eu sou um desses vampiros. Eu vim aqui te buscar porque um dos vampiros originais quer te conhecer.
  - Haha, quem é que ta bêbado aqui eu ou você?
  - Não é brincadeira isso, nós vampiros precisamos de você, apesar de não querer, mas é necessário.
  - Se você pensa que eu vou acreditar nessa história pode esquecer. – disse.
  - Eu não precisaria fazer isso, mas eu posso te provar.
  - Então vai lá, me mostra o que você pode fazer vampiro. – disse zombando da cara dele.
  Mas em questão de segundos ele não estava mais ali comigo, ele tinha sumido.
  Achei que seria uma boa hora para entrar para minha casa, mas antes que eu pudesse levantar ele já estava de volta.
  - O que? Como você fez isso?
  - Vampiros são rápidos, nunca ouviu falar isso nos filmes?
  Eu ri achando aquilo um absurdo.
  - Sinto muito, mas eu ainda não acredito.
  - Eu dei a volta no quarteirão em menos de um minuto e você não acredita?
  - Não, é obvio que não, vampiros não existem e ponto.
  - Ai como você é chata hein. Bom eu não posso fazer mais nada, agora venha comigo.
  - O que mais você pode fazer?
  - O que você sabe sobre vampiros?
  - Sério que você quer que eu fale? Olha eu assisti vários filmes e todos são diferentes, nenhum os vampiros tem as mesmas características, então vai logo me fala.
  - Nossa eu pensei que você não acreditasse.
  - E eu ainda não acredito, mas você quer que eu acredite então me fale.
  - Ok, somos rápidos, fortes, ágeis, podemos sair no sol, porém temos que usar um objeto que serve de escudo, o nosso sangue salva vidas, e podemos hipnotizar humanos assim os obrigamos a fazer o que nós mandamos e podemos os fazer esquecer, apagar a memória como um passe de mágica e o melhor não envelhecemos. – ele disse tudo aquilo e ele parecia se divertir com a minha reação.
  - A série que eu assisto é tudo isso ai que você acabou de me falar, outro motivo para eu não acreditar e achar que você ta tirando uma com a minha cara. – disse.
  - Mas eu já te provei que sou rápido.
  - Eu quero outra prova.
  - O que? O que você quer agora?
  - Se o seu sangue salva vidas então me morde.
  - O que? Não!
  - Se é realmente verdade o que você me contou, me morde depois me da seu sangue, tudo vai ficar bem porque seu sangue salva vidas, não é?
  - Hey , anda logo com isso. – o outro homem apareceu do nada me assustando.
  - Já estamos indo Nick. – ele disse me olhando.
  - E ai como vai ser? – disse me levantando.
  - Ok, foi você que pediu.
  E não tive tempo nem de gritar, ele estava me mordendo, uma dor insuportável.
  - Para, você ta me machucando. – quase não tinha mais força para pedir a ele que parasse.
  - , para! – Nick gritou.
  E ele me soltou, eu não conseguia me manter em pé então cai sentada na calçada onde eu estava segundos antes. Estava fraca e ele não se mexia para me dar seu sangue.
  - Dá sangue pra ela. – o outro vampiro falou.
  Ele não mexia um músculo, apenas me olhava seus olhos eram avermelhados, eu sabia o que ele queria, ele queria mais do meu sangue.
  - Qual é o seu problema cara? – o outro vampiro disse.
  E então vi que ele deu uma mordida em seu pulso e colocou o mesmo em minha boca para que eu bebesse o sangue que saia da mordida.
  O gosto era horrível, mas aos poucos eu ia me sentindo melhor.
  Quando o vampiro que me salvava tinha achado que eu tinha bebido sangue o suficiente ele parou de me dar.
  - Resolve isso logo cara, não estamos com muito tempo. – ele disse saindo e me deixando sozinha com de novo.
  Eu ainda estava sentada o olhando incrédula, então ele ia me deixar morrer?
  Ele me olhava, aquela expressão que desejava por meu sangue desaparecera e dava lugar a um rosto que transpassava raiva.
  Então eu levantei, não conseguia mais sustentar aquele olhar sombrio, que parecia que ia me matar a qualquer momento.
  - Agora eu acredito que não preciso te provar mais nada. – ele disse com raiva.
  - Não.
  - Então você já pode me acompanhar.
  - O que vocês querem de mim?
  - Agora eu só preciso que venha, e é melhor você vir sem tentar fazer nenhuma besteira.
  - Eu preciso entrar e pegar algumas coisas.
  - E você acha que eu vou confiar em você? É lógico que não né garota, agora, vamos.
  - Porque vocês não vão atrás de outra pessoa? Por que logo atrás de mim que vocês estão?
  - Acontece que é de você que precisamos de você e de mais ninguém!
  - Mas eu não quero ir com você.
  - É necessário. Por favor, colabore. – ele não parecia tão gentil quanto queria aparentar.
  - Por quê?
  - Você vai saber o porquê, mas não aqui, agora vamos.
  - Não tenho outra escolha né?
  - Não!
  - Ok, eu vou, mas como minha família vai ficar?
  - Não se preocupe com eles.
  - Vamos então.
  - Boa garota. – ele deu um sorriso.
  Ele me levou até um carro que estava parado um pouco a frente.
  - Pra onde nós vamos?
  - Vamos te levar para dormir em qualquer hotel por ai, e enquanto você dorme eu e Nick vamos agilizar umas papeladas pra você.
  A caminho de algum hotel...
  - Você pode falar alguma coisa sobre o porquê de eu estar com um monte de vampiros?
  - É uma história bem longa.
  - Então comece a me contar.
  - Como eu disse precisamos de você, mais exatamente o , ele é um dos primeiros vampiros, você vai ser muito útil pra ele.
  - Por que eu?
  - Isso nem a gente sabe, a gente só procurou e descobriu que é você que estávamos procurando a anos, foi difícil de te achar, quando achei fiquei te observando por algum tempo até que achei que já estava na hora de te levar comigo.
  - E pra onde exatamente vocês vão me levar?
  - Para bem longe daqui, eu garanto.
  - Fora deste país?
  - Sim!
  Ficamos em silêncio enquanto Nick dirigia, achou que tinha que ir no banco de trás comigo com medo de eu fazer alguma besteira.
  - Desculpa por ter te mordido, apesar de ter sido você quem pediu, mas eu não te dei meu sangue você podia ter morrido ali, e isso ia ser uma coisa muito ruim.
  - Ta tudo bem, seu amigo me salvou e eu agradeço a ele.
  - Por nada. – ele disse.
  E a conversa se encerrou, eu não sabia mais o que perguntar, na verdade eu tinha um milhão de perguntas mais eu estava exausta, então fiquei quieta.
  Chegamos a um hotel, que pra passar uma noite até que não tava tão ruim, e Nick fez o que tinha que fazer na recepção e então subimos para o quarto, provavelmente a recepcionista devia estar pensando que eu e eles íamos fazer coisas que é melhor nem falar.
  - A gente já vai sair, fica aqui quietinha, a chave ta com a gente você ta trancada aqui. – disse.
  - Ok, mas... – quando fui ver já estava falando sozinha.
  Eu precisa me acostumar com aquilo já que iria conviver com vampiros que somem e aparecem toda hora.
  Já que não tinha mais ninguém ali fui me deitar e pensar no que estava acontecendo, eu tinha sido sequestrada por vampiros que precisavam exclusivamente de mim, eu não tinha outra escolha a não ser ir com eles, e minha família, como eles iam ficar? Eu não sabia por que tinha aceitado ir com eles, mas eu tinha medo deles fazer alguma coisa contra alguém da minha família, então antes eu do que qualquer um que eu amava.
  Eu estava muito cansada então não demorei pra pegar no sono.

  Acordei com o sol batendo no meu rosto, tentei levantar mas minha cabeça doía: ressaca!
  - Aleluia a donzela acordou.
  - Minha cabeça vai explodir. – disse levando as mãos a cabeça.
  - Ta de ressaca? Ninguém mandar beber demais.
  Levantei e fui ver se tinha alguma coisa pra comer na cozinha. Não tinha nada.
  - Eu to com fome!
  - Eu também!
  - O que?
  - Relaxa, já falei pro Nick dar um jeito na minha fome. – ele disse sorrindo.
  - E a minha fome, como fica?
  - A gente vai sair daqui a pouco e ai eu te levo pra comer alguma coisa.
  - Ok. – disse.
  Nick chegou... Na noite anterior eu não tinha reparado em como aqueles dois eram bonitos, me surpreendi ao ver aqueles rostos lindos.
  Nick era alto, seus cabelos eram claros, e de um olho verde tão lindo que devia deixar qualquer um com inveja. Já , ele também era alto, usava os cabelos bagunçados, o que dava um charme a mais e seus olhos, os olhos hipnotizavam sem ele precisar fazer esforço algum pra isso, ele era lindo, perfeitamente lindo.
  - Até que enfim cara.
  - Calma não é tão fácil pegar bolsas de sangue no hospital.
  Eu os olhava com nojo.
  - Acho que você não vai querer ver essa cena. – Nick disse para mim.
  - Acho que vou me trancar no banheiro, tchau. – disse e sai.
  Não demorou muito para que eles viessem me chamar.
  - Vamos, vou te levar pra comer alguma coisa. – chamou.
  - Ai graças a Deus. – disse saindo do banheiro.
  - O que você quer comer?
  - Qualquer coisa, eu só preciso matar minha fome. – disse.
  E então saímos em busca de um lugar para eu me alimentar. Chegamos a uma lanchonete que não ficava muito longe do hotel em que estávamos, pedi algumas delicias e fui me sentar junto com os meus mais novos amigos vampiros.
  - E ai o que vocês me contam hoje? – perguntei dando uma mordida no pastel.
  - A gente vai viajar hoje à noite. – falou.
  - Pra onde vamos?
  - Newport New, Virginia!
  - O que?
  - Eu disse que iríamos para bem longe.
  - Mas e minha família? Eu não vou mais ver ninguém?
  - Claro que vai. Vai demorar um pouco, mas você vai ver eles de novo sim.
  - E vocês acham que vai ser fácil eu conviver sem eles, vou morar do outro lado do mundo e vou ficar bem sem minha família?
  - A gente sabe que você não vai ficar bem, por isso precisamos que você nos deixe fazer com que você esqueça algumas coisas.
  - Como é? Vocês tão pedindo permissão pra me fazer esquecer alguma coisa?
  - É outra coisa que temos que te contar antes de você vir com a gente. – Nick falou.
  - Então me conte.
  - Além de você ser muito útil para nós vampiros, você também tem seus ‘poderes’.
  - Poderes?
  - Exato nenhum vampiro pode te hipnotizar, todas as coisas que nós podemos fazer com qualquer humano não podemos fazer com você. – explicou.
  - Exceto se você permitir. – Nick completou.
  - O que? – perguntei interessada naquilo. – então por isso que você não me hipnotizou pra eu ir com você. – disse olhando para .
  - É senão teria sido bem mais fácil e eu não ia precisar te morder, mas tenho que dizer que seu sangue é muito bom.
  O olhei com cara feia.
  - Mas eu nunca me senti diferente, estranha, nunca iria imaginar que eu tinha esses poderes. – disse.
  - Ainda bem né, vai que as pessoas falasse que você é louca.
  - Não tinha como você saber, esses poderes você só consegue com vampiros. – Nick explicou.
  - Entendi. Vocês vão me transformar? – perguntei com medo da resposta.
  - Não, isso é o que menos queremos.
  - Por que?
  - Isso a gente só vai poder falar quando estivermos em um lugar mais confiável. – falou.
  - Mas a gente vai evitar ao máximo para que isso não aconteça. – Nick falou.
  - Ainda bem. – disse.
  Uma pausa para eu dar mais algumas mordidas em meu pastel.
  - Mas alguma coisa que vocês precisam me contar?
  - Acho que por enquanto não.
  - Ok.
  Terminei de comer e os dois me esperavam pacientemente. Quando terminei Nick disse que ia resolver mais algumas coisas e me deixou sozinha com .
  - O que você quer fazer? Aproveita são suas últimas horas aqui em Londres.
  - Nossa, que dúvida cruel, o que fazer nas minhas últimas horas em Londres.
  - Pode escolher o que quiser, só não vale escolher ver alguém da sua família ou amigos.
  - Porque não posso ver eles?
  - Porque pode colocar tudo a perder, e o fato de você saber que eu não posso fazer nada contra você é um motivo pra você tentar fazer alguma besteira.
  - Juro que nem tinha pensado nisso. – disse.
  - Enfim, o que você quer?
  - Sei lá, acho que só quero ficar quieta no meu canto, só de boa.
  - Sério?
  - Óbvio que não, mas eu não faço ideia do que fazer. – disse pensativa.
  - Então deixa que eu decida por você.
  - E o que você tem em mente?
  - Vamos fingir que somos turistas e vamos aos lugares mais legais daqui, ou vai me dizer que você já foi a todos?
  - Não. – disse.
  - Que tal se a gente for dar uma volta na roda-gigante London Eye?
  - Ah sério? Eu sempre quis ir lá e ver tudo de lá de cima. – disse animada.
  - Então vamos. – ele disse e parou o primeiro táxi que passou.
  - Não acredito que vou fazer umas das coisas que eu mais tinha vontade de fazer na companhia de um vampiro. – disse baixo para que o motorista do taxi não ouvisse.
  - Pra você ver como as coisas são né. – ele disse rindo.
  Levamos em torno de 20 ou 30 minutos para chegarmos até o local onde a roda-gigante ficava.
  - E você acha que vamos conseguir fácil assim.
  Ele sorriu e de imediato entendi o que aquele sorriso significava.
  Bastaram alguns minutos de conversa com o homem que ficava monitorando as coisas e então conseguimos furar a fila, o tempo estava ótimo então os turistas estavam aproveitando para ir à roda-gigante.
  - Isso não é nada certo. – disse.
  - É uma das vantagens de ser vampiro, então me deixe aproveitar tá. – ele disse e eu ri.
  E então passamos os próximos 30 minutos na roda-gigante, a vista de cima era linda, Londres de cima era linda.
  - É muito lindo daqui de cima.
  - Vou ter que despertar meu lado sensível e concordar com você.
  30 minutos nunca passaram tão rápidos, quando vimos já tinha acabado nosso passeio pela roda-gigante.
  - Tenho que te agradecer por isso. – disse.
  - Não precisa, mas já que insiste. – ele sorriu, ele tinha um sorriso lindo.
  - O que vamos fazer agora? – perguntei.
  - Agora eu não sei você ainda não sabe se quer fazer alguma coisa?
  - Não, mas enquanto isso me paga um sorvete?
  - Folgada hein.
  Compramos sorvetes e ficamos andando por ali, só apreciando a paisagem.
  - Não parece que você é um vampiro. – disse quebrando o silencio. – Nem o Nick.
  - Não se acostume com isso, nós vamos te levar para um lugar que é cheio de vampiros, sua vida vai mudar completamente.
  - Como ela vai ser agora? Eu vou ser a única humana no meio de um monte de vampiros, como eu vou ter que reagir?
  - Eu sei que não vai ser fácil, mas tente agir normalmente, a maioria dos vampiros não sabe que você é humana.
  - Não entendi.
  - Apenas os vampiros mais próximos do sabe quem você é, ele não quer que os demais saibam.
  - Quantos exatamente sabem?
  - Somos seis.
  Eu estava percebendo que ele não queria falar sobre aquilo naquele lugar.
  - Você vai me contar tudo quando estivermos lá, não vai?
  - Vou sim.
  - Então enquanto estivermos em Londres eu não quero saber de nada, quero aproveitar as últimas horas normais da minha vida.
  - Também não é pra tanto. – ele riu. – Sem falar que pra isso eu teria que te deixar sozinha.
  - Não, eu quero que você fique aqui comigo, pra mim você não é vampiro. – disse.
  - Ok né.
  Ficamos andando distraidamente até que o celular dele tocou.
  A ligação não demorou muito.
  - Que foi?
  - Temos que ir.
  - Já? Por quê?
  - Vamos viajar esqueceu?
  - Não.
  - Então vamos.
  Pegamos um táxi e voltamos para o hotel em que estávamos.
  Chegando lá Nick no esperava.
  - Tudo pronto para irmos? – ele perguntou.
  - Acho que sim. – me olhou e eu assenti com a cabeça.
  - Ah trouxe umas coisas que acho que você vai gostar. – ele disse me entregando uma bolsa.
  Na bolsa tinha algumas roupas e mais algumas coisas que eu agradeci a Nick por ter se lembrado de trazer.
  - Nossa obrigada, você leu meus pensamentos.
  - Isso foi uma piada? – perguntou.
  - O que? – perguntei sem entender.
  - Esse negócio do Nick ter lido seus pensamentos.
  - Não, foi só um modo de dizer.
  - Tá eu tentei fazer uma brincadeira, mas já vi que vocês não entenderam né.
  - Não! – eu e Nick falamos juntos.
  Depois dessa brincadeira sem graça do resolvi ir tomar um banho.
  - Dá tempo de eu tomar um banho né?
  - Se você for rápida dá.
  - Ok.
  Fui para o banho e tentei ser rápida. Durante o processo banho e me arrumar me peguei pensando no que estava acontecendo com a minha vida, eu tinha sido sequestrada por vampiros, mas ao contrário do que seria normal eu estar, eu estava calma, não tinha medo deles, eles estavam sendo legais comigo e a minha esperança era que isso não mudasse quando eu estivesse junto com os outros vampiros.
  Terminei de me arrumar e os dois me esperavam sentados.
  - Ta pronta? – perguntou.
  - Sim. – disse.
  - Então vamos quanto mais rápido sairmos desse país melhor. – Nick disse indo em direção à porta.
  - Por quê?
  - Você se esqueceu de que você esta sumida? Estão todos atrás de você.
  - , eu acho que essa é a hora que você permite que eu ou o Nick faça você esquecer-se de algumas coisas.
  - É necessário mesmo?
  - Achamos que sim.
  Eu não queria ter que se esquecer de nada, mas não tinha outro jeito.
  E então fez. Eu não percebi nenhuma diferença, mas resolvi não falar nada.
  - Vamos? – disse sorrindo para mim.
  - Vamos!
  Fomos para o aeroporto, fizemos o check-in e só esperávamos o voo.
  - Como eu pude comprar passagem? Eu não tinha passaporte.
  - Se lembra da papelada que eu e Nick fomos arrumar para você? Então era isso.
  - Ah entendi.
  Deu a hora do nosso voo.
  - Todos prontos para decolar?
  - Sim! – eu e respondemos feitas duas crianças.
  - Então vamos.
  Vamos rumo a Newport New!

Capítulo 2

  Eu andava por um lugar em que nunca tinha estado antes, estava sozinha e não parava de andar. Depois de dar mais alguns passos avisto uma casa mais a frente, estava escuro, era em um lugar deserto, a casa era grande e aparentemente estava vazia, não parando de andar vejo algumas pessoas que me pareciam normais, se divertiam com algo que eu não conseguia decifrar o que era eles se encontravam na beira de um lago e outros estavam dentro do mesmo, parecia ser um acampamento de amigos que se divertiam em um belo final de semana. Mas em um piscar de olhos tudo mudou, ou ficou mais claro aos meus olhos, eles estavam com um corpo ensanguentado no chão, eles mordiam, bebiam o sangue daquele corpo, os que estavam dentro do lago eram vampiros e humanos, era como se os vampiros brincassem com a refeição, eu estava horrorizada, não conseguia me mexer, minha vontade era sair correndo daquele lugar, mas meus pés não se moviam. Novamente com apenas um piscar de olhos aparece ao meu lado, ele sorria para mim, as presas afiadas estavam à mostra, mas a beleza dele era irradiante, ele era lindo até quando deveria me assustar.
  - Vem . – ele me chamou. – Não precisa ter medo, eles são nossos amigos.
  Mesmo contra minha vontade caminhei junto com .
  - Isso vem. – ele estendeu sua mão para que eu a segurasse, e ele sorria aquele sorriso lindo e perfeito. – Você deve estar com fome.
  E mais uma vez as coisas mudaram, mas agora era comigo, eu não era mais humana, tinha sede de sangue e cuidou disso para mim...
  Quando dei por mim já estava bebendo sangue de um inocente e eu não conseguia parar, era muito bom...
  - ? – me chamava, mas eu não parava.

   Newport New, VIRGINIA

  - ?
  Acordei assustada, desesperada.
  - Hey, chegamos. – disse sorrindo.
  Endireitei-me na poltrona esfregando meus olhos.
  - Teve um pesadelo? – ele perguntou.
  - Sim. – falei sonolenta.
  - , relaxa vai ficar tudo bem. – ele disse me passando confiança.
  Em alguns minutos o avião pousou, estávamos em solo firme e fomos pegar nossas coisas que não eram muitas, apenas uma mala para os dois, depois fomos encontrar alguém que nos levaria para casa.
  - Nossa carona está ali. – ele disse apontando para um carro.
  Um homem alto, que aparentava ter no mínimo uns 30 anos sai do carro e cumprimenta com um abraço.
  - Até que foi rápido hein. – eu sabia que ele se referia a mim.
  - No começo ela não queria vir, mas ai tive que deixar ela um pouco assustada.
  - O Nick me contou que você a mordeu.
  Aliás, cadê o Nick?
  - Foi ela que pediu.
  - Então já podemos dizer que ela é corajosa.
  Será que eles lembravam que eu tava ali ouvindo eles?
  - Me deixa ver ela melhor. – o homem disse me olhando.
  Eu estava atrás de na tentativa de me esconder, mas deu um passo para o lado me deixando a mostra.
  O homem me olhava de um jeito que me assustava, seus olhos escuros me mediam de cima a baixo, ele deu um passo em minha direção e automaticamente dei um passo para trás. percebeu que eu estava desconfortável com o olhar que aquele homem me lançava.
  - Então, vamos pra casa? – ele disse olhando para o homem.
  - Vamos. – ele ainda olhava para mim quando falou.
  Finalmente desviando o olhar de mim ele se virou e entrou no carro.
   me olhou tentando me passar calma sabendo que eu estava tensa com aquilo.
  Não sabia exatamente dizer o que aquele olhar significava, mas parecia ser um olhar de reprovação, eu sentia que ele não gostava de mim, que eu não devia estar ali, ou talvez não devesse existir.
   me levou até a porta do carona abrindo a mesma para que eu entrasse.
  - Obrigado. – disse dando um sorriso.
  No trajeto até a casa não se falava muito, de vez em quando perguntava algumas coisas para o homem que dirigia.
  Cerca de 30 minutos chegamos a um terreno fechado onde o carro entrou.
  Era um lugar lindo, grande onde tinha árvores e bastante verde, lá tinham três casas e eu olhava tudo boquiaberta.
  O carro parou e desceu do mesmo abrindo a porta para que eu descesse também.
  - Nossa, é lindo aqui.
  - Exagerado né.
  - Não. – disse olhando tudo.
  - Digamos que somos espaçosos. – ele riu.
  - Quantos vampiros vivem aqui?
  - Não tem um número exato de vampiros, às vezes tem mais, às vezes tem menos.
  - Porque três casas?
  - Aqui a gente meio que dividiu os vampiros, em uma casa ficam os mais novos, os que chegaram por último, na outra casa ficam os que já estão aqui há mais tempo e na última casa que é a que eu fico vivem os vampiros mais velhos.
  - Mais velhos?
  - Sim.
  - Quantos anos você tem?
  - Muitos... 180.
  - WOW.
  - Pois é. – ele riu.
  - Quantos anos tem o mais velho?
  - O é o mais velho, ele é um original e tem mais de mil anos.
  - O que? Como? Nossa! – eu tava chocada.
   só ria.
  Fomos andando e ele foi me mostrando às casas e me contando algumas coisas, até que chegamos à casa que ele vive.
  - Essa é a casa em que nós ficamos.
  - Nós?
  - Sim eu e mais cinco vampiros que são os mais velhos, e você também vai ficar nessa casa.
  Ele fez menção de que ia entrar na casa, mas eu não o acompanhei.
  - Que foi? – ele perguntou.
  - Não sei se estou preparada para entrar em uma casa cheia de vampiros. – disse.
  - Não vai te acontecer nada, .
  - Sabe que ainda acho uma loucura ter vindo com você. – disse.
  - Acredite, foi melhor você ter vindo.
  - E por quê?
  - Porque outros vampiros iriam atrás de você e tenho certeza que eles não seriam tão bondosos com você.
  - Você quer dizer que outros vampiros iriam atrás de mim e ao contrário de você eles iriam me transformar?
  - Exato!
  Fiquei pensativa.
  - Agora vamos que o quer te conhecer.
  - Ah não, por que aquele ancião quer me conhecer?
  - Porque eu estou esperando pra te conhecer a mais de mil anos. – uma voz rouca soou atrás de mim.
  Engoli em seco quando ouvi aquela voz.
   me olhou achando graça da minha cara de pavor.
  Então me virei para olhar para , o original de mais de mil anos.
  É obvio que a aparência dele não era a de um ancião, ele aparentava ter no máximo 25 anos.
  - É um prazer finalmente te conhecer, – ele disse estendendo a mão em um gesto de cumprimento.
  Na hora eu não retribui, mas me deu um cutucão e então achei melhor cumprimenta-lo.
  Ele sorriu enquanto segurava minha mão.
  Ele era lindo, alto, tinha cabelos claros, seus olhos eram e seu sorriso, encantador.
  - Vamos entrar? – convidou.
  - Vamos. – concordou.
  Assim como por fora, por dentro a casa também era linda, decorada com diversos objetos antigos que só colecionador poderia ter.
  Seguimos até uma sala grande onde tinha dois sofás que ficavam um de frente para o outro, no centro uma mesinha e ao lado uma lareira, em volta diversos armários repletos de livros antigos.
  - Podem sentar
  Vi sentando em um dos sofás e fui me sentar ao seu lado, se sentou em nossa frente.
  - Você já falou alguma coisa pra ela? – perguntou a .
  - Só o necessário.
  - Ótimo. – ele disse e deu um gole no whisky que tinha pegado antes de sentar.
   não me assustava diferente de quando tinha ido me buscar, eu fiquei assustada com ele, e daquele homem que foi nos buscar no aeroporto, ele não me botava medo.
  - Você quer saber de alguma coisa? – que pergunta mais idiota a dele.
  - Claro! Vocês se referem a mim como uma coisa muito valiosa e eu não faço a mínima ideia do que seja. – disse.
  - Você é uma coisa muito valiosa, eu garanto. – disse sorrindo.
  - O que eu sou?
  - O que você acha? Você se acha diferente dos demais humanos?
  - Não! Sou igual a todos.
  - Muito pelo contrário. – falou.
  - Não , ela tem que pensar que é igual a todos.
  - E eu não sou?
  - Não!
  - E qual é a diferença?
  - Eu não tenho paciência pra explicar ok, depois você resolve isso pra mim?
  - Claro. – concordou como se tivesse gostado.
  - Eu só queria te conhecer e te deixar um recado. – disse olhando em meus olhos.
  - O que?
  - Obedeça sempre o , não faça nenhuma besteira e principalmente, se mantenha viva.
  - Que?
  - Alguma dúvida?
  - Não, deixa comigo agora. – se levantou e me olhou.
  - Ok... E não se preocupe você não vai me ver muito. – ele disse me olhando.
  - Ainda bem. – disse baixinho.
  - Eu escutei. – ele disse.
  - , vamos. – disse.
  - Por favor. – disse me levantando do sofá.
  - Até depois . – disse e saímos daquela sala.

  - Nossa como ele é insuportável. – disse.
  - Você se acostuma. – ele riu.
  - Ta, agora aonde nós vamos?
  - Vou te levar até seu quarto.
  - Até que enfim uma coisa boa. – disse.
  - Qual é não ta sendo tão ruim assim.
  - Ah claro que não, acabo de conhecer um original que me pede para eu me manter viva, como se eu quisesse me matar, isso é estranho . – disse.
  - Eu vou te explicar o que ta acontecendo e ai você vai entender o porquê ele pediu isso.
  - Quando?
  - Primeiro vamos conhecer seu quarto.
  - Olha ai você fugindo do assunto de novo.
  Subimos um lance de escadas e fomos até a última porta do corredor.
  - Bem-vinda ao seu novo quarto. – abriu a porta.
  - UAU. – disse olhando para aquele quarto enorme.
  - Espero que goste.
  O quarto era lindo, tinha uma cama enorme, um guarda-roupa que ocupava uma parede inteira, tinha uma mesa com um notebook, uns pufes, uma estante com rádio, uma televisão na parede, tava até parecendo aqueles quartos de patricinhas dos filmes.
  - Pra que tudo isso?
  - Eu também achei exagero, mas como a Marry se ofereceu para decorar então não impliquei.
  - Marry?
  - É a Marry...
  Ele ia responder quando uma menina entrou no quarto, e assim como os demais vampiros ela era linda, cabelos loiros perfeitamente ondulados, era um pouco mais baixa que Lian, e seus olhos eram azuis, seu corpo era de dar inveja em qualquer menina de 20 anos.
  - Então você é a famosa ?
  - , essa é a Marry. – a apresentou para mim.
  - Desculpa entrar assim do nada, mas eu ouvi comentando do quarto então eu queria te mostrar.
  Permaneci calada.
  - Acho que cheguei um pouco tarde né? – ela falou.
  - Não Marry, eu acho até legal vocês ficarem um tempo juntas pra se conhecerem. – disse indo em direção à porta.
  - O que? Não... – eu ia dizendo quando Marry me interrompeu.
  - Calma , eu não vou te machucar. – ela me olhou com um sorrisinho no rosto.
  Olhei para e o mesmo também sorria.
  - Ok. – disse.
  Os dois sorriram, ela entusiasmada, ele aliviado.
  - Então eu vou indo nessa. – disse saindo do quarto.
  Éramos eu e Marry sozinhas.
  - E então gostou do seu quarto? – ela disse quebrando o silêncio.
  - Gostei sim, eu nunca imaginava ter um quarto assim. – disse.
  - Então eu exagerei mesmo né?
  - Não, claro que não, eu amei sério mesmo.
  - Ai que bom. – ela sorriu. – eu confesso que é o quarto que eu sempre quis ter, mas nunca pude.
  - Por quê?
  - Isso não vem ao caso agora. – ela disse.
  - Ok.
  - Agora acho que você precisa fazer umas comprinhas pra encher esse guarda-roupa. – ela disse.
  - Eu preciso comprar tudo, vim só com a roupa do corpo. – disse.
  - Então vamos lá fazer umas das coisas que mais gosto. – ela sorriu.
  - Compras?
  - Sim e no shopping, vamos?
  - Vamos. – sorri.
  Então Marry pegou um carro dos vários que tinha na garagem e fomos ao shopping.

  Passamos horas comprando roupas, acessórios, e tudo que eu precisava.
  - Eu to com fome. – disse como se tivesse pedindo uma pausa das compras.
  - Ok, vamos parar para comer alguma coisa.
  Fomos ao MC Donalds e minha barriga se manifestou só de ver aqueles sanduiches.
  Fizemos o pedido e fomos nos sentar.
  Num primeiro momento comemos em silêncio, mas eu tinha algumas perguntas para fazer a ela então comecei a falar.
  - Marry, como você foi transformada? – perguntei.
  Ela quase engasgou com a coca que tomava.
  - Fala baixo menina.
  - Desculpa. – disse e olhei em volta pra ver se alguém nos olhava.
  - Você quer mesmo saber?
  - Uhum.
  - Ok vou contar. Eu tinha 25 anos quando sofri um acidente de carro gravíssimo, meus pais que dirigiam o carro morreram na hora, eu e meu irmão estávamos vivos, mas eu sabia que não era por muito tempo, afinal estávamos presos nas ferragens do carro que estava prestes a explodir devido à gasolina que vazava, mas alguém estava lá e com uma facilidade incrível destruiu as ferragens em que eu e meu irmão estávamos presos, o primeiro a ser tirado do carro foi meu irmão e ele também foi o primeiro a ser transformado, mesmo fraca e com a vista embasada pude ver alguém dando sangue para meu irmão, e depois foi minha vez e depois desmaiei. Quando acordei estava em um galpão vazio e meu irmão estava do meu lado ainda desacordado, imediatamente fui acorda-lo, mas não consegui, então fui procurar por alguém, mas quando cheguei à saída o sol que batia me queimava, era horrível, não podia ficar no sol. E então um homem apareceu, ele não era tão mais velho do que eu, pelo menos não aparentava.
  Ela deu uma pausa para beber um pouco de coca, e continuou.
  - Ele disse que tinha salvado minha vida e a do meu irmão, mas eu não me lembrava como ele tinha feito isso.
  - Ele apagou tudo né?
  - Sim, daí em diante eu e meu irmão fazíamos tudo o que ele mandava, e eu ainda faço.
  - E seu irmão?
  - O Brian não liga mais pra quem o salvou, e ele não ta errado, afinal ele já tinha pagado por isso.
  - Quando vocês se tocaram que eram vampiros?
  - Quando a sede de sangue apareceu, eu só queria saber de sangue e matei pra me saciar.
  - Quem te transformou Marry?
  - !
  Engasguei com a coca quando ela falou o nome.
  - Eu sou muito grata a ele por ter me salvado.
  - Entendi.
  Ela sorriu e continuamos comendo.
  - Faz muito tempo que você é vampira?
  - Cinco anos.
  Eu tinha mais uma pergunta.
  - Marry, o que você e o têm de verdade?
  - Como assim?
  - Qual é o relacionamento de vocês?
  - Ah você percebeu, eu não consigo esconder. – ela riu. – Eu e o meio que nos envolvemos durante esse tempo juntos, sabe como é, muita convivência da nisso.
  - Entendi.
  - Mas ele não sente por mim o que eu sinto por ele.
  - Como você sabe?
  - , temos mais compras a fazer. – ele fugiu do assunto.
  - Ah não. – disse desanimada.
  - A sim dona, só mais algumas lojas e ai vamos embora ok?
  - Ta né.
  E então fomos fazer mais compras, parecia que íamos comprar o shopping inteiro, mas confesso que estava amando aquilo, afinal quem é que não gosta de fazer compras?

  Depois de terminarmos as compras e passar o dia inteiro no shopping voltamos para nossa casa.
  Ela ligou o rádio baixinho e eu percebi que ela ia começar a falar comigo.
  - E então como você ficou quando o foi te buscar?
  Eu não sabia ao certo o que dizer, achava que eu tinha esquecido, mas eu não tinha esquecido absolutamente nada, e eu tinha entendido o que tinha acontecido, eu falei para que ele podia apagar minha memória, mas na verdade eu não queria isso, então se eu não queria, ele não podia fazer nada.
  Então eu ia ter que inventar alguma coisa para Marry.
  - Ah... Na verdade eu não me lembro muito bem. – disse.
   - Ah é ele apagou né.
  - É.
  Eu não olhava nos olhos dela.
  - E como você acha que vai ser sua primeira noite dormindo em uma casa cheia de vampiros?
  - Acho que vai ser desconfortável. – ri sem vontade.
  Ela riu.
  - Mas você pode me fazer companhia. – disse.
  - Não posso.
  - Por quê?
  - Porque eu não moro naquela casa e eu nem deveria entrar lá sabia, deixa porque ele confia em mim.
  - Você sabe o que eu sou?
  - Sei sim.
  - Que bom, porque eu não sei.
  Ela riu.
  - Calma, o vai te contar, ele não pode esconder nada de você, você precisa saber do que precisa tomar cuidado, aonde você pode ficar e onde não pode com quem você pode falar e de quem você tem que tomar distância, e mais algumas coisas ai.
  - Espero que ele não demore muito pra contar.
  - Ele não vai. – ela falou com certeza.
  E o resto do caminho até em casa foi silencioso, exceto pelas músicas que tocavam no rádio.

  Chegamos em casa e Marry parou o carro em frente a casa que eu ia ficar.
  - Caramba vocês compraram o shopping inteiro? – apareceu abrindo o porta malas do carro.
  - Exagerado. – Marry falou.
  Comecei a pegar algumas sacolas para levar para meu quarto.
  - Deixa que eu levo. – disse e pegou um monte de sacolas no carro.
  - Obrigado. – disse sorrindo.
  - Descarreguem o carro e você guarda ele pra mim? – Marry disse jogando a chave para que concordou com a cabeça.
   levou todas as compras até meu quarto e eu só ficava olhando ele fazer isso com muita rapidez. Depois que já tinha carregado todas as sacolas o chão do meu quarto estava repleto de sacolas de compras.
  - Acho que vou ter muito trabalho aqui. – disse.
  - Vai mesmo. – ele riu sorriso lindo.
  - Você podia me dar uma ajudinha aqui, com a sua rapidez você guarda tudo rapidinho. – disse.
  - Essas coisas melhor você fazer, eu acho que arrumaria tudo de qualquer jeito, não queira ver meu guarda-roupa. – ele disse brincalhão.
  - Ok, eu dou um jeito nisso aqui sozinha.
  - E como foi seu dia?
  - Cansativo, mas eu gostei, a Marry é muito legal e ela me contou algumas coisas sobre ela.
  - Já até imagino o que.
  - Ela é muito grata a você.
  - Pelo que? Por tornar ela do jeito que é?
  - Você se arrepende?
  - Não é isso... depois nós conversamos, agora você tem o que fazer aqui.
  Outra vez ele fugiu do assunto.
  - Ok.
  - Amanhã vamos dar uma volta, preciso te contar algumas coisas né.
  - Sério?
  - Sim. Agora vou te deixar sozinha. Boa noite .
  - Boa noite.
  E ele me deixou sozinha.

  Antes de começar a arrumação fui tomar um banho para relaxar e para pensar. Eu já me sentia mais a vontade ali, e Marry eram como meus amigos, eu adorava estar com eles para conversar, talvez fosse cedo demais para pensar assim deles, mas eu sentia que podia confiar neles. Também pensei em minha família, como será que eles estavam? Deviam estar desesperado atrás de mim e eu não tinha como saber o que estava acontecendo em Londres. Na verdade eu não sabia se queria saber, talvez não sabendo eu sofresse menos, era egoísmo meu, mas já que não tinha outro jeito...

  Terminei meu banho e fui arrumar tudo, antes liguei o notebook, agradecendo pela internet já estar instalada, e comecei a baixar CDs das minhas bandas preferidas, o primeiro que ouvi foi o do Panic! At The Disco.
  E então comecei a arrumação, e naquele momento eu só pensava nas músicas tocando, desliguei minha mente do mundo, da minha vida maluca, e fiquei curtindo aquelas músicas.
  Eu chegava a ficar tonta indo de um lado pro outro arrumando, e por volta das 2h da manhã terminei de arrumar.
  Eu estava caindo de sono então desliguei o notebook, fui ao banheiro e quando volto para o quarto e estava prestes a me deitar dois toques na porta me assustam.
  - Entra. – disse.
  Ele não chegou a entrar, apenas colocou metade de seu corpo para dentro.
  - Ta sem sono? – ele perguntou.
  - Não, na verdade estou morrendo de sono e já estava indo me deitar. – respondi.
  - Ah é que eu escutei a música então achei que estava sem sono.
  Fiquei o olhando.
  - Vou te deixar dormir. Boa Noite.
  - Boa noite .
  Ele saiu do quarto e eu me deitei pra dormir.

“O que deu em mim? Porque eu tinha ido até o quarto dela? Eu só podia estar ficando louco.” ia de um lado para o outro se perguntando o porquê daquela visita ao quarto de . “Isso não esta certo, algo de errado está acontecendo comigo, isso não vai ficar assim” ele disse dando um último gole em sua bebida e foi à procura de uma distração... No pescoço de alguém.

Capítulo 3

  Uma música tocava no último volume, era rock dos antigos, e foi desse jeito que eu acordei.
  Depois de perceber que não ia conseguir dormir mais devido aquela música resolvi levantar. Fui até o banheiro fazer minhas necessidades matinais e depois voltei para o quarto procurando por algo que pudesse me informar que horas eram.
  Liguei o notebook e lá vi que ainda era 8h da manhã.
  - Não acredito que esses vampiros me acordaram essa hora. – disse sozinha.
  Eu odiava acordar cedo, se não fosse por algo muito importante eu só levantava depois do meio dia.
  Aproveitei o notebook ligado e resolvi dar uma olhada no meu e-mail e ver se lá conseguia saber de alguma coisa que estava acontecendo em casa.
  Quando o site abriu vi que tinha dois e-mails ainda não lidos, um era de propagandas de sites de compras, então nem fiz questão de abrir, apaguei. O outro e-mail era da minha irmã, o assunto do e-mail era “Procura-se”, imediatamente abri e no e-mail falava sobre o meu sumiço, o dia que tinha acontecido e pedindo ajuda para me encontrar.
  Não consegui segurar as lágrimas, eu não conseguia para de pensar na minha família, em como eles deviam estar, no que eles estavam pensando sobre o meu sumiço, esses pensamentos vinham em minha cabeça e eu tinha que fingir que nada estava acontecendo, me segurar para não fazer nenhuma besteira.

  - ? – bateu na porta.
  No mesmo instante desliguei o notebook de qualquer jeito e limpei as lágrimas do meu rosto tentando disfarçar meu estado.
  - Pode entrar. – disse.
  Ele entrou no quarto com um sorriso lindo no rosto.
  - Bom dia. – ele falou.
  Apenas sorri.
  - Dormiu bem?
  - Dormi sim, mas não posso dizer o mesmo sobre acordar. – disse e ele logo entendeu o motivo de eu ter falado isso.
  - O Jimmy sempre acorda assim, nós já nos acostumamos.
  - Isso quer dizer para eu me acostumar também?
  - É. – ele sorriu.
  - Quem é Jimmy?
  - Um dos vampiros que mora aqui.
  - Ah é obvio né, um humano que não ia ser.
  - Engraçadinha.
  Ri sem vontade.
  - Mas e ai, pronta para o nosso passeio?
  - Vou poder perguntar o que eu quiser?
  - Vai!
  - Então estou pronta.
  - Vamos comer alguma coisa e então vamos ok?
  - Ok!
  Fomos até a cozinha, que era bem grande por sinal, e lá nos servimos de torradas e suco de laranja natural, ficamos em silêncio.
  Quando já estava satisfeita me levantei da cadeira e disse que queria sair dali.
  - Calma, tem alguém que você precisa conhecer.
  - Quem?
  E um homem entrou na cozinha todo se achando, era o tipo de cara que se eu visse andando por ai acharia que ele era um idiota qualquer, apesar de ser lindo, mas eu não suportava caras que se achavam.
  Ele era alto, olhos escuros, cabelos também escuros, vestia jeans e uma camisa social branca.
  - . – ele passou por dando um tapa de leve em suas costas.
  - Fala Jimmy.
  Outro motivo para que eu já não fosse com a cara dele, foi ele quem me acordou com o som no último volume.
  Jimmy foi até um freezer, que ficava ao lado da geladeira, e pegou uma bolsa de sangue.
  - To faminto. – Jimmy falou começando a beber.
  - Jimmy! – chamou sua atenção e olhou para mim.
  - Olha só, você deve ser a nossa tão procurada amiguinha. – ele disse finalmente prestando atenção em mim.
  Dei um sorrisinho em resposta.
  - Jimmy, essa é a . , ele é o Jimmy. – nos apresentou.
  - É um prazer te conhecer. – ele disse.
  - Igualmente, eu acho.
  Passou um minuto e Jimmy ainda se deliciava com o sangue, comia e eu fiquei calada, tentando não olhar para Jimmy e sua bolsa de sangue.
  - , vamos? – finalmente falou.
  - Claro. – disse.
  - Já vão? Bom passeio pra vocês, e Lian boa sorte com as explicações. – ele sorriu para nós.
  - Valeu Jimmy.
  E finalmente me tirou daquela cozinha.
  - Não liga para o Jimmy, ele é bem legal você só precisa conviver mais com ele. – disse sorrindo para mim.
  - Vamos acabar logo com isso ta, eu quero saber o porquê os vampiros que estão nessa casa são, ou tentam ser, gentis comigo, enquanto os demais que vivem aqui nem sabe que eu sou humana. Eu quero saber o que eu sou!
  - Só os que vivem com a gente sabe o que você realmente é, os demais acha que você é uma simples vampira também velha. – ele fez aspas quando falou a última palavra.
  - Por que eles não podem saber o que eu sou?
  - Porque temos medo de que eles podem tentar fazer alguma coisa que não deve com você, na tentativa de deixar você contra a gente, principalmente contra o .
  - E como eles podem me usar?
  - Te transformando! Se você virar uma vampira você não vai ser mais a mesma, você vai mudar .
  - Qual é o problema deles com o ?
  - Eles acham que podem tomar o lugar do , isso é meio que impossível, o é um original, mas eles não entendem isso pelo menos eu penso assim.
  - E eu seria uma ótima arma pra eles conseguirem o que querem. – disse.
  - Sim!
  - Entendi.
  - Mas a maioria deles é do bem, não querem fazer mal a ninguém que mora aqui.
  - Ainda bem né.
  - Vou pegar meu carro e ai vamos para um lugar para podermos conversar melhor. – ele disse sorrindo.
  - Ok. – sorri também.
  Enquanto esperava pegar o carro avistei Marry acompanhada por mais alguns vampiros, eles brincavam de alguma coisa que não sabia dizer o que era, mas era algo que com certeza eu não poderia brincar, coisas de vampiros.
  Mas a frente, ali sozinho estava , ele parecia estar distraído, mas notou que eu o olhava e então me olhou também, desviei o olhar rapidamente e ele percebeu, eu estava sem graça, mas não consegui evitar olhar novamente e ele ainda me olhava, ele tinha um sorriso de canto, não conseguia mais desviar meu olhar dele até que chegou com o carro.
  Entrei no carro e quando olho para de novo seu semblante havia mudado agora ele estava sério, então parei de olha-lo.
  E então saímos daquele lugar. Eu não sabia aonde ia me levar, mas decidi não fazer perguntas apenas apreciei a paisagem que passava do lado de fora.

  Eu estava distraída quando avisou que tínhamos chegado. O lugar era lindo, isolado da cidade, lá só se via verde, uma natureza muito bonita.
  - Que lugar é esse? – perguntei saindo do carro logo depois que ele saiu.
  - Eu achei melhor te trazer em um lugar que poderíamos conversar a vontade sem ninguém para nos atrapalhar.
  E realmente ninguém iria nos atrapalhar naquele lugar.
  - Vamos, a gente vai andar um pouco. – ele falou.
  - Tá.
  E começamos a nossa caminhada por um descampado de grama, meus olhos não podiam avistar o fim daquele gramado, era muito grande, e árvores e flores faziam parte daquele cenário perfeito.
  O dia estava fresco e agradeci a mim mesma pelas roupas que estava usando, shorts, regata e meu allstar, ótimo para um dia com aquela temperatura e aquela programação.
  Nossa caminhada foi silenciosa, eu só conseguia prestar atenção naquela vista que aquele lugar me proporcionava.
  Andamos uns dez minutos e chegamos ao que parecia ser o ponto mais alto daquele lugar.
  - Aqui ta perfeito. – disse.
  - UAU! – disse boquiaberta.
  Que vista incrível.
  - É lindo não é? – disse olhando na mesma direção que eu olhava.
  - Muito.
  Ficamos cerca de um minuto em silêncio.
  - E então por onde você quer começar? Pode começar a sessão perguntas. – ele disse brincando.
  - Confesso que nem sei por onde começar.
   se sentou na grama e pediu para que eu me sentasse também.
  Sentei-me ao seu lado e sorri para ele quando vi que ele também sorria.
  - Então eu começo a te contar. – ele disse.
  - Ok, nem vou te interromper, quero saber tudo.
  - Vamos começar falando do seu sequestro. – fez uma breve pausa.
  - Não espera. – falei quando ele ia começar a falar.
  Ele me olhou não entendendo.
  - Comece falando do que eu sou, porque eu sou tão importante e porque eu não posso virar vampira. – disse de uma vez.
  - Tá. você é uma bruxa! – ele disse de uma vez.
  Aquilo pareceu um insulto, não pude deixar de arregalar meus olhos quando o ouvi falando aquilo.
  Ele percebeu minha reação e riu.
  - Calma eu vou te explicar, lembra que eu te disse que os vampiros só podiam entrar na sua mente se você permitisse? Então, a gente acha que só uma bruxa pode fazer isso, mas tem um pensamento diferente, ele sabe que você consegue bloquear sua mente de qualquer vampiro que quiser ‘entrar’ nela, mas você pode fazer o mesmo se bruxas tentarem, então a gente tem opiniões diferentes, uns acha que você é bruxa outros não. E não tem nenhum jeito que a gente possa saber disso. – ele parou de falar.
  Aproveitei sua pausa pra falar.
  - Até ai não vi nada demais. – disse tentando passar indiferença.
  - Calma eu nem terminei de falar.
  - Então continue.
  - Temos quase certeza que você tem poderes e eu sei que é estranho e parece ser ridículo pra você, mas pra nós não é nem um pouco. Só não sabemos como fazer pra você usar seus poderes. acha que você não tem poderes, apenas tem a habilidade de conseguir bloquear sua mente de coisas sobrenaturais.
  - Olha não pensava que ia dizer isso, mas eu concordo com ele.
  - No que?
  - No que você acabou de falar, eu não tenho poder nenhum , e sim isso é ridículo, muito ridículo.
  - Pra você pode ser ridículo, mas pra nós é muito sério , se você realmente tem poderes você pode ser muito útil para nós, ou contra a nós.
  - Por quê?
  - Porque você pode ser uma esperança para continuarmos vivos, você pode ser uma arma contra todos que não querem a gente aqui.
  - Ah então eu sou uma arma?
  - Sim! Você é uma arma e muito valiosa pra gente, tente entender que você pode ser a única chance de continuarmos vivos, precisamos de você com a gente.
  - E se eu virar vampira?
  - Não queremos que você vire uma, caso contrário estaríamos colocando você contra nós, não é certeza, mas achamos que sim.
  - E por quê?
  - Se você se transformar você não vai virar só vampira.
  - Não estou entendendo.
  - Você se transforma em uma hibrida.
  - O que?
  - Isso mesmo que você escutou.
  - Meu Deus.
  Eu não podia acreditar no que estava ouvindo.
  - É por isso que achamos que você se voltaria contra nós, os híbridos não nos suportam, eles se voltaram contra nós e principalmente contra já que foi ele que os transformou.
  - E por que ele me quer aqui?
  - Não é uma escolha dele . O motivo pelo qual te sequestramos é que se não fosse nós, outros iriam atrás de você, mas os outros não iriam te deixar humana.
  - Então os híbridos iriam atrás de mim para me transformar e assim virar um deles.
  - Exato, eles querem você do lado deles.
  - E como eles sabem de mim?
  - Todos os originais sabem, e o confiava nos seus híbridos e contou sobre você, ele só não imaginava uma revolta deles.
  - Ok entendi, mas se eu sou útil como humana e não sei fazer nada demais, de que eu sirvo?
  - Ele quer descobrir, e se ele quer ele vai conseguir.
  - Você sabe como?
  - Não, ele não fala.
  Eu estava com medo do que poderia fazer comigo.
  - Mas eu vou estar com você. – ele disse tentando me passar segurança.
   estava sendo tão bom comigo e eu tinha medo de confundir meus sentimentos por ele, ele não podia ser mais do que meu amigo, um amigo que sempre ia estar comigo enquanto eu estivesse ali.
  - O que mais você quer saber?
  - Quantos originais existem?
  - Quatro.
  - E onde eles estão?
  - Por ai, em qualquer canto do mundo, é difícil ver eles juntos.
  Ficamos em silêncio, eu processava tudo o que ele havia me falado.
  - Eu to com medo.
  - , enquanto eu puder te ajudar vou estar com você, e tem mais, os outros também estão com você, nem todos concordam que faça alguma coisa com você.
   me abraçou e eu não consegui segurar as lágrimas.
  Alguns minutos se passaram, não foram muitos, mas eu queria que aquele momento fosse longo, eu não precisava ter poderes pra saber que aquela calmaria não duraria muito tempo então queria aproveitar ao máximo.
  - Vamos pra casa? – ele falou.
  Eu ainda queria saber mais uma coisa.
  - , o que você sente pela Marry? – ele ficou surpreso com minha pergunta, ele não esperava por essa.
  - Ela é uma amiga muito querida. – ele respondeu não me convencendo.
  - Eu sei que vocês não são só amigos.
  - A gente é mais que amigos, mas não devia ser assim, os meus sentimentos são diferentes do dela.
  - Você não gosta dela?
  - Gosto sim, mas não do jeito que ela gostaria que eu gostasse e ela sabe disso.
  - Ela sabe, mas não deixa de ficar com você.
  - Eu nunca a machucaria, acho que pelo fato de que fui eu quem a transformei, e mesmo assim ela gosta de mim.
  - Mas ela é grata a você por ter transformado ela.
  - Eu sei. Por isso fico com ela, não a machucaria então aceito ficar com ela.
  - Mas e se um dia você sentir algo por alguém?
  - Isso não vai acontecer.
  Eu não deveria ter ficado chateada ao ouvir aquilo, droga!
  - Se você é tão certo disso. – disse.
  Silêncio.
  - O sabe que ela sabe sobre mim?
  - Sabe.
  - E ele não fez nada?
  - Eu pedi pra ele não fazer nada, ele sabe que eu confio em Marry.
  - Eu gosto dela, é a única pessoa que eu me sinto a vontade pra conversar.
  - Nossa obrigado pela parte que me toca. – ele falou.
  Eu ri.
  - Ta você também é uma pessoa que eu consigo conversar a vontade.
  Ele sorriu, aquele sorriso estonteante.
  Ficamos conversando sobre várias coisas, ele me explicou diversas coisas, me falou sobre todos que moram naquela casa, e o tempo passou e nem notamos, mas eu fiquei com fome e mesmo não querendo sair dali a fome falou mais alto.
  - Então vamos pra casa se alimentar. – falou.
  - Vamos.
  Eu estava com um pouco de receio de voltar para aquela casa e ver , sabia que logo que o visse começaria a imaginar como ele faria pra descobrir de que eu sirvo, mas eu não tinha escolha era pra isso que eu estava ali.

  O caminho até em casa foi rápido, logo que chegamos deixou seu carro em um lugar e seguimos a pé até a nossa casa, era estranho falar ‘nossa casa’ eu estava ali há poucos dias, mas agora lá era minha casa.
  Andávamos tranquilamente, estava ao meu lado. E tudo aconteceu muito rápido aos meus olhos.
  Ouvi tiros e estava caído ao meu lado, balas de madeira tinham acertado ele, e do nada eu estava cercado por vampiros.
  - . – o chamei na esperança de o ver levantar e me ajudar, mas ele não se mexeu.
  Os vampiros se aproximavam de mim, eu estava desesperada.
  - . – chamei mais uma vez.
  E um dos vampiros passou por mim como um vulto de tão rápido, e uma dor insuportável se fez no meu pescoço, mas não durou muito tempo. Outro vulto passou por meus olhos e aquele que me mordia foi arremessado para longe de mim, cai no chão não conseguia me manter de pé.
  E uma luta começou, mas não consegui manter meus olhos abertos para ver o resto da briga.
  Senti alguém me pagando no colo.
  - ? – tive que fazer esforço para falar.
  - O está bem. – aquela voz falou com calma.
  Ele não fazia esforço algum para me segurar em seu colo.
  Fechei os olhos e só os abri quando senti que estava deitada em minha cama.
  Eu estava fraca e aquele vampiro me deu seu sangue.
  - Você não deveria fazer isso. – falei com dificuldade.
  - Eu preciso de você viva. – ele falou.
  - Você precisa de mim como humana não como vampira, eu posso morrer com seu sangue no meu corpo e ai me transformaria em hibrida.
  - Bebe! – ele mandou.
  Bebi seu sangue e aos poucos ia me sentindo melhor.
  - Você não quer tocar nesse assunto não é?
  - O já não te contou tudo?
  - O que você pretende fazer comigo?
  Ele fez cara feia e por sorte dele , Nick, Jimmy e mais dois vampiros chegaram.
  - Acabaram com eles? – perguntou.
  - Com quase todos, alguns escaparam. – Jimmy respondeu.
  - Quem eram eles? – perguntei.
  - Provavelmente aqueles que te querem ver como vampira e se voltar contra mim. – respondeu.
  - Como eles entraram aqui sem ninguém perceber? – um dos vampiros falou e reconheci que foi o que buscou eu e no aeroporto.
  - Boa pergunta. Isso não pode mais acontecer. – falou transbordando raiva.
  - Não vamos deixar mais ninguém encostar nela. – falou olhando para mim.
  - Hoje quase conseguiram o que mais queriam, e ninguém sabe explicar como isso foi possível. – falava nervoso.
  Os vampiros apenas ouviam.
  - Vocês sabem perfeitamente que ela não pode ser transformada, foi a ordem que eu passei pra vocês, cuidar para que isso não aconteça, será que é tão difícil assim? Será que é tão difícil cuidar de uma menina aparentemente normal?
  Eu não gostava do jeito que ele se referia a mim.
  - Vamos continuar essa conversa em outro lugar. – falou olhando para mim e depois saiu do meu quarto.
  Os demais vampiros o seguiram, mas ficou.
  - Você esta bem? – perguntei.
  - Eu é quem te pergunto.
  - O me deu sangue.
  - Só hoje ele salvou sua vida duas vezes.
  - Duas vezes?
  - Foi ele quem arremessou aquele vampiro longe, se ele não chegasse a tempo aquele vampiro te mataria.
  Que ótimo, ele me salvou duas vezes num dia só, devia minha vida em dobro pra ele.
  - Eu preciso ir lá, o ta furioso e é melhor não piorar as coisas.
  - Ok, pode ir.
  - Que bom que você está bem. – ele disse sorrindo.
  Sorri também.
  Ele deu um beijo em minha testa, me pegando de surpresa, e saiu do quarto.

  Eu estava cansada, então fui tomar um banho, e apesar de não estar de noite eu já me encontrava debaixo das cobertas pronta para dormir e me desligar daquele mundo de vampiros, pelo menos por algumas horas.

Capítulo 4

  Londres

  No dia seguinte do sumiço de ...
  A mãe de estava preocupara pelo fato de a filha ter dormido fora de casa, quando ela dormia fora ela sempre avisava, nunca foi de deixar os pais preocupados.
  Eram duas da tarde e como a filha não dava noticias, Sue, mãe de resolveu ligar para as amigas dela.
  Ligou para todas e elas disseram a mesma coisa, que tinha ido para casa junto com elas, Kate a última que viu afirmou que viu indo para casa.

  Horas se passaram e nada de .
  Era de noite e Sue não se aguentava mais de preocupação, apesar de o pai da menina ter ido procura-la a mãe não conseguia ficar quieta no canto.
  O pai da menina chegou por volta das oito da noite e não trazia noticias da menina.
  - Vou ligar para a polícia. – Sue falou.
  - Liga sim, ninguém tem noticias dela. – Peter, o pai de falou.

  A polícia fazia suas investigações sobre o sumiço de , e disse que no dia seguinte todos que esteve com a menina teria que ser interrogado.

  No dia seguinte...
  Familiares e amigos de compareceram a delegacia para depor, mas ninguém tinha o que esconder todos ali presentes sabiam que depois da balada de sexta-feira à noite, tinha ido para sua casa, era o que eles achavam.
  Horas de interrogação, e a polícia começou ir mais a fundo nas investigações.

  Após saírem da delegacia os amigos de se reuniram em um pub para conversarem sobre o assusto.
  - Não é possível a ter sumido do nada gente, eu vi ela indo para casa. – Kate disse.
  - Será que ela fugiu?
  - Lógico que não, ela nem tem motivo para fugir, sua família está aqui, seus melhores amigos, eu. – Sebastian, o namorado de disse.
  - É muito estranho esse sumiço.
  - Tem um jeito de saber o que aconteceu.
  - Como?
  - As casas tem câmera de segurança, se alguém sequestrou a aquelas câmeras vão nos mostrar.
   morava no Oeste de Londres, o lugar mais elitista da cidade e onde a maioria das casas da rua da menina havia câmeras de segurança, inclusive a de Kate, as filmagens da casa de Kate davam pra ver direitinho a casa de , e também era a casa que tinha câmera mais próxima da casa de , a única que dava pra ver.
  - Sim a minha casa tem câmera e da pra ver a casa de . – Kate disse.
  - Então vamos logo ver essas filmagens.
  Os amigos foram até a casa de Kate e não demorou para que a menina viesse com as fitas das filmagens.
  - Não é melhor entregarmos para a polícia?
  - Não, vamos ver logo. – Sebastian falou.
  E então eles começaram a assistir.
  Para ir mais rápido Kate posicionou a filmagem na hora que elas chegaram em casa, o vídeo mostrava as meninas se despedindo e quando ia entrar para dentro de sua casa a filmagem foi cortada e mostrava a rua fazia.
  - Como assim, a filmagem foi cortada?
  - Pelo que parece sim.
  - Mas minha família são os únicos que tem acesso a essas filmagens. – Kate falou.
  - Será que seu pai...
  - Claro que não. – a menina não deixou o amigo terminar de falar quando ele ia dizer que seu pai estava por trás daquilo.
  - E agora, o que nós faremos?
  - Entregamos para a polícia, nós não podemos fazer nada gente, só a polícia pode.

  “Flashback”
  Noite de sexta-feira...
  Enquanto se resolvia com , Nick tinha que cuidar para que eles não fossem descobertos, e para isso tinha que dar um jeito nas câmeras que filmava a entrada da casa de , que por um azar, ou não era a casa de sua amiga Kate que tinha câmeras que filmava a casa de .
  Nick tocou a campainha, Kate abriu a porta, ela ainda vestia a roupa que usava quando tinha chegado em casa.
  - Me convide para entrar. – Nick falou simpático, mas seu olhar a hipnotizava.
  - Pode entrar. - a menina convidou.
  - Vou fazer uma mudança nas suas filmagens e você não vai dar um pio, entendeu?
  A menina concordou com a cabeça.
  - Fica ai sentada quietinha. – a menina sentou-se no sofá e ficou até que Nick voltasse.
  Nick foi ligeiro, só precisava dar uma editada na filmagem e um notebook colaborou para isso, não que ele entendesse tudo sobre editar vídeos, mas ele não teve dificuldades para apagar a filmagem de e conversando.
  10 minutos e ele voltou para a sala onde estava Kate, a menina permaneceu do jeito que ele havia mandado, como ele já tinha acabado o que tinha que fazer, ele só precisava fazer mais uma coisa.
  - Você não vai se lembrar de nada, sobe direto para seu quarto e vá dormir. – ele falou para a menina que obedeceu.
  E então ele se retirou daquela casa e foi esperar por e no carro, eles não demoraram a chegar e então seguiram seu caminho.
  “Flashback off”

  Dois dias tinham se passado desde o sumiço de , a polícia fazia seu trabalho, procurava em todos os cantos da cidade, os amigos haviam entregado as filmagens da câmara de segurança para a polícia e o pai de Kate passou a ser um suspeito, mas ele garantia que estava dormindo quando a filha chegou em casa, Kate falava a mesma coisa.
  - A única prova que nós tínhamos não serviram para ajudar, as filmagens foram cortadas bem na hora em que sua filha chegou em casa, não deu para ver ela entrando para casa. – o chefe de polícia dizia para os pais da menina.
  Os pais da menina não sabiam mais o que fazer, não sabiam o que pensar, tentavam não pensar no pior, eles tinham fé que a filha deles estava bem e que algum sem coração a sequestrou para conseguir dinheiro em troca de resgate, mas porque não tinham entrado em contato ainda?
  Sue não conseguia parar de chorar, não conseguia mais se controlar, dormia graças aos calmantes que tomava, enquanto Peter fazia buscas por conta própria, ele achava que dava para fazer mais do que a polícia estava fazendo.
  Os amigos de não podiam fazer nada, Kate, sua melhor amiga ficava com Sue quando Peter saia para procurar a filha, Sebastian estava deprimido, não entendia o sumiço da namorada.
   tinha dois irmãos, eles já eram casados e morava em cidades diferentes do resto da família, o mais velho, Willian tinha 27 anos e morava com a mulher em Liverpool, logo que ficou sabendo do sumiço da irmã resolveu passar alguns dias com seus pais, até porque sua mãe estava precisando da companhia dos seus filhos, a filha do meio, Mariah tinha 24 anos e havia se casado havia um mês, ela não poderia comparecer naquele momento com a família, pois estava em lua de mel com o marido em Paris, mas logo ela estaria de volta, e para não se sentir inútil enquanto todos faziam alguma coisa para ajudar a procurar , ela resolveu enviar um e-mail para seus amigos de Londres com o assunto “Procura-se”.

  Dias depois...
  Os policiais não paravam suas buscas até que encontraram algo suspeito.
  Como não achavam pistas de em lugar algum resolveram investigar nos aeroportos de Londres para saber se havia possibilidade da menina ter saído do país. No segundo dia de investigações em um dos aeroportos, pessoas que trabalhavam no mesmo disseram que viram a menina embarcando, mas o nome não era o mesmo.
  - Tenho certeza que vi essa menina embarcando aqui no sábado de noite, mas não era esse nome. – um dos funcionários falava para a polícia.
  - Qual era o nome dela?
  - Alexia.
  - E ela estava acompanhada por alguém?
  - Não senhor, a menina estava sozinha.
  - Foi você que atendeu ela?
  - Não, foi outro funcionário.
  - Onde encontro ele?
  - Na parte de check-in, o nome dele é Caleb.
  - Obrigado.
  O policial se dirigiu até o funcionário Caleb.

  “Flashback”
  No aeroporto antes de fazer o check-in...
  - Aqui está os papeis para você fazer o check-in. – Nick disse.
  - Alexia? – perguntou não entendendo aquele nome.
  - Não podemos colocar seu nome verdadeiro, senão vão te achar muito fácil. – explicou.
  - Ah entendi.
  - Agora você vai lá e vai falar o que eu te disser. – Nick explicou direitinho o que tinha que dizer.
  A menina fez exatamente o que Nick disse.
  Minutos depois ela voltou com tudo certo para ela viajar.
  - Porque vocês não me acompanharam?
  - Foi mais seguro você ter ido sozinha. – disse.
  - Agora eu tenho que fazer uma coisa. – Nick disse saindo.
  Ele foi em direção ao funcionário que atendeu .
  - Ele vai apagar a minha imagem da memória dele né? – perguntou.
  - Ta ficando esperta hein. – disse rindo.
  Aquilo era uma afirmação.
  Nick voltou e já estava na hora do voo deles.
  “Flashback Off”

  - Você é o Caleb? – o policial perguntou para o jovem funcionário.
  - Sim senhor.
  - Pode me acompanhar, por favor?
  - Claro.
  Caleb seguiu o policial até um lugar mais restrito e mostrou a foto de para ele.
  - Você já viu essa menina por aqui?
  - Não. – o menino respondeu depois de olhar bem para a foto.
  - Tem certeza?
  - Tenho sim.
  - Outro funcionário afirmou ter visto ela aqui no sábado a noite e disse que você a atendeu. - o policial já estava impaciente.
  - Atendemos milhares de pessoas por dia senhor, eu já disse, não me lembro dela.
  O policial viu que o garoto não estava mentindo, então mandou o mesmo voltar ao trabalho.
  Só tinha um jeito de descobrir se havia estado naquele aeroporto no sábado: mais uma vez eles optaram pelas câmaras de segurança.
  Então a equipe da polícia entrou em contato com os responsáveis pelas filmagens do aeroporto e pediram para ver, mas eles não teriam acesso às filmagens de imediato, demorariam alguns dias para que eles pudessem ver as filmagens.
  A família da menina estava informada sobre as últimas notícias, de que teria embarcado em um dos aeroportos da cidade, e uma esperança cresceu naquela família, e principalmente a mãe da garota acreditava que era a filha dela que tinha embarcado naquele aeroporto, mesmo não vendo a filmagem, mesmo o nome não sendo o mesmo, ela acreditava que a filha dela estava bem e que tinha saído sem pensar da cidade.
  Mas eles não podiam deixar de se perguntar o porquê dela ter feito tal coisa.
  - Não acreditamos que ela tenha saído por conta própria da cidade, ela tinha algum motivo, ou alguém a obrigou. – a policia avisou.
  Ninguém fazia ideia do que poderia ter feito sair da cidade.
  Mas agora só restava esperar por longos dias para ver as imagens, confirmar se era ela mesma naquele aeroporto, e se fosse a polícia teria que começar novas investigações, e deixando bem claro que levaria tempo, muito tempo.

  Newport New, VIRGINIA

  Enquanto dormia uma reunião dos vampiros mais velhos acontecia...
  - Eu não me conformo em como aqueles malditos vampiros entraram aqui. – ainda estava com muita raiva.
  - E se foi algum daqueles novatos que os deixou entrarem? Talvez eles não imaginassem que fossem vampiros querendo nos matar.
  - Não se pode mais confiar em ninguém, temos que dar um jeito de avisar aqueles novatos para não deixar qualquer um entrar aqui assim como eles entraram. – Jared falou.
  - As coisas vão mudar aqui, está proibida a entrada de qualquer vampiro neste terreno, os que temos já são o suficiente para a nossa segurança. – falou.
  - E também não podemos deixar qualquer um entrar aqui, temos que proteger , e deixando qualquer um entrar é um risco muito grande que corremos. – falou.
  - Exato. Jimmy reúna todos os vampiros e converse com eles sobre a segurança daqui, diga que se aparecer algum vampiro estranho querendo entrar eles vão ter que avisar um de nós. Se eles não quiserem morrer eles vão ter que cuidar para que ninguém entre aqui, senão eu mesmo vou cuidar para que eles morram.
  - Enquanto eles saberem sobre ? Não é mais seguro?
  - Não, ainda não. Vocês sabem que seria um ótimo motivo pra eles se virarem contra mim, e já basta os híbridos. – falou.
  Os vampiros presentes naquela sala ficaram em silêncio, pensativos.
  - Vou dar uma volta aqui por perto pra ver se vejo algo suspeito, Carter vem comigo? – disse quebrando o silêncio.
  Carter concordou e os dois saíram.
  - Eu vou falar com os novatos. – Jimmy também saiu.
  - Nick, você vem comigo, preciso de você. – Jared saiu e Nick o acompanhou.
  E todos foram cuidar para que tudo ficasse bem e pudesse ficar segura.

   não se conteve e foi até o quarto da garota, que dormia calmamente, ele não sabia o que se passava com ele naquele momento, mas manter a menina viva não era apenas questão de segurança para ele, e sim pelo fato de que algum tipo de sentimento estava crescendo dentro dele, um sentimento que ele negava para ele mesmo, não conseguia se conformar que algo desse tipo podia acontecer com ele, ele não acreditava nisso, e por ele nunca acreditaria, mas era mais forte do que qualquer coisa, mas forte do que aquele vampiro original. Era um sentimento que ele ia negar para tudo e para todos, inclusive para ela.
  Ele suspirou enraivecido e saiu daquele quarto indo procurar alguma forma de saber como aquela invasão havia acontecido mais cedo, ele precisava se distrair, desviar seus pensamentos da menina, e para ele descontando em alguém era uma ótima forma de esquecer.

Capítulo 5

  Era meia noite quando acordei, depois do ocorrido de mais cedo acabei dormindo e acordei essa hora sem sono nenhum.
  Minha garganta estava seca, então fui até a cozinha beber alguma coisa.
  Peguei um copo no armário e água na geladeira, bebi água até matar minha sede, e quando fui lavar o copo para devolvê-lo ao lugar um descuido, o copo escorregou de minha mão caindo no chão e se transformando em mil caquinhos de vidro.
  - Droga! – falei sozinha.
  Imediatamente me abaixei para começar a limpar aquela sujeira, e então percebo que não estou mais sozinha na cozinha.
  - O que aconteceu aqui?
  - Eu deixei o copo cair sem querer, mas já estou limpando a sujeira. – disse sem levantar a cabeça para olha-lo.
  Mesmo eu dizendo isso ele não se retirou da cozinha, tentei ignora-lo.
  E mais um descuido de minha parte, um dos caquinhos de vidro fez um corte em minha mão, fazendo com que saísse sangue.
  - Ai. – disse ao sentir uma fisgada.
  - Você esta bem? – ele perguntou.
  - Sim, só me cortei. – disse.
  - Me deixa ver.
  Ele era um vampiro, um vampiro que era louco por sangue humano, era um risco muito grande deixa-lo ver o sangue saindo de minha mão.
  - Não precisa ta tudo bem.
  Então fui lavar o corte que ainda sangrava, e ardeu um pouco quando a água atingiu o corte.
  Ele ria.
  - Que foi? – perguntei.
  - Você acha que eu não consigo me controlar quando vejo sangue?
  - Vai saber né. Aliás, você é um vampiro e sangue é o que você mais gosta, não é?
  - Mas eu não estou com fome agora, e mesmo se estivesse, eu conseguiria me controlar.
  - Que eu saiba você só se alimenta de sangue humano, então eu corro um grande risco.
   estava em pé de um lado da cozinha, eu estava encostada na pia, do outro lado da cozinha. Ele tinha um semblante brincalhão, sorria lindamente... Porque esses vampiros tinham que ser tão lindos?
  - Você já deveria saber que eu não te machucaria.
  - Será? Se você realmente não quer me machucar, como você vai descobrir do que eu sou útil a você?
  Seu rosto passou de brincalhão para sério em questão de segundos.
  - Você já teve uma conversa com o né?
  - Já sim, e ele me contou que eu sou uma espécie de arma para você, eu posso salvar sua vida.
  - Não tenho tanta certeza disso.
  - Como assim?
  - Como você mesma disse, eu ainda tenho que descobrir o que você é, e como você é útil para mim, e acontece que eu não faço a mínima ideia de como descobrir isso.
  - Então porque eu estou aqui?
  - É isso que vamos descobrir.
  - Como?
  - Ainda não sei.
  Aquela conversa não estava dando em nada, então já que não seria aquela noite que eu descobriria alguma coisa sobre o porquê eu estava ali, resolvi voltar para meu quarto.
  - Vou voltar a dormir. – disse olhando para os vidros que ainda estavam no chão.
  - Não se preocupe com essa sujeira, amanhã não vai ter mais nada ai.
  - Ok. – disse indo em direção à porta.
  - Você não esta com sono, você e eu sabemos disso, então que tal você dar uma volta comigo?
  - O que? – eu estava surpresa com aquele convite.
  - Não precisa ter medo, eu já disse que não vou te fazer nada, eu quero conversar com você, quem sabe assim eu não descubra alguma coisa.
  Eu realmente não tinha sono algum, e o que eu perdia dando uma volta com ele?
  - Pra onde vamos?
  - Andar por ai.
  E então saímos de casa.
  Não fomos para longe dali, mesmo aceitando o convite para dar uma volta, eu ainda não confiava nele, então achei melhor ficar ali por perto.
  - O que você quer saber de mim? – perguntei.
  - Você já se sentiu diferente? Alguma coisa estranha já aconteceu com você?
  - Não.
  - Nem na presença de vampiros?
  - Não.
  - Eu não sei como vou descobrir alguma coisa, nada acontece.
  Estávamos andando lentamente como duas pessoas normais, estava escuro naquele dia, e apesar de estar na companhia de um vampiro que poderia acabar com a minha vida em questão de segundos eu não sentia medo dele, talvez fosse o fato de ele não poder me machucar, ele precisava saber de que eu serviria.
  - Você não esta parecendo ser aquele vampiro mau que todos temem. – disse.
  Ele me olhou e eu pude perceber pelo seu olhar que ele não tinha gostado de ouvir aquilo.
  - Então é melhor você não abusar da sua sorte garota, se não você vai saber quem é o vampiro mau que todos temem.
  Fiquei quieta e ele percebeu que tinha me assustado.
  Talvez ele ainda não tivesse sido quem ele realmente é na minha frente, e já que ele teve o trabalho de me avisar sobre aquilo então era melhor mesmo eu tomar cuidado.
  - Eu não quero te assustar, eu sei que eu não quero, mas eu deveria te deixar com medo de mim, não te deixar confiante na minha presença, o problema é que eu não consigo ser quem eu sou quando você esta por perto.
  Eu não estava entendo o que ele queria dizer.
  - O disse que os vampiros não podem fazer nada contra mim, deve ser isso. – disse.
  - Mas eu nunca tentei nada contra você, e esse é o problema porque eu não consigo fazer mal algum a você.
  - Deve ser porque você precise de mim, mesmo não sabendo pra que.
  - Talvez seja isso.
  Ficamos alguns minutos em silêncio.
  - Obrigado. – disse quebrando o silêncio.
  - Pelo que? – ele não entendeu.
  - Você salvou minha vida duas vezes em um dia só, tenho que te agradecer em dobro.
  - Era o que tinha que ser feito, você não pode morrer por causas sobrenaturais, o te contou sobre isso.
  - Causas sobrenaturais? – essa parte eu não sabia.
  - Sim, o não te contou isso?
  - Não.
  - Se você for morta por algo sobrenatural, como vampiros, lobisomens ou até bruxas você vira... – ele não continuou.
  - Hibrida. – completei para ele.
  - Exato. Agora se for morte por causas naturais, você morre em paz. – percebi um sarcasmo da parte dele.
  - Entendi.
  Então eu tinha chances de não me tornar hibrida.
  - Agora eu só não entendo como você pode se tornar uma hibrida, fui eu quem transformou os primeiros híbridos, então como você pode se tornar uma?
  - E você pergunta isso pra mim?
  - Da onde você veio menina?
  - Até onde eu sei, foi da barriga da minha mãe.
  - Mas você é diferente de qualquer outro humano.
  - Até então não vi nenhuma diferença.
  - Tem uma diferença que pode ser notada, diferente de você eu posso chegar a qualquer humano e mandar fazer o que eu quiser e depois posso apagar tudo da mente dele. Já com você isso é diferente.
  - Você já tentou?
  - Não.
  - Então como você tem tanta certeza disso?
  Ele ficou pensativo.
  - Então que tal se você me desse um tapa na cara?
  - O que? – não estava entendendo.
  Ele bufou revirando os olhos.
  - Não funcionou.
  - Ah você tava tentando.
  - Estava.
  Dei risada.
  - Porque um tapa na sua cara?
  - Foi o que me veio à mente agora.
  Continuei rindo.
  - Agora temos certeza de que eu não posso fazer nada.
  - E se eu deixar?
  - Como assim?
  - Se eu permitir você consegue entrar na minha mente.
  - É isso é verdade. Então vamos tentar alguma coisa.
  - O que?
  - Me permite entrar na sua mente.
  - Ok.
  - Me dê um tapa na cara.
  *Clap*
  Sem nem pensar duas vezes dei um tapa no rosto de com toda a minha força.
  - WOW. – o ouvi dizer e quando olho para ele, ele estava com mão no rosto.
  - Desculpa. – disse assustada.
  - Tá tudo bem. – ele disse. - Então já percebemos que se você permitir eu consigo mexer com você.
  - Eu sei.
  - Vamos tentar de novo.
  - Ok.
  Mas dessa vez ia ser diferente, eu não ia permitir que ele entrasse na minha mente de verdade, eu queria saber o que ele ia pedir, e já que o me ensinou, mesmo sem saber, que se eu não quisesse ninguém podia entrar na minha mente, eu ia fazer esse truque com .
  E depois de pensar e parecer estar decidido do que pedir ele falou.
  - Eu quero um beijo seu.
  Por essa eu não esperava, me pegou de surpresa fazendo aquele pedido e eu não podia negar, afinal ele achava que eu estava hipnotizada.
   se aproximava de mim e eu não me mexia, mas será mesmo que eu queria me mexer? Ele estava bem próximo de mim, então com uma de suas mãos ele segurou minha cintura, com a outra ele começou a acariciar meu rosto, aquela vontade de me afastar dele já não era mais evidente, e então o beijo aconteceu, um beijo calmo, quente, gostoso e demorado. Ele estava gostando do beijo... Eu também.
  Mas o beijo teve fim e ele tentou me fazer esquecer, mas eu não queria me esquecer desse beijo, eu não permiti que ele me fizesse esquecer.
  Ele me olhava sem dizer nada e eu fazia o mesmo, mas estava ficando sem graça.
  - Vamos voltar para casa. – ele disse.
  - Vamos. – sorri tímida.
  Então voltamos para casa em silêncio.
  Chegando a casa... Em frente ao meu quarto.
  - Boa noite. – ele disse, mas não olhava em meus olhos.
  - Boa noite. – disse.
  E ele saiu, vi que foi em direção ao seu quarto e eu entrei no meu.
  Eu não parava de pensar no que tinha acontecido, tinha me beijado, mas ele não queria que eu soubesse, mas porque ele me pediu isso? Porque me beijar?
  Foi um beijo tão bom, um beijo diferente de todos que já tinha dado, eu não conseguia parar de pensar nele, no .
  Apesar de a minha cabeça estar a mil com tantos pensamentos e acontecimentos, eu não demorei a dormir.

  No meio da noite acordei depois de um sonho que tive. Nele eu beijava , mas eu e ele estávamos felizes como se fossemos um casal de namorados despreocupados com a vida, e no sonho não era um vampiro, era um humano assim como eu, e não estávamos em Virginia e sim em Londres, perto de minha casa, de minha família e amigos.

  E então um turbilhão de pensamentos surgiu.
  Não pude deixar de pensar quando que minha vida voltaria ao normal, eu junto com meus amigos humanos, junto com Kate, minha melhor amiga, ela saindo comigo para nos distrair no shopping. E o Sebastian, eu não podia deixar de pensar nele, dizíamos que éramos namorados desde criança, e nos nossos 17 anos de vida assumimos um namoro sério, de verdade, lembrava que ele tinha me pedido em namoro no meu aniversario, e de presente ele me dera uma aliança de compromisso, estávamos dois anos juntos, e eu gostava dele de verdade, mas agora eu tinha beijado outro, estava me sentindo péssima.
  Quando eu ia voltar para minha casa e assistir aquela novela viciante com minha mãe, e depois um filme de ação com meu pai. E nos finais de semana ir até a casa de meu irmão, Willian, em Liverpool, e ficar caminhando pelos lugares turísticos de lá, e nas vezes que eu levava todos meus amigos comigo para lá e fazíamos a maior zoeira, lembro de meu irmão nervoso, mas depois de muito esforço ele não se aguentava e entrava na zoeira com a gente, sua esposa sempre arrastava ele para nossas bagunças.
  Quando o Sebastian me levava pra sair e ficávamos até de madrugada juntos, namorando, falando do nosso futuro e quando íamos mais afundo chegávamos a falar de um suposto casamento em Paris, e eu dizia que queria minha lua de mel em Las Vegas e ele sempre brigava comigo, alegava que Las Vegas era um lugar promiscuo, e que não tinha nada ver com uma lua de mel, então ele dizia que queria ir para o Havaí, e ai entravamos em um acordo. Mas depois acordávamos dos sonhos de casados e lua de mel e voltávamos ao presente, e ai começávamos a rir das nossas imaginações.
  Eram tantas coisas boas, eu não podia reclamar da minha vida, melhores pais, melhores amigos, melhor namorado.
  Não conseguia segurar um sorriso quando me lembrava dessas coisas, mas também não conseguia segurar as lágrimas por não saber quando isso ia acontecer de novo, se é que ia acontecer.
  Eu nunca esqueceria esses momentos da minha vida, nunca ia permitir que alguém apagasse isso.
  Me perdi em pensamentos até que dormi de novo.

Capítulo 6

  No dia seguinte acordei e estava de bom humor, o que estava acontecendo comigo? Eu não sabia dizer o motivo desse bom humor, mas não ia deixar que nada me aborrecesse.
  Fiz minhas necessidades matinais e fui me arrumar, coloquei um dos vários shorts que tinha comprado, uma camisa do Guns n’ roses e meu All Star branco, que já estava um pouco surrado devido ao uso constante, o tempo estava bom e me permitia usar aquelas roupas de calor.
  Sai do meu quarto e fui em direção à cozinha, estava faminta. Chegando a mesma Nick e Jimmy conversava distraidamente.
  - Bom dia. – Nick disse de bom humor assim que me viu.
  - Bom dia Nick. – sorri.
  Olhei para Jimmy que também me olhava.
  - Bom dia pra você também, Jimmy. – disse.
  - Bom dia. – ele disse normalmente.
  Dirigi-me até a geladeira abrindo-a e pegando um pedaço de bolo, que estava muito saboroso por sinal.
  - Quem cozinha aqui? – eu tinha essa duvida, ninguém comia ali, eu acho, então porque a geladeira estava tão cheia?
  - Depois que você chegou a essa casa, tivemos que procurar alguém para cozinhar. – Jimmy respondeu.
  E no mesmo instante uma mulher entrou na cozinha.
  - Olá minha linda, eu sou a Julie a cozinheira, e quero saber o que você quer no almoço. – ela era tão simpática, obviamente não era vampira.
  Eu estava achando aquilo engraçado, antes eu tinha que me virar cozinhando e só fazia coisas fáceis, ou que era só por no micro-ondas e esperar alguns minutinhos e vualá, e agora tinha uma cozinheira.
  - Ah, pode ser qualquer coisa. – disse.
  - Ok mocinha. – ela disse sorrindo para mim.
   Sorri também.
  - Rapazes, me deem licença, eu preciso preparar uma lasanha. – ela disse sorridente para os vampiros.
  - Mas está cedo para fazer o almoço. – disse.
  - É que eu gosto de caprichar.
  - Ok. – não quis contrariar.
  Nick e Jimmy se retiraram e eu os segui.
  - Ela tá hipnotizada né? – perguntei assim que saímos da cozinha.
  - Tá sim.
  Sabia.
  Chegamos à sala e lá estava outro vampiro, que eu ainda não sabia o nome.
  - Caraca, essa cozinheira que contrataram é muito gostosa. – ele disse jogado no sofá.
  - Carter, você ta se alimentando dela?
  - E qual é o problema? O sangue dela é uma delicia. – ele disse brincalhão.
  Eu merecia ouvir aquilo?
  - Ah , hoje ela vai caprichar no seu almoço. – ele disse todo contente para mim.
  Dei um sorriso sem mostrar os dentes, nada convincente.
  - Não liga pro Carter, .
  - Ok... Alguém viu o ? – perguntei.
  - Ah, ele pediu pra avisar que se você procurasse por ele era pra falar que ele ia estar matando a sede por ai, se é que você me entende. – Jimmy respondeu.
  - Sim, eu entendo. Eu vou andar por ai. – disse.
  - cuidado, não esquece que só nós sabemos que você é humana, você tem que tomar cuidado com os outros.
  - Relaxa, eu vou ficar por aqui mesmo. – disse.
  Sai daquela casa de vampiros velhos que queriam que eu ficasse viva, e me deparo com um monte de vampiros brincando de se ‘quebrar’.
  - Não sei o que é pior. – disse sozinha.
  Eu não podia me afastar daquela casa se não corria o risco de voltar uma hibrida, então resolvi sentar na escada que ficava de frente para a entrada da casa e observar os vampiros se divertindo.
  Avistei e ele se aproximava.
  - Oi. – ele disse simpático.
  - Oi. – não fui diferente com ele.
  Eu não podia mostrar indiferença, afinal pra mim, nada tinha acontecido. Era o que ele achava.
  - Entediada? – ele sentou-se ao meu lado.
  - Muito!
  Ele apenas riu, então continuei a falar.
  - Eu quero andar, fazer alguma coisa, não aguento mais ficar aqui sem poder fazer nada, mas não posso senão, sem querer, alguém pode me matar e ai me torno hibrida.
  - E isso não ia ser nada legal. – ele falou.
  - Por que você tem tanto medo de que eu me transforme?
  - E ai você se virar contra mim?
  - Igual aos outros híbridos?
  - É!
  - Mas os híbridos sentem raiva de você porque foi você quem os transformou, e não sei o porquê dessa raiva, afinal eles provavelmente ficaram mais fortes e não sentem mais aquela dor ao ter que se transformar em lobo na lua cheia, não é? – falei de uma vez.
  - Porém eu os forcei a fazerem o que eu mandasse e agora eles não me obedecem mais, então eles se voltaram contra mim.
  - Não era só fugir de você? Tem que ficar com raivinha também?
  - Ai você tem que perguntar para eles, não para mim.
  - E outra, você não me transformou, eu me torno hibrida se qualquer ser sobrenatural me matar, você não tem nada a ver com o fato de eu me tornar hibrida.
  Ele ficou pensativo, parecia não ter pensado nessa hipótese.
  - Mas mesmo assim não podemos correr esse risco certo. – ele falou depois de um tempo.
  - Ok né.
  - Agora eu preciso resolver algumas coisas, o está vindo para te fazer companhia. – ele disse e saiu.
  E o chegou...
  - Oi. – disse toda animada quando o vi.
  - Oi. – mas ele não retribuiu minha animação.
  - Ta tudo bem?
  - Ta sim. O que o fazia aqui? Ele tava te perturbando?
  - Não, ta tudo bem. Mas já que você tocou no assunto , eu quero te contar uma coisa.
  - Pode falar.
  - Não quero conversar aqui, vamos para outro lugar? É muito chato ficar olhando esses vampiros se divertindo e eu aqui sozinha.
  - Quer ir lá se divertir com eles? – falou, mas eu sabia que era brincadeira.
  - Haha, não tem graça ok.
  - Foi mal.
  - Agora me leva pra dar uma volta, pode ser um passeio igual o daquele dia. – disse.
  - Você é quem manda, mas eu já sei pra onde vou te levar.
  - Aonde?
  - Surpresa, vou pegar meu carro e ai vamos. – ele estava animado.
  - Ok. – fiquei animada com a animação dele.

O que falou fazia sentido, eu não tinha transformado ela em hibrida, até porque ela nem era uma ainda, mas eu tinha certeza de que fui em quem criou os híbridos, eu comecei essa linhagem, então como ela podia se tornar uma e eu não ter nada a ver com isso?
Alguma coisa de errado estava acontecendo, e eu não fazia a mínima ideia do que era. Alguém sabia de coisas sobre aquela garota que eu não sabia, e eu precisava descobrir, e rápido.

   me levou a uma praia que ficava ali perto, na verdade eu nunca imaginaria que ali perto havia uma praia, ela era linda, assim como a maioria dos lugares por ali.
  Aquela não era uma cidade pequena, os lugares ficavam longe um dos outros, mas onde nós estávamos era um lugar privilegiado, havia terrenos enormes de puro verde, de uma natureza linda e tinha uma praia, que não era grande, nem movimentada, apesar de que o tempo estava propicio para uma praia, mas mesmo assim ela estava vazia, talvez pelo fato de ela não ter aquele monte de casa e apartamentos envolta dela, muito pelo contrário, envolta daquela praia havia mais árvores, flores, grama, pedras que dava um clima muito bom, sem falar na paisagem maravilhosa que aquele lugar nos proporcionava.
  Eu ficava cada vez mais encantada com aquele lugar, que agora era minha cidade, o lugar onde eu morava.
  - Ainda bem que o tempo está bom. – ele disse olhando para o mar.
  - É. – disse olhando na mesma direção.
  - Então, o que você tem que me falar sobre o ? – ele foi direto.
  - Ontem eu acordei no meio da noite, fui até a cozinha e ele me encontrou lá.
  - Ele te fez alguma coisa?
  - Não, por que você acha que ele ia me fazer alguma coisa de mau? , calma.
  - Ah , não tem como não pensar nisso, eu já te falei que ele quer descobrir o porquê você é útil a ele, e eu não sei do que ele é capaz.
  - Relaxa, me deixa contar.
  - Desculpa, continue.
  - E então ele me chamou para dar uma volta com ele, e eu fui numa boa. , o não consegue ser quem ele é quando eu estou por perto, ele me falou que não consegue.
  - Como assim?
  - Segundo ele, ele não consegue fazer nada contra mim, e não é porque eu não permito, o problema é com ele.
  - E você chegou a que conclusão com isso?
  - Que eu não preciso ter medo dele, ele falou que não precisava ter medo dele, e é por isso que eu converso com ele normal, o não é um problema. – falei.
  - , não podemos ter certeza disso, tudo bem que agora ele não te faça mal algum, mas ele precisa descobrir pra que você serve, e se quando ele descobrir ele tiver que fazer algo contra você, como vai ser isso?
  - Ele falou que não faz a mínima ideia de como descobrir o porquê eu sou útil a ele. – disse desanimada.
  Eu também queria saber o porquê eu estava ali com aqueles vampiros.
  - , já deu pra perceber que você confia no , então eu só te peço uma coisa, tome cuidado com ele, não sabemos do que ele é capaz. – falava de um jeito como se o fosse a pior pessoa do mundo, parecia que ele sabia de coisas sobre o que eu não fazia ideia e provavelmente nunca ia poder saber o que era.
  A verdade é que eu não conseguia ver como ele via, não sei por qual motivo, mas não gostava do jeito que falava dele.
  Eu não ia discutir com por causa do , então queria mudar de assunto.
  - , vamos parar de falar do ?
  - Por favor. – ele falou.
  - To querendo entrar naquele mar. – disse olhando para o mesmo.
  - Nem ta tão calor assim. – ele falou.
  - Ta com medinho da água estar gelada.
  - Não, estou falando por você.
  - Não se preocupe comigo, e eu vou entrar.
  Levantei do lugar onde estávamos sentados e fui em direção ao mar.
  Apenas tirei os sapatos e as meias, e entrei de roupa mesmo, como disse, não estava muito calor e a água estava gelada, mas não demorou para que meu corpo se acostumasse com a temperatura da água.
  - Vem. – o chamei.
  Ele me olhava e sorria, aquele sorriso de tirar o fôlego de qualquer uma.
  - Só vou entrar porque caso você se afogue eu te salve. – ele disse.
  - Que desculpa ruim hein.
  E rápido demais, ele estava ao meu lado no mar.
  - Sempre gostei de praia, mas vampiros não gostam muito de nadar. – ele disse.
  Ignorei aquela última frase.
  - Eu também sempre gostei de praia. – disse.
  Ficamos alguns segundos em silêncio.
  - Você se lembra de tudo da época que você era humano?
  - Tudinho.
  - Como você virou vampiro?
  - Eu tinha 24 anos quando aconteceu, estava fazendo esportes radicais e sofri um acidente gravíssimo, me salvou.
  ‘O que?’ eu estava surpresa.
  - O que o estava fazendo lá onde você tava?
  - Dando um de seus milhares de passeios pelo mundo.
  - Você é de onde mesmo?
  - Canadá.
  - Ah.
  Silêncio.
  - Duvido você me alcançar. – e ele sumiu nas águas.
  - Assim não vale, você é bem mais rápido que eu. – disse.
  Nem tentei disputar com ele, uma ideia melhor veio em mente.
  Comecei a fingir que me afogava e não demorou muito para que estivesse perto de mim outra vez.
  Ele me pegou no colo.
  - Você está bem? - ele perguntou assustado.
  Comecei a rir e ele percebeu que era tudo brincadeira.
  - Te peguei. – disse rindo.
  - Não tem graça. – ele disse e me jogou na água.
  - Hey. – falei e ri.
  Estávamos nos divertindo no mar distraidamente, mas quando desvio meu olhar vejo ao longe que alguém nos observava.
   percebeu que eu tinha me distraído com alguma coisa.
  - Que foi?
  - Quem é? – apontei na direção que tinha visto aquela pessoa.
  - Onde? – ele olhou.
  E não tinha mais ninguém lá.
  - Tinha alguém ali. – disse.
  - Tá ficando louca isso sim. – ele disse rindo.
  - Normal eu ficar louca, já que vivo com um monte de vampiros. – disse jogando água na cara dele.
  Rimos juntos.
  - Acho melhor voltarmos para casa. – ele falou.
  - E daqui a pouco é hora do almoço e a empregada fez um lasanha no capricho pra mim. – disse lembrando do ocorrido de mais cedo.
  - Como assim? – não entendeu sobre o que eu estava falando.
  - O Carter depois de se alimentar da cozinheira, a mandou fazer um almoço caprichado pra mim. – expliquei.
  - Esse Carter não presta. – ele riu.
  Saímos do mar e fomos em direção ao carro de .
  - Ih vai molhar todo o seu carro. – disse.
  - Tudo bem, depois mando aqueles vampiros limpar, secar e deixar ele novinho em folha.
  - Folgado hein.
  - Eles gostam de me fazer favores. – ele riu.
  E então voltamos para casa, com uma trilha sonora que tinha direito a Beatles e músicas antigas que eu particularmente adorava.

Capítulo 7

  Quando chegamos em casa percebemos que as coisas não estavam nada boas, um grupo de vampiros faziam guarda em frente ao portão de entrada, eles estavam tensos, como se tivessem visto algo assustador.
  - Aconteceu alguma coisa. – afirmou me deixando assustada.
  - O que pode ter acontecido de tão ruim para esses vampiros estarem desse jeito? – perguntei.
  - Vamos descobrir.
   estacionou o carro em frente à casa em que ficávamos e as pressas saímos do carro e entramos na casa.
  Encontramos os cinco vampiros mais velhos reunidos na sala, foi o primeiro que avistei, ele estava nervoso, tenso, andava de um lado para o outro, mas quando ele nos viu chegar não sabia dizer se ele ficou aliviado ou mais nervoso ainda.
  - Até que enfim vocês chegaram. – Jimmy foi o primeiro a falar.
  - O que aconteceu? – perguntou.
  - Conseguiram invadir aqui de novo, só que dessa vez conseguiram pegar alguns dos nossos.
  - Híbridos? – perguntei.
  - Não são os híbridos. – disse com certeza.
  - Então quem?
  - Talvez vampiros cumprindo ordem dos híbridos, mas eles estavam atrás de uma coisa, ou melhor, uma pessoa. – Nick disse e me olhou.
  - Porque eles me querem?
  - Está obvio que mais alguém sabe sobre você, além de todos que estão aqui e os outros originais. – Carter falou.
  - Eu tenho certeza que de todas as pessoas que sabe da existência dela não quer ela morta, nenhuma das que eu sei, então mais alguém que sabe quer acabar com ela.
  - Os híbridos, eles sabe sobre ela. – disse.
  - Não são os híbridos, eu sei que não.
  Como ele tinha tanta certeza de que não eram os híbridos?
  - O que temos que fazer agora é reforçar a segurança desse lugar, já que alguns dos nossos morreram, vamos ter que dar um jeito nisso. – o vampiro, cujo nome eu não me lembrava, falou.
  - Dar um jeito como, Jared?
  Agora eu lembrei o nome dele.
  - Indo à procura de outros.
  - Boa ideia, fazem muito bem indo atrás de outros vampiros, vamos precisar do dobro dos que foram mortos, eu preciso e quero que essa menina fique viva e em segurança. – deu ordens.
  - Vamos nessa. – Carter disse se retirando, seguido por Jimmy, Jared e Nick.
  - Pode ir também . – disse.
  - E ela? – disse me olhando.
  - Ela vai ficar aqui comigo, e não vai sair, vou ficar de olho nela. – ele falou.
   me olhou, um olhar que passava confiança.
  - Eu vou ficar bem. – disse e sorri para ele.
  - Ok. – ele disse, e antes de sair me deu um beijo na testa.
   me pareceu pouco confortável com aquilo.
  Depois que me certifiquei que havia saído...
  - E você? Só manda e não faz nada? – perguntei.
  - Eu vou ficar aqui cuidando de você.
  - Você sabe que eu não preciso.
  - Ah não? não seja tola, apesar de os vampiros não conseguirem te hipnotizar eles podem te matar fácil, fácil meu amor. – ele disse se aproximando. – Então não pense que nada pode te acontecer, porque se houver um pequeno descuido... – ele estava a poucos centímetros de mim, seu rosto muito próximo. – Você morre! – disse sussurrando em meu ouvido.
  E então ele se afastou.
  Ele tinha conseguido me assustar.
  Vi ele saindo da sala e fui atrás dele.
  Ele seguiu até o escritório onde ele se trancava a maior parte do tempo.
  - Não dei permissão para você entrar aqui. – ele falou quando eu tinha entrado no escritório e eu o ignorei.
  - Por que você tem tanta certeza de que não são os híbridos que estão fazendo isso?
  - Porque sim!
  - Por que sim? Eu sei que você sabe de alguma coisa.
  - E se eu soubesse o que você tem haver com isso?
  - É da minha vida que estamos falando, então sim, eu tenho haver com isso.
  - Não, os híbridos não tem nada a ver com a sua vida. – ele alterou a voz me assustando.
  - Então por que eu posso virar uma? – não desisti.
  - Eu não sei, e ai está mais uma coisa que eu não sei sobre você, além de não saber pra que você é útil a mim, tem essa história de você se tornar hibrida, agora como isso é possível? É uma boa pergunta, mas que eu infelizmente não tenho a resposta. – ele parecia nervoso.
  Ele percebeu meu silêncio, estão pediu para que eu me sentasse.
  - Você quer saber o porquê de eu ter tanta certeza de que não são os híbridos que estão por trás disso?
  - Sim.
  - Os híbridos não estão nem ai pra você, e muito menos pra mim, eles conseguiram o que tanto queria, que era se livrar de mim, eles não quer vingança, não são eles.
  - E porque antes você achava que eram eles?
  - Por que eu não tinha parado para pensar, hoje mais cedo você me disse uma coisa que faz muito sentido, você não será hibrida graças a mim, você se torna uma só pelo fato de um ser sobrenatural te matar.
  - Então os híbridos não estão contra você?
  - Isso eu não sei, o que eu sei e tenho certeza é que eles não tem nada haver com essas invasões.
  - Então esses vampiros estão vindo aqui com a intenção de me matar?
  - Acho que sim.
  - Mas então eles não devem saber que eu posso me tornar hibrida, senão eles não seria tão burros de me matar.
  - Isso é verdade, mas isso só os originais sabem, por isso o não te contou.
  - Ah entendi.
  - Mas alguém sabe sobre você, não tudo, então podemos descartar meus irmãos, eles são os últimos que querem você morta, ou hibrida.
  Ficamos pensativos.
  - Mas eu vou descobrir quem é. – ele quebrou o silêncio.
  - Então enquanto você fica ai pensando em quem pode ser, eu vou dar uma volta, estou entediada. – disse e quando já estava quase saindo ele entrou na minha frente rápido, muito rápido.
  - Você não vai a lugar algum.
  - Eu não vou longe, vou ficar aqui perto.
  - Acabaram de invadir aqui, não é seguro você ficar andando por ai, então até que eles voltem com outros vampiros você vai ficar aqui.
  - E o que eu vou ficar fazendo? Ficar olhando para a sua cara mal-humorada?
  - Boa ideia. – percebi o sarcasmo em sua voz.
  - Não!
  - Qual é, não é tão ruim assim.
  Revirei os olhos.
  - Não adianta fazer ceninha, você não vai sair.
  Grrrrrrr.
  - Vou para meu quarto, posso?
  - Primeiro quero saber umas coisas sobre você.
  - O que?
  - Me fale da sua vida antes de vir pra cá, o que você fazia, com quem você andava, sabe essas coisas.
  - Você está realmente interessado nisso?
  - Mas é claro.
  - Ok. Bom, eu estava cursando a faculdade, no meu 3° semestre de publicidade, e era na faculdade que eu tinha meus melhores amigos... – eu não sabia ao certo se devia falar isso, mas ele quem pediu. – e meu namorado. – falei rápido.
  Ele pareceu surpreso quando mencionei meu namorado.
  - E sempre saíamos juntos para se distrair, e foi em uma dessas saídas que puff, eu sumi, ou fui sequestrada, o que você achar melhor. – disse.
  - Sabe o que eu acho.
  - O que?
  - Que você não está achando tão ruim assim ter sido sequestrada, e qual seria o motivo hein? Seria por acaso? – ele tentava ser brincalhão, mas eu podia perceber a curiosidade em sua voz.
  Onde ele estava querendo chegar com isso?
  - Não acredito que você está falando isso, se você deixasse eu estaria com minha família, acalmando eles e dizendo que eu estava bem, que eles não precisavam mais se preocupar, pois eu estava de volta e nunca mais ia sumir como havia feito, mas não eu tenho que ficar aqui tendo que aguentar as besteiras que você fala.
  - Nossa, desculpa. – ele pareceu sincero.
  - Eu gosto do sim, se é isso que você quer saber, mas como eu já te disse, eu namoro e eu gosto do Sebastian, o é o único vampiro que eu me sinto a vontade aqui. – disse.
  Será que ele se lembrou do beijo que ele meu deu quando mencionei o Sebastian, eu lembrei.
  - Isso é uma indireta?
  - Não, é uma bem direta pra você.
  - Qual é o problema comigo? A gente sempre conversa de boa.
  - Mas eu nunca consigo ficar a vontade na sua presença. – disse de cabeça baixa.
  - É e nem eu. – aquilo me pareceu mais uma confissão.
  Silêncio.
  - Agora vou para meu quarto. – disse.
  - Pode ir, fique a vontade. – ele falou.
  Antes de sair olhei para ele, e ele sorriu, sorriso lindo.
  Fui para meu quarto, e não tinha nada para fazer, não podia e nem queria ficar na internet, queria alguém para conversar, e além de , que não podia estar ali comigo pelo fato de que ele estava atrás de vampiros para cuidar da minha segurança, tinha Marry, eu queria que ela estivesse ali comigo, com ela eu podia conversar.
  Eu queria sair dali, andar, me distrair.
  - Quer saber, ele não vai me impedir.
  Sai do meu quarto e vi que ele tinha se trancado no escritório.
  Mesmo ele me falando que era muito arriscado eu sair, eu não fiquei com medo, então finalmente sai.
  Eu estava procurando por Marry, andava distraída, observando tudo, e naquele dia os vampiros não estavam brincalhões como eu sempre os via, eles estavam atentos, pronto para se defender caso invadissem novamente. O clima era tenso.
  E então avistei Marry, ela estava sentada encostada em uma das várias árvores que tinham ali, ela estava sozinha, então me aproximei.
  - Oi. – falei.
  - Oi . – ela disse, estava desanimada.
  - Marry, aconteceu alguma coisa?
  Sentei-me ao lado dela.
  - Hoje de manhã, nessa invasão repentina, eu e meus amigos estávamos distraídos, não esperávamos por isso. – ela parou de falar.
  Eu já podia imaginar o que tinha acontecido.
  - Scott, um de meus melhores amigos, em uma tentativa de me defender acabou... – ela não conseguiu terminar.
  - Eu sinto muito Marry.
  - , não me leve a mal, mas eu queria ficar sozinha.
  - Ah tudo bem. – disse me levantando.
  E então eu sai de perto de Marry.
  Eu estava mal por ela, afinal se o melhor amigo dela tinha morrido a culpa era minha, aqueles vampiros queriam a mim, e enquanto eu me divertia com , vampiros inocentes morriam.
  Eu estava decidida a ir falar com de novo, ele precisava dar um jeito de acabar com isso, e talvez eu tivesse uma ideia que poderia deixar os vampiros que moravam aqui livres de outra invasão surpresa.
  Mas antes que eu pudesse chegar perto de casa, alguém tampou minha boca para que eu não começasse a gritar, queria muito que fosse , numa tentativa de me levar para dentro de casa e me trancar lá dentro, mas comecei a ser levada e depois, não sei como, eu desmaiei.
   estava certo, era perigoso demais andar por ali depois dessa invasão.

Capítulo 8

  Abri meus olhos com um pouco de dificuldade devido à claridade, pisquei algumas vezes até meus olhos se acostumarem. Não fazia ideia de onde eu estava nem com quem.
  - Até que enfim você acordou. – do nada alguém aparece do meu lado.
  - Quem é você? – pergunto.
  - Eu não vou te machucar, talvez eu te transforme, mas te machucar não.
  - E porque você quer me transformar?
  - Você ficaria uma gracinha como vampira, e eu faria questão de te dar meu sangue pra isso.
  Ele não fazia ideia que para eu me transformar não era necessário sangue, e com certeza ele não sabia que eu me tornaria hibrida se eu morresse.
  Então estava certo sobre os híbridos, eles não tinham nada a ver com as invasões.
  Então se eu não estava com os híbridos, quem eram esses que tinham me sequestrado?
  - E porque vocês me querem como vampira? O que isso vai mudar para vocês?
  - Achamos que por você ser uma simples humana e estar sobre guarda de um vampiro original, você deve servir para alguma coisa.
  - Então você nem sabe o porquê eu estou aqui?
  - Vamos descobrir. – ele deu um sorriso sarcástico.
  Pelo jeito que aquele vampiro falava, ele e mais alguém estavam decididos a me transformar, se , e os outros não viessem logo, algo muito ruim ia acontecer comigo, uma nova hibrida estaria entre eles.

  Pov.

  Eu entendia o lado de , era muito chato ficar trancada dentro de um quarto sem fazer nada, e eu sei que eu podia fazer alguma coisa por ela, talvez eu até conseguisse me aproximar dela.
  Decidi ir até seu quarto chama-la para dar um passeio, bem diferente.
  - ? – bati na porta.
  Ela não respondeu.
  - ? – chamei de novo.
  Nada, estava muito silencioso no quarto, então resolvi entrar.
  E o quarto estava vazio, procurei por todos os cantos e nada dela.
  Procurei pela casa inteira e ela não estava lá.
  - Só o que me faltava, ela saiu sem minha permissão.
  Então fui procurar na rua, perguntei para alguns vampiros que estavam ali por perto e eles não tinham visto ela.
  ‘Imprestáveis’ pensei.
  Fui atrás de Marry, eu sabia que elas eram amiguinhas, talvez estivessem juntas.
  Quando encontrei com ela, a mesma estava sozinha, mas mesmo assim decidi perguntar.
  - Marry, você viu a ?
  - Ela esteve aqui agora pouco.
  - Você sabe pra onde ela foi?
  - Não sei.
  Continuei procurando, mas definitivamente ela não estava aqui.
  - Se ela estava aqui na rua e ninguém a viu, além de Marry, eles deve ter pegado ela. – falei sozinho.
  Sem ter outra opção, mandei todos os vampiros que estavam ali ir atrás dela, e eles tinham que acha-lá viva, e humana.

  Horas se passaram, os vampiros que tinham ido a busca de novos vampiros para a segurança deste local voltaram.
  - Onde ta todo mundo? – Carter perguntou.
  - Eu os mandei sair. – disse.
  - Por quê? Esse lugar ta precisando de gente pra tomar conta, se já invadiram com um monte de vampiros, imagina sem nenhum. – Nick disse.
  - Eles foram à procura de alguém.
  - De quem? – Jimmy perguntou.
  Meu silêncio já disse tudo.
  - Como eles a pegaram? – perguntou nervoso.
  - Ela saiu. – disse.
  - Você disse que ia ficar de olho nela.
  - Ela não queria que um vampiro ficasse observando ela o tempo todo, eu a mandei ir para o quarto, mas pelo que percebemos ela não obedeceu.
  - Não acredito. – não estava se aguentando de raiva.
  - Qual é o problema ? Até onde eu sei a sua garota é a Marry. – provoquei.
  - Cala a boca. – ele foi pra cima de mim, tentando me enfiar uma estaca improvisada com a perna de uma cadeira.
  - Parem os dois. – Jared gritou.
  - Quem é você pra dizer o que eu tenho que fazer? – disse irritado.
  - , a garota sumiu. Você já parou para pensar que nesse momento ela pode estar se transformando, ou pior, ela pode estar morta. – Nick estava certo.
  - Vamos procurar por ela então. – Jimmy falou.
  - Não podemos nos esquecer de que não adianta usar nossas habilidades vampirescas para encontrar ela. – Jared nos lembrou.
  - Não tinha pensado nisso. – falou.
  - Então temos que ser espertos, e procurar bem em todos os lugares possíveis. – Carter disse.
  Aqueles vampiros estavam tão dispostos a acha-la quanto eu, eu sabia que eles tinham simpatizado com ela, o não me surpreendia, mas os outros.
  Saímos para procurar por .

  Pov. .

  Eu estava impaciente, não aguentava mais olhar para a cara daqueles vampiros idiotas, o que eles estavam esperando afinal?
  - Cadê a garota? – ouvi um deles perguntar.
  - Está logo ali. – o que me vigiava respondeu.
  E quando o vampiro que estava me procurando entrou em meu campo de visão não acreditei de quem se tratava.
  - Jared?
  - Olá. – ele disse com um sorriso no rosto.
  Aquele mesmo que tinham ido buscar eu e no aeroporto, um dos vampiros que confiava. Eu sabia que ele não gostava de mim, desde a primeira vez que eu tinha olhado para ele, o jeito que ele me encarava, era o único que era diferente comigo.
  - O que você pensa que ta fazendo?
  - Vou te transformar e assim você fica contra o insuportável do .
  - E quem te disse que isso vai acontecer?
  - Se não acontecer por bem, vai acontecer por mal. Eu mesmo vou fazer você se virar contra ele, ou você acha que mesmo depois de se tornar uma vampira você vai conseguir bloquear sua mente de nós vampiros. – ele ri. – Claro que não!
  Ele estava me assustando, mas ele me deu uma ideia, eu sabia que se eu permitisse os vampiros podiam entrar na minha mente, então eu podia deixar que um deles visse o que eu tava pensando, e ai eu pediria ajuda. Então me concentrei em um deles e, mesmo não sabendo se ia funcionar, eu permiti.
  - Porque você ta fazendo isso? O confia em você. – disse tentando distrair ele.
  - Eu não suporto mais ouvir as ordens dele, a última delas foi mandar todos atrás de você, e o que me surpreendeu mais, até ele saiu pra te procurar. Sabe, eu acho que ele ta levando para o lado pessoal, o fato é: você não é só útil a ele pra salvar sua vida, ele precisa de você para mais coisas também, se é que você me entende, mas quem não vai gostar nadinha disso é o né.
  - Cala a boca. – eu não queria ouvir ele.
  Ele acha graça.
  - Fazia um bom tempo que eu estava querendo me livrar do , e me surpreendi que até aqueles insuportáveis dos híbridos conseguissem, mas eu sabia que ele precisa de alguma coisa, ou melhor, de alguém, até que o te achou, então eu só precisava saber mais sobre você pra poder atacar.
  - Você fez parecer que fossem os híbridos. – falei.
  - Isso eu não precisei fazer, eles acreditaram que eram os híbridos por conta própria, aliás, nunca que o iria desconfiar de um dos seus capangas. – ele fez aspas quando falou a última palavra.
  - Então por isso conseguiram entrar lá fácil, você tava deixando.
  - A primeira vez meus vampiros falharam, o superprotetor conseguiu te salvar a tempo de te matarem, e da segunda vez, foi só um susto, eu precisava chamar a atenção deles, precisava fazer que eles saíssem um pouco do seu lado, foi mais fácil do que eu imaginei, sabe, eu achava que meu vampiro teria que invadir seu quarto, mas você colaborou e desobedeceu à ordem do saindo de seu quarto, imagino que meu vampiro ficou muito agradecido.
  Olhei para um dos vampiros que estava ali, ele ria, então sabia que tinha sido ele quem me sequestrou.
  - Se você sabe que eu estou aqui para salvar a vida de , não é mais fácil você me matar? Acho que ficaria mais fácil pra você. – disse.
  - Não, claro que não, assim não ia ter nenhuma graça. O melhor vai ser o ver sua garotinha ficando contra ele, ainda mais sabendo que ele sente algo a mais por você.
  - Matar o , é essa sua intenção? Você acha que vai sair ileso?
  - Depois que eu acabar com o e os outros vampiros, nós vamos nos mandar daqui.
  - Nós?
  - Claro que você vai ir comigo. – ele disse sorrindo.
  - E você acha mesmo que os outros originais não vão fazer nada?
  - Claro que não, eles não estão nem ai para o . – ele tinha certeza do que falava.
  - Você está errado. – disse.
  Ele solta uma gargalhada alta, me assustando.
  - Porque você ta tão confiante? O , , Nick e os outros vão me achar, você vai se da mal, Jared.
  - Então é melhor eu ser rápido com isso né. – ele disse se aproximando rápido, seus dentes afiados prontos para me morder.
  Um grito escapou de minha garganta, e ele solta outra gargalhada.
  - Me deixa sozinha. – pedi, mas sabendo que ia ser em vão.
  - Ok, vou deixar você aproveitar seus últimos minutos como humana sozinha. – ele sai.
  Eu não pensava que ele me deixaria sozinha, apesar de saber que tinha alguém me vigiando.
  Ele tinha soltado a informação de que eles estavam atrás de mim, então eu sabia exatamente a quem recorrer, sabia que ele me acharia mais fácil.
  Eu estava me concentrando ao máximo, não sabia se estava dando certo, não sabia se eles me achariam, até porque eu não sabia onde estava, tudo o que eu queria era que ele entrasse em minha mente e me tirasse daquele lugar... Humana.
  Eu já estava me desesperando, se eles não tinham chegado ali até agora era porque não estava dando certo, mas algo me dizia para não parar de tentar, não desistir, podia até ser coisa da minha cabeça, mas parecia que ele estava pedindo para eu continuar.
  E tudo aconteceu muito rápido, o vampiro que me vigiava agora estava me segurando, prendendo meus braços para trás, vi e ele segurava Jared, estava se aproximando de mim.
  - Solta ela. – mandou.
  - Não solta. – Jared gritou.
   quebrou algum osso de Jared, pude ouvir o barulho de ossos quebrando, me dava agonia.
  O grito de Jared foi estridente.
  - Acho que tá na hora de alguém ser transformada em vampira. – o vampiro que me segurava disse.
  Eu olhava para , um olhar que suplicava, implorava por ajuda.
  E como um vulto vi vindo em minha direção, o vampiro que me segurava me lança para longe, fazendo com que eu batesse minha cabeça com força no chão e desmaiasse.
  Meu subconsciente me mandava acordar, sabia que estava acontecendo algo de errado naquele lugar e eu precisava fazer alguma coisa.
  Abri meus olhos, e vi o que estava acontecendo, as coisas tinham mudado, agora o vampiro que me segurava antes, estava segurando , e Jared estava prestes a fazer alguma coisa com .
  Jared sabia como matar e estava prestes a fazer isso, então eu me levantei devagar, minha cabeça doía devido a pancada forte, foi o único que me viu acordando, Jared e estavam de costas para mim, não estava entendendo o que eu estava fazendo, ele me olhava e eu sabia o que aquele olhar queria dizer, ele queria que eu ficasse quieta para mais ninguém perceber que eu tinha acordado, mas eu não podia parar, não podia ver o correndo perigo e não fazer nada.
  Mas o que eu iria fazer? Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa, mas o que?
  E no estante em que Jared ia matar eu agi inesperadamente, involuntariamente, meu corpo reagiu sem minha permissão, e quando não tinha mais volta eu já estava perto demais de , ele e Jared me olharam confusos.
  - Você não vai fazer nada contra ele. – minha voz soava friamente.
  - E quem é você pra me impedir, uma simples garotinha? – ele disse rindo.
  - Então vá em frente, tenta fazer alguma coisa com ele. – eu o desafiava.
   não entendia nada.
  E tudo ficou esclarecido, eu sabia o que tinha que fazer para poder salvar , alguém tinha que tentar fazer alguma coisa contra ele e quando isso acontecesse eu ia impedir, só não sabia como, e para poder saber, eu tinha que incentivar Jared.
  Jared deu um passo à frente, automaticamente eu também, estávamos a mesma distancia de , então ele fez um último movimento antes de eu acabar com aquilo.
  Ele estava prestes a acertar e eu fui mais rápida, como eu não sei, nunca que eu seria mais rápida que um vampiro, mas eu consegui ficar entre Jared e , e Jared não pode fazer nada contra mim. Era como se ele estivesse hipnotizado, se eu o tivesse hipnotizado, assim como eles fazem, ele me olhava não entendendo o que estava acontecendo, ele não conseguia desviar seu olhar do meu, eu estava segurando ele ali, então podia fazer o resto.
  - Vai . – disse sem desviar o olhar.
  E então passou por mim e pegou Jared, tinha conseguido se livrar do vampiro que o segurava, Nick, Carter e Jimmy chegaram e assim como eu não acreditaram que era Jared que estava por trás de tudo.
  Mas antes que pudesse começar uma lota entre vampiros ali, eu cai desmaiada e não vi mais nada, mas sabia que felizmente aquilo tinha acabado.

Capítulo 9

  Acordei em minha cama, era dia, então tinha dormido o resto do dia anterior até aquela hora, eu me lembrava de tudo o que tinha acontecido e queria falar com ou .
  Levantei rápido de mais e senti uma dor incomoda na cabeça, não dei muita importância e fui ao banheiro, tomei um banho rápido e me troquei coloquei uma calça jeans, uma blusa das varias que tinha comprado no shopping com Marry, meu all star e estava pronta, sai à procura dos vampiros.
  O primeiro que encontrei foi Jimmy, ele estava jogado no sofá com um copo de whisky na mão e tava escutando uma música bem baixinha, precisei fazer esforço para escutar a música clássica que tocava, mas Jimmy ouvia muito bem.
  - E ai? – ele disse assim que me viu.
  - Oi.
  - Longo dia né, mas pode ficar tranquila, Jared e seus amigos vampiros viraram pó. – ele disse brincalhão.
  Sorrio sem vontade.
  - Cadê o ? – perguntei.
  - Lá fora.
  - Obrigado.
  Fui à procura de que estava perto do pequeno lago que ficava ali perto, eu estava me aproximando, mas Marry foi mais rápida, e como eu não queria atrapalhar os dois fui me distanciando disfarçadamente, mas sem sucesso.
  - Hey, . – ouço Marry me chamar.
  - Oi Marry. – digo dando um sorriso.
  - Vem aqui com nós. – ela falou animada.
  Eu queria muito falar com , mas a sós.
  Não tendo outra escolha me aproximei deles.
  - Tudo bem com você? – pergunta preocupado.
  - Sim. – respondi sorrindo.
  - O me contou o que aconteceu e eu não entendi nada. – Marry fala.
  - É e nem eu. – disse sinceramente.
  - Marry, você pode nos deixar sozinhos? – pede educadamente.
  - Claro. – Marry disse e sai.
   também queria conversar comigo.
  - Vem, vamos andar. – ele falou.
  E começamos uma caminhada.
  - O que aconteceu ontem? – perguntei.
  - Você não se lembra de nada?
  - Lembro, mas como? Eu não entendo.
  - ta se fazendo a mesma pergunta.
  - Como eu fiz Jared parar? E porque ele não se mexia enquanto eu sustentava o olhar dele?
  - Minha teoria é: você consegue hipnotizar vampiros.
  - O quê?
  - Isso explica o fato de Jared não ter conseguido se mexer.
  - Como eu fiz isso?
  - Ai é que esta o problema, como você fez isso? Mas eu tenho uma resposta para isso também.
  - Qual?
  - Sempre que correr perigo você pode ajudar ele de varias maneiras, como por exemplo, hipnotizar um vampiro na hora que ele for atacar o .
  - Você teve essas teorias sozinho? – pergunto.
  - Não. – ele riu.
  - Ata.
  - Uma amiga nossa veio nos fazer uma visita enquanto você dormia, e ela falou essas coisas.
  - Uma amiga normal?
  - Uma amiga especial.
  Bruxa, porque ele não falava logo?
  - Então de acordo com essa amiga, meus ‘poderes’ só vão funcionar quando o correr perigo?
  - Não só o .
  - Quem mais?
  - Todos os originais.
  - O quê? – eu estava surpresa.
  - É só isso que eu sei.
  - Ah.
  - Deve ser por isso que te achou, nunca saberíamos onde você estava, mas ele te achou fácil.
  Fiquei calada, eu sabia perfeitamente o porquê de ter me achado fácil, mas não queria comentar com . E se eu permanecesse calada ele ia desconfiar.
  - Deve ser algum tipo de ligação. – inventei qualquer coisa.
  - Pode até ser, mas também não tem resposta para algum tipo de ligação, ele disse que não faz sentido uma pessoa normal como você ter alguma ligação com um vampiro original.
  Permaneci calada.
  - O tá estranho, quieto demais, ele sabe de mais coisas que não sabemos.
  Eu precisava falar com , mas será que era uma boa hora?
  - Mas mudando de assunto... – interrompeu meus pensamentos.
   não queria mais falar nisso, e eu também não insisti.
  E ficamos andando e conversando.
  Depois encontramos Marry.
  - Marry, você ta melhor? – perguntei.
  - Ah, to com saudade do Scott, mas já to melhor sim.
  - O Scott era um dos melhores vampiros que morava aqui, ele não tinha briga com ninguém e sempre que podia ajudava, ele já me ajudou muito. – falou.
  - Eu sinto muito por vocês. – disse.
  Ficamos conversando até que e Marry disseram que iam fazer coisas de vampiros, eu sabia muito bem o que era, e assim como eles eu também estava com fome então entrei em casa e fui direto para cozinha.
  Julie estava preparando alguma coisa pra eu comer.
  - Oi. – falei e ela se assustou.
  Ela estava estranha, algo estava acontecendo com ela.
  - Algum problema, Julie?
  - Não, esta tudo bem. – ela sorriu, mas não me convenceu.
  - Você pode falar comigo, Julie, eu não sou igual a todos que moram aqui.
  - Então você sabe que eles não são normais?
  Ela já tinha percebido que nada aqui era normal, também não era difícil perceber, eles não eram nada discretos.
  - Julie, o que você sabe?
  - Eu não sei de nada, mas hoje eu acordei com essas marcas no meu pescoço e sei que foi um deles que fez isso. – ela disse me mostrando o pescoço.
  Isso explicava o porquê de ela estar usando uma blusa de gola alta, e não estava nada frio para usar uma blusa daquela.
  - , você não é igual e eles né?
  - Não, eu já te disse que não sou.
  - Então porque você esta aqui?
  Eu não podia falar que eu estava lá porque o vampiro original precisava de mim se quisesse ficar vivo quando alguém queria matar ele.
  - Julie, eu gostaria muito de te ajudar, de te tirar daqui, mas não sei se posso. – desviei o assunto.
  - Me ajuda, por favor, eu só quero ir para minha casa e ver minha família. – ela implorava.
  Aquilo mexeu comigo, ela queria o que eu mais queria, e ao contrário de mim ela não precisava ficar ali pra salvar vampiros, ela estava ali por minha causa, pra cozinhar para mim e consequentemente servir de lanche para Carter.
  - Eu vou te ajudar, vou fazer o possível pra te tirar daqui. – disse.
  - Obrigada , você não sabe como eu fico feliz. – ela estava chorando.
  Dou um sorriso para ela e saio da cozinha.
  Eu ainda queria falar com , mas como Carter estava na sala aproveitei pra pedir a ele para levar Julie embora.
  - Carter. – o chamei.
  - E ai gata. – ele sorriu.
  Gata?
  - Preciso falar com você, ou melhor, te pedir uma coisa.
  - Diga.
  Carter estava jogado em um dos sofás, eu me sentei no outro que ficava de frente ao que ele estava.
  - Sabe a Julie?
  - A cozinheira gostosa?
  Olho para ele com reprovação.
  - Desculpa. O que tem ela?
  - Não preciso mais que ela cozinhe para mim, eu me virei durante anos sozinha e não vai ser agora que vou precisar de uma cozinheira, e como ela só esta aqui para isso você pode levar ela embora. – falo.
  - Mas eu gosto dela, ela é muito boa. – ele se divertia quando falava. – Se é que você me entende.
  - Desculpa Carter, mas eu não ligo para as suas diversões com a cozinheira, eu acho que é melhor deixar ela ir.
  Ele fica sério.
  - Carter, ela desconfia de vocês, ela já sabe que vocês não são normais.
  - E eu não ligo que ela saiba.
  Eu já estava ficando impaciente.
  Levantei de onde estava sentada e fui me sentar ao lado dele.
  - Sabe o que ela me pediu? – comecei a falar.
  - O quê?
  - Ela pediu para eu ajudar ela, que ela só quer ir embora pra casa e ver a família dela. Você não imagina o quanto isso é importante para mim, porque é exatamente o que queria, mas eu não posso ir embora e ela só tá aqui pra cozinhar, ela não precisa estar aqui.
  Ele fica pensativo.
  - Carter, por favor.
  - Eu achava que você estava bem aqui.
  - Talvez pelo fato de eu não ter esperanças de voltar para casa tão cedo eu esteja bem aqui, eu não tenho outra escolha.
  - Se o deixasse você ir embora, você não pensaria duas vezes né?
  - Com certeza, Carter. Eu sinto falta de casa, da minha família e amigos, e sei que eles devem estar loucos atrás de mim.
  - Eu sinto muito. – ele fala com sinceridade.
  - Você vai fazer eu me sentir melhor se deixar a Julie ir para casa. – digo.
  - Ok , vou levar ela para casa hoje mesmo, por você.
  - Obrigado. – sorrio.
  Ele já estava se retirando da sala...
  - . – ele me chama antes de sair.
  - Oi.
  - Se eu puder fazer alguma coisa pra você se sentir melhor é só falar, tá?
  - Obrigado mesmo, Carter.
  Então ele me deixa sozinha.
  E fico pensando em como Julie vai ficar feliz quando deixarem-na ir para casa. E acabo pensando em como seria se me deixassem ir para casa.
  Eu estava distraída, perdida em pensamentos, quando levanto meu olhar e vejo parado na porta, me olhava sem nem piscar.
  Ele estava ali o tempo todo, ele ouviu minha conversa com Carter, e agora ele sabia o que eu mais queria.
  Depois de sustentar meu olhar por alguns segundos ele desaparece, e eu sei que ele foi se trancar no escritório, lá era o lugar que ele não queria ser incomodado, mas sem medo fui atrás dele.

Capítulo 10

  - Posso entrar? – educadamente bati na porta.
  - Você sempre pode. – ele falou sério.
  Entrei no escritório e caminhei até perto dele, ele estava de costas para mim.
  - Você escutou minha conversa com Carter né?
  - Escutei sim.
  - Você sabia que é feio ouvir a conversa dos outros?
  - Me desculpe, não consegui me segurar. – agora ele estava sendo sarcástico.
  Ele se virou ficando frente a frente comigo.
  - , eu quero que você saiba de uma coisa.
  - O quê?
  - Amanhã eu vou me reunir com meus irmãos e vamos dar um jeito de não precisar mais dos seus ‘favores’.
  - Por quê? Eu estou atrapalhando?
  - Não é isso, , eu não precisava ter escutado sua conversa com Carter pra saber que você quer ir embora daqui.
  Fiquei quieta e ele continuou falando.
  - Antes mesmo de você me salvar eu já tinha decidido isso, já tinha conversado com meus irmãos e eles concordaram, não é certo ter uma menina indefesa pra salvar quatro vampiros originais.
  - E como vocês vão fazer isso?
  - Ainda não sabemos, mas vamos chamar uma bruxa, nossa amiga, e ela ira nos ajudar.
  - Não vou negar que fiquei feliz com essa noticia, eu quero sim ir para casa, ver minha família e amigos, mas eu também fiz amizades aqui, eu nunca mais vou ver ninguém?
  - Não sei , talvez seja melhor não chegarmos mais perto de você, é arriscado.
  - Entendo.
  Eu tinha ficado chateada com aquilo, eu não queria parar de ver o , Carter e nem o , mesmo ele sendo durão às vezes eu gostava dele.
  - Não quero que você fique triste.
  - Eu to bem, afinal eu vou para casa não é?
  - É o que você mais quer não é?
  - É sim.
  Ficamos em silêncio.
  - , senta ai. – ele me apontou à poltrona.
  Sentei-me na mesma e ele sentou na poltrona que ficava de frente para mim.
  - Eu quero te agradecer por ter salvado minha vida, se não fosse você ter hipnotizado o Jared eu não estaria mais aqui.
  - Você ia dar um jeito com certeza.
  - Não tinha como, tô falando sério, se não fosse você aquele desgraçado teria me matado.
  - Bom, você salvou minha vida duas vezes em um só dia, então acho que eu ainda te devo uma. – disse rindo.
  Ele também sorriu.
  - Eu tenho que admitir, vou sentir falta de te salvar. – ele riu.
  - Também vou sentir sua falta.
  Ele não desviava seu olhar do meu, aquilo estava me deixando sem jeito.
  - , eu tenho que te contar uma coisa.
  - Pode falar.
  - Aquela noite que você me encontrou na cozinha e depois saímos para dar uma volta, se lembra?
  - Como eu vou me esquecer. – ele não parecia estar falando comigo.
  - Você pediu para eu permitir que você entrasse na minha mente, duas vezes, a segunda você tentou me fazer esquecer, mas eu não deixei. – parei de falar.
  Ele me olhava, eu não sabia se ele estava nervoso ou surpreso.
  Continuei.
  - Você me beijou, por quê?
  - , acho melhor não falarmos sobre isso.
  - Eu quero falar sobre isso, eu quero saber se é verdade o que o Jared disse.
  - O que ele disse?
  - Que você sente algo por mim, que você me queria por perto não somente para salvar sua vida, mas sim porque você quer que eu fique do seu lado.
  - E porque você ia acreditar no que o Jared falava?
  - Talvez eu não acreditasse, mas então esse beijo tem que ter outra explicação.
  Ele se levantou e foi até o precioso whisky dele.
  - Esse beijo tem uma explicação, mas não é o que você pensa, não teve sentimento envolvido, foi só um beijo.
  - Só um beijo?
  - Só.
  - Ok. – eu estava irritada. – Acho que já vou indo. – disse me levantando.
  - Espera.
  Parei e ele andou até a mim ficando muito próximo.
  - Que foi? – perguntei e minha voz falhou.
  - Eu vou ficar quase dois dias fora, só volto depois de amanhã, e provavelmente com a notícia de que você pode ir para casa, então durante esse tempo que eu estiver fora eu quero que você se divirta, saia com o , faça o que você quiser.
  - Ok, vou falar com o . – sorri.
  - Pode ir agora. – ele falou e eu sai.
  Fui para meu quarto e comecei a chorar, eu não queria parar de ver ninguém ali, eu gostava de todo mundo, mas eu também queria ir embora ver minha família, saber como eles estavam.
  E sobre o beijo, ele disse que não teve sentimento, que foi só um beijo, eu não entendo, e o que me deixava mais nervosa era que eu tinha ficado irritada e ao mesmo tempo triste de saber que não significou nada para ele.
  Fiquei um tempo sozinha no meu quarto até que bateu na porta.
  - Pode entrar.
   entrou e andou até minha cama onde eu estava deitada.
  - Tudo bem? – ele perguntou.
  - Sim.
  - Acabei de encontrar o Carter e ele me disse que levou a cozinheira embora porque você pediu.
  - Ah que bom que ele levou ela. – disse contente.
  - Ele parece bem contente também.
  - Eu pedi para ele levar ela embora porque ela não precisava ficar aqui, eu sei me virar na cozinha.
  - Ele me contou o porquê de você ter pedido isso a ele.
  - , eu não quero falar sobre isso.
  - Tudo bem, não vou falar disso.
  - Vou lá falar com o Carter. – disse me levantando.
  - E eu vou falar com a fera – disse rindo se referindo a .
  - Boa sorte. – disse.
  - Obrigado. – ele sorriu e saiu do quarto.
  Sai logo depois dele e fui procurar Carter que estava junto com Nick.
  - E ai? – disse dando um soco de leve no braço dele.
  - Hey, quer brigar é? – ele disse fazendo pose de luta.
  - Não, não quero morrer agora. – disse rindo.
  Ele e Nick riram.
  - me disse que você levou a Julie embora. – disse.
  - Levei sim, voltei agora pouco, a deixei perto da estação de trem, ela disse que queria ir sozinha de lá.
  - Que bom, estou muito feliz. – sorri.
  - Fico feliz por você estar feliz.
  - Agora só falta me tirarem do tédio, ai ta tudo certo. Vocês vampiros não fazem nada de divertido não?
  - Lógico que fazemos.
  - O quê? Além de quebrar ossos e fazer aquelas brincadeiras que só vampiros podem fazer.
  - A gente sempre vai à cidade vizinha, lá a gente faz um monte de coisas. – Nick disse.
  - Me levem lá, por favor?
  - Mas é claro, é pra já.
  - Vamos chamar o Jimmy pra ir também. – Nick disse.
  - E o ? – perguntei.
  - O ta em reunião com o poderoso chefão, não vai dar pra ele vim. – Jimmy disse aparecendo do nada.
  - Ok então.
  - E acho bom vocês me chamarem hein, se vocês fossem para diversão e não me chamasse eu ia ficar muito nervoso. – Jimmy falou com uma voz brincalhona.
  Demos risadas.
  - Vou pegar o carro, espera ai.
  Nick voltou com o carro e fomos para a tal cidade vizinha.
  Não ficava muito longe de onde morávamos, cerca de uma hora chegamos.
  Era uma cidade diferente de qualquer outra, tinha todo tipo de coisas para se fazer lá, desde cinema até uma pista de patinação com gelo e neve artificial.
  - Que legal aqui. – disse.
  - Tem bastante coisas pra se fazer e eu vou te levar no meu passatempo favorito. – Carter disse.
  - Que medo.
  - Relaxa é bem divertido, não era isso que você queria?
  - Ok né.
  - Eu e o Jimmy vamos jogar sinuca, depois a gente se vê. – Nick disse e saiu com Jimmy.
  - Como vocês conseguem agir normalmente no meio de vários humanos?
  - Nos acostumamos já, no começo é meio difícil, pergunta para um dos novatos.
  - É melhor não, você se esqueceu de que eles podem fazer alguma coisa comigo?
  - Ah é. – ele riu.
  - Qual é o seu passatempo favorito?
  - Patinar.
  - Ah legal.
  - Que bom que você gostou porque estamos indo fazer isso agora.
  E fomos até a pista de patinação, não estava cheia e eu fiquei grata por isso, assim menos pessoas iam ver o desastre que eu sou.
  Pegamos uns sapatos que eram feitos especialmente para patinar e fomos para perto da pista.
  - E ai, preparada?
  - Ér... Na verdade não. – ri.
  - Por quê?
  - Eu meio que me esqueci de te falar que eu não sei patinar.
  Carter começou a rir da minha cara.
  - Não se preocupe, eu vou te ajudar. – ele falou ainda rindo.
  - Mas eu vou cair.
  - Eu te seguro, agora vem logo.
  E Carter me ajudou a patinar, no começo foi meio difícil e cai duas vezes, mas eu não conseguia parar de rir um minuto, depois fui pegando o jeito até ele poder me soltar e eu patinar sozinha.
  - Você aprendeu rápido. – ele disse.
  - Claro, depois de dois tombos e uma bunda roxa eu aprendi.
  Rimos.
  Ficamos um bom tempo patinando, era muito divertido, depois voltamos para o carro, já estava um pouco tarde e decidimos ir embora.
  - E o Nick e o Jimmy? – perguntei.
  - Eles devem estar se divertindo por ai, ou já devem estar em casa.
  - E não avisaram a gente?
  - Na verdade eles me falaram que podíamos ficar com o carro, e que eles não iam voltar para casa com a gente.
  - Ah entendi.
  - Vamos?
  - Claro.
  Voltamos para casa escutando Panic! At The Disco, minha banda preferida.
  - Você adora essa banda né? – Carter perguntou.
  - Como você sabe?
  - Porque você ta cantando todas as músicas.
  - Eu gosto muito. – ri. – E você?
  - Eu gosto mais de rock antigo sabe Beatles, Oasis, Abba, essas bandas.
  - Também gosto dessas bandas. – disse.
  - Você tem quantos anos? – ele riu.
  - Não é só porque sou nova que não posso gostar de bandas antigas.
  - To brincando.
  - Eu sei. – ri.
  Conversávamos sobre tudo até chegarmos em casa.
  - Que bom que vocês chegaram. – falou assim que nos viu.
  - Aconteceu alguma coisa? – perguntei.
  - Não, pode ficar tranquila, eu só quero conversar com todos vocês.
  Eu e Carter nos olhamos.
  - Vamos entrar.
  Na sala estavam todos os vampiros mais velhos reunidos, só faltava , então ele já tinha ido se encontrar com seus irmãos.

Capítulo 11

  - Eu reuni vocês para contar o porquê de o não estar aqui nessa reunião. – começou a falar.
  - Ele foi embora? – Carter perguntou.
  Eu e éramos os únicos que sabiam sobre a viagem de .
  - Ele não foi embora. – falei.
  - Você sabe onde ele foi? – perguntou não entendendo.
  - Ele me contou hoje mais cedo, era do meu interesse, é por minha causa que ele não esta aqui.
  - Onde ele foi? – Jimmy perguntou.
  - O foi se encontrar com os outros originais, eles vão tentar dar um jeito de deixar a ir para casa, não precisando mais dela para salvar eles. – explicou.
  - Isso é possível? – Nick perguntou.
  - É o que e os irmãos vão tentar descobrir.
  - Isso quer dizer que se ele conseguir livrar a disso, ela vai poder ir para casa e ai não vamos mais ver ela? – Carter perguntou.
  Eu e Carter nos tornamos amigos, entre os vampiros mais velhos ele era o que mais tinha se aproximado de mim, e eu não sentia nada a mais do que amizade por ele. Eu tinha que admitir que meus sentimentos por e eram confusos, nem eu sabia direito o que eu sentia.
  - Acho que sim. – disse cabisbaixo.
  - Eu não quero parar de ver vocês, eu já disse isso para o . – falei.
  - E o que ele disse?
  - Disse que é melhor não nos vermos mais, que era mais seguro para mim e para vocês.
  - Isso é verdade, ?
  - Não sei, se irmos ver a vão saber que foram nós quem a sequestrou, e também não podemos vacilar, somos vampiros e é por isso que vivemos em lugar isolado, se ficarmos indo a cidade vão descobrir a gente.
  - De vez em quando não tem problema, eu quero ver vocês.
  - Então não vai embora. – Carter falou.
  - Você sabe que é o que mais quero Carter, já conversamos sobre isso. – disse.
  - Sabe que eu to me sentindo meio excluído. – Jimmy brincou.
  - Por quê? – perguntei.
  - O sabe tudo sobre você, o Carter também, e eu to boiando.
  - Somos dois. – Nick disse.
  - Nada a ver gente, e isso não vem ao caso agora, eu gosto de todos vocês e vou sentir muita saudade quando eu tiver que ir embora.
  - Nós também vamos. – falou.
  - Todo mundo sabe que você é o que mais vai sentir saudade, . – Jimmy falou.
  - Jimmy, agora não ok.
  - Desculpa. – ele riu.
  - Quando o volta? – Carter perguntou.
  - Depois de amanhã.
  - Então tenho uma ideia.
  - Qual?
  - Se a pode ir embora, temos que dar uma festa para ela, de despedida, assim ela vai embora feliz e com boa impressão de nós vampiros.
  - Eu já tenho boa impressão de vocês.
  - Mas você ainda não viu nossas festas, gatinha.
  - Verdade, a gente só da festa quando o chato do não esta, e quando isso acontece pode crer que nós aproveitamos, e muito.
  - Se o concordar, to dentro. – Nick falou.
  - Bom, é uma boa ocasião, então ta liberado. – disse sorrindo.
  Aquele sorriso lindo que eu amo.
  - Ae, amanhã tem, e eu quero ver todo mundo locão. – Carter disse todo animado.
  - Se prepara porque a festa que esses caras dão não é brincadeira. – fala para mim.
  - Aposto que você participa de tudo.
  - Claro! Não é sempre que podemos nos divertir assim. – ele ri.
  Enquanto eu e conversávamos, Nick, Jimmy e Carter falavam sobre a festa, já preparavam tudo mentalmente.
  - Enquanto vocês preparam minha festa eu vou indo dormir, tenho que estar bem descansada para amanhã né?
  - Com certeza! – Carter falou.
  - E você é a dona da festa, então você não vai precisar fazer nada, deixa tudo com a gente. – Jimmy falou.
  - Ok. – disse rindo.
  - Eu te acompanho até seu quarto. – falou.
  - Obrigada.
  Caminhamos até meu quarto em silêncio.
  - Boa noite. – ele falou.
  - , você pode entrar um pouco?
  - Claro.
  Entramos no quarto e eu fui me sentar na cama, sentou-se no pufe de frente para mim.
  - Você quer conversar comigo?
  - Sim.
  - Pode falar.
  - , me responde uma coisa.
  - O quê?
  - Se eu puder ir embora mesmo, você não pretende me ver mais?
  Ele ficou pensativo.
  - , não sei, se eu for te visitar vou ter que avisar o e eu não sei se ele quer isso.
  - Porque avisar ele, ele não manda em você, se você quiser ir me ver ele não vai poder te impedir, a não ser que você não queira.
  - É lógico que eu vou querer ir ver você, não só eu como os outros também, mas o não vai gostar disso.
  - Por quê?
  - , eu não posso falar sobre isso.
  - Pode sim, se tem haver comigo você deve falar.
  - Não tem haver só com você, mas com o também, se ele desconfiar que eu te falei alguma coisa ele me mata.
  - Mata?
  - Modo de dizer, .
  - Ata.
  - Desculpa , mas realmente não posso te falar.
  - Ok, mas me promete uma coisa.
  - O quê?
  - Que quando eu for embora você e os outros vão ir me visitar.
  - Não é uma coisa muito difícil de cumprir. – ele riu e eu também.
  - Então você vai me visitar?
  - Vou sim.
  - Obrigado . – sem pensar dei um abraço em , um abraço apertado e que eu não queria soltar mais.
  - Agora vai dormir porque amanhã o dia promete.
  - Ok.
  - Boa noite.
  - Boa noite, .
  Fui tomar um banho morno e demorado, depois fiquei escutando músicas até pegar no sono.

  Sonhei que estava na minha casa com meus pais, irmãos e amigos, estávamos conversando sobre meu sequestro, eu falava que não tinha sido sequestrada, que eu tinha ido porque eu queria, que tinha conhecido pessoas legais e que logo eles viriam me visitar, mas meus pais não aceitavam o fato de eu ter feito amizade com quem tinha me sequestrado, e eu insistia em dizer que eram pessoas boas. A companhia toca e eu vou correndo ver quem era, quando abro a porta dou de cara com , ele estava lindo, e com um sorriso torto estampando seu rosto, logo atrás dele estavam Nick, Jimmy e Carter, eu estava feliz por eles ter ido me visitar, mas algo estava diferente neles, quando eles sorriram os dentes afiados estavam à mostra, e eu sabia que se minha família e amigos os vissem assim descobririam que eles não eram humanos, mas mesmo assim eles entraram em minha casa, assustada tentei distrair meus pais, mas era tarde, os vampiros estavam sentados ao lado dos meus pais e conversavam como se eles se conhecessem há anos.
  “Pai, mãe, esses são , Nick, Jimmy e Carter, meus amigos, foi com eles que eu fui embora há alguns meses atrás”. Falei.
  , ta tudo bem, seus pais já conhecem a gente, e eles nos aceitaram como somos, eles não veem problemas de sermos vampiros, isso é muito bom porque podemos visitar você quando quisermos”. falou.
  “Isso é sério?” falei boquiaberta.
  “Claro que é sério, você não esta feliz?” Carter perguntou.
  “Estou claro que estou”
  Eu estava muito feliz naquele sonho, meus amigos vampiros iriam poder me visitar quando quisesse e sem ter que se esconder, pelo menos não dentro da minha casa e com minha família e amigos lá dentro.
  Estávamos todos reunidos em minha casa, conversávamos, riamos e o que mais me deixou surpresa, Kate, minha melhor amiga, estava se dando muito bem com Nick, minha melhor amiga junto com um dos melhores vampiros que já conheci, eu estava rindo igual uma idiota no sonho, feliz era a palavra que me descrevia.

  Mas acordei, no meio da noite eu acordei, olhei no relógio e eram 4h da manhã, e depois não consegui dormir mais, até às 8h da manhã fiquei rolando na cama, quando vi que já era hora de levantar, sai toda contente da cama, fui ao banheiro fazer minha necessidades matinais e coloquei uma roupa, shorts, regata e fiquei descalço, sim descalço, eu adorava andar descalço na minha casa e aqui me vi à vontade para fazer isso também.
  Sai do quarto e desci até a sala, não tinha ninguém, fui até a cozinha e também estava vazia, procurei por algo para beber na geladeira e achei suco de laranja, bebi um copo e fui correndo para fora.
  Vi bastante movimentação estava todos animados por ali, ao mesmo tempo em que eles arrumavam eles brincavam, fui andando por todo lado e rindo muito, era visível como todos ficavam mais à vontade quando não estava por ali, até eu fiquei mais à vontade.
  Encontrei Carter que quando me viu deu o maior sorriso que já vi.
  - Bom dia!
  - Bom dia, Carter. – sorri.
  - E ai, já está ficando tudo pronto para sua noite.
  - Percebi e to amando, de verdade.
  - Ainda nem te falei o tema da festa e você já ta gostando.
  - Qual é o tema?
  - Terror! E olha como somos profissionais, os monstros são de verdade.
  - Os monstros seriam os vampiros?
  - Sim. – ele riu.
  - Já to gastando mais então.
  - Procura a Marry, ela tem um servicinho para você.
  - Eu achava que não ia fazer nada hoje. – disse brincando.
  - Quando ela te falar o que é você vai pirar, mas pirar no lado positivo, pode apostar.
  - Ok vou procurar ela. – disse e sai rindo.
  Não demorei a achar ela, e ela também estava me procurando.
  - , ainda bem que você apareceu.
  - Carter disse que você estava me procurando.
  - Sim estava, eu e você, você e eu vamos sair e comprar uma roupa bem legal para você usar hoje.
  - Bem que o Carter disse que eu ia pirar. – ri.
  - Você não gostou da ideia?
  - Pirar positivamente. – ri. – Onde vamos comprar roupas?
  - Em uma loja que fica aqui perto.
  - Então vamos.
  - Andando, pode ser? É que estão usando todos os carros e ficamos a pé. – ela riu.
  - Por mim tudo bem. – disse.
  - Espera, você vai descalço?
  Olhei para meus pés, tinha esquecido que estava descalço.
  - Ah, espera que eu vou pegar alguma coisa pra por nos pés. – ri.
  - Ok.
  Corri para casa e fui pegar meu all star, surrado, no quarto. Quando estava indo encontrar com Marry esbarrei em .
  - Oi. – ele disse.
  - Oi e tchau, estou de saída com a Marry. – disse rindo.
  - Quero que você compre uma roupa bem bonita hein, você tem que estar linda hoje.
  Fiquei vermelha, tinha certeza.
  - Pode deixar, a Marry tem bom gosto e ela vai me ajudar escolher uma roupa bem bonita, e ela também vai estar linda.
  - Ok. – ele riu.
  Encontrei Marry e então fomos.
  - Olha, eu nunca vi todos os vampiros tão animados como estão hoje, e isso é graças a você.
  - Por quê?
  - Sempre que eles dão uma festa não é todos que participam, sempre tem alguns que sai e só volta quando o volta.
  - Nossa. Então eu fico feliz que eu consegui reuni todos.
  - O também esta muito animado, e ele era um dos que não participava das festas.
  - É porque eu e o fizemos amizade, eu gosto muito dele e vou sentir muita falta dele, e dos outros também.
  - O também gosta muito de você.
  Percebi certo desanimo na voz de Marry.
  - Aconteceu alguma coisa entre vocês, Marry?
  - Não aconteceu nada, disse que seria melhor eu e ele ser só amigos, eu sei que não devia ficar triste por isso, e muito menos surpresa porque eu sempre soube que nunca gostou de mim, mas eu gosto dele.
  - Eu te entendo Marry.
  - , eu sei o porquê de o ter terminado comigo, terminado entre aspas, porque nunca tivemos nada sério, mas mesmo assim.
  - Marry, é melhor não falarmos sobre isso.
  - Você também sabe não é?
  - Não, eu não sei, mas também não quero saber, hoje é um dia em que eu quero ver todos animados, é um dia muito especial para mim, e eu não quero ver meus amigos tristes e você é minha amiga, Marry, então eu não quero falar em nada que te deixe triste.
  - Você tem razão , não vamos mais falar disso.
  - Obrigada.
  Depois de andarmos mais uns 10 minutos chegamos a uma loja de roupas de fantasia.
  - Fantasia?
  - Não relaxa, vamos comprar umas roupas pretas para você, e se acharmos algo bonitinho de fantasia vamos comprar também.
  Andamos pela loja e achamos umas coisas bem legais para comprar, comprei uma calça preta bem justa, uma blusa normal preta e uma capa, e sangue artificial, Marry ia me emprestar uma bota da época que ela ia para as festas de rock. Pagamos tudo e voltamos para casa.
  Chagando lá as coisas já estavam quase prontas.
  - Comprou tudo? – Jimmy perguntou.
  - Sim. – respondi sorridente.
  - Ok, agora você pode ajudar a arrumar as coisas junto com a gente.
  - Já vou, só vou guardar isso aqui, e vou almoçar porque to faminta. – ri.
  - Ok.
  Fui para casa guardei as coisas que eu comprei e fui para a cozinha preparar alguma coisa para eu comer. Aproveitei o resto da lasanha e esquentei um pedaço no micro-ondas. Terminei meu almoço e fui ajudar a enfeitar os lugares lá fora.
  Passamos a tarde toda enfeitando tudo, e ficou tudo tão lindo, parecia festa de filme de tão perfeito que tinha ficado.
  - Caraca, ta daora. – Carter falou.
  - Também achei, essa festa vai ser muito boa.
  - Ta prometendo. – ele riu.
  - AGORA VAMOS TODOS NOS ARRUMAR, DAQUI UMA HORA A FESTA COMEÇA. – Carter gritou.
  E todos inclusive eu fomos nos arrumar.
  Eu não demorei muito para ficar pronta, demorei mais para arrumar o cabelo e fazer uma maquiagem bem pesada, deixei meus olhos bem pretos com uma sombra preta forte, passei lápis e propositalmente borrei, tava perfeito. Com o sangue artificial derramei um pouco no canto de minha boca e me sujei um pouco com aquilo, braços, barriga que eu tinha deixado de fora deixando a capa aberta e amarrando a blusa que eu usava.
  Eram 20h30 e eu tinha terminado de me arrumar, e já estava meia hora atrasada para festa que começava às 20h.
  A casa estava fazia, desci e ia caminhando até a saída da casa quando o telefone tocou. Fui atender.
  - Alô.
  - ? Porque é você que esta atendendo ao telefone?
  - ? Ah...
  - Aconteceu alguma coisa?
  - Não! Tá tudo bem por aqui e ai?
  - Porque você ta estranha?
   ficaria uma fera se soubesse que estava rolando uma festa.
  - Não estou estranha e eu atendi ao telefone porque não tem ninguém em casa, eles saíram porque estavam com fome, e eu não preciso de seguranças o tempo todo.
  - Entendi. Você esta bem?
  - Estou muito bem. E você?
  - Ainda tentando resolver seu problema, mas amanhã chego com novidades e tenho certeza de que são boas.
  - Eu vou poder ir para casa?
  - Tudo indica que sim.
  - Ah, que bom.
  - Você não parece muito contente.
  - É porque estou cansada e com sono, se você não se importa eu queria muito ir dormir.
  - Já, tão cedo?
  - É que eu sai com o e fizemos bastante coisas hoje, foi bem legal e cansativo.
  - Ah entendi, então pode ir dormir, e até amanhã cedo.
  - Cedo?
  - Sim, logo pela manhã eu já vou estar ai.
  - Bom saber.
  - Boa noite, .
  - Boa noite, .
  Desliguei o telefone e sem mais delongas fui para minha festa de despedida.

Capítulo 12

  Itália

   e seus irmãos Derek, Adam e Filipe estavam reunidos com Lilian, a bruxa que ajudaria a resolver o caso de .
  - , é complicado, não sei se posso fazer com que fique livre desse feitiço. – Lilian falou.
  - Tem que ter um jeito, ela é só uma humana. – falou.
  - Uma humana que pode salvar nossas vidas. – Derek falou.
  - Mas ela quer ir para casa, e eu não posso manter ela a vida toda perto de mim.
  - Na verdade, não sei se ela vai ficar sempre por perto de você, . – Adam falou.
  - Porque esta dizendo isso?
  - Tem uma coisa que você não sabe, só pode ajudar o original que esta por perto dela, se acontecer alguma coisa comigo aqui e ela estiver na Virginia ela obviamente não poderá me ajudar.
  - Você ta querendo dizer que toda hora ela vai ter que se mudar?
  - Quando um de nós precisarmos, sim.
  - Isso é o cumulo, Lilian, você tem que fazer alguma coisa.
  - Já disse que posso tentar, mas não sei se vai dar certo.
  - Porque você quer tanto essa menina longe de nós?
  - Não é obvio?
  - , a gente não vai fazer nada contra ela, até porque é dela que dependemos, é ela que pode salvar nossas vidas.
  - Eu quero que ela vá para casa e fique longe de nós.
  - Porque você quer tanto isso hein? Não vai me dizer que você se interessou pela garota.
  - Eu gostaria muito de saber, porque logo ela foi escolhida para salvar os originais.
  - É uma longa história.
  - Resuma.
  - Lilian foi quem fez esse favorzinho para nós, mas precisamente para mim já que fui eu quem pediu. – Adam começou a falar.
  - E porque você pediu isso.
  - Ela me disse que poderia haver um jeito fácil de nos matar, mas também havia um jeito de impedir isso, sempre que alguém tivesse a ousadia de tentar nos matar essa arma seria o suficiente para impedir.
  - A arma seria ?
  - Exato. Mas na época que Lilian me falou dessa arma nós não estávamos precisando dela, foi aquele período de calmaria, que nós resolvíamos nossos problemas sem precisar de ajuda. Então eu pedi para que ela criasse essa arma, mas que não seria usada ainda.
  - E foi ai que eu falei que arma tinha que ser alguém, um humano qualquer, de preferência que ainda não tivesse nascido já que ainda não seria usada. – Lilian falou.
  - Não entendo.
  - Eu fiz essa magia, o mais poderoso feitiço, eu fiquei anos e anos doente depois disso, sem poderes, mas foi por uma boa causa.
  - Em que ano você fez esse feitiço, Lilian?
  - 1870.
  - O quê? Como isso é possível?
  - Eu apenas fiz o feitiço, não escolhi em quem cairia, não escolhi quando esse humano nasceria, apenas fiz.
  - nasceu em uma ótima hora, não acha irmãozinho? – Derek riu.
  - Ainda não acredito que isso pode ser possível.
  - Isso se chama magia, e das mais poderosas. – Lilian falou.
  - Mas agora você vai ter que dar um jeito de desfazer isso.
  - É pelo mesmo fato de ser magia das mais poderosas que eu não sei se pode ser desfeito, é muito difícil e levaria tempo, sem falar que eu posso morrer, não foi a primeira vez que eu usei de magia poderosa, como você acha que estou viva até hoje?
  - Eu disse que quando eu voltasse para casa ela ia poder ir embora, e eu vou fazer exatamente o que falei.
  - Pode mandar ela pra casa, mas sempre que um de nós precisar vamos ir pegar ela, como você fez.
  - Mas eu não quero que vampiro nenhum a incomode, será que não tem como transferir esse feitiço para outra pessoa, uma insignificante?
  - é insignificante, pelo menos para nós.
  - Para mim ela não é, e eu não quero que ela seja sequestrada de novo.
  - Já vi que nosso querido esta apaixonado.
  - Cala a boca. – avançou para cima de Filipe.
  - Qual é , não se esqueça de que sua amada não esta aqui para te salvar. – Filipe provocou.
  - já te salvou uma vez, e ela esta bem, porque não deixar essa magia do jeito que esta? Sem falar que pode prejudicar Lilian. – Derek falou.
  - Ela já quase foi morta, se eu não chegasse a tempo um vampiro ia matar ela, e você sabe muito bem o que acontece se ela for morta por um vampiro, lobo ou bruxa não sabe?
  - Se isso acontecer toda a magia que eu usei terá sido em vão, então tratem de impedir que essa garota seja morta. E vocês não vão querer uma hibrida revoltada por perto não é?
  - Porque revoltada?
  - A magia que eu usei trás consequências, se ela se transformar ela não será apenas uma hibrida iguais aos que você criou , ela vai estar digamos estressada, revoltada, não é todo mundo que gostaria de ser hibrido. Eu não sei do que ela pode ser capaz.
  - Isso não é bom. – Filipe falou.
  - , ta decidido, feitiço nenhum será desfeito, pode mandar a garota para casa, mas se precisarmos não vamos pensar duas vezes para irmos buscá-la.
  - Lilian falou que tentaria, por favor.
  - Ok , vou ver se posso fazer alguma coisa, mais tarde eu volto com alguma novidade. E só para avisar, eu posso piorar as coisas se tentar desfazer o feitiço, até me matar e matar ela também, e eu não preciso dizer o que vai acontecer.
  - De qualquer jeito, obrigado.
  Lilian se despediu e foi embora.
  - Você ouviu o que a Lilian falou né?
  - Ouvi.
  - , ela pode matar a garota e isso só vai ser pior para nós.
  - Ela não vai deixar a morrer, senão ela morre.
  - Depois não diz que não avisamos.
  Deixei-os falando sozinhos e sai, eu precisava pensar, eu tinha que voltar para casa com a notícia de que estava livre e que ela podia ir para casa ver sua família, e que ela não precisa mais ter medo porque nenhum vampiro iria atrás dela novamente, eu acreditava que Lilian conseguiria fazer alguma coisa, mas agora só me restava esperar. Horas depois liguei para minha casa para ver como estavam às coisas por lá, estranhei porque foi quem atendeu ao telefone, mas ela falou que estava tudo bem e que os vampiros tinham saído para se alimentarem então não fiquei preocupado.
  Fiquei horas vagando pelas ruas até dar certo tempo para que Lilian voltasse com novidades.

  Virginia

  Era a melhor festa que eu já tinha ido, sem dúvidas. Nunca tinha visto tanta gente louca junto, no bom sentido, aqueles vampiros estavam deixando minha festa de despedida mais animada do que seria o normal, Nick e Jimmy estavam bêbados e dançando feitos loucos, mas eles dançavam muito bem, pareciam profissionais, Carter, esse era o mais animado, sempre me levava para o meio da pista e me fazia dançar com ele, eu ria mais do que dançava, mas essa era a intenção dele, me deixar animada, e ele tava conseguindo.
  Depois de horas dançando resolvi descansar um pouco e procurar algo para beber.
  Eu estava distraída olhando todos os cantos da festa até que avistei , ele estava sozinho e não parecia curtir muito aquela festa.
  Aproximei-me dele.
  - Tudo bem? – perguntei.
  - Oi , tudo sim, ta gostando da sua festa?
  - Eu to, mas você pelo jeito não.
  - Não é isso, a festa ta muito boa, dessa vez eles capricharam mesmo. – ele riu, mas não era um sorriso convincente.
  - Qual é o problema ?
  - Não sei, to com medo do que o é capaz de fazer.
  - Ele não vai fazer nada que me prejudique, eu sei disso.
  - Você tem razão, o nunca te machucaria.
  - E por que você ta dizendo isso agora?
  - Todo mundo sabe o que o sente por você , mesmo ele não admitindo.
  - E eu não ligo.
  - Por que não?
  - Porque ele não se importa, se ele se importasse ele não esconderia o que sente.
  - Talvez ele tenha medo.
  - E você , tem medo?
  - Do que?
  - De esconder o que sente.
  - Não é de mim que estamos falando.
  - Mas acho que você é igual. Eu já sei que você e a Marry não tem mais nada.
  - Eu só achei melhor parar de enganar ela.
  - Então para de se enganar .
  - Porque você ta falando isso?
  - Do mesmo jeito que falam do falam de você.
  - E você leva a sério?
  - Se eu levo a sério o que falam do porque eu não levaria o que falam de você?
  - Por que é mentira?
  - Não acredito em você.
  - , há uma história por trás disso tudo e eu não sei se quero te contar.
  - Mas eu quero que você me conte.
  Ele suspirou não tendo alternativa.
  - O já gostou muito de uma vampira que apareceu aqui, ele fazia tudo por ela, mas não era dele que ela gostava, pelo menos era o que eu achava.
  - Já até sei onde isso vai acabar.
  - Fui eu quem a ajudou quando ela mais precisou, e eu não tive culpa se também gostava dela, e ela de mim, e acontece que quando nós gostamos de alguém é pra valer, danem-se os outros.
  - Vocês brigaram?
  - Não chegamos a esse ponto, mas não conseguíamos ficar um perto do outro, até para evitar brigas, ela dizia que me amava e eu dizia que não me importava com o , eu queria ficar com ela. Mas o que eu não imaginava era que ela dizia a mesma coisa para o .
  - Nossa...
  - Pois é, mas ela foi embora depois que os dois descobriram.
  - E ai vocês ficaram bem, amigos de novo?
  - Eu fui embora depois disso, o até achou que eu tinha ido com ela ou atrás dela, mas depois de alguns anos eu voltei e falei que tinha ido para a Europa e não fazia ideia de onde ela estava.
  - Entendi.
  - Foi ai que ele mandou procurar por você.
  Fiquei quieta.
  - Os faladores já acham que a história esta se repetindo, mas eles não sabem de nada.
  - Ah.
  - O confia em mim, apesar desse ocorrido, e eu não quero que a história se repita.
  - Mas não vai se repetir , até porque eu já tenho alguém. – não sei se devia ter falado isso.
  - Eu sei que não vai se repetir, até porque você não gosta dos dois, mas da nossa parte eu não sei.
  Como ele tinha tanta certeza disso, como ele sabia que eu não gostava dos dois sendo que nem eu sabia o que sentia naquele momento.
   era lindo, atencioso, simpático, perfeito. era lindo, mau, perfeito. acorda pra vida.” Pensei.
  Eu estava muito confusa.
  - , eu vou procurar alguma coisa para beber, não quero mais falar sobre isso. – disse e sai.
  Eu precisava beber pra esquecer aquilo, tinha acabado de me confessar que ele e o gostavam de mim e eu falei que tinha outra pessoa, onde é que eu tava com a cabeça? É lógico que eu não podia falar que eu sentia alguma coisa por ele e também pelo , mas o que eu podia fazer?
  Comecei a beber sem me importar se ficaria bêbada, a festa era pra mim e eu tinha que me divertir, não demorou muito para eu começar a falar coisas sem nexos, eu sempre fui a mais fraca na hora de beber.
  Depois de já estar bêbada decidi que ia procurar , eu queria tentar esclarecer algumas coisas com ele, talvez falar que eu não tinha ninguém, depois eu me resolvia com Sebastian, e falar que eu não ligava para , falar que era dele que eu gostava.

  Pov .

  Eu estava conversando com alguns vampiros quando vi me chamando, eu percebi que sua voz estava alterada e quando cheguei mais perto vi que ela tinha bebido demais.
  - , preciso falar com você, é importante. – ela falava arrastado.
  - Ok. – disse.
  Ela começou a andar para um lugar onde não tinha ninguém, seguia ela sem falar nada.
  - Aqui ta ótimo.
  - Pode falar então. – disse.
  - , eu gosto de você. – foi só o que ela disse.
  - Eu também gosto de você .
  - Não, você não entendeu, eu gosto mesmo de você.
  - , você ta bêbada. – ri da situação que se encontrava.
  - Não estou. Talvez só um pouco, mas isso não tem importância agora. , eu to falando sério.
  - , quando você estiver sóbria eu vou levar a sério o que você ta me falando, mas agora eu não posso considerar.
  - Eu te provo então.
  - Como? – ri.
  Inesperadamente me beija, um beijo desajeitado, mas um beijo bom, eu não podia continuar com aquilo, mas era mais forte do que eu, então segurei pela cintura e ela passou seus braços em meu pescoço, e foi um beijo foi demorado, difícil de rompê-lo, mas quem interrompeu o beijo fora ela.
  - , eu não deveria...
  - Shit , fui eu quem te beijou você não podia fazer nada. – ela me interrompeu.
  - , ta tudo bem?
  - Não sei, não sei se eu devia ter feito isso, não sei de mais nada.
   saiu correndo não dando tempo nem de eu falar mais alguma coisa.
  Será que ela estava arrependida de ter me beijado? Será que ela se lembraria de alguma coisa no dia seguinte? Muitas perguntas que eu não teria a resposta naquele dia.

  Pov .

  Bêbada ou não eu sabia que eu não tinha feito coisa certa, beijar , quando eu não sabia quais eram meus sentimentos por ele, ao mesmo tempo em que eu também não sabia quais eram meus sentimentos por , e ao mesmo tempo em que eu ainda tinha namorado, era muito para minha cabeça.
  Coitado do Sebastian, provavelmente ele deve estar preocupado comigo, e eu aqui beijando outro, e o , como ele ficaria se soubesse, e se a história se repetisse? Não, eu não podia deixar isso acontecer.

Capítulo 13

  Itália

  Horas depois voltou para casa de Adam, Lilian já estava lá com novidades para ele.
  - Que bom que você chegou.
  - Espero que você tenha boas notícias.
  - Tenho sim. Eu andei estudando algumas possibilidades de reverter o feitiço, e achei uma solução.
  - Que bom, e qual é?
  - Vou transferir o feitiço para outra pessoa, uma mais insignificante como Filipe disse.
  - Que ótimo, e quando você vai fazer isso?
  - Quando eu estiver perto da garota, eu já tenho tudo pronto, mas ela tem que estar por perto, pelo mesmo na mesma residência que eu.
  - Eu viajo para Virginia daqui a algumas horas, ainda da tempo de comprar uma passagem.
  - Uma não irmão, quatro, nós vamos também. – Derek apareceu.
  - O quê? Porque vocês vão?
  - Nós queremos conhecer a .
  - Mas ela não será mais nada para gente, não tem porque vocês querer conhecer ela.
  - Já que não tivemos a oportunidade de conhecê-la em uma ocasião mais, digamos, desastrosa, vamos conhecer ela amigavelmente, você não precisa se preocupar.
  - Ok, façam o que quiserem, mas depois que a Lilian tiver tirado o feitiço da , vocês vão embora.
  - Ok.
  - Lilian, só mais uma pergunta, você sabe em quem esse feitiço vai estar depois de tira-lo de ?
  - Seus irmãos já deram um jeito nisso.
  - O que vocês fizeram?
  - Encontramos alguém para nos salvar, relaxa é alguém insignificante. – Adam riu.
  - Quer saber, eu não to nem ai pra quem vocês escolheram, e tem mais, levem essa pessoa com vocês, eu não preciso de ninguém.
  - Mas você precisou de .
  - Não preciso mais, e é exatamente por isso que eu quero ela livre.
  - Como nosso irmão é bom não é? – Filipe caçoava de junto com seus irmãos.
  Estava decidido, no dia seguinte os originais e a bruxa já estariam em Virginia para tirar o feitiço de , era o que mais queria e torcia para que desse certo.

  Virginia

  Chegamos a casa e estava silencioso, não se via ninguém do lado de fora, o que era estranho já que os vampiros costumavam acordar cedo.
  - vai ter que participar pessoalmente desse feitiço que você vai fazer?
  - Não, eu não precisei dela pessoalmente quando coloquei o feitiço, então basta ela estar por perto.
  - Quero acabar com isso logo, então vamos até minha casa onde ela também fica.
  Fomos até a casa e percebi que mais uma vez os vampiros tinham aproveitado minha viagem para se divertir. Muita coisa estava fora do lugar, sem falar na sujeira.
  - Pelo visto seus amigos deram uma festa. – Derek comentou.
  Fiquei quieto, apenas caminhei até a casa.
  Já dentro da mesma, Lilian preparava as coisas para fazer o feitiço, decidi que seria no meu escritório, ninguém sabia que eu tinha voltado, e quando Lilian acabasse ela e meus irmãos iriam embora.
  - Será que eu posso ver a garota? – Adam perguntou.
  - Ela esta dormindo, você vai acorda-la e eu não quero que ela acorde antes de estar livre da gente.
  - Eu vou ser discreto irmão.
  Deixamos Lilian preparar tudo e levei meus irmãos até o quarto de .
  Adam, Filipe e Derek caminharam até o quarto que indiquei que era de , eu não ia os deixar irem sozinhos e acabar cometendo alguma besteira, então os acompanhei.
   estava dormindo, parecia estar num sono pesado, nem se mexeu quando a porta fez um barulho ao ser aberta. Mesmo meus irmãos estando por perto não pude deixar de admirar quando estava dormindo, ela era linda dormindo, calma, tão inocente.
  - Acho que já chega. – sussurrei.
  Ao fechar a porta do quarto Filipe me olhou e estava com um sorriso malicioso nos rosto.
  - Realmente , é bonita.
  - Vamos parar de prolongar esse momento, Lilian já deve estar com tudo pronto.
  Voltamos para o escritório e Lilian já tinha começado com o feitiço, eu só observava, não entendia o que ela falava, mas parecia estar funcionando.
  Minutos depois Lilian pareceu voltar ao normal e ela estava ofegante, cansada.
  - Esta tudo bem? – Derek perguntou.
  - Sim, esse feitiço me deixa assim, mas eu vou ficar bem.
  - Deu certo? – perguntei.
  - Acho que sim, eu usei muita magia, e pareceu dar resultado.
  - E como vamos saber se realmente deu certo?
  - Só tem um jeito de saber.
  - Qual?
  - Um de vocês correrem perigo, se a pessoa escolhida por Adam não salvar vocês, quer dizer que não deu certo.
  - Então precisamos estar à beira da morte pra saber se deu certo?
  - Sim.
  - Ah que ótimo. – Filipe não estava satisfeito.
  - Relaxem meninos, tenho quase certeza que deu certo.
  - Vamos confiar em você, Lilian.
  - Bom, já que está tudo acabado, vocês já podem ir embora.
  - Nossa que bela recepção que você nos dá, eu não te tratei assim quando você estava em casa. – Adam disse.
  - Vocês querem um cafezinho? – perguntei sarcasticamente.
  - Vamos esperar acordar, quero falar com ela.
  - Você não tem nada pra falar com ela, Adam.
  - Para de ser ranzinza e nos deixe ficar só mais um pouco.
  - Ok, mas não aqui, vão dar uma volta por ai.
  - Você é quem manda.
  E então eles se retiraram.
  Eu queria falar com , saber se estava tudo bem com ela, mas tinha medo de ir acorda-la e ela não gostar.
  Foi então que escutei um barulho vindo de seu quarto. Fui até o mesmo para ver o que era.
  - ? – bati na porta.
  - , é você?
  - Sim, sou eu, posso entrar.
  - Claro.
  Abri a porta do quarto e estava sentada na cama com a mão na cabeça, fiquei preocupado então corri para perto dela.
  - Esta tudo bem? – perguntei.
  - Sim, só estou um pouco tonta. – ela respondeu.
  - Olhe para mim. – pedi.
  Ela levantou a cabeça para me olhar não entendendo.
  - Parece que você não dormiu nada. – falei.
  Ela ficou quieta, mas logo mudou de assunto.
  - Você tem novidades para mim? – perguntou.
  - Tenho sim, você já pode ir para sua casa.
  - , você ta falando sério?
  - Estou sim, a mesma bruxa que colocou esse feitiço em você tirou e colocou em outra pessoa.
  - Eu tava enfeitiçada?
  - , para ser sincero, eu não entendo nada de bruxas, então não me pergunte essas coisas, por favor. – sorri simpático.
  Ela também sorriu.
  - Você sabe quem é essa outra pessoa?
  - Eu não, mas meus irmãos sabem, eu não quis saber e essa pessoa vai ficar com eles.
  - Mas e se você correr perigo?
  - Eu me viro, o importante agora é que você esta livre e pode ir ver sua família.
  Ela sorriu, ela estava feliz, e eu também estava feliz por fazê-la feliz.

  Pov .

  Depois que sai correndo logo após aquele beijo que eu dei em , eu só queria saber de beber, eu não queria mais pensar nele, nem no e muito menos em Sebastian, e eu sabia que beber era uma ótima alternativa.
  Eu não me lembrava de nada depois daquele beijo, não sabia como eu tinha ido parar em meu quarto, muito menos em que horas eu fui dormir, acordei quando já estava de dia, minha cabeça latejava, só levantei da cama porque eu estava muito apertada para ir ao banheiro, me arrastei até o mesmo e depois que fiz minhas necessidades matinais voltei para minha cama tropeçando nela ante de deitar.
  Alguém bateu na porta, e uma coisa muito estranha dentro de mim aconteceu quando eu ouvi aquela voz me chamando, era , e eu estava feliz em saber que ele tinha voltado, não só porque eu sabia que ele tinha novidades para mim, mas também porque eu ia ver ele, eu estava sentindo uma felicidade estranha.
  Na noite anterior eu tinha beijado , e outra pontada de alegria me veio ao me lembrar do beijo, e agora eu ia ver o , meu Deus, o que estava acontecendo comigo?
   entrou no quarto e pareceu preocupado ao me ver, eu disse que estava bem, e quando ele falou que parecia que eu não tinha dormido a noite toda, me perguntei a que horas eu tinha dormido já que estava tão evidente de que eu tinha dormido muito tarde.
  Mas o que eu realmente queria saber era sobre as noticias que ele trazia, e sim, eu estava livre, eu ia poder ir para minha casa, ver minha família, amigos e namorado, ah não.
  - Estou muito feliz em ver que você esta feliz. – falou.
  - Você não imagina o quanto eu estou feliz, teve dias que eu realmente pensei que não iria voltar para minha casa, ver minha família de novo.
  - Bom, agora quem decide quando quer voltar é você.
  E um desanimo bateu, e meus amigos que eu fiz aqui, eu não veria mais eles?
  - , eu vou poder ver vocês de novo?
  - , eu fiz de tudo para você poder ficar livre de nós, não tem sentido você continuar nos vendo, até porque você mora muito longe.
  - Mas eu quero continuar vendo vocês.
  - Não acho uma boa ideia, se fosse assim eu não teria arriscado a sua vida para tirar esse feitiço, eu deixava você com ele e sempre que eu precisava eu ia te buscar, e o que sua família ia achar disso, você sendo sequestrada toda hora, não ia ser legal.
  - Vocês podem ir me ver de vez em quando, como pessoas normais, fingindo ser humanos.
  - Mas não somos humanos, e evitamos ficar perto deles.
  - E se eu quiser vir ver vocês?
  - Se você esta disposta a vim de Londres até aqui para nos ver, eu não vou te impedir.
  - Já é alguma coisa.
  - E então, quando eu preparo seu passaporte?
  - Nossa você ta me expulsando?
  - Eu achava que logo que eu te desse a notícia você já ia querer ir.
  - Amanhã, eu volto amanhã para casa.
  - Ok, vou mandar que preparem tudo, e você volta sozinha, é melhor não corrermos risco.
  Antes de sair eu tinha que perguntar uma coisa que eu estava muito curiosa pra saber dele.
  - , você e o são realmente amigos, ou convivem porque não tem outra escolha?
  - Porque você ta me perguntando isso?
  - O me contou umas histórias, eu só queria saber.
  - Espero que não seja a história que eu estou pensando.
  - Os dois apaixonados pela mesma vampira, se é essa a história que você esta pensando, é essa que eu estou falando.
  - Não acredito que ele te contou.
  - Qual é o problema de eu saber disso.
  - Essa era uma história que era para termos esquecido desde que aquela vadia foi embora.
  - Eu não quero que você me conte essa história, até porque o já me contou, eu só quero que você me responda isso.
  - O é o vampiro mais confiável que eu tenho, e ele também é um ótimo amigo.
  - Me promete que você não vai tirar satisfações com ele?
  - Quem sabe um papinho breve, não vou machuca-lo.
  - Eu quero que você saiba de uma coisa .
  - O quê?
  - Essa história não vai se repetir.
  Ele ficou sério e depois de alguns instantes respondeu.
  - Eu sei que não vai.
   se levantou e já ia saindo do meu quarto quando se virou para mim.
  - Ah , você tem visitas.
  - Quem?
  - Uns originais. – ele sorriu e saiu.
  Minha conversa com tinha sido muito boa, mas agora eu tinha que me preparar para conhecer os outros originais.

  Quando cheguei ao andar de baixo vi um homem desconhecido sentado no sofá bebendo o whisky que era de Jimmy, eu tinha certeza que ele ia ficar uma fera se visse que estavam tomando seu whisky, mas depois me toquei que era um dos irmãos de , um original, então Jimmy não ia falar nada.
  - Bom dia. – falei educadamente.
  Ele se virou para me olhar.
  - Olá. – ele sorriu maliciosamente.
  Caminhei para perto dele.
  - Então você é a famosa ?
  - Famosa eu não sei, mas sou eu sim. – disse.
  - Prazer, eu sou o Derek, irmão do .
  O irmão de era bonito, mas não tão bonito quanto .
  - Meus irmãos estão lá fora e eles querem te conhecer.
  - Então vamos.
   estava acompanhado de mais dois originais, bonitos também, me aproximei deles junto com Derek.
  - Olha quem chegou. – Derek falou.
  - Até que enfim estou conhecendo você. – um deles falou.
  - , esses são Adam e Filipe. – me apresentou eles.
  Adam era o que tinha falado antes.
  E então eles começaram a me fazer um monte de perguntas, eu não tava entendendo o porquê daquelas perguntas, mas respondi todas.
   parecia impaciente a cada minuto que se passava então resolveu acabar com a sessão perguntas.
  - Acho que já chega de perturbar a menina. – ele falou.
  - Esta te incomodando irmãozinho? – Filipe perguntou.
  - Nem eu fiz esse monte de perguntas para ela, então não tem porque vocês fazerem. Afinal, ela não tem mais nada a ver com vocês.
  - E nem com você. – Derek falou.
  - Eu sei, e é exatamente por isso que ela vai para a casa dela amanhã.
   fez uma pequena pausa antes de começar a falar de novo.
  - , meus irmãos já tem que ir embora, eles tem que voltar para a Itália.
  - Ok. – disse.
  - Foi um prazer te conhecer, , é uma pena que não vamos nos ver mais. – Adam falou.
  Permaneci calada.
  - , vai procurar o , e fala que eu quero falar com ele. – pediu.
  - Ok. – sai rapidamente.
  Fui procurar por , seria a primeira vez que eu o veria depois do beijo, eu não sabia com que cara olhar para ele.
  Encontrei-o e ele não estava sozinho, Marry fazia companhia a ele, eu não sabia se ia ou não falar com ele, mas já era tarde, ele tinha me visto e eu não podia dar meia volta. Marry pareceu incomodada ao me ver e então deixou sozinho. Caminhei até ele.
  - Oi. – disse tímida.
  - Oi. – ele pareceu do mesmo jeito.
  - Só vim te avisar que o quer falar com você.
  - Ele ta com visitas, são os irmãos originais, eu não quero incomodar.
  - Eles já estão de saída, acho melhor você procurar o .
  - Vou daqui a pouco.
  - Ok.
  Já estava me retirando quando me chamou.
  - .
  - Oi?
  - Você já esta livre?
  - Sim.
  - E você já vai embora?
  - Amanhã.
  - Entendi.
  - , depois a gente conversa, eu quero falar com a Marry. – disse.
  - Ah, ela ta meio chateada com você.
  - Percebi, mas não sei o que eu fiz, então vou perguntar e aproveitar para me despedir dela.
  - Vai lá.
  Sai a procura de Marry, ela não estava muito longe de onde eu conversava com .
  - Marry.
  - O que foi? – ela respondeu nervosa.
  - Eu te fiz alguma coisa?
  - Não a mim, mas a alguém que eu gosto.
  - Quem? Me fala o que eu fiz e pra quem eu fiz.
  - Para o , , você ficou louca em beijar ele do nada?
  Droga, Marry estava chateada por causa do beijo, mas eu nunca ia imaginar que o contaria logo para ela.
  - Eu tava bêbada. – foi a melhor desculpa que eu pude dar.
  - Eu sei, e é por isso que eu fico nervosa, todo mundo sabe que ele gosta de você, e ai você faz isso?
  Eu estava cansada de todo mundo falando a mesma coisa.
  - Quer saber Marry, cansei, eu estou cansada de ouvir todo mundo falando que o gosta de mim, e que o gosta de mim, chega, pra mim já deu, e ao mesmo tempo em que eu fico triste por ter que ir embora daqui eu fico aliviada porque não vou mais ter que ouvir isso.
  Marry olhava na minha direção, mas não exatamente para mim, então me virei para ver o que ela olhava.
   e estavam bem atrás de mim e me olhavam surpresos.
  - Droga. – disse baixinho.
  - Que bom que vocês dois ouviram isso. – Marry disse.
  - Marry, eu só queria me despedir de você. – disse.
  - Vou sentir sua falta, , de verdade.
  - Eu também.
  Eu não tinha coragem de olhar na cara dos dois, e eu sabia que eles não tiravam os olhos de mim.
  - Vou me despedir dos outros. – disse.
  - Não tenha pressa, você só vai embora amanhã. – falou.
  Mesmo assim sai praticamente correndo dali.
  Não ia ser fácil me despedir de e , e agora eu tinha falado demais, eu não menti quando disse aquilo a Marry, mas acho que não foi muito bom eles terem ouvido.
  Naquele momento só me restava me despedir dos outros vampiros, então fui à procura de Jimmy, Nick e o que seria mais difícil de me despedir, Carter.

Capítulo 14

  Encontrei Jimmy e Carter juntos então fui falar com eles.
  - Oi. – disse.
  - Oi. – eles responderam juntos.
  - Aconteceu alguma coisa para todos os originais estarem aqui? – Jimmy perguntou.
  - Aconteceu sim.
  - O quê?
  - Os originais não precisam mais de mim. – respondi.
  - Oi . – Nick se reuniu a nós.
  - Oi.
  - Então quer dizer que você está livre?
  - Estou sim.
  - E porque da visita deles?
  - Eles queriam me conhecer antes de eu ir embora.
  - Você já vai embora?
  - Amanhã cedo. E eu vim aqui me despedir de vocês. – falei.
  - Ah a gente tava se dando tão bem. – Jimmy falou.
  - Concordo, mas eu falei para o que quando eu pudesse eu viria aqui para ver vocês.
  - A gente não vai poder ir visitar você não é?
  - Se depender do não. – disse com tristeza na voz.
  - Ele não pode nos impedir. – Carter falou.
  - Segundo ele se fosse pra gente continuar se vendo ele não teria pedido que tirasse o feitiço de mim.
  - Problema é só dele se ele não quer te ver, , a gente vai dar um jeito de ir te visitar, não é rapazes? – Carter perguntou.
  - Claro. – eles responderam.
  - De qualquer jeito eu disse que viria visitar vocês, e eu também vou dar um jeito de fazer isso.
  - Já tinha até me acostumado com uma humana entre nós. – Nick falou.
  - E eu tinha me acostumado a viver com um monte de vampiros. – sorri.
  - Gente, já volto. – Carter saiu.
  - Ele ta aprontando alguma coisa. – Jimmy falou.
  - E você já se despediu do ? – Nick perguntou.
  - Ainda não, vou deixar ele e o por último.
  - Imagino que vai ser difícil para você.
  - E como. – eu sabia que ia ser difícil, ainda mais depois do que eles ouviram.
  Carter apareceu de novo, mas agora ele estava com o carro.
  - Se vocês não se importam, eu posso dar uma volta com a ? – ele parou o carro do nosso lado.
  Olhei para os vampiros do meu lado e eles assentiram.
  - Até daqui a pouco. – Nick falou.
  - Vou tentar ver vocês antes de ir embora. – disse.
  - Relaxa, quem você acha que vai te levar para o aeroporto? – Nick perguntou sorrindo.
  - Obrigada. – sorri.
  Entrei no carro.
  - Posso saber aonde o senhor vai me levar?
  - Aposto que o já te levou a esse lugar.
  - Praia? – perguntei.
  - Não, o outro lugar.
  Carter estava me levando ao lugar em que eu e tínhamos dado nossa primeira caminhada, aquele lugar que eu tinha amado e que era lindo.
  - Porque você ta me levando até lá? – perguntei.
  - Porque eu quero conversar com você.
  - Ok.
  O caminho até lá foi silencioso, eu não fazia ideia do que Carter queria falar comigo, ele não era para mim como o e o eram, mas eu também sabia que eu não era para ele como era para os dois.
  Chegamos ao lugar e começamos a caminhada até o lugar mais alto de lá, demorou menos tempo do que da primeira vez que fui.
  - Chegamos. – Carter disse quebrando o silêncio da caminhada.
  Me sentei e ele também.
  - E então, o que você quer conversar.
  - Eu quero que você saiba de algumas coisas.
  - O quê?
  - , poder parecer estranho, mas eu nunca conheci alguém como você.
  - Como assim. – aquela conversa estava começando a me assustar.
  - Não é como para e , você é a minha primeira amiga. – Carter pareceu ler meus pensamentos ao dar aquela explicação.
  Ele continuou:
  - No começo eu fiquei com medo de você achar que eu sentia algo mais do que amizade por você, e também fiquei com medo de você acabar gostando de mim, afinal, eu sou lindo e sexy, e as meninas se amarram em mim.
  Comecei a rir.
  - Realmente, você é muito sexy. – disse ainda rindo, mas não menti.
  - Mas depois eu vi que você sentia a mesma coisa por mim.
  - Verdade. Eu podia falar que o é o meu amigo aqui, mas todos já perceberam que nossos sentimentos não são de amizade.
  - Você gosta dele?
  - Sinceramente, eu não sei o que eu sinto por ele. E nem pelo .
  - Mas você tem namorado, não tem?
  - Acho que sim, mas quando eu voltar não vou ter mais, não faz sentido eu continuar com Sebastian, acho que eu não gosto mais dele. Talvez nunca gostei e só fiquei com ele por que... Sei lá.
  - Nossa como você é confusa.
  - Sou muito, e tem sido difícil para mim decidir alguma coisa.
  - Você não sabe o que sente por e nem por , mas talvez possa ser o mesmo sentimento.
  - Ta pode até ser, mas qual é esse sentimento?
  - Fato, você gosta de dois vampiros.
  - Sou muito anormal?
  - Claro que não. – ele riu.
  - Mas eu to indo embora amanhã, e vou demorar para ver os dois novamente, então acho que posso clarear minha mente sobre eles.
  - Pode até ser, mas já aviso que somos difíceis de ser esquecidos. – ele riu convencido.
  - Imagino. Como vou esquecer de que fiquei morando com vários vampiros, e que talvez eu goste de dois deles?
  - Você podia não ir embora, mas eu te entendo.
  Eu tinha muita curiosidade de como e porque aqueles vampiros se transformaram, e qual era a idade deles como vampiros e a idade como humanos, eu tiraria minha dúvida sobre o Carter agora.
  - Carter, há quanto tempo você é vampiro?
  - Faz as contas você, me transformaram quando eu tinha 20 anos, e sou vampiro há 95 anos, quanto que da? – parecia que nem ele sabia.
  Fiquei um minuto pensando, maldita matemática.
  - 115?
  - É isso ai.
  - Você é o mais novo entre os mais velhos não é?
  - Sou sim.
  - E você ainda sabe alguma coisa sobre a sua família?
  - Não, quando eu descobri que tinha me tornado vampiro eu não quis mais saber deles.
  - Por quê?
  Ele ficou pensativo.
  - Se você quiser não precisa falar.
  - Eu tinha uma vida difícil. – ele começou. – Morava na Itália e minha família era muito pobre, eles me forçavam a trabalhar quando eu devia estar na escola.
  - Itália? – eu interrompi.
  - Sim Itália, eu sei, é onde os outros originais moram, e foi o quem me achou e me transformou.
  - Porque ele te transformou?
  - Porque eu pedi.
  - O quê?
  - Eu não queria mais aquilo para mim, e eu só perdi uma coisa quando tive que ir embora de lá.
  - O quê?
  - O nome dela era Elizabeth, ela era linda e sofreu muito quando disse que ia embora, e eu não queria que ela sofresse por minha causa.
  - Você já era vampiro?
  - Já, foi muito difícil me segurar, e eu não demorei muito com ela.
  - Do jeito que você ta falando até parece que você m... – não continuei, não precisei continuar, a expressão dele dizia tudo.
  Ele baixou a cabeça e parecia que estava chorando.
  - Carter? – eu estava assustada.
  - Eu disse para que ia fazer o mesmo que ele fez comigo com ela, ele não deixou, disse que eu não ia conseguir, mas mesmo assim eu fui tentar, e realmente eu não consegui.
  - O que aconteceu exatamente?
  - Eu comecei a morder ela e o sangue dela era muito bom, era a minha primeira ‘refeição’ então não consegui parar.
  - Mas você tinha que matar ela, não é?
  - E matei, mas foi só, ela não se transformou, morreu.
  - Meu Deus, eu sinto muito.
  - Eu não me sinto culpado.
  Olhei para ele assustada.
  - Ela era a única coisa que eu queria que fosse comigo, mais nada, nem pais, irmãos, nada. Tecnicamente ela foi comigo, eu e ela fomos dados como mortos, atacados por um animal, mas só o corpo dela foi encontrado.
  - Você ainda não superou a perda dela?
  - Já sim, faz 95 anos que isso aconteceu, .
  - Nossa.
  - Não pense que eu sou um sem coração que não tenho sentimentos, mas é que minha vida continuou, outras meninas veio e já era.
  Comecei a rir.
  - Você não presta, Carter.
  Ele também riu.
  - Eu sei.
  - Mas eu ainda tenho uma dúvida.
  - Qual seria?
  - Você pediu para o te transformar, mas como ele te encontrou e falou ‘e ai quer se tornar um vampiro?’ – tentei imitar o .
  Carter achou graça da minha imitação.
  - estava com sede e estava caçando e adivinha quem foi a presa dele?
  - Você?
  - Certa resposta, mas antes de acabar comigo, eu não sei como, mas eu pedi para me tornar igual ele, e então ele me deu sangue, eu não sei por que, mas ele me queria por perto.
  - Deve ser porque você é esperto e deve ser útil a alguma coisa que interesse .
  - Até hoje eu não tenho essa resposta, mas também não estou a fim de saber.
  Carter e eu passamos o dia conversando, paramos apenas quando eu disse que estava com fome e ele foi a algum lugar comprar comida, não demorou nem cinco minutos para ele ir e voltar.
  E nossa conversa continuou.

  Pov

  Não tinha sido muito legal ouvir o que dissera, ainda mais com o do meu lado, mas do mesmo jeito que eu, pareceu ignorar aquilo enquanto estávamos juntos.
  - O que você quer falar comigo? – perguntou.
  - Sobre a conversa que você teve com .
  - Já sei, é sobre a Juliette
  - Exato. Eu realmente não queria que você falasse sobre ela com a .
  - Ela perguntou.
  - Mesmo assim.
  - , eu não estou muito confortável de ter essa conversa e nem você.
  - Nós dois sabemos que a história não vai se repetir, .
  - Então porque estamos falando sobre isso?
  - Todo mundo acha que a história já está se repetindo, e a não aguenta mais ficarem falando sobre isso, você sabe do que eu estou falando, não sabe?
  - gosta de você. gosta de você. É isso deve encher o saco.
  - Agora que vai embora eu acho melhor deixarmos ela em paz, afinal, ela já tem alguém em Londres.
  - , é impressão minha ou você está confirmando o que dizem?
  - Sobre?
  - Você gostar dela.
  - E você , gosta dela?
  - Eu perguntei primeiro.
  - Não vou te responder, esse assunto morre a partir do momento em que a sai deste país.
  - Ok, não vamos mais falar sobre ela, eu acho ótimo. – sorriu.
  - Ok.
  - Era só por isso que você mandou me chamar?
  - Não, preciso que você resolva as coisas sobre a passagem dela, eu não sei exatamente como você e o Nick fizeram quando a trouxeram então acho que você pode cuidar disso.
  - Pode deixar, eu vou comprar.
  - Ela quer o primeiro voo.
  - Ela quer ir embora o quanto antes né?
  - Tenho certeza que ela só não foi hoje porque queria se despedir de todo mundo que ela fez amizade aqui.
  - Todos sentirão falta dela.
  - Todos.
  Eu ia sentir muito a falta dela, não como os outros que a tem como amigos, eu não podia deixar que a história se repetisse, eu tinha que ficar na minha. E eu sabia que o ia sentir a mesma falta que eu vou sentir dela.
  - Vou indo lá resolver a compra da passagem.
  - Depois a gente se vê.
  Depois de conversar com fui me trancar no meu escritório como sempre.
  Em cima da minha mesa havia uma foto de um garoto com a seguinte mensagem atrás.
  ‘Nome: Austin. Função: salvar a vida dos originais.
  Para , de seus irmãos originais.’

  Mesmo eu falando que não queria mais saber de alguém salvando minha vida meus irmãos deixaram a foto do garoto que podia fazer isso, apesar de não irem muito com a minha cara meus irmãos ainda queriam o meu bem.
  Eu tentava não pensar em , mas era difícil, ainda mais sabendo que eu não a veria mais.
  - Talvez eu ainda posso ter uma última conversa amigável com ela. – pensei alto.
  Sim, eu queria conversar com ela, não precisava ficar sabendo. Então fui procura-la.
  Andei por todos os lados e nada de .
  Ela disse que ia se despedir dos outros vampiros, então fui procurar Jimmy, Nick e Carter.
  - Jimmy. – foi o primeiro que encontrei.
  - Sim.
  - Você viu a ?
  - Vi sim, ela e o Carter saíram.
  - Ela saiu com o Carter?
  - Sim.
  - Você sabe para onde?
  - Não sei.
  - Obrigado. – agradeci e fui procurar por Carter.
  Agradeci por poder escutar a voz desse menino, ele era um dos meus, tinha força, agilidade e sabia como conquistar uma menina rápido, só espero que ele não use esse último truque com .
  Encontrei os dois muito felizes nas campinas próximas ao terreno de casa, eles não pareciam estar em clima de despedida, e só tinha uma explicação para a felicidade daqueles dois, Carter tinha conquistado , era por isso que os dois viviam juntos, e eu e estávamos achando que ela gostava de nós.
  E de pensar que eu tinha salvado a vida dele, esse menino não imaginava o que seria da vida dele se eu não tivesse tirado ele de lá.
  - Igualzinha a Juliette. – disse com raiva.
  Não incomodei os dois, voltei para casa e novamente me tranquei no meu escritório.
  Quando fosse embora eu teria uma conversinha com Carter, e não seria nada amigável.

Capítulo 15

  Depois de muito conversar com Carter achei melhor voltar para casa.
  - Vamos voltar Carter?
  - Já?
  - Eu ficaria mais, mas ainda tenho que arrumar minhas coisas.
  - Entendo. Então vamos.
  Caminhamos até o carro e voltamos para casa conversando.
  - Carter?
  - Oi.
  - Amanhã quando o Nick me levar para o aeroporto vai junto com ele?
  - Porque você quer que eu vá?
  - Acho que você é o vampiro que eu mais vou sentir saudade, não que eu não goste dos outros, mas você é o mais normal, digamos assim.
  - Qual é o problema dos outros?
  - Jimmy e Nick nenhum, mas é que eu me entendi melhor com você.
  - E o e o ?
  - Ainda preciso dizer alguma coisa sobre aqueles dois?
  - Não. – ele riu.
  - Então, você vai com o Nick?
  - Vou sim.
  Sorri para ele e ele me retribuiu.
  Logo chegamos a casa.
  - Vou me despedir do e do . – disse.
  - Boa sorte. – Carter falou.
  - Eu vou me despedir dos dois juntos, para evitar qualquer constrangimento.
  Ele riu.
  Entrei na casa e estava sentado no sofá e escutava músicas.
  - Oi. – disse.
  - Oi. – ele respondeu e parecia estar nervoso.
  - Tudo bem?
  - Sim.
  Ele não ia falar mais nada.
  - Eu quero conversar com você e com o , onde ele ta?
  - Deve estar no escritório como sempre.
  - Você pode me acompanhar até lá?
  De má vontade se levantou do sofá.
  - Vamos.
  Fomos até o escritório de .
  Dei duas batidas na porta.
  - Entra .
  Abri um pouco a porta.
  - Posso falar com você?
  - Pode.
  Entrei no escritório, entrou logo em seguida.
  - Que isso? Algum tipo de reunião?
  - Quero conversar com vocês. – disse.
   e se olharam.
  - Veio falar sobre você e o Carter? Que estão juntos e muito felizes? – disparou a falar.
  - O quê? – não estava entendo o que estava insinuando.
  - Claro, eu e o gostando de você, e você lá toda feliz com o Carter, pode rir da nossa cara, eu deixo.
  - Quem te falou isso?
  - Não me falaram nada.
  - Ele viu. – , que parecia não estar naquele escritório, finalmente falou.
  - Viu? Você anda me seguindo? – perguntei incrédula.
  - Não. Eu queria conversar com você e então fui te procurar, perguntei para Jimmy se ele sabia onde você estava e ele disse que você estava com o Carter, então eu só precisei me concentrar um pouco para achar vocês.
  - E ai você nos viu conversando e tirou conclusões precipitadas?
  - Vocês não se desgrudam mais, pode falar a verdade . – falou.
  - Carter é o vampiro mais normal que eu encontrei aqui, e ele é meu amigo, diferente dos outros vampiros, ele não é todo complicado.
  - Nós não somos complicados. – falou.
  Sorri sarcasticamente para ele. Debochando dele.
  - Não há nada demais entre eu e o Carter, e amanhã ele vai comigo até o aeroporto.
  - Mas o Nick vai te levar.
  - Eu sei, mas eu pedi para o Carter ir também.
  Eles se olharam, parecia furioso com o mal entendido.
  - Eu vim aqui para me despedir de vocês, mas já vi que não foi uma boa ideia. – disse indo para a porta.
  Quando sai fiquei atrás da porta os ouvindo conversarem.
  - Que mal entendido né. – falou.
  - E você ainda falou que nós dois gostamos dela.
  - Não menti né , mas não se preocupe amanhã ela vai embora e a partir do momento que ela sair dessa casa nós vamos ter que esquecer que ela esteve aqui.
  Depois de ouvir isso fui para meu quarto arrumar minhas coisas.
  Durante o período de arrumação eu não queria pensar em nada, nem em , nem em , então coloquei uma música alta e me concentrei em dobrar as roupas.
  Eu sei que nada era meu ali, eles tinham comprado para mim, mas não tinha porque deixar ali, ninguém iria usar, então decidi levar tudo para mim.
  Algumas horas depois terminei de arrumar as malas, estava deitada na minha cama quando bateram na porta.
  - Quem é?
  - O . – ele abriu a porta deixando só o rosto à mostra.
  - O que você quer?
  - Conversar com você numa boa.
  - Entra.
  Ele entrou, fechou aporta, e tive a impressão que trancou a mesma, e depois veio se sentar na cama.
  - Desculpa por mais cedo. – ele falou.
  - Eu só queria me despedir.
  - Então desculpa por atrapalhar sua despedida.
  - Desculpado.
  - De qualquer jeito eu prefiro que você se despeça individualmente.
  - Por quê?
  - Talvez tenha coisas que o queira falar para você e não queira que eu escute.
  - E vice versa não é?
  - Exato.
  - E o que você quer falar comigo?
  - Primeiramente eu vim com a desculpa de ter que te entregar a sua passagem e o seu passaporte. – ele disse segurando os dois.
  - Valeu.
  - E também porque eu quero te falar algumas coisas, provável que não nos veremos mais, então eu não posso deixar você ir embora sem te falar o que eu sinto.
  Eu ainda estava deitada, ele sentado do meu lado, e percebeu minha cara de surpresa.
  - Não sei por que você está tão surpresa.
  - Talvez porque eu não imaginava que você viria me falar essas coisas.
  - , eu realmente gosto de você, no começo eu não queria aceitar, porque, além de você ser só humana eu não queria gostar de alguém igual eu gostei da Juliette, a vampira que foi embora.
  - Por que você não queria gostar de alguém como gostou dela?
  - Porque ela conseguiu me fazer sofrer, e eu não aceito passar por aquilo de novo.
  - Mas eu também vou embora.
  - É diferente , você vai embora porque tem que ir, você tem uma vida pela frente.
  Fiquei em silêncio.
  - Eu prometi que não falaria isso para ninguém, muito menos para você, mas todo mundo já sabe o que eu sinto.
  - Cadê aquele vampiro mau que todos temem hein? – falei rindo.
  - Você quer conhecer ele?
  - Acho que sim, mas não tenho mais tempo para isso, não é?
  - Acho que também você nunca ia conseguir conhecer ele?
  - Por quê?
  - Porque eu nunca faria mal algum a você .
  - Que pena, porque eu sempre preferi os maus. – ri.
  Ele pareceu pensar em alguma coisa.
  - Foi só uma brincadeira tá. – disse antes que ele entendesse errado.
  - Me responda uma coisa.
  - O quê?
  - Você gosta do seu namorado?
  - Sebastian?
  - Tem outro?
  - Não. – ri.
  - E então?
  - Eu gostava, antes de eu vir para cá eu, na verdade, achava que gostava.
  - E do ?
  Não tive uma resposta de imediato.
  - Eu posso considerar o seu silêncio como um sim?
  - Não sei.
  - Não sabe se gosta dele, ou não sabe se eu posso considerar como um sim?
  - Não da mesma? – ri.
  - , eu sinceramente não sei o que eu sinto por você e pelo , só posso dizer que não é normal, não é um sentimento igual o que eu sinto pelo Carter, e nem igual o que eu sentia pelo Sebastian.
  - Isso é bom ou é ruim?
  - Não sei, talvez ficando longe de vocês eu descubra.
  - Mas já vai ser tarde demais para você me dizer.
  - Então essa incógnita vai ficar pairando no ar. – ri sem vontade.
  - É.
  Silêncio.
  - Mas, porque você quer saber o que eu sinto?
  - Eu quero fazer uma coisa, uma coisa que desde que eu sou vampiro eu nunca fiz com uma humana, e que pode confundir ainda mais seus sentimentos.
  Isso não devia ser bom... Ou devia ser muito bom.
  Levantei um pouco me apoiando em meus braços, virou de lado e apoiou sua cabeça em seu braço, ficando muito próximo a mim.
  - O que você quer fazer? – perguntei.
  - Antes de qualquer coisa, você sabe que agora você é uma humana normal e que eu posso apagar suas memórias sem permissão, não sabe?
  Pensei por um momento, não, eu não sabia.
  - Agora eu sei. – disse.
  - Ótimo. – ele abriu um sorriso de tirar o fôlego.
   começou a se aproximar ainda mais de mim, sua boca a poucos centímetros da minha, e sem delongas eu me aproximei para beijá-lo.
  Ele segurou meu rosto, com cuidado virou até ficar em cima de mim, sem romper o beijo. Afastando seu roto do meu me olhava, seus olhos estavam claros, mais lindos do que eu nunca já vira antes, e eu só queria saber do beijo dele, do corpo dele colado ao meu.
  - Vou ser cuidado, prometo não te machucar. – ele sussurrou.
  - Confio em você. – disse baixinho.
   segurou minha blusa e puxou ela por meus braços, tirando e jogando a mesma longe, pensei em fazer o mesmo com a dele, mas antes de terminar meu raciocínio ele já havia tirado a dele. Voltou a me beijar devagar, ele passou a mão por meu quadril, descendo até a perna e parou a mão no joelho, puxando minha perna e enroscando-a em seu quadril. Começou a beijar meu pescoço, distribuindo beijos naquela região, eu arfava. Ele sussurrava coisas ininteligíveis no meu ouvido, mas eu estava gostando, ele tava me deixando louca.
  De repente ele levantou ficando quase sentado em cima de mim.
  - Espera. – ele disse.
  Levantou-se e tirou sua calça, depois ele se curvou e começou a distribuir beijos em minha barriga, segurando o cós do meu short puxou o mesmo levando a calcinha junto. Sorri automaticamente. Ele tirou a boxxer branca que usava e voltou a se deitar sobre mim.
  - Você é linda. – sussurrou para mim.
  Ele voltou a distribuir beijos pelo meu pescoço, seios e quando eu sabia que ele ia começar a investida...
  - Não vamos nos prevenir? – perguntei.
  Ele riu como se eu tivesse contado uma piada.
  - Que foi?
  - Você não corre esse risco com vampiros .
  - Vai saber...
  - Se você ta se referindo aquela ficção Twilight, esquece, como eu disse é ficção.
  - Ah...
  - Hey, você disse que confiava em mim.
  - E confio. – disse.
  Ele sorriu e continuou de onde eu interrompi.
  Foi maravilhoso, uma experiência que nunca teria com qualquer humano, e foi bem melhor.
  Depois que terminamos deitou do meu lado e ficou me olhando.
  - Que foi? – eu estava tímida.
  - Você é perfeita!
  - , você é cego? – brinquei.
  - Muito pelo contrário, eu enxergo muito bem e pra mim você é perfeita.
  - Foi perfeito. – disse.
  - Eu sei.
  - Foi sua primeira com uma humana?
  - Desde que eu me tornei vampiro sim.
  - Caraca, mas você tem mais de mil anos.
  - É pra isso que servem as vampiras.
  Fiquei quieta.
  - Foi muito bom, tenho que fazer mais vezes com humanas. – ele disse.
  Olhei para ele com cara de quem não tinha gostado nada de ouvir aquilo.
  - Zoeira, você foi e vai ser a única.
  - Haha, isso sim é piada.
  - Problema é seu se não acredita.
  Ele riu e me beijou.
  - Acho que agora eu vou embora satisfeita.
  - Que bom que eu a satisfiz.
  Sorri.
  - Acho melhor ninguém ficar sabendo disso tá. – disse.
  - Relaxa de mim ninguém vai ficar sabendo, sou tão discreto que nem você vai saber disso.
  - Como assim?
  - Eu sinto muito , mas eu vou ter que apagar isso da sua memória.
  - Por quê? Eu não quero esquecer.
  - É o certo a se fazer, mas eu não vou fazer isso agora, vou deixar você sonhando com isso e amanhã na hora que você ir eu apago.
  Fiz cara feia pra ele.
  - Nem adianta fazer essa cara para mim.
  - Ok. Mas fica aqui comigo, por favor?
  - Dormir com você?
  - Sim.
  Ele pensou um pouco e depois sorriu.
  - Ok. – e me beijou.
  Ele acertou, eu sonhei exatamente o que tinha acontecido comigo e com naquele quarto, parecia que eu nunca ia me cansar de lembrar daquilo, mas ele faria com que eu me esquecesse.
  Dormi um sono só e para ter certeza de que ele passaria a noite ali comigo me deitei em cima dele, e como se não fosso nada folgada enrosquei minha perna na dele.
  Foi a melhor noite de minha vida.

Capítulo 16

  Acordei e percebi que já havia amanhecido.
  Virei-me na cama me espreguiçando e estava do meu lado me olhando.
  - Bom dia. – ele disse sorridente.
  - Você ficou. – disse.
  - Claro você pediu que eu ficasse.
  Sorri.
  - Sem falar que você dormiu praticamente em cima de mim.
  - Desculpa. – disse rindo.
  - Tudo bem. Você dormiu bem? – perguntou.
  - Muito bem obrigado, e você?
  - Confesso que foi uma das minhas melhores noites.
  - Que bom.
  - Porém, precisamos levantar.
  - Já? Por quê?
  - , seu voo é daqui a 1h30 e você precisa estar no aeroporto pelo menos meia hora antes do voo.
  - Ah. – gemi.
  - Vou deixar você sozinha pra se arrumar, e também preciso sair antes que alguém venha aqui e nos pegue no flagra.
  - Ok.
  - Até daqui a pouco. – ele se levantou.
  Antes de sair do quarto, me deu um beijo.
  Fiquei uns cinco minutos na cama depois que saiu, depois decidi que não podia mais adiar aquilo.
  Levantei e fui tomar um banho, depois me arrumar.
  Durante esse tempo fiquei pensando, eu realmente não sabia se ficava feliz ou triste, feliz por saber que eu veria meus pais depois de um bom tempo, triste por provavelmente não ver mais aqueles vampiros que eu aprendi a gostar.
  Como seria sem o Carter? Meu melhor amigo. Jimmy e Nick tão legais, sempre de bom humor. , eu sabia que era de que eu sentiria mais falta, ainda mais depois da noite anterior. E , o vampiro que sempre estaria do meu lado para o que eu precisasse, ele era sempre tão bom comigo.
  E foi ai que eu me toquei.
  - Como eu vou olhar na cara do depois do que aconteceu com o ? – falei sozinha.
   não me perdoaria, mas eu não me arrependo, eu gosto do . E também gosto do .
  Eu não queria mais pensar naquilo, eu só tinha mais alguns minutos para aproveitar os vampiros e eu não ia desperdiçar pensando em desculpas.
  Já estava pronta quando ouço duas batidas na porta.
  - Entra. – disse.
  - Bom dia. – Carter disse animado.
  - Porque você está tão animado? Eu não estou animada. – disse.
  - Ah desculpa, é que eu achava que você iria estar feliz por saber que você vai ver seus pais daqui a pouco.
  - Eu estou feliz por isso Carter, mas e vocês como ficam?
  - A gente vai ficar bem, com saudade, mas bem.
  - E eu não vou mais ver vocês. – aquilo não era uma pergunta.
  - Talvez seja melhor , talvez tenha razão.
  - Não, ele não tem! Eu quero ver vocês de novo.
  - Calma , a gente vai se ver de novo ok, eu prometo.
  - Promete?
  - É claro.
  Ele me deu um abraço de urso.
  - Eu lembro muito bem daquela conversa que tivemos quando eu decidi levar a cozinheira embora, , você queria tanto voltar para sua casa, porque você está assim?
  - Não se preocupe comigo, vou ficar bem quando estiver dentro do avião e não ter mais como voltar atrás.
  - Você voltaria atrás? Você não iria embora?
  - Não sei, é difícil eu ir embora e também é difícil eu ficar sabendo que meus pais devem estar numa tristeza angustiante.
  - , como seu amigo, eu acho que você deve ir, é claro que vou sentir muito a sua falta, mas você tem uma vida inteira pela frente.
  - E muita história pra contar né. – ri sem vontade.
  - Você não vai chegar nos seus pais e falar que estava com um monte de vampiros né?
  - Claro que não, eles me internariam na hora achando que eu to ficando louca.
  Rimos junto.
  - Mas eu não sei o que vou falar. – disse.
  - já cuidou disso, não se preocupe.
  Quando eu ouvi aquele nome meu estômago revirou. Borboletas?
  - Vamos descer?
  - Vamos.
  Carter me ajudou a descer minhas coisas, não eram muitas, apenas uma mala de viagem e uma de mão.
  Todos estavam reunidos na sala. Inclusive Marry que não tinha permissão de estar ali.
  Imagino que devia estar de bom humor para permitir a entrada de Marry na casa.
  - Olha ela ai. – Jimmy falou.
  - Bom dia. – disse olhando cada rosto que só olhavam para mim.
  Percebi que tinha um sorriso de canto. Ele queria me constranger, só podia ser isso.
  Tenho certeza que quando o olhei fiquei vermelha, eu podia sentir meu rosto ardendo.
  - Você está pronta para ir? – Nick perguntou.
  - Na verdade não, mas eu preciso ir.
  - Não precisa não, se você quiser ficar você é muito bem vinda aqui. – Carter falou atrás de mim.
  - Obrigado. – disse.
  - Você tem alguns minutos antes de ir, se quiser conversar com alguém fique à vontade. – falou.
  - Difícil escolha, se eu escolher um o outro vai ficar com ciúmes. – disse brincando.
  - Na verdade, eu quero conversar com você um pouco. – falou alto.
  - Todo mundo sabia que seria ele que ia querer conversar com você mesmo se você não o escolhesse. – Carter disse baixo.
  - Ok. – disse.
   não estava mais com um sorriso no rosto.
  - Vem. – me chamou e eu o segui.
  Não seria um conversa fácil, pelo menos de minha parte, mas era ele quem queria falar então eu só precisava ouvir.
   caminhou até o lago próximo a casa.
  - Você ta bem? – perguntou.
  - Sim, por quê?
  - Nada, só para saber mesmo.
  - Ah. O que você queria conversar comigo? – perguntei de uma vez.
  - Nada demais, só queria esclarecer tudo o que dizem sobre eu e você.
  - E o que dizer sobre nós?
  - Não é exatamente sobre nós, e sim o que sentimos um pelo outro.
  - Ah.
  - Eu não vou negar que eu sinto algo por você, não sei te dizer o que é, não é o mesmo que eu sentia por Juliette e também não é o mesmo que eu sinto por Marry, simplesmente não sei.
  - Então estamos na mesma.
  - Por quê?
  - Eu não sei o que eu sinto por você, nem o que eu sinto pelo... – não podia continuar, não sabia de nada sobre o .
  - Por quem ?
  - Pelo... Sebastian. – disse rápido.
  - Ah. E o que você pretende fazer?
  - Nada! O que mais eu poderia fazer? O máximo que posso fazer é terminar meu namoro com Sebastian, não vou ficar enganando ele.
  Eu queria, e muito, falar do com o , mas não acho que seria uma boa ideia.
  Mas como se ele lesse meus pensamentos ele me fez uma pergunta que me pegou de surpresa.
  - E o , o que você sente por ele?
  - O ?
  - Eu sei que ele também gosta de você, mas e você?
  - , é complicado, eu também não sei o que eu sinto por ele.
  Ele ficou quieto.
  - Eu não quero que a história de vocês se repita, e não vai, é por isso que por um lado é muito bom eu ir embora. , você é o vampiro em que o mais confia, e eu não quero acabar com a amizade de vocês.
  - Se a Juliette não foi capaz de acabar com a nossa amizade acho que ninguém é.
  - Que bom saber disso.
  - Eu e o já decidimos que a partir do momento que você for embora nós vamos fingir que você nunca esteve aqui.
  - É o melhor a se fazer.
  - Não se sinta ofendida, sua presença aqui vai ser difícil de ser esquecida, mas é por uma boa causa.
  - Eu sei, não estou ofendida, estou feliz que vocês tenham se acertado.
  - Eu vou te fazer uma pergunta e quero que você seja sincera, não precisa mentir para não me magoar.
  Já podia imaginar o que seria.
  Assenti com a cabeça e ele pensou um pouco antes de começar a falar.
  - Você e o , já se envolveram... Tiveram algum tipo de relacionamento... Você entende o que eu quero dizer não é?
  “Ai caramba, o que eu vou dizer a ele?” pensei.
  Demorei um tempo para responder e ele interpretou como um sim meu silêncio.
  - O que rolou entre vocês?
  Não podia falar a verdade, então menti.
  - O mesmo que rolou com você.
  - Um beijo?
  - Sim.
  - Desculpa te perguntar, estou deixando você envergonhada não é?
  - Sinceramente, sim.
  - Foi mal.
  - Tudo bem.
  - , apesar de o ter pedido para eu esquecer você, quero que saiba que eu nunca vou te esquecer, não só porque eu gosto de você, mas você foi uma amiga pra mim e eu vou sentir saudade das nossas conversas.
  - Eu também vou , vou sentir muita saudade.
  - Antes de voltarmos para dentro de casa posso fazer uma coisa?
  Ai meu Deus!
  - O quê, ?
  Ele se aproximou até encostar a testa na minha.
  Era errado e eu tinha consciência disso, mas eu iria embora dali a alguns minutos, não seria de todo errado não aproveitar.
  - Eu quero te beijar pela última vez. – ele sussurrou.
  - Ok.
   me beijou, foi um beijo bom, porém, de despedida.
  Quando o beijo terminou não percebi que uma lágrima escorria por meu rosto.
  - Não chore, vai ficar tudo bem. – ele disse limpando a lágrima com o dedo.
  Sorri, não sabia se era possível, mas era um sorriso de tristeza.
  - Vamos entrar. – disse.
  Quando nos viramos para casa nos olhava de longe, automaticamente uma tristeza imensa se abateu em mim.
  Voltei para casa quase correndo deixando para trás, entrei na mesma e fui até minhas coisas.
  - Já podemos ir embora. – disse fingindo, muito mal por sinal, estar tudo bem.
  - Ok. Vou pegar o carro. - Nick disse.
  - Posso ir com vocês? - Jimmy perguntou.
  - Claro que pode. – disse e não aguentei o riso.
  - Ajuda a levar as coisas dela então. - Carter falou.
  - Nossa que mandão. Sim senhor, Carter. – Jimmy brincou.
  Jimmy pegou minha mala de viajem e a de mão e levou para fora onde o carro do Nick estava esperando.
  Eu também estava seguindo até o carro quando me chamam.
  - , quero falar com você, vou ser rápido. – falou.
  Tinha certeza que levaria uma bronca, que ele brigaria comigo e jogaria na minha cara o beijo que me dera.
  - Fala .
  - Me acompanha? – ele era gentil até quando tava nervoso.
  - Claro.
   seguiu na frente eu o segui. Depois de se afastar alguns metros do carro parou e virou ficando de frente para mim.
  - Desculpa... – comecei a falar, mas ele me cortou.
  - Não precisa se desculpar , eu entendo o que o fez, eu faria a mesma coisa se estivesse no lugar dele.
  - Ah, então você não ta nervoso comigo e nem com o ?
  - Claro que não.
  - Que bom. – sorri.
  - Eu te chamei aqui por outra coisa.
  - O quê?
  - Sobre ontem à noite.
  - , não faz isso, por favor, eu não quero esquecer.
  - Não posso, eu tenho que fazer.
   se aproximou de mim e passou a acariciar meu rosto.
  - Você não vai lembrar-se de nada o que aconteceu entre nós ontem de noite, você deitou na sua cama e pegou num sono profundo e só acordou hoje de manhã e foi direto se arrumar para viajar.
  Ele parou de falar e deu um beijo na minha testa.
  - E o que eu vou falar para meus pais quando eu chegar em casa?
  - Isso ai é com o , e ele ta te esperando. – ele disse olhando por cima do meu ombro.
  - Ok. – disse.
  - Foi muito bom te conhecer , e eu nunca vou me esquecer de você.
  - Nem eu de você.
  Ele sorriu.
  - Agora você tem que ir.
  - Tchau .
  - Adeus .
  Virei-me e fui até que me diria exatamente o que falar para meus pais quando eles perguntariam sobre o meu sumiço.
  - Posso te dizer o que falar aos seus pais? – perguntou.
  - Pode.
  - Você vai dizer que sumiu por conta própria, que resolveu se afastar um pouco para poder tomar um rumo na sua vida, que conheceu pessoas que te ajudaram muito e que foi tudo planejado, não foi sequestro, e que você ficou bem o tempo todo.
  Quando ele terminou sorriu para mim.
  - Obrigado. – disse.
  - Era o mínimo que eu podia fazer depois de te sequestrar. – ele riu.
  - Hey, não foi sequestro. – disse.
  - Isso mesmo. – ele riu.
  - Vamos. – Nick disse já dentro do carro.
  - Vamos.
  Segui até o carro onde já estavam dentro dele Nick, Jimmy e Carter, e antes de entrar no mesmo dei uma última olhada em e depois em .
  - Adeus. – li seus lábios.
  Entrei no carro e Nick seguiu até o aeroporto.
  Carter ia no banco de trás comigo.
  - Pronta?
  - Sim.
  Não sei quanto tempo demoramos a chegar ao aeroporto, logo que chegamos fiz o check-in e só precisei ficar esperando até anunciarem meu voo.
  - , posso falar com você? – Carter perguntou.
  - Fala.
  - Porque você parecia estranha na hora de ir embora, parecia que tinha uma tensão entre você o e o .
  - Ai Carter, é complicado.
  - Você sabe que pode contar comigo.
  - Sei sim, eu e o , a gente meio que... Se envolveu demais, entende?
  - Você e o fizeram...
  - Sim. – nem o deixei terminar de falar.
  - CA-RAM-BA.
  - É eu sei, mas eu não me arrependo. E eu tava com medo de ficar sozinha com o e acabar contando, eu e combinamos que ninguém saberia.
  - Não se preocupe comigo, de mim ninguém vai saber.
  - Obrigado.
  - Então antes de você ir embora, caso você não precisasse ir, você já tinha escolhido com quem ficar?
  - Não sei. Você sabe que eles já têm uma história parecida com essa e eu não quero isso de novo para eles.
  - Mas diferente da Juliette você só ficou com o .
  Olhei para Carter e ele percebeu que eu não contei tudo.
  - Você ficou com o também?
  - Não desse jeito, foram dois beijos.
  - Ah.
  Comecei a rir.
  - Que foi?
  - Você sabia que eles achavam que eu e você estávamos juntos?
  - O quê, sério isso?
  - Uhum. – dei risada e ele também começou a rir.
  A mulher no alto falante anunciou meu voo.
  - Ih, hora de partir. – disse.
  Ficamos de pé e Jimmy e Nick se aproximaram.
  - Bom garota, foi muito bom te conhecer, vamos sentir saudade. – Jimmy falou.
  - Eu também vou sentir muita saudade de vocês.
  Abracei cada um e me afastei indo para o portão de embarque.
  Logo estava dentro do avião e em algumas horas veria maus pais, irmãos e amigos, e eu estava feliz por isso.
  Já tinha tudo em mente para dizer a eles, não foi sequestro, eu vim por conta própria, e foi a melhor viajem da minha vida, e estava mais feliz ainda porque o não fez eu me esquecer da noite anterior, eu lembraria dela todos os dias antes de dormir.
  E o avião decolou...

Capítulo 17

  Depois de horas dentro de um avião, um voo tranquilo em que dormi praticamente o tempo todo, finalmente cheguei a Londres.
  Dentro do táxi rumo a minha casa eu só pensava em ver meus pais, matar a saudade e explicar o que tinha acontecido comigo, acalmando eles.
  Depois de um pouco mais de 1h de táxi cheguei à rua de casa, paguei o táxi e estava em frente a minha casa.
  Havia um poste na frente de casa e nele havia uma foto minha com a legenda em destaque “PROCURA-SE”, arranquei a foto do poste e entrei em casa.
  Abri a porta em silêncio e quando entro meu pai estava no sofá assistindo televisão.
  - Vocês conseguiram descobrir alguma coisa com esses cartazes? – disse segurando o cartaz e olhando para meu pai.
  Meu pai me olhou como se não acreditasse que era eu que estava ali, minha mãe veio correndo da cozinha.
  - Filha, meu Deus, é você mesmo. – minha mãe disse chorando.
  - É claro que sou eu. – disse rindo.
  Minha mãe me abraçava apertado, me enchendo de beijos.
  - Onde você estava esse tempo todo, nós te procuramos por todos os lados, nem a polícia te achou. – meu pai disse.
  - Polícia?
  - Claro, eles ainda estão investigando, eles vão olhar as câmeras de segurança do aeroporto onde você foi vista pela última vez.
  - O quê? Mãe, pai não precisa mais, eu já estou aqui. – disse.
  Eles não podiam descobrir com quem eu fui embora, e se eles fossem atrás deles na Virginia?
  - Filha, o que importa agora é que você está aqui com a gente e bem.
  - Mas eu quero saber onde você estava esse tempo, o que aconteceu com você? Porque você sumiu?
  - Mãe e pai, eu vou explicar tudo, eu prometo, mas o que eu quero fazer agora é tomar um bom banho.
  - Tudo bem filha. – minha disse ainda emocionada.
  - Ok, vou subir então.
  Quando estava na escada escuto minha mãe falando.
  - Nem acredito que ela voltou. – ela chorava muito.
  - Agora está tudo bem, nossa filha está bem. – meu pai disse acalmando minha mãe.
  Eu estava precisando, e muito, de um banho quente.
  Naquele momento eu só pensava em passar um bom tempo com meus pais, matar a saudade, colocar a conversa em dia, também queria ver meus irmãos, e agora eu tinha todo o tempo do mundo para isso.
  Vinte minutos depois desci para conversar com meus pais.
  Minha mãe estava preparando o jantar, era sábado à noite, dia de pedir pizza, mas minha mãe disse que era um dia especial e ia fazer minha comida preferida.
  Meu pai estava sentado olhando minha mãe preparar o jantar, me juntei a eles.
  - Voltei. – disse.
  - Filha, eu sei que você acabou de voltar e nós queremos matar a saudade de você, mas precisamos saber o que aconteceu com você.
  - Enquanto eu preparo uma lasanha, que é sua comida preferida, você pode começar a contar o que aconteceu com você.
  - Eu sei que talvez vocês não acreditem, mas eu saí de casa porque eu quis.
  - Como assim porque você quis?
  - Naquele dia que eu sumi eu estava muito pensativa, queria tomar um rumo na minha vida, não estava gostando do que eu fazia, não estava gostando da minha vida do jeito que tava, então eu decidi ficar distante de tudo e todos.
  - E porque você não nos avisou, somos seus pais, tínhamos o direto de saber.
  - Eu sei que eu deviria ter avisado, e peço desculpas, mas eu também sabia que se eu avisasse vocês, vocês não deixariam eu largar a faculdade, nem nada.
  - Isso é verdade. – meu pai falou.
  - Então...
  - Mas isso não justifica você ter ido embora do nada, nem seus amigos sabiam de nada.
  - Não, eu não avisei ninguém mesmo.
  - Por quê? Eu não consigo entender. – minha mãe falou.
  - Não precisa entender nada, o que importa é que eu fiquei bem, conheci pessoas maravilhosas que me ajudaram muito.
  - E onde você estava?
  - Virginia.
  - VIRGINIA? – os dois praticamente gritaram.
  - É. – dei um sorrisinho.
  - Porque tão longe?
  - Pra não ter perigo de ninguém me achar tão rápido.
  - E não achamos mesmo. – meu pai falou.
  - Você sabe que isso foi uma irresponsabilidade enorme, não sabe?
  - Sei mãe, mas eu já sou maior de idade e eu precisava muito desse tempo.
  - O que vamos fazer com você hein menina?
  - Não vão fazer nada, eu estou aqui não estou? Não precisam fazer nada, ou vocês vão me dar algum castigo?
  - Devíamos.
  - Eu não sou mais criança, eu tinha consciência do que estava fazendo quando eu fui embora, e não admito castigo.
  - Filha, você não tem condições de admitir nada aqui, você foi embora de casa, não avisou ninguém, deixou eu e sua mãe preocupadíssimos, seus irmãos também, e nem a polícia te achou, nós estávamos desesperados.
  - Eu entendo vocês, mas eu voltei.
  - E você acha que pode voltar assim e não fazermos nada com você?
  - Então vocês querem que eu vá embora?
  - Não, claro que não. – minha mãe disse dando uma olhada de reprovação para meu pai.
  - Então chega, eu não quero mais falar sobre isso. – disse.
  - Ok. Agora vamos jantar. – minha mãe falou.
  E demos uma pausa no assunto durante o jantar.
  E como sempre a lasanha que minha mãe preparou estava divina, eu já estava com saudade das comidas da minha mãe.
  - Mãe? – fui a primeira a falar.
  Eu ajudava minha mãe com a louça.
  - Fala.
  - Eu quero ver a Mariah e o Willian, estou com saudades daqueles trastes. – disse brincando.
  - Eles estavam muito preocupados com você.
  - É por isso que eu quero ver eles, quero os ver dizer isso na minha cara. – disse rindo.
  - Vou ligar para eles e dizer que o almoço amanhã é por minha conta. – ela falou.
  - Eba.
  Terminamos de lavar a louça e fomos para sala onde meu pai estava assistindo.
  - Vou para meu quarto, quero ligar para Kate. – disse.
  - Faz bem, ela está com muita saudade de você. – meu pai falou.
  - E o Sebastian também. – minha mãe completou.
  - Ah. – disse quando minha mãe me lembrou dele.
  - Que foi? Já tinha se esquecido dele?
  - Não é isso.
  - Então liga para ele.
  - Vou fazer melhor, vou ligar para Kate e vou pedir para ela reunir todos os meus amigos e eu vou fazer uma surpresa, que tal?
  - Boa ideia filha.
  - Pode ser amanhã de noite?
  - Pode sim.
  - Ok. E mãe, pai, eu realmente não quero mais falar daquele assunto de antes do jantar, eu já vou ter que explicar para meus amigos amanhã, vocês podiam avisar meus irmãos que eu não quero falar desse assunto e se eles perguntarem vocês podia explicar do jeito que eu expliquei.
  - Tudo bem filha, chega desse assunto.
  - Obrigado. Boa noite.
  - Boa noite. – eles responderam juntos.
  Fui para meu quarto.
  Eu não queria mais falar daquele assunto, a verdade era que eu não sabia mais o que inventar, eu achava que ia ser fácil, mas não foi. Com meus amigos seriam diferente, eu ia dizer uma vez e acabou eu sabia que eles não iam ligar para explicações, eles só iam querer saber de comemorar minha volta.
  Menos com Kate, ela ia querer saber de tudo, liguei para ela.
  - Alô. – ela atendeu.
  - Kate?
  - , é você? – ela reconheceu minha voz de primeira.
  - Sou eu, que saudade amiga. – meus olhos se enchendo de lágrimas.
  - MEU DEUS MENINA ONDE VOCÊ SE METEU, EU TAVA LOUCA ATRÁS DE VOCÊ. – ela gritava.
  - Calma Kate. – comecei a rir.
  - Como assim calma? Conta-me o que aconteceu com você.
  - Vou contar tudo, mas não por telefone, eu quero um favor seu.
  - Pode falar.
  - Amanhã eu queria que você ligasse para nossos amigos para nos reunir e eu matar a saudade de vocês.
  - Ah, acho que não vai dar.
  - Por quê?
  - Algumas coisas mudaram depois que você sumiu os únicos que ligam para você agora sou eu, o Sebastian e aquele amigo do Sebastian que é super gato.
  - O que aconteceu?
  - Não sei nem te explicar direito, mas o Sebastian brigou com todo mundo porque eles não estavam nem ai para seu sumiço.
  - Entendi. Então mudanças de planos, vamos eu e você amanhã, vai ser melhor, assim posso te contar tudo sem mentir pra você.
  - Porque você mentiria para mim?
  - Eu não vou mentir para você, mas eu teria que mentir para os outros.
  - Ah. Então amanhã você me conta tudo hein.
  - Pode deixar.
  - E o que você vai fazer com o Sebastian?
  - Vou ligar para ele agora e resolver meus assuntos com ele.
  - Quais assuntos?
  - Kate, vou terminar com ele.
  - O QUÊ?
  - Tenho meus motivos, amanhã te explico.
  - Mas , ele gosta muito de você.
  - Eu sei, mas eu não posso continuar com ele pensando em outro.
  - O quê? Como assim?
  - Kate, até amanhã – disse rindo.
  - Filha da...
  - KATE.
  - Ok. Até amanhã.
  - Beijo tchau.
  Desliguei com a Kate e disquei o número do Sebastian.
  Dois toques e ele atendeu.
  - , é você ou é algum tipo de brincadeira? – ele nem esperou eu falar.
  - Porque seria uma brincadeira?
  - Graças a Deus, amor, onde você tava, eu tava louco atrás de você, não sabia mais o que fazer.
  - Sebastian, eu estou bem, estou de volta e eu preciso conversar com você.
  - Claro amor, você ta em casa?
  - Sim, é um assunto sério, eu espero que você me entenda.
  - , espera eu chegar ai.
  - Ok.
  - Beijo.
  Ia ser difícil, eu ia magoar o Sebastian, mas não dava para continuar com ele, eu ia estar enganando ele.
  Quinze minutos depois ele chegou.
  - Oi amor.
  - Oi Sebastian.
  - Me conte tudo o que aconteceu, por favor.
  - Entre, vamos conversar com clama.
  Ele entrou cumprimentou meus pais e depois fomos para meu quarto.
  - Porque você ta estranha?
  - Sebastian, eu fui embora para pensar melhor sobre tudo o que estava me acontecendo, faculdade, família, namorado.
  - Por isso você sumiu?
  - Sim, eu estive bem o tempo todo. Desculpa te deixar do jeito que você ficou, mas foi importante para mim.
  - E o que você pensou?
  - Sebastian, nós sempre fomos amigos desde criança, e eu acho que foi um erro começarmos a namorar.
  Ele parecia não acreditar na minha explicação.
  - Desculpa Sebastian, mas eu quero terminar, não quero perder sua amizade, eu gosto muito de você, mas como amigo, você sempre esteve comigo quando eu precisei e eu não quero que isso mude.
  - Não vai mudar, mas você sabe que eu te amo.
  - Com o tempo você vai ver que não é amor, é uma amizade muito grande, a mesma que eu sinto por você.
  - Eu sei quais são meus sentimentos.
  - Ok. Espero que você não fique chateado comigo por muito tempo.
  - Acho melhor não nos vermos por algum tempo.
  - Concordo com você, vai ser melhor para você e para mim também.
  - Eu tava com saudades.
  - Eu também.
  - Já vou indo.
  - Ok.
  Acompanhei-o até a porta.
  - Desculpa Sebastian.
  - Tchau.
  Ele deu as costas para mim e foi embora.
  Eu sabia que não seria fácil, que ele ficaria muito chateado comigo, e esse tempo ia ser a melhor coisa para nós. Fiquei grata pela conversa ter sido rápida.
  Estava voltando para meu quarto quando minha mãe me chama.
  - Filha, porque o Sebastian foi embora tão rápido?
  - Mãe, eu e o Sebastian não estamos mais juntos.
  - Por quê?
  - Durante o tempo que estive fora eu pensei em muitas coisas e o Sebastian foi uma delas, eu acho que nós nunca deveríamos ter começado um namoro.
  - Não vou nem me intrometer.
  - Obrigado.
  Fui para meu quarto e não demorei a dormir.
  No dia seguinte acordei cedo para ajudar minha mãe com o almoço, meus irmãos chegaram logo e ficaram me zoando o tempo todo.
  Sumidinha, desaparecida, fugitiva eram meus mais novos apelidos.
  O almoço com a família foi muito agradável, estava com muita saudade dos meus irmãos, antes mesmo do meu sumiço fazia algum tempo que não almoçávamos em família.
  Depois do almoço ficamos conversando e mesmo não querendo tive que explicar meu sumiço para meus irmãos, mas eles não ficaram perguntando toda hora o porquê, eles entenderam logo.
  De tarde Mariah e Willian tiveram que ir embora, afinal eles já tinha uma família e iam ver seus amores.
  Aproveitei que eles foram embora e subi para meu quarto para me arrumar, daqui algumas horas eu encontraria Kate e contaria da minha aventura em Virginia, sem esconder nem um detalhe.

Capítulo 18

  Cheguei antes de Kate ao pub, pedi um suco e fiquei esperando por ela.
  Durante o período de vinte minutos que fiquei esperando ela, dezenas de pessoas me reconheciam e vinham falar comigo perguntando se eu estava bem? O que tinha acontecido comigo? E mais um monte de curiosidades. Logo eu seria o assunto da cidade, o que me deixava pouco à vontade.
  Quando Kate chegou foi a maior alegria, não conseguimos nos conter e acabamos chorando de alegria, ela me abraçava tão forte que eu chegava a ficar sem conseguir respirar.
  - Kate, eu não consigo respirar, me solta. – disse rindo.
  - , você não imagina como eu tava com saudade de você menina.
  - Sim eu imagino porque eu também estava com saudade.
  - E porque não voltou logo?
  - É uma longa história.
  - Então comece a me contar.
  - Já vou avisando que é tudo muito louco e que é difícil de acreditar.
  - , se você me contar eu vou acreditar.
  - Ok. No dia que a gente chegou em casa de noite, nos despedimos e você entrou, eu ia entrar logo em seguida, mas alguma coisa me chamou a atenção, ou melhor, alguém. No começo eu achava que tinha visto coisa, mas depois ele apareceu dizendo que eu tinha que ir embora com ele porque era muito importante, é lógico que eu neguei e disse que ele tava bêbado, mas ele disse que não.
  ‘Ele começou a falar que ele ia mudar minha vida, e eu achando que tava bêbada, mas ele negava dizendo que eu estava sóbria é que aquilo não era ilusão.
  Eu disse que não ia acompanhar ele em lugar nenhum e então ele tentou me levar à força, e ai outro homem apareceu’.
  - Nossa , você foi sequestrada então? – Kate me interrompeu.
  - Kate, me deixa contar, minha história nem começou ainda.
  - Ah não?
  - Não.
  - Desculpa, pode continuar.
  - O outro homem, que se chamava Nick, disse que não era pra me machucar, que era pra me levar numa boa, mas o outro, que se chamava , já não tinha mais paciência.
  ‘Então Nick mandou me contar a verdade, porque seria a coisa mais fácil a se fazer naquele momento.
  Então decidiu me contar o que estava acontecendo.
  Ele começou a perguntar o que eu sabia sobre vampiros, eu disse que nada mais do que eu via em filmes e séries, então ele me contou uma história do primeiro vampiro, o vampiro original, eu achei que naquela hora quem estava bêbado era ele, mas ele disse que era um vampiro.
  Então só havia um jeito de saber se o que ele me dizia era verdade, pedi para ele provar que era um vampiro, é lógico que eu ainda não estava levando aquela conversa a sério, vampiros não existem.
  Mas ele me provou’.
  - Como? – Kate me cortou de novo e estava com uma cara assustada.
  - Primeiro ele sumiu da minha frente em menos de um segundo e depois voltou tão rápido quanto sumiu, eu estava desacreditada, então pedi outra prova.
  - Qual?
  - Ele me disse o que os vampiros podiam fazer e disse que o sangue deles salvava vidas, então pedi que ele me mordesse e depois me desse seu sangue para que eu não morresse.
  - , você ta louca? Isso não pode ser verdade.
  - Eu sei que parece loucura Kate, mas é verdade, você disse que acreditaria em mim, e eu to contando isso só para você.
  - Mas é impossível, vampiros não existem.
  - Eu também achava isso até aquela noite, e ele me provou que era um vampiro.
  - Ele te mordeu?
  - Sim, foi muito arriscado porque ele não conseguia parar, se o Nick não tivesse chegado eu podia ter... – não continuei.
  - Você podia ter morrido! – ela completou.
  - Não exatamente.
  - Como assim?
  - Vou resumir. Depois que ele me provou ser um vampiro eu fui com eles, no dia seguinte viajamos para Virginia, e foi ai que tudo começou.
  - Ah não tinha começado ainda? Você foi sequestrada por vampiros, foi para Virginia com eles e ainda não tinha começado a sua história.
  - Kate, que foi? Você não ta acreditando não é?
  - Dá pra acreditar?
  - Se eu to te contando é porque dá.
  - Desculpa amiga, mas não sei se realmente eu vou conseguir acreditar nessa história maluca.
  - Ok, então me responda uma coisa.
  - O quê?
  - As filmagens da sua casa, vocês viram?
  Kate ficou quieta.
  - Me responde Kate.
  - Vimos, mas na hora que você ia entrar para sua casa a filmagem foi cortada.
  - Então, amiga você conheceu o Nick.
  - Conheci?
  - É claro que você não vai lembrar porque ele apagou sua memória.
  - O quê? Você ta me dizendo que um vampiro entrou na minha casa, apagou as filmagens da câmera de segurança, depois apagou minha memória?
  - Foi exatamente o que aconteceu.
  - Não acredito.
  - Sério amiga, eu não seria louca de inventar umas coisas dessas, e eu achava que podia contar pra você.
  - Continua contando.
  - Não dá pra contar tudo, mas eles me explicaram o porquê eu tinha que estar junto com os vampiros.
  ‘Na verdade o único que precisava que eu estivesse lá era exatamente o vampiro original, o nome dele é , ele quase morreu, mas eu não deixei que matasse ele’.
  - Como?
  - A história é o seguinte: existem quatro vampiros originais, um deles se uniu a uma bruxa e pediu a ela que fizesse um feitiço para salvar os originais quando eles corressem perigo, o único jeito de isso acontecer era colocando o feitiço em um humano qualquer e quando eles precisassem esse humano ia salvar a vida deles, mas eles não sabiam em quem estava esse feitiço, na época que a bruxa fez o feitiço eles estavam numa calmaria e não precisaria de uma arma, então a bruxa jogou o feitiço em alguém que nem havia nascido ainda.
  - Como isso é possível ?
  - Não sei, eu não sou bruxa, pra você ter ideia, essa bruxa fez o feitiço no ano 1870.
  - O QUÊ? Isso é impossível.
  - Não é Kate.
  - Ah...
  - Continuando. Chegou o momento que um deles precisaria de mim, o , então ele mandou todos os vampiros que moram com ele irem a minha procura, e Nick me acharam.
  - Porque queriam matar esse ? E como você impediu?
  - Era um deles mesmo que queria matar ele, só porque ele não aguentava mais receber ordens dele, e eu não sei como, ainda não entendi, mas quando Jared, o vampiro idiota que queria matar , ia meter uma estaca em eu meio que o hipnotizei, e fez o resto, vulgo, matou ele.
  - Você o que?
  - Kate, para de debochar da minha cara.
  - , não tem como, é muita loucura.
  - Pois eu passei por isso de verdade ok?
  - Tá e porque mesmo você terminou com o Sebastian?
  - Porque eu não podia continuar com ele pensando em outro.
  - Esse outro seria um vampiro? – ela tentava segurar o riso.
  - Pode rir à vontade Kate, e sim é um vampiro, um original.
  - O quê?
  - Você vai querer rir mais ainda quando descobrir a idade dele.
  - Ah não, quantos anos?
  - Mais de mil.
  - Você ta apaixonada por um velho caquético?
  - Kate, ele é um vampiro! Ele, por sorte, não envelhece.
  - E como você ficou apaixonada por ele?
  - Essa história é mais humana do que parece.
  - Conta.
  - Primeiro eu achava que tava me apaixonando pelo , ele era muito atencioso, lindo e gostoso, rolou até um beijo, mas tinha , ele queria se passar por durão, malvado e que todos temiam. Bom, essa última parte é verdade, todos temem ele, mas ele me disse que não conseguiria me fazer mal algum, e eu acho que era a única que deixava ele daquele jeito, ele disse que não era ele mesmo quando que estava por perto e isso irritava ele.
  ‘E eu meio que tinha uns poderes ai, e ele e nem outros vampiros conseguiam me hipnotizar nem nada, só se eu permitisse, e eu disse que ele podia entrar na minha mente e depois me fazer esquecer, mas menti, e ele me pegou de surpresa ao me pedir um beijo’.
  - UAU.
  - Depois desse beijo eu fiquei confusa, eu gostava do e dele, mas foi no meu último dia lá que eu descobri de quem que eu realmente gostava.
  - Por quê? O que aconteceu?
  - Tudo.
  - Tudo o que? Tipo, vocês fizeram... Sexo?
  Comecei a rir.
  - Sim. – respondi ainda rindo.
  - Você fez sexo com um vampiro de mais de mil anos? – ela quase gritou.
  - Fala baixo Kate, e respondendo, sim.
  - OMG!
  - Parece loucura né?
  - Parece? Isso é loucura, .
  - Mas é verdade.
  - Olha amiga, eu estou muito feliz por você ter voltado, e ainda mais feliz por você ter confiado em mim para contar essa história, mas eu só vou acreditar mesmo se eu ver com meus próprios olhos.
  - Isso vai ser impossível. – falei amuada.
  - Por quê?
  - O sabia que o que eu mais queria era voltar para casa e ver minha família e amigos, então ele conversou com seus irmãos e eles entraram em um acordo.
  - Qual?
  - Eles tirariam o feitiço de mim e colocariam em outra pessoa, claro que com ajuda da bruxa, e em troca eles podiam ficar com a pessoa que estava com o feitiço.
  - Eles não moram juntos?
  - Só o mora em Virginia, os outros três mora na Itália.
  - Entendi.
  - Então a bruxa retirou o feitiço e eu fiquei livre, por isso estou aqui.
  - E você nunca mais vai ver eles?
  - Não.
  - Ah! Eu queria conhecer seus novos amigos.
  - Besta. – disse rindo.
  - , tem uma parte que eu ainda não entendi.
  - Qual?
  - Você disse que se o Nick não tivesse chegado o poderia ter te... Você não continuou, e quando eu disse matado você disse não exatamente, o que ia acontecer com você então?
  - Eu viraria hibrida.
  - Como assim?
  - Além de vampira eu viraria loba, lobisomem, sei lá.
  - Mas como?
  - Eu não sei explicar direito também, mas se alguma coisa sobrenatural, vampiro, lobisomem ou bruxa, me matasse eu viraria uma hibrida.
  - Nossa, mas agora não mais né?
  - Não, agora isso acontece com a outra pessoa que está lá na Itália com os originais.
  - Ainda bem né.
  - Então agora você acredita em mim?
  - É difícil, mas se você ta me contando e parece ser séria essa história, eu acredito sim.
  - Obrigada amiga.
  - Você sabe que sempre vai poder contar comigo.
  - Sei sim, você é a única que eu posso contar essas coisas.
  Ficamos em silêncio por um minuto.
  - Amanhã eu tenho que fazer uma coisa e queria que você fosse comigo. – disse.
  - O que você tem que fazer?
  - Retirar as queixas na polícia, falar que não precisam mais investigar meu sumiço.
  - Ainda bem que você tocou nesse assunto.
  - Por quê?
  - Faz mais de um mês que seus pais acionaram a polícia, eles foram até o aeroporto e pediram para ver as filmagens, porque um dos funcionários deu certeza de ter te visto, não vai demorar muito para eles verem as filmagens e se seus amigos estavam junto com você à polícia vai descobrir.
  - Por isso que eu quero ir à polícia. Eu não sei se o Nick tomou todos os cuidados.
  - Ok, eu te acompanho amanhã até lá.
  - Obrigado.
  Terminamos nossos lanches e voltamos para casa, ficamos conversando mais um pouco e depois cada uma foi para sua casa.
  No dia seguinte logo pela manhã fomos à delegacia e eu fiz tudo o que eu podia para tirar as queixas, eles pediram para eu depor e falei o que tinha acontecido comigo.
  O delegado disse que ia parar com as investigações mais se as filmagens chegassem eles a veria, o que me deixou preocupada.

  Um mês se passou e eu voltara a minha rotina normal, na faculdade os professores me deram a chance de recuperar as matérias perdidas e continuar as aulas normais, em casa tudo tinha voltado ao normal, e na polícia as filmagens, graças a Deus, não deram em nada.
  Era sábado de manhã, eu não estava me sentindo muito bem, pedi para minha mãe me levar ao médico e acabei ficando internada.
  Os médicos não sabiam o que eu tinha, mas eu precisava de ajuda de aparelhos para respirar.
  - Mãe. – eu falava com dificuldade.
  Fazia dois dias que eu estava internada.
  - Fala filha.
  - O que eu tenho?
  - Filha, os médicos estão fazendo o possível para descobrir.
  - Como eles não sabem?
  - Não sei minha filha, eles não entendem o que está se passando com você.
  - Eu quero ir para minha casa.
  - Você não pode sair daqui, você não consegue nem respirar direito.
  - Ah mãe.
  - Vai ficar tudo bem filha.

  Itália

  - Eu não acredito que aquela bruxa não fez o feitiço direito. – Adam estava furioso.
  - Era um risco que a gente corria irmão. – Derek falou.
  - O que vamos fazer agora?
  - Ir atrás daquela garota que provavelmente ainda tem o poder de salvar nossas vidas. – Adam falou.
  - Mas o a mandou pra casa.
  - Ótimo, vamos até a casa dela.

Capítulo 19

  

Pov.

  Virginia

  Um mês havia se passado desde que tinha ido embora, todos agiam como se ela nunca tivesse vindo aqui e era essa a intenção, eu também agia assim, mas só na frente dos outros, quando eu ficava sozinho era inevitável não lembrar os momentos com ela, principalmente da última noite dela aqui, eu lembrava todos os dias sabendo que ela não podia lembrar, mas eu fiz o certo em apagar a memória dela antes dela voltar para casa.
  Eu sabia que eu não era o único que sentia saudades, Carter sempre comentava com Nick ou Jimmy algum jeito dele fugir para visitar ela em Londres, e , bom, tinha seu jeito de tentar não pensar nela, Marry estava ajudando ele com isso, pra falar a verdade eu sempre achei que aqueles dois se mereciam, , além de um ótimo vampiro, também era uma ótima pessoa, e Marry gostava dele de verdade, mas ele não tinha esquecido , e tenho certeza que se ela soubesse que ele e Marry tinham reatado o lance deles ela não ia gostar nada, eu me lembro de ouvir uma conversa dela com Carter falando que não achava certo iludir Marry.
  Mesmo não querendo admitir eu tinha mudado muito depois que foi embora, eu tratava os vampiros pior do que de costume, eles estavam com mais medo de mim, não que isso fosse ruim, afinal eles tinham que me respeitar e não serem abusados assim como Jared tinha sido, eu estava mau humorado, era como se faltasse alguma coisa para que meus dias ficassem melhor, e na verdade realmente estava faltando uma coisa muito importante, uma pessoa muito importante.
  Depois de um mês meu humor estava pior, às vezes nem eu mesmo me aguentava, então decidi acabar com isso de uma vez.
  Eu queria e precisava saber como estava, se a rotina dela havia voltado ao normal, se ela ainda lembrava tudo o que ela havia passado aqui em Virginia, se ela estava bem depois de tantas coisas que ela viveu aqui. Então mandei o vampiro que mais queria ver ela, depois de mim é claro.
  - Carter. – o chamei.
  - Algum problema ?
  - Na verdade sim, e eu escolhi você para resolver ele para mim.
  - O que foi dessa vez?
  - Eu ando escutando muito você dizendo para Nick e Jimmy que vai fugir para ver a em Londres. – Carter engoliu em seco.
  - Eu só quero saber como ela está.
  - Que bom, porque eu também estou curioso para saber isso.
  - O que isso quer dizer?
  - Amanhã mesmo você vai para Londres atrás da .
  - Sério mesmo que você tá me mandando fazer isso?
  - Algum problema? Eu achava que você queria ver ela.
  - E quero, mas eu achava que você mesmo ia querer fazer essa viajem, ou senão mandaria o .
  - Eu estou ocupado com alguns assuntos. – menti. – E , pelo que todos podem ver, está muito bem com a Marry.
  - Mas tenho certeza que se você o mandasse ir ver a ele não pensaria duas vezes.
  - Eu acho melhor deixar ele fora disso, mas se você insistir muito eu o mando ir no seu lugar.
  - Não, ok eu vou, e com muito prazer. – ele sorriu.
  - Ok, amanhã cedo você viaja.
  - Beleza.
  Voltei para meu escritório. Eu podia e até queria fazer aquela viajem, mas era muito arriscado, se dependesse de mim eu iria e trazia-a comigo, e tenho certeza que não seria uma boa ideia.
  No dia seguinte Carter viajou logo cedo e é claro que descobriu o motivo da viajem.
  - Porque você não me disse que Carter estava indo ver a ?
  - Sei lá, eu achei que você tava muito ocupado com a Marry.
  - Já deu pra perceber que você não a esqueceu nem um pouco não é?
  - E você a esqueceu rápido demais.
  - Eu achava que era essa a intenção.
  - E era, mas rolaram muitas coisas entre eu e a , coisas impossíveis de se esquecer. – estava me irritando então joguei sujo.
  Eu sabia que não sabia de tudo o que tinha rolado entre e eu.
  - Rolaram muitas coisas? Que tipo de coisas, um beijo?
  - Um beijo, uma noite no quarto dela... – não deu tempo de continuar, me acertara com um soco na cara.
  - não me contou nada disso. – ele estava furioso.
  - E nunca vai contar, eu apaguei a memória dela, mas tenho que dizer que apaguei depois da conversa de vocês, então se ela não te contou foi porque ela não quis, talvez não quisesse magoar seus sentimentos. - disse com a mão no nariz que sangrava depois do soco.
   estava furioso e não quis escutar mais nada, saiu da minha frente tão rápido que quase não o vi saindo.
  Eu sabia que aquela história ia deixar irritado e não queria que ele soubesse, mas talvez fosse a melhor coisa a se fazer, talvez fosse melhor ele continuar com a Marry e não pensar mais em , definitivamente.

  Pov

  Londres

  Quatro dias internada, os piores dias de minha vida, pior até do que o dia em que eu tinha sido sequestrada por vampiros que eu não fazia ideia do que queriam comigo, ou até pior do que o dia em que aquele vampiro me mordera, mas aquele dia não tinha sido de todo o mau, afinal, salvara minha vida.
  Com a mesma rapidez com que fiquei doente eu me curara, os médicos não tinham resposta por uma possível doença, eu tinha muita dificuldade de respirar, era como se alguém tivesse me sufocando, e também sentia uma dor forte no peito como se alguém tivesse me apunhalado com uma faca.
  No quarto dia no hospital eu estava renovada, do nada, eu não sentia mais dor e respirava muito bem, aliviada, então os médicos me liberaram para voltar para casa e mandaram eu ficar pelo menos um dia de repouso.
  Minha mãe e Kate cuidaram de mim nesse meu dia de repouso.
  Eu estava com Kate no meu quarto quando do nada ela me pergunta:
  - , será que isso não tem haver com os vampiros?
  - O que, eu ficar internada?
  Ela assentiu.
  - Claro que não Kate, eu não tenho mais ligação nenhuma com eles, e mesmo se tivesse, eu estou muito longe deles, não faz sentido algum.
  - Espero amiga.
  Fim de semana chegara, e passei sábado à tarde repassando matérias perdidas da faculdade. De noite sai com alguns amigos, Sebastian também estava junto.
  - Sebastian.
  - Oi .
  - Tudo bem?
  - Tudo sim e com você? Eu fiquei preocupado com você quando soube que você tinha passado a semana inteira internada.
  - Ah foi só um susto, eu estou bem como dá para perceber. – ri.
  - Que bom. – ele também sorriu.
  - Sinto saudade das nossas conversas. – disse depois de um minuto de silêncio.
  - Eu também sinto saudade de ficar a tarde inteira com você conversando sobre coisas sem noção. – ele riu.
  - E por que a gente não marca uma tarde para conversar sobre coisas sem noção? – sugeri.
  - Eu topo.
  - Que tal na terça?
  - Por mim tudo bem.
  E então fomos curti a balada.
  No domingo passei a tarde toda com Kate, desde que eu tinha voltado nós não nos desgrudávamos, eu realmente tinha sentido muita falta de minha amiga e agora estávamos compensando o mês perdido.
  Eu fazia o máximo para não pensar nos vampiros de Virginia, às vezes era impossível e me pegava pensando nas conversas que tive com e Carter, e pensava muito em , mas eles queriam que eu seguisse minha vida e eles seguiriam a deles.
  Segunda fui para faculdade e depois passei a tarde ajudando minha mãe a arrumar a cozinha depois de uma reforma.
  Terça de manhã fui para a faculdade e voltei para casa com Sebastian, ele almoçou em casa como uma inauguração da nova cozinha.
  Minha mãe estava muito contente que eu e Sebastian continuamos amigos depois do termino do namoro. O tempo em que a gente se afastou tinha sido muito útil, agora era como antes de namorarmos, e era muito bom isso.
  De tarde fomos para o parque que ficava a duas quadras de casa, estávamos conversando sobre minha fuga para Virginia quando uma surpresa aparece.
  - Não pode ser. – eu me interrompi.
  - Que foi? – Sebastian perguntou olhando para o mesmo lugar que eu olhava.
  Carter vinha na minha direção, um sorriso lindo estampando seu rosto, não era um sonho, era real, Carter estava em Londres para me ver.
  - Carter. – me levantei e fui correndo abraçá-lo.
  - Que saudade de você. – ele disse em meio ao abraço apertado.
  - Nem acredito que você veio me ver.
  - Eu estava planejando fugir para vim te ver a dias, mas nem precisei fugir.
  - Por quê?
  - Depois te conto, primeiro me apresenta seu amigo.
  - Ah claro. Carter, esse é o Sebastian.
  Quando disse o nome Carter me olhou com um ponto de interrogação no rosto, ele devia estar achando que eu e Sebastian ainda estávamos namorando.
  - Sebastian, esse é meu amigo de Virginia, Carter.
  - E ai. – eles se cumprimentaram.
  - Não to nem acreditando que você está aqui. – disse saltitando de alegria.
  - Eu quero conhecer todo mundo hein, sua família, amigos.
  - Pode deixar. Você vai ficar quanto tempo? – perguntei torcendo que ele respondesse que ficaria por muito tempo.
  - Não por muito tempo, você sabe né, o dever me chama lá na Virginia. – o dever seria o , é claro.
  - Ah entendi. – disse um pouco amuada.
  - Mas enfim, quero conhecer sua família agora.
  - Ok. Vamos em casa, minha mãe ta lá, meu pai vai demorar um pouco pra chegar. – disse.
  - Ok. – Carter respondeu animado.
  - , eu vou para casa, tenho que fazer algumas lições da faculdade. – Sebastian disse.
  - Ah vem com a gente, assim você conhece o Carter. – disse.
  - Vai ficar pra próxima. – Sebastian disse dando um beijo no meu rosto.
  - Ok.
  E então ele foi embora.
  Levei Carter para conhecer minha mãe, que adorou ele por sinal.
  - Eu fiquei muito preocupada com minha filha durante esse mês que ela havia sumido, mas já percebi que ela ficou em boas mãos. – eu percebi segundas intenções na voz da minha mãe.
  - É mãe, o Carter foi um grande amigo. – destaquei a última palavra.
  Depois de algum tempo meu pai chegou em casa, e logo gostou de Carter também, papo vai, papo vem, até que decidi tirar o Carter de casa.
  - Vou levar o Carter para conhecer os lugares que frequento por aqui.
  - Ok. Bom passeio. – minha mãe falou.
  - Obrigado. – respondemos juntos.
  - Boa desculpa. – ele disse logo que saímos de casa.
  - Eu quero saber o que te trás aqui. – disse.
  - Ué eu vim te ver, matar a saudade.
  - Eu também tava morrendo de saudade, juro que penso em vocês todo o santo dia, não ta sendo fácil.
  - Pra gente também não ta sendo nada fácil, o ta um pé no saco.
  - Por quê?
  - Sei lá, desde que você foi embora ele ta pior do que de costume.
  - E o ?
  - O ? Ah ele ta bem...
  - O que você ta me escondendo Carter?
  - A gente conviveu um mês e você já sabe quando te escondo alguma coisa, você é rápida hein. – ele riu.
  - Para de enrolar e conta.
  - Ele voltou com a Marry, mas todo mundo sabe que é pra tentar te esquecer.
  - Não precisa explicar, não vejo nada de mal ele ficar com ela, só que ela gosta dele de verdade e ai ele ilude ela.
  - Você não esta chateada?
  - E porque estaria?
  - Quando você foi embora você não sabia de quem gostava, você já se decidiu ou esqueceu os dois e resolveu ficar com o Sebastian?
  - Eu e o Sebastian somos só amigos agora, eu terminei com ele no mesmo dia que voltei para cá.
  - E então?
  - Carter, eu não vou ver mais eles, então não faz sentido eu ficar escolhendo um ou outro.
  - Mas você tem um preferido.
  - Pelo jeito você também me conhece muito bem pra quem conviveu só um mês. – ri.
  - E ai?
  - É o claro, eu passei muitas coisas com ele, tudo bem que com o eu conversei bastante e rolou dois beijos, mas com o rolou tudo.
  - Entendo, mas meu conselho como amigo é que você continue vivendo sua vida de boa, já que infelizmente você não vai voltar mais para Virginia.
  - Pois é. – disse.
  - Mas, chega de papo triste, me leva pra beber alguma coisa.
  - Ok. Vou aproveitar e ligar para minha amiga Kate, ela não vai acreditar que tem um vampiro na cidade. – disse baixinho.
  - O quê?
  - Ops. – falei o que não devia.
  - , você contou para sua amiga sobre a gente?
  - Eu não ia conseguir guardar tudo só para mim.
  - Mas você sabe que esse é um risco muito grande, e se ela abre a boca?
  - A Kate não é fofoqueira, relaxa.
  - Acho melhor o não ficar sabendo disso.
  - Nem o , nem ninguém Carter.
  - Ok.
  - E também é melhor você conhecer ela amanhã.
  - É, vai ser estranho outro humano saber sobre mim.
  - Ela pode aguentar até amanhã.
  Passamos a noite enchendo a cara, lógico que Carter se controlava melhor do que eu, mas curtimos bastante.
  No dia seguinte ele foi me buscar na faculdade, o que deixou Sebastian irritado e Kate curiosa, não dava mais para adiantar as apresentações entre os dois.
  - Kate, esse é o Carter, meu amigo lá da Virginia.
  Ela me olhou e eu sabia que ela tava querendo me perguntar se ele era um vampiro.
  - Sim Kate, ele é um. – respondi sem ela precisar perguntar.
  - Olá, é um prazer enorme te conhecer. – ela falou, mas não chegou muito perto.
  - O prazer é meu. – Carter foi educado.
  Carter e Kate me acompanharam até em casa, eu percebi que Kate não queria me deixar sozinha com ele.
  - Carter, me dá um minutinho, preciso falar com a Kate. – disse quando chegamos em frente a minha casa.
  - Ok.
  Levei Kate até a porta da casa dela.
  - Kate, ta tudo bem, ele não vai fazer nada comigo. – disse.
  - , um deles já te sequestrou uma vez, e se ele veio fazer a mesma coisa?
  - Ele não veio me sequestrar, ele só queria saber como eu estava, e ele não vai demorar a voltar para Virginia.
  - Só te falo uma coisa , se ele quiser te levar para Virginia, vai ter que me levar junto.
  - Ok. – ri.
  - Me liga depois?
  - Ligo. Eu vou ficar bem.
  Carter passou a tarde inteira comigo e eu contei sobre minha semana doente.
  - Que estranho. – ele falou. – Você ficou doente do nada, os médicos não sabiam o que você tinha e depois ficou boa também do nada.
  - Pois é, mas era estranho o que eu sentia, parecia que tinha alguém me sufocando e também tinha a dor forte no peito como se eu estivesse levando uma facada.
  - Será que é consequências do feitiço que livrou você dos originais?
  - Não tinha pensado nisso, mas se for, espero nunca mais ter isso de novo.
  - Vai ser bom eu comentar isso com o .
  - Você já vai embora?
  - Ele me ligou, disse que era para eu ir embora o quanto antes, a voz dele era preocupada, deve estar acontecendo alguma coisa por lá.
  - Será que ele está bem?
  - Tá sim , não se preocupe.
  - E você vai embora quando?
  - Amanhã no primeiro voo.
  - Então essa é a última vez que eu vou te ver antes de você ir?
  - Sim.
  Dei um abraço apertado nele.
  - Obrigado por ter vindo, você não imagina como me deixou feliz.
  - Eu também estou muito feliz por ter matado a saudade de você.
  Aproveitamos nossos últimos momentos ao máximo, até que não tinha mais jeito, Carter foi embora e eu não saberia quando o veria novamente.
  No dia seguinte, Kate logo que me viu ficou aliviada.
  - Eu disse que ele não ia me fazer nada. – falei.
  - Ele já foi embora?
  - Sim, e não sei quando vou ver ele de novo.
  - Sinto muito , ele era um gato, mas fiquei com medo.
  - Carter é gente boa.
  - Você quer dizer vampiro bom né, e em todos os sentidos. – ela riu.
  - Sua tarada.
  Fomos para a aula rindo.

  Pov.

  Virginia

  No dia seguinte que Carter viajara recebo visitas nada agradáveis.
  - Olá irmão. – Adam entra na minha casa como se fosse a dele.
  - O que vocês querem aqui?
  - Queremos a garota, é o nome dela né?
  - O que vocês querem com ela? Ela ta em casa e não pode fazer mais nada pela gente.
  - É ai que você se engana. – Derek falou.
  - Por quê? – não estava entendendo.
  - Aquela bruxa não fez o feitiço direito, eu quase morri levando duas estacas no coração sem falar na verbena me sufocando.
  - O que você quer dizer com isso?
  - Que a garota ainda tem o poder de salvar a vida dos originais. – Filipe
   ainda podia salvar minha vida, e consequentemente ainda tinha o poder de bloquear a mente, o que quer dizer que ela nunca havia esquecido o que rolou entre nós.

Capítulo 20

  Pov

  Virginia

  - Nós queremos a menina por perto . – Derek falou.
  - Não posso trazer ela de volta, eu disse que ela voltaria para casa e que não veria mais vampiros.
  - Você a mandou achando que ela não tinha mais ligação nenhuma com a gente, mas acontece , que ela é a arma que salva nossas vidas. – Adam falou nervoso.
  - Vocês podem me contar o que aconteceu direito? Talvez vocês estejam enganados.
  - Um bando de vampiros me atacou, e ao invés daquele moleque me proteger ele ficou parado me olhando com cara de assustado. – Adam explicou.
  Não consegui segurar o riso.
  - , não tem graça, quando você precisou, ela tava lá pra te salvar, enquanto eu quase morri.
  - Eu sinto muito. – falei.
  - Você vai sentir mais ainda se não trouxer a garota e eu tiver que ir busca-la.
  - Quer um jeito de não correr risco de vida Adam? Então para de se meter no que não é da sua conta. – falei.
  - Nós quatro precisamos dela, a qualquer momento algum idiota pode aparecer para nos matar e ela não vai deixar, e tenho certeza de que meus irmãos concordam comigo, a garota tem que voltar.
  - Eu sou minoria, e eu não quero que ela volte, então vocês vão levar ela para a Itália? – perguntei.
  - Não, vamos fazer melhor, eu, Filipe e Derek vamos morar aqui com você irmão.
  - O quê? E quem disse que eu quero vocês aqui?
  - Não vamos ficar na mesma casa que você, então já aviso que eu quero uma daquelas casas. – ele apontou para fora.
  - Elas estão ocupadas. – disse.
  - Então as desocupa.
  - Não concordo que vocês venham morar aqui, é difícil de entender isso?
  - , não se preocupe, eu e o Derek não vamos trazer problemas a você, é só que a gente não quer ficar longe de quem pode salvar as nossas vidas. – Filipe falou.
  - Como você pode ver os dois não estão mais do meu lado.
  - Então você é minoria agora? – perguntei.
  - Sim, mas não comemore, se você não trouxer a garota pra cá eu vou busca-la e faço questão de levar ela comigo para a Itália e deixar vocês desprotegidos.
  - Antes de tomar uma decisão sobre trazer ela de volta, eu quero conversar com a Lilian. – disse.
  - O que você quer com aquela bruxa?
  - Quero que ela explique porque o feitiço não funcionou.
  - Isso vai ser um atraso de vida.
  - Nós temos mais de mil anos, um dia a mais ou a menos não vai fazer diferença.
  - Eu sei onde encontrar ela vou convencer ela a vir falar com você, amanhã ela vai estar aqui para tirar suas dúvidas. – Derek falou.
  - Ótimo.
  - Enquanto a gente espera pela bruxa, vou dar uma olhada nas casas e decidir com qual ficar.
  - Não esquece que o Filipe e o Derek vão morar com você, na minha casa não cabe mais ninguém.
  Eu não os queria morando comigo, ainda mais se tivesse mesmo que voltar.
  - Tudo bem.
  - E os vampiros que moram na casa que você escolher, não vão sair da casa, vocês vão ter que morar com eles.
  - Fazer o que né? – Adam falou e saiu.
  Derek e Filipe também saíram da casa.
  No dia seguinte eu precisava perguntar algumas coisas a Lilian, e Carter também chegaria e eu saberia como está.
  Passei o resto do dia trancado em meu escritório pensando em várias maneiras de trazer de volta sem parecer um sequestro.

  No dia seguinte Carter chegou cedo, todos os vampiros mais velhos estavam reunidos em casa, incluindo meus irmãos e Lilian também estava conosco.
  - Primeiro eu quero saber por que o feitiço deu errado? – perguntei.
  - É Lilian, porque deu errado? – Adam perguntou.
  - Eu disse que era um risco que vocês corriam, esse feitiço é muito forte, eu usei todas as minhas habilidades pra dar certo na garota, passar ele de uma pessoa pra outra é muito mais complicado, e como percebemos impossível.
  - Então ela sempre será nossa salvação?
  - Sim, não tem como tirar o feitiço dela, a não ser que ela morra.
  - Não vai ter jeito , ela vai ter que voltar. – Adam falou.
  - Voltar? Como assim voltar? – Carter que ainda não tinha falado nada desde que chegou perguntou.
  - Como você pode perceber o feitiço da Lilian de mudar de corpo a ligação com os originais não deu certo, então a ainda esta ligada a nós. – expliquei.
  - E vocês descobriram isso porque quase morreram. – não era uma pergunta de Carter.
  - Eu quase morri. – Adam falou.
  - Como? – Carter estava muito interessado e aquilo me preocupava.
  - Quase morri sufocado com verbena e duas estacas no coração.
  - Não pode ser. – Carter falou como se tivesse feito uma descoberta.
  - Carter, qual é o problema? – perguntou.
  - Quando foi isso? – Carter perguntou para Adam.
  - Duas semanas atrás, porque garoto?
  - A ficou internada duas semanas atrás, por três dias, ela reclamava de dor no peito como se tivesse levando uma facada, e também reclava de dificuldade de respirar como se alguém tivesse sufocando ela.
  - Ela sentiu os mesmos sintomas que eu? – Adam perguntou.
  - Isso é possível? – perguntei.
  Lilian era a única que sabia o que isso queria dizer.
  - Lilian, porque ela sentiu as mesmas dores do Adam? – perguntou.
  - É obvio, se vocês sofrem, ela sofre, se um de vocês morrerem, ela morre.
  - Como assim, acho que eu não entendi.
  - Isso são consequências do feitiço, se um dos originais estiver correndo risco de vida e ela não estiver por perto para impedir que o original morra, ela sente o que o original sente, o Adam levou duas estacas no peito, ela sentiu a dor que ele sentiu então vocês devem imaginar o quanto essa garota pode sofrer.
  - Isso não pode ser, e quando a gente correu perigo e ela não estava por perto, quando a gente nem sabia quem era ela. – Filipe falou.
  - Isso porque ela nunca tinha salvado a vida de vocês, quando o precisou dela foi como se uma porta se abrisse, se o caminho se abrisse pra ela, agora ela ta dentro disso, ela faz parte disso, ela usou os poderes dela uma vez, e agora ela tem que usar sempre que vocês precisarem.
  - Ela inaugurou os poderes dela com o , agora ela tem que estar por perto dos originais para salvar a vida deles, caso contrário ela sofre o que eles sofrerem. – falou.
  Então corria os mesmos riscos que os originais corriam, inacreditável.
  - Se um de nós morrermos ela morre, mas ela vira hibrida? – boa pergunta de Derek.
  - Não, ela vira hibrida se algo sobrenatural matar ela.
  - Acho que você não tem muita escolha .
  - Concordo com Adam, é melhor a garota ficar perto de vocês. – Lilian falou.
  Como reagiria a essa notícia, ela não ia querer voltar, e se ela não viesse por bem, Adam a buscaria e ele não seria nada prudente.
  - Acho que eu não tenho mais nada a fazer aqui. – Lilian falou.
  - Obrigado por ter vindo e esclarecido algumas coisas. – disse.
  - Eu sinto muito pela garota, tenho certeza que ela não merecia isso.
  - Não merecia mesmo.
  Lilian foi embora.
  - Você tem até amanhã pra decidir se vai buscar a garota, senão eu mesmo vou. – Adam falou e saiu.
  - , é melhor você buscar ela, Adam não vai ser nada gentil se ele for, e mesmo que você não acredite, eu quero o bem dela. – Derek falou.
  - Eu também. Estamos com você irmão. – Filipe disse.
  - Vou pensar em um jeito de trazer ela. – disse.
  - Ela não vai querer vir, eu conheci a família dela, os amigos dela, ela ta tão bem lá, quando eu cheguei ela tava conversando com o tal de Sebastian, ela tava tão feliz, ela está vivendo uma vida normal e não quer sair de lá, sem falar que a família dela ficou muito preocupada com o sumiço dela, e outro sequestro pode ser fatal. – Carter falou.
  Sebastian? Ela tava feliz com o Sebastian? Não gostei!
  - Vamos ter que dar um jeito de ela vir por bem, com a família dela tendo consciência de que ela vai estar bem. – Jimmy falou.
  - A família dela vai ficar sabendo?
  - Não sobre nós, mas ficar sabendo que ela está na Virginia, e com pessoas confiantes.
  - Os pais dela me adoraram, acho que não vamos ter muitos problemas. – Carter falou.
  - Que bom.
  - O que me preocupa é ela, eu acho que ela não vai querer vir. – Carter disse.
  - Eu posso ir buscar ela. – se ofereceu.
  - Não, eu mesmo vou. – disse decidido.
  - Ok. – disse derrotado.
  - , preciso conversar com você a sós. – disse.
  Não era o momento certo para estar brigado com , era melhor nos acertarmos, ia precisar de nós dois.
  - Ok.
  Fomos até meu escritório.
  - , a vai ter que voltar, e não acho certo eu e você ficar de briguinhas por causa dela.
  - Eu não estou de briguinhas com você, foi você que provocou.
  - Me responda uma coisa.
  - O quê?
  - Você gosta dela? Ainda gosta dela?
  Ele pensou por um minuto.
  - Eu estou muito bem com a Marry, apesar de acharem que eu estou usando ela pra esquecer a , isso não é verdade.
  - Que bom, porque eu não posso dizer o mesmo, eu nunca a esqueci, pensei nela todos os dias e eu tenho motivos para isso.
  - Eu não quero saber dos seus motivos.
  - Ok. – ri.
  - Posso sair agora?
  - Não, tenho mais uma pergunta a te fazer.
  - O quê?
  - Quando você foi falar com a sobre o que ela teria que falar com os pais dela, você pediu permissão?
  - Pedi.
  - Mas você sabia que não precisava mais pedir, não sabia?
  - Sabia sim, mas foi por habito, eu nem me toquei.
  - Por isso que deu certo.
  - É. Agora posso ir?
  - Pode. Pede pro Carter vir aqui, por favor.
  - Ok...
  Com o estava tudo resolvido, pelo menos eu esperava que estivesse. Agora eu precisava esclarecer algumas coisas com o Carter.
  - Me chamou? – Carter falou da porta.
  - Sim, eu quero que você me responda algumas perguntas.
  - Ok, pode perguntar.
  - Como foi lá com a ?
  - Foi ótimo, eu conheci os pais dela, os amigos e alguns lugares que ela frequenta em Londres.
  - Ela tá bem? Ta feliz? Ela ainda pensa nos vampiros?
  - Ela está bem, está feliz, e sim, ela disse que não passa um dia sem pensar na gente.
  - E os pais dela, o que falaram quando você chegou lá?
  - A já tinha tudo sobre controle, os pais dela acreditaram no que o a mandou dizer, e eles gostaram de mim, me trataram muito bem.
  - Isso é bom, vou usar isso quando eu for buscar ela.
  - Você quer que eu vá com você?
  - Não será necessário, mas muito obrigado por ter ido até lá.
  - Eu iria de novo, e de novo se fosse necessário, iria quantas vezes precisasse.
  - Você gosta muito dela não é Carter?
  - Não do jeito que você gosta, mas sim, gosto muito.
  - Já que você tocou nesse assunto de gostar, eu não tenho mais nada pra esconder, todos já sabem que eu tenho um sentimento forte pela .
  - Pois é, mas eu sei mais do que todos.
  - O que você quer dizer com isso?
  - A me contou tudo, e agora eu entendi o porquê que ela não esqueceu o que rolou entre vocês, ela ficou muito feliz por você não ter apagado a memória dela.
  - Ela te contou?
  - Sim.
  - Acho que ela não vai ficar muito feliz quando souber que eu queria mesmo apagar a memória dela.
  - Acho que não.
  - E sobre o tal de Sebastian, o que você sabe sobre ele?
  - Sabia que você ia me perguntar isso.
  - Responde.
  - Eles são só amigos, bons amigos.
  - Ah ok então. Pode ir Carter.
  - Na verdade tem mais uma coisa que você precisa saber.
  - O quê?
  - A tem uma amiga chamada Kate e elas são muito amigas mesmo.
  - E...
  - E ai que a não conseguiu esconder sobre a gente.
  - Carter, você ta me dizendo que mais um humano sabe sobre nós?
  - Exatamente isso.
  - Não acredito, a é louca?
  - Ela me garantiu que essa tal de Kate vai ficar de bico calado.
  - Eu não to nem ai se ela vai ficar de bico calado, a não podia contar nada a ninguém. – eu estava nervoso, muito nervoso.
  - Deve ser difícil pra ela conviver com isso, ela viveu no meio de vários vampiros e foi pra casa sem esquecer nada, ela tinha que contar para alguém.
  - Não, ela não tinha.
  - E o que você pretende fazer?
  - Vou lá buscar ela, apagar a memória sobre vampiros na mente dessa Kate e tudo vai voltar ao normal.
  - Isso não ta certo, a não vai concordar com isso.
  - Ela não devia contar nada, isso é sobre nós.
  - E a está totalmente envolvida nisso, ela não tem culpa de nada.
  - Talvez você esteja certo, mas eu não tenho outra escolha.
  - E quando você pretende ir a Londres?
  - Amanhã ou depois, ainda não decidi, talvez eu queira que a aproveite um pouco mais seus dias de sossego.
  - Ela não vai aceitar voltar numa boa.
  - Eu sei que não, mas não temos escolha, ela vai ter que voltar.
  - Não seria nada legal ela receber a visita do Adam né?
  - Não, seria péssimo se o Adam fosse buscar ela.
  - Bom, só tenho que desejar sorte a você, você vai precisar.
  - Eu sei.
  Carter me deixou sozinho.
  Eu iria a Londres, conversaria com numa boa e traria ela de volta, só não sei se no mesmo dia, eu não ia conseguir convencer ela a voltar no mesmo dia, ela ainda teria que conversar com os pais dela, essa era a parte mais difícil, e eu ainda tinha que conversar com ela sobre a amiga que agora sabia sobre nós.
  Não seria uma viagem fácil, mas eu estava ansioso por ela, ansioso para ver ela.

Capítulo 21

  Pov.

  Dia seguinte e eu estava decidido, iria para Londres hoje mesmo.
  Não fazia sentido ficar adiando, uma hora ia ter que voltar por bem ou por mal, eu preferia que fosse por bem.
  Estava arrumando minhas coisas para a viagem quando alguém bate na porta de meu quarto.
  - Entre. – disse sem ver quem era.
  - Então você vai mesmo hoje para Londres. – Adam disse se aproximando.
  - E não é isso o que você quer?
  - É sim, estou feliz de não precisar ir buscar a garota, acho que ela não ia gostar da minha vizita, não tanto como a sua.
  - O que você quer Adam?
  - Eu nada, só vim me certificar de que os boatos de que você viajaria eram reais.
  - Já confirmou os boatos, agora já pode se retirar, quero terminar de arrumar minhas coisas logo.
  - Está ansioso pra viajar não é ? Ansioso para ver ela.
  - Sai daqui Adam. – lacei um olhar furioso para ele.
  - Ok, vou te deixar sozinho.
  Adam finalmente saiu.
  Será que era tão evidente assim, será que estava escrito na minha testa que eu estava ansioso para ver ela?
  Terminei de arrumar a mala que levaria para Londres, não era muita coisa já que eu pretendia ficar dois dias no máximo.
  Desci para ver se minha passagem já havia chegado, mandei Jimmy e Nick cuidarem dessa parte, e eles eram eficientes já que minha passagem já estava encima da mesa da sala, mas porque eles não foram me entregar pessoalmente?
  A primeira coisa que vi foi a hora que meu voo saia, era as 15hrs, então eu ainda tinha algumas horas antes de viajar.
  Fui procurar , precisava pedir pra ele para cuidar das coisas enquanto eu ficava fora.
  Eu e estávamos nos entendendo bem, aquela conversa tinha mesmo ajudado, ele tava feliz com Marry e aparentava não estar abalado com a volta de , mas não sei se seria a mesma coisa quando ele a veria.
   estava com Marry, o que não era surpresa, me aproximei dos dois.
  - . – o chamei alto para alertar que eu estava me aproximando.
   estava meio que num momento intimo com Marry.
  - O que foi ?
  - Só queria pedir para cuidar das coisas enquanto eu estiver fora.
  - , eu perdi totalmente o controle das coisas por aqui desde que seus irmãos vieram morar aqui.
  - Adam está sendo um problema. – concordei com ele.
  - Ele mesmo, ele manda em todos os vampiros, e eles tão começando a perder a paciência.
  - Fiquei sabendo que alguns foram embora.
  - Pois é, é melhor você dar um jeito nele .
  - E o que eu posso fazer? Vamos ver se quando a chegar ele sossega um pouco. – disse.
  - Espero.
  - De qualquer jeito, se as coisas saírem muito do controle, por favor, me ligue.
  - Pode deixar.
  - Obrigado . Estou feliz por não termos mais brigas bobas. – disse sinceramente.
  - Eu também.
  Me despedi dos dois e sai, queria falar com Carter, Jimmy e Nick antes de ir embora.
  Os três estavam juntos numa disputa de luta.
  - Com licença. – disse interrompendo a luta de Carter com Nick.
  - Toda. – Nick falou.
  - Posso saber o porquê vocês não me entregaram minha passagem em minhas mãos, ao invés de deixa-la na sala?
  - Ah, tivemos que fazer um favor para Adam. – Jimmy respondeu.
  - Um favor? Que favor?
  - Seu irmão tem um hobby, ele gosta de colecionar estacas, e ele pediu para ajudar ele a fazer estacas de uma madeira rara, pelo menos foi o que ele disse.
  - Madeira rara? Que estranho.
  - Também não entendemos, acho melhor você ir lá falar com ele se quiser saber mais.
  - Não tenho tempo pra isso, tenho que ir para o aeroporto, e vou precisar de carona.
  - A gente te da uma carona. – Nick falou.
  - Obrigado, vou pegar minhas coisas e então a gente vai.
  - Ok.
  Fui rápido pegar minha mala e minha passagem, eu ainda estava me perguntando o que o Adam pretendia ao colecionar estacas, podia ser para se proteger, fazia sentido, ele tinha como se defender se algum vampiro o atacasse, mas aquela história estava mal contada.
  Porém, como falei para os vampiros, eu não tinha tempo para o Adam agora, eu iria enfrentar uma viajem até Londres.
  Encontrei Nick, Jimmy e Carter que já estavam no carro e fomos para o aeroporto.
  Conversas aleatórias surgiram no caminho até o aeroporto e até a hora de embarcar, eles me davam dicas de como lidar com a , eles conviveram mais com ela do que eu.
  Nick me falou sobre a amiga de , ele já havia hipnotizado ela pra poder entrar na casa dela e apagar as filmagens, segundo ele com ela seria fácil de lidar.
  Eu comentei com eles que essa Kate sabia sobre vampiros.
  Carter me falou sobre a família dela, pelo jeito eram pessoas boas e eu tinha que agir normalmente, eles iriam gostar de mim se eu fosse gentil.
  E sobre a todos disseram para eu ser calmo com ela, sem forçar nada, sem ser grosso, conversar com ela de boa, sem me alterar nem nada, acho que não seria difícil.
  Depois de muito conversar chegou a hora de eu embarcar.
  Antes de ir embora pedi a eles para terem cuidado com Adam, pois ele tava começando a me preocupar mais que o normal.
  E fui para o avião...

  Horas depois eu estava em Londres.
  Era sábado à tarde e eu decidi que ia tirar o resto do dia para observar a rotina de , saber como são as coisas por aqui, com quem ela andava, e tudo mais.
  Não foi difícil de achar onde morava, Carter tinha me passado o endereço, então fui para um hotel mais perto de onde ela morava para me hospedar.
  Tudo resolvido sobre a hospedagem deixei minhas coisas no quarto e fui procurar por ela.
  A rua dela havia só casas bonitas, de gente que era bem de vida, não tinha movimento, apenas um senhor de idade sentado em frente a uma casa, uma dona de casa limpando a frete de sua casa, e algumas crianças brincando, me aproximei das crianças.
  - Boa tarde.
  - Oi. – todas as crianças me responderam juntas.
  - Vocês sabem qual é a casa da ?
  - A casa da é aquela ali. – uma menininha bonitinha disse apontando para a terceira casa contando de onde eu estava para frente.
  - E você sabe se ela está em casa?
  - Não, ela saiu com o namorado dela, e a Kate.
  - Hey, o namorado dela sou eu. – um menininho ficou nervoso ao ouvir a amiguinha falando de um suposto namorado de .
  - A é muito velha pra te namorar. – a menininha respondeu.
  - Mas ela aceitou namorar comigo, eu pedi pra ela.
  - Mas ela também namora o Sebastian.
  - Eu a divido só com ele.
  Será que eu merecia mesmo ouvir uma discussão de crianças de 5, 6 anos?
  - Pelo jeito a é bem disputada aqui. – disse mais não era para as crianças ouvirem.
  - A é linda e é minha namorada. – o menininho nervoso me respondeu.
  - Ok, ela é toda sua. – disse e sai dali.
  Primeira informação que tive da já não havia sido boa, ela estava com a melhor amiga e o namorado, espero que aquelas crianças estejam erradas sobre o namorado.
  Eu ia ter que procurar a por todos os lugares, apesar de já ter umlugar certo para ir, o pub que Carter disse que ela o levou, ele disse que era lá que os amigos se reuniam sempre, então seria meu primeiro lugar.
  Seria tudo mais fácil se eu pudesse ouvir o que ela está pensando.
  Também não foi difícil de encontrar esse pub, e estava cheio de adolescentes, normal já que era sábado à noite, entrei no lugar atraindo vários olhares, eu não queria chamar muita atenção, então fui para um canto procurar por ela.
  E lá estava ela, depois de alguns minutos vasculhando por todos os lugares apenas com os olhos, lá estava ela sorrindo, conversando em uma roda de amigos, linda como eu me lembrava, eu queria muito ir lá falar com ela, mas não era o momento, ainda não, mas no dia seguinte eu encontraria com ela.
  Não sai do pub antes dela, fiquei o tempo todo observando ela, bebia alguma coisa para tentar disfarçar, mas não foi o suficiente.
  Alguém, que eu não percebi que estava prestando atenção em mim, percebeu que eu não tirava os olhos de . Era uma menina, talvez ela ficou ofendida por eu não dar atenção a ela, então resolveu ir falar para que tinha um cara encarando ela desde que ele havia chegado.
  Ouvi a conversa delas.
  - .
  - Oi.
  - Menina, tem um cara muito gato te encarando ali, acho que ele ta tomando coragem pra vim falar com você.
  - Aonde?
  - Ele tava ali naquele canto.
  Mas antes que ela apontasse para onde eu estava eu já havia me escondido em outro lugar.
  Continuei ouvindo a conversa delas.
  - Ali aonde? Só tem gente acompanhada ali. – disse.
  - Eu tenho certeza que tinha um cara lindo ali te olhando.
  - Você ta viajando. – disse e riu.
  - Não estou, acho melhor seu namorado ficar esperto.
  - Quem o Sebastian?
  - E tem outro?
  - Não, na verdade não tem nenhum, você está muito desatualizada, eu e o Sebastian terminamos faz mais de mês.
  - Ah sério? Eu realmente não sabia.
  - Agora já sabe amiga.
  E voltou a curtir o lugar, as bebidas e os amigos.
  Eram 3hrs da manhã quando estava voltando para casa com Kate, elas não estavam muito sóbrias então não perceberam alguém seguindo elas.
  Elas conversavam coisas que eu não entedia, então parei de escutar a conversa delas e só esperei até que ela entrasse para casa dela.
  Fui para o hotel que estava hospedado pensando no que tinha presenciado hoje.
   parecia ser o tipo de garota popular entre os amigos, aquela garota acessível, e todos gostavam muito dela.
  Eu estava mais infeliz do que nunca por ter que afastar ela dessa vida e levar ela para um lugar onde nada parecia ser real, onde tudo era aberração.
  No dia seguinte a vida de iria mudar... De novo.

  Acordei cedo e fui direto para a rua onde morava.
  Não tinha ninguém na rua, domingo era o dia que todos dormiam até mais tarde, o jeito era ficar esperando até o momento que apareceria.

  Pov.

  Domingo acordei de ressaca, tinha bebido um pouco demais, mas estávamos todos os amigos juntos de novo, Sebastian havia se entendido com o pessoal que ele tinha discutido quando eu desapareci, e ontem foi um tipo de reencontro entre amigos, era motivo para se comemorar.
  Eram 11h da manhã quando minha mãe vem me acordar para ajudar ela no almoço.
  - Mas mãe, ta cedo. – disse cobrindo a cabeça com a coberta.
  - , desde quando 11h é cedo?
  - Desde que se chega da balada às 3h.
  - Sinto muito, mas eu quero sua ajuda no almoço, é aniversário de sua irmã e ela vem almoçar aqui junto com o marido.
  - Ah é, tinha me esquecido.
  - E o Willian também vem com a mulher, então temos que caprichar nesse almoço.
  - Ok mãe, vai indo lá que eu vou me arrumar e já vou.
  - Se você não aparecer naquela cozinha em cinco minutos eu venho te acordar com um balde de água gelada.
  - Já to indo mãe.
  Não ia ter jeito de ficar dormindo então me levantei e me arrumei, em menos de cinco minutos eu já estava na cozinha.
  Minha mãe estava preparando o prato preferido de Mariah e eu ajudava no básico já que não entendia muito sobre cozinhar.
  - Filha chama a Kate para vim almoçar aqui.
  - Tava pensando nisso agora, vou ligar pra ela. – disse pegando o telefone.
  - Ligar pra que , ela mora a três casas da nossa, vai lá chamar ela.
  - Mas eu to te ajudando mãe, e você sabe que quando eu e a Kate se junta deixamos tudo de lado para conversar.
  - Não sei o que vocês conversam tanto, vocês se vê todos os dias.
  - Mas mãe, todo dia tem assuntos novos para conversar.
  Ela riu.
  - Eu não vou precisar mais de você aqui, então pode ir.
  - Obrigado mãe, antes de ir chamar a Kate vou colocar uma roupa mais decente.
  - Ok.
  Subi para meu quarto, tomei um banho, já que eu estava com cheiro de molho, e fui me arrumar para o almoço de aniversário de Mariah, vesti um vestido branco de alcinha, que meu pai não aprovou muito quando eu comprei por causa do comprimento, calcei em saltinho, e deixei os cabelos soltos, dei um jeito na maquiagem passando lápis, rímel e um pouco de blache pra dar uma corzinha no meu rosto, estava pronta.
  Desci quase correndo e fui para a rua, algumas pessoas estava na rua, inclusive a Dona Carmen que veio falar comigo.
  - Bom dia .
  - Bom dia dona Carmen. – disse sorridente.
  - Como você está bonita, vai a alguma festa?
  Carmen era a fofoqueira da rua.
  - Na verdade estou indo chamar a Kate para almoçar na minha casa, é aniversário da Mariah.
  - Entendi.
  Eu estava me retirando quando ela começou a falar de novo.
  - Ah , ontem um homem veio aqui te procurar.
  - Um homem? Que homem?
  - Não sei, ele perguntou para as crianças sobre você, eu fiquei com medo dele fazer algo a elas, mas ele não parecia estar com más intenções.
  - Você deixou um homem estranho conversar com as crianças?
  Eu tinha um carinho enorme pelas crianças de minha rua, especialmente por Natham, que se dizia meu namorado, ele era um fofo.
  - Pode ficar tranquila, ele não fez nada a elas.
  - Mas podia ter feito.
  - Ele veio aqui procurar por você , então você deve conhecer ele.
  - Todos que eu conheço vão a minha casa me procurar e não ficam perguntando para as crianças.
  - Ah menina, para com isso, não aconteceu nada e eu não sei de nada também.
  - Então me dá licença.
  Velha rabugenta.
  Caminhei até a casa da Kate e toquei a campainha, a mesma veio atender.
  - Oi .
  - Kate, meu amore, vem almoçar em casa hoje? - sorri.
  - Porque eu iria?
  - Porque é aniversário da Mariah e minha mãe disse que eu podia te convidar.
  - Vai estar todos lá?
  - Sim todos, inclusive a esposa do meu irmão.
  - Ah, vou me arrumar e já to indo.
  - Ok, te espero lá, pode entrar direto sem tocar a campainha.
  - Ok amiga.
  Kate amava a esposa do meu irmão, todos amavam, ela é muito simpática e trabalha com moda, ela vive dando dicas para mim e Kate, adorávamos passar horas conversando com ela, isso era mais frequente quando ela era apenas namorada de Willian, mas depois que eles se casaram era difícil de ver ela.
  Quando sai da entrada da casa de Kate, uma coisa esquisita, a rua que tinha algumas pessoas passeando agora estava vazia, será que todos foram almoçar na mesma hora?
  Enfim, caminhei até minha casa.
  - ?
  Alguém me chamou, aquela voz me chamou.
  Olhei para trás e ele estava atrás de mim, lindo, perfeito, seus olhos me encarando.
  - ?

Capítulo 22

  Todos já haviam chegado para o almoço de Mariah, eu Kate arrumávamos algumas coisas na cozinha enquanto meus pais e irmãos estavam na sala de jantar.
  - , você ta bem?
  Porque a Kate sempre tem que saber quando há alguma coisa errada comigo?
  - E porque não estaria?
  - Você parece nervosa.
  - E-Eu n-nervosa? – gaguejei.
  - , você ta gaguejando. O que ta acontecendo?
  - Nada Kate, nada. Agora vamos logo com isso porque estão nos esperando.
  O almoço foi bem agradável, Mariah falava de seu incrível trabalho de publicitária em uma famosa revista de Londres, Willian e meu pai conversavam de negócios, eu e Kate fofocávamos sobre a balada do dia anterior, o almoço não tinha sido nada silencioso.
  Depois as mulheres foram tirar a mesa e limpar as coisas na cozinha, enquanto os homens falavam de esportes na sala principal.
  A mulher de Willian dava dica sobre as últimas tendências da moda, minha mãe, Mariah e Kate prestavam atenção em cada coisa que ela falava, já eu estava com a cabeça em outro lugar.
  - Meninas, vou subir um pouco e já volto. – disse.
  - Mas , sua cunhada está nos dando as melhores dicas de moda. – Kate falou.
  - Eu sei e desculpa por perder isso, mas é que eu preciso fazer uma coisa no meu quarto, é rápido, já volto. – disse me retirando.
  Subi as escadas correndo de dois em dois degraus, quando chego ao quarto ele estava deitado em minha cama.
  - Ninguém te viu né? – perguntei.
  - Você acha mesmo que eu ia deixar alguém me ver? – ele respondeu com obviedade.
  - Ai enfim, o que você quer aqui? – perguntei.
  - É um assunto muito sério e que vai tomar muito seu tempo.
  - Fala logo.
  - Acho que não é uma boa hora.
  - , fala logo.
  - Ok, você vai ter que voltar para Virginia comigo.
  Fiquei o olhando por um minuto.
  - HAHA não! – disse por fim.
  - Quando você escutar o que está acontecendo você vai mudar sua resposta.
  - Duvido muito, mas acho que você ta certo, não é uma boa hora pra isso.
  - Eu sei que não.
  - Faz o seguinte, desce toca a campainha e eu vou convidar você para a festinha da minha irmã.
  - Você o quê?
  - Vou te apresentar a minha família, assim como fiz com o Carter.
  - Mas eu não estou de vizita igual ao Carter.
  - Eu sei que não, mas não vou ficar escondendo você.
  - Eu tenho par aonde ir.
  - Mas eu quero que você fique aqui.
  - Por quê?
  - Você não sai daqui até me contar o que está acontecendo.
  - , eu não sou igual ao Carter, o Carter veio aqui de vizita e eu não, eu vim para te levar embora comigo.
  - Mas meus pais não sabe disso, então você vai agir normalmente como se fosse outro amigo que veio me ver.
  - Mas a Kate sabe.
  Fiquei calada por alguns segundos.
  - Não acredito que o Carter te contou isso.
  - Ele não tinha escolha, a partir do momento que eu decidi vim te buscar ele teve que me contar tudo.
  - E o que você vai fazer com ela?
  - Simples, apagar a memória dela.
  - Mas eu não quero que você faça isso.
  - , quando você souber o que está acontecendo você vai implorar para que eu a faça esquecer que vampiros existem.
  - Ai já chega, desce logo e toca a campainha.
  - Ok.
  - Espera ai.
  - Que foi?
  - Foi você que veio me procurar ontem aqui na rua não foi?
  - Foi sim, mas um menininho, que acho que você sabe quem é, já que ele disse ser seu namorado, falou que você tinha saído com o outro namorado.
  Comecei a rir.
  - Era o Nathan.
  - E era eu na balada também, era eu que estava te observando.
  - Vieram me falar que um cara muito gato estava me encarando.
  - Pois é, era eu.
  - Convencido.
  - Não fui eu que falei que eu era gato.
  - , vai logo.
  - To indo.
  Era só o que me faltava, veio me buscar para voltar a Virginia.
  Desci as escadas lentamente, eu não pretendia correr igual uma louca para abrir a porta quando a campainha tocasse, ia dar muito na cara, então deixei que outra pessoa atendesse.
  Fui me juntar com as mulheres, que agora estavam na piscina.
  - Tá calor, porque não nadamos um pouco? – Kate sugeriu.
  Era incrível como Kate parecia ser da família, não que ela não tenha tentado se engraçar com meu irmão, mas ele era muito velho para ela.
  - Eu topo. – disse.
  - Até que em fim você voltou.
  - Nem demorei tanto vai.
  - Ah claro que não, foi o tempo de lavarmos a louça e limparmos tudo. – Mariah falou.
  - Foi mal.
  Campainha tocou.
  “Ele demorou.” Pensei.
  - Quem será? – minha mãe perguntou.
  - Deixa que os homens atendam mãe. – disse indo pegar meu biquine que ficava num quarto perto da piscina.
  - . – meu pai gritou.
  - Estou aqui. – gritei saindo do quarto já de biquine.
  - Vizita pra você.
  - Pra mim? Quem será?
  “Ai como eu era sínica.” Ri por dentro.
  Fui até a porta recebê-lo.
  - , que surpresa. – disse, mas não consegui segurar o riso.
  Ele permaneceu sério.
  - Fiquei com saudade, então resolvi lhe fazer uma vizita.
  Vi que ele me olhava de cima em baixo.
  “O biquine tinha chamado a atenção dele, e muito.” Comemorei via pensamento.
  - Que lindo, pode entrar.
  - Trouxe um presente.
  - O quê? – o olhei não entendendo.
  Agora ele que tinha um sorriso no rosto.
   me entregou um buque de rosas vermelhas e uma caixa de bombons.
  Por isso a demora dele.
  - Ah... Obrigado. – quase não consigo falar, ele me deixou sem palavras.
   entrou e eu o apresentei para todos ali presentes, inclusive as meninas que fizeram questão de ir ver quem era a minha vizita.
  - Pessoal esse é o , o conheci na Virginia também. – disse.
  Todos sorriam e o cumprimentavam, exceto por Kate.
  Aproximei-me dela enquanto todos davam atenção a .
  - O que ele quer ?
  - Não sei, ele não disse ainda.
  - Por isso você estava tão nervosa antes do almoço.
  - É.
  - Ele é um gato.
  - Tire os olhos dele ok?
  - Ok. – ela riu.
   veio para perto de nós duas.
  - Você deve ser a Kate, não é?
  - S-sou sim. – ela gaguejou.
  Eu e rimos.
  - É um prazer te conhecer.
  - Igualmente, eu acho.
  Dei um cutucão nela, eu sabia o que ela queria dizer com ‘eu acho’.
  - Fico feliz que os amigos de venham ver ela, apesar do susto que ela nos deu, percebemos que ela estava com boas pessoas. – minha mãe falou.
   me olhou.
  - Sentimos falta dela por lá, sua filha é uma grande menina, e fez muitas amizades.
  - Ela é uma grande filha também, e ficamos muito preocupados e com muita saudade.
  - Eu entendo.
  Depois que rolou uma pequena conversa com tudo voltou ao normal, os homens se dedicavam em discutir sobre futebol e as mulheres sobre roupas, moda e tudo mais.
  - Vou trocar de roupa. – disse, eu era a única de biquine na casa.
  - Não precisa se incomodar, se você quer ir à piscina, pode ir. – falou.
  - Só se você for comigo? – disse.
  Ele me olhou e riu.
  - Acho melhor não.
  - Pode ir, sinta-se em casa. – minha mãe disse.
  Agora eu ria para ele.
  - Eu te acompanho até lá, mas não sei se vou entrar na piscina.
  - Eu te convenço a entrar.
  - Duvido.
  Então fomos até a piscina, eu tinha chamado todo mundo para ir, senão ia dar muito na cara eu e o , mas eu sabia que nem ele e nem eu queríamos que ninguém viesse, a intenção era ficarmos sozinhos.
  E como se soubessem da nossa intenção ninguém quis nos acompanhar até a piscina.
  - Carter tinha razão, sua família é gente boa.
  - Sim e eu não quero ir embora de novo.
  - , meus irmãos voltaram.
  - Por quê?
  - Eles vão escutar. – ele disse apontando para dentro de minha casa.
  - Eles não são vampiros para escutar nossa conversa de longe. – ri.
  - Melhor eu te contar quando os convidados forem embora e seus pais estiverem dormindo.
  - Eu vou ter que esperar até a noite?
  - Sim.
  - Enquanto isso eu morro de curiosidade?
  - Não, enquanto isso você vai pra piscina.
  Eu não estava nem muito perto e nem muito longe da piscina, mas me levou tão rápido para dentro da mesma que a única coisa que eu senti de um segundo para o outro foi o choque da água gelada.
  - Seu filho da...
  Ele tava rindo igual um louco da minha cara.
  Comecei a jogar água nele.
  - Hey, para. – ele falou ainda rindo.
  - Eu não vou ficar aqui sozinha, então trate de entrar. – disse.
  - Não me convenceu.
  - Ou você entra ou você vai embora.
  - E você vai ficar na curiosidade? Duvido.
  - Eu fico na curiosidade e você fica sem mim. Justo não acha?
  Agora ele tava sério.
  - Jogo sujo. – ele disse e começou a tirar a roupa ficando só de boxxer.
  Ao mesmo tempo em que eu fiquei constrangida olhando aquele corpo se aproximando, eu também me lembrei da minha última noite em Virginia.
  - Porque você faz isso hein?
  - Faço o que? Foi você que pediu.
  - Ok.
  Ele entrou na piscina com um mergulho perfeito.
  - Para de se exibir.
  - Eu gosto de me exibir.
  Ri.
  E então ele fez uma coisa que eu não esperava.
  Eu estava na beira da piscina, aproveitando o sol, ele estava mergulhando e com um de seus mergulhos ele chegou até bem perto de mim.
  - O que você ta fazendo? – perguntei quando ele colocou as mãos na beira da piscina como se tivesse me cercando.
  - Só aproveitando.
  E então ele me beijou. No começo eu não esperava, mas depois de alguns minutos eu já envolvia meus braços em seu pescoço e ele me agarrava na cintura.
  Até que escutamos alguém tossindo de propósito.
  Na hora eu soltei o e empurrei-o.
  Eu sabia que eu estava com uma cara assustada e ao mesmo tempo estava vermelha.
  - Desculpa incomodar, mas é que pediram pra chamar vocês. – Kate disse, ela parecia envergonhada também.
  - Já estamos indo.
  - Ok.
  Vi que ela saiu rindo.
  - Que vergonha. – disse.
  - Vergonha de mim?
  - Não, mas e se fosse minha mãe? E meu pai. – tremi só de pensar.
  - Ah relaxa, seus pais desconfiam de nós.
  - Sério?
  - Uhum, principalmente depois daquelas provocações sobre ir à piscina.
  - Ah...
  - Você acha mesmo que eles acham que só estamos conversando?
  - Acho.
  - Pois você está enganada mocinha.
  - Agora vou ficar com mais vergonha ainda de olhar para meus pais.
  - Qual é amor, fica de boa.
  - Amor?
  - É amor.
  Saímos da piscina, nos secamos um pouco e fomos para sala principal onde todos nos aguardavam.
  - Bom, agora que todos estão reunidos, família e amigos, eu tenho uma notícia a dar a vocês. – Mariah começou um discurso.
   sussurrou ‘Parabéns’ no meu ouvido, não entendi o por que.
  - Mãe, pai, Willian, , eu estou grávida.
  Meu queixo caiu na hora me deixando de boca aberta.
  Todos abraçavam Mariah e cumprimentavam o marido dela.
  - Eu fiquei pra titia? – disse brincando.
  Dei um abraço apertado em Mariah e depois em seu marido, eu estava muito feliz com aquela notícia.
  - Que fofo, mal vejo a hora de segurar meu sobrinho. – disse toda contente.
  - Calma , estou de três meses só. – Mariah disse.
  Todos estavam muito emocionados.
  Mas agora quem não aparentava estar muito contente era , e eu sabia o por que.
  O resto do domingo em família foi bem descontraído, se juntou ao grupo dos homens e percebi que ele captou logo o assunto já que ele parecia falar bastante.
  E nós mulheres falávamos sobre bebês, enxoval e tudo que tinha a ver com o assunto.
  Eram 20hrs e todos já haviam ido embora, inclusive , depois eu encontraria com ele, Kate foi à última a sair, eu sabia que ela queria conversar comigo.
  - Vamos lá fora Kate, te acompanho até sua casa. – disse como um aviso aos meus pais.
  Já na rua.
  - , o que foi aquilo que eu vi na piscina?
  - Kate, você já me viu varias vezes com o Sebastian na piscina.
  - Sebastian é humano, é um vampiro, sentiu a diferença? Porque eu senti e muito.
  - Eu te contei que eu tinha ficado com ele.
  - Mas eu achava que você estava de boa em questão aos vampiros.
  - E eu estava, mas eu não tenho culpa se eles resolveram vir me visitar.
  - Você ainda não sabe o que ele quer?
  - Mais ou menos.
  - E o que é?
  - Não posso falar ainda.
  - Ele quer te levar embora não é?
  Fiquei quieta.
  - , eu já disse uma vez e vou repetir, se você voltar para Virginia eu vou com você.
  - Kate, eu não sei o que ta acontecendo, mas parece ser urgente, eu vou conversar com o pra saber melhor, depois eu te conto.
  - Promete que você não vai sumir antes de me contar.
  - Prometo.
  - Ok, boa noite .
  - Boa noite.
  - AAAH não espera ai. – do nada ela gritou.
  - Que foi menina? – perguntei assustada.
  - Quando você sumiu a gente se despediu assim também.
  - Jura que você me da esse puta susto por causa disso?
  - , eu não quero que você vá embora.
  - E eu não vou... Sem você.
  - O que isso quer dizer?
  - Eu não sei ainda, mas amanhã eu vou saber agora eu preciso ir.
  - Você vai se encontrar com ele?
  - Vou.
  Ela me olhou com reprovação.
  - Relaxa Kate, vai ficar tudo bem.
  - Confio em você.
  - E eu confio nele.
  - Até amanhã.
  - Até amanhã Kate. – ri.
  Ela entrou para casa dela e quando dou meio volta para ir para minha casa está bem atrás de mim.
  - Vamos botar a conversa em dia?
  - Vamos, mas na minha casa, eu to cansada.
  - Eu vou voltar na sua casa?
  - , você pode entrar e ninguém vai perceber.
  - Ah é...
  - Entra primeiro e me espera no quarto.
  - Ok. – ele respondeu maliciosamente.
  - Vai logo.
  Vi ele entrar e fui em seguida.
  - Pai, mãe. – chamei.
  - Sim filha.
  - Estou indo dormir.
  - E desde quando você avisa?
  - Nossa, desculpa, tchau.
  - Boa noite filha.
  - Boa noite.
  Eu sabia que não ia dormir tão cedo, pelo jeito a conversa seria longa.

Capítulo 23

  Cheguei ao quarto e estava deitado em minha cama.
  - Pode começar a contar. – disse indo me sentar ao lado dele na cama.
  - Espera um pouco.
  - Que foi?
  - Quer dizer que você e o Sebastian ficavam se agarrando na piscina?
  - Isso não é da sua conta.
  - Acho que é sim.
  - Eu e o Sebastian terminamos, agora somos só amigos, já era.
  - Hm sei...
  - , eu quero saber o motivo de você ter vindo me buscar correndo, você vai ter que ter uma ótima explicação se quiser que eu volte com você para Virginia.
  - É eu tenho uma ótima explicação.
  - Duvido muito eu conseguir ir embora de novo, meus pais nunca aceitariam e agora eles sabem onde podem me encontrar.
  - Eu vou te ajudar com isso, não se preocupe, seus pais vão deixar você viajar comigo e a Kate também não será um problema.
  - Se eu for para a Virginia com você a Kate vai comigo, sinto muito.
  - Não vai não, isso é sério.
  - Então comece a me contar, eu to curiosa.
  - Ok. Eu te falei que meus irmãos voltaram.
  - Porque eles voltaram?
  - Se lembra do feitiço que a Lilian fez para desfazer sua ligação com os originais?
  - Lembro.
  - O Adam foi atacado por um bando de vampiros, óbvio que ele provocou, mas ele não imaginava que esses vampiros eram tão fortes e ele ficou entre a vida e a morte.
  - Mas ele não tinha a pessoa que era ligada a eles? Que ficou no meu lugar?
  - Sim ele tinha, mas ao invés dessa pessoa ajudar o Adam, como você fez comigo aquela vez, ele ficou morrendo de medo e não fez nada, a sorte do Adam é que Derek o ajudou.
  - Não to entendendo, quer dizer que ele tava com a pessoa errada então?
  - Sim ele estava. , a ligação nunca saiu de você.
  - Como é?
  - Você ainda está ligada aos originais.
  - Não pode ser.
  - , semanas atrás você ficou internada, certo?
  - Sim, o Carter te contou né?
  - Ele contou a todos nós. Ao mesmo tempo em que você tava sentindo aquelas dores fortes no peito e dificuldade de respirar, o Adam estava sendo atacado, com estacas no peito e verbena.
  - Eu senti o mesmo que ele?
  - Sim, nós chamamos a Lilian para nos explicar melhor, ela disse que se um dos originais for atacado e você não estiver por perto para nos salvar você sente a mesma coisa que nós sentimos.
  Eu não tava acreditando.
  - É esse o motivo de você ter que voltar comigo, além do Adam te querer por perto para salvar ele.
  - Mas ele não mora na Itália?
  - Ele, Derek e Filipe se mudaram para Virginia.
  - Nossa, as coisas devem estar tensas por lá.
  - E estão. Adam está atormentando todo mundo, nem o escapa.
  - Mas , eu não posso e nem quero voltar.
  - , se eu chegar lá sem você o Adam vai vir te buscar, e vai ser bem pior do que quando o veio.
  - E meus pais? O que eu vou dizer a eles, porque eu não pretendo ir embora do nada de novo.
  - Eu já disse que vou te ajudar.
  Fiquei pensativa.
  - , eu não vou deixar que nada te aconteça, ok?
  - Não estou preocupada com isso.
  - Se é com a Kate também não precisa se preocupar, eu vou apagar a memória dela e ela não vai se lembrar de nada sobre vampiros, e você vai poder se despedir dela.
  - Eu não quero que você apague a memória dela, eu a quero comigo.
  - Mas , não é assim tão fácil quanto parece, Adam vai ficar uma fera se souber que outro humano sabe sobre nós.
  - Eu não dou a mínima para o Adam, eu só volto para Virginia com duas condições.
  - Duas?
  - Sim, primeira, meus pais vão ter que aceitar numa boa, se eu perceber que eles não vão gostar da ideia eu não vou, e segundo, a Kate vai ter que ir comigo.
  - A primeira vai ser fácil.
  - Você vai hipnotizar meus pais, não vai?
  - Desculpa, mas não tem outro jeito de seus pais deixarem numa boa.
  - Isso não é justo. Eu vou ir morar pra sempre na Virginia?
  Ele não respondeu.
  - Eu não quero ir.
  - E eu não queria te forçar a nada , eu vim conversar com você numa boa, eu quero que as coisas aconteçam naturalmente.
  - Me levar à força para Virginia não natural.
  - Eu não quero te levar a força, é por isso que estamos conversando.
  Eu não queria começar uma briga com o .
  - Eu quero ajudar vocês , então vamos fazer o seguinte, amanhã eu converso com meus pais, eu sei que você já vai ter colocado coisas na memória deles, então acho que não vai ser difícil, e enquanto eu falo com meus pais, você se vira com a Kate.
  - Como assim me viro com a Kate?
  - Você vai ter que ir falar com ela, falar que vamos para Virginia e você terá que hipnotizar os pais dela também.
  - Não vou ter outra escolha não é?
  - Não!
  - Ok, ela vem com a gente, mas é melhor você avisar a ela pra não fazer nenhuma burrada.
  - Deixa que eu me entenda com ela depois.
  - Ok. E o que você vai falar para seus pais?
  - Eu tava contando com a sua ajuda.
  - Que tal você ir estudar lá.
  - Mas eu já estudo aqui.
  - Fala que você não ta gostando de estudar aqui, e que você se interessou por alguma coisa lá, que não terá tanto problema você ir morar lá porque você conhece bastante gente lá.
  - Será que isso vai dar certo?
  - Eu vou fazer com que dê certo, não se preocupe.
  - Eu já disse que você não presta?
  - Já, várias vezes.
  Rimos.
  - E a Kate vai ter que dar a mesma desculpa para os pais dela, assim viajamos juntas.
  - Falar que vocês vão estudar juntas pode ajudar.
  - É eu sei.
  - Então amanhã resolvemos isso, e no dia seguinte bem cedo viajamos.
  Ele percebeu meu desanimo.
  - Eu sei que você não queria isso, eu também não queria que você passasse por isso de novo, e se não fosse por Adam eu não vinha te perturbar, mas é perigoso te deixar sozinha.
  - Eu to com medo, do Adam.
  - Eu não vou deixar ele te incomodar, você já vai estar por perto, não tem porque ele ficar te enchendo o saco.
  - Espero...
  - Que tal mudarmos de assunto?
  - Quer falar do que?
  - Não quero falar, quero terminar o que começamos lá na piscina.
  - !
  - Que foi? Eu sei que você também quer.
  - Você não sabe de nada.
  Ele deu uma gargalhada.
  - Eu tava aqui pensando, quando eu fui embora o me pediu permissão quando ele foi falar o que eu tinha que falar para os meus pais.
  - E...
  - E quando você foi apagar minha memória sobre a noite anterior você não me pediu permissão, e eu não esqueci.
  - Isso é bom não é?
  - Não, você não sabia que eu ainda tinha ligação, então você achou que não precisava mais me pedir permissão, o que quer dizer que você queria mesmo que eu esquecesse.
  Ele ficou calado.
  - Isso não foi legal.
  - Mas não importa mais, você não queria esquecer e não esqueceu. Fim de papo.
  - Porque você queria tanto que eu esquecesse?
  - Porque eu não queria que você ficasse pensando nisso, eu queria que você vivesse sua vida aqui, sem ter um bom motivo para pensar em mim.
  - E olha só como as coisas tão caminhando, eu vou ter que voltar para a Virginia com você.
  - Pois é...
  - Ai eu te pergunto: e se eu tivesse esquecido, como você ia reagir com e minha volta?
  - Eu a faria lembrar de novo?
  - E você consegue fazer isso?
  - Não sei bem, mas eu faria do jeito mais prazeroso para nós dois.
  - O que você quer dizer com isso?
  - Eu faria de novo.
  - Ah.
  Fiquei sem falas.
  - Tive uma ideia.
  - Qual? – perguntei.
  - E se a gente fingisse que você esqueceu, e então eu lembraria a você como foi.
  - ! – chamei atenção dele pela segunda vez.
  - , quando voltarmos para Virginia será muito difícil de termos momentos assim, vamos aproveitar agora.
  - Pervertido.
  - Quando estivermos lá, eu ainda quero estar com você.
  - Eu também.
  - Mas não teremos essa paz, sempre vai ter alguém nos incomodando.
  - Confesso que eu estou com saudade de lá.
  - Sério?
  - Sim, do Carter, Jimmy, Nick do ...
  - Todos eles estão com saudade também.
  - O ta bem? – fiquei com medo de perguntar isso, mas eu queria saber.
  - Ta sim, ele ta com a Marry.
  - É eu sei, e fico feliz, se ele ta feliz com ela é isso o que importa.
  - Vamos ver como vai ser quando você voltar.
  - Porque está falando isso?
  - O gostava de você assim como eu gosto, não faz muito tempo que você foi embora, não sei se é verdade que ele te esqueceu.
  - Que lindo.
  - O que?
  - Além de estar com ciúmes de mim, você ta confessando que gosta de mim.
  - Você já sabia disso.
  - Ah, mas é sempre bom ouvir você falando isso.
  - Ah é bom ouvir isso?
  - É. – sorri.
  - Então vem cá.
   me puxou para cima dele e começou a me beijar.
  - Eu gosto, e muito de você, . – disse em meio aos beijos.
  - Eu também gosto muito de você.
  E continuamos o que começamos na piscina.

  Quando acordei já havia amanhecido, mas ainda era bem cedo, não estava ao meu lado, ele tinha saído.
  Levantei, e mesmo sabendo que era muito cedo fui procurar meus pais para lhes contar a novidade.
  Os dois estavam na cozinha tomando café da manhã.
  - Bom dia. – disse.
  - Filha, você ainda está assim? Você vai se atrasar para a faculdade. – minha mãe falou.
  - Eu não vou à faculdade hoje.
  - Por quê? – meu pai perguntou.
  - Eu preciso conversar com vocês e não posso esperar até mais tarde.
  - Então fale logo, eu não posso me atrasar.
  - Eu vou sair da faculdade.
  - Por quê?
  - Eu não to gostando do curso, e eu já tenho outros planos.
  - Quais seriam esses planos?
  - Eu vou estudar, mas não aqui, pai, mãe, eu vou me mudar para a Virginia!
  - Porque será que eu não estou surpresa? – minha mãe falou.
  Minha vontade era falar: “Ah mãe, é porque o já convenceu vocês a me deixar ir!”.
  - Você tem certeza que é isso que você quer?
  - Tenho sim mãe, e essa visita do me fez estar mais certa do que eu quero.
  - O é um bom rapaz, e se é isso mesmo o que você quer vai em frente, você já está bem crescida para arcar com suas decisões.
  - Obrigado pai, e a Kate vai comigo, então vocês pode ficar mais calmos, e sempre vamos dar notícias.
  - Quando vocês vão?
  - Amanhã de manhã, sem problemas né?
  - Mas e a faculdade?
  - Vou lá hoje pra trancar a matricula.
  - Ok filha, você sabe que ir morar sozinha é uma responsabilidade muito grande, ainda mais em outro país que fica tão longe de onde seus pais moram.
  - Não se preocupe, eu vou estar bem, e sempre vou entrar em contato com vocês.
  - Ok. Agora temos que ir.
  Meus pais se retiraram da cozinha e eu fiquei boquiaberta.
  O que o falou para eles? Foi tão fácil conversar com eles sobre me mudar, achei que ia ter que começar uma discussão.
  Será que com Kate tinha sido fácil assim?
  Eu ia descobrir isso logo, eu ia me encontrar com ela para irmos até a faculdade trancar a matricula, mesmo não tendo marcado nada com ela, eu sabia que isso ia acontecer.
  Subi para meu quarto para me arrumar, depois sai às pressas.
  Fui até a casa de Kate chamar ela.
  Toquei a campainha e logo ela me atendeu.
  - Oi , entra.
  - Não, estamos de saída. – disse.
  - Ah temos que ir à faculdade né?
  - Exato.
  - Vou pegar minha bolsa e já vamos.
  - Te espero aqui.
  Aquilo tava tão fácil que chegava a ser chato.
  Kate voltou e fomos para a faculdade.
  - Me conte o que o te falou. – disse.
  - Ele me disse que você ia ter que voltar para Virginia e quando eu ia começar a gritar com ele, ele disse que eu ia ir junto, depois ele foi falar com meus pais, e foi fácil convencê-los a me deixar ir.
  - Comigo foi à mesma coisa.
  - Eu to ansiosa pra ir, quero saber como é morar no meio de vampiros. – ela riu.
  - O não te contou tudo não é?
  - Na verdade ele não me contou nada, só disse que eu ia com você para a Virginia.
  - É lógico que ele ia deixar a parte mais difícil para mim.
  - Então me conta o que eu preciso saber antes de ir para a Virginia.
  - O que eu posso te falar por enquanto é que você não pode fazer nenhuma burrada, os vampiros não vão gostar de saber que outro humano sabe sobre eles, então você tem que demonstrar que não vai ser problema para eles.
  - Isso vai ser fácil.
  - Espero.
  Chegamos à faculdade e fomos direto à secretaria, ficamos por volta de meia hora até conseguir trancar a matricula.
  Depois fomos procurar o pessoal que era da nossa sala para nos despedirmos deles.
  - Como assim vocês vão para a Virginia? – Sebastian perguntou.
  - Eu conheço bastante gente por lá, e eu decidi ir estudar lá.
  - Mas porque tão longe?
  - Porque eu gostei de lá, e lá tem uma faculdade que é totalmente voltada para o que eu quero estudar. – inventei.
  - E pessoal, nós vamos entrar em contato sempre com vocês, nunca vamos esquecer nossos amigos aqui de Londres.
  - Acho bom.
  Ficamos conversando mais um pouco e depois eu e Kate decidimos ir para casa arrumar nossas malas.
  - Acho que o andou falando com eles também. – disse.
  - Foi fácil convencer todo mundo.
  - Ou ninguém gosta da gente e estão felizes que vamos embora. – ri.
  - Deve ser.
  Chagamos na rua de casa.
  - Tenho um monte de coisas pra arrumar então acho que vamos nos ver só amanhã na hora de ir.
  - Ok. Você sabe o horário certinho né?
  - Sei sim, não vou me atrasar.
  - Ok, então até amanhã.
  - Até amanhã amiga.
  Kate foi para sua casa e eu fui para a minha.
  Fui direto para o quarto e comecei a tirar minhas roupas do armário.
  Eu não estava tão animada com essa viagem como a Kate estava, ela não sabia o que tava acontecendo, e eu sabia que as coisas não iam ficar normais quando eu chegasse lá.
  Além de ter que aguentar os originais, principalmente o Adam, me enchendo o saco, tinha também o , eu sei que o Carter e o disseram que ele tava bem com a Marry, e eu estava torcendo para que isso seja verdade, eu não queria ter que ficar escondendo meus sentimentos por para não machucar outro vampiro.
  Eu estava concentrada arrumando minhas coisas e não percebi que estava no quarto.
  - Nossa, que susto. – falei.
  - Desculpa você parecia muito concentrada e eu não queria atrapalhar.
  - Tudo bem.
  - E ai, ansiosa para ir para Virginia?
  - Na verdade, não.
  - É eu sei, desculpa por isso de novo.
  - Não é culpa sua, e se tem que ser assim então eu vou superar.
  - Pensa pelo lado bom, vamos estar juntos.
  - Isso é muito bom. – sorri.
  - Vem cá.
   me abraçou apertado, era umas das melhores sensações que eu já tinha sentido na vida, o abraço apertado de .
  - Quer ajuda ai?
  - Você pode fazer isso num minuto.
  - É eu posso.
  - Então fique a vontade.
  Deitei na cama e observei sendo muito ágil guardando minhas roupas na mala.
  Logo ele havia acabado de guardar tudo.
  - Então, temos o resto do dia para aproveitar, o que você quer fazer?
  - Isso ta me lembrando de quando o veio me buscar.
  - Por quê?
  - Ele me perguntou a mesma coisa.
  - E o que você respondeu.
  - Não respondi então ele me levou para a London Eye.
  - Um belo passeio.
  - É.
  - Onde eu posso te levar?
  - Eu gostaria de ir lá de novo.
  - No mesmo lugar aonde o te levou?
  - Qual é o problema?
  - Nenhum.
  - Ah você ta com ciúmes de novo.
  - Não to não.
  - Ta sim.
  Ele ficou quieto.
  - Olha , naquela época eu nem conhecia você, não tem porque ter ciúmes.
  - Não to com ciúmes.
  - Então vamos lá.
  - Ok.
  Fomos até a o local da London Eye de táxi, e lá usou a mesma maneira que usou quando conseguimos furar a fila para irmos à London Eye.
  E mais uma vez eu pude ver Londres de cima, era lindo, não tinha palavras para descrever o quão incrível era.
  Depois me levou para outros lugares até anoitecer, fomos jantar em um restaurante muito bom por sinal, e depois ele me levou até em casa.
  - Posso dormir com você? – ele pediu.
  - Claro que pode.
  - Tenho que fechar minha conta no hotel e pegar minhas coisas, daqui a pouco eu volto.
  - Ok.
  Em casa meu pai assistia na sala e minha mãe cozinhava.
  - Cheguei!
  - Olá filha.
  - Tudo bem com vocês?
  - Tudo sim e com você? Já fez as malas?
  Até parecia que meus pais estavam me expulsando de casa.
  - Sim tá tudo pronto para amanhã cedo.
  - Filha... – e lá se começou o maior sermão que já eu recebi na vida.
  Eu escutei meus pais atentamente, eu não sabia quando eu os veria de novo, então, por mais que estivesse recebendo um sermão, eu tinha que aproveitar o momento.
  A conversa com meus pais demorou, e quando subi para meu quarto estava entediado.
  - Foi mal. – disse.
  - Tudo bem, são seus pais e você tem que aproveitar esses momentos.
  - É eu pensei a mesma coisa. – eu disse e bocejei em seguida.
  - Você parece exausta.
  - E estou, vou tomar um banho e já volto – disse.
  Banho rápido, eu estava morrendo de sono e sabia que o dia seguinte ia ser agitado, então queria dormir logo.
  Voltei para o quarto e fui direto me deitar.
   me abraçou e assim eu dormi.

Capítulo 24

  Nosso voo para Virginia era bem cedo, então madrugamos e por volta das 7hrs da manhã já estávamos no aeroporto.
  - Filha, não se esquece de dar notícias sempre. – minha mãe não me largava.
  Eu queria muito que meus pais fossem comigo até o aeroporto então insisti até eles aceitarem.
  - Mãe, não se preocupe, se eu não der notícias a Kate vai dar para os pais dela, então é só vocês se comunicarem.
  - É. – Kate concordou.
  Os pais dela também estavam no aeroporto.
   tinha ido comprar alguma coisa para eu beber.
  Eu tinha ficado nervosa, triste, angustiada ao mesmo tempo, eu não sabia quando veria meus pais de novo, e comecei a chorar desesperadamente, então resolveu comprar algo para eu beber e me acalmar.
  - Filha, foi uma escolha sua, porque você está tão triste? – meu pai perguntou.
  - Ah pai, é difícil me separar de vocês, eu nunca sai de casa por muito tempo.
  - Mas você ficou cerca de um mês fora.
  - E voltei.
  - Mas você vai voltar filha.
  Eu não tinha tanta certeza disso.
  - Aqui , bebe isso. – voltou com café.
  - Obrigado.
  Eu percebia que também estava angustiado, ele não queria me ver daquele jeito.
  Anunciaram nosso voo no alto falante.
  - Temos que ir. – falou.
  - Ok. – disse.
  Meus pais me abraçaram forte, e eu desabei a chorar novamente.
  - Vai ficar tudo bem filha, nos vemos logo.
  - Amo vocês, demais, demais.
  - Nós também amamos você.
  Dei um último abraço antes de seguir para o avião.
  - , porque você ta tão desesperada? – Kate perguntou a caminho do avião.
  - Porque eu não sei quando eu vou ver eles de novo.
  - Que história é essa .
  - Kate, eu tenho que ficar juntos dos vampiros originais, eles nunca vão me deixar ir embora.
  - O ta por trás disso?
  - Não, por ele eu não voltava, o problema são os irmãos deles.
  - Não os irmãos, é o Adam o problema. - apareceu do nosso lado.
  - E o Derek e Filipe?
  - Por incrível que parece eles estão do meu lado nessa história, eles também querem o seu bem, mas também concordaram que você voltasse.
  - Eles devem temer alguma coisa não é?
  - Suspeito que sim, provavelmente Adam aprontou alguma coisa preocupante.
  Ficamos em silêncio.
  - Mas Kate, não se preocupe você vai poder voltar para casa quando quiser. – disse quebrando o silêncio.
  - Amiga, eu não saio de lá sem você.
  - Eu não sei nem se vou sair de lá.
  - Então eu também não vou sair.
  - Obrigado Kate.
  Kate sentou ao meu lado no avião, não se incomodou de sentar a nossa frente.
  E com um voo tranquilo seguimos para Virginia.

  Virginia.

  Nick, Jimmy e Carter estavam nos esperando no aeroporto.
  - . – Carter me deu o maior abraço.
  - Que saudade Carter. – disse sorrindo.
  - Só do Carter? – Nick perguntou.
  - Claro que não, também tava morrendo de saudade de vocês. – disse abraçando ele e em seguida Jimmy.
  - Como estão as coisas em casa? – perguntou.
  - Adam não incomodou muito, ele está muito concentrado em colecionar estacas.
  - Isso ta me preocupando, ele nunca foi disso.
  - Eu não queria ser muito pessimista, mas acho que ele ta armando alguma, ou ele ta fazendo isso pra se proteger de alguma coisa. – Jimmy falou.
  - Eu também to achando que ele ta colecionando estaca para se proteger, provavelmente ele aprontou alguma por onde passou e está temendo que venham atrás dele.
  Kate não entendia nada o que estava acontecendo.
  - Vamos para casa. – disse.
  - Vamos. – concordou.
  No caminho de casa, , Jimmy, Carter e Nick ainda conversavam sobre Adam.
  - . – Kate me chamou baixinho.
  - Fala.
  - É desse Adam que eu tenho que ter medo né?
  - É, mais ou menos, ele é o perturbado da família original.
  - Vou ficar longe dele.
  - Mas você nem sabe quem é. – ri.
  - Então trate de me avisar quem é.
  - Ok.
  Chegamos em casa e estava tudo do mesmo jeito do dia em que eu fui embora.
  - UAU. – Kate disse ou ver as casas.
  - É lindo aqui né.
  - Muito.
  Nick estacionou o carro em frente à casa que nós íamos morar.
  - Foi aqui que você morou enquanto esteve sumida?
  - Foi sim, e é aqui que vamos morar.
  - Jimmy, faz um favor, reúna todos os vampiros da nossa casa, quero todos em meu escritório em dez minutos. – falou.
  - Seus irmãos também?
  - Sim.
  Olhei para não entendendo o que ele queria com aquela reunião.
  - , leva a Kate para seu quarto, sem problemas vocês dormirem juntas né?
  - Não, vem Kate.
  - Depois desçam vocês também tem que estar na reunião.
  - OK.
  Levei Kate para o quarto que Marry tinha decorado para mim.
  - Nossa , que quarto lindo.
  - Foi a Marry que decorou para mim, ela também é vampira.
  - Ela é sua amiga? – percebi um pouco de ciúmes na voz de Kate.
  - Foi agora acho que não é mais.
  - Por quê?
  - Porque o vampiro que ela gosta gostava de mim, e acho que ela não me quer por perto dele.
  - O ?
  - Sim.
  - Mas agora você ta com o .
  - É eu sei depois eu vou conversar com ela, e não precisa ter ciúmes bobinha.
  - Não estou.
  Rimos.
  Deixamos nossas coisas no quarto e descemos para a tal reunião, só estava faltando o Adam.
  Os irmãos originais, Derek e Filipe, me cumprimentaram.
  - , queremos que saiba que não vamos fazer nada contra você, sabe que agora estamos do lado dele.
  - Ok, eu sei que o problema aqui é o Adam. – disse.
  - Me chamaram. – e o mesmo entrou no escritório.
  Todos olharam para ele e depois para mim.
  - , que bom que você está aqui. – ele falou com um sorriso na cara.
  - Pena que não posso dizer o mesmo. – falei.
  - Ela é abusada né. – Adam falou olhando para .
  - Adam menos. Eu chamei todos aqui para informar que eu não quero que ninguém arrume confusão, inclusive você Adam.
  - Você não quer que sua menina tenha trabalho ? – Adam perguntou.
  - A não precisaria estar aqui se não fosse por você, estávamos muito bem e ninguém arrumava briga, agora que você mora aqui eu quero que continue assim, mesmo a estando aqui.
  - Não é só porque a menina está aqui que você vai arrumar briga toda hora Adam. – Derek falou.
  - Irmãos, não se preocupem, eu não vou arrumar briga com ninguém agora, o que me preocupa são as brigas que eu já arrumei por ai.
  - Eu sabia. – falou.
  - Sabia?
  - Vocês estão avisados, sem brigas. Agora eu preciso conversar com meu irmão. – falou.
  - Vamos sair. – falou.
  Foi a primeira vez que vi , ele estava distante de mim.
  Kate estava boiando.
  - , você pode me explicar o que está acontecendo?
  - Kate, nem eu sei direito.
  - Acho que as coisas vão piorar ao invés de melhorar com a sua chegada. – Jimmy falou.
  - Eu não queria ter voltado, não posso fazer nada, só se os originais precisar.
  - , se você precisar de alguma coisa estamos aqui, você sabe que sempre pode contar com a gente. – Nick falou.
  - E a Kate, ela também pode contar com vocês? – perguntei.
  - Claro!
  - Ótimo. Kate eu preciso falar com o , os meninos vão ficar com você, eles são de boa, não precisa ter medo deles, não é meninos?
  - É, somos seus amigos também.
  - Ok, mas não demora, eu preciso perguntar algumas coisas pra você.
  - Se for sobre vampiros eu te aconselho a perguntar para os próprios, eles sabem mais do que eu.
  - Ok.
  Então sai a procura de , e ele estava na beira do lago, ele sempre ficava ali quando queria pensar.
  - . – chamei.
  - Oi .
  - Podemos conversar?
  - Claro. – ele não parecia muito à vontade.
  - Eu estava com saudade. – disse.
  - Eu também.
  - Eu sei que você e a Marry estão bem agora, e eu to muito feliz, espero que agora seja real o seu sentimento por ela.
  - É real sim , Marry me apoiou muito depois que você foi embora, e eu percebi que eu sentia sim alguma coisa por ela.
  - Que bom.
  - E eu também sei que você e o estão juntos.
  - Eu estava preocupada em ter que esconder isso de vocês.
  - Todo mundo já sabe, e eu também estou feliz por vocês.
  - Então podemos ser amigos?
  - Podemos sim, mas acho que a Marry não vai gostar muito disso.
  - Eu quero conversar com ela, onde ela está?
  - Atrás da casa com os amigos.
  - Vou procurar ela.
  Marry estava sentada olhando os amigos numa disputa de briga.
  - Marry. – a chamei ela estava de costas para mim.
  - . – disse olhando para mim.
  - Posso conversar com você?
  - Sobre?
  - Sobre o .
  - , eu e o estamos muito bem, por favor, não estrague isso.
  - Não, eu não quero estragar nada, eu também estou muito bem com o , e eu já conversei com o , nós vamos ser só amigos agora.
  - Espero, eu gosto muito do , mas eu não sei o que ele sente por você.
  - Ele me disse que gosta de você, Marry.
  - Ele disse?
  - Disse.
  Ela sorriu.
  - Eu não quero ter problemas com você, eu queria que aquela amizade que tínhamos de ir ao shopping e comprar quase todo ele voltasse.
  Ela riu lembrando.
  - , desculpe se eu virei à cara pra você, é que você sabia que eu gostava muito do , e vocês ficaram...
  - Marry, eu não quero mais falar disso, é passado.
  - Ok.
  - Então podemos ser amigas de novo?
  - Podemos sim.
  - E se eu estiver conversando com o de boa, você não vai ficar com ciúmes?
  - Não, mas se precisar eu tenho o do meu lado, afinal, ele com ciúmes deve ser uma fera.
  - Não quero nem ver. – ri.
  Marry levantou de onde estava sentada e me deu um abraço.
  - Vai ser bom ter você aqui de volta.
  - E eu vim acompanhada. – disse.
  - Acompanhada?
  - Sim, trouxe a Kate, minha melhor amiga.
  - Sério, ela é humana também?
  - É sim.
  - E o Adam sabe disso?
  - Sabe, mas eu não to nem ai pra ele.
  - Ele é um chato.
  - Nem me fale.
  Rimos.
  - Cadê ela, quero conhecê-la.
  - Está lá em casa, vamos lá.
  E então fomos para casa encontrar Kate.
  Mas no caminho...
  - . – escutei Adam me chamando.
  - Que foi?
  - Preciso ter uma conversinha com você.
  - Eu não tenho nada pra falar com você.
  - Mas eu tenho, venha aqui, por favor.
  - Ok. Marry, a Kate está com o Nick e companhia, vai lá encontrar ela.
  - Ok. Boa sorte com ele.
  - Obrigado.
  Caminhei até onde Adam estava.
  - Vamos dar uma voltinha.
  - Pra que? Podemos conversar aqui mesmo.
  - Para de ser desconfiada, eu não vou, nem posso fazer nada contra você.
  - Ok.
  Nos afastamos um pouco de casa.
  - O que você quer?
  - Eu quero só te dar uns avisos.
  - Quais?
  - Primeiro sobre a sua amiguinha, eu devia matá-la só por ela saber sobre nós, mas como ela é sua protegida não vou fazer nada, então a avise para não fazer nada de errado, senão eu não respondo por mim.
  - A Kate já está avisada sobre isso.
  - Segundo, eu espero que você esteja preparada para o que está por vim.
  - Não entendi.
  - Digamos que eu arrumei uma briga muito feia com uns vampiros antigos ai, eles estão atrás de mim, e quando eles me encontrar eu vou precisar de você.
  - Por isso que você tava louco atrás de mim.
  - Sim é por isso.
  - E as estacas que você está colecionando?
  - Colecionando? Eu estou ajuntando várias delas, depois vou ensinar os vampiros daqui a lutar decentemente, eles vão precisar das estacas.
  - Então o tinha razão, você quer essas estacas para se proteger.
  - Claro.
  - E se eu não estiver preparada?
  - Eu não sei se você precisa de uma preparação especifica, quando foi o você soube o que fazer na hora.
  - Mas ninguém sabia pra que exatamente eu servia, agora sabemos, Adam eu sou só uma humana que sente medo.
  - Você está com medo agora?
  - Agora não, mas e quando esses vampiros chegarem?
  - , sinto lhe dizer, mas nós somos um ima pra você, se estamos em perigo você automaticamente vai nos proteger, caso contrário, você sofre o que nós sofremos.
  - Eu espero saber o que fazer na hora.
  - Eu também espero, sou muito novo para morrer.
  - Mais de 1.000 anos, novinho hein.
  - Aparentemente eu estou novinho.
  - Aff.
  - Viu nós podemos nos dar bem.
  - Aham, era só isso?
  - Acho que sim.
  - Então vou voltar para casa.
  - Ok. Eu vou me alimentar, estou com muita fome.
  - Longe daqui, por favor.
  - Pode deixar.
  - Adeus.
  E ele já tinha sumido.
  Comecei a voltar para casa.
  Uma notícia boa e uma ruim. A boa: eu, e Marry estávamos bem, amigos novamente. A ruim: alguém viria atrás de Adam e eu não estava preparada para salvá-lo.

Capítulo 25

  Depois da minha conversa com Adam fui encontrar Kate e Marry, as duas estavam conversando na sala de casa e pareciam se entender bem.
  - Oi. – falei.
  - Tudo bem? – Marry perguntou.
  - Tudo sim, relaxa.
  - Estávamos conversando sobre ir ao shopping e comprar roupas, quer ir? – Kate disse.
  - Até que não é má ideia, Marry, já vou avisando que a Kate é pior do que você. – disse.
  - Sério? Você é dessas que enquanto não vê o fim do dinheiro não para de gastar? – Marry perguntou a Kate.
  - Pior, já perdi a conta de quantas vezes deixei o cartão de crédito no negativo. - Kate riu.
  - Então vamos ao shopping. – disse.
  Marry foi pegar o carro enquanto eu e Kate fomos ao quarto nos arrumar, nos arrumamos rápido e fomos encontrar Marry.
  Passamos o dia no shopping e foi pior do que quando fui só com a Marry, as duas faziam questão de entrar em todas as lojas e sempre demoravam muito tempo em cada uma.
  Elas compraram bastante coisa, eu não precisava de muita coisa então comprei apenas algumas peças de roupa.
  Depois fomos comer alguma coisa.
  - Então, vocês que já se envolveram com vampiros, se é que vocês me entendem, como é? – Kate perguntou.
  - Do que você quer saber exatamente? – Marry parecia mais constrangida do que eu.
  - Ah, como é fazer aquilo com vampiros.
  - Kate! – chamei atenção dela.
  - Ah qual é, estamos entre amigas, não estamos?
  - Mesmo assim, é constrangedor falar sobre isso.
  - Bom, eu sou uma vampira, eu já tinha feito quando humana, mas tenho que dizer que é mil vezes melhor agora. – Marry falou.
  Eu a olhava com olhos arregalados.
  - Porque é melhor? – Kate queria saber mais.
  - É mais selvagem. – ela disse.
  - Ai caramba. – comentei baixinho.
  - , nos responda como é fazer sexo com um vampiro, você é humana, deve ser bem diferente.
  Eu não ia escapar daquela conversa, então...
  - Realmente é bem diferente, sim, é mais selvagem, mas o foi bem cuidadoso.
  - Queria saber como é.
  - Kate, eu estou muito constrangida, sério.
  - Tá não precisa mais falar no assunto.
  - Você se interessou por algum vampiro aqui? – Marry perguntou.
  - Boa pergunta. – falei.
  - Ah, todos são muito lindos, e charmosos, mas aquele Nick é um pedaço de mau caminho.
  - Você se interessou pelo Nick? – perguntei.
  - Algum problema?
  - Não amiga, nenhum, mas o Nick é o mais sério de todos, eu achava que o Jimmy fazia mais seu tipo.
  - Ele também é gato, mas eu gostei mais do Nick.
  - Bom, se você quiser nós podemos te dar uma forcinha com ele, quem sabe um empurrãozinho. – Marry falou.
  - Eu ajudo. – disse.
  - Mas vocês acham que ele se interessaria por mim?
  - E porque não? Amiga, o se interessou por mim. – falei.
  - E o também. – Marry completou.
  - Mas o ta com você agora amiga.
  - E eu estou muito feliz.
  - Eu também. – disse.
  - Enfim, é só você dar o sinal verde para nós que nós ajudamos.
  - Amigas, o sinal ta verdíssimo. – Kate falou.
  Rimos juntas.
  Conversamos mais um pouco sobre homens e depois voltamos para casa.
  Chegando à mesma esperava por mim.
  - Precisamos conversar. – ele falou.
  - Ok. – disse.
  Ao invés de me levar ao escritório, como ele sempre fazia quando queria conversar, ele me levou até seu quarto dele.
  - Essa é nova. – disse.
  - O quê?
  - Sempre que você quer conversar você vai para o escritório, hoje você me levou até seu quarto.
  - É porque você não é um dos vampiros, e sim minha namorada.
  - Nossa como é bom ouvir isso. – disse.
  - É muito bom falar isso sem ter que me preocupar com outros.
  - De quem você ta falando exatamente?
  - Do , é claro. Eu achava que quando você voltasse e ele te visse, ele largaria a Marry na hora, mas eu felizmente me enganei, o lance deles é sério mesmo.
  - É mesmo.
  - Enfim, não é sobre isso que eu quero conversar com você.
  - Sobre o que então?
  - Sobre o Adam.
  - Ele veio falar comigo.
  - Vocês conversaram?
  - Sim.
  - E ai?
  - Ele falou que vai precisar de mim quando os vampiros que ele provocou encontrar ele.
  - Ele me falou a mesma coisa.
  - Só que acontece que eu não estou preparada.
  - Mas amor, você também não estava preparada quando me salvou.
  - Mas eu não sabia do que eu era capaz, agora eu sei e eu preferia não saber.
  - Não vai acontecer nada com você.
  - Ninguém pode ter certeza disso.
  - , nenhum vampiro vai te machucar.
  - Eu quero acreditar nisso como você acredita, eu estou com muito medo.
  - Calma , nós vamos saber o que fazer quando precisarmos.
   me abraçou.
  - Eu vou fazer o que puder para você não precisar ter que se envolver na briga entre vampiros.
  - Como assim?
  - O Adam vai treinar os vampiros para lutar, eram pra isso as estacas, se nós conseguirmos manter os originais fora de risco você não vai precisar nos salvar.
  - Isso pode dar certo.
  - Vamos fazer com que dê certo.
  - , quando isso acabar, o Adam vai me deixar voltar para casa?
  - Não sei, temos que ver se é só essa briga que ele provocou.
  - Com certeza não é.
  - Mas essa é a que ele está mais preocupado, o fato de serem vampiros antigos torna as coisas mais complicadas.
  - Eles são muito fortes né?
  - Sim, só não mais forte do que os originais.
  Isso me deixou preocupada.
  - Mas acredito que estamos em maioria, isso está a nosso favor.
  - Tomara que dê tudo certo, e que esses vampiros demorem a achar o Adam, talvez com o tempo eu fique mais calma.
  - Pois é agora não temos com o que nos preocupar.
  Eu poderia ficar a noite inteira com , mas Kate precisava de mim já que era a primeira noite dela morando com vampiros.
  - Vou para o meu quarto.
  - Bem que você podia dormir aqui.
  - Bem que eu queria, mas a Kate vai precisar de mim.
  - Ok.
  Nos beijamos.
  - Boa noite.
  - Boa noite.
  Fui para meu quarto onde Kate escutava músicas deitada na cama.
  - Ai , até que enfim você veio pra cá.
  - Por quê? Aconteceu alguma coisa?
  - Não relaxa, eu achava que você ia passar a noite lá, eu não queria ficar aqui sozinha, sabe como é.
  - A tentação foi grande sobre passar a noite lá, mas eu sabia que você ia precisar de mim.
  - Ainda bem que você se lembrou de mim.
  - Como eu ia me esquecer da minha melhor amiga?
  - Ah bobona. – Kate jogou um travesseiro em mim.
  - Hey. – joguei de volta.
  E começamos uma mini guerra de travesseiros. Ate que alguém bateu na porta.
  - Pode entrar. – gritei.
  - Ta tudo bem por aqui? – era Nick.
  Automaticamente um sorrisinho se formou em meu rosto, Kate percebeu e jogou um travesseiro em mim.
  - Ta tudo sim Nick, inclusive, ainda bem que você veio aqui, eu precisava ir lá em baixo, você pode fazer companhia a Kate por enquanto? – perguntei.
  - Não precisa . – ela falou.
  - Claro que precisa Kate.
  - Posso sim, sem problemas.
  - Ok, muito obrigado.
  - De nada. – ele sorriu.
  Dando risadas sai do quarto.
  Eu não precisava fazer nada lá em baixo, mas eu não ia perder a oportunidade de deixar Kate sozinha com Nick, mas mesmo assim fui até a cozinha.
  Procurei algo na geladeira até achar sorvete.
  - Que vampiro aqui come sorvete? – me perguntei pegando o mesmo.
  - Eu. – Carter apareceu.
  - Tinha que ser né. – falei brincando.
  - E ai, tudo bem?
  - Sim, mas eu to com saudade de conversar com você.
  - Você ta fugindo de mim.
  - Não to não, é que hoje foi um dia longo, estou exausta.
  - E não foi dormir ainda?
  - Ta me expulsado daqui?
  - Não. – ele riu.
  - Eu fui para o quarto dormir, mas o Nick apareceu por lá, então aproveitei e deixei ele conversando com a Kate, ela ta meio que interessada nele. – disse.
  - Sério?
  - Sim.
  - Nossa logo pelo Nick, eu é que sou o garanhão dessa casa.
  - Não é o que ta parecendo. – zoei com ele.
  - Haha.
  - Brincadeira meu amor. – disse.
  Eu e Carter ficamos conversando e comendo sorvete até que meus olhos não aguentavam mais ficar abertos.
  - Não aguento mais Carter, boa noite. – disse.
  - Percebi que você não aguenta mais, quase mergulhou a cara no sorvete duas vezes.
  - To morrendo de sono aqui. – disse.
  - Então vai dormir, até amanhã.
  - Até.
  Fui para o quarto e Nick já não estava mais lá, deve ser porque Kate também havia dormido.
  Fui direto para minha cama e apaguei.

  Duas semanas haviam se passado e tudo estava tranquilo, Adam ensinava os vampiros a lutarem para poderem se defender quando precisassem, e os outros originais participavam das aulas de lutas, Adam achava mais seguro se todos os vampiros soubessem se defender, até mesmo os originais.
  Kate e eu não tínhamos muito que fazer então sempre saímos para dar um volta e conhecer lugares novos.
  - Eu não quero nem ver essa luta que os vampiros estão se preparando para enfrentar, pelo jeito vai ser feia a coisa.
  - Vai mesmo. – disse.
  - Você vai ter que participar?
  - Imagina eu lutando com vampiros. – ri imaginando.
  - To falando sério boba.
  - Não se os originais não correrem risco de vida, é por isso que Adam está ensinando os de mais vampiros a se defenderem e também defender os originais.
  - Coitado dos outros vampiros, eles tem que se ferrar para poder manter os originais seguros.
  - O Adam está trabalhando para que eles não corram risco de morrer, e o não quer perder seus aliados.
  - Por um lado eu fico com dó desses vampiros que vão ter que lutar para proteger os originais, mas por outro vai ser melhor porque se eles conseguirem manter os originais a salvo você também fica a salvo.
  - Pois é.
  - O que eu acho injusto é o fato de que você não escolheu estar aqui, você não escolheu ter essa vida de protetora dos vampiros originais.
  - Ninguém escolheu, a bruxa lançou o feitiço e infelizmente eu fui à sortuda, ou não, que recebeu o feitiço.
  - Queria entender como isso funciona.
  - Eu também.
  Quando começava a anoitecer eu e Kate voltava para a casa, como o treinamento dos vampiros duravam até de noite sempre tínhamos que assistir eles.
  Mas nesse dia resolveu acabar com o treinamento mais cedo.
  - Por hoje chega, amanhã continuamos. – ele disse vindo à minha direção.
  - Ok. – Adam concordou.
  - Vem comigo. – me chamou.
  Kate não precisava mais da minha companhia toda hora, agora ela tinha Nick, que por sorte de Kate, também se interessou por ela.
  - To indo.
  - Pode ir amiga, eu vou ficar numa boa. – ela falou.
  - Eu sei que vai. – disse olhando Nick que vinha na direção de Kate.
  Então segui .
  Ele foi para seu quarto e quando cheguei lá ele estava tomando banho.
  Deitei na cama dele e esperei.
   saiu do banheiro só com a toalha enrolada no corpo.
  - Como está indo o treinamento? – perguntei.
  - Muito bem, os vampiros já estão bem treinados.
  - Que bom.
  Ele se deitou no meu lado.
  - Mas eu não quero falar sobre isso.
  - E sobre o que você quer falar? – perguntei dando um beijo nele.
  - Eu quero fazer não falar.
   começou a me beijar, distribuindo beijos no meu pescoço, colo e boca.
  Ele tirou minha blusa e eu agradeci por ele só estar com uma toalha no corpo.
  Ele continuava a distribuir beijos por meu corpo até que um barulho o fez parar.
  - O que foi isso? – perguntei.
  - Pareceu barulho de briga.
   correu para colocar uma roupa e eu coloquei a blusa de volta, descemos para sala e Adam estava na mesma com cara de assustado.
  - O que aconteceu? – perguntou.
  - São eles. – Adam falou.
  E eu já sabia de quem se tratava.
  Nick e Carter entraram na casa as pressas.
  - Eles nos atacaram, estávamos desprevenidos, três dos nossos morreram.
  - Cadê o e o Jimmy? – perguntei.
  - Calma eles estão lá fora.
  - E eles fugiram? – Adam perguntou.
  - Sim.
   entrou na casa.
  - Isso foi um aviso, eles vão voltar logo. – falou.
  - Garota, me diz que você está preparada. – Adam olhou para mim.
  Eu estava assustada, e não sabia se estava preparada.
   me abraçou forte.
  - Vai ficar tudo bem. – ele sussurrou para mim.
  - Cadê Derek e Filipe? – Adam perguntou.
  - Estão lá fora procurando por eles. – respondeu.
  - Nós temos que procurar também. – falou.
  - Não, por favor, , fica comigo. – disse.
  - Calma meu amor, eu não vou sair de perto de você.
  - Pode deixar, nós vamos procurar por todos os lugares. – Carter falou.
  - Cuidado. – disse.
  - Relaxa gatinha. – Carter falou e saiu seguido por Nick e .
  - Chegou a hora. – Adam falou.
  - Vamos acabar com isso logo, espero que eles venham amanhã mesmo, eu não quero mais ter que ficar nessa agonia. – falou.
  - E eu sei que estamos preparados para uma briga, eles são fortes, mas nós somos maioria. – Adam falou.
   apenas assentiu com a cabeça.
  - Vamos , vou te levar para o quarto.
  - Eu quero ver se Kate está bem, mas eu quero que você durma comigo, eu não sei se vou conseguir dormir depois desse aviso.
  - Eu vou dormir com você.
  Subi até meu quarto, Kate estava deitada toda encolhida.
  - , é você? – ela perguntou, sua voz estava tremula.
  - Sou eu sim amiga.
  - O que aconteceu?
  - Foi só um aviso, ainda não aconteceu o pior, eu não queria ter que te assustar, mas não posso mentir para você.
  - Vai ficar tudo bem, não vai?
  - Vai sim.
  Abracei-a forte.
  Alguém tocou meu ombro me fazendo pular de susto.
  - Hey, ta tudo bem. – Nick disse.
  - Oi Nick. – eu e Kate falamos juntas.
  - Eu posso ficar com ela? – ele perguntou olhando para Kate.
  - Claro. – disse.
  - , você vai ficar bem?
  - Vou sim, vai ficar comigo.
  - Ok. Boa noite amiga.
  - Boa noite.
  Nick foi se sentar ao lado de Kate.
  - Cuida dela hein. – disse para ele.
  - Pode deixar. – ele respondeu.
  Então fui me juntar a que esperava na porta do quarto.
  - Ela está segura, o Nick é um bom homem.
  - Eu não quero que aconteça nada com ela, o Nick podia ficar aqui quando aqueles vampiros chegassem?
  - Eu até deixaria, mas acho que ele vai querer nos ajudar, e , com todos os vampiros lá fora lutando ninguém vai chegar perto de casa, ela vai ficar aqui trancada.
  - Ok.
  Fomos para o quarto de .
  Deitamos-nos e ficamos abraçados.
  - Eu também espero que eles venham amanhã, é melhor acabar com isso logo. – disse.
  - Eu tenho certeza que vai acabar tudo bem.
  - E eu confio em você.
  - E eu te amo.
  - Eu também amo você , muito.
  Ele me beijou e ficou comigo ali até eu dormir.

Capítulo 26

  Eu estava sonhando, sonhando que todo aquele pesadelo tinha acabado, eu e estávamos bem, a salvo, os outros originais também estavam a salvo, nada de errado estava acontecendo, tínhamos ganhado aquela luta e mais nada ia nos incomodar.
  - . . – me chamava, sua voz estava tensa.
  Eu não estava mais sonhando.
  - .
  - Amor, acorda, precisamos de você.
  - O que aconteceu? – assustada levantei.
  - Começou , todos os vampiros já estão lá em baixo lutando.
  - Eu estou com muito medo.
  - , não há mais tempo para nada, agora é só lutar e torcer para que nada aconteça aos originais.
  - Então vamos logo.
  Eu e descemos correndo.
  Nick desceu atrás de nós.
  - Kate está bem? – perguntei.
  - Eu pedi para ela trancar a porta e não abrir até que tudo isso tiver acabado.
  - Espero que ninguém venha para cá. – disse.
  - Ninguém vai vim até aqui, agora nós precisamos sair. – falou.
  Quando saímos presenciei cenas horríveis, vampiros mortos sem o coração, sangue para todo lado, eu podia reconhecer alguns vampiros que já estavam derrotados, mortos no chão, mas havia muitos que eu nunca tinha visto também mortos, a briga estava equilibrada.
  - , eu preciso que você fique perto do Adam. – falou.
  - Não, eu quero ficar com você.
  - Quem está correndo o maior perigo é ele, e você tem que estar por perto caso algo aconteça a ele, você tem que salvar ele.
  - Você vai ficar bem?
  - Eu vou.
  Então me beijou.
  - Nos vemos quando esse pesadelo acabar. – disse.
  - Sim. Agora corre.
  Eu podia avistar Adam, ele lutava, mas com vampiros que não eram páreo para ele, ele matava todos com muita facilidade.
  Depois de acabar com mais um vampiro que tentara lhe fazer alguma coisa ele se aproximou de mim.
  - Eu sei que você está presenciando uma coisa horrível agora, mas que bom que você está aqui.
  Ele estava cheio de sangue.
  - Isso vai demorar a acabar? – eu estava enojada.
  - Espero que sim, o treinamento que tivemos está surtindo efeito, nossos vampiros estão lutando muito bem, me defendendo como se deve.
  - Mas eu já reconheci vários dos nossos caídos, mortos no chão.
  - Todos sabiam que haveria perdas, o importante é os originais não correrem risco, assim você não terá trabalho algum.
  - Agora você está preocupado comigo?
  - Sempre estive meu amor, afinal, você é a coisa mais valiosa que os originais têm.
  Outros vampiros vinham na direção de Adam, alguns não conseguiam passar pela barreira formada por vampiros que estavam do nosso lado, mas sempre algum passava.
  - Se afaste, fique longe desses vampiros, mas não deixe que eu saia de seu campo de visão. – Adam ordenou.
  Eu me afastei, mas não havia para onde ir, então continuei perigosamente perto de Adam.
  Eu não conseguia parar de olhar, para todo lado havia sangue, Adam matou um vampiro de um jeito que sangue espirrou em mim, aquilo tava uma loucura, os vampiros nunca acabavam, parecia não ter fim.
  Eu não sei quanto tempo eu estava ali olhando, eu estava hipnotizada com aquela luta, aterrorizada.
  Até que alguém me chamou, um grito desesperado.
  - . – me chamou várias vezes e era Carter.
  Procurei por ele, olhava para todos os lados, mas o que eu vi não era Carter e sim ele, prestes a morrer.
  Eu sabia que quando um original estava em perigo, mesmo eu não querendo eu o salvaria, mas naquele caso eu corri na direção dele, consciente do que eu estava fazendo, eu não ia deixar que nada acontecesse a ele.
  - . – gritei e ele me olhou.
  Um vampiro estava com a estaca que podia matar um original, era fatal, mas eu sabia o que fazer, eu sabia que eu ia conseguir salvar ele.
  - . – outro grito, outra voz.
  Era Adam dessa vez, e mesmo não querendo parar de correr eu parei e olhei.
  Adam também estava em perigo, parecia à mesma cena, só que a vitima era diferente.
  De um lado um original que eu não me importava, que eu só o salvaria para eu me manter viva. Do outro lado o original que eu amava um amor que eu nunca sentira antes, e tenho certeza que nunca mais iria sentir por mais ninguém.
  “A escolha é sua” era como se uma voz falasse dentro de minha cabeça.
  E eu não tinha duvidas de quem salvar.
  Então continuei correndo na direção do .
  - NÃO! – ouvi Adam gritar.
  E do mesmo jeito que eu fizera quando Jared tentou matar eu fiquei entre o vampiro e o .
  Era estranho ver aquele vampiro me olhando, ele não podia desviar o olhar do meu, ele não podia se mexer, e quem acabou com ele foi .
   estava a salvo, já Adam...
  Eu não tive tempo nem de dar um passo, lógico que o vampiro que estava com a vida de Adam nas próprias mãos não ia deixar escapar, eu vi Adam ser morto.
  - , você sabe o que fazer. – ouvi falar, sua voz estava estranha, era como se estivesse chorando.
  Depois não escutei mais nada.

  Pov .

  Quando acordei já havia começado, eu escutava com clareza os vampiros se matarem, eu sabia que não seria fácil.
   estava dormindo, era pecado acordar ela para coloca-la em perigo, mas eu não tinha escolha.
  Ela acordou assustada, com medo, mas logo quis descer e acabar com aquele pesadelo de uma vez.
  Descemos e rápido já estamos praticamente no meio da luta.
  Eu tive que a mandar ficar perto do Adam, era ele que corria o maior risco, e se ele estava correndo o maior risco ela também estava.
  Fui para um lado e comecei a lutar, os vampiros eram novatos, não tinham capacidade de derrotar um original, se continuasse assim Adam não teria problemas, então também não teria.
  Eu podia notar que o nosso lado estava se dando melhor, nossos vampiros estavam muito bem, mas apesar disso, sempre que acabávamos com um bando de vampiros logo vinha outro, o exercito deles devia ser muito grande, o mandante deles se preparou para o pior.
  Eu sabia que o objetivo maior daqueles vampiros era acabar com o Adam, então a concentração deles estavam nele, mas ao que parecia ele e os vampiros que estavam com ele estavam dando conta daquele exercito.
  Eu não parava de pensar, não conseguia me concentrar direito na luta, eu ficava pensando na , eu sabia que ela estava com medo, e eu também sabia que ela não estava preparada.
  E foi ai que eu vacilei.
  Três vampiros me atacaram, eu fiquei indefeso e para minha infelicidade um deles tinha a maldita estaca, a estaca que podia acabar com a vida de um original.
  Então escutei Carter chamar , não era necessário porque de um jeito ou de outro salvaria o original, então a vi correndo e gritando meu nome, eu estava a salvo.
  Mas Adam também precisava de ajuda, e só a ajuda dela servia.
   teria de escolher entre eu e meu irmão, mas eu não tinha duvidas de quem ela escolheria, e essa não era minha preocupação.
   me salvou, da mesma maneira que me salvou de Jared, matou o vampiro que estava prestes a me matar.
  E então o pesadelo maior começou.
  Mesmo querendo não teria tempo de salvar Adam, então ele morreria, e um original morrendo, ela morreria também.

  Flashback on
   e Kate haviam saído, desde que nossos treinamentos com Adam havia começado não parava em casa, ela não queria ter de assistir aquilo, então sempre saia com Kate.
  Em um dos intervalos desses treinamentos encontrei sozinho.
  - Vai ser uma grande luta. – disse.
  - Vai mesmo. – ele falou.
  - Desde que a chegou não nos falamos muito, está tudo bem? – perguntei.
  - Está sim, essa doideira de treinamento está ocupando muito do nosso tempo. – foi sarcástico.
  - Pois é. – disse.
  - Olha , eu sei o que você realmente quer saber de mim, e não precisa se preocupar, a é só minha amiga.
  - Eu não vou mentir que fiquei com um pé atrás sobre isso , eu achava que com a volta dela seus sentimentos também voltariam, mas você me surpreendeu.
  - Eu realmente gosto da Marry.
  - Percebi.
  - E estamos muito bem, a e ela também está se dando bem novamente, tudo está como deveria estar.
  - Fico feliz, muito mesmo.
  - Então sem problemas ok?
  - Claro, , você sempre foi meu amigo e um dos melhores vampiros que eu já conheci, fico feliz que mulher nenhuma acabe com nossa amizade.
  Ele sorriu.
  Ficamos em silêncio por alguns minutos.
  - , posso te pedir uma coisa?
  - Claro.
  Aquilo era difícil para mim.
  - Eu sei que estamos trabalhando muito para que nada aconteça com a , mas você sabe que não está nada garantido.
  - Sei.
  - Então, eu realmente não quero ter que precisar disso, mas se algo acontecer com um original e ela não puder salvar, você sabe que ela morre também não sabe?
  - Sei.
  - , antes que ela morra eu quero que você a transforme.
  - O quê?
  - Eu não posso perder ela, mesmo que esse vampiro original seja eu, eu não quero que ela morra por mim, então , se ela precisar transforme-a.
  - , você ta se escutando? Você quer que a vire hibrida?
  - Se for preciso sim. E eu quero que você faça isso. Eu tenho certeza que será importante se for você que a transformar.
  - Não entendo.
  - Não precisa entender, só faça.
  - Ok, eu faço, mas eu tenho quase certeza que não vamos precisar chegar a esse ponto, vai dar tudo certo nessa luta.
  - Espero. Conto com você amigo.
  - Pode contar sempre.
  Flashback off

  Naquele momento olhei para , era minha culpa se ela estava prestes a morrer, então eu chorei, a vida da menina que eu amava estava prestes a acabar por minha culpa.
  - , você sabe o que fazer. – disse.
  Eu sei que não sofreu, ela não sentiu nada, com muita rapidez deu seu veneno a ela e quebrou seu pescoço.
   caiu morta em meus braços.
  Quando ela acordar ela será hibrida, e talvez ela se volte contra mim, Lilian disse que era um risco muito grande que correríamos, morreu me amando e talvez acordasse me odiando.
  Eu estava me odiando!

Capítulo 27

  Pov .

  A luta teve fim assim que Adam caiu morto no chão, os vampiros que estavam lá com a única missão de matar meu irmão foram embora assim que cumpriu a mesma.
  Toda a sujeira já havia sido limpada, era como se nunca tivesse acontecido àquela luta, exceto por uma coisa.
  Meus irmãos fizeram o que acharam melhor com os restos do corpo de Adam, eu não quis participar de nenhum tipo de enterro familiar, Adam era a razão por tudo aquilo ter acontecido, e também era a razão pela qual a menina que eu amava estar morta e acordaria hibrida.
  Apesar de ser meu irmão, eu e Adam nunca fomos próximos, eu sempre fiz de tudo para manter distancia dele e a única coisa que nos unia era o fato de que a menina por qual eu me apaixonei também era a menina que salvava a vida dos originais, eu não podia deixar nas mãos de Adam.
  Dois dias e ainda não tinha acordado, eu começava a ficar preocupado, então entrei em contato com a bruxa, Lilian.
  - Ela morreu? – assim que contei o que havia acontecido essa foi à única pergunta de Lilian.
  - Eu acabei de dizer que sim, a matou antes que Adam morresse, na verdade eu não sei se foi antes, foi tudo tão rápido.
  - Há quantos dias aconteceu isso?
  - Dois. Eu estou preocupado, ela não acordou ainda. – disse.
  - , se acalme, isso pode ser demorado mesmo, você não pode imaginar o que está acontecendo com essa menina a essas horas, ela era humana e agora está em um tipo de transformação que a tornara hibrida, loba e vampira, isso é muita coisa.
  - Ela vai acordar me odiando?
  - Eu não posso te dizer isso, mas um dos riscos de ela se tornar hibrida era o fato de ela não reconhecer as pessoas em volta dela, ou ela sentir uma raiva imensa porque a vida dela foi destruída, nada mais será como antes para essa menina.
  - Tudo culpa minha.
  - Não , não diga isso, você ama essa garota e fez o que achou certo, ou era isso ou ela morreria junto com o Adam.
  - Mas se eu não tivesse vacilado ela não precisaria me salvar, e então salvaria Adam.
  - Você vai me desculpar, mas Adam não merecia ser salvo.
  - Quanto tempo mais vou ficar nessa agonia? Sem saber realmente se ela ira acordar, e se acordar, ela pode me odiar, e odiar todos a sua volta.
  - Eu tenho uma dica a te dar.
  - Qual?
  - Quando ela acordar ela vai precisar de alguém da vida dela fora do sobrenatural, me entende?
  - Tipo alguém da família dela?
  - Pode ser, ou amigos, alguém humano que convive com ela a muito tempo.
  - Coincidência, uma amiga da está aqui, e elas se conhecem desde pequenas.
  - Perfeito.
  - Mas no que ela vai ajudar?
  - A vai se lembrar dela, talvez as únicas pessoas que ela não ficara com raiva, que ela vai querer por perto são as pessoas que conviviam com ela antes disso tudo acontecer, então essa amiga da poderá ajudar ela a entender as coisas.
  - Entendi.
  - É muito provável que a acorde com uma amnésia, que ela não se lembre de tudo o que ela passou ai com vocês.
  - O quê?
  - É um dos riscos que vocês estão correndo.
  - Ela pode não se lembrar de nada?
  - Mas ela tem essa amiga, e ela pode ajudar.
  - Mas ela pode matar essa amiga, sangue é o que ela mais vai querer quando acordar.
  - Eu espero que vocês tenham algum estoque de sangue de reserva por ai.
  - Temos.
  - Então não será um problema tão grande, dê esse sangue a ela, , se ela acordar com ódio de vocês, não vai ser qualquer ódio não, vai ser ódio mortal, ela não vai querer ver você ou qualquer um ai nem pintado de ouro, ou melhor, sangue.
  - Então se ela acordar assim, a única que poderá nos ajudar será a amiga dela?
  - Sim.
  - Entendi.
  - Eu sei que vai ser difícil para você, mas com o tempo isso vai passar, e talvez nem demore muito.
  - Esperei muito por ela, e posso esperar mais. – disse.
  - E , avise os amigos vampiros dela sobre o que eu acabei de te informar, pode ser perigoso se um deles tentar alguma aproximação com ela, não se esqueça de que ela vai ser mais forte do que qualquer vampiro ai.
  - Vou informar a todos agora mesmo.
  - Ok.
  - Obrigado pelas informações Lilian.
  Lilian sorriu e se foi.
   poderia acordar com amnésia, não se lembrar de mim, , Carter, ninguém, não entendo, ela será uma de nós e, portanto pode não se lembrar da gente, mais uma preocupação para minha cabeça.
  Como Lilian havia falado reuni todos os vampiros para termos uma conversa séria.
  - Eu conversei com Lilian sobre a . – comecei a falar.
  - Ela ajudou em alguma coisa? está bem? – Carter perguntou.
  - Ela me deu algumas informações, nada agradáveis.
  - O que ela falou? – foi à vez de Nick falar.
  - Ela disse que é normal ela demorar a acordar, que ela está passando por uma transformação muito grande, e também disse alguns riscos que nós estamos correndo quando ela acordar.
  - Não estou gostando disso. – Jimmy falou.
  - A pode acordar com amnésia, não se lembrar de nenhum vampiro com quem ela já esteve, e se isso acontecer ela pode querer matar qualquer um de nós que se aproximar dela, ela vai nos odiar.
  - Como é? – estava surpreso.
  - Eu também não sabia desse risco, quero dizer, eu sabia que ela podia acordar nos odiando, mas não ao ponto de não nos reconhecer e querer nos matar.
  - Mas e se ela acordar assim, o que nós vamos fazer? – Carter perguntou.
  - Aqui só tem vampiro , a única humana é a Kate. – Nick falou.
  - Exato, e é ela que vai nos ajudar.
  - Como?
  - Lilian disse que as únicas lembranças que a terá sem sentir ódio são das pessoas com quem ela convivia antes de nos conhecer.
  - Então ela vai se lembrar da Kate.
  - Sim, e a Kate vai poder contar a ela tudo o que aconteceu, clarear a mente dela sobre nós, Lilian disse que ela pode se lembrar das coisas se alguém lhe contar.
  - E porque não pode ser um de nós a contar a ela? – Derek perguntou.
  - Derek, aposto que você e Filipe serão os primeiros que ela vai querer matar.
  - Eu não quis dizer de eu ir contar a ela, eu quis dizer um de vocês.
  - E eu já respondi essa pergunta: a não vai querer ver nenhum vampiro, ela vai querer matar o primeiro que ver, e acredite, ela tem muita força para isso.
  - Mas deixar Kate com ela é arriscado.
  - Só temos a ela, só a Kate sabe o que aconteceu aqui.
  - Eu sei de outra pessoa que sabe. – Carter falou.
  - Quem? – perguntou.
  - Eu a fazia esquecer-se de algumas coisas, mas a Julie, a cozinheira, foi que me convenceu a levar ela embora, ela pode voltar aqui e fazer um favor para nós.
  - Acho muito difícil. – Jimmy falou.
  - Eu posso tentar.
  - Carter, vai atrás dessa cozinheira, quanto mais humanos perto da é melhor. – disse.
  - Ok. – Carter saiu.
  - Então está todo mundo avisado, dependendo de como a acordar é melhor ficarmos longe dela e deixar que a Kate fale com ela.
  Os vampiros concordaram.
  - Reunião encerrada, vamos voltar a fazer o que estávamos fazendo antes e continuar aguardando a acordar.

  Mais um dia tinha se passado e continuava desacordada.
  Era de noite e eu, Carter, Nick e Kate estávamos no quarto de .
  - Será mesmo que a vai acordar? – Kate perguntou.
  - Lógico que vai. – respondi.
  - Eu quero minha amiga acordada agora. – Kate estava exaltada.
  - Calma Kate, é demorado mesmo. – Nick tentou acalma-la.
  - Eu estou com medo de ela não acordar. – ela começou a chorar o que me deixava mais nervoso.
  - Ela vai acordar sim.
  - Mas não vai ser mais a minha amiga, ela vai ser loba e vampira, ela vai estar diferente.
  - Mas ela vai saber quem é você, nós já conversamos sobre isso, vamos precisar de você firme e forte aqui Kate. – Nick dizia.
  - Eu vou ajudar vocês só porque eu sei que é importante para ela, senão eu a deixava matar vocês, vocês são os culpados disso tudo.
  - Nick, é melhor você tirar ela daqui. – falei.
  - Eu não vou sair daqui enquanto a não acordar. – ela gritou.
  Kate não tinha saído de perto da nem um minuto depois que a levamos para o quarto.
  - Ok, saio eu então. – disse e já estava saindo quando escuto fazer uns barulhos.
  - Acho que ela está acordando. – Carter disse.
   estava se mexendo e aos poucos abriu os olhos.
  Ela nos observava, era estranho, dava para perceber nos olhos dela que ela estava muito diferente.
  E então ela tentou nos atacar, rapidamente ela saltou da cama na tentativa de ferir Carter, por sorte ele foi mais rápido.
  - Kate, os tire daqui. – ela disse com raiva.
  - , amiga, você está bem?
  - Vou ficar se eles saírem daqui.
  - Vamos sair. – Nick disse.
  Eu não queria sair, eu não podia acreditar que ela me odiava que ela queria me matar.
  Nick teve que se esforçar para me empurrar até a porta.
  - Deixa a Kate conversar com ela, ela vai ajudar.
  - Se a Julie estivesse aqui seria mais fácil também. – Carter comentou.
  - E porque ela não está? – perguntei.
  - Ela ficou com medo.
  - Era de se esperar.
  - Chega de discutir sobre isso, vamos avisar os outros vampiros que ela acordou. – Nick falou.
  - E vamos torcer para que a Kate possa nos ajudar. – Carter completou.
  Era o que nos restava, torcer para que a Kate pudesse esclarecer as coisas para , eu não ia suportar ver ela me odiando por muito tempo.

  Pov off
  Pov .

  Depois que ouvi dizendo a que ele sabia o que fazer eu apaguei, não me lembrava de nada, era como se eu estivesse anestesiada.
  Meu subconsciente sabia que algo estava errado, tudo estava mudando no meu corpo, eu estava ficando mais forte, eu sabia o que estava acontecendo.
  Não sabia quantos dias eu estava desacordada, mas para mim pareciam que foram apenas horas.
  Acordei e Kate estava sentada ao meu lado, e tinha os vampiros a minha volta, eu sabia quem eram eles, sabia que eles faziam parte da minha vida, mas a única coisa que eu queria fazer com eles era matar eles, acabar com a vida deles assim como eles acabou com a minha.
  Eu ataquei, mas o vampiro foi mais rápido.
  Porque eu não conseguia me lembrar dos nomes deles, não me lembrava nem o quanto eles eram, ou foram importantes na minha vida, eu não conseguia me lembrar de nenhuma memória com aqueles vampiros.
  - Kate, tire eles daqui. – pedi.
  Os vampiros se retiraram e vi que um deles me olhava de um jeito diferente.
  Depois que os vampiros saíram Kate começou a me fazer um monte de perguntas, eu não prestava atenção.
  - Kate, eu sou hibrida?
  - É amiga.
  - E porque eu não consigo me lembrar desses vampiros?
  - Eu vou te explicar tudo amiga, mas acho melhor você se alimentar primeiro.
  - Você vai me dar sangue?
  - Eles têm um estoque com bolsas de sangue aqui, é para você.
  - Mas e se eu quiser sangue direto da veia?
  - É melhor não .
  - Relaxa Kate, eu vou saber me segurar.
  - , eu preciso esclarecer algumas coisas para você antes de você sair por ai.
  - Por quê?
  - Porque provavelmente você vai querer matar o primeiro vampiro que aparecer na sua frente.
  - Isso eu não posso negar, eu realmente quero matar esses desgraçados.
  - Não entendo esse ódio todo que você está sentindo por eles, eles foram tão importantes para você.
  - Eu não me lembro de nada, nenhuma memória sequer, eu sinto que eu tenho que acabar com eles, assim como eles acabou comigo.
  - Não , não foram eles que acabaram com sua vida.
  - Ah não? Foi quem então, eu não pedi para isso acontecer comigo Kate, eu sou um monstro agora, eu posso acabar com a sua vida num segundo.
  - Mas eu sei que você não vai fazer isso, você não quer.
  - Eu realmente não quero, mas só pelo fato de você ser minha amiga, mas e se eu me descontrolar?
  - Isso não vai acontecer.
  - Kate, e minha família? Não sei se vou conseguir ver meus pais de novo.
  - Você irá ver eles de novo, mas só depois que você estiver mais controlada com esse negócio de se alimentar.
  - Isso não me preocupa, e já que você me lembrou de que eu preciso me alimentar, eu quero sair.
  - , me escuta primeiro?
  - Kate, isso não pode esperar, eu estou faminta.
  - Você vai matar humanos?
  - Não pretendo chegar a esse ponto.
  - E você acha que vai conseguir parar antes da sua vitima morrer?
  - Vamos apostar que eu consigo?
  - Não.
  - Então me deixa sair Kate.
  - Mas e se você encontrar algum vampiro, você não pode matar ele.
  - Não vou parar de correr até encontrar um humano, não quero saber desses vampiros agora.
  - , eles não concordam com isso.
  - E eu não estou nem ai para eles.
  - Isso não vai dar certo.
  - Relaxa, já volto.
  Então eu corri, era incrível como eu era rápida.
  Não parei para olhar nem para o lado, eu não queria ter que desviar meu caminho e matar algum vampiro.
  Eu sabia aonde ir, sabia aonde eu ia conseguir me alimentar e depois era só apagar a memória do infeliz.
  Era uma cidadezinha com poucos habitantes, a mais próxima de onde eu me encontrava, e eu avistei minha primeira vitima, era um homem que devia ter uns 25 anos, era a vitima perfeita.
  Como esperado ele me seguiu, então segui para um beco sem saída e só esperei ele chegar a mim. O cheiro de sangue era tentador, eu podia sentir.
  Então eu mordi, o sangue era uma delicia, era quase impossível parar de tão bom, mas eu tinha que me controlar, então eu parei, apaguei a memória dele e sai a procura de outra vitima.
  E foi assim com as próximas três pessoas que eu encontrei.
  Depois de achar que já era suficiente resolvi voltar para aquela casa, eu precisava que a Kate me explicasse algumas coisas, já que ela disse que precisava conversar comigo imaginei que se tratava de todo aquele ódio que eu sentia pelos vampiros.
  Do mesmo jeito que eu sai eu entrei, evitei olhar para os vampiros, agora que eu estava alimentada e nada tiraria minha concentração eu precisava me controlar para não atacar os vampiros.
  Subi para o meu quarto onde Kate me esperava.
  - Nossa você não saiu daí ainda? – falei.
  - , será que podemos conversar?
  - Agora sim, depois de quatro pescoços diferentes eu estou muito bem alimentada. – disse sorridente.
  - QUATRO? , você se alimentou de quatro pessoas?
  - Deixei todas vivas, eu disse que eu conseguia.
  Kate bufou.
  - Vai Kate, direto ao assunto, o que você quer me falar.
  - É uma longa história.
  - Estou ouvindo.
  Então Kate começou a me explicar tudo, sem deixar passar um detalhe.

Capítulo 28

  Kate começou a falar.
  - , me diz uma coisa primeiro.
  - O quê?
  - O que você se lembra desses vampiros?
  - Olha Kate, eu não me lembro de nada, não sei por que eu estou aqui, mas eu sei que eu quero estar aqui, é estranho, e eu não sei como eu virei hibrida e, eu sou amiga deles?
  - , você namora um deles.
  - NAMORO?
  - Sim.
  - Qual?
  - Ele tava aqui quando você acordou.
  - Foi o que eu ataquei?
  - Não, ele era o que estava mais longe de você.
  Então me lembrei do vampiro que me olhava diferente, agora entendia o porquê daquele olhar.
  - Kate, começa a me explicar, eu quero entender.
  - , um dos vampiros originais é o culpado de você estar aqui, primeiro porque foi ele quem consultou uma bruxa para que ela jogasse um feitiço em você.
  - Um feitiço em mim? – perguntei assustada.
  - Sim, esse feitiço lhe dava o poder de salvar todos os originais, então quando eles precisaram de você foram até a sua casa e te sequestraram.
  - Então meus pais não sabem que eu estou aqui?
  - Sabe, da pra você me deixar contar?
  - Desculpa.
  - Então você ficou morando aqui por mais de um mês e você salvou a vida de um deles, seu namorado.
  - Meu namorado é um original?
  - Sim.
  - Eu devia estar com sérios problemas quando aceitei namorar um original.
  - Mas , você ama ele, e muito.
  - Kate, eu não me lembro de amar um vampiro, pra mim, o Sebastian foi meu último namorado.
  - Você lembra que vocês terminaram, não lembra?
  - Lembro Kate, eu já te disse, eu me lembro de tudo o que me aconteceu enquanto eu estava na presença de humanos, mas quando se trata de vampiros, eu não consigo me lembrar.
  - Enfim, continuando. Depois de você ter salvado a vida dele, ele sabia que você queria voltar para sua casa então chamou a mesma bruxa que jogou o feitiço em você para que ela pudesse tirar o feitiço e você ficar livre dos originais.
  Eu escutava com atenção.
  - Feitiço feito, e todos achavam que você estava livre, então todos aqui, mesmo não querendo porque eles gostam muito de você, decidiram te mandar para casa.
  - Todos gostam de mim?
  - Sem exceção, não mentira, os originais, principalmente o Adam não fazia muita questão de você, mas ele nem morava aqui, agora todos os que te conheceram aqui gostam de você.
  - Ah. Continua.
  - Você foi para casa e foi aquela festa, afinal você estava desaparecida a mais de um mês, você chegou em casa falando que tinha viajado por conta própria.
  - Eu me lembro disso Kate, eu lembro que também terminei com o Sebastian e eu e você trancamos a matrícula na faculdade, mas porque fizemos isso se nós gostávamos tanto de estudar?
  - E é ai que tudo começa.
  - Por quê?
  - Você não estava livre dos originais, o feitiço da bruxa deu errado, então você ainda salvava a vida deles, e o Adam mandou que viessem te buscar, senão ele mesmo vinha e te levava para a Itália.
  - Se eu encontrar esse Adam, eu mato ele, mesmo não sabendo como.
  Kate riu e eu não entendi.
  - Continuando. Seu namorado foi te buscar e eu falei que eu iria junto com você, e você disse que não iria sem mim, por isso estou aqui.
  - Ainda bem que você está aqui.
  - Quando você chegou o Adam ficou mais sossegado e começou a treinar os vampiros para uma futura luta contra os inimigos dele, e o dia dessa luta chegou.
  - Eu virei hibrida nessa luta?
  - Eu não sei bem o que aconteceu, o Nick foi quem me contou tudo, toda essa história que eu te contei.
  - O que você sabe então?
  - Eu sei que dois originais corriam o risco de morrer, Adam e o seu amado, é claro que você não pensou duas vezes antes de saber quem salvar.
  - Meu namorado.
  - Sim, então consequentemente Adam morreu.
  - Há bem feito!
  - Porém, você virou hibrida.
  - Eu virei hibrida porque o Adam morreu?
  - Não exatamente, voltando à bruxa, quando ela jogou o feitiço em você haveria consequências, uma delas é: se um original sente dor e você não está lá para salvar ele, você também vai sentir dor. Se um original morre, você também morre.
  - O QUÊ?
  - Pois é amiga.
  - E por que eu não estou morta?
  - Outra consequência é que se você for morta por algo sobrenatural você vira hibrida.
  - Quem foi o filho da mãe que me matou? – fiquei irritada.
  - .
  - Quem é ?
  - é um dos seus vampiros preferido.
  - E me matou, nossa que história linda.
  - , você não está entendendo.
  - O que eu não to entendendo? O original morre e outro vampiro me mata para eu virar hibrida.
  - Se ele não te matasse você morria, e o não queria isso.
  - Quem é ?
  - Seu namorado!
  - Meu namorado mandou me matar? Eu devia ser péssima namorada, sério.
  Ela riu sarcasticamente.
  - , não ta dando pra conversar com você, eu acabei de te contar a história da sua vida, e você ta fazendo piada.
  - Kate, não é piada, mas é que é muito para minha cabeça de hibrida.
  - Eu acho que o único jeito de você recuperar sua memória é você conversando com o , ou o Carter, sei lá.
  - Carter?
  - Carter é o seu melhor amigo vampiro, foi ele que você atacou.
  - Ah.
  - É sério, não está adiantando nada eu conversar com você.
  - Kate, é estranho sabe, você acabou de me contar que os vampiros daqui gostam muito de mim, mas eu não sei o que eu posso fazer se eu encontrar com algum deles, se é verdade o que você me disse, eu não posso matar eles.
  - Finalmente alguma coisa boa, , porque você não tenta conversar com um deles? Acho que o seria uma boa, já que ele é original e também é hibrido, ele seria o mais difícil de você matar.
  - Eu acho que eu não estou preparada para encarar meu namorado. – eu estava sendo sarcástica.
  - O meu é que não vai ser.
  - Kate, você namora um deles? Você namora um vampiro?
  - Ei qual é o problema? Você namora um original, o que é bem mais assustador do que namorar um simples vampiro.
  Fiquei quieta.
  - Bom , eu fiz o que eu pude, acho que agora vai depender de você querer escutar um vampiro.
  - Você ajudou muito Kate, eu tenho outra visão sobre esses vampiros, exceto pelo Adam.
  - Mas esse daí já está morto, então você não pode fazer nada.
  - Ok. Me dê um tempo, talvez esfriar a cabeça antes de ouvir meu namorado vai ajudar.
  - Ok. Só para de fazer piadinhas sobre o seu namorado.
  - É estranho, eu namoro um vampiro original e não me lembro. – ri.
  - Chega .
  - Ok parei.
  Então Kate me contou mais sobre vampiros até que ela ficou exausta.
  - Pode ir dormir Kate, eu vou ficar bem.
  - Promete que não vai matar ninguém?
  - Prometo boba.
  - Então boa noite.
  Kate dormiu mais rápido do que eu imaginei.
  Então comecei a pensar sobre tudo o que Kate havia me contado.
  Eu não queria mais matar os vampiros, mas eu não sabia se seria mais forte do que eu quando eu encontrasse um deles. Eu queria conversar com o , meu namorado, ri lembrando isso, mas pelo fato de ser meu namorado acho que eu não estava pronta, então esperar mais um pouco para conversar com ele era o que eu faria, talvez no dia seguinte eu procurasse por ele.

  No dia seguinte eu sai antes que Kate acordasse.
  Fui até a cozinha peguei alguma coisa pra comer, mas só de olhar eu enjoei, se eu quisesse matar a minha fome não era comida que ia me ajudar, então sai da casa e fui à procura de algum daqueles vampiros que estavam no quarto quando eu acordei, encontrei o Carter, que foi o que eu ataquei.
  - Carter? – chamei.
  - , oi.
  Vi que os outros vampiros que estavam com ele se afastaram com medo.
  - Eu to faminta, aonde vocês se alimentam aqui.
  - Você não se alimentou desde que acordou?
  - Alimentei, eu fui à cidade vizinha, mas ela é muito pequena e se eu começar a caçar lá vão notar.
  - Mas você matou?
  - Não, mas foram necessários quatro pescoços diferentes para eu ficar satisfeita.
  - No começo é assim mesmo, quer que eu vá com você?
  - Quero sim. – sorri.
  Então eu e Carter saímos para caçar.
  Quando estávamos a uma boa distancia da casa Carter desacelerou o passo.
  - Então, a Kate conversou com você e você se lembrou de tudo?
  - Não! Ela me contou tudo, mas eu continuo não lembrando, ela disse que talvez seja melhor eu conversar com algum vampiro.
  - Então a conversa não te ajudou em nada?
  - Ajudou sim, senão eu não estaria aqui com você agora. – ri.
  - Você não quer mais nos matar?
  - Não. Eu fiquei com medo de ser mais forte do que eu, mas já percebemos que não.
  Eu estava contente com aquilo.
  - Você pode me ajudar, a Kate disse que você é meu melhor amigo vampiro.
  - É verdade, eu posso te ajudar como? Eu estou disposto a tudo para ter a de volta.
  - Que lindo. – ri.
  - Nós sempre conversávamos sobre tudo, quando você precisava desabafar sobre o e o você falava comigo.
  - O que tem o e o ?
  Opa, Kate não tinha me contado isso.
  - Quando você chegou aqui você começou a gostar do , vocês não se desgrudavam, mas ai você começou a ter uma amizade com o e descobriu que na verdade era do que você gostava.
  - Nossa.
  - Pois é, todos aqui tinham certeza que você e o estavam juntos, mas não.
  - E agora qual é a minha relação com o ?
  - Amizade. Ele namora a Marry agora.
  - Marry?
  - Sim, Marry sempre foi à companheira de , até você chegar, começou a gostar de você também, até rolaram beijos entre vocês, mas ai você ficou com o , um lance bem mais sério, se é que você me entende.
  - Eu fiz aquilo com um vampiro original? – eu estava muito surpresa, depois fiquei envergonhada.
  - Fez.
  - Ai. Meu. Deus.
  - Relaxa. Você pareceu gostar quando me contou.
  - Eu contei pra você que eu fiz sexo com um vampiro? Meu. Deus.
  - Eu disse que você me contava tudo.
  - Você devia ser meu melhor amigo mesmo.
  - E ainda sou.
  - Que bom, então eu posso te contar tudo.
  - Pode.
  Sorrimos.
  - Continuando. Você teve que ir embora e então meio que afogou as magoa com a Marry, mas parece que agora ele gosta mesmo dela.
  - Que bom né?
  - É.
  - Que histórias mais têm entre nós?
  - Ah, eu já te levei para patinar, você caiu muito, mas aprendeu até que rápido, eu fui te visitar quando você voltou para casa, e você ficou muito contente.
  - Acho que eu gostava muito de você.
  - Gostava?
  - Posso começar a gostar de novo, é tudo novo para mim.
  - Acho que eu entendo.
  - Mas você vai ser meu melhor amigo de novo, você vai ter que me aturar.
  - Acho que eu posso com isso.
  - Que bom.
  Então eu e meu melhor amigo vampiro fomos à caça.
  Eu realmente gostava de Carter.

  Pov Off.
  Pov .

  Vi saindo com Carter logo cedo, se ela não tinha matado ele quando o viu quer dizer que a conversa com a Kate deu certo.
  , Nick, Jimmy e eu fomos conversar com a Kate.
  - Então a conversa deu certo? – comecei a falar.
  - Porque você ta dizendo isso? – Kate pareceu não entender.
  - Ela saiu com o Carter logo cedo, não o matou, então suponho que a conversa surtiu efeito.
  - Na verdade não.
  - Como assim? – Nick perguntou.
  - Ela não se lembrou de nada, eu contei do jeito que o Nick me falou e nada.
  - Mas ela está com o Carter, então ela pode matar ele ainda? – perguntou assustado.
  - Não, acho que não. Ela disse que não tinha mais vontade de matar vampiros, mas ela não sabia se seria mais forte do que ela quando visse um.
  - Carter pode estar em perigo. – falou.
  - Eu vi os dois saindo, eles estavam bem, Carter está bem, ok? – falei.
  Todos assentiram.
  - Mas ainda temos um problema. – Jimmy falou.
  - Posso dar a minha opinião. – Kate falou.
  - Fala.
  - Eu acho que vai ajudar muito se um vampiro conversar com ela, , você pode fazer isso, ela não quer mais matar você.
  - Não sei se vou conseguir. , você pode fazer isso?
  - Desculpa , mas a Kate ta certa, a pessoa mais adequada para falar com ela é você.
  - Ela já sabe que vocês namoram, apesar de não lembrar, então porque você não faz ela lembrar. – percebi segundas intenções na voz de Kate.
  - Nick, sua namorada é muito pervertida. – disse.
  - Você não sabe o quanto.
  Kate olhou para Nick com reprovação, ela estava vermelha de vergonha.
  - Ok, eu vou conversar com ela assim que ela voltar com o Carter.
  - Isso mesmo.
  Conversa encerrada e estava decidido, eu ia fazer a se lembrar da nossa vida juntos.

Capítulo 29

  Depois de caçar com Carter voltamos para casa.
  Kate e Nick nos esperavam.
  - Que bom que vocês voltaram.
  - Por quê? – perguntei.
  - Por nada. – Nick falou e olhou para Carter.
  - Ah já entendi, vocês acharam que eu ia matar o Carter? – ri.
  - Era uma possibilidade. – Nick falou.
  - Mas eu não quero mais matar os vampiros, então podem ficar tranquilos. – disse.
  - Ok.
  - Mas porque vocês estavam nos esperando? – Carter perguntou.
  - Tivemos uma reunião enquanto vocês estavam fora e tomou uma decisão.
  - Qual? – perguntei.
  - , o está te esperando, ele quer conversar com você.
  - Onde?
  - Sabe aquela campina que tem aqui perto?
  - Não. – ri.
  - Eu sei onde fica. – Carter falou.
  - Então você pode levar ela lá?
  - Porque não pode ser aqui? – perguntei.
  - prefere assim.
  - Ok né.
  - Ele já está lá? – Carter perguntou.
  - Sim.
  - Então vamos .
  - Vamos lá para mais uma sessão de ‘relembrar as memórias perdidas da ’ – disse brincando.
  - Só queremos te ajudar. – Nick falou.
  - Eu sei, só estou brincando.
  - Vamos . – Carter disse.
  Então Carter me levou para uma campina que era linda.
  - Eu já estive aqui?
  - Já. Eu te trouxe uma vez aqui, e o também.
  - Porque eu ainda não conheci o ? Quer dizer, não o conheci de novo?
  - Ele viajou com a namorada.
  - Ah...
  - Cadê o ?
  - Sei lá, você conhece aqui mais do que eu então você deve saber por onde procurar. – disse.
  - Carter, . – falou atrás de nós.
  - Ah você está ai.
  - E você também está aqui. – falou.
  - Ah desculpe, mas a não sabia vir pra cá, então eu a trouxe.
  - Muito obrigado então.
  - Então eu já vou indo. – Carter falou.
  - Ok. Obrigado por me trazer.
  - De nada.
  Carter se foi.
  Éramos eu e meu namorado, .
  - Tudo bem? – ele perguntou.
  - Sim, estou muito bem.
  - Eu sei que você já deve estar de saco cheio dos vampiros aqui tentar ajudar você a se lembrar da sua vida antes, mas acho que eu posso ajudar melhor do que eles.
  - Se você diz.
  Eu sabia que eu estava sendo rude com ele, mas não sabia como agir diferente.
  - Vem comigo. – ele estendeu a mão para que eu segurasse.
  Ele não parecia se importar que eu o tratasse mal.
  Segurei a mão dele e ele me levou até o lugar mais alto daquela campina.
  Ele se sentou e fez menção para que eu fizesse a mesma coisa.
  - Tá sendo estranho para você ser minha namorada, não é?
  - , me desculpa, mas tá tudo estranho para mim.
  - Eu posso te contar a nossa história?
  - Eu adoraria ouvir. – sorri.
  - Quando você chegou aqui eu não dei muita bola pra você, você só estava aqui caso eu precisasse ser salvo, no começo deixei que cuidasse de você, e vocês passaram muito tempo juntos, e todos já desconfiavam de vocês, mas em um dia eu encontrei você na cozinha e te chamei para dar uma volta, nós conversamos e eu percebi que você me deixava diferente.
  Ele parou para ver se eu prestava atenção, e apesar de não estar olhando para ele eu prestava muita atenção.
  - Continua. – falei.
  - A partir de então eu comecei a conversar mais com você, me interessar mais, e até que acabei me interessando demais, em outros sentidos. Você me salvou de Jared e eu queria te ajudar, então fui até a Itália para conversar com meus irmãos sobre você, eu queria que você ficasse livre dos originais, e voltasse para casa. Eu não sabia o que você tinha com o , mas eu não queria que ficasse sério.
  Olhei para ele e ele logo se explicou.
  - Que foi? O é um dos meus melhores vampiros, eu não podia deixar que ele virasse meu inimigo.
  - Você é controlador né?
  - Um pouco talvez.
  Ri.
  - Voltei da Itália e dei a notícia de que você podia voltar para casa no dia seguinte, e foi nessa noite que eu tive certeza que era de mim que você gostava.
  - Não precisa continuar. – o cortei.
  - Por quê?
  - Carter me contou o que eu e você fizemos nessa noite.
  - O Carter te contou? – agora ele estava surpreso.
  - Bom, eu e o Carter somos melhores amigos, eu contei tudo para ele.
  - Ah...
  - Eu fiquei com vergonha também, mas o Carter é realmente meu melhor amigo então não tem com que se preocupar. – disse.
  - Ok. , você ta se lembrando?
  - Não.
  - Então nem eu te contando está dando certo.
  - Não está, mas eu estive pensando , e se as coisas eram pra serem assim, e se isso quer dizer que eu devo começar do zero?
  - Como assim?
  - Eu não quero me lembrar do que aconteceu comigo quando eu era humana, eu quero começar uma vida nova com vampiros, já que agora eu sou uma.
  - Tudo do zero?
  - Sim.
  - E nós como ficamos?
  - Se eu já me apaixonei por você uma vez, porque eu não poderia me apaixonar de novo?
  - Eu vou ter que te conquistar de novo?
  - Sim, mas saiba que agora eu sou mais durona.
  - Assim que eu gosto. – ele riu.
  - Então tá decidido, nada de tentar me fazer lembrar a minha vida como humana.
  - Decidido. – ele riu.
  - Ótimo.
  - Agora vem cá.
   tentou me agarrar, mas fui mais rápida.
  - Eu disse que eu estava mais durona, se você me quiser vai ter que me pegar. – disse.
  Então eu e começamos a correr pela campina como duas crianças.
  Até que eu me distrai e ele me pegou.
  - Você pode estar mais durona, mas eu sou mais rápido e esperto. – ele disse e me beijou.
  - Acho que será fácil eu me apaixonar por você de novo. – disse.
  - Porque você acha isso?
  - Não sei, eu sinto.
  - Que bom então, não vou precisar usar todas as minhas táticas de sedução com você.
  - Quem disse?
  - Você acabou de dizer que vai ser fácil.
  - Pode até ser fácil você me reconquistar, mas eu não vou dar mole pra você não, mesmo eu já estando apaixonada por você, você vai ter que demonstrar que é bom o suficiente para mim.
  - Nossa como você é exigente.
  - Sou mesmo.
  - Ok. Acho que eu posso fazer isso.
  Sorrimos e voltamos a nos beijar.

  Um mês depois...
  Um mês desde que eu acordei hibrida, um mês de uma vida nova onde eu morava com vampiros, que já não sentiam mais medo de mim, um mês com a melhor amiga aturando minha vida de hibrida, minhas exigências, minhas frescuras, um mês com , que agora eu não fazia mais piadas pelo fato de ser meu namorado, e que eu amava incondicionalmente.
  Estava tudo indo muito bem, a vida como hibrida era ótima, e sempre estava do meu lado quando eu precisava.
  Eu e ele estávamos deitados em minha cama conversando.
  - chega hoje. – ele comentou comigo.
  - Até que enfim vou conhecer ele... De novo. – ri.
  - Vocês se davam muito bem, tenho certeza que não vai ser diferente agora.
  - Espero.
  - Só não quero vocês de gracinha.
  - Para de ciúmes, ele namora agora. – ri.
  - To brincando bobona.
  Então eu finalmente ia ver o , sim eu estava ansiosa, todos que tentaram fazer eu me lembrar da minha vida como humana na presença de vampiros disseram que eu era muito próxima a ele, eu queria saber se seria a mesma coisa agora que sou hibrida.
  - Ele já deve estar chegando, vamos descer e esperar por ele. – falou.
  Era noite e estávamos reunidos na sala quando chegou, todos os vampiros foram cumprimenta-lo, eu não sai do meu lugar.
  - Oi . – ele falou.
  - Oi. – eu estava tímida?
  - , ela não sabe quem é você. – falou.
  - Eu sei . – falou.
  - Talvez se você me falasse sobre o que passamos juntos, pode ser mais fácil para mim. – disse.
   pareceu não gostar da ideia, a acompanhante de , Marry, também não gostou.
  - Por mim tudo bem.
  - Eu vou conversar com o lá fora. – disse.
  - Pra que a pressa? – perguntou.
  - , meu amor, relaxa.
  - , espera, eu quero falar com você antes. – me segurou.
  - Fala.
  - A sós. Vem comigo.
   seguiu para seu escritório.
  - Qual é o problema? – perguntei.
  - Eu é que pergunto , até então você não queria mais ninguém tentando fazer você lembrar-se da sua vida humana, agora você está ansiosa para conversar com o e saber a história de vocês.
  - , todos os que eram mais próximos de mim vieram me contar o que eu passei com eles na minha vida humana, Kate tentando me ajudar a lembrar de vocês, Carter me lembrando de que era meu melhor amigo, e você me lembrando do nosso namoro, e todos vocês me falaram sobre o , que eu era muito próxima a ele, é normal eu estar curiosa para saber sobre eu e ele.
  - Eu pensei que você não queria mais saber de nada da sua vida humana.
  - Eu não quero ninguém tentando me fazer lembrar , eu só quero saber da minha história com ele, assim como eu soube da nossa história.
  - Mas porque você está com tanta pressa, o mora aqui, ele não vai embora de novo.
  - , eu sei o que está acontecendo aqui.
  - O quê?
  - Você está com ciúmes do , o que é totalmente desnecessário.
  - Eu não estou com ciúmes dele.
  - Está sim. vem aqui.
  Então eu o abracei, minhas mãos envolvendo seu pescoço, ele agarrou minha cintura.
  - Você sabe que não precisa ter ciúmes do , se eu já tive uma historia com ele, eu não lembro, e talvez eu nem soubesse que eu já tive algo a mais com ele se vocês não tivesse me contado, só que agora isso não faz diferença alguma para mim, eu amo você, só você.
  - Eu sei disso.
  - Então qual é o problema de eu ir falar com o , você não confia em mim?
  - Lógico que confio.
  - Então está tudo bem, eu vou sair, vou conversar com o e ponto final.
  - Não tem como esperar até a amanhã?
  - Pra que esperar?
  - Porque do jeito que você está me agarrando aqui, e do jeito que eu estou te segurando eu acho muito difícil eu te soltar.
  - Vamos ficar assim até amanhã?
  - Não, vamos para o meu quarto.
  - Pervertido.
  - Vamos.
  - Eu subo primeiro, você vai até a sala dar uma desculpa para os vampiros sobre nossa ausência, seja discreto.
  - Ok.
  Eu subi para o quarto dele e esperei, quando ele chegou estava com um sorriso de orelha a orelha.
  - Enfim sós.
  Desde que me tornei hibrida as noitadas com eram uma loucura, era um dos pontos mais positivos de ser hibrida, ele não precisava mais ter tanto cuidado comigo e agora eu, digamos que estava no mesmo nível que ele, se é que vocês me entendem.

Capítulo 30

  No dia seguinte acordei abraçada com .
  - Bom dia. – ele falou.
  - Bom dia. – respondi sorrindo.
  - Que noite hein.
  - Nem me fale. – ri.
  - Maravilhosa.
  Rimos.
  - Só que agora eu to faminta. – disse.
  - Então vamos sair para caçar, que tal?
  - Ótima ideia.
  Nos levantamos, nos arrumamos e saímos para caçar. Ficamos a manhã inteira fora.
  Quando voltamos para casa eu sabia o que eu queria fazer e agora não ia me impedir.
  - Vou procurar . – disse.
  - Ok né, dessa vez não posso te impedir.
  - Não mesmo, nem com desculpinhas para me levar para cama. – disse.
  - Vou fingir que não estava com isso em mente então.
  - Bobo. – ri.
  Dei um beijo nele e fui procurar .
  Quando encontrei ele estava com Marry.
  - Com licença – disse.
  - Pelo menos ela é educada. – ouvi Marry dizer.
  Era obvio que ela não gostava de mim.
  - , não liga para ela.
  - Tudo bem, eu só queria saber se nós podíamos conversar agora, mas já vi que não, te procuro outra hora. – disse já dando as costas para eles.
  - Não, pode ser agora sim. – se levantou.
  - Eu não quero atrapalhar.
  - Não vai, não é Marry? – perguntou para sua companheira.
  - É não vai. – ela disse de má vontade.
  - Ok então. E me desculpe Marry. – disse.
  - Ta tudo bem.
  Marry também se levantou e foi até dando um beijo no mesmo.
  - Nos vemos outra hora. – ela disse e saiu.
  Ficamos olhando ela ir embora até que saiu de nosso campo de visão.
  - Foi mal . – disse.
  - Não se preocupe com ela, vocês duas vão se entender de novo.
  - Espero. – disse.
  - E então, sobre o que você quer conversar?
  - Quase todos os vampiros mais próximos a mim me contaram coisas que eu passei com eles, e todos me disse que nós dois éramos muito próximos, então eu quero saber sobre nós.
  - Desde o começo?
  - Sim, tudo.
  - Ok, então senta que lá vem história. – ele disse e riu.
  Nos sentamos na beira do lago e começou a me contar.
  - Eu fui o primeiro vampiro que você viu, no começo nós não nos demos muito bem, eu te mordi e você quase morreu, na verdade você não ia morrer, mas na época não sabíamos disso, se não fosse por Nick você teria virado hibrida mais cedo.
  - Começamos bem né? – ri.
  Ele riu e continuou.
  - Depois nós conversamos, eu te contei minha história, até que te convenci a vir comigo para cá, quando chagamos aqui eu e você não nos desgrudávamos, nós não podíamos deixar você sozinha, tinha medo que os outros vampiros te matassem, então eu sempre estava com você, ou Carter.
  - É eu já sei que eu e Carter éramos muito amigos, eu contava tudo pra ele, tudo mesmo. – disse me lembrando do que o Carter tinha me contado.
  - Um dia teve uma festa e nós nos beijamos, eu achei que você tava bêbada, e você tava, porque você não se lembrou no dia seguinte, sabe , eu gostava de você, e você também gostava de mim, mas tinha o .
  - E a Marry, a Marry gostava de você, mas você não gostava dela.
  - É, foi isso mesmo.
  - E ai você terminou com a Marry, mas eu já estava começando a me interessar pelo ...
  - ? – me interrompeu.
  - ... – sorri.
  - É impressão minha ou você...
  - Eu me lembro, eu me lembro de tudo , e não é porque já me contaram, eu realmente me lembro da minha vida aqui como humana.
  - Meu Deus, isso é muito bom.
  - Você me fez lembrar, obrigado. – dei um abraço nele em agradecimento.
  - Eu to atrapalhando? – apareceu.
  Então fui correndo abraçar .
  - , eu me lembro de tudo, eu lembro o quanto eu era apaixonada por você, eu me lembro da nossa última noite antes de eu ter que voltar para casa, eu me lembro de tudo. – disse e estava emocionada.
  - , você conseguiu. – falou.
  - Acho que sim. – também estava surpreso.
  - Mas como, vários de nós tentamos e nada.
  - Eu não sei, mas talvez eu saiba de alguém que pode nos dar uma resposta.
  - Lilian, é claro. – falou.
  - Quem é Lilian? – perguntei.
  - Lilian é uma bruxa, a mesma que te tornou ligada aos originais.
  - E porque vocês acham que eu não vou querer matar essa bruxa, ela me deixou assim, foi ela quem começou tudo.
  - Não foi ela , foi o Adam.
  - Se o Adam tivesse vivo eu o matava.
  - Mas ele já ta morto e as coisas estão começando a ficar em seus lugares.
  - Tem certeza, que eu saiba eu sou hibrida, e eu não diria que isso está certo.
  - Mas agora não podemos fazer mais nada, o provocador dessa situação já está morto, não há mais nada a se fazer. - disse me dando um abraço reconfortado.
  - Acho que eu vou dar um jeito de encontrar a Lilian. – falou.
  - Fale com Derek, ele deve saber aonde encontrar ela. – falou.
  E se foi.
  - Eu não devia gostar dos seus irmãos, mas eu até vou com a cara deles.
  - Eles não tiveram culpa do que te aconteceu, e mesmo assim eles tentam se redimir.
  - Eu até fico feliz que vocês estejam morando junto.
  - Eu também estou feliz, e mais ainda porque agora você se lembra de tudo.
  - É eu me lembro, eu me lembro do nosso primeiro beijo, você achou que eu estava hipnotizada, eu também me lembro de que você tentou apagar da minha memória a nossa primeira noite juntos, mas não deu certo, eu me lembro da sua visita inesperada na casa dos meus pais, nós na piscina, eu me lembro de tudo . – disse.
  - Eu te amo .
  - E eu te amo em dobro, porque agora eu lembro o quanto eu te amava, e ajuntando o quanto eu te amo agora, não da nem pra explicar o tamanho do amor. – disse rindo.
  - Vem cá.
   me beijou apaixonadamente. Estávamos tão envolvidos que nem percebemos a presença de outro vampiro ali.
  - Hey, da pra dar um tempo ai? – Carter falou.
  - O que você quer Carter? – perguntou.
  - Eu quero falar com a , que agora se lembra do quanto era minha amiga antes.
  Comecei a rir.
  - Carter, você é meu melhor amigo agora também.
  - Mas agora você lembra tudo, e não vai ficar constrangida quando eu contar de novo a história sobre vocês dois. – ele disse apontando para eu e .
  - Carter, já chega. – falou.
  - Agora eu lembro a história, você não vai mais precisar me contar.
  - Isso é ótimo, era estranho ter que te contar aquilo.
  - Carter! – chamou sua atenção de novo.
  - Ta parei.
  Todos ficaram muito contentes por eu ter recuperado minha memória, era muito bom saber o que eu tinha convivido com aqueles vampiros, eram ótimas histórias.
  Fiquei o dia inteiro conversando com vampiros.
  Kate ficou muito animada sobre eu me lembrar, e agora jogava na minha cara o fato de eu ter namorado um vampiro original, isso porque eu peguei muito no pé dela por ela namorar um vampiro.
  - Viu , você não pode falar nada do meu namoro, um original é muito mais perigoso do que o Nick.
  - É Kate, eu admito que eu estava errada, não vou mais pegar no seu pé.
  - Acho bom. – ela riu.
  Eu e Kate estávamos conversando sozinhas no quarto.
  Os vampiros aguardavam a chegada de Lilian. ficou com receio de eu atacar Lilian por eu ter ficado nervosa quando soube que era ela quem tinha jogado esse feitiço em mim.
  - , acho que vou levar Nick para conhecer meus pais.
  - Boa ideia, quando o conheceu os meus eles adoraram ele, e nem desconfiaram que fosse um vampiro.
  - Mas eu tenho medo porque minha mãe quer que eu volte para Londres.
  - Porque você não me contou isso?
  - Ah , tava acontecendo tanta coisa com você que eu não quis te preocupar.
  - E meus pais, eles quer que eu volte também?
  - Lógico .
  - Kate, como eu vou fazer? Eu não posso mais voltar a morar lá.
  - Eu sei disso , mas você vai ter que visitar eles uma hora, eles tão com saudades.
  - E se eles não quiserem mais que eu vá embora?
  - Esse é o meu medo, , eu não vivo mais sem o Nick.
  - Kate, eu e você não podemos mais deixar de viver aqui, eu por motivos óbvios, você porque estar completamente apaixonada por um vampiro, eu sei, eu também estou, mas enfim, o jeito vai ser nós duas nos unir para convencer nossos pais de que aqui é o nosso lugar.
  - Eu te ajudo e você me ajuda, é isso?
  - Exato.
  - Se eles não colaborarem vou ter que apelar e apagar a memória deles.
  - O que você vai apagar da memória deles, nós?
  - Sim, eles têm que esquecer que estão com saudades da gente, eles tem que pensar que estamos aqui e que eles estão bem sem a gente.
  - Isso vai dar certo?
  - Não sei, mas espero que eu não precise chegar a esse ponto.
  Nossa conversa foi interrompida por Nick.
  - Meninas, estamos aguardando vocês lá embaixo.
  - A bruxa já chegou? – perguntei.
  - Já sim , e um conselho, seja gentil.
  - Por que eu deveria?
  - Porque ela é uma bruxa, e bruxas são mais poderosas do que vampiros, lobisomens e híbridos.
  - Blá blá blá, me poupe.
  - .
  - Ok, eu vou me comportar, vou tentar esquecer que é graças a ela que eu sou hibrida.
  - Isso não vai dar certo. – Kate falou.
  - Relaxa amiga, vamos descer.
  Quando chegamos à sala, cerca de oito vampiros nos esperava, a bruxa estava sentada tranquilamente no sofá.
  - , vem cá meu amor. – me abraçou pela cintura.
  - Olá . – ela falou comigo.
  - Oi.
  - Não adianta você ficar zangada comigo agora, o que ta feito ta feito.
  - Sério? Que bom. – sentei com cara de poucos amigos no outro sofá.
  - ... – chamou minha atenção.
  - Ok desculpa, pode começar a falar. – disse olhando para Lilian.
  - Vocês me chamaram aqui para eu dizer o porquê de o ter conseguido recuperar a memória de , a resposta é simples.
  - E qual é?
  - matou a , a transformou em hibrida, então era quem podia trazer a memória dela de volta já que foi ele o causador disso tudo.
  - A causadora disse tudo é você. – disse.
  - Não seria, mas Adam me obrigou.
  - O Adam não te obrigou você disse que havia um jeito de salvar os vampiros e esse jeito era envolvendo um humano inocente, então Adam pediu e você fez. – Carter falou.
  - O que isso importa agora? Já ta feito, ela não vai mais voltar a ser humana, , aceite isso de uma vez.
  - Você acha que é assim tão fácil? Poupe-me. – eu estava irritada, eu queria sair dali e parar de olhar para cara daquela bruxa.
  - Vocês queriam uma resposta e eu já dei, conseguiu que ela recuperasse a memória porque foi ele quem a transformou, não há mais nada a fazer aqui.
  - Ótimo, pode ir embora. – disse.
  - Antes de você ir embora, eu queria agradecer a você, você nos ajudou muito, mas acho que não vamos mais precisar das suas ajudas Lilian, então é um adeus. – falou.
  - Eu gostei de ajudar vocês, apesar de ter falhado uma vez. – ela olhou para mim.
  - Pelo menos você tentou, obrigado mesmo assim.
  - Então adeus , Derek e Filipe.
  - Adeus. – os irmãos originais responderam.
  Lilian foi embora.
  - Senhorita mal educada, precisamos conversar. – falou comigo.
  - O que eu fiz?
  - Você vai saber, te espero no quarto. – ele disse.
  Os outros vampiros fizeram piadinhas de mau gosto quando disse isso.
  - Mais respeito comigo, por favor. – ele disse e saiu.
  Então os vampiros começaram a fazer piadinhas comigo.
  - Hey, eu sou a namorada dele, exijo que tenham respeito comigo também. – disse.
  Todos começaram a rir, inclusive eu.
  - Seus maliciosos, vou lá conversar com ele. – disse ainda rindo e sai.
  Cheguei ao quarto, estava sério.
  - Manda à bronca. – disse me jogando na cama.
  - Eu não queria que você fosse mal educada com a Lilian, ela nos ajudou, ela tentou te ajudar, não foi culpa dela se não conseguiu.
  - Desculpa , mas não tem como eu não ficar irritada, parece que eu tenho que descontar isso em alguém, e já que o verdadeiro culpado disse morreu eu desconto na ajudante dele.
  - Ok, mas agora já chega né, você não vai mais ver ela, eu queria que você tivesse agradecido por pelo menos ela tentar te ajudar.
  - , você agradeceu por mim, já ta ótimo.
  Ele ficou quieto.
  - Sério que você vai ficar bravo comigo por isso?
  - Não, não vou ficar bravo com você.
  - Ótimo, porque tem um assunto que eu quero conversar com você.
  - Qual?
  - , eu quero ir ver meus pais.
  - O quê?
  - Isso mesmo que você escutou, eu quero ir ver meus pais em Londres.
  - Você acha uma boa ideia?
  - Eu já to acostumada com essa vida de hibrida, já fui a lugares públicos e ninguém suspeitou, acho que já posso ir ver meus pais.
  - Eu vou com você.
  - Era essa a minha intenção meu amor.
  - Ah. E quando você quer ir?
  - O mais rápido possível.
  - Amanhã?
  - Se der pode ser amanhã mesmo.
  - Kate também vai?
  - Sim e Nick também, ela vai apresentar ele aos pais dela, não é lindo.
  - Eu lembro quando eu conheci seus pais.
  - Foi engraçado. – ri.
  - Acho que eu estou com saudades dos sogrinhos. – ele disse.
  - Então vamos acabar com essa saudade. – disse e beijei-o.
  Estava decidido, no dia seguinte, eu, , Kate e Nick iríamos para Londres.

Capítulo 31

  No dia seguinte levantamos cedo, já tinha mandado providenciar quatro passagens para Londres, Jimmy cuidou disso muito bem, então era só pegar o avião.
  Não pretendíamos passar muito tempo em Londres, no máximo três dias, disse que seria difícil passar muito tempo com meus pais, porque provavelmente eles não me deixariam ir embora depois, e infelizmente não era seguro eu ficar com eles.
  - Você sabe que por mais difícil que seja para mim eu apoiaria que você voltasse a morar com seus pais, não sabe? – falou.
  - Eu sei amor, mas isso também é uma escolha minha, e eu acho que eu até teria condições de vir morar com eles, afinal uma hibrida em Londres não ia fazer muito estrago, mas eu não quero me separar de você.
  Conversávamos no avião.
  - Sabe o bom de você ser hibrida?
  - Tirando o fato de que agora você não precisa mais ter tanto cuidado comigo em certas horas, o que mais é bom?
  Rimos juntos.
  - Seus sentimentos aumentaram, tudo o que você sentia antes, agora você sente em dobro, ainda mais agora que você se lembrou da sua vida humana aqui comigo e com os vampiros.
  - O que quer dizer que agora eu te amo o dobro do dobro, porque eu te amava mesmo não lembrando nada.
  - Sim.
  - Agora você não vai mais se livrar de mim.
  - Nem quero.
   passou o braço por meu ombro e eu deitei a cabeça no ombro dele.
  E assim foi a viajem.
  Chegamos a Londres já estava anoitecendo, então fomos nos hospedar em um hotel e no dia seguinte eu ia ver meus pais.
  Optamos por nos hospedar por causa de e Nick, eles não iam poder dormir na casa dos meus pais nem dos pais da Kate.
  Resolvi ligar para minha mãe e avisar que no dia seguinte veria ela.
  Dois toques e ela atendeu.
  - Oi mãe, é a .
  - Filha, que bom ouvir você, eu to morrendo de saudade.
  - Também estou com saudade mãe, e por isso estou te ligando, tenho uma boa notícia.
  - Você vai voltar para Londres filha?
  - Sim mãe, amanhã eu vou ver a senhora.
  - Amanhã você está de volta, que notícia maravilhosa, é definitivamente?
  - Ah... Não mãe, é só de visita.
  - Mas minha filha, eu queria tanto que você voltasse para casa.
  - Mãe, eu já tenho idade para morar sozinha, não posso ficar morando com meus pais para sempre.
  - Não é para sempre, mas seus irmãos só saíram de casa quando se casaram eu não queria que com você fosse diferente.
  - Mas mãe eu estou construindo minha vida sozinha e com o .
  - Você ainda está com ele?
  - Claro mãe, inclusive ele vai comigo ver você e o pai amanhã.
  - Fico feliz por você, você sabe que nós gostamos desse garoto.
  - É eu sei.
  - Mas ele podia vir morar em Londres.
  - Lógico que não mãe, ele tem a vida dele na Virginia, e antes que a senhora fale que eu tenho minha vida em Londres, eu já vou logo dizendo que minha vida na Virginia está muito boa, está tudo dando certo para mim lá.
  - Você está indo bem na faculdade de lá?
  Eu teria de inventar várias mentiras para meus pais durante esses dias, e eu não gostava disso nem um pouco.
  - Estou sim mãe.
  - E você não pode continuar esses estudos aqui em Londres?
  Comecei a rir.
  - Mãe, amanhã a gente conversa ok? Vamos ter tempo para isso.
  - Ok filha, até amanhã então.
  - Beijos, te amo.
  Desliguei.
  - E ai? – perguntou.
  - Não vai ser fácil, ela ta dando várias ideias para eu ficar em Londres.
  - Você sabe que você pode mudar as coisas no final, não sabe?
  - Eu não queria ter que fazer eles esqueceram que eu estive aqui.
  - Você não precisa fazer isso?
  - Você faria?
  - Não. O que eu quero dizer é que você só precisa os fazer pensar que eles vão ficar bem quando você for embora.
  - E se eu não conseguir fazer isso?
  - Eu to aqui se você não conseguir.
  - Obrigado. – disse dando um abraço em .
  Não demoramos a ir dormir.

  No dia seguinte resolvemos ir ver nossos pais só depois do almoço por questões obvias, era sábado então os encontraríamos em casa.
  - Eu to nervosa, com medo da reação deles, será que eles vão notar alguma diferença em mim? – eu falava sem parar.
  - , calma, eles não notaram em mim.
  - Mas eles me conhecem muito bem, qualquer diferença eles vão notar.
  - Só você agir normalmente.
  - Vou tentar, mas não sei se consigo.
  - , você me disse que não tinha mais problemas com humanos.
  - Não tenho, mas são meus pais, isso é diferente.
  - Você acha que é diferente, mas não é, agora relaxa que já estamos chegando.
  Quando entramos na rua parecia que todos que estavam na mesma me olhava.
  - Porque ta todo mundo nos olhando?
  - , você ta paranoica. – Kate falou.
  - Mas estão nos olhando.
  - É lógico amiga, nós estamos morando fora a mais de mês, é normal ficarem olhando.
  - Que bom ver vocês meninas, há quanto tempo não. – uma visinha falou.
  - É bom voltar para casa. – Kate falou.
  Kate foi para sua casa com Nick.
  - Boa sorte Nick. – falou rindo.
  - Você acha que eu vou precisar? – ele perguntou.
  - Acho. – eu respondi também rindo.
  - Vocês não estão me ajudando.
  - Relaxa garanhão. – brincou.
  - , relaxa hein, vai da tudo certo amiga.
  - Obrigado Kate, com vocês também vai dar tudo certo.
  - Eu sei que vai. – ela abraçou Nick.
  - Nos vemos daqui a pouco? – perguntei.
  - Me liga?
  - Ligo.
  - Então tchau.
  Eles entraram.
  - Agora vamos. – falou.
  Respirei fundo.
  - Vai dar tudo certo. – disse.
  - Vai sim meu amor. – me abraçou.
  Caminhamos até minha casa.
  Entrei sem tocar a companhia, minha mãe logo que me viu me deu um abraço forte e chorava.
  Eu fiquei assustada com aquilo, nem quando eu tinha voltado da Virginia da primeira vez ela reagiu assim.
  - Mãe, algum problema? – perguntei.
  Ela me soltou, meu pai estava atrás dela.
  - Filha, sua mãe está com muita saudade, assim como eu.
  - Eu também estou com muita saudade, é muito bom ver vocês. – dei um abraço em meu pai.
   estava atrás de mim, meu pai pareceu ser o primeiro a notar ele.
  - Seja bem-vindo de volta, não é?
  - Muito obrigado, é um prazer estar aqui novamente.
  - , temos muito que conversar, quero saber de tudo. – minha mãe falou, já havia parado de chorar.
  - Ah mãe, não há muito que falar, estou estudando e me saindo muito bem, Kate e eu nos acostumamos fácil com a Virginia.
  - Vocês moram sozinhas? – eu sabia o porquê do meu pai perguntar isso.
  Meus pais não podiam desconfiar de que eu dormia toda noite na mesma cama que .
  - Moramos, é um apartamento confortável, ótimo para nós duas. – falei.
  Como era horrível mentir para as pessoas que mais amo.
  Ficamos a tarde toda conversando, minha mãe não queria que eu deixasse escapar um detalhe sequer, até meu pai tinha se cansado do assunto depois de determinada hora, então ele e saíram para assistir um jogo de futebol no bar perto da minha casa, meu pai sempre se reunia com os amigos parar assistir futebol no sábado nesse bar, dessa vez convenceu levar com ele.
  Agora éramos eu e minha mãe, a situação ia se complicar.
  - Filha, você e o estão juntos há um tempo, vocês se previnem?
  - Mãe?
  - , estamos sozinhas, e é normal mãe e filha terem esse tipo de assunto.
  - Eu não preciso ouvir isso de novo, não se esquece de que eu já tive um namorado e eu me lembro da nossa conversa.
  - É diferente, o Sebastian mora aqui perto, vocês namoravam dentro de casa, debaixo do nariz do seu pai e do meu, agora não, você mora em outro país e ta todo dia com o .
  - Quem disse que eu estou todo dia com ele? Mãe, ele tem os afazeres dele e eu tenho os meus.
  - Mesmo assim , vocês se previnem?
  Dei-me por vencida.
  - Claro mãe!
  - Assim eu fico mais aliviada, você sabe que eu me preocupo com isso, e eu e seu pai não o conhecemos direito.
  - Mas já gostam muito dele, o pai nunca quis levar o Sebastian para assistir futebol com ele, e o ele ficou enchendo o saco pra ele ir.
  - Nós sabemos que Sebastian não é muito chegado a futebol, por isso seu pai não insistia.
  - Confessa mãe, o é uma ótima pessoa, e nem precisa conhecer ele direto para saber disso.
  - Ok, você está certa.
  Sorri.
  Estávamos na cozinha preparando o jantar.
  Eu podia me alimentar de comida normalmente sem sentir ânsia, esse era um ponto positivo de ser hibrida, se eu fosse só vampira ai sim teria problemas, mas eu ainda preferia me alimentar de uma boa veia de sangue fresquinho.
  - Você falou com o sobre vir morar aqui?
  - Mãe, de novo esse assunto?
  - Filha, eu e seu pai sentimos muita saudade de você, é estranho a casa estar vazia.
  - Um dia eu ia ter que sair daqui.
  - Mas não tão cedo.
  - Mãe, eu não quero falar sobre isso, não agora.
  - E quando?
  - Amanhã talvez?
  - Quando vocês voltam para a Virginia?
  - Amanhã à noite.
  - Mas já, assim tão rápido? , você ta mais de mês fora de casa, e vem para passar dois dias, ou nem isso... – minha mãe começou um pequeno escândalo, mas foi interrompida por meu pai e .
  - Algum problema aqui? – meu pai perguntou.
  - Nenhum, o jantar está pronto, estão com fome? – perguntei.
  - Faminto. – meu pai respondeu.
  Então ele e minha mãe começaram com cochichos enquanto se serviam, eles achavam que não, mas eu e escutávamos a conversa deles, que era sobre eu já voltar para a Virginia.
  - Graças a Deus vocês chegaram, minha mãe teve um chilique aqui. – falei baixo só para escutar.
  - O que aconteceu?
  - Falei para ela que voltaríamos amanhã à noite para Virginia.
  - Porque você falou isso?
  - Depois precisamos conversar melhor, com Kate e Nick por perto, agora vamos jantar. – disse e fomos nos servir.
  O jantar estava silencioso, mas não durou muito tempo.
  - , você teria problemas em vir morar em Londres? – minha mãe perguntou.
  - MÃE!
  - Ah... Eu tenho meus negócios na Virginia, não posso abandonar tudo e vir para cá.
  - E você concorda que a não pode abandonar a família e ir morar lá?
  - Eu e já tivemos essa conversa, ela sabe o que eu penso e eu não interfiro em nada quando se refere ao assunto família, ela faz o que quer.
  - E eu quero continuar na Virginia mãe. – falei.
  - Filha eu já disse, seus irmãos só saíram de casa quando se casaram, eu não quero que com você seja diferente.
  - Eu não sou os meus irmãos, eu não posso fazer tudo igual a eles mãe, e eu já tomei minha decisão.
  - E seus pais como ficam?
  - Mãe, eu não vou morrer, eu vou vir visitar vocês. – engasguei ao falar isso.
  Eu já estava morta.
  - Acho melhor encerrar esse assunto por aqui, depois conversamos sobre isso com mais calma, vamos terminar de jantar em paz. – meu pai finalmente falou.
  E assim se fez.
  Logo que acabamos de jantar decidiu ir embora, ele sabia que meus pais queriam conversar comigo a sós.
  - Me liga quando puder. – ele falou.
  - Assim que eles dormirem, tenta avisar o Nick, precisamos conversar os quatro.
  - Pode deixar, amo você.
  - Também amo você.
  Demos um beijo e ele saiu.
  - , senta, vamos ter uma longa conversa. – minha mãe falou assim que me virei para a sala.
  Joguei-me no sofá e deixei-a falar.
  Ela começou a falar e não parava, não sei da onde ela tirava tanto fôlego, eu escutava tudo, prestava bastante atenção, mas não dava à mínima, ela não podia me fazer mudar de ideia.
  Minha vontade era falar a verdade, falar que eu um monstro, um ser sobrenatural agora, mas é lógico que ela não acreditaria provavelmente me acharia louca e me internaria.
  Meu pai estava sentado ao meu lado no sofá e pareceu não aguentar mais.
  - Chega mulher. – ele falou, até eu me assustei.
  Eu e minha mãe olhamos para meu pai com a mesma expressão no rosto.
  - A menina já decidiu, deixa-a viver a vida dela, ela já tem idade para isso, eu entendo que ela é nossa caçula, mas um dia isso ia acontecer, e se você está com medo por ela estar namorando um cara que mora em outro país aonde ela irá morar não se preocupe, eu tive uma conversa séria com o , e eu sei que ele vai cuidar da nossa menina.
  - Você teve uma conversa séria com o ? – perguntei.
  - Sim, e se antes eu já gostava dele, agora tenho certeza de que ele é um bom rapaz, filha eu confio nele, e principalmente, confio em você, você tem o meu apoio para seguir sua vida na Virginia.
  - Sério pai? – meus olhos encheram de lagrimas.
  - Você ta falando sério? – minha mãe perguntou incrédula.
  - Sim, estou. E você devia apoiar nossa filha também. – meu pai olhou sério para minha mãe.
  - Vocês tem que entender que não é uma decisão fácil para mim, mas eu não vou mudar de ideia, não adianta tentar.
  Meu pai me abraçou quando viu que eu chorava.
  - Quer saber, se seu pai decidiu isso acho que não há mais nada a falar. – minha mãe se rendeu.
  - Então você vai apoiar minha decisão?
  - Não é o que eu quero, mas já percebi que não adianta falar mais nada.
  - Desculpa mãe.
  - Tudo bem filha.
  Minha mãe se retirou da sala e subiu para seu quarto.
  - Ela vai ficar bem, é questão de tempo. – meu pai falou e foi se juntar a minha mãe.
  Eu estava acabada. Chorando liguei para .
  - , tudo bem? – ele ficou preocupado assim que ouviu minha voz.
  - Falou com o Nick? Vamos nos encontrar?
  - Ele falou que assim que nós estivéssemos juntos era pra ligar para ele.
  - Então liga para ele.
  - Ok, estou indo te buscar.
  Em cinco minutos havia chegado, sai de casa e ainda chorava.
  Kate a Nick também saíram da casa dos pais de Kate.
  - , o que aconteceu? – Kate perguntou.
  Antes de começar a contar o que havia acontecido fomos até a pracinha perto de casa.
  - Agora conta .
  - Com meu pai foi tudo bem, ele aceitou numa boa, mas minha mãe não aceita, quer dizer, agora ela aceitou, mas contra vontade dela.
  - Isso não é tão ruim.
  - Kate, ela saiu chorando, é horrível ver minha mãe assim por minha causa.
  - , você sabe que sua mãe pode ficar numa boa, não sabe? – perguntou.
  - Sei, eu não queria ter que chegar a esse ponto, mas não vou ter escolha.
  - Meus pais também não aceitaram.
  - E ai?
  - Tive que dar um jeito. – Nick falou.
  - O quê? – perguntei assustada.
  - Ué , eu não tive escolha, Nick teve que me ajudar.
  - Ah...
  Respirei fundo.
  - Então amanhã à noite voltamos para a Virginia, quanto mais rápido melhor. – disse.
  - Eu e Nick vamos providenciar as passagens. – falou.
  - Então está decidido. – Kate falou.
  Ficamos conversando mais um pouco e depois eu e Kate fomos para casa e e Nick para o hotel.
  Cheguei em casa, tomei banho e fui dormir.
  Acordei já eram quase 12h, minha mãe preparava o almoço.
  - Bom dia. – falei entrando na cozinha.
  - Bom dia. – meu pai, que lia o jornal, respondeu.
  Minha mãe nem na minha cara olhou.
  - Pai, posso ficar sozinha com a mãe?
  - Claro. – ele saiu.
  Eu não podia mais ver minha mãe daquele jeito comigo, então era agora.
  - Mãe. – chamei.
  - Sim. – ela se virou ficando de frente para mim.
  - Eu vou ficar bem, você vai ficar bem, não vai mais se preocupar com isso, você vai ficar feliz porque eu vou estar feliz, eu te amo e você nunca vai se esquecer disso, e eu sei que você me ama. Tudo vai ficar bem. – estava feito.
  Minha mãe piscou algumas vezes, depois me deu um abraço apertado.
  - Eu te amo filha, e eu sei que tudo vai ficar bem. – choramos juntas.
  Meu pai entrou na cozinha e também ficou emocionado vendo eu e minha mãe chorar, abracei os dois forte.
  - Nossa filha, como você ta forte. – meu pai falou.
  Ops.
  Comecei a rir.
  E tudo ficou bem, só apareceu em casa na hora de irmos embora, minha mãe falou algumas coisas para ele, mas nada demais, só pedindo para ele cuidar de mim, meu pai a mesma coisa.
  Durante os dois dias meus pais não desconfiaram de nada, então eu estava conseguindo agir normalmente.
  Nosso voo saia as 22hrs.
  De volta a Londres!

Capítulo 32

  Eu estava um pouco triste, eu não queria ter que entrar na mente de minha mãe e falar que ia ficar tudo bem, eu nem saberia quando a veria de novo, isso estava me deixando muito para baixo.
  Mas eu estava contente também, eu tinha conseguido ser eu mesma, e ninguém desconfiou.
  Eu e Kate estávamos no quarto, logo que chegamos de Londres nos reunimos lá.
  - Acho que tudo acabou bem. – ela falou.
  - Você não está chateada por enganar seus pais?
  - Não, se o Nick não fizesse aquilo eles estariam tristes comigo e isso sim me chatearia, mas eles estão bem.
  - Isso é.
  - Você ta chateada?
  - Um pouco, eu não queria ter que fazer aquilo.
  - Mas , ia ser pior se você voltasse para cá sabendo que sua mãe ia estar lá triste, chorando, querendo que você voltasse.
  - Eu sei.
  - Ah amiga, ânimo vai, eles estão bem agora.
  - Ok.
  Uma batidinha na porta.
  - Entra. – Kate e eu falamos juntas.
  - Estou interrompendo? – perguntou.
  - Não. – falei sorrindo.
  - Eu já estava de saída. – Kate disse se levantando.
  - Não precisa se incomodar Kate. – ele falou.
  - Eu vou procurar o Nick. – ela disse.
  E antes de sair do quarto.
  - Converse com a sua amada, ela está meio para baixo. – e então Kate saiu.
   veio se sentar ao meu lado.
  - O que aconteceu? – perguntou.
  - Nada.
  - Vou perguntar de novo: o que aconteceu?
  Ri.
  - Só estou um pouco chateada por ter enganado minha mãe.
  - Você não a enganou , foi necessário.
  - Eu menti , eu nem sei quando eu a verei de novo.
  - Não vai demorar, eu prometo que te levo lá quando você quiser.
  - Não é assim que as coisas funcionam.
  - Olha, eu vim aqui porque eu tenho uma coisa muito importante a te falar, ou melhor, é um pedido.
  - Que foi?
  - Eu sei o quanto seus pais acham importante a união entre casais, sua mãe principalmente, eu estive conversando com o seu pai e então tomei uma decisão.
  - , você está me assustando.
  - Calma. – ele riu.
  - Fala logo.
  Então ele se ajoelhou na minha frente.
  - , você gostaria de se tornar minha esposa?
  Fiquei sem respirar, não que isso era necessário para mim, mas eu não tinha reação.
  - . – ele me chamou.
  - , você escutou bem o que você acabou de me pedir?
  - Claro, eu quero me casar com você.
  Então comecei a rir.
  - Porque você ta rindo?
  - Não me leve a mal , mas você tem mais de mil anos, e ainda quer se casar?
  - Com você sim.
  - Você ta fazendo isso só por causa dos meus pais, não é?
  - Claro que não. Eu to fazendo porque eu quero.
  Suspirei.
  - E eu sei que você gostaria de ver seus pais logo, e sua mãe ficaria muito contente de ver a caçula se casando.
  Continuei calada.
  - Eu só preciso da resposta.
  Então eu sorri.
  - É claro que eu aceito me casar com você, seu bobo.
  - Nossa que susto, pensei que depois de mil anos de vida eu ia levar um não no meu primeiro pedido de casamento. – ele riu.
  - Seu primeiro?
  - Lógico, ou você acha que eu já fui casado varias vezes?
  - Não sei. – ri.
  - Você é a primeira mulher que eu amei de verdade, e eu sei que eu quero me casar com você.
  - Isso soa tão sério, não que não seja, mas pensa, nós nunca iremos envelhecer.
  - Podemos casar varias vezes, renovar nossos votos.
  - Podemos casar uma vez em Las Vegas?
  - Claro.
  Então abracei e o enchi de beijos.
  - Eu te amo, muito, muito, muito. – falei.
  - Eu também amo muito você, futura esposa.
  Caímos na gargalhada.
  - Eu tenho que contar essa novidade a Kate, ela vai pirar. – disse.
  - O Nick ta esperando você fazer isso, ele não sabe se vai aguentar muito tempo sem contar a ela.
  - Porque ele já sabe?
  - Porque ele vai ser um dos padrinhos, junto com o Carter, e o é claro.
  - Quem vai ser o par do Carter?
  - Não sei, ele disse que se arranjava.
  - Espera, quando vai ser esse casamento, você já tem data?
  - Sábado que vem.
  - O QUÊ? Ta muito em cima amor.
  - Nós somos vampiros, rápidos e muito ágeis, vai ficar tudo pronto até sábado.
  - E meus pais?
  - Já mandei o convite, junto com as passagens, agora é só esperar.
  - Será que eles vêm?
  - Acredito que sim.
  - Quando?
  - Na quinta.
  - Mas e os vampiros?
  - Eles já estão avisados, não vai acontecer nada.
  - Você só mandou para meus pais?
  - Seus pais, irmãos, cunhados, os pais da Kate, se você quiser mais alguém é só falar que eu compro as passagens.
  - Meus avós moram no Brasil, acho que eles não vão querer vir.
  - Você que sabe.
  - Ah manda né, a Mariah mandou no dela e eles não foram, mas seria falta de educação não convidar.
  - Isso é.
  - Acho que é só. – sorri.
  Então me levantei.
  - Vou contar a Kate. – disse.
  - Ok.
  Então fui correndo procurar ela.
  - KATE. – chamei.
  - Que foi menina?
  - Tenho uma novidade pra te contar, e eu não to me aguentando de alegria.
  Vi que Nick estava rindo.
  - Conta logo menina.
  - EU VOU ME CASAR. – gritei para todo mundo ouvir.
  - O quê?
  Então a abracei.
  - Eu vou me casar sábado que vem com o , e você é madrinha.
  - Você ta falando sério?
  - Claro que estou Kate.
  - Meu Deus amiga, que felicidade.
  Kate eu ficamos pulando de felicidade por minutos.
  Depois ficamos conversando sobre alguns detalhes que não poderiam faltar no casório.
  É lógico que o não deixaria passar nenhum detalhe, ele já tinha providenciado para eu ir ver vestido, tinha providenciado tudo para a festa, porque é lógico que todos teriam que agir como humanos e comer comida normal.
  Na terça eu e as madrinhas do casamento, Kate, Marry e Eleanor, a acompanhante de Jimmy, que também seria padrinho, fomos experimentar os vestidos.
  - O é muito rápido, como ele já havia providenciado tudo? – Kate perguntou.
  - Suponho que antes mesmo de me pedir em casamento. – disse rindo.
  E então passamos praticamente o dia inteiro escolhendo os vestidos.
  Eu queria uma coisa diferenciada, então mandei fazer varias mudanças no meu vestido.
  Kate iria de rosa, Marry de azul e Eleanor de lilás.
  - Ainda to querendo saber quem é a acompanhante do Carter. – Eleanor falou.
  - Também to curiosa pra saber. – falei.
  - Ela não veio experimentar os vestidos, só espero que ela não apareça com um da mesma cor que o meu. – Marry disse rindo.
  Minha amizade com a Marry tinha voltado a ser como era no começo, assim como a minha amizade com o .
  Na quarta-feira tivemos um ensaio de casamento, Filipe entrou comigo representando meu pai.
  - Eu poderia fazer isso no dia se você quiser. – ele falou.
  - Muito obrigado, mas meu pai vai fazer isso. – ri.
  - Eu só queria ter um papel mais importante no casamento do meu irmão. – ele falou.
  - Você é o irmão do noivo, ta ótimo já. – falou.
  Comecei a rir.
  O ensaio durou mais de 3hrs, não tinha como nada dar errado, na quinta-feira quando meus pais chegassem ensaiaríamos mais um pouco.
  De noite eu estava com no quarto.
  - Ta ansiosa? – ele perguntou.
  - Um pouco... Mentira estou muito ansiosa. – disse rindo.
  - Ta com medo?
  - Medo do que?
  - De se casar?
  - Eu não, você ta?
  - Um pouco nervoso eu confesso.
  - Ah que isso, não tem como nada dar errado.
  - Eu sei. – ele riu.
  - Vem cá, você ainda não sabe quem é a acompanhante do Carter?
  - Ele ta fazendo segredo, não sei por quê.
  - Estranho, era para eu ter ido falar com ele, mas a correria ta grande.
  - É cansativa essa coisa de se casar. – ele riu.
  - Mas valera a pena. – disse beijando ele.
  - Ansiosa para ver seus pais amanhã?
  - Eu nem sei se eles vêm mesmo, não ligaram e nem deram sinal de vida, estou com medo de ficar muito ansiosa e eles não vier.
  - Qualquer coisa o Filipe ta ai para te levar ao altar.
  Rimos.
  - Quem diria né, seus irmãos chatos aqui no nosso casamento.
  - Eu sempre soube que eles eram mal influenciados pelo Adam, agora eles são de bem.
  - Que bom, eu fico feliz por isso.
  - Eu também.
  - Agora vamos descansar que amanhã tem mais. – disse.
  - Você tem que dormir bem para quando seus pais chegarem não ver você cheia de olheiras.
  - Normal, eles vão achar que eu não estou dormindo de ansiedade.
  - Ata. – ele riu.
  - Boa noite meu amor.
  - Boa noite.
  No dia seguinte levantamos cedo e continuamos a arrumar as coisas para o casório.
  - Já mandei os vampiros irem se alimentar para quando seus pais chegarem não corrermos nenhum risco. – falou.
  - Ótimo.
  - De noite nós e os outros vampiros vamos. – ele falou.
  - Ok, eu já tava começando a sentir fome.
  Kate estava muito animada com o fato dos pais dela vir para cá.
  - Nem acredito que eles vão vir, estou tão feliz. – ela falava.
  - Kate, não é certeza, eles nem ligaram nem nada. – falei.
  - , seja otimista, você acha mesmo que seus pais iriam perder seu casamento?
  - Não acho, mas o fato de ser aqui complica um pouco.
  - Lógico que não sua boba, daqui a pouco eles chegam, você vai ver.
  Sorri.
  Eu não estava fazendo nada, então decidi procurar Carter.
  - , você viu o Carter?
  - Ele foi ao aeroporto buscar seus parentes.
  - Ah...
  - Eu ainda não tive oportunidade de te parabenizar, estou muito feliz por você.
  - Obrigado , eu estou muito feliz de me entender com a Marry, e poder conversar com você a vontade.
  - Fico muito honrado de ser um dos seus padrinhos.
  - Eu é que fico feliz de vocês aceitarem.
  - Como eu iria negar o pedido do meu melhor amigo e da minha melhor amiga.
  - Ah, vem cá. – dei um abraço nele.
  - Você ta chorando? – ele perguntou.
  - Não. – disse limpando meus olhos cheios de lágrimas.
  - Para com isso menina. – ele disse rindo.
  - É de felicidade.
  - Viu como eu a deixo. – chegou do nada do nosso lado. – Fica toda emocionada.
  - Você também ficou . – falou.
  - Como é? – perguntei.
  - Valeu hein .
  - Quando o veio pedir para eu ser padrinho ele se emocionou.
  - Sério?
   afirmou com a cabeça.
  - Ah seu lindo.
  Marry se uniu a nós.
  - Só acho que o próximo casório deve ser o de vocês. – falei.
   e Marry começaram a rir.
  - Qual é a graça? – perguntou.
  - Nós já somos casados. – Marry falou.
  - O quê? – eu e falamos juntos.
  - Sabe como é, nós viajamos, fomos para Vegas e rolou. – explicou.
  - Filhos as mãe. – disse.
  - Foi mal. – eles começaram a rir.
  Estávamos conversando quando dois carros chegaram, eram Jimmy e Carter.
  - , acho que seus pais chegaram. – falou.
  Então fui correndo receber eles.
  Meus pais, irmãos, cunhados e os pais de Kate olhavam as casas boquiabertas.
  - Que lugar...
  - Lindo. – minha mãe completou a frase de meu pai.
  - E ai maninha. – meu irmão foi o primeiro a me ver.
  Fui correndo abraçar eles.
  - Nem acredito que vocês vieram. – disse chorando.
  - Como assim, você acha mesmo que eu ia perder o casamento da minha filha? – minha mãe falou.
  Ri e a abracei.
  - MÃE, QUE SAUDADE. – Kate vinha correndo e gritando.
  Levamos nossos pais até em casa, eles estavam impressionados com o lugar.
  - Então é aqui que você mora, ? – minha mãe perguntou.
  - Sim, e é a futura casa da sua filha também.
  - É muito linda, e grande.
  - E onde você mora, Kate? – a mãe dela perguntou.
  Ela me olhou um pouco assustada.
  - Em um apartamento perto daqui. – ela mentiu bem.
  - Nós estamos dormindo aqui a semana inteira, por causa dos preparativos do casamento. – falei.
  - Bastante gente mora aqui, são parentes seus, ? – meu pai perguntou.
  - Alguns são outros trabalham para mim, mas é como se fossem da minha família também.
  - Você é bastante acolhedor então.
  - Sim.
  A conversa tava começando a ficar estranha, então decidi cortar o assunto.
  - Pai, mãe, nós temos que ensaiar para sábado. – disse.
  - Claro minha filha.
  E então fomos ensaiar para ficar tudo certo.
  De noite eu estava com minha mãe em meu quarto, ela disse que queria conversar comigo a sós.
  - Pode falar mãe.
  - Filha, eu me enganei, eu achava que não ia ser uma boa você vir morar aqui, eu tinha medo de você se precipitar com esse rapaz, mas eu felizmente me enganei, e agora eu vejo que ele de bem, que ele realmente gosta de você, e eu tenho certeza que você ficara muito bem aqui com ele.
  - Ah mãe. – eu estava chorando de novo.
  - Eu e seu pai estamos muito felizes por você, você merece ser feliz querida.
  - Eu te amo mãe.
  - Eu te amo filha.
  Aquela semana sem duvida era a melhor semana da minha vida.
  Quando meus pais estavam dormindo eu, e os vampiros que ainda não tinham caçado saímos para matar a fome.
  Na sexta-feira já estava tudo pronto, o lugar já estava decorado para o casamento e para a festa, meu vestido já tinha chegado e tinha ficado perfeito, e eu estava mais ansiosa do que nunca.
  Eu e estávamos passeando como um casal feliz no lugar onde aconteceria o casamento.
  - Ta perfeito. – falei.
  - Você já tinha imaginado como seria seu casamento? – ele perguntou.
  - Eu sempre quis um casamento na igreja, e com uma festa que virasse a noite. – disse.
  - Sobre o casamento ser na igreja não vai rolar, mas sobre a festa eu te garanto que ela vai virar a noite. – ele falou.
  - Quem vai ser o padre?
  - Relaxa, não será um vampiro, eu chamei um padre de verdade pra nos casar.
  - Sério?
  - Claro.
  Escutamos Derek e Filipe nos chamar.
  - Sim. – falamos juntos.
  - Irmão, cunhada, nós sabemos que esse casamento é muito importante para vocês, e como não podemos ajudar muito aqui, nós tomamos a liberdade de dar de presente a vocês a lua de mel. – Filipe falou.
  - Ai meu Deus. – falei.
  - Não precisa se preocupar, tenho certeza que vocês vão gostar.
  - Então, cadê o presente? – perguntou.
  - É uma viajem, com tudo pago por nós, para Vegas.
  - Vegas? – perguntei.
  - Vegas! – Filipe falou.
  - Nossa... – estava sem palavras.
  - Como vocês sabiam que eu queria ir para Vegas?
  - Nós não sabíamos.
  - Posso abraçar vocês?
  - Claro, cunhadinha.
  Eu estava realmente feliz com nosso presente de lua de mel.
  - Não sei como agradecer vocês. – falou.
  - Não precisa irmão, você merece e era o mínimo que podíamos fazer por vocês.
  Então e eu demos um abraço em Derek e Filipe.
  Sexta-feira à noite estava todos reunidos na sala, minha família e vampiros.
  - Então está tudo pronto para amanhã?
  - Sim. – e eu falamos juntos.
  - Esse dia vai entrar para a história. – Carter falou.
  - Carter, eu preciso falar com você. – falei.
  - Pode falar .
  - A sós.
  - Ok.
  Eu e Carter saímos da sala e fomos para a rua.
  - Carter, estou muito curiosa, quem é o seu par no casamento?
  - Surpresa.
  - E eu não posso saber?
  - É surpresa, se é surpresa você também não pode saber.
  - Chato.
  - A única coisa que posso falar, ou melhor, que eu espero, é que todos a aceitem.
  - Porque você ta falando isso?
  - Você vai entender amanhã, mas eu sei que você é a pessoa que mais vai aceitar ela.
  - Você está me deixando mais curiosa ainda. – ri.
  - Ah , eu estou tão feliz por você, sério, você está aqui como uma hibrida, e vai se casar com o hibrido original, você tem noção do poder que vai ter?
  - Eu não quero saber de poder nenhum, eu amo o , e estou muito feliz.
  - E eu amo você, e estou muito feliz porque minha melhor amiga vai se casar.
  Dei um abraço nele.
  - Você sempre será meu melhor amigo, Carter.
  - E você sempre será a minha melhor amiga.
  Ficamos em silêncio por segundos.
  - Porque isso ta soando como uma despedida? – ele falou.
  - Não sei, eu não vou embora daqui, e espero que nem você vá.
  - Eu não vou, afinal, eu não tenho pra onde ir. – ele riu.
  - Ótimo. – ri.
  Conversamos mais um pouco, depois me juntei a minha família que conversava animadamente sobre o dia seguinte, o que me deixava mais ansiosa ainda.
  E o dia seguinte chegou.
  Como toda noiva no dia de seu casamento, logo cedo eu fui ter meu dia de noiva junto com as madrinhas, menos a acompanhante de Carter.
  Estávamos nos preparando, cabelo, unhas, maquiagens e tudo que se tem direito.
  - , você vai ficar linda. – Kate falou.
  - Ah amiga, vocês também vão. – disse toda animada.
  - Esse é o primeiro casamento que eu vou desde que virei vampira. – Eleanor disse baixinho só para nós escutar.
  - Sério?
  - , geralmente vampiros não casam. – Marry falou.
  - Ah, mas você casou né dona Marry.
  - Vegas nos incentiva a isso, aquilo lá é uma loucura. – ela falou rindo.
  - Você se casou em Vegas? – Kate perguntou.
  - Sim, foi perfeito.
  - Dizem que aquele lugar ou você vai muito bem acompanhada ou solteira, livre, leve e solta. – Eleanor falou.
  - Isso é verdade, e eu estava muito bem acompanhada, até que me casei. – Marry riu.
  - Os irmãos do deram como presente de casamento a lua de mel para Vegas. – falei.
  - Wow, belo presente. – Marry falou.
  - Eu estou ansiosa, sempre quis conhecer Vegas. – falei.
  - Você vai adorar.
  Continuamos nosso dia de beleza até de tarde, depois de todas prontas e arrumadas Carter veio nos buscar.
  - Deu pra ser o motorista de vampiros Carter? – perguntei.
  - Não, na verdade eu me ofereci para vim.
  - Por quê?
  - Já que as madrinhas tem que estar juntas eu vou apresentar a vocês a minha acompanhante.
  - Até que enfim. – falamos juntas.
  - Mas Carter, ela já está arrumada? Faltam menos de 2hrs para o casamento. – disse.
  - Eu cuidei disso, na verdade era pra todo mundo conhecer ela na hora que eu entrasse com ela no casamento, mas não tive outra escolha.
  - Ah tudo bem, eu estou muito ansiosa para conhecê-la. – disse.
  Carter nos levou até me casa, e os outros vampiros não estavam em casa, Jimmy disse que ele precisa ter uma despedida de solteiro, no começo é claro que eu não concordei, até porque despedidas de solteiro é um dia antes do casamento não no dia, mas eles me garantiram que não iam aprontar nada.
  - Carter, você ta perdendo a despedida de solteiro do , não está? – perguntei.
  - Só vou perder o final, eu precisava fazer isso logo.
  Então entramos em casa e lá estava ela.
  - Julie? – perguntei surpresa.
  - Olá . – ela disse sorrindo.
  A cozinheira que eu o mandei levar embora era a acompanhante de Carter?
  - To boiando Carter.
  - Eu mantive contato com ela depois que ela foi embora, e nós começamos a gostar um do outro.
  - E por que você me fala só agora?
  - Foi você que mandou levar ela embora.
  - Mas foi porque ela pediu.
  - , fui eu quem pediu ao Carter para não contar nada, eu fiquei com medo de você não gostar.
  - Não gostar do que?
  - Primeiro porque na época você ainda era humana, e eu não sabia que você tinha relacionamentos com vampiros, então eu fiquei com medo de você não aprovar o meu relacionamento com Carter.
  - E eu lá tenho autoridade pra aprovar alguma coisa?
  - Eu implorei pra você me ajudar a ir embora e se eu voltasse do nada não ia fazer sentido.
  - Não mesmo. – disse.
  - Enfim, eu estou com a Julie, e o meu medo é os originais, ela é humana e antes nenhum humano podia saber da gente, até você chegar, e mesmo assim os humanos não podiam saber da nossa existência.
  - É claro que não vai ter problemas Carter, e se algum deles não concordar eu dou um jeito, ok?
  - Obrigado .
  - Não precisa me agradecer, você é o meu melhor amigo e a Julie é muito querida por mim. – disse.
  Ela sorriu.
  - Agora precisamos arrumar os últimos detalhes, lembrar que só falta 1hr para o meu casamento da um frio na barriga. – disse e todos riram.
  - Vou deixar as meninas sozinhas. – Carter disse.
  - Ok.
  Subimos para o meu quarto e na verdade não tinha muito que arrumar, era só esperar mesmo.
  Depois de alguns minutos as madrinhas desceram para encontrar seus pares, e a cada minuto que passava eu ficava mais nervosa.
  Alguém bate na porta.
  - Quem é?
  - Somos nós filha.
  - Ah pode entrar.
  Meus pais estavam lindos.
  - Não temos muito tempo para conversar, só queríamos ver você. – minha mãe falou.
  - Você está linda filha. – meu pai estava emocionado.
  - Não chora se não vou chorar também. – disse.
  - Bom filha, eu só queria dizer que nós estamos muito felizes por você, eu tenho certeza que você será muito feliz aqui com o .
  - Obrigada mãe. – eu estava muito emocionada.
  - E nós vamos estar lá em Londres, mas qualquer coisa você pode falar com a gente, sempre vamos vir voando de lá. – meu pai falou.
  - Pode deixar. – ri.
  - Ah eu tenho ir, se eu ficar vou chorar. – minha mãe falou.
  - Ok mãe.
  - Te vejo no altar filha.
  - Ai, to nervosa. – disse rindo.
  - Vai dar tudo certo querida.
  - Eu sei que vai.
  - Nós te amamos.
  - Eu amo vocês também.
  Dei um abraço apertado em meus pais.
  - Com licença, podemos entrar? – Willian e Mariah estavam na porta.
  - Claro. – disse.
  - Nossa maninha, você está linda.
  - Nossa Willian, você admitindo que sua irmã caçula é linda, essa nova. – ri.
  - Só estou sendo gentil.
  - Besta. – ri.
  - Temos que ir mãe, o casório já vai começar. – Mariah falou.
  - Ok vamos.
  - Até daqui a pouco. – falei.
  - Você está linda . – Mariah falou.
  - Obrigada. – sorri.
  - Filha, vou te esperar lá em baixo.
  - Ok pai.
  Eles se foram.
  Meus últimos minutos de solteira, eu estava feliz, muito feliz, meus pais estavam felizes, meus irmãos, todo mundo estava feliz, eu não queria mais nada.
  E lá vou eu.
  Desci as escadas com cuidado e meu me ajudou no final.
  - Está pronta? – ele perguntou.
  - Sim. – sorri e fomos.
  Estava tudo lindo, perfeito, os convidados, o altar, os padrinhos e ele, estava muito lindo.
  Então a marcha nupcial começou e eu e meu pai caminhamos pelo tapete vermelho.
  Eu olhava para todos, e todos os olhares estavam em mim, alguns emocionados, outros sorrindo, e eu sorria e me emocionava ao mesmo tempo.
  Chegando ao altar meu pai cumprimenta e diz:
  - Cuida bem dela garoto.
  - Eu vou cuidar. – sorri.
  Meu pai me da um beijo na testa e me entrega a que sorri feito criança, não posso deixar de sorrir também.
  - Você está linda. – ele sussurra.
  - Você também. – digo.
  Ele da um beijo na ponta do meu nariz e então nos viramos para o padre.
  E o casamento se seguiu...
  - , você aceita como sua legitima esposa? – o padre pergunta.
  Ele me olha e abre um lindo sorriso.
  - É claro que eu aceito.
  Sorrimos.
  - , você aceita como seu legitimo esposo?
  Não posso deixar de sorrir.
  - Sim, sim e sim. – digo em alto e bom som.
  Todos riram.
  - Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.
   simplesmente me agarra com força e me da o maior beijão.
  - Eu te amo, e vou te amar para sempre. – ele fala.
  - Eu vou te amar para sempre, . – falo emocionada.
  E então caminhamos para fora do local do casamento, e lá no final do tapete vermelho os irmãos de e duas mulheres que eu não fazia ideia de quem eram começaram a jogar arroz em nós.
  - Nossa , até eu me emocionei. – Filipe falou.
  Rimos.
  Caminhamos para o local aonde aconteceria à festa, que não era longe de onde aconteceu o casamento.
  Cortamos o bolo, tiramos fotos com todos os convidados da festa, e rolou até discurso.
  Na hora do buque varias vampiras estavam desesperada para pegar ele, então joguei e fiquei surpresa e muito feliz de ver quem tinha pegado.
  - Ae Nick, vai ter que casar hein. – gritou zoando Nick.
  Kate estava toda feliz com o buque.
  A festa durou a noite inteira, os humanos foram os primeiros a entrar para dormir, e a partir de então os vampiros fizeram mais baderna ainda, eu estava me divertindo muito.
  - Caraca , seu casamento vai entrar para história. – Carter falou.
  - Eu sei. – sorri.
  Eu e estávamos juntos olhando os vampiros se divertirem, eu e ele já estávamos cansados de tanto de bagunçamos no nosso casamento.
  - Julie? Então ela é a acompanhante de Carter? – pergunta.
  - É sim, ele ficou com medo de trazer ela antes por ela ser humana, mas espero que não tenha problemas. – disse.
  - É claro que não tem problemas. – ele sorri.
  Já estava amanhecendo quando eu e entramos.
  - Vamos dormir que amanhã temos que ir para Vegas. – disse toda contente.
  - Vegas vai ficar pequena para nós.
  - Ui. – disse beijando ele.
   começou a me beijar e tirar meu vestido.
  - Você não aguenta esperar até Las Vegas né? – perguntei em meio aos beijos.
  - É claro que não. – ele sorri.
  E então rolou nossa primeira vez depois de casados.
  No domingo de manhã já estávamos com nossas coisas prontas para viajar, meus pais também votariam para Londres naquela manhã.
  - Se divirta em Las Vegas casal. – meu irmão falou.
  - Pode deixar.
  Já no aeroporto nos despedimos de meus pais e irmãos e fomos para o avião.
  - Pronta para se divertir? – perguntou.
  - To mais do que pronta. – o beijei.
  E fomos para a melhor lua de mel de todos os tempos...

  Carter e Julie também tiveram um casamento histórico, com mais loucuras do que se possa imaginar, quando voltaram da lua de mel no Havaí, Carter transformou Julie em vampira.

   e Marry eram um dos casais mais amáveis que eu já conheci, eles eram lindos juntos e se davam bem com todos.

  Nick e Kate, o casal mais engraçado que eu conheci, e também uns dos mais perfeitos, depois de insistir muito Nick a transformou e em seguida se casaram.

   e , o casal mais feliz da face da terra.



Comentários da autora