True Love

Escrito por Luana | Revisado por Bella

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  No momento eu estou me arrumando para um dia não tão banal assim. Afinal não é todo dia que você casa né. Muito menos com o traste... ops, amor da sua vida. Vamos as apresentações meu nome é , tenho 25 anos e trabalho no escritório de administração do meu pai, apesar de estar com o meu próprio escritório quase pronto. Mas foi lá, que eu conheci o ... Sim, meu traste preferido.

  (Flashback On)

  Estava preenchendo algumas papeladas quando alguém entra em minha sala, sem nem pedir licença.
  - Bom dia senhor educação, às vezes ainda se bate na porta de salas alheias hein?
  - Não estou para brincadeiras hoje , oh majestosa sou a filhinha do papai, o dono da empresa. - entra na sala quase rosnando.
  - Já disse que eu tenho nome seu idiota. - disse totalmente sem paciência.
  - Tanto faz, quem te deu autorização pra mexer num relatório que estava sob minha responsabilidade? - continuou rosnando e eu ri. - Ótimo, tem algum palhaço aqui?
  - Bem, na verdade...
  - Nem continue com a gracinha , quero saber quem te deu autorização, pode falar.
  - Agora eu tenho nome? - ri mais uma vez, tenho que confessar que era muito divertido ver ele estressado. - Eu tomei a liberdade de consertar seu relatório que estava com alguns erros, diga-se de passagem.
  - Eu mesmo ia consertá-los! Minha secretária que fez aquelas besteiras. E você hein? Só porque é filha do todo poderoso dessa empresa acha que pode fazer isso? As vezes acho que você faz isso só pra me provocar... só pode. - falou enquanto eu dava uma risada histérica.
  - Me poupe , só pra te provocar? Você deveria começar a abaixar esse seu ego que está um pouco alto meu caro amigo. - dei meu melhor sorriso cínico.
  - Ah é? - veio se aproximando cada vez mais até estar a menos que um centímetro do meu corpo e eu sinceramente não sei por que raios minhas pernas tremiam e minhas mãos começaram a soar, fora meu coração que parecia estar sambando. - Vamos ver se eu realmente terei que abaixar meu ego que diz que você está louca pra que isso aconteça.
  Dito isso ele me beijou, sim aquele louco me beijou. E sabe aquelas sensações que eu mencionei? Pois bem, elas triplicaram. No momento eu não estava nem aí se alguém poderia nos pegar no flagra e sim, na sensação da boca de na minha e das nossas línguas travando uma verdadeira guerra.

  (Flashback Off)

  Depois daquele dia, continuamos nos pegando as escondidas. Na empresa havia uma regra que funcionários não poderiam se relacionar. Mas digamos que essa regra eu e o não fazíamos questão de cumprir. Numa sexta, ele me ligou pedindo que eu o encontrasse num pub.

  (Flashback On)

  Estava dançando ao som de alguma música do Pitbull quando sinto alguém pegar na minha cintura, e só pelo perfume já reconheci quem era.
  - Tava faltando pano onde você comprou esse vestido? Além disso, eu pedi pra você me esperar sentadinha, não dançando pra chamar atenção de todos esses filhos da puta. - disse enquanto eu me segurava pra não rir.
  - Own, o brutamontes está com ciúme dessa pobre donzela aqui? Que estava apenas tentando se divertir já que um infeliz a deixou esperando por vinte minutos. - eu disse furiosa.
  - Desculpe-me, oh pobre donzela! - ele falou enquanto ria... idiota! - Peguei um pouco de trânsito pra chegar até aqui, mas te chamei pra dar uma notícia.
  - Então diga.
  - Vou sair da empresa do seu pai. - arregalei os olhos na mesma hora.
  - Como assim? E pra onde você vai? - não queria demonstrar mas tinha ficado um pouco chateada com essa notícia, tinha me acostumado a ver esse infeliz todo dia.
  - Uma empresa nova, na verdade já existe em outros países e precisavam de uma filial aqui.
  - Hm, o salário deve ser bem maior, você disse que adorava trabalhar na empresa do meu pai.
  - E adoro, mas lá tem uma filhinha de papai que está caidinha por mim, queria dar a ela essa chance de poder sair comigo sem ser as escondidas. - ele disse segurando o riso enquanto eu dava uma gargalhada.
  - Coitada, imagina que chato ter que sair com você em público... - falei me sentindo um pouco idiota por estar tão feliz por ele estar trocando de emprego por mim, mesmo não admitindo.
  - Aposto que essa coitada estava doida pra mostrar que ta pegando o garanhão aqui. Inclusive ainda nem nos cumprimentamos da forma correta... - me roubou um desses beijos dele que me fazem perder o ar. - Pode comemorar, isso pode ser considerado um pedido de namoro no estilo . Inclusive agora que você é minha... hm... namorada, porra como é estranho falar isso... - ele falou pra ele mesmo - enfim, pode tratar de comprar vestidos maiores. - eu gargalhei.
  - Vai sonhando , já ter que te aturar é muito, não peça mais. - disse isso enquanto sentia que flutuava, odeio assumir que estava apaixonada por essa praga.

  (Flashback Off)

  Entre tapas e beijos, estamos juntos há 4 anos e apesar de implicarmos um com o outro quase todo o momento, eram raras as brigas realmente sérias. O máximo de tempo que ficamos separados foram 3 semanas, três intermináveis semanas. Eu odeio admitir, inclusive pra mim mesma, que eu sentia falta dele e odeio que isso soe tão clichê mas parecia que faltava uma parte de mim. E eu achava que nunca íamos nos resolver, porque sabe uma pessoa totalmente cabeça dura? Certo. Agora imagine duas pessoas desse jeito? Sim, éramos eu e ele. Sorte que tivemos uma ajudinha...

  (Flashback On)

  Estava entrando no carro da Thais, pra ir pra festa de aniversário dela, o único lugar que eu aceitei ir em três semanas, depois do tempo que eu e resolvemos dar.
  - , não quero te ver com essa carinha... animação garota! - ela gritou - E você ainda diz que não era tão apaixonada assim pelo hein, eu sabia...
  - Quem disse que eu to mal pelo ? - a interrompi. - Aliás quem te disse que eu to mal?
  - , você pode enganar todo mundo menos a sua melhor amiga. - falou enquanto piscava pra mim. - Pronto, chegamos. - Estranhei pois essa não era a casa da , nem da Bella, nem de nenhuma das nossas amigas, era a casa do...
  - , o que estamos fazendo na frente da casa do Rick? Você disse que seria uma festa só pra garotas! Perai, você não convidou o....
  - Calma ! - ela riu! a filha da mãe ainda ri! - O Rick ta viajando dai ele pediu pra dar uma olhada na casa dele, dai achei uma boa fazer a festa aqui, agora será que você pode descer do carro? - suspirei aliviada e desci.
  Chegando lá, a Thais avisou que pegar uma coisa que esqueceu dentro do carro, saiu e fechou a porta, não entendi patavinas mas resolvi ir na cozinha e ver se tinha algo já pronto, tinha saído correndo do trabalho, não deu tempo de fazer um lanchinho.
  - ? - Respirei fundo e não acreditei que era mesmo aquela voz que eu sentia tanta saudades e finalmente estava ouvido de novo.
  - ? O que você ta fazendo aqui? Mas... mas... A Thais d-disse q-que... - só era o que me faltava demonstrar nervosismo na frente desse imbecil.
  - Calma bonequinha, não sabia que você tava gaga agora. - ele sabia o quanto eu detestava quando ele me chamava assim, essa praga ama me provocar.
  - Gaga sua... - o celular de nós dois vibrou, ele olhou a mensagem na hora, riu e balançou a cabeça, deve ser alguma das milhares de putas que ele deve ter pego nessas semanas. Peguei o celular e vi que era uma mensagem da , talvez seria uma explicação pra essa papagaiada toda, então li: "Oi pombinhos! Eu sei que no momento vocês devem estar querendo matar a mim e o Rick, mas aí vocês vão ter que matar todos os seus amigos também, isso mesmo todos nós armamos isso. Não agüentávamos mais ver a Cecilia chorar escondida, nem ver o enfiado num quarto e se chamando de idiota, toda hora. Então vocês tem hoje e o fim de semana pra se acertar e fazer da casa do Rick, o ninho de reconciliação de vocês, mas depois limpem qualquer rastros pois ainda é o meu ninho de amor com o Rick hein? Deixo vocês agradecerem depois. Xoxo, ." - Filha da puta! - falei sem pensar.
  - Quer dizer que você andou chorando pelos cantos? - ele disse segurando um riso.
  - Quer dizer que você ficou trancafiado no quarto e assumiu que você é mesmo um idiota? - rebati e sorri cínica.
  - Certo, vamos fazer um acordo, eu assumo que fui um pouco idiota na nossa briga, por ter usado minha ex pra te fazer ciúme e você assume que descontou sua tpm em mim e que não deveria ter falado que sua melhor transa não foi comigo, quando nós sabemos que foi. - não acredito que de tudo que nós falamos, ele ficou chateado por isso... mas é um imbecil. Além de convencido, tudo bem que minha melhor transa foi realmente com ele mas ele não precisava se achar tanto né.
  - Digamos que hipoteticamente eu aceite seu acordo mas apresente uma condição... - ele me olhou parecendo estar ansioso - você vai ter que dizer sempre o quanto eu sou melhor que sua ex e o mais importante: se chamar de idiota mais vezes e na minha frente. - ele gargalhou e eu sorri como se dissesse que esse era um sinal pra ele me beijar logo e eu acabar com essa saudade infeliz. E ele fez isso, me fazendo sentir aquelas sensações que só ele me proporcionava.
  - Agora mais uma coisa... - ele quebrou o beijo pra falar - acho que deveríamos ir logo pro quarto, quero fazer você dizer ou melhor gemer no meu ouvido que as suas melhores transas sempre são e serão comigo. - me pegou no colo enquanto me beijava mais uma vez e me levou pro primeiro quarto que apareceu na nossa frente.

  (Flashback Off)

  Mas voltando ao meu casamento, não que eu não esteja animada, pelo contrário eu odeio tanto aquele imbecil e odeio mais o fato de não conseguir viver sem ele. Talvez seja por isso que eu aceitei seu pedido de casamento tão sem pé, muito menos cabeça.

  (Flashback On)

  Estávamos num restaurante incrivelmente deslumbrante, enquanto parecia que o aquecimento global estava concentrado apenas em .
  - Que calor é esse que você ta sentindo?
  - Olha, não enche. E-eu... eu não sei c-como te falar isso... - Desde que eu me encontrei com ele hoje ele estava assim, minha cabeça imaginava mil coisas e nenhuma delas era boa. - Porra... É... Presta atenção , e-eu...
  - , se você quer terminar comigo não enrola. - disse séria.
  - O QUÊ? - ele gritou e todos do restaurante olharam pra nós - Não sua retardada, deixa eu terminar... Agora esqueci tudo que eu ia dizer, puta merda... eu queria tentar ser gentil mas você nem me deixa falar... Amigão! Pode vir! - ele chamou o garçom que me entregou a conta, olhei sem acreditar pro filho da puta do meu namorado, ou agora ex.
  - Além de você me dar um pé na bunda eu ainda vou ter que pagar a conta, é isso? Não precisa enrolar, eu mesma termino com você. - eu disse já morrendo de raiva.
  - Dá pra você tentar abrir a porra do papel? - não tava acreditando que esse imbecil ia terminar comigo por um papel, só podia estar querendo me humilhar mesmo mas abri, tentando não mostrar como minhas mãos tremiam. Porém quando abri, eu não acreditei no que eu li, não acreditei que pensei que ele ia terminar comigo quando no papel dizia: "Eu realmente queria ser um cavalheiro mas se eu recorri a esse plano B, quer dizer que você como sempre não me deixou falar... Cecilia Gonçalves, você pode me conceder a honra de te aturar até o fim dos meus dias? Prometendo não me matar ate ter no mínimo netos, não me maltratar, não fazer jejum de sexo e principalmente não largar esse bruto que apesar de ser assim, só queria tentar pedir a mulher da vida dele em casamento, a mulher que ele não consegue - felizmente ou infelizmente - viver sem?"- então eu sorri, vendo ele relaxar totalmente na cadeira e sorrir também.
  - Você acha que não ta querendo demais não? - falei, vendo ele ficar tenso novamente - Casar com você eu até caso, mas não conseguir te matar é muito... Aliás quem disse que eu quero ter filhos com você? Sem filhos não há netos não é mesmo? - debochei - Mas confesso que estou surpresa, não é que o brutamontes... - então ele não me deixou continuar e me beijou, pra variar.

  (Flashback Off)

  E lá estava eu, entrando na igreja, só conseguindo enxergar o e toda sua infeliz aparência extremamente maravilhosa. Assim que meu pai soltou minha mão, me posicionei ao lado dele, e claro que ele não ia perder tempo e falar uma gracinha no meu ouvido.
  - Agora não pode mais desistir não é? Estou ferrado. - ele cochichou.
  - Você não é maluco garoto, você não é maluco. - cochichei de volta e ele riu baixo.
  O padre falou todas aquelas coisas que deixam todos os presentes morrendo de sono. E na parte do famoso "Você fulano aceita se casar com cliclano e blá blá blá..." Ele respondeu com um "fazer o que né" e eu com um "já que não tem jeito", o padre ficou assustado enquanto a igreja toda ria. Passando toda a parte da cerimônia religiosa, foi a hora da festa. Eu e o não agüentávamos mais ter que fazer sala para todos os convidados e já queríamos ir pra nossa comemoração particular, se é que vocês me entendem.
  - A gente pode ir agora? - repetia isso a cada dois minutos parecendo uma criança.
  - Calma menino apressado. - eu ri - Só vou falar com minha mãe e... - procurei minha mãe pelo salão mas acabei encontrando as amiguinhas da época da faculdade do , olhando pra gente. - Será que nem com uma porra de uma aliança no seu dedo, essas meninas param de te secar? - falei quase rosnando de raiva, e ele riu.
  - Calma menina ciumenta, logo logo elas acostumam que infelizmente o aqui está amarrado até no papel, se bem que eu já ouvi falar que as mulheres preferem os casados... Não posso te garantir nada. - ele disse pra me provocar.
  - Será que elas preferem os decapados também, próxima piadinha que você fizer você entra nesse time...
  - Imagina amorzinho, to muito feliz sendo assim, agora será que podemos sair logo daqui? - eu ri e assenti, então nos despedimos dos nossos pais e saímos de fininho.

  Com uma meia hora chegamos no hotel que havíamos alugado pra passar nossa noite de núpcias, nem acreditei quando ele me carregou até chegarmos a porta do quarto, quem não conhecesse até podia pensar que ele era um verdadeiro cavalheiro. Depois disso o idiota me jogou na cama e foi ligar o rádio dizendo que ia fazer um verdadeiro show de strip-tease pra me deixar enlouquecida por ele - se é possível ser mais do que eu já sou, mas isso eu não diria a ele, óbvio. - Porém estava tocando uma música que eu e ele conhecíamos muito bem...
  - At the same time I wanna hug you, I wanna wrap my hands around your neck... - ele cantarolou sorrindo enquanto se aproximava de mim.
  - You're an asshole, but I love you, and you make me so mad I ask myself... - eu continuei.
  - Why I'm still here, or where could I go? You're the only love I've ever known. - não pude deixar de sorrir quando ele cantou essa parte.
  - But I hate you. I really hate you. So much, I think it must be... - cantei e depois nós sorrimos um pro outro e continuamos - True love, true love, it must be true love... - dai ele pra variar, interrompeu "nossa performance" pra me beijar. Eu já disse pra vocês o quanto eu odeio quando ele faz isso? Não disse? É porque, honestamente, eu realmente não odeio. E incrível como eu tinha cada vez mais certeza de que se eu tivesse que passar o resto da minha vida com alguém, seria com esse idiota e a cada dia eu tinha mais certeza que ele queria o mesmo.

Fim.



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