Vacancy Filled
Escrito por JoySouza | Revisado por Mariana
Flashback ON
A maioria dos alunos da St. Clare’s, situada na cidade de Oxford, estavam aglomerados em volta de outro pequeno grupo de alunos. Dava-se para escutar gritos de incentivo dos curiosos ao longe:
- Não. Isso não, Jack. – a garota dizia chorosa.
- , entenda: eu não lhe amo. Eu amo ela – ele apontava freneticamente para uma garota loira dos olhos azuis. – e não vai ser você ou qualquer outra pessoa que vai me fazer mudar de opinião.
- Mas eu amo você. E você disse que me amava. – seu tom de voz era baixo, mas não impossível de se ouvir.
- E agora as pessoas estão proibidas de mentir? , minha vontade mesmo era de te levar para a cama, poder jogar na cara dos populares – olhava para o grupo de jogadores de futebol do colégio. – que eu consegui a garota que eles mais desejavam. Agora que eu já consegui isso, não tem mais motivos para continuar contigo.
Todos os presentes olhavam para a garota com pena. Não é sempre que vê alguém se aproveitar de outro de tal forma. Tudo bem que isso acontece com frequência, mas é horrível você amar e não ser correspondido. Parecia que eles sentiam isso.
Quando ela percebe todos os olhares piedosos em sua direção, não pensa duas vezes antes de sair correndo dali. Sua amiga, ou pelo menos quem ela pensava ser sua amiga, lhe traiu. Está nos braços daquele que se dizia apaixonado por ela.
A casa onde morava não ficava longe dali, então fora correndo para lá. Em todo caminho, a vontade de chorar aumentava a cada lembrança que sua memória fora capaz de guardar. Ela teria que arrumar alguma maneira de esquecer o passado e reconstruir o que insistem em chamar de emocional.
- . . – uma voz que ela não sabia de quem ser lhe chamava. – Espera. Não precisa correr. Eu... Ufa!
- Quem é você? O que quer? – ela pergunta assustada.
- Não precisa ter medo. – ele sorri. – Eu estudo na St. Clare’s. Eu vi o que você acabou de passar e... Queria te ajudar. Ela era sua amiga, né?
- Era. Disse certo: era. Eu não quero mais me lembrar disso, não por agora. Eu amo Jack e vai ser difícil colocar nessa minha cabeça que ele não é o homem que sonhei para mim e que queria somente se divertir comigo. – as lágrimas reaparecem e ela não sente vontade de manda-las embora. Olha para o homem a sua frente. – Eu vou superar. Vai ser difícil, mas eu vou conseguir. Eu sei que vou.
- Vai sim. – seu sorriso reaparece. – Hum... Vou deixar você ir. Sei que não está bem e precisa descansar. Mas se precisar de alguém, meu nome é , .
- Obrigada, . – pela primeira vez depois do acontecido ela sorri, mesmo que fracamente.
Flashback OFF
Hoje, três anos após a traição dupla que sofrera, ela ainda sofre pelas lembranças que insistem em ficar em sua memoria. Todas as palavras que ele pronunciara na frente de todos faz com que as feridas ainda abertas aumentem cada vez mais.
, como prometeu, esteve lá quando ela mais precisou, mesmo com todos os comentários maldosos que faziam por ele estar ajudando-a a ser quem era antes de tudo o que aconteceu. Até conheceu alguns de seus amigos mais íntimos: ), , e . Eles são legais e fazem com que ela se sinta bem em qualquer lugar.
- , vem... Vai ser legal. Aposto que você vai gostar!
implorava para ela ir até Oxford para uma noite de filmes na casa dele.
- Vou ficar triste se você não vier. A gente tinha combinado.
- Poxa, , tem que ser hoje? – ela se senta no sofá de sua casa. – Hoje eu...
- Tem que ser hoje. Eu vou te buscar, pode ser? Passo ai às sete. Beijos, até!
- ? – ele já havia desligado.
Sua única saída é ir tomar banho e esperar . Assim que sai do banho, veste um short jeans qualquer, uma regata branca e calça sua sandália. Quando chegou, pegou sua bolsa com alguns pertences e foram a caminho de Oxford no carro dele, um Audi R8. Dinheiro é o que não falta para ele.
- ! – ela exclama ao vê-lo. Abraça-o. – Onde estão os outros?
- está banhando. e na cozinha fazendo pipoca e comendo doce escondido. – ele da de ombros. – Mas eu sei, então nem é tão escondido assim...
Eles moravam em casas separadas, somente e que moravam juntos. Estavam na casa dos dois.
A sala de estar estava toda bagunçada com vários colchões espalhados, algumas cobertas e travesseiros também estava por ali. Pacotes de bala e salgadinhos estavam se fingindo de escondidos atrás de uma das almofadas. Uma pilha de dvd’s estava em cima de uma mesinha do lado esquerdo aos colchões.
- . ). Saudades! – exclama entrando na cozinha. Sorri ao perceber eles esconder alguma coisa. – Também quero!
- Também estávamos com saudades , agora pode ir ao quarto do , que quer ver você também... – tenta expulsa-la dali.
- PESSOAS, QUE FILME VOCÊS ESCOLHEM? – grita da sala de estar.
- Qualquer um. – grita chegando à cozinha. – Pront... , você veio!
Seus abraços são os mais aconchegantes, para ela. Deve ser por que fora ele quem a socorreu quanto ela mais precisava.
- ! – ela sorri ao ver o garoto. – Senti saudades suas também!
- Vamos, garotos? – ele pergunta à e .
- Eles estão escondendo alguma coisa e só vão sair daqui depois de nós dois... – ela diz dando de ombros. a fuzila com o olhar.
- Então passa a pipoca pra gente – ele desenlaça os braços que estavam em volta da cintura dela. – e vão logo pra sala. Não gosto de comer pipoca sem Coca-Cola.
Ela o ajuda com os grandes baldes de pipoca. Em poucos minutos e estava deitados em seus lugares esperando que tivesse a boa vontade de colocar o filme escolhido por . Quando ela observa atentamente a capa do DVD que fora escolhido, seu braço se agarra ao de , que estava sentado ao seu lado.
- O que foi, ? – pergunta com um sussurro.
- Eu assistir esse filme com Jack quando... – lágrimas surgem em seus olhos.
faz com que ela se aproxime do corpo dele com um abraço.
- Você me prometeu esquecer ele e tudo que o faz lembrar.
Um sorriso aparece em seu rosto como agradecimento a companhia dele.
Você está comigo para o que der e vier. – pensa.
Quando as primeiras cenas começam a se revelar, se é possível sentir o mesmo que e sentem. Ela: um pequeno misto de dor e saudades. Ele: uma vontade imensa de poder fazer com tudo o que está na cabeça dela suma, para longe.
[...]
Os meninos continuam morando no mesmo lugar, desde o fim do HightSchool. Já mora em um bairro de Londres, Wembley, mas pensa em voltar para Oxford por conta da faculdade, que começará a cursar em dois dias. Direito sempre foi o que ela desejara.
Ligara para três dias atrás para saber se no prédio onde eles moram haviam algum apartamento sendo vendido ou alugado, mas ele não lhe retornara. Sinal de que a resposta era negativa.
- Você pode ficar aqui em casa por alguns dias, . Até conseguir algum lugar. Ou vai ficar muito caro para você ir e vir todos os dias. – dizia atentamente pelo telefone.
- Eu vou te atrapalhar, melhor não.
- , você nunca atrapalha. De verdade, pode vim... Posso chamar para buscar suas coisas amanhã? – um sorriso aparece no rosto dele com a possibilidade dela dizer “sim”.
- Não sei, . Eu...
- Por favor! Eu juro que não vou te atrapalhar nem nada. E vou te ajudar a encontrar um lugar para ficar.
- Está bem. Mas só enquanto eu encontro um lugar para ficar.
Desde quando terminou com Jack, não se interessou por mais nenhum homem, não como o amou. Até tentou olhar para os garotos que lhe barravam na rua com um olhar diferente, mas nada saia. Desistiu.
Enquanto pulava de alegria em seu apartamento, pegava algumas peças de roupa, dobrava e colocava organizadamente dentro de uma mala preta, a qual levaria para a casa de . Depois buscaria o resto.
No outro dia, pela manhã, e foram até o apartamento dela para ajuda-la com as coisas. Em menos de uma hora e meia já estava se sentindo em casa.
- Bom, eu não sabia como você gosta de arrumar o quarto então... – ele se explica por ter deixado tudo fora do lugar.
- , está perfeito. – ela sorri. – Não me importo com a bagunça. Só de você ceder o espaço está de bom tamanho. – vira-se para ele e abraça-o. – Obrigada. Por tudo.
Enquanto ele afaga seus cabelos, fica imaginando como seria fazer isso quando ela se libertasse que todo o mal que Jack ainda faz.
Não sei se isso está muito visível, mas é um garoto completamente apaixonado por . Mesmo sendo alguém que conhece toda a história dos dois, não tenho a mínima ideia se ela tem consciência disso.
Minutos depois ela percebe que ainda está entrelaçada aos braços dele. Distancia-se devagar.
- Hum... Desculpa! – sorri envergonhada.
- Ei. Eu gosto de te proteger. Pensei que você soubesse disso.
- Ah! . Obrigada. Você é especial pra mim. – ela o abraça novamente.
- Vem. Preparei um lanche pra você. Nada muito grande, mas dá pra matar a fome. E eu também ainda não comi nada... – ele a puxava pela mão com força, fazendo com que ela soltasse baixos gemidos de dor. – ? Ah! Desculpa.
O ato de beijar o local onde ficou de coloração avermelhada fez com que sorriso para ele, abertamente.
- Posso confessar uma coisa?
- Pode. Claro que pode. – ele sorri e em seguida coloca um biscoito na boca.
- Isso está parecendo um lanche romântico. – ela ri de seu próprio comentário.
- Se acha... – ele da de ombros fingindo não se importar muito.
- Hum... Terminei! – o incomodo que ela sentia era enorme. – Vou lá ao quarto e já volto!
- Hãn... Vou lá pra casa dos meninos, vai pra lá depois. – ele diz sem jeito.
- Eu vou sim. Obrigada!
Em poucos minutos ela toma um banho e se arruma. Segue até o decimo quinto andar, onde fica o apartamento de e . Após bater na porta e tocar a campainha, sem sucesso, liga para .
- , querido, eu estou esperando a boa vontade de vocês abrirem a porta. Obrigada. – uma de suas mãos pousa em sua cintura.
- Ops... Desculpe-me. Já vou... hãm... Pronto. – ele sorri olhando para ela e ainda com o aparelho celular no ouvido.
Ela desliga.
- Posso entrar? – sorri.
- Pode, só não repare a bagunça. É que... hum... espera! – ele sai correndo até a varanda, onde todos os outros estavam. Ela se senta.
Alguns minutos se passam e nenhum dos garotos aparece. já está ficando desesperada achando que eles se suicidaram...
– , é... Eu tenho algo pra te falar.
Ele segurava uma folha. percebeu que havia um texto relativamente grande escrito.
- Pode dizer, amor! – ela sorria.
Ele amava a ouvir dizer “amor”...
- Só não chore! – ele brinca. Pigarreia e começa:
“Eu não sei como começar a escrever isso. Dizer o que sente a alguém nunca é fácil. Ainda quando esse alguém é uma pessoa que você tem uma baita consideração. Mas ia ter um dia que eu não aguentaria mais segurar isso somente para mim. E esse dia chegou, felizmente.
Quando eu lhe vi pela primeira vez, lá na St. Clare’s, sofrendo por causa de um garoto que não merecia um pingo do amor que você sentia por ele, não pensei duas vezes em me aproximar de você, ou pelo menos tentar. Todos meus amigos disseram que eu estava me metendo em encrenca e que iria acabar apanhando, mas o que eu queria era poder lhe ajudar. Já passei pelo mesmo que você. Com o tempo, nossa amizade foi crescendo cada vez mais e o que não poderia acontecer, aconteceu. Eu me apaixonei por você. Tentei tirar isso de dentro de mim, mas a cada vez que tentava mais isso se tornava mais forte.
Hoje em dia isso tem me afetado cada vez mais. Eu não consigo mais olhar para você e não me imaginar ao seu lado. Não consigo imaginar outro homem ao seu lado além de mim. Posso está sendo egoísta, mas eu não consigo pensar no contrário. Sei que você não está com vontade de se apaixonar por alguém tão cedo. Culpa de Jack. Mas quem disse que meu coração aceita isso? Eu... Eu não sei mais o que dizer, ou escrever, sei lá. Só quero que você saiba que minha vida não vai mais ter sentido se eu não fizer parte dela, nem que por um momento que seja.
Mas você já faz parte da vida dela! Eu quero ser mais. Eu quero poder te ajudar, te mostrar o que é certo e o que é errado. Eu quero poder ser o seu porto seguro... De um garoto bobo e apaixonado.”
ainda não estava acreditando no que acabado de ouvir. Não se moveu um centímetro desde o momento em que ele começou a ler. Sou cabeça ficou baixa, fixando o olhar nos pés, para ouvir tudo atentamente, ou pelos menos tentar. Dava para ouvir seu coração palpitar freneticamente que comecei a pensar que ela teria um ataque cardíaco se ele não parasse logo de falar. E quando ele parou, as lágrimas que ela tentava segurar não iriam mais lhe obedecer. Quando ela o olhou, percebeu que ele se encontrava no mesmo estado que ela. Os garotos: , , e , estavam logo atrás dele, com sorrisos bobos no rosto.
- , eu... – as palavras lhe sumiram.
Ela apenas se levantou e chegou perto dele, depositando um selinho demorado em seus lábios. Suas mãos seguravam fortemente o rosto do garoto, imaginando o momento em que teria que solta-lo.
- Eu ainda não entendo, ou acredito. Não sei. Está tudo muito confuso. – ela mantinha as mãos no rosto dele.
- Er... – pigarreia. – Desculpe-me intrometer, mas , não se sinta pressionada a nada. pediu nossa ajuda para fazer isso. Ele só quer que você saiba que ele gosta de você, mas não apenas como uma amiga.
- Eu entendo, , mas tudo é muito confuso. Ontem ele me liga pedindo para eu vir pra cá. E hoje me faz isso. Eu realmente me sinto confusa. Não sei...
- Hãn... Você vai me deixar terminar o que comecei então? – pergunta sorrindo.
- É impossível dizer não, . – ela também sorri. – Aonde vamos agora?
Eles a levam para a varanda do apartamento e lá a coloca sentada entre algumas almofadas. Os meninos se sentam em cadeiras da mesa de jantar. Tudo está bem decorado. sorri olhando para tudo o que fora preparado. Para ela.
- Er... – começa a dizer. – Tenho certeza que não tem muito que dizer, então... Vamos garotos?
Os primeiros acordes de Heart Vacancy começam e o coração de vai à boca e volta. Dá pra perceber o momento em que ela engole em seco.
I hear your heart cry for love (Eu ouço seu coração chorar por amor)
But you won't let me make it right (Mas você não me deixa fazer isso direito)
You were hurt, but I decided (Você foi ferida, mas eu decidi)
That you were worth the fight (Que valeu a pena a luta)
Every night, you lock up (Toda noite, você trava)
You won't let me come inside (Você não me deixa entrar)
But the look in your eyes (Mas o olhar em seus olhos)
As I can turn the tide (Como eu posso virar a maré)
In your heart, in your heart, in your heart (em seu coração, em seu coração, em seu coração)
I can tell you can fit one more (Dá para ver que você pode colocar mais um)
In your heart, in your heart, in your heart (Em seu coração, em seu coração, em seu coração)
I don't care who was there before (Eu não me importo com quem estava lá antes)
se absorve em pensamentos ao escutar o pequeno trecho da música. Se lembra das vezes em que a abraçava e não queria mais solta-la. Era fofo. Lágrimas caem de seus olhos.
I hear your heart call for love (Eu ouço seu coração chamar por amor)
Then you act like there's no room (Mas aí você age como se não houvesse espaço)
Room for me, or anyone (Espaço para mim e mais ninguém)
"Don't disturb" is all I see (“Não perturbe” é só o que vejo)
Close thedoor, turnthekey (Feche a porte, vire a chave)
One very thing that we could be (Em tudo o que poderíamos ser)
If loneliness would move out (Se a solidão fosse embora)
I'd fill the vacancy (Eu preencheria a vaga)
In your heart, in your heart, in your heart (Em seu coração, em seu coração, sem seu coração)
In your heart, in your heart, in your heart (Em seu coração, em seu coração, em seu coração)
This ain't the Heartbreak Hotel (Este não é o Heartbreak Hotel)
Even though I know it well (Mesmo que eu o conheça bem)
Those no shows, they sure tell (Todos os foras certamente dizem)
In the way you hold yourself (Na maneira que você se segura)
Don't you fret, should you get (Não se preocupe se você tiver)
Another cancellation (Outro cancelamento)
Give me a chance I'd make a (Dê-me uma chance, eu faria uma)
Permanent reservation (Reserva permanente)
Sorri quando sorri. É perfeito como os dois se dão bem juntos. Tenho certeza de que se fosse realmente dela, nunca o soltaria. Nunca. Ela gosta do modo que se sente protegida quando está ao lado dele. Quando ela se dá conta, ele está cantando as últimas estrofes da música.
When I, talk to you, on the phone (Quando falo com você ao telefone)
Listen close (Ouça com atenção)
I hear your heart call for love (Eu ouço seu coração chamar por amor)
Then you actlike there's no room (Mas aí você age como se não houvesse espaço)
Room for me, or anyone (Espaço para mim e mais ninguém)
"Don't disturb" is all I see (“Não perturbe” é só o que vejo)
Close the door, turn the key (Feche a porta, vire a chave)
On everything that we could be (Em tudo o que poderíamos ser)
If loneliness would move out (Se a solidão fosse embora)
I'd fill the vacancy (Eu preencheria a vaga)
In your heart, in your heart, in your heart (Em seu coração, em seu coração, em seu coração)
In your heart, in your heart, in your heart(Em seu coração, em seu coração, em seu coração)
’s point of view
Eu não tenho palavras para demonstrar o que estou sentindo agora. É um misto de alegria e tristeza ao mesmo tempo. Não sei bem dizer o porquê, mas nunca senti algo igual. Seu sorriso é diferente dos outros que já vi. Seus olhos... Seus abraços transparecem ser meu porto-seguro. Era lá que eu deveria estar agora. Limpo as lágrimas que ainda caem de meus olhos e me levando, olhando para todos os meninos juntos. era o único que mantinha a cabeça baixa. Os outros ainda dedilhavam algumas notas o violão ou cantava trechos da música, como tema de fundo.
- Ei! – levanto seu rosto. – Preciso te dar um abraço.
- Eu preciso que você me abrace!
Seus braços se entrelaçaram em minha cintura, e eu coloquei os meus em seu pescoço, entrelaçando-os também. Minhas mãos brincavam com seu cabelo enquanto meus olhos liberavam mais algumas gotas de lágrimas, encharcando a blusa branca que ele usava. Já as suas apertavam freneticamente meu corpo contra o seu, como se não quisesse que eu saísse dali. Passamos minutos assim. Lembrei-me dos meninos e me desfiz do abraço de , indo agradecê-los por ajudar meu garoto.
- Hãn... Vamos deixar vocês conversarem. Precisam disso! – disse já se retirando dali. Os meninos foram atrás.
Passamos mais alguns minutos apenas se olhando. Ele fazia que fosse dizer alguma coisa, mas acabava por não dizer nada. Minha cabeça implorava para ele falar algo, mas meu coração me mandava dizer apenas um “obrigada!” ou até mesmo um “você é especial para mim!”.
- Eu não sei o que falar... – ele quebra o silêncio.
- Obrigada! – de súbito, o abraço.
Seus braços agarram novamente minha cintura e, dessa vez, acho que farei a coisa certa. Desvencilhando um pouco de seu abraço, mas ainda continuando nele, o beijo. Um beijo calmo, terno, que demonstra para mim quanto para ele à vontade que estávamos disso, de que esse momento chegasse logo. Nos separamos quando o nos falta ar.
- E-eu... Desculpe-me!
- Não, . Não faça isso. Eu... Te amo! – ele apoia a cabeça em meu ombro.
Sua respiração bate forte em meu pescoço, o que me faz estremecer. Quando ele volta novamente a me olhar, o abraço. Estar nos braços dele é a mesma coisa de dizer “estou protegida!”.
- , eu...
- Psiu! Não diga nada, apenas me deixa sentir protegida. – sorrio ao vê-lo sorrir também.
Ele beija o topo da minha cabeça e se senta na cadeira atrás de si, fazendo-me sentar em seu colo.
- Eu gosto de você! – quebro o silêncio que já se instalava entre nós. – Muito.
- Eu também gosto de você. Muito mais do que imagina! – sua mão brinca com a barra da blusa que eu usava.
- Será que os meninos ainda estão ai? – mudo de assunto. Sei que não vou ganhar a ‘batalha’. – Quero ficar sozinha você, mas lá dentro.
Ele gargalha alto. Deve ter levado para o lado malicioso.
- Como assim? – pergunta rindo.
- Aqui fora está frio. – explico.
- Ah. Sim! – ele me solta. Levanto. – Vem. Vou te levar para casa. Pode ser?
Balanço a cabeça. Ele se levanta e entrelaça sua mão direita na minha esquerda. Dou cambalhotas internamente com seu ato.
Em poucos minutos estou deitada em sua cama macia. Tomei um banho rápido antes disso. Agora ele está dentro do banheiro, fazendo o que eu não sei. O barulho da água do chuveiro caindo no chão pode ser ouvido. Deve estar tomando banho.
- Demorei? – ele tinha apenas uma toalha enrolada no quadril. Água pingava constantemente de seu cabelo.
- Não. Só estar demorando em fazer outra coisa.
Cinco anos depois...
- , ela não vai te deixar aqui. Para de pensar negativo. – tentava acalma-lo.
- Vai que ela pensou direito e vai me deixar igual um tolo esperando...
- Para com isso! – ele grita. - Agora arruma esse cabelo que ele já está fora do lugar de tanto que você passa a mão nele.
Os minutos se passam e o casamento de com já está atrasado por uma hora. Ele sorri ao ver uma multidão de pessoas entrarem na igreja. corre para seu lugar ao lado dele.
- Ela chegou. Agora arruma esse cabelo.
adentra na igreja com um longo vestido branco, como todos os outros. Ela não quis a calda. não gosta de calda. Seus cabelos estão soltos, apenas com algumas mechas presas com presilhas decorativas. Maquiagem leve, bem leve. Somente para disfarçar algumas imperfeições.
- , aceita como seu legitimo esposo?
- Sim! – ela sorri.
- , aceita como sua legitima esposa?
- Sim! – ele também sorri.
Isso é fofo.
- Considerem-se casados!
Todos os presentes gritam e batem palmas, coisa impossível de não acontecer.
- Te amo! – ela sussurra.
- Vaga preenchida, baby. – e deposita um beijo terno em seus lábios.
FIM