Transylvania II – Meeting

Escrito por Beezus | Revisado por Natashia Kitamura

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01.

  FLASHBACK
  - Então é isso que você faz com quem entra em seu caminho... Boleyn.
  - Mas o que...
  FLASHBACK OFF


  Não só a confusão, mas como também o medo pairavam em sua cabeça. Afinal de contas, há anos não a chamavam assim, há anos não existia alguém que sequer lembrasse esse nome.
  - Eu não sei do que você esta falando. - se fez de desentendida.
  - Ah, você sabe exatamente do que eu estou falando, não é mesmo Boleyn. - ele disse com tamanha prepotência.
  - É agora.
  - Ah, ? Que interessante, anda falsificando sua identidade? Pensei que o seu sobrenome fosse sua marca registrada... Igualzinho à sua mãe...
  - Chega! - ela gritou. - Quem você pensa que é afinal? Você não sabe nada de mim ou da minha vida.
  - Eu sei o bastante pra alertar a todos dessa cidade sobre o quão perigosa você é Boleyn.
  Por que ele ainda insistia em chama-la assim? Já dissera que era agora.
  Para todos, e também para ela, Boleyn havia morrido.
  - Já lhe disse que não me chamo mais assim.
  - E eu posso lhe perguntar o porquê?
  - Não sabe tanto sobre mim? Então imagino que deva saber o porquê. - ela sorriu irônica, virando ás costas para se retirar dali.
  - Tão prepotente quanto sua mãe. - no momento em que ouvira essas palavras congelara.
  - Quem é você afinal? - perguntou.
  - . . Prazer! - ele sorriu estendendo-lhe a mão.

02.

  - Ótimo então, senhor . Posso lhe perguntar como sabe tanto de minha vida?
  - Digamos que eu leio bastante. - disse abaixando sua mãe que antes estava estendida.
  - E como tem conhecimento destes livros?
  - Ora senhorita Boleyn... - parou quando percebeu a mortalidade do olhar que recebera. - Desculpe-me, senhorita . Por que não tomamos uma bebida e eu lhe explico melhor. - sorriu galanteador.
  - E por que eu deveria ir?
  - Porque você quer ir, ou simplesmente está curiosa. - ela levantou as sobrancelhas. - Vamos, conheço um ótimo bar por aqui.
  - E por que acha que eu frequento esses tipos de lugares? - o homem riu de desdém.
  - Porque você frequenta.


  - Um uísque, por favor. - ele pediu. - O que você bebe? - perguntou virando-se para a moça.
  - Uma dose da sua melhor garrafa de vodca. - ela sorriu debochada. - Então, vamos pular para parte onde você me conta como tem conhecimento sobre mim?
  - Senhorita , há exatamente cinquenta anos atrás você conheceu um homem. - ele disse, e ela apenas o ouvia. - Esse homem era meu avô.
  Como um clarão de luz estivesse iluminado o lugar, arregalou os olhos com tal revelação.
  Havia somente um homem o qual soubera da sua verdadeira identidade que ela poupara a vida.
  - Frederick. - ela disse fazendo o homem a sua frente sorrir.


  FLASHBACK
  - E por que matar suas vítimas? - o belo homem a sua frente perguntou.
  - Eu não sei, porque é divertido, talvez! - ela sorriu maléfica.
  - Você não sente remorso de tantas vidas que tirou, de tantas pessoas que já fez sofrer?
  - Não!
  - Me recuso a acreditar que não haja uma gota de bondade em você.
  - Você está certo, talvez houvesse uma gota de bondade em mim. Mas acontece que essa gota secou.
  - O que a fez secar?
  - A vida...
  - Se você já sofreu tanto, por que faz o mesmo com esses homens? Por que os mata? - ele insistiu.
  - Se você não os mata, eles contam o seu segredo. Esse é o preço da traição. - ela deixou bem claro que está frase se encaixava a ele.
  - Eu não contarei o seu segredo. Nunca!
  FLASHBACK OFF

03

  - Diga-me que seu avô ainda está vivo?
  - Ele morreu há alguns anos... - abaixou a cabeça. - Você o mataria? - sua pergunta era quase um sussurro, mas já sabia a resposta.
  - Mas é claro! Eu o salvei! E em troca ele faz uma geração com minha história?
  - Ele queria me alertar dos perigos... Ele não queria que eu te encontrasse...
  - Bom saber que você não respeitou essa memória.
  - Eu tive curiosidade. - ele disse virando seu copo.
  - Então você rastreia a minha vida?
  - Eu costumava rastrear, mas me perdi de você há algum tempo pelos lados de Chicago. - ela sorriu, provavelmente se lembrando da cidade. - Digamos que eu tive sorte.
  - Digamos que você teve muito, muito azar. - o homem sorriu.
  - Eu não vejo as coisas por esse lado.
  - O único lado que eu vejo é o que você morre. - ela debochou.
  - Eu não tenho medo da morte... - encheu novamente seu copo. - Ou de você...
  - Pois deveria ter... - ela tirou o vidro de suas mãos o tomando. - Ou o seu avô andou cortando certas partes da história?
  - Não, pelo contrário. Ele me contou partes que certamente até você não saberia.


  FLASHBACK
  - Acredite em mim quando digo, filho. Não há nada mais perigoso no mundo do que uma mulher magoada.
  Estava em seu quarto naquela noite fria como todas as outras. Seu avô já subira para lhe contar mais uma de suas fantasias, ou pelo menos achava que eram.
  - Mas vovô, como eu posso não magoá-las? - o pequeno perguntou.
  - Esta meu filho, é uma pergunta a qual ainda estão procurando por respostas.
  FLASHBACK OFF

04

  - Ele disse isso de mim? - ela disse por um fio.
  - Com todas as palavras.
  - E você acreditou? - mas logo se recompôs.
  - Em todas as palavras. - ela continuava sorrindo.
  - Então você é um tolo! - ele a olhou, confuso. - Um tolo por acreditar e um tolo por vir atrás de mim... Acha mesmo que eu pouparia a sua vida como fiz com o seu avô? - ele tentou responder, mas foi interrompido. - Seu avô foi um erro, e acredite, eu não costumo repeti-los.
  - Tudo bem então. Estamos aqui, eu e você... – ele se aproximou da mulher. - Me mata. - disse confiante.
  - Agora? - ela quase gaguejou.
  - Sim, aqui e agora. Vamos lá, me mata.
   de nada respondeu, apenas levantou-se de onde estava e saiu pela porta do bar.
   nada fez, apenas ficou a assistindo ir embora com um sorriso no rosto e terminando sua bebida.
  De uma coisa ele tinha certeza. Ele a veria de novo.

FIM



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