Under Stars

Escrito por Mayla dos Santos | Revisado por Natashia Kitamura

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   "And I wish I knew everything there is to know about you.
  And I want you to see just exactly what you mean to me.
  And you - you think you know me.
  I guarantee there's a lot more to see.
  And you - you don't believe it's true -
  That if I'm dreaming, I'm dreaming of you."

  Acordei naquela manhã me sentindo completamente sem rumo. Olhei para o lado esquerdo da cama, estava vazio, não tinha sido um pesadelo, ele realmente tinha ido embora. Era uma sensação tão estranha, no fundo não havia mais amor entre nós, mas foram quatro anos juntos, era estranho me ver sozinha daquele jeito. Nós não brigamos, ele simplesmente disse que estava apaixonado por outra e eu o deixei partir.
  Eu me perguntava como deixei nosso relacionamento chegar naquele ponto, um acostumado com a presença do outro, precisou uma terceira pessoa entrar em nossas vidas pra percebemos que havia morrido a paixão de antes. Olhei pela janela do meu apartamento, a mesma Los Angeles de sempre, a Califórnia também havia perdido a graça pra mim a muito tempo. No momento eu só precisava de quatro pessoas do meu lado: , , e , minhas melhores amigas, minhas irmãs de coração. Mas elas estavam tão longe, as quatro sempre quiseram morar em Londres e foram pra lá a três anos, depois de passarmos um ano morando juntas nos Estados Unidos.Eu decidi ficar, porque já estava apaixonado pelo , começamos a namorar e eu achei que seria pra sempre, então fiquei aqui. E elas nunca mais voltaram, depois que conheceram os amores de suas vidas, , , e .
  Mas agora não havia mais motivos pra continuar ali sozinha, arrumei as malas, reservei as passagens, entreguei o apartamento e parti rumo a Inglaterra. Não liguei pras meninas, elas iam levar o maior susto quando me vissem na porta delas de mala e tudo e provavelmente eu ouviria a me dar um sermão de uma hora de: Por que você não nos avisou? Mas não me importava, só queria estar com minhas amigas novamente, sabia que por maior que fosse a dor que alguma de nós sentíssemos, quando estávamos juntas, tudo era mais fácil de ser superado.
  Peguei o avião e em pouco tempo estava na chuvosa Londres. Peguei um táxi no aeroporto e fui direto pra casa das meninas. Parei em frente a porta da casa delas e vi que as luzes estavam acessas, que bom elas estavam em casa. Parei em frente a soleira da porta e ouvi risadas e muitas vozes conversando. Olhei pela janela, a cortina estava semi aberta e vi que as meninas estavam conversando animadamente com seus namorados, o som estava ligado e o clima estava super descontraído, fiquei até com dó de interromper, mas parada na porta eu não podia ficar. Toquei a campainha e vi a vindo até a porta para atender. Ela abriu a porta e me viu ali, parada e cheia de malas, o espanto nos olhos que logo se transformou em um sorriso.
  - ? Meu Deus, é você mesma?! - disse me dando um forte abraço
  Ouvi então as meninas correrem pra porta quando ouviram dizer meu apelido.
  - , não acredito que você ta aqui! - disse me abraçando
  -É ta aqui e cheia de malas! - disse sarcástica me abraçando
  - Oi , que saudades! - disse me dando mais um abraço
  As meninas me fizeram entrar e me ajudaram a carregar as malas. Depois me apresentaram pra seus namorados, eu já os conhecia pela Internet e telefone, mas pessoalmente era a primeira vez.
  Todos foram muitos simpáticos comigo, mas as meninas logo perceberam que eu não estava bem e precisava conversar. Os meninos muito educados, se despediram de suas namoradas e foram pra casa deles, que ficava na rua de trás, deixando-nos sozinhas pra conversarmos.
  - E então , o que aconteceu? - perguntou com ar preocupado
  - Eu e o terminamos.
  - Como assim? - todas perguntaram sem acreditar
  - É, ele se apaixonou por outra garota e eu deixei ele ir.
  - Eu sempre disse que o não prestava! - disse
  - , colabora ta? - disse censurando-a
  - E como você ta, ? - perguntou segurando minha mão
  - Então, isso que é mais estranho. Eu to bem eu acho, depois que ele foi embora, percebi que não havia mais sentimento entre nós, a gente apenas se acostumou em ter um ao outro.
  - Bom, menos mal então. - disse
  - A única sensação ruim que eu senti foi a solidão, porque de repente me vi sozinha nos Estados Unidos. Por isso eu vim!
  - E por que raios você não avisou que estava vindo? Nós teríamos nos preparado e até te buscado no aeroporto né! - disse com as mãos na cintura
  - Eu não pensei em nada gente, simplesmente fiz as malas e vim. Mas eu posso ir pra um hotel, sem problemas.
  - Lógico que não, né ! Jamais deixaríamos você sozinha num hotel. - disse com cara de brava.
  - É, nós sempre quisemos que você viesse moram conosco. Finalmente esse dia chegou e estamos muito feliz de ter você aqui! - disse
  - Agora será tudo como antes, nós cinco juntas! - disse sorridente.
  Então as meninas me abraçaram forte, que saudades que eu sentia delas, apesar de tudo eu estava feliz em estarmos juntas novamente. O dias foram passando e eu fui me acostumando com a maravilhosa Londres. Ainda sentia solidão as vezes, principalmente em momentos casais onde só eu estava sozinha. Uma semana depois de eu ter chegado, as meninas marcaram um passeio até a London Eye com os guys.
  - , por que você ainda ta assim de moletom? Nós vamos pra London Eye, vai se arrumar, você tem 10 minutos. - disse apontando o relógio.
- Eu não vou, .
  - Como assim você não vai? - perguntou incrédula.
- Ah, gente, não to no clima não. Vão lá se divertir, eu vou ficar aqui em casa terminado uma músicas que to compondo. Só eu e meu violão!
  Nesse mesmo instante, os guys buzinaram na porta de casa.
  - Os meninos chegaram meninas, vamos? - perguntou .
  - Você vai mesmo ficar bem, ? - perguntou .
  - Vou sim meninas, podem ir sossegadas!
  - Vamos gente, ela já disse que vai ficar bem! Meu, eu vou pra London Eye, to indo! - disse voando pela porta.
- Ela fala como se nunca tivesse ido lá, só esse ano é a terceira vez! - disse revirando os olhos.

   "And I wish that I could hold your hand,
  Feet beneath the sand.
  And I wish that I could drive you in my car
  To kiss you under stars."

  Então as meninas saíram, entraram nos carros e foram rumo a London Eye. Fiquei na sala, com a TV ligada bem baixa e tocando algumas músicas no violão. Eu adoro compor músicas e cantar, é um hobby que me faz relaxar, esquecer dos problemas. Depois de um tempo tocando, meu estomago começou a dar sinal de vida, então fui até a cozinha preparar um chocolate quente e algumas torradas.Eu estava colocando a xícara no microondas quando a campainha tocou. Achei estranho, era cedo demais pra meninas voltarem e pelo que eu me lembrava elas tinham levado a chave. Olhei pelo olho mágico e vi um rapaz , , , de olhos intensamente . Abri a porta devagar, não conhecia o garoto, então resolvi ter cautela.
  - Pois não? - eu disse ao abrir a porta
  - Ah perdão, será que eu bati na casa errada? - perguntou o garoto olhando o número da casa.
- Quem você está procurando?
  - Meus amigos , , e . Fui na casa deles, mas não tinha ninguém, daí resolvi vir aqui na casa das namoradas deles. Aqui é a casa da , , e , não é?
  - É sim. - eu disse rindo. - Eu sou amiga delas.
  - Ufa, que susto! Achei que a galera tinha se mudado e esquecido de me avisar. - ele disse com um sorriso de tirar o fôlego
  - Não, eles não se mudaram. Mas eles saíram, os oito juntos, foram pra London Eye.
  - De novo? Aposto que foi ideia da .
  - Bom, se você quiser entrar e esperar, eu não me importo.
  Abri passagem e o garoto bonito entrou na sala de casa.
  - Mas então, quem é você?
  - Ah desculpa, não me apresentei ainda. Prazer, , amigo dos meninos de longa data. - ele disse estendendo a mão pra mim.
- Prazer . Que engraçado, você é chara do Fletcher.- eu disse retribuindo o aperto de mão.
  - Pois é, sou. Mas e você quem é?
  - Sou , amiga das meninas de longa data. Se você não se importa, eu estava na cozinha preparando algo pra comer.
  - Ah claro que não, fique à vontade.
  Voltei pra cozinha e ele me seguiu. Continuei fazendo meu lanche e ofereci a ele, mas ele não aceitou. Então sentei na mesa da cozinha pra comer e começamos a conversar.
  - Então, você está de férias aqui em Londres?
- Não, na verdade eu vim pra ficar, pra morar com as meninas. Eu morava nos Estados Unidos e desde que as meninas vieram pra cá queriam que eu viesse também, mas eu acabei ficando em Los Angeles, porque...
  Parei a frase, como se lembrasse de repente do motivo que me trouxe a Londres.
  - Por quê? - perguntou curioso
  - Deixa pra lá, não vale a pena.
  - Ah entendi, tem a haver com algum cara, né? Toda vez que vocês mulheres dizem que não vale a pena, tem homem no meio.
  - Nossa, você é entendido sobre mulheres assim? Coitada da sua namorada. - falei rindo
  - Eu não tenho namorada. E você, tem um namorado?
  Respirei fundo. Será que eu estava preparada pra falar sobre o ?
  - Eu tinha, um namorado de quatro anos.
  - Ele era o motivo pra você ficar em L.A.?
  - Ele era o único motivo pra eu estar lá.
  - E o que ele fez?
  - Se apaixonou por outra.
  - Tendo você como namorada? Que cara idiota.
  - Tudo bem, não havia mais amor entre nós, era apenas costume de ter alguém sabe? Foi melhor assim.
  - Se foi melhor, por que você ainda chora? - disse apontando para os meus olhos vermelhos
  - Solidão machuca. - eu disse levantando da mesa e colocando o prato na pia

  "And I want you to be, everything that you deserve to be.
  And if I close my eyes, then I can see you perfectly."

  Segui para sala e veio comigo. Sentei no sofá e aumentei o volume da TV. Ele sentou no outro sofá, onde estava meu violão e o pegou.
  - É seu? - ele perguntou dedilhando no violão
  - Sim, meu velho companheiro.
  Ele olhou para as letras de música espalhadas no chão.
  - Você compõe? - perguntou pegando uma das letras
  - Sim, componho, toco violão e canto. Por que, você gosta de música?
  - Adoro, eu também componho, toco violão e tento cantar. - disse rindo
  Ele começou a tocar uma música suave, romântica. Pus a TV no mudo e fiquei ouvindo ele tocar e cantar, aquela voz linda, aquele sotaque , por um momento nem lembrei o que era solidão. Passadas algumas horas, as meninas voltaram da London Eye junto com os garotos.
  - Nossa, olha só quem está aqui, ! - disse entrando primeiro com
  Em seguida todos os outros entraram pela porta.
  - , meu chara, como vai? Vejo que já conheceu a .
  - É, eu vim procurar vocês e como não estavam, resolvi esperar. Ficamos aqui conversando.
  Tivemos uma noite muito agradável, pedimos pizza e conversamos até tarde. Depois os garotos foram embora, inclusive que morava não muito longe dali.
  - E então, você e o se deram bem hein? - disse com malicia
  - Nós apenas conversamos .
  - Eu também comecei conversando com o sabe.
  - Mas a sua mente é muito pervertida mesmo, - disse.
- Nem vem que a tarada do grupo é você! - falou e caiu na gargalhada
  - Ai gente, só vocês pra fazerem piada de tudo. Mas nada a ver, eu e o ficamos só conversando mesmo, até contei pra ele sobre o .

  "And I - I don't know where to go.
  I wrote a song just to let you know
  That we - we could be together.
  I'll hold you forever."

  As meninas ficaram surpresas de eu ter falado para o sobre o , já que eu quase não tocava no assunto. Mas eu me senti tão a vontade conversando com ele, senti uma segurança, uma paz que a tempos não sentia. Confesso que fui dormir pensando naqueles olhos . O tempo foi passando e eu me sentia cada vez mais em casa em Londres.  se tornou presença constante em nossa casa e em nossos passeios. Eu que no inicio mal queria sair, acabava indo pra tudo que é canto a pedido dele, ele estava sempre me fazendo sorrir, me colocando pra cima, tornando meus dias mais bonitos. Nunca ninguém teve tanta paciência comigo como , ele estava lá fosse pra rir comigo ou pra enxugar minhas lágrimas, ele estava lá quando a noite chegava e quando o dia amanhecia. Mas eu tinha muito medo, um dia eu acreditei que seria pra sempre com o e não foi, como eu poderia ter certeza que dessa vez ia durar? Até então eram apenas pensamentos que passavam pela minha cabeça, nunca deixou de ser um cavalheiro, nunca me beijou ou me agarrou, ele estava apenas ali do meu lado, esperando a chance dele.

   "And I wish that I could hold your hand,
  Feet beneath the sand.
  I wish that I could drive you in my car
  To kiss you under stars."

  Num fim de semana resolvemos ir todos para a praia, colocamos as coisas no carro e partimos. Eu fui no carro conversível de , ele estava tão lindo naquela manhã, de calça jeans cinza, uma camisa também cinza clara, um casaco bem fino por cima e um chapéu da mesma cor da calça. A estrada passava por nós e bagunçava meus cabelos, riamos e cantávamos ao som do rádio, as vezes me parecia apenas um sonho. Chegamos na praia, o dia estava lindo, o sol brilhava como nunca, tudo mundo estava se divertindo. Tirei minha sandália rasteira e fui caminhar na areia, o vento fazia meu vestido lilás colar no corpo, logo senti a água do mar beijar meus pés. Eu estava caminhando sozinha, enquanto as meninas namoravam os garotos, acabei me esquecendo que assim como eu, também fazia parte da ala solteira do grupo. Então me sentei na areia e fiquei observando o horizonte. Alguns minutos depois senti alguém sentar do meu lado acompanhado de um violão.
  - Me largou sozinho no meio daqueles casais! - disse fazendo cara de bravo.
- Não é tão ruim assim, eles são nossos amigos.
  - Olha eu não sei quanto a você, mas eu não gosto de ficar vendo eles se agarrarem não. - disse rindo e me fazendo rir com ele.
Ficamos algum tempo em silêncio, quando resolveu falar.
  - Hey, acorda mocinha! - disse rindo e colocando seu chapéu em minha cabeça.
- Estou bem acordada. - eu disse rindo segurando o chapéu.
- E então, já fazem três meses que você está em Londres. Como se sente?
  - Londres já se tornou minha casa, eu amo esse lugar e estar entre amigos torna tudo mais fácil.
  - Você sabe que não estou falando disso, . Estou falando do seu coração.
  - Eu não sinto mais dor, nem solidão, acho que a ferida se fechou.
  - E será que está pronta pra abrir seu coração novamente? - Desviei o olhar do horizonte e encarei seus lindos olhos .
  - Eu não sei, eu tenho medo sabe. Ele disse que estaria pra sempre comigo e me deixou.
  - Ele perdeu a chance dele, ele não soube dar valor a mulher que você é.
  Fiquei pensativa por um instante, a vida estava me dando uma segunda chance.
  - Escuta essa música.- ele disse arrumando o violão e começando a tocar cantou uma música pra mim sobre amor, a canção mais bela que já ouvi em toda minha vida.
  - Meu Deus , que música linda!
  - Eu fiz pra você. Pra fazer você ver que eu estarei sempre aqui, que você pode confiar em tudo que digo, porque não há outro lugar no mundo que eu gostaria de estar a não ser ao seu lado.  afastou o violão e passou a mão esquerda eu meu rosto, fechei os olhos por um momento, há muito tempo eu não me sentia tão segura, tão feliz.
  - Eu amo você, ! - disse me fazendo abrir os olhos
  - Também amo você, !
  Então ele me beijou, foi como voltar a viver e naquele instante eu soube que ninguém mais no mundo poderia me fazer feliz, a ser não ele. Voltamos pra perto de nossos amigos de mãos dadas, o que fez eles comemorem muito. As meninas ficaram tão felizes por mim, especialmente a que segunda ela, não aguentava mais me ver na fossa. A noite fizemos um luau, com direito a fogueira e roda de violão. Passei a noite debaixo das estrelas lembrando como era bom ser amada. Depois voltamos pra casa e cada um foi curtir seu amor, eu fui pra casa de . Na manhã seguinte quando o sol tocou meu rosto, eu despertei, mas fiquei com medo de abrir os olhos e ver que tudo não passara de um sonho. Abri os olhos devagar, olhei pro lado esquerdo da cama e lá estava ele, meu , meu amor. Sorri ao vê-lo dormir serenamente e toquei seu rosto com a ponto dos dedos, o que o fez despertar.
  - Seu toque, é tudo que eu desejava sentir. - ele disse abrindo os olhos
  - Você vai estar aqui todas as manhãs que eu acordar?
  - Vou, eu vou segurar você pra sempre em meus braços. Ele se aproximou de mim e sussurrou em meu ouvido.
  - Eu amo você pra todo sempre!
  - Também amo você sempre e pra sempre! Fechei os olhos e senti seu beijou cheio de calor. Estou feliz, ele me faz muito feliz e eu nunca mais tive motivos pra chorar. Hoje eu sei que haja o que houver estará lá segurando minha mão e nós caminharemos juntos sob as estrelas.

  "And I wish that I could hold your hand,
  Feet beneath the sand.
  And I wish that I could feel your touch,
  I think about you so much."



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