Transylvania III – They
Escrito por Beezus | Revisado por Natashia Kitamura
01
Quando resolvera ir para a Bulgária, quando resolvera segui-la, sabia do risco que estaria correndo, mas ele não tinha medo. sempre fora um homem seguro, talvez suas escolhas não fossem sempre as mais inteligentes ou as mais bem planejadas... Ele era assim, impulsivo, extremo, não temia ao perigo.
Ela, no entanto, mesmo com todas as histórias que corriam com seu nome, apesar de ser chamada dos mais humilhantes "apelidos", não era de tudo o que diziam. Ela não era esse mostro, não era alguém tão ruim. No fundo, tudo o que ela queria era mudar. Esquecer o que já foi ou fez, talvez tentar outra vida em outro lugar. Mas não importava aonde ia ou o que fizesse para mudar sua imagem, ela nunca era totalmente aceita.
Ele não se sentia mal por descumprir a promessa que fez à seu avô. De tudo, achava que seu avô também sabia que ele não cumpriria com a palavra, ele iria atrás dela. Foi impossível resistir. Por tudo o que já ouvira, por todas aquelas histórias, não teve como ficar longe, precisava conhecê-la. E ele estava certo, ela não era tudo o que diziam, não completamente. Nela, ele pode ver todo o perigo, mas também pode ver rendição. A maneira como se sentia suja ao usar seu "antigo" sobrenome, o qual era conhecida, Boleyn. E exatamente por isso, ele sentia que não podia se afastar, ele tinha que conhecê-la, conhecer o mistério que a cercava, ele precisava estar com ela.
nunca conseguiu entender muito bem seus sentimentos, sempre fora assim. Ela simplesmente não conseguia decifrar o que sentia. Se um dia acordasse feliz, não saberia explicar o porquê, apenas diria que estava feliz. Se por um momento essa felicidade se transformasse em raiva, não teria uma razão especifica, apenas estaria com raiva. Era sempre assim, talvez por isso sempre fora tão fácil matar e não sentir remorso.
Confusa, era como estava sua cabeça no momento, e havia um culpado para isso, . Ela não entendia o que sentia em relação à , mas de uma coisa ela sabia; ele a intrigava. O que o fazia ter tanta segurança, da maneira como a tratava, de como a desafiava. Na noite passada ele desafiou que ela o matasse. E por mais engraçado que isso possa soar, ela não o fez. O porquê disso? Ela não fazia a mínima ideia, apenas sabia que deveria deixa-lo vivo. Mal sabia ela que esse seria o maior erro de sua vida.
02
FLASHBACK ON
- Mama, por que eu devo ficar presa nessa torre? Por que não posso sair como as outras crianças do povoado? - Aquela doce criança de cabelos negros como a escuridão e olhos tão grandes e claros como um feche de luz da lua, estava mais triste quanto de costume.
- Já lhe expliquei sobre isso . Você não é como as outras crianças, você é especial. - Sua mãe lhe penteava os cabelos como fazia todas as manhãs quando ia visita-la na imensa torre que ficava escondida ao sul da mais espessa floresta. - E convenhamos que você não precisa ficar com as outras crianças, você tem tudo aqui. Tudo o que as outras crianças mais querem você tem. - a mulher sorriu. - É herdeira de uma imensa fortuna.
- Eu não quero uma fortuna. - Houve uma mínima elevação de voz da criança que logo foi cessada por um olhar crucial da mais velha.
- Oras, o que queres então? - A mulher não entendia a vontade da filha de sair daquela torre e conhecer o mundo lá embaixo que a cercavam.
- Quero ir a Preslav e a igreja. Quero correr no bosque como vejo daqui de cima... Por que não posso ir pra casa? - A menina já chorava.
- Esta é sua casa. É para sua segurança. - Gritou sua mãe. - Vista-se, sua irmã virá mais tarde.
- Não gosto de Elisabeth... Ele bate em mim. - A mulher riu de desdém.
- Será que viver presa aqui não lhe ensinou nada? Será que eu não lhe ensinei nada? Se ela te bate, bata mais forte. Se ela gritar, grite mais alto... - Ela segurava seu queixo tão forte que sentia que podia quebrá-lo. - Seja forte , se você não for a raposa será o coelho. E eu não criei uma filha para ser a caça e sim a caçadora. - Dizendo essas palavras ela se foi.
FLASHBACK OFF
*Preslav: escola ficticia
balançou a cabeça tentando afastar as lembranças. Seus olhos brilhavam com o acumulo de algumas lágrimas, ela piscou forte algumas vezes até que elas sumissem.
Ela se lembrava desse dia, se lembrava de cada palavra de sua mãe. Mãe. Sempre achou engraçado o fato de chamá-la assim. Para ela esse era apenas um titulo, pois aquela mulher nunca se dignou a ser mãe. Anne Boleyn sempre fora assim, fria, cruel, egocêntrica, alguém que se importava apenas com o seu titulo de marquesa. Trancou-a em uma torre por dezoito anos, dizendo que era para o seu bem. Mentira. Anne Boleyn só se importava consigo mesma, era apenas para seu próprio bem. Escondeu do mundo, a proibiu de ter uma vida, e depois condenou-a com um a desgraça que ela carrega até hoje. Odiava aquela mulher, a odiava mais que tudo. O castigo que a deram foi pouco perto do que teria feita a ela.
Pelo menos que uma coisa essa lembrança fizera bem, sabia o que fazer agora. Ela não era como os outros, ela era melhor e muito mais perigosa do que os outros. Ela era uma caçadora. Se achava que a intimidava, muito enganado estava ele. Homem algum a dominava, e ela iria mostrar isso.

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