Together Forever
Escrito por Wislene Araujo | Revisado por Mariana
"Não há outra forma, não há..."
Eu tentava me convencer mentalmente.
"Terei que ir até lá ou então minha vida estará acabada."
Fecho a mala e desço as escadas, apago todas e luzes e fecho todas as portas da casa.
Me sinto mal por não dizer aos meus pais, mas eles estão no Japão, e se soubessem viriam para casa imediatamente e me atrapalharia.
Abro a porta já avistando táxi que eu havia chamado, para minha sorte todas as casas vizinhas estavam fechadas e nenhum vizinho me veria sair.
Corro pelo saguão do aeroporto e olho a tela de embarque e para meu azar o avião já havia saído, por sorte eu ainda não havia comprado passagens. O próximo voo para o destino que eu vou será as 09:00 am e ainda são exatamente 01:00 am o que significa que terei que esperar amanhecer aqui, porque se eu for para casa é capaz que eu perca o voo novamente.
09:00 am
Meu celular toca, olho o visor e o nome da pessoa que me liga é , minha prima e melhor amiga.
- Onde você está que eu já bati na sua porta e você não abre? Vamos nos atrasar para aula - Ouço sua voz do outro lado da linha.
- Oi para você também, ... - Sorrio.
- Onde você está? Não me diga que você foi sem me esperar...
- Não, , eu não fui para aula... Neste exato momento estou chegando no Estados Unidos...
- O QUÊ? VOCÊ ESTÁ DE BRINCADEIRA COMIGOO!
- Não. Estou falando sério.
- Não me diga que isso é por...
- Sim é por causa dele. – Suspiro.
- Seus pais vão te matar!
- Não importa. E desculpa, tenho que desligar agora, o avião já vai decolar.
- Espera... Por favor, promete que me dará noticias? - Escuto ela suspirando do outro lado da linha.
- Prometo!
- Se cuida, por favor! E me liga assim que chegar lá.
- Tá, , tchau!
Guardo o celular e observo o aeroporto, meu voo já é anunciado, sei que não deveria ter mentido para , mas se ela soubesse que ainda estou aqui, ela viria até o aeroporto e me faria desistir.
Levanto-me indo para o portão de embarque, 27 horas trancadas dentro desse avião me aguardam.
Mas no final tudo isso valerá a pena.
Desço naquele país que há muito tempo eu não vinha, chamo um táxi, não me arriscaria andar nas ruas do Rio De Janeiro assim, provavelmente me perderia na primeira esquina, pois há muito tempo não venho aqui às coisas devem ter mudado bastante.
Por sorte ainda sei falar português o que facilitará as coisas.
Após entrar na pequena pensão, tudo que eu quero agora é tomar um banho relaxante e ir dormir amanhã penso no que farei e como farei alguma coisa.
A atendente é uma senhora já de idade robusta e morena, uma típica carioca, ela me direciona até um quarto no terceiro andar nada tão luxuoso, apenas o que meu dinheiro consegue pagar no momento.
O dia amanhece e em plena seis da manhã já me encontro na porta da pensão, por sorte trouxe meu tênis e uma roupa para que eu pudesse fazer caminhada. Pelo que a senhora da pensão informou, o calçadão de Copacabana é aqui perto.
Caminhando pela calçada avisto pessoas fazendo exercícios, vendedores ambulantes e alguns banhistas que já chegavam. Paro olhando a imensidão do mar e lembro dele, de porque estou aqui...
/ FlashBack On
- Por que me trouxe aqui? - Olho para extensão da praia até agora não sei por que ele me trouxe até aqui.
Não nego que meu coração está a mil batimentos por hora. sempre foi meu melhor amigo e há um dois eu me descobri apaixonada por ele.
- Bem... - Passa a mão na nunca - É que eu queria te contar algo...
- O que é tão especial que você só pode me contar aqui?
- Bem é que sei o quanto você gosta de vim aqui para ver o por do sol... Então achei que era o melhor lugar para te contar.
Olho a bela vista que me é proporcionado daqui da grande pedra.
O sol descendo dando uma coloração alaranjada ao mar azul.
- E o que é, ? - Encaro-o, todo esse suspense já está me deixando nervosa.
- É... ... Eu...
- Você...? Fala logo! - Minhas mãos já estão geladas.
- EuEstouApaixonadoPorVocê!
- An? Fala devagar, eu não entendi... - Na verdade eu entendi, mas não consigo acreditar...
- Eu estou apaixonado por você, pequena. - Ele segura minha mão e logo sorri de canto ao constatar a temperatura.
O impossível acontece, meu coração bate mais rápido, minhas mãos estão parecendo um picolé. Tudo que eu sempre quis durante esses dois anos está se tornando real agora.
- Er... eu...
- Você não precisa falar nada... - Sorri sem graça. - Bem, precisa sim, precisa responder minha pergunta...
- Per... Pergunta?
- Uhun... Quer namorar comigo?
Minha cabeça dá um leve giro.
- Er... Sim.
- Bem, , creio que você não goste de mim assim, mas prometo ser o melhor namorado, e te dar mil motivos para você me amar. - Sorri satisfeito.
- ... Eu sou... Apaixonada por você...
- Sério? - Arqueia uma sobrancelha.
Apenas confirmo com a cabeça.
- E por que não me disse nada?
- Eu tinha medo, você sempre foi meu melhor amigo... Tinha medo de te perder...
- Você jamais irá me perder, pequena! - Passa o braço por meu ombro.
Viro encontrando em seu rosto o mais belo sorriso. Ele aproxima seu rosto do meu, já posso sentir sua respiração tocar minha face, a leve brisa vinda do Rio Han nos envolve. Seus braços me envolve diminuindo ainda mais a distância, sinto seu lábios macios tocarem os meus e logo o leve toque se transforma em um beijo.
/ Flashback OFF*
Suspiro e antes que eu volte a caminhar meu corpo é jogado fortemente contra o chão.
- Moça, você está bem? Me desculpe... - Ouço a voz de uma mulher enquanto abro meus olhos.
- Ai! - Sinto meu corpo doer levemente.
- Desculpe, moça. Os freios da minha bicicleta não funcionaram...
- Não se preocupe está tudo bem. - Tento me levantar ignorando a dor.
- Não quer ir ao hospital?
- Não é necessário, estou bem. - Sorrio enquanto caminho vagarosamente em direção à rua.
Dia Seguinte...
Meu corpo dói por conta da batida de ontem, mas não posso ficar deitada durante todo o dia.
Levanto-me e vou para o banheiro um banho talvez leve metade da dor do meu corpo.
O Táxi já espera na porta, digo o endereço ao motorista. E, enquanto esperamos no transito carioca, meu celular toca, é a milésima ligação dos meus pais apenas esta manhã.
Desligo o aparelho totalmente jogando-o dentro da bolsa. Quando percebi já estou em frente a faculdade. Desço e após pagar o taxista entro no prédio, me informo onde fica a sala do curso de engenharia mecânica e me encaminho em direção ao local indicado.
/FlashBack On
- ? - ele olha para mim.
- O que foi?
- Tenho algo para te dizer...
- Aconteceu algo, ? - Minha face toma uma expressão preocupada.
- Eu ganhei uma bolsa de estudo para o curso de Engenharia Mecânica em uma ótima faculdade...
- Mas isto é ótimo não? - Sorrio feliz, afinal isto é tudo que mas quis na vida.
- É maravilhoso, mas tem um problema... - Ele suspira.
- Problema? Que problema teria nisto? - Arqueio uma sobrancelha.
- A faculdade fica no Brasil...
- No... No Brasil? No outro lado do mundo?
- Sim...
- Mas, e nós, nosso namoro? Como fica? - Minha voz torna-se um sussurro.
- Se me ama mesmo você irá esperar. Eu virei sempre te ver nas férias, e você também poderá ir me visitar...
- Desculpe, , mas eu não acredito em relacionamentos a distância... Já ouvi várias histórias de relacionamentos desse tipo e nenhuma termina bem... Sempre há traições e desconfianças.
- Você não confia em mim? - Ele me interrompe.
- Não... não quis que parecesse isso. Mas eu não quero um relacionamento assim, você terá que escolher entre esse curso e eu...
- Não complica as coisas, por favor. - Vejo uma lágrima descer pelo seu rosto.
- A decisão é sua. - Falo tentando controlar as lágrimas que queriam descer.
- Você tem certeza que essa é sua decisão? - Olho para as malas prontas, próximas à porta.
- Sim. - Fala baixo.
- Eu devia saber que você nunca me amou... – Berro.
- Você sabe que eu te amo. - Ele se aproxima de mim.
- Não ama! - O empurro - Se me amasse você ficaria aqui comigo.
- , se você me amasse de verdade, você entenderia e esperaria por mim.
- VOCÊ É UM EGOISTA! - Minha face encontra- se lavada por lágrimas. - SÓ ESTÁ PENSANDO EM SI MESMO, NO QUE É MELHOR PARA VOCÊ.
- VOCÊ QUE ESTÁ PENSANDO EM SI MESMA ! - Pela primeira vez na vida fala comigo em um tom alterado.
Fico tão impressionada com isso que até esqueço o que eu ia falar. A buzina do carro dos pais dele é ouvida.
- Por favor, se cuida e fica bem! - Ele suspira beijando suavemente minha testa.
Ele direciona sua boca até a minha, mas eu desvio do seu beijo e limpo meu rosto.
- Eu te amo... Amo muito. - Ele me abraça, mas o empurro.
- Seja bastante feliz, . - Desvio dele saindo do seu quarto.
/FlashBack Off
Só agora percebo o quanto eu estava sendo egoísta, eu devia apoiar e esperar por , não abandona-lo e pensar apenas no melhor para mim. Está atitude me fez sofrer bastante, chorei durante dias, emagreci uns três quilos, pois sem a minha vida não faz sentido, eu o amo mais do que tudo. Tanto que vim parar aqui no Brasil, apenas para mostrar a ele o tamanho do meu amor e que estou disposta a fazer qualquer coisa por ele.
Todas as salas estão em aula, como não quero atrapalhá-lo eu esperarei a hora do intervalo. Me direciono até a cantina que fica no mesmo prédio das salas de aula do curso de Engenharia. Sento-me com cuidado por conta da dor no meu corpo. Pego o celular e o ligo, faço uma ligação para para que ela não fique preocupada.
- Desculpa, , eu estava cansada!
- Sabe quantas vezes seus pais já me ligaram?
- Imagino que muitas vezes... - Suspiro.
- Muitas? Mais de cem vezes!
- E o que você disse?
- Que eu não sei de nada, e que assim que você me der noticias eu os avisarei...
- Obrigada, !
- Mas saiba que estou me sentindo mal de estar mentindo para eles.
- Eu imagino, eu também estou mal por não dar noticias, mas assim que eles ligarem novamente diga que estou bem e que logo entrarei em contato com eles.
- Okay! Mas e quanto a ? Você já o viu? Falou com ele?
- Ainda não, mas estou na faculdade dele esperando...
A sirene alta me espanta fazendo com que eu interrompa o que estava falando.
- , tenho que desligar, depois falo com você.
- Tudo bem e boa sorte!
- À noite te ligo.
Desligo a ligação guardando o celular.
Meu coração dispara, de repente o vejo, vindo de um corredor, ele está ainda mais lindo, aquele sorriso estampando em seu rosto me faz sorrir de canto.
Mas uma menina aproxima-se dele beijando-lhe a bochecha e o acompanha enquanto eles entram na cantina.
Com o gesto dela toda a felicidade que eu sentia se vai. Eles conversam animadamente e sorrisos são distribuídos entre eles. Ele passa o braço pelo ombro dela e algumas lágrimas já querem descer.
Mas é claro que ele já teria alguém, se estivéssemos namorando eu estaria sendo traída com certeza.
Levanto-me com intenção de sair deste lugar e ir para o hotel. Seu olhar bate sobre mim e seu sorriso é desfeito. A surpresa em bem visível em sua face, a garota ao seu lado vira-se na direção que ele olhava para entender por que ele mudou de atitude tão rapidamente.
Viro-me na direção que me tiraria dali, dou dois passos, mas paro, eu não vim até aqui em vão, viro-me na direção dele e caminho firmemente.
- ? O que... que está fazendo aqui?
- Eu vim até aqui, eu atravessei o mundo por sua causa... Eu vim aqui para me desculpar... Por minha infantilidade e orgulho, vim porque eu já não estava conseguindo viver, vim porque eu chorava dia e noite. - Já não consigo segurar as lágrimas e as deixo correr - Vim por que eu já não conseguia comer, não conseguia mais viver. Vim para dizer que te amo, que você é tudo na minha vida, e que faço qualquer coisa por você! Tão tal que eu estou aqui. Vim para tentar recuperar meu mundo. Mas já te encontro com outra. Muito clichê isso, e é porque você disse que seria diferente. - Viro e tento correr da melhor forma possível tentando não cair.
Jogo-me sobre a cama e cubro a cabeça com o travesseiro.
Já não sei mais o que sentir ou pensar.
Me sinto uma idiota por ter vindo do outro lado do mundo vê-lo e descubro que ele está com outra. Me sinto uma tola por ter acredito que ele estaria me esperando. Sinto raiva por ter visto ele com outra e ainda muito feliz por sinal. Sinto ódio de mim por amá-lo. Mas por outro lado me sinto mal por ter falado aquelas coisas à ele e não tê-lo deixado explicar nada.
Ah eu não devia ter saido do meu lugar, devia ter ficado sofrendo lá até a morte.
Ligo para dizendo que amanhã pela manhã estarei voltando para casa, e que avisarei a hora que chegarei para que ela vá me buscar, e que acalme meus pais.
Levanto e trato de colocar tudo que estava fora da mala dentro da mesma. Se não fosse as dores causado pelo acidente no calçadão eu iria agora para o aeroporto, mas quero descansar bastante e me preparar para as vinte sete horas de viajem que enfrentarei.
Me encontro a duas horas sentadas esperando esse vôo que atrasou e não tem nem previsão de quando esse avião chegará. Se houvesse um voo para o Japão eu já teria me metido nele e estaria longe daqui.
Depois de mais meia hora de espera o bendito avião pousa. Agradeço aos céus por isto. Levanto-me, quero ser a primeira da fila de embarque.
- Seu passaporte, por favor - A atendente sorri gentilmente.
- ! - Ouço alguém me gritar.
Viro achando um ofegante.
Me retiro da fila dando a vez ao próximo. Ainda haveria muito tempo para o embarque.
- O que você quer? – Pergunto, me aproximando dele - Melhor, como me achou aqui?
- A ...
- A te disse? Aish! Ela não devia ter dito nada. Mas bem, o que você quer mesmo?
- Dizer que fiquei feliz por ter vindo! - Sorri fraco.
- Mmm. É só isso? Porque meu voo já está saindo. - Falo apontando com a cabeça para a porta que daria ao avião.
- ... Não vai... - Ele segura meu pulso.
- Sua namorada não veio com você? - Arqueio uma sobrancelha.
- Ela não é minha namorada, ... Ela é namorada do meu melhor amigo, e acredite eu estava esperando por você.
Meu coração vacila, não sei se está acelerando ou está parando.
Esperando por mim? Não consigo acreditar.
- , eu te amo. E jamais desistiria de você, eu só estava deixando as coisas se acalmarem para poder de procurar. - Ele coloca uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.
- Me... me desculpa.
- Não precisa se desculpar, minha pequena. - Sela nossos lábios levemente. - Eu até gostei de ouvir tudo aquilo. Fiquei feliz em saber que ainda me ama e veio até aqui por mim.
Sorrio fraco.
Caros Passageiros do Voo 397 com destino a Seul, Coréia do Sul. Última chamada para embarque, por favor, se direcione imediatamente a portão de embarque numero quatro.
- Meu voo! - Suspiro encarando-o.
- Por favor, fica! - Sussurra encostando a testa na minha.
- Mas meus pais...
- Eu falo com eles, eles vão entender. Fica comigo, !
- Para onde vamos? Já estou cansada.
- Dá para parar de reclamar? - Me beija suavemente pegando a minha mão para continuarmos a caminhada.
Há quinze minutos eu e nos encontramos caminhando por dentro de um local com várias árvores, o local perfeito para fazermos um piquenique. Mas não trouxemos nenhuma cesta nem nada para piquenique, por isso fico tentando entender por que estamos aqui.
- Vamos, ! - Ele me puxa me fazendo andar mais rápido.
- Ah! , eu não aguento mais andar! - Faço bico.
- Aish! - Ele para. - Sobe nas minhas costas.
- Anh?
- Sobe logo! - Ele se abaixa para que eu possa subir.
- Não precisa.
Ele se aproxima mais de mim e de súbito me pega me fazendo subir sobre suas costas.
- Ah , seu chato.
- Para de reclamar, amor... Já estamos chegando.
Após caminhar um pouco me carregando, ele para em frente a uma grande pedra.
- Agora temos que subir! - Ele fala me pondo no chão. - Você primeiro. - Ele estende a mão para que eu me apoiasse.
Com certa dificuldade eu vou escalando a pedra e ele vem atrás de mim.
Ao me encontrar em cima dela eu consigo observar o mar, uma vista maravilhosa, o sol iria se por dentro de alguns minutos, maios menos uns quinze para ser mais exata. Olho em volta e bato o olhar nele completamente sorridente. Estava acontecendo como da primeira vez só que estava sendo no Brasil agora, minha terra natal.
- Queria que fosse igual a primeira vez, mas não estamos na Coréia, então não temos Rio Han, mas espero que a bahia de Guanabara sirva.
- Está perfeito! - Sorrio - , eu quero pedir as sinceras desculpas... Pelo o que eu fiz, pelo o que eu falei...
- Shh! - Põe o dedo sobre meus lábios. - Não precisa se desculpar, eu te entendo.
Ele se aproxima de mim enlaçando minha cintura.
- Eu preciso te fazer uma pergunta. - Ele sorri de canto.
- Pergunta? - Arqueio a sobrancelha.
- Sim.
- Então pergunte...
- Aceita ser minha namorada... Novamente?
- Ah seu bobo! - Sorrio.
- É serio, ... Quer namorar comigo?
- Não sei não... Acho que não - Faço cara de pensativa.
- Anh? Nã... Não quer? - Ele fica aflito.
- Claro que eu quero, seu bobo! - Sorrio com vontade enquanto ele suspira aliviado.
- Você me assustou... Eu estava acreditando! - Faz bico.
- Porque é um bobo! Se eu vim do outro lado do mundo para o Brasil é óbvio que era por que queria ser sua namorada! - Belisco sua bochecha.
- Eu te amo! - Ele aproxima seu rosto do meu.
- Eu também te amo, muito! - Selo nossos lábios.
Ele puxa meu corpo para mais junto de si acabando com toda a distância que havia entre nós, sua língua pede espaço aos meus lábios para que aprofundasse o beijo, eu permito levando minhas mãos até sua nuca, meus dedos adentram em sua macia cabeleira negra. Sua mão aperta levemente minha cintura, enquanto o balanço das águas serve de trilha sonora ao nosso beijo e nosso amor.
Tenho a certeza que o sol está se pondo, eu até gostaria de apreciar esta vista, mas eu não quero e nem tenho forças para me distanciar dos lábios dele.
Meses sem tê-lo até pareceram anos.
E estado aqui sentindo-o e sabendo que ele me ama e que fará qualquer coisa por mim assim como eu por ele, faz com que todo meu esforço e preocupação que estou dando para meus pais e família valha a pena.
Lentamente o beijo vão se transformando em apenas um selar de lábios, viro-me na direção do sol e consigo ver ele se perder na imensidão do mar.
Ele se posiciona atrás de mim me enlaçando pela cintura e encostando sua cabeça em meu ombro.
- O que seus pais disseram a você? - fala bem próximo ao meu ouvido.
- Nada demais, eles brigaram por eu ter vindo sem ter dito nada a ninguém. - Sorri leve. - Mas no fim autorizaram que eu ficasse no Brasil, mas eu tenho que continuar estudando e blá blá blá, papo de pais, você sabe.
- Sei... Eu tive medo que eles não deixassem. - Ele suspira.
- Por quê? - Viro-me ficando de frente para ele.
- Porque eu não ia aguentar ficar mais nenhum dia longe de você. - Beija a ponta do meu nariz. - Eu já estava até pensando que se você tivesse que voltar, eu iria trancar o curso e viajaria com você.
- Sério que faria isso? Deixaria a faculdade que sempre sonhou em fazer... por... por mim? - Encaro-o
- Lógico que sim, esse curso ou qualquer outra coisa que eu faça, não fará sentindo nenhum se eu não tiver você.
Sorrio pressionando meus lábios fortemente contra os deles.
E é com essa pessoa que eu quero passar o resto da minha vida.
Se o nosso destino nos trouxe até o Brasil, é aqui que escreveremos nossa linda história de amor. Na verdade o local não importa, o importante é apenas ter ele comigo, para sempre.
FIM