T.N.T.

Escrito por Mayara | Revisado por Julia (Até Capítulo 09) e Mariana

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Capítulo 01

  Antes

“A garota caminhava pelo subterrâneo com um sorriso de satisfação no rosto e fazendo com que seus passos fossem ruidosos. Abriu a porta e seu sorriso ficou ainda maior ao ver o demônio preso ali e em seguida viu o senhor que tinha chamado ela ali.
   - Olá , que bom que chegou. – cumprimentou o senhor com um sorriso.
   - Oi Bobby, você sabe que eu não perderia isso por nada. – respondeu ela olhando com carinho para o senhor, e depois se sentou em uma mesa cheia de instrumentos de tortura. – Olá Crowley, como se sente preso mais uma vez e mais uma vez pela minha linda pessoa?
   - Não sei o que quer de mim, sou apenas um pobre demônio...
   - Poupe-me de seus discursos, não quero ouvi-los. Mas eu tenho que admitir que você estava certo afinal. – a morena provocou dando uma piscadela cúmplice para o demônio.
   - Em geral sempre estou, mas sobre o que se refere minha querida? - Bobby revirou os olhos, pelo jeito ainda teria muito conversa fiada entre a garota e o demônio e ele não estava muito interessado nisso, deu uma olhada significativa para a garota que prendeu um suspiro, não estava feliz por ter que “bater um papo" com o demônio, mas precisava das informações;
   - Sobre eu querer vê-lo, sabe da última vez que nos vimos eu falei que esperava não te ver nunca mais, e você disse que eu ainda ia querer te ver e você estaria esperando por mim, e olha só, aqui estamos nós. Me sinto lisonjeada. – brincou a garota com um sorriso enquanto observava a sua volta a procura de alguma brecha pela qual o demônio pudesse fugir, e ao ter certeza que não tinha nada relaxou.
   O demônio sabia pelo que a garota estava procurando, o último encontro dos dois tinha sido um pouco desigual, e rendera a garota alguns dias no hospital.
   - Está com medo de mim, pequena ? – provocou o demônio.
   - Precauções caro amiguinho, mas é lógico que desta vez você não terá reforços, não se iluda. – ela fez um gesto esnobe com a mão e o senhor sorriu para ela. Embora mesma não se considerasse uma caçadora, Bobby via nela todas as qualidades de uma, claro que ele mesmo não insistiria para ela seguir nessa vida, sabia o quanto era perigoso, e já tinha os Winchesters para tomar conta, devia isso a seu amigo John.
   - Vou deixá-los conversar. Vejo você mais tarde . – murmurou.
   - Nos vemos em breve Bobby. – sorriu a garota sem deixar de olhar o demônio. Esperou que a porta fosse fechada para voltar a falar. - Acho que você gostaria de saber que eu descobri algumas coisas reveladoras, e pensei que talvez você pudesse me ajudar a terminar a minha pesquisa.
   - sempre pesquisando... Digamos que eu te ajude, o que eu ganho com isso docinho? –perguntou o demônio o encarando inocentemente, ou o mais inocente que um demônio conseguiria. A garota surpreendeu-se por ele considerar ajuda-la, mas continuou com a expressão vazia.
   - Digamos que você não morre... Hoje. – murmurou ela brincando com uma faca.
   Crowley não se deu ao trabalho de disfarçar a risada da frase da garota, que apenas deu de ombros.
   - Se está tão convicto que eu não posso matá-lo, faça o que quiser... O pescoço é seu afinal. –murmurou ela sorrindo e se levantando e caminhando até a porta. – Mas no seu lugar eu não apostaria meu pescoço.
   Depois de dar seu ultimo recado a garota seguiu para falar com Bobby, Crowley não iria a lugar nenhum, então não tinha por que ter pressa, ou, assim ela pensava."

  Agora
   KANSAS

  - Você não pode fazer isso! – gritou a garota jogando as roupas que a irmã arrumava na mala pelo quarto.
     - , presta atenção, você quase morreu agora a pouco por minha causa. Por minha culpa um demônio quase te matou. Isso é o melhor que posso fazer para te deixar segura. – murmurou a outra enquanto colocava as roupas novamente na mala.
  - Não é verdade. Não foi por sua causa! – sussurrou sentando na frente da mala da irmã.
  - Você sabe que enquanto eu estiver por perto vocês nunca estarão seguras, então apenas aceite isso. Eu sou uma aberração! Esses machucados em seu rosto são minha culpa. E não tem nada que possa fazer quanto a isso! – gritou a mais nova com o rosto banhado em lágrimas.
  - , se você falar mais uma vez que é uma aberração eu esfolo a sua cara. – a ruiva ameaçou com raiva. – Olha eu não me importo com o que você vê, não me importo se tem demônios atrás de você e qual é o motivo. Nós somos uma família, e vamos enfrentar tudo o que estiver por vir juntas, como deve ser.
   A fala de deixou a mais nova sem ação por alguns instantes, mas sabia que enquanto estivesse ali, sua irmã estaria em perigo. Respirou fundo e amaldiçoando qualquer força que regesse o universo, disse as palavras que tinha certeza que atingiria a irmã.
  - Nós não somos uma família, essa aliança foi forjada no desespero. Não tínhamos ninguém e éramos crianças... Mas é hora de parar de brincar de casinha e enfrentar a vida real , nós não somos uma família, foi a primeira a perceber isso e foi embora...
  - Não foi por isso que a foi embora e você sabe disso! – interrompeu a ruiva aos berros, odiou cada palavra que tinha escutado. foi a primeira a dizer que não eram uma família e a primeira a partir, não podia acreditar que estivesse repetindo aquela frase, elas eram tudo que tinha, e aparentemente nenhuma delas se importava. Odiou quando ela proferiu aquelas palavras e neste momento odiou por repeti-las. – , se você sair por essa porta, não precisa voltar!
  A mais nova congelou, a mão na maçaneta, se ela saísse estava abandonando sua única família, mas se continuasse... Ela não poderia ser a causa da morte das suas irmãs.
  - Ótimo! Eu não vou voltar.

Capítulo 02

  No capítulo anterior...
  A mais nova congelou, a mão na maçaneta, se ela saísse estava abandonando sua única família, mas se continuasse... Ela não poderia ser a causa da morte das suas irmãs.
  - Ótimo! Eu não vou voltar.

  Agora...
  CALIFORNIA

I wanna rock and roll all night and party every day I wanna rock and roll all night and party every day

  - Eu vou matar quem quer que eu esteja me ligando a essa hora da madrugada. – resmungou se virando e colocando a cabeça em baixo do travesseiro, tentando em vão não escutar o som de Kiss vindo do celular, mas o aparelho continuou tocando insistentemente.
  A garota se deu por vencida e sentou-se com um palavrão.
  - Seja quem for vá dar a bunda para alguém e ligue depois. – resmungou sem olhar o visor e então se jogou novamente abraçando o travesseiro. Antes que pudesse mergulhar de volta em seu sono profundo, o celular voltou a tocar.
  - Por favor, me deixe dormir. – resmungou ela contra o travesseiro antes de jogar o celular para longe e voltar a fechar os olhos. Mesmo assim o celular continuou a tocar. – Maldição de Zeus, praga do Egito, aparelho de Lúcifer. – xingou levantando e procurando o celular que tinha se perdido pelo quarto. Jurou a si mesma que nunca mais investiria em um celular bom e durável.
  Ainda revoltada pegou o celular e sentou-se na cama.
  - Eu vou te caçar até no inferno seu animal. Então a menos que vá me dizer que Lúcifer está de volta, ou que os X-Men existem desligue e me deixe dormir. – ameaçou a garota.
  - é o Garth. – o homem avisou e a garota bufou impaciente, o sono se esvaindo.
  - Então é o apocalipse ou os X-Men, decida-se. – reclamou.
  - Foi o Bobby. – isso fez com que a garota despertasse imediatamente.
  - O que aconteceu com ele? – a aflição da garota coloriu a pergunta em tons sombrios.
  Garth não conseguia imaginar uma forma de dar a notícia para a morena, sabia como Bobby e possuíam um vinculo de pai e filha. Perguntou-se se era certo dar essa notícia por telefone sem nem ter certeza, mas quando Bobby’s caçadores teria no mundo?
  Enquanto o homem perdia-se em pensamentos, ficava cada vez mais impaciente.
  - Vamos Garth diga logo. Você não me acordou ás quatro da madrugada para escutar sua voz de pato sufocando não é?
  No outro lado da linha Garth respirou fundo tomando coragem para dar-lhe a notícia.
  - ... Eu ... Sinto muito... Nem sei como te dizer isso...
  E ele realmente não precisava dizer mais nada, aquele aperto no coração que sentira da última vez que vira seu velho foi substituída pela dor. Ela já tinha entendido, as lágrimas banharam seu rosto.
  - Onde? Quando? – pediu a morena.
  - Eu não sei ao certo, ... Escutei uma conversa em... Um desses bares cheios de caçadores... Nem tenho certeza, mas talvez você devesse...
  Isso acalmou um pouco a garota. Ele não tinha certeza, mas algo dentro dela sabia que não veria mais seu amigo.
  - Obrigada por ligar Garth... Vou averiguar... - a moça tentava organizar os pensamentos, Bobby era como um pai, mas ainda assim eles não passavam mais que semanas juntos e ela admitia que a culpa era dela por não querer ser uma caçadora, por estar sempre tentando fugir do inevitável. Sabia que ele tinha ido em uma missão atrás dos novos inimigos, os Leviatãs, ela tinha pesquisado tudo o que conseguiu para ele, mas aparentemente não fora suficiente. Será que nunca conseguiria salvar ninguém? Será que suas pesquisas sempre acabaria com alguém morto?
   enxugou as lágrimas com os punhos, cansada de tudo na sua vida até ali, ela tinha que tomar as rédeas da situação, ia descobrir uma forma de matar aqueles malditos, ia dar um jeito de reorganizar a sua vida, e se a... Morte de Bobby fosse verdade, iria vingá-lo, custasse o que custasse.
  Arrumou algumas roupas dentro de uma mochila, pegou o notebook e entrando em seu carro, caiu na estrada como já fizera muitas vezes antes.

***

  KANSAS
   abriu os olhos para a claridade que invadia o seu quarto, sentindo a cabeça reclamar pela noite mal dormida. Ignorou a dor e procurou o celular na esperança de alguma mensagem da irmã. Apesar das brigas entre ela e a mais velha preocupava-se com a irmã, sozinha no mundo sem ninguém para protegê-la, mas mesmo preocupada era orgulhosa demais para ligar para a mais nova.
  - Ótimo! Se ela quer assim, que seja. – murmurou para si mesma enquanto se arrumava para ir atrás de um novo caso.
  Pelo que sabia-se das conversas entre e , tinha algo solto no mundo... Um tipo de monstro bizarro que fora solto do purgatório.
  Colocou uma roupa qualquer sem se dar ao trabalho de olhar, jogou a mochila nas costas e foi atrás de uma lanchonete qualquer que tivesse torta.

***

  Enquanto isso...
  Já na estrada sabia que tinha magoado os sentimentos da irmã ao falar todas aquelas coisas, mas o que mais poderia fazer?
  Ela e sempre viveram juntas, antes mesmo dela ser capaz de lembrar de algo. Desde que se conhecia por gente esteve ao seu lado, nos momentos bons e ruins, quando o primeiro monstro apareceu, quando elas mataram uma criatura juntas. Não era capaz de encontrar uma época em sua memória em que não estivesse ali, cuidando e a protegendo. E então tinha aparecido , e passaram a ser um trio.
  Como as coisas tinham mudado tanto dentro de tão pouco tempo? Como anos de amizade não pôde superar toda a invasão do sobrenatural nas suas vidas? Elas não deveriam estar juntas?
  No fundo ela sabia que era porque se consideravam irmãs, que não podiam ficar juntas, uma era a fraqueza da outra e se uma se machucasse a outra nunca iria se perdoar. Enxugou as lágrimas, sabendo que tinha que ser forte.
  “Vocês vão ficar bem." – prometeu a si mesma, enquanto aumentava o som.

***

  O loiro observava com cuidado o irmão sentado de forma rígida no banco do passageiro, embora Sam tentasse fingir que estava tudo bem, Dean conseguia perceber o quão duro estava sendo as consequências do irmão ter abrigado Lúcifer em seu próprio corpo. Por fim, deu-se por vencido. Não era a melhor pessoa com conversas sobre sentimentos e todas essas coisas que ele preferia simplesmente ignorar a pensar sobre, mas podia notar que talvez o irmão precisasse conversar com alguém e ele era tudo que Sam tinha.
  - Sam.... Quer conversar sobre isso? – perguntou o mais velho, olhando para frente.
  A pergunta de Dean deixou Sam surpreso, não esperava que o irmão tocasse no assunto e preferia que não o tivesse feito, porque por mais que ele soubesse o que tinha acontecido com Sam, a pergunta era intima de mais e não era um assunto do qual o mais novo se orgulhava.
  - Não.
  A conversa deles acabou por ai, e contra todos os costumes dos dois no Impala, Sam ergueu o volume do rádio e fugiu do assunto.

Capítulo 03

  AGORA
  Na Estrada – Nevada

   parou o carro no acostamento, procurando o mapa. Queria o menor caminho possível para chegar a casa de Bobby, ainda assim teria que atravessar uns três estados antes de chegar a Dakota do Sul. Não pode evitar que seus pensamentos voltasse para o amigo.
  Ela e Bobby estavam a meses sem se falar, ele estava ajudando dois irmãos com sobrenome estranho... Winter... Winches... Winchester? Seria isso?
  Se a noticia de Garth provasse ser verdadeira, então a ultima conversa entre os dois tinha sido fria e totalmente profissional. A garota se arrependeu por não ter falado o quão importante ele era para ela.
  “Não, ele vai estar lá." - disse para si mesma, enquanto guardava o mapa e voltava sua atenção para a estrada.

***
DAKOTA DO SUL

  Dean saiu do hospital sem saber como as coisas de repente tinham acabado daquele jeito. Em um momento era apenas os dois caçando como sempre e no outro estavam envolvidos em um plano diabólico sobre o apocalipse e agora poderia perder o irmão, de novo. Era difícil, até mesmo para um caçador, acreditar que aquilo estava planejado para eles desde antes de terem nascido, quando Azazel resolveu cruzar o caminho de sua família. Agora além de terem perdido um amigo por causa de um bando de leviatãs, sentia-se cavando o tumulo do irmão. Como poderia ser tão fraco a ponto de deixar as coisas chegarem a esse ponto?
  Perguntou-se como teria sido se tivesse tomado decisões diferentes, se ainda estaria na frente do hospital enquanto seu irmão morria lá dentro.
  Claro que, no fundo, tinha consciência que tinha feito o que pode pelo irmão, eles sempre tinham feito tudo um pelo outro. Mas naquele instante simplesmente não parecia ter sido o suficiente. Nunca era.
  A sensação de culpa o tomou. E se nunca tivesse pedido a Sam para deixar a faculdade, se simplesmente o tivesse deixado seguir pelo caminho que queria. Longe do family business, levando uma vida normal. Talvez isso nunca estaria acontecendo.
  As possibilidades que agora se esvaíam perturbava o Winchester.

***

  KANSAS
   ligou o notebook, enquanto saboreava sua torta, e começou a pesquisa. Sabia que se houvesse algo para encontrar assim, , já teria encontrado e ligado para elas, ou melhor, para , já que as duas estavam sem se falar desde que a do meio tinha ido levar uma “vida de gente normal". Mas, mesmos que não encontrasse nada, não podia simplesmente cruzar os braços e esperar que o destino fizesse o resto. Tinha que encontrar uma forma de ajudar a irmã. Recusava-se ficar sem fazer nada.
  No fundo tudo que acontecia é que a moça se sentia culpada, por não ter visto nada naquela noite, culpada por não conseguir evitar a dor que afligia a mais nova...
  Se ao menos não estivesse chovendo tanto naquela noite...

***

  Na Estrada – COLORADO
   parou o carro roubado em um beco, e tirou a mochila e uma mala grande. Precisava descobrir o que fazer.
  Pensou em ligar para , mas sabia que a irmã insistiria para ela continuar com ou ir morar com ela na Califórnia. Não podia mais colocar as irmãs no meio da bagunça que era sua vida.
  Seguiu a pé até um pequeno hotel, não teria dinheiro para ficar muito tempo ali e não podia mais mexer com seus cartões já que as irmãs a encontrariam. Seus pensamentos fluíram para a época que as três caçavam juntas, foi uma época boa. Perguntou-se como ficaria a relação entre e agora que ela não estava mais ali para intermediar as notícias.
  Era bobagem que as duas tivessem parado de se falar só por que resolveu ir embora, agora ela era capaz de ver as coisas da perspectiva da irmã, e entendia o porquê dela ter ido embora, mesmo que tivesse pedido desculpas, era orgulhosa demais para admitir que também teve sua parcela de culpa, pela irmã ter ido atrás de outra vida.

***

  DAKOTA DO SUL
  Dean chegou a casa de Bobby, era estranho estar ali sabendo que nunca mais o velho estaria ali novamente, mas era sua ultima esperança de encontrar alguma ajuda para o irmão, e como Bobby mantinha vários contatos...
  O loiro já tinha ligado para todos os números da agenda do “tio", sem obter sucesso. Levantou-se impaciente e encarou o céu enquanto as últimas cores do dia desapareciam no horizonte. Tinha que encontrar uma forma de salvar Sam, não podia desistir, mas agora estava sozinho para procurar ajuda, precisava encontrar forças para continuar lutando.
  Dean estava seguindo para o carro, quando se lembrou de uma coisa, o diário de caça de Bobby. Era a última esperança.
  O Winchester seguiu para uma lanchonete onde pediu os seus pedidos clássicos, enquanto esperava seu X-Burguer com bacon chegar, começou a ler o diário.
  Ficou surpreso, quando apareceu um nome desconhecido, o senhor falava com carinho sobre a garota, percebeu que ele cuidava dela assim como cuidara dele e de Sam. Nos últimos meses percebeu que ele passou a citar o nome desconhecido com mais frequência, aparentemente a garota estava muito ocupada atrás de um demônio, não qualquer demônio, Crowley, este ele conhecia bem e isso aumentou ainda mais sua curiosidade.
  Começou a ler mais atentamente descobrindo que a moça que Bobby citou levava uma vida comum na Califórnia e, aparentemente, não se considerava uma caçadora e sim uma pesquisadora, descobriu também que a tal “" estava tentando se esconder de anjos e demônios, por que ela tinha “algo importante".
  Depois os relatos passaram a ser sobre os leviatãs, a alma de Sam e outras coisas, continuou a folhear, mas agora estava tudo em branco.

***

  KANSAS
   tinha passado a noite em claro atrás de qualquer cosia que pudesse ajudar a irmã, ou levar até ela, mas como já desconfiava, não encontrou nada e ela sabia o que isso significava. Ela teria que procurar .
  Tudo que ela sabia é que a irmã morava na Califórnia, teria que tentar, esperava que ainda estivesse disposta a falar com ela.

***

  WYOMING
   entrou no carro e saiu cantando pneu do estacionamento. Como tinham a encontrado ali? Quando encontrasse o Crowley ela o mataria, não importa quantas respostas ele poderia ter ou o quanto poderia ajudar a irmã se conseguisse recapturá-lo, ela não o queria preso, o queria morto. Por que ele não podia deixá-la em paz? Por que tanto interesse nela? Só por que estava investigando o passado de ? Se fosse por isso, isso significava que estava no caminho certo, mas se não fosse isso queria dizer que...
  - Não, não é nada comigo. Claro que não. Eu sei quem são meus pais, sei o que aconteceu com eles. – sussurrou a si mesma.
  Mais três horas na estrada e chegaria a casa de Bobby. Três horas... Se ela não respeitasse nenhuma regra de transito.
  Quando estava há alguns quilômetros longe do motel que se hospedara, se sentiu melhor, perguntou-se se um dia essa perseguição acabaria, e se sairia viva para contar a história.

***

  DAKOTA DO SUL
  Dean saiu do hospital novamente, não adiantaria nada ficar ali.
  Entrou no carro e seguiu novamente para a casa de Bobby, iria procurar por qualquer coisa que pudesse leva-lo até a tal , tinha certeza que encontraria um jeito de salvar Sam se a encontrasse.

Capítulo 04

  DAKOTA DO SUL
   parou em frente à casa conhecida, percebeu as luzes acessas, sorriu, Bobby estava bem, só um mal-entendido. Estava quase descendo do seu carro quando percebeu um Impala preto parado mais a frente, a garota congelou. Ou Bobby estava bem, ou outra pessoa estava na casa dele.
  Um arrepio percorreu seu corpo.
  Pegou o sobretudo que deixava no banco de trás e vestiu por cima do vestido curto que tinha colocado na Califórnia, nas botas enfiou uma adaga e na liga abaixo do vestido colocou uma arma de fogo. Pegou a outra arma carregada com cartuchos de sal.
  Saiu para o dia frio e cinzento que começava. Amaldiçoando o ser que inventou o frio, seguiu até a porta da frente da casa sem fazer barulho e abriu com cuidado, a arma junto ao corpo, enquanto as costas estavam contra a parede.
  A garota não demorou a perceber que fosse quem fosse estava na cozinha. Parou alguns passos antes da porta, respirou fundo e entrou. E deu de cara com uma arma apontada para ela.
  - Quem é você? – perguntou ela, depois de um longo minuto em silêncio, ela e Dean se encaravam, cada um medindo o oponente. Cada um segurando uma arma na direção do outro.
  - Me diga primeiro. Quem é você? – perguntou o mais velho, a garota estreitou os olhos.
  - Sou , Evans. E você?
  Mas o Winchester não prestou atenção a sua pergunta, só uma coisa vinha a sua cabeça: “ela é a ." Ele a mediu de cima a baixo, uma criatura de no máximo um e sessenta, sendo generoso, não poderia ser a mesma pessoa que Bobby se referia.
   - Vai me responder ou vai ficar me encarando? O que faz na casa de Bobby? O que quer aqui? Onde ele está? – começou com as perguntas ficando impaciente. Isso tirou o Winchester do transe.
   - Sou Dean. – respondeu simplesmente como se fosse algo importante, estando convicto que não se tratava da mesma pessoa.
   - Ótimo, foi ótimo te conhecer, pode responder o que está fazendo aqui? – ela estava sendo irônica, mas precisava saber onde estava Bobby.
   - Não, não falo com demônios. – respondeu ele, e ela o encarou atônita.
   - Você me chamou do quê? – perguntou ela o encarando agora com raiva.
   - Isso mesmo que ouviu. – respondeu o loiro, e com excesso de confiança continuou: - Se você fosse qualquer coisa importante para Bobby saberia mais do que ficar conversando com um desconhecido. Já que não desconfiou que eu poderia ser um demônio significa que você é o demônio.
   olhou o Winchester, sem saber o que falar, ele tinha entendido tudo errado.
   - Mas eu sei que você não é um demônio. – murmurou ela sem saber o que falar. Dean ergueu uma sobrancelha sugestivamente. – Olha vou deixar minha arma aqui, posso provar que eu não sou um demônio, tá legal? Apenas não atire. – pediu ela enquanto abaixava a arma cuidadosamente a deixando, por fim, no chão.
  Os dois ficaram parados, Dean não via isso como uma prova e a garota não sabia como provar que não podia ser um demônio, sua tatuagem ficava na parte de baixo das costas e ela estava de vestido.Teria que ser da forma difícil. Com um suspiro se jogou contra uma das cadeiras.
   - Vamos lá, você deve ter água benta aqui, não? – perguntou, e o Winchester mais velho a olhou desconfiado. revirou os olhos. – Hey, Dean, você quer saber se eu sou ou não um demônio e eu quero saber onde está Bobby, então, vamos logo com isso.

***

  NEVADA
  - É isso! – gritou sorrindo dentro do Mustang roubado há algumas horas. – Las Vegas, estou chegando.
  Enquanto dirigia, tentava imaginar como estava, e como seria começar uma nova vida do nada, novos costumes e rotinas. Como tinha feito?
  Sabia que, segundo a irmã, nunca conseguiria ter uma vida cem por cento normal. tinha tentando, e não deu certo, era uma sensitiva e sabia demais sobre os monstros que ninguém mais acreditava. E vendo o que via, tinha certeza que não conseguiria levar uma vida normal, então qual o melhor lugar para não levar uma vida comum do que Las Vegas, era a cidade dos sonhos para uma vidente.
  Reconstruiria sua vida, de alguma forma, acharia uma forma e algum dia, talvez, pudesse reencontrar suas irmãs.

***

  DAKOTA DO SUL – Casa do Bobby
   olhava a adaga de prata que Dean apontava para ela.
   - Vamos lá. – apressou o mais velho e a garota revirou os olhos antes de pegar a adaga.    - Quando eu me cortar e perceber que não sou um monstro quem vai fazer o curativo é você! – murmurou a garota, erguendo a manga do sobretudo e fazendo um corte no antebraço. –Viu? Agora me diga onde está Bobby.
  O Winchester respirou fundo, ela era humana afinal. Será que era realmente a ? Tudo indicava que sim, então se era ela como ia dar a notícia? Dean ficou perturbado, mas precisava dizer.
   - Eu... Sinto muito. – eram apenas três palavras, mas sentiu como se seu mundo de repente, tivesse sido tirado de si.
  Dean observou enquanto aos poucos os olhos da garota se enchiam de lágrimas e o sangue se acumulava na manga do sobretudo dela.
   - Quando? – perguntou num fio de voz. Isso fez com que qualquer duvida que ele tivesse sobre a ela desaparecesse, era a , assim como Bobby cuidava dela como um pai, a garota o via da mesma forma. Estava claro na forma que a garota olhava fixamente um lugar sem nada ver, com a forma que a sua expressão estava retorcida de uma forma que só podia ser de dor, nas lágrimas que ela já não controlava.
  Por um momento o Winchester viu apenas uma garota que parecia ter recebido a noticia da morte do pai, desprotegida e desamparada. Ele queria cuidar dela. Como um irmão mais velho.

***

  UTAH – Algum lugar
   jogou o celular no banco do passageiro com raiva. Qual o problema em atender a droga do celular? Estava tentando entrar em contato com há horas, já tinha deixado dezenas de mensagens na caixa postal da irmã.
  Estava começando a ficar preocupada, uma irmã fugida e outra desaparecida, estava a beira de um lapso.
  Parou em um bar a beira de estrada, precisava de um hambúrguer e uma cerveja isso a faria se sentir melhor.

Capítulo 05

  DAKOTA DO SUL
   viu Dean voltando da loja de conveniência e mais uma vez perguntou qual seu problema, mal conhecia o homem e ainda assim ia ajuda-lo, mesmo mal confiando um no outro, mesmo ele sendo um caçador... Não permitiu que seus pensamentos continuassem por esse caminho, Bobby confiava nele, então ela confiaria também.
  - O Garth ligou com o endereço? - perguntou Dean entrando no carro fazendo com que revirasse os olhos.   - Você perguntou isso há cinco minutos, e há dez minutos e a cinco minutos antes disso também. Relaxa, vamos ir atrás desse curandeiro e, se realmente não tiver nada de sobrenatural nele, salvar seu irmão. – respondeu ela, pegando o Cheetos que Dean trouxera para ela e revirando a sacola com uma expressão confusa. – Você esqueceu o Milkshake.
  - Sinto, se estou mais preocupado com meu irmão do que com seu estômago. – respondeu o rapaz ríspido, e bufou.
  - Vamos encontrar uma maneira de salvar Sam, e então, quando ele estiver salvo, vou cobrar a preocupação com meu estômago. – reclamou ela. Enquanto o Winchester dava partida.

***
  Na estrada – NEVADA

  - Qual é Garth você tem que saber de alguma coisa. Você era o melhor amigo da , tem que saber onde ela está...
  - Vocês nunca se deram bem, por que quer saber onde ela está?
  - Olha Garth eu não quero brigar, não mesmo. Eu deveria saber que ela contou das nossas brigas para você, mas estou realmente preocupada, estou tentado ligar para ela a um tempão e não atende... – começou a explicar...
  - Por que agora você se importa com a sua irmã, não foi você mesma que mandou ela parar de procurar você e ?
  A garota respirou fundo, era sua ultima esperança de saber qualquer coisa sobre o desaparecimento da irmã.
  - Eu sei, foi estúpido dizer isso eu só... Estava com raiva, mas você sabe que a nunca deixa de atender ao telefone, por favor, estou preocupada. Você tem que saber alguma coisa. Por favor...
  Garth estava em duvida sobre o que dizer as ultimas noticias para , sempre soube que a relação entre as duas não era muito amigável, mas começava a se preocupar também.
  - Eu te passo o endereço onde ela mora, te encontro lá em cinco horas, você tem que me explicar certinho o que está acontecendo.

  ***
   e Dean se encaravam no lado de fora do Impala, a garota parecia irritada e os dois discutiam sob o olhar atento de Emmanuel que os esperava dentro do veículo.
  - Olha eu lutei contra aqueles demônios na casa dele e salvei aquela mulher, mas não por ele, por ela. Eu escutei a historia sem noção dele, mas isso não quer dizer que o acredite. Isso tudo não quer dizer exatamente nada. Não confio em anjos. – reclamou ela, estar com no mesmo que um anjo a incomodava. Talvez a incomodasse até mais do que se estivesse em um carro com um demônio.
  Dean estava sem fala. A garota soube que havia demônios lá antes mesmo que eles se revelassem e agora sabia que o homem dentro do carro era um anjo sem que ele dissesse absolutamente nada sobre isso.
  - Ele não se lembra que é um anjo...
  - Só por que ele diz que não lembra o que aconteceu para ir aparecer naquele rio, não quer dizer que ele não lembra. – o interrompeu. Dean sentiu que precisava defender o amigo, apesar de tudo.
  - Eu sei que você está com raiva dele, por ter trazido os leviatãs que mataram Bobby, mas eu o conhecia, sei que Castiel não faria o que fez...
  - Ele faria exatamente o que fez, e sabe por quê? Porque ele é um anjo, e eles não se importa com o que nos aflige, só importam-se com o traseiro angelical deles próprios. – a garota o interrompeu novamente, exaltada. – Isso não é apenas sobre o Bobby, claro que também é por ele, mas não só por ele. Eu passei minha vida inteira fugindo deles, só terminei nessa vida por culpa deles, porque seus amados anjos estragaram a minha vida quando não era mais que uma criança, e eu não vou permitir que eles estraguem tudo que eu construí até agora.
  A resposta de deixou o Winchester sem jeito, por que ela estava fugindo? Sabia que nem todos os anjos eram bons, alias a maioria não era, mas por que eles estavam atrás dela? Então ele percebeu algo que estava deixando passar por ele, ela sabia onde tinha demônios, sabia que Emmanuel, na verdade Castiel, era um anjo... percebeu por onde os pensamentos do rapaz iam e tentou se defender.
  - Eu não sou um monstro Dean. Apenas não sou uma garota normal. – a declaração não passou de um sussurro, mas fez com que o rapaz a olhasse. Os olhos da garota imploravam para que ele entendesse que confiasse nela.
  - Não é normal... Como? – a pergunta era inevitável, e a garota se encolheu, não lhe agradava a ideia de contar algo assim para um completo desconhecido com um anjo a poucos metros.
  - Cas não está escutando e mesmo que estivesse não entenderia. Desmemoriado lembra? –Dean interpretou o silencio da garota como a hesitação que era.
  - Tenho minhas dúvidas quanto a isso... Não é bem mais fácil simplesmente entregar minha mochila e me deixar ir? – perguntou ela olhando a sua volta, há algum tempo estava se sentindo observada, como se estivessem sendo seguidos. Dean percebeu o olhar da garota e interpretou errado.
  - Nem pense em fugir. – ele avisou num tom baixo, cheio de ameaça. olhou assustada, sabia que tinha sido uma má ideia tentar ajudar um desconhecido.
  - Não vou fugir Dean, apenas não acho que seja um bom lugar para isso... – ela sussurrou.
  - Por que não? – exigiu ele irredutível, ela obviamente não era nenhum monstro, tinha feito todos os testes, mas isso queria dizer que ela era confiável?
   deu-se por vencida, sabia que ele não desistiria tão fácil e ela queria ir embora.   - Eu sei um monte de coisas Dean, apenas sei. Eu sinto um monte de coisas, e então posso pensar no que fazer em seguida, também os vejo, anjos e demônios, suas verdadeiras faces, suas verdadeiras vozes. Não sei como, nem o porquê, apenas sou assim, desde que sou inteligente o suficiente para me lembrar.
  O Winchester escutou tudo atentamente, o tom de voz da garota era cansado, como se estivesse cansada de tudo aquilo, ele não tinha por que desconfiar do que ela tinha dito, Bobby confiou nela. Ainda sim estava curioso, quando Dean conheceu Castiel, o anjo tinha falado algo sobre pessoas que podia ouvir as verdadeiras vozes, isso era apenas uma vaga lembrança.
  - Como?
  A pergunta assustou a garota, não sabia ao certo o que tinha esperava do Winchester depois de revelar aquilo, mas tinha certeza que não esperava apenas curiosidade.
  - Sinto muito Dean, sei que prometi te ajudar com Sam, mas não posso continuar nisso. Espero que Sam fique bem...
  Antes que terminasse a frase, foi interrompida.
  - Já está indo ... Eu acabei de chegar...   Dean e viraram-se rapidamente para trás.
  - Hello Dean. Olá , é um prazer conhecê-la. – declarou a demônia.   - Meg!   Dentro do carro Emmanuel viu o verdadeiro rosto da ruiva que se aproximava, e saiu do carro.   - Dean! – ele tentou avisar, mas interrompeu, não lhe agradava em nada estar entre um demônio e um anjo.
  - Volte para o carro. – ordenou ela.
  - Mas o rosto dela...
  - Eu vejo o que você vê. Fique fora disto. – ordenou mais uma vez e o anjo voltou para o carro.
  - Mais que lindo, estou emocionada, então o anjo não morreu. Pensei que ele tinha dado um de Deus e explodido. – murmurou Meg.
  - Bem que eu queria. – resmungou .
  - O que quer aqui Meg? – o Winchester perguntou ignorando o comentário da ruiva que continuava a encarar do carro para a recém-chegada.
  - Dean, Dean... Quem faz as perguntas sou eu... Esse... Emmanuel já espelhou seu nome no nosso mundo, eu quis... Conferir e imagina a minha surpresa quando eu descobri que ele estava junto com você e com a aprendiza de sensitiva. Então será que você pode me dizer o que Castiel está fazendo aqui?
  - Ele não sabe que é Castiel. Eu preferia não saber também, mas ele não se lembra então você vai ficar quieta. – respondeu , antes que Dean o fizesse.
  - Eu vou? – perguntou Meg irônica.
  - Ele não sabe que é um anjo... – começou Dean.
  - Eu sei, estou observando vocês há horas, você deveria escutar a pequena Cole às vezes.
  - O que você quer Meg? – perguntou odiando ser comparada com o garoto de O Sexto Sentido.
  - Bom vocês dois devem saber que eu e Crowley estávamos em Guerra Fria há um tempo... Bem, os tempos não mudaram! Sendo assim tenho que fazer amizades...
  - Não vou te ajudar Meg! – resmungou.
  - Na verdade vocês vão sim, porque tem demônios atrás do anjinho de estimação do Dean, e há mais demônios ainda atrás de você. – Meg respondeu sorrindo.
  - E agora por acaso você quer me ajudar? - a garota perguntou irônica.
  - Bom, aos dois, por enquanto Emmanuel está parcialmente escondido, como você, mas logo vão pegar o rastro dos dois. Nunca vão pensar que estão junto com um demônio. Vejam só estou aqui para ajudar, isso nos torna amigos.
  Nem nem Dean falaram nada, podia ver a lógica da situação, mas não conseguia confiar em um demônio, assim como o Winchester.
  - Vocês não querem seguir em frente sem apoio, não é? Agora o interesse é geral, então vamos nos dar as mãos e ir e frente.
  Novamente nem um dos dois disse nada, não tinha como negar que Meg estava certa.
  - Vamos direto para o Sam, sem desvios e se eu desconfiar de alguma coisa...
  - Já entendi Dean. – reclamou ela, seguindo até o carro.

  ***
  CARMEL- Califórnia

  - Então quer dizer que você deu essa noticia para minha irmã e simplesmente deixou que ela fosse checar o caso sozinha sabendo que estes monstros estão à solta por aí? - perguntou tentando se acalmar.
  - Sua irmã sempre vai aos casos sozinha. Deveria dar mais crédito a ela. – respondeu Garth tranquilo.
  - Ah, eu vou dar credito a ela sim, se ela ao menos estiver viva! Pensei que era mais inteligente que isso Garth. – reclamou, abrindo a porta do carro. – Estou indo atrás dela. Você vem? –perguntou ela, o homem respirou fundo.
  - Vou estar atrás de você o tempo todo. – respondeu indo para o seu carro.

Capítulo 06

  Durante o caminho Garth se perguntava se esconder o fato de saber onde estava era certo ou errado. E se sua amiga estivesse mesmo em apuros? Mesmo sabendo que estava com Dean que era um ótimo caçador o pensamento lhe incomodava, prometera a garota que não contaria a ninguém seu paradeiro. Agora a promessa parecia complicada demais para cumprir.
   parou o Landau na frente de um bar algum tempo depois.
  - Hora de repassar os planos. - anunciou ela, seguindo em direção ao estabelecimento. Garth terminou de estacionar seu carro e seguiu a garota.
  Os dois estavam sentados olhando para os copos de cerveja a frente, quando Garth finalmente deu um soco na mesa, assustando a garota e chamando a atenção de uns poucos homens ainda um pouco sóbrios.
  - Ok, eu confesso. Eu sei onde ela está.
  A acompanhante deu um sorriso discretos e vitorioso, apesar de tudo ela sabia que Garth nunca deixaria alguma delas em perigo.
  - Por favor me conte. Por favor Garth, eu juro que não quero brigar. -pediu ela.
  O homem respirou fundo o mataria, mas não iria arriscar a vida dela.

***

   encarou o desenho que acabara de fazer. Era um rapaz, os cabelos lisos caiam-lhe pelos olhos, a barba estava por fazer e os olhos demonstravam cansaço, os traços marcantes mostrava a beleza esquecida há algum tempo depois de tanto sofrimento, os olhos que um dia foram brilhantes e cheios de sonhos agora apagados em um hospital. A garota sentiu seu coração sofrer diante do jovem desconhecido, não entendia o porque de ter visto um desconhecido, mas a expressão em seu rosto a incomodava.
  Balançou a cabeça tentando, com raiva, livrar-se dos pensamentos em volta do rapaz. Fechou o caderno de desenho e fitou o horizonte, o sol poente quase totalmente escondido por trás da tão colorida cidade de Las Vegas.
  A vida que tinha começado a seguir não era a que um dia escolhera, sentia saudade da liberdade de cair na estrada sem hora para voltar apenas deixando ser guiada pela vida, de sair com as irmãs de um bar à noite e se jogar no Landau da irmã apenas para estar em uma cidade diferente quando abrisse os olhos novamente.
  Apesar de não gostar daquela vida, caçar era o que tinha escolhido para sua vida, a única coisa que sabia fazer, mas até isso tinha sido tirado dela. Amaldiçoou mais uma vez as malditas visões e os demônios que não paravam de persegui-la.

***

   estava com os pés em cima do banco do carro e passava os braços em torno de si mesma, tentando se aquecer. Dean tinha colocado o aquecedor do carro no máximo, ainda assim a garota da Califórnia estava morrendo de frio.
  Meg rolou os olhos imaginando o quanto os humanos eram estupidamente frágeis, e Emmanuel olhava a garota preocupado.
  A tensão no carro era palpável, Dean tentava não pensar que estava com um anjo desmemoriado e um demônio se fazendo de amigo em seu carro. sentia- se presa em uma armadilha bem planejada, mas depois de ter viajado tanto tempo seguido não pode impedir suas pálpebras cansadas de se fecharem.

***

   acabava de estacionar seu Chevelle 1969 na frente de um dos cassinos de Vegas quando suas visões lhe avisaram que os demônios já tinham a rastreado.
  - Merda! - xingou acelerando e saindo cantando pneu do estacionamento. - Droga, droga, droga, mil vezes droga!
  A garota olhava pelo retrovisor a cada cinco minutos para garantir que não estava sendo seguida, de repente Las Vegas não parecia mais uma boa ideia.
  Estacionou na frente do hotel onde estava se hospedando, colocou tudo na mochila de qualquer forma, ao passar pela recepção novamente jogou mais notas do que era preciso para pagar sua conta e correu para o carro.
  Mais uma vez estava na estrada, desta vez ela precisava de ajuda, mas não conseguiu pensar em ninguém que não fosse as irmãs. A noite ficara para trás de acordo as horas iam passando. Ninguém a seguiu.
   não fazia a mínima ideia de qual seria seu próximo passo até que as placas da rodovia sob o brilho do sol nascente avisaram- lhe que estava na California. Teria que pedir ajuda a sua irmã, sabia que a entenderia afinal era uma sensitiva, por outro lado, embora tentasse, jamais as compreenderia porque era apenas uma caçadora, não sentia- se como uma aberração como as outras duas.
  E apesar de encontrar conforto ali, sabendo que poderia contar com uma de suas irmãs, sabendo que não estava mais sozinha, não pôde evitar a dor que lhe invadiu a seguir. A Califórnia era um belo lugar, o lugar onde ela tinha sido mais feliz e também o que tinha sido mais triste, voltar nunca tinha sido uma opção. Até agora.

***

   dirigia impaciente, sabia que Garth jamais colocaria uma delas em risco de propósito e repetia isso a si mesma. Tentava imaginar por que a irmã de repente saiu com um caçador, sabia que seria a ultima a fazer algo assim, mas então por que tinha feito?   Sentia-se culpada, como se fosse a única responsável pela partida das irmãs.
  A viagem foi composta de três paradas, e durante o percurso até a casa do curandeiro infligiram todas as leis de trânsito. Nenhum deles se importou.
  A garota repetia a si mesma que não iria brigar nunca mais com a irmã se a encontrasse, prometia ao céus que a escutaria, sabia que provavelmente ninguém lá em cima estaria se importando, mas se apegou a qualquer fio de esperança.
  Durante o caminho Garth deixou vários recados no celular da morena sem obter resposta. Quando finalmente estacionaram o carro na frente da casa desconhecida o sol já desaparecera.
  A mulher que atendeu a porta parecia cansada e, talvez, até um pouco assustada.
  - Estamos atrás de Emmanuel. - anunciou Garth
  - Ele saiu daqui ontem a noite. Não sei quanto tempo vai demorar. - disse ela e respirou fundo.
  - Por acaso a pessoa que veio procura-lo era uma garota baixinha, um metro e sessenta e cinco no máximo, cabelos compridos castanhos-avermelhados, olhos azuis?
  - Sim, ela apresentou-se como , estava acompanhada por um rapaz, Dean. - informou ela.
  - Obrigada. Você sabe para onde foram? - perguntou .
  - Indiana, algum hospital lá.
  Os dois agradeceram a mulher e seguiram para um hotel para passar a noite antes de cair na estrada mais uma vez.

***

  O sol desaparecia a oeste quando finalmente chegou a Carmel, não era difícil ver por que a irmã resolveu morar ali, era um belo lugar.
  Estava chegando ao endereço passado pela irmã quando foi tomada por uma visão;
  Na frente da casa tinha duas pessoas desconhecidas, aparentemente queriam entrar no lugar que era estranhamente a prova de criaturas sobrenaturais.
  - Ela tem que morrer! -disse o homem com raiva;
  - E vai. Mas primeiro temos que descobrir onde estão outras duas pessoas e você sabe disto. Temos ordens e vamos segui-las. - disse a mulher naturalmente.
  - Como se nem podemos entrar nesta casa?
  - Para que entrar na casa? não está ai, mas deve estar chegando... - disse a mulher.

   freou o carro bruscamente tomando o caminho oposto ao que ia.
  - Bitch!

Capítulo 07

  Ashley acordou com o carro parando, sentiu-se estúpida por dormir e deixar-se vulnerável em um carro com inimigos em potencial. Arrumou-se no banco e visualizou o hospital alguns metros a frente. Piscou rapidamente desacreditada.
  - Eu sabia que era muita bondade para um demônio. Já chamou seus camaradinhas querida? -perguntou Ashley com ódio para Meg, mas a demônia não precisou responder nada, nem Dean teve que pedir explicação para o surto da garota, pois neste momento Emmanuel se pronunciou.
  - Demônios, o prédio está cercado por eles.
  - Não os chamei. - disse Meg ao mesmo tempo.
  Dean parou o carro deixando uma distância segura entre o carro e o prédio, impedindo que os demônios os vissem.
  - Não consigo matar todos. - anunciou Meg.
  - Ah sim, por que você ia amar nos ajudar não é? - perguntou a morena irônica, não acreditando nem um pouco nas boas intenções da outra.
  - Olha aqui eu estou no lado de vocês, lamento se não lhe agrada, mas a mim tão pouco.
  Ashley revirou os olhos, mas antes que continuasse a briga o Winchester as interrompeu.
  - Já deu, as duas. Eu ainda tenho a minha faca...
  - Esqueça Dean, você só tem uma faca e mesmo que você e Meg trabalhem junto eles estão em maior número e são mais rápidos. - a garota interrompeu encostando impetuosamente ao banco.
  O carro ficou em silêncio diante do novo impasse.
  - Dean podemos conversar, rapidinho? - perguntou Meg, já saindo do Impala sendo seguida pelo Winchester.

***

  O som de Wake Up Little Susie ressoava no quarto de forma que impedia Sam de tentar ao menos descansar. Claro, apenas ele escutava o som, inaudível aos outros. Ele sabia que havia sido escolha dele abrigar Lúcifer em seu corpo e era tão obvio que teria consequências. Sabia que o irmão provavelmente estava procurando ajuda como lutador que era. Dean jamais desistiria, Sam invejou o irmão pela coragem, por ser o lutador que não tinha conseguido ser e, enquanto definhava, esperava que o irmão voltasse. Não havia esperança. O Winchester mais novo queria que o irmão apenas esperasse de procurar uma ajuda que não viria e aceitasse o que viria a seguir, sua morte.
  - Ah, Sammy, como você está tão dramático. Como um cara tão mole conseguiu salvou o mundo do apocalipse?
  Sam trincou os dentes e recusou responder o homem, ou melhor, o demônio que apenas ele via.
  - Não seja tão melodramático. Nós éramos parceiros lembra?
  O Winchester fechou os olhos com força. Como se precisasse que alguém o lembrasse o que fez. Sentia-se culpado o suficiente sem que alguém o fizesse.

***

  Ashley e Emannuel encaravam Dean e Meg do lado de fora sem saber o que os dois discutiam, embora a garota fosse capaz de imaginar.
  - Você está propondo que eu apenas chegue nele e conte tudo?
  - Qual o problema? Vocês não eram melhores amigos? -rebateu a demônia.
  Emannuel observava os dois intrigado, as mãos prontas para abrir a porta. Ashley que estava no banco de trás sentiu a agitação do anjo e o encarou.
  - Vá em frente. Tenho certeza que esta conversa diz respeito a você também. - encorajou.
  No lado de fora Dean e Meg continuaram conversando sem perceber que Castiel tinha saído do carro.
  - Não posso ir lá e falar o que ele fez.... - o Winchester começou a falar, mas foi interrompido pelo anjo.
  - Suponho que já nos conhecemos. - murmurou ele -seja lá o que eu tenha feito, me fale.
  - Não, eu estou fazendo isso por você. - respondeu Dean, tentando livrar o amigo de saber o que ele havia feito.
  - Você é um anjo. - disse Meg ao mesmo tempo o Winchester a olhou com ódio, e o anjo ficou com o olhar perdido com o semblante confuso.
  - Sinto muito, você está flertando? - perguntou ele, Ashley que se aproximava sorriu.
  - Ela é mais inteligente que isso, Emannuel. Mas é verdade, você é um anjo e pode matar todos aqueles demônios. -ela pronunciou-se.
  - Eu... Não sei como.
  - Vá por mim, é como andar de bicicleta. - disse Meg o anjo a olhou intrigado e depois murmurou:
  - Eu também não sei isso.
  Ashley e Dean reviraram os olhos em sincronia.
  - Você vai colocar seus dedinhos angelicais na cabeça deles, eles vão brilhar como purpurina e fim, nós entramos no prédio. Fácil assim. - sorriu Ashley tentando incentivar.
  O anjo os encarou, os três o olhando esperançosamente. Seguiu passo a passo na direção do inimigo.
  Enquanto isso dentro do hospital Sam era levado por um demônio para a seção de eletro choque.

***

  Mia e Garth entravam no hospital, enquanto Ashley, Dean e Mega assistiam enquanto o rosto de Castiel aos poucos brilhavam em uma distorção vermelha de cicatrizes.
  - Não! - gritou Ashley, como sensitiva, o fluxo de cicatrizes, as dores e angustias, que passavam de Sam para Castiel e ela conseguia sentir tudo aqui, era demais para ela.
  Ash caiu de joelhos às mãos a abraçando como se pudesse proteger-se das emoções daquele lugar.
  Dean tentou aproximar-se, mas a garota mandou-lhe um olhar de advertência, não precisava de mais sentimentos perto de si. Meg não tinha percebido o olhar e se aproximou da garota arrancando-lhe outro grito de dor no mesmo instante que Mia abria a porta do quarto com a arma apontada para a demônia com Garth ao lado.

***

  Kath estava na estrada quando a visão da irmã caída com um demônio ao seu lado a desesperou, o velocímetro apontava a velocidade máxima, mas naquele momento ela precisava encontrar a irmã.
  Estava tão preocupada que não notou no fim da estrada, alguém parado a sua espera.
  A garota freou bruscamente e fez o carro dar uma volta em torno de si mesmo, perdendo o controle. O carro foi em direção as arvores que cercavam a estrada.

***

  - Fiquem longe dela! - gritou a loira, mirando Meg, sem saber que esta era um demônio.
  - Castiel? - Garth estava surpreso em ver o anjo.
  Meg levantou-se lentamente com as mãos para cima, enquanto as poucos as marcas em se fixavam a Castiel e Sam voltava a si mesmo.
  Mia correu em direção a irmã.
  - Não, por favor. - sussurrou Ashley, fazendo com que a mais velha entende-se. - Não é culpa deles Mia, você sabe que eu sou assim.
  - Castiel? -Sam tentava compreender, mas o anjo nem o escutou, seus olhos fixos em alguém que os outros não podiam ver.
  - Olá irmão! - cumprimentou um alegre Lúcifer.

Capítulo 08

  No capítulo anterior...
  “- Não, por favor. - sussurrou , fazendo com que a mais velha entende- se. - Não é culpa deles , você sabe que eu sou assim.
  - Castiel? - Sam tentava compreender, mas o anjo nem o escutou, seus olhos fixos em alguém que os outros não podiam ver.
  - Olá irmão! - cumprimentou um alegre Lúcifer."
  Agora...

   ajudava a levantar, a morena parecia perdida e sabia que era por causa das emoções que fluíam livremente no espaço, a tensão era palpável e a loira sabia o quanto isso machucava sua irmã sensitiva.
  - Calma. - sussurrou ela para a irmã sem se importar com quem estava olhando. olhou a irmã que por muito tempo a tinha ignorado, tinha sentido falta da sua irmã mais velha, mas ao examinar o quarto não encontrou a outra.
  - Cadê ? - sussurrou ela. Enquanto os outros observavam a cena atentamente, alternando entre as irmãs e o anjo. respirou fundo, sem saber se envolver a irmã nisso tinha sido uma decisão sábia. Diante da hesitação da mais velha Garth anunciou:
  - Vocês têm um problema!

***

  Enquanto isso abria os olhos não muito longe dali, lembrou- se do acidente, mas ao olhar em volta percebeu que não estava em um hospital, ao contrário, era um quarto num tom enjoativamente rosa, ergueu as mãos e percebeu que não estava presa. Com relutância levantou- se e foi até a porta, apenas para confirmar seu medo a porta e a janela estavam trancadas.
  Procurou o celular no bolso, mas não o encontrou. Isso só queria dizer uma coisa: Demônios, mas por que a estavam a mantendo em um quarto e não em uma sala de tortura. Sem escolha resolveu sentar na cama e esperar pacientemente. Com o coração na mão.

***

  - O que houve para ela resolver ir embora assim? - perguntou a morena preocupada.
  - Tinha um monte de demônios, ela viu algumas e... Eu não sei. Ela repetiu tudo o que você disse antes de ir embora e se foi. - falava apressadamente.
  - E você não foi atrás dela? - perguntou confusa.
  - Eu disse que se ela saísse não precisava voltar, ela saiu. - disse a outra acusatoriamente.
  - Esse é o seu problema, você a deixou ir e agora quer que eu te ajude? Você ao menos soube o porquê dela ir, o que ela estava sentindo, você a expulsou da sua vida, assim como me expulsou e resolver voltar atrás?
  - Eu não a expulsei e pedi para que ficasse. Você não sabe de nada! - a outra disse erguendo o tom de voz.
  - Sim eu não sei, porque você me expulsou da vida de vocês quando eu mais precisava. Porque você não se importa com ninguém além de si mesma, só quer que a traga de volta para tirar um peso da sua consciência e não por ela. só pensa em . - respondeu a morena.
  - Hey, hey, vamos nos acalmar? - pediu Dean, que foi ignorado por todos.
  - Estou pedindo para que me ajude a encontrá-la por que havia muito demônios atrás dela...
  - Tinha demônios atrás de mim. Eles nunca se foram e você nunca se importou! - gritou , enquanto as emoções do quarto aumentavam exponencialmente. A garota respirou fundo. também.
  - Sinto muito . Eu posso ver o erro que cometi agora.
   tentava bloquear as emoções alheias e focar em suas próprias emoções, lembrava- se do quanto tinha se sentido abandonada.
  - Vou achá-la, , não por você, mas por que ela foi a única ao meu lado. - respondeu a garota que seguiu para a porta, que estava bloqueada por Dean.
  - está cheio de demônios atrás de você lá fora, sair é pedir para morrer. - disse o Winchester.
  - Vou cuidar dela cara. - interrompeu , se perguntado se o loiro era o Dean Winchester, que Garth tinha confiado tanto.
  - Não parece que tenha cuidado muito dela até aqui. - respondeu ele. A garota o encarou com fúria, os olhos verdes brilhando em raiva.
  - Ela é a minha irmã, nunca deixaria algo acontecesse. - praticamente rosnou em direção ao Winchester.
  - Sério? Porque ela chegou a uma casa abandonada sozinha e veio até aqui sozinha. Não parece que você tenha cuidado muito dela...
  - Chega! - interrompeu que não aquentava mais aquele clima. - Eu estou bem aqui e sei cuidar de mim mesma e é o que eu tenho feito.
  Todos se encararam, menos Castiel que olhava um ponto fixo invisível com medo e esquecido no meio da discussão.
  - Eu prometi que te ajudaria com seu irmão, Dean, e aqui está ele novinho em folha. Agora eu tenho que encontrar a minha. De qualquer forma obrigada por se preocupar comigo. - sorriu ela.
  As palavras fizeram com que um Sam recém-recuperado tivesse uma ideia.
  - Você ajudou a me trazer, acho que te devo uma . - o nome saiu meio incerto já que não tinham sido apresentados, mas as palavras do moço chamaram a atenção de todos e Dean logo percebeu a ideia, tinha sido uma vida inteira para que eles percebessem com a cabeça do outro funcionava.
  - Isso mesmo , você me ajudou muito, então deixe que nós vamos atrás da sua irmã.

***

  Depois de muita discussão Meg e ficaram no hospital cuidando do anjo. E , Garth, Dean e Sam seguiram à procura da garota.
  - Que ideia idiota foi essa de deixar lá, tem um demônio e um anjo. nunca apoiaria isso. É loucura a deixar lá. Como é que eu fui concordar com isso? - a loira resmungava consigo mesma.
  - Se os dois dizem que é seguro ela ficar é por que é, confie neles. - murmurou Garth.
  - É bom que não estejam mentindo, porque se algo acontecer a ela...
  - Fica fria loira, não estamos mentindo. - respondeu Dean passando ao lado de com um sorriso irônico. A garota segurou seu braço o obrigando a voltar.
  - É bom que não esteja, do contrário vai fazer uma visitinha para o Bobby. - disse ela sorrindo. Um lindo sorriso foi o que Dean reparou.
  - Não meta Bobby nisto, você não o conhecia como nós. - disse ele se aproximando ainda mais da garota.
  - O que é isso crianças, vamos parar com isso e ir atrás de .
  Por fim o carro de Garth ficou ali caso Meg e precisasse fazer uma retirada de emergência. e Gath seguiram no Landau e Dean e Sam no Impala, durante o caminho Sam só conseguia tentar imaginar quem era a garota, que nem conhecia, mas que já chegara abalando as estruturas da sua vida, recém-salva.

***

  - Ótimo, maravilha, bom mesmo. - resmungava no quarto. - Babá de anjo, protegida por um demônio, presa dentro de um hospital psiquiátrico sem poder ir atrás da minha irmã. Claro que isso era tudo que eu queria da minha vida. Maravilha.
  - Você é boa de ironia garota. Mas acho que você está exagerando pequena Cole. - murmurou Meg.
  A garota revirou os olhos.
  - Se vamos ter que conviver, meu nome é , não Cole, e ele via pessoas mortas eu vejo anjos e demônios...
  - O que é quase a mesma coisa. - interrompeu Meg sorrindo.
  - Talvez. - murmurou a outra, ligando o notebook e começando a procura pela sua irmã, ignorando a presença da demônio.

***

  Já fazia quatro dias que estava presa naquele quarto, ela não podia impedir-se de dormir e toda vez que acordava lá estava varias comidas diferentes que duravam todo o dia. Até agora não tinham tentado fazer nada com ela e isso a intrigava e a assustava ao mesmo tempo, mas por enquanto ela estava aproveitando da hospitalidade desconhecida enquanto tentava descobrir uma forma de sair dali.
  A garota descobrira um pequeno buraco na parede, mas diante a falta de carcereiros aparentes a garota ia até onde o escondera atrás com uma mesinha ridiculamente rosa e olhava o mundo de fora a procura de alguma pista.

Capítulo 09

  Já fazia uma semana desde que os quatro caçadores tinham partido à procura de sem nenhuma pista até então. Anoitecia na cidade de Albany-Illinois e o céu mostrava que logo viria uma tempestade forçando eles a procurar um dos típicos motéis baratos para se hospedarem.
  - Nós precisamos de quatro quartos. - anunciou Dean à atendente, uma senhora maltratada pelo tempo, que mascava chicletes de forma barulhenta.
  - Não temos. - disse ela sem ao menos se dar ao trabalho de olhar o grupo que acabara de chegar.
  - Então talvez três com camas de solteiro? - perguntou Sam.
  - Já disse que não temos... - disse ela explodindo uma bola de chiclete em seguida. A caçadora que até então esta quieta se irritou.
  - Bom, não é como se esse lugar fosse cinco estrelas, não é possível que não haja nenhum quarto disponível.
  Finalmente após a petulância da garota a mulher os olhou.
  - Temos uma tempestade a caminho, só restou um quarto com cama de casal, interessa?
  - Só um quarto? - perguntou sem acreditar que a àquela altura do dia, ou melhor, da noite, teria que ir à procura de outro lugar.
  - Isso mesmo, só um quarto, vocês podem até procurar, mas duvido que vá encontrar algum lugar antes da chuva. - sorriu a velha com um ar de crueldade.
  - Ah maravilha, ótimo mesmo. - resmungou a garota.
  - Se pagarem dez por cento a mais posso arrumar dois colchonetes para vocês. - sorriu a velha, claramente se aproveitando da situação.
  - Nós aceitamos. - respondeu Sam, percebendo que todos estavam cansados o suficiente para ter que procurar outro lugar.
  - Levo em cinco minutos. - murmurou ela enquanto entregava a chave e antes de darem as costas para ela completou: - Esperem-me vestidos.
  - Ela não disse isso. - disse a si mesma, enquanto fechava as mãos em punhos e marchando em direção ao quarto.
  Abriu a porta e jogou-se na cama tempestuosamente. Logo os demais chegaram ao quarto.
  - Não se preocupe , vamos encontrá-la. - Sam, disse sentando-se ao lado da garota.
  - Eu sei. - murmurou ela com a voz abafada pelo travesseiro.
  Dean ignorou totalmente a garota, sentou-se no pequeno sofá que o quarto oferecia e ligou o notebook, enquanto Garth começava a abrir alguns livros.
  - Vai ficar tudo bem. - disse Sam mais uma vez.
  - Obrigada Sam. - respondeu ela tirando o rosto do travesseiro. - Você tem me ajudado muito.
  - É para isso que estamos aqui. - o Winchester sorriu para ela.
  - Seu irmão não acha o mesmo, ele está aqui para pagar uma dívida com a minha irmã. -murmurou ela. - Mas enfim, vou tomar banho e descansar, amanhã a gente tem mais um longo dia pela frente.

***

  , ao poucos se acostumava com o quarto pink que passara a ser sua casa, na última semana. Porém, ao acordar aquela a noite, algo estava diferente, a porta do quarto encontrava-se aberta.
  A garota levantou-se desconfiada, foi até a porta e hesitante saiu, na ponta do pé, cuidando para não fazer barulho.
  Viu-se em um escritório, os livros seguiam do chão até o teto, a frente uma enorme mesa de escritório perfeitamente organizada.
  - Bom dia querida. - anunciou-se o homem, parado junto à porta do cômodo.
   virou-se instintivamente em direção ao homem, pronta para lutar.
  - Quem é você? Por que está me mantendo aqui? - exigiu ela. O homem sorriu para ela.
  - Quantas perguntas criança, devo admitir que estava ansioso por te conhecer, mas estive um pouco ocupado nos últimos dias. Claro a espera compensou, espero que tenha gostado das nossas instalações.
  - Eu gostaria de saber o que está acontecendo, e odiei aquele quarto macabro. - respondeu ela sem medo algum do homem.
  O homem deliciou-se diante da resposta da menina, imaginando o quanto eram parecidos.
  - Vou ver o que posso fazer sobre o quarto, mas que tal conversarmos um pouco? Esperei um longo tempo para te conhecer.

***

   saiu do banheiro os cabelos loiros molhados, caiam sobre a blusa enorme do Batman que cobria o short curto e deixavam as pernas da garota à mostra, chamando a atenção do Winchester mais velho, mas sua atenção foi desviada quando o celular dela começou a tocar.
  - Alô?
  - é a , descobriram alguma coisa?
  - Ainda não, e você?
  - Há mais ou menos uma semana, ela estava em Vegas, talvez vocês encontrem algo lá. - respondeu à morena, enquanto fechava a notebook, com suas pesquisas recentes em mãos.
  - Como você conseguiu essa informação? - perguntou a mais velha;
  - Apenas me garanti estar um passo à frente caso um dia precisassem de mim. -respondeu ela com um sorriso.
  - Tem certeza que ela estava em Vegas?
  - Pensa um pouco qual o melhor lugar para uma vidente e que ninguém desconfiaria? É óbvio que Vegas, e caso você tenha dúvida, rastreei todos os cartões de créditos e nomes falsos.
  A loira sorriu, não podia negar a eficiência de quanto à pesquisas.
  - Assim que amanhecer vamos para Las Vegas, nos mantenha informados.
  - Pergunta sobre Castiel. - sussurrou Sam, percebendo que era .
  - você está no viva-voz. - informou .
  - ? Meg? - cumprimentou o Winchester mais novo, e logo todos estavam em volta do aparelho.
  - Hello boys. - Meg respondeu e revirou os olhos.
  - Como anda Castiel? - perguntou Dean.
  - Dormindo como um anjo? -propôs ironicamente.
   logo notou que a irmã não estava nada contente com aquela situação.
  - Está na mesma, qualquer novidade sobre ele vamos ligar, não se preocupem. O emplumando está em boas mãos. - respondeu a demônia.

***

   seguiu o homem com os olhos, enquanto ele se sentava atrás da mesa e gesticulou para ela sentar-se à sua frente.
  - Então, vai começar a falar? - perguntou ela cruzando os braços.
  - Eu sei que não está feliz com essa situação, mas creio que não iria falar comigo em outra ocasião, e eu queria muito falar com você, e conhecendo sua irmã como conheço posso dizer que sua família adotiva é realmente impressionante, quem diria que iriam ser moças tão incríveis...
  - Como conhece minhas irmãs? - perguntou ela.
  - Na verdade apenas uma, . Doce , me pergunto como ela está tivemos uma conversa muito interessante há algum tempo. Sua irmã é uma pessoa fascinante...

***

   estava jogada na poltrona oposta a ocupada por Meg, as duas andavam treinando o dom da garota, Meg garantia que ela podia “sugar" os sentimentos dos outros ou até mesmo induzir, mas até agora a garota não obtivera sucesso.
  - Vamos lá pequena Colle, você tem que tentar de verdade. É isso que você chama de esforço?
  - Cale a boca, Meg, eu tenho feito o melhor que posso. - resmungou a menina exausta.
  - Mais respeito, quando um demônio tenta ajudar você deve prestar atenção, por que é algo especialmente raro e além do mais, eu estou sabendo das surras que você levou do Crowley, seu dom é uma arma muito eficiente, mas você tem que saber que usar.
   revirava os olhos imaginando como terminou levando sermão de demônio.
  - Crowley trapaceou em todas as vezes que nos encontramos. E como sentimentos podem se tornar uma arma?
  Meg revirou os olhos, tentando ver como explicar à garota sem dar uma arma contra si mesma. Ashely seria de grande utilidade para ela, mas não podia arriscar que o “feitiço se virasse contra o feiticeiro";

***

  O homem continuava com seu monologo sobre como via e quantas qualidade e defeitos tinha, tendo cuidado de não deixar escapar nada. escutava tudo tentando imaginar se o homem era louco, ou se estava brincando com ela, não podia deixar escapar o bocejo hora ou outra.
  - Então você me trouxe aqui para falar sobre a minha irmã?
  O homem interrompeu-se no meio da frase e a olhou, percebendo que a menina estava impaciente.
  - Desculpe-me é que sua irmã realmente é um tema muito fascinante para mim...
  - Mas o que eu e minha irmã temos a ver com você?
  - Sua irmã me procurou há algum tempo, ela queria me perguntar sobre você, ao que parece estava investigando sua história. - ficou tensa, para ela a irmã já tinha desistido da ideia, assim como ela já tinha perdido as esperanças de saber o que acontecera com seus pais para ir parar em um orfanato, não conseguia entender porquê a irmã não lhe avisara que estava retomando as pesquisas. - Fico impressionado por ela não ter lhe falado nada, mas vindo de consigo compreender, tão previsível. Mas eu sei sua história, assim como sua irmã desconfia.
  - Quem é você? O que é você? - sussurrou a garota, sem saber por que a irmã não lhe contara nada.
  - Eu sou Crowley, o rei do inferno. - anunciou ele.

Capítulo 10

  No capitulo anterior...
  “- Quem é você? O que é você? – sussurrou a garota, sem saber por que a irmã não lhe contara nada.
  - Eu sou Crowley, o rei do inferno. – anunciou ele.”

  Agora...
  A chuva caia forte no lado de fora, ricocheteando a janela em sons absurdos e terríveis, enquanto dormia agitada em uma poltrona, e a demônio zelava pelo sono da sensitiva e do anjo.

***

   levantou antes de amanhecer o dia, ainda assim a tempestade impedia de ver qualquer coisa no lado de fora.
  - Vamos levantar cambada, hora de cair na estrada! – gritou ela e recebeu um travesseiro na cara.
  - Vá gritar para a avó. – murmurou Dean enquanto mergulhava mais uma fez na inconsciência. A mulher o encarou com ódio.
  - DÊMONIO! – gritou ela, e logo os três homens estavam com armas apontadas na sua direção. sorriu vitoriosa. – Brincadeirinha! Hora de cair na estrada my loves.
  Os três a olhava inconformados enquanto ela saltitava deixando as mochilas com seus respectivos donos e deixa o quarto cantarolando.
  - Eu te odeio. – gritou Dean enquanto levantava.
  - A recíproca é verdadeira. – respondeu ela voltando, cheia de sacolas. – Pedi o café da manhã, espero que não se importem. Temos: torta, x-burguer de bacon e pudim.
  O Winchester mais velho a olhou com admiração, a raiva recém esquecida.
  - Não precisa agradecer, eu sei que sou boa no que faço. – disse ela sorrindo, caminhou até ele e o encarou. – É melhor fechar a boca, Love, assim não entra mosca.
  Dean a encarou mais um pouco - enquanto Sam e Garth tentavam não rir da cena - e depois caminhou para o banheiro trocar de roupa.
  - Guarda um pouco para mim, Sam. – ordenou o mais velho.
  Depois que ele fechou a porta, jogou-se na cama onde Sam ainda levantava.
  - Será que eu ofendi o cérebro? – perguntou ela gritando para se fazer ouvir.
  - Pare de provocá-lo, . – Garth a repreendeu.

***

  - Espera ai, você quer dizer então que o inferno tem um rei, que minha irmã o conhece e que ele é você?! – perguntou encarando o homem que a olhava com o peito estufado.
  - Sim. – respondeu ele. A garota o olhou de cima em baixo, esperou ele dizer que era brincadeira, mas diante de olhar impassível do homem não conseguiu conter a gargalhada. era o tipo de pessoa que conseguia rir em todas as horas mais inconvenientes, e no fundo ela sabia disso.
  O riso da garota fez com que aos poucos Crowley começasse a se irritar.
  - Chega! – gritou ele e a garota se interrompeu ao perceber seus olhos vermelhos.
  - Hey, calminha ai, vossa majestade, eu não quis ofender. – murmurou ela, se levantando e começando a recuar.
  - Eu estou dizendo que eu sou o rei do Inferno, você deveria me respeitar mais. – disse ele voltando os olhos ao “humano”. - Mas não se preocupe, não vou machucá-la, temos que ter uma longa, longa, conversa, embora você possa quer comer algo antes...
  A garota analisou a proposta do homem, ou melhor, do demônio e decidiu que já que não tinha nada a perder, comer não faria mal.
  - Sim, seria muito... legal da sua parte.
  Crowley chamou uma ordem de nomes e logo vários homens com os olhos extremamente negros entraram e transformaram a mesa do escritório em uma rica mesa de café da manhã.
   prendeu a respiração ao ver a quantidade de demônios que estavam ali e entendeu logo qual era o recado.
  - Okay, não tentar fugir, entendi. – sussurrou ela.
  - Não se sinta ameaçada, querida, logo você fará parte disso.

***

  Dean ultrapassou o Landau o fechando em seguida, obrigando a garota a frear.
  - Vê se aprende a dirigir, lindinha, ou será que a lata velha não anda mais que isso? – gritou o Winchester e o olhou com ódio.
  - Ele chamou o meu bebê de lata velha? –perguntou ela para Garth, sem acreditar no que acabara de ouvir.
  - Vocês devem parar de agir como crianças. - respondeu ele, mas a garota o ignorou deliberadamente.
  - Se segura. – murmurou ela, acelerando o carro ao máximo.
  - Onde tirou sua carteira? Achou no lixo junto com essa imitação de carro? – perguntou ela, enquanto jogava seu carro para o lado do Impala obrigando o Winchester jogar o carro para o acostamento. Garth jogou-se contra o banco do passageiro prevendo uma longa viagem.

***

   acordou e não encontrou Meg no quarto, olhou o relógio e percebeu que era a hora da ronda. Ainda assim ter um demônio cuidando dos “negócios” não a agradava, era como dar as costas ao inimigo.
  Levantou-se inquieta e seguiu até onde o anjo encarava o teto sem nada ver.
  - Você não acha que já está na hora de acordar não? Têm uns amigos seus bem idiotas que se preocupam com você mesmo com tudo que fez. A merda já tá feita emplumado, hora de acordar para consertar. – murmurou ela e depois, após pensar um pouco suspirou.
  - Eu estou falando com um anjo e um anjo em estado de coma! Este lugar está me enlouquecendo. – resmungou ela e depois completou: – Como se eu precisasse de mais um motivo para enlouquecer.
   Ligou o notebook e tirou uns cadernos da mochila.
  - E lá vamos nós de novo. Seja lá o que você está aprontando, eu vou descobrir e quando eu descobrir... Ah Crowley, você vai se arrepender de cada vírgula que fez.

***

   comia silenciosamente sendo observada atentamente por Crowley. O silêncio que se estendia se tornava torturante, cada segundo que se estendia tornava a confusão da menina ainda maior, por que um demônio que cruzou o caminho da sua irmã saíra vivo? Por que tinha trazido a pesquisa sem falar nada? O que será que descobrira e por que isso envolvia um demônio?   De alguma forma terrivelmente medonha ela sabia, em seu intimo, cada uma das respostas que sempre negara aceitar. A verdade tão angustiante que até mesmo suas irmãs sempre negaram aceitar.
  A garota foi sobrepujada de seus medos quando Crowley resolveu se pronunciar.
  - Sei que você começa a encaixar as peças, você é uma garota inteligente. Não é tão terrível como pensa, vocês apenas não veem isso da perspectiva correta.
  - Eu não sei do que você está falando...
  - Bom, então vou ter que explicar do começo... A long, long time havia um casal, não exatamente um casal, o homem possuía olhos negros, tremendamente negros, a mulher sabia disto, mas ela o amava. Um belo dia, você sabe como os bebês são feitos, ela ficou grávida e ficou imaginando toda aquela história da Cinderela que as mulheres sabem fazer, sem ao menos perguntar ao pobre demônio o que ele pensava a respeito. Naquela época ele estava um pouco ocupado, problemas no inferno você sabe... São tão complicados... Enfim, um belo dia ele voltou e a encontrou com um bebê, então ele a matou fim!
  A garota que até agora escutava atentamente não pode conter algumas lágrimas.
  - Por que você está me contando isso?
  - Você sabe o porquê. – respondeu ele, olhou no relógio e fez uma careta. – Bom, eu adoraria continuar essa adorável conversa, mas agora eu tenho um negocio com meu amigo Dick Roman, volto mais tarde.
  Dizendo isso ele desapareceu deixando a garota sozinha.

Capítulo 11

  Os quarto caçadores estavam chegando a Vegas depois de muita disputa entre Dean e . A garota vencia a nova disputa entre eles, mas em uma ação desesperada do Winchester ele jogou o Impala para cima do Landau, sabendo que a mulher desviaria. quase perdeu a direção do carro, mas conseguiu para a tempo de atingir uma árvore, fazendo assim com que Dean estacionasse antes dela em um hotel.
  - Você é louco? – gritou a garota descendo do carro ofegante. – A gente poderia ter morrido! Morrido!
  Dean desceu do Impala com a mochila nas costas e seguiu para o hotel a ignorando. A garota andou e segurou seu braço.
  - Eu estou falando com você! Tem que aprender a medir as consequências de seus atos! E se eu e Garth tivéssemos nos machucado?
  O Winchester tentou não pensar que ela estava certa, puxou o braço que ela segurava a aproximando de si, os dois sentiam a respiração um do outro em seu rosto, os olhares fixos. A discussão esquecida por alguns instantes. Os dois sentiam que poderiam continuar daquele jeito por muito tempo, mas o momento foi destruído por Garth que procurava algo no carro e chamou por .
  A garota piscou algumas vezes e Dean a olhou sem saber o que fazer, o instante constrangendo os dois.
  - Você está bem. – respondeu o Winchester soltando e seguindo para dentro do prédio enquanto ela ficava ali o encarando andar.

***

  - Não é verdade... É só um jogo para ele, eu tenho que ir embora daqui. – sussurrava em seu quarto, inquieta. – Então vamos lá como eu posso fugir daqui? – perguntou a si mesma, passou um longo tempo pensando e em seguida jogou-se na cama. – Tudo bem, não há como sair daqui...

***

   deixou seu computador ligando enquanto ia a procura de algo para vestir enquanto procurava a irmã.
  O celular da moça tocou avisando novas mensagens. A loira correu até o aparelho, na esperança de encontrar algo sobre , mas para o desapontamento era de .
  - , você tem que parar com isso, ela é sua irmã. Ela pediu desculpas... É errado tratá-la assim. – a loira se repreendeu.
  Ela sabia que não tinha mais motivos para guardar ressentimentos da irmã, afinal a morena tinha tido seus motivos para partir, ainda assim, não conseguia perdoá-la por ter as deixado.
  Abriu as mensagens.
  “, ainda não tenho nada sobre além do que já mandei e vocês. Tem certeza que é para eu ficar aqui? Eu sei que poderia fazer mais coisas ai fora. Eu estou enlouquecendo aqui, eu odeio isso! ODEIO!”
   riu da agressividade da irmã, a verdade era que ela estava com raiva de não ter conseguido achar mais nada pela suas pesquisas, não por vontade de realmente estar em combate. A loira lembrava como isso na maioria das vezes machucava a irmã, todos os sentimentos, e a culpa. No fim das contas ela sabia que a irmã só estava tentando acabar com isso quando partiu.
  Logo começou a escrever a resposta:
  “, lamento, mas você tem que continuar aí, é SEGURO. Pode ter demônios no caso o qual acredito que a chance é de 90% e isso seria muito ruim para você, não há necessidade de tornar isso ainda pior. Você está sendo ótima com as pesquisas, logo vai achar tudo o que precisamos. Apenas aguente um pouco mais.”
  Após responder a primeira mensagem seguia para a outra.
  “, não estou conseguindo falar com o Dean, ele precisa saber que tem algo MUITO errado com Dick Roman eu não sei o que é, mas não é normal(nem para os padrões dele)... Mande ele entrar em contato comigo o mais rápido possível. Do contrário eu mesma irei atrás deste filho da puta.
  p/s: não se matem Dean é um cara legal!”

  - Sim é um cara legal, para jogar no lixo banhado de álcool e com um fósforo acesso. – resmungou a loira. Bom, lá vamos nós... – murmurou ela.
  O quarto dos Winchesters era na frente do dela.
  - Toc, toc! – anunciou ela abrindo a porta que estava só encostada. – Hello, garotos.
  Sam e Dean a encararam a garota estava com um robe curto de seda. Sam desviou o olhar e prendeu o riso ao ver a cara do irmão.
  - Você não tem roupa? – perguntou o mais velho e só então a garota se tocou que estava de roupão, ela sorriu para ele.
  - Qual o problema com meu robe? Eu gosto dele. – respondeu ela, nem um pouco inibida.
  Dean não pode impedir a si mesmo de dar uma boa encarada nas pernas da garota.
  - Também gosto das minhas pernas, Dean. – disse a loira, jogando-se na cama do canto direito como se tivesse feito isso um milhão de vezes antes.
  - Mas o que vem ao caso é que minha irmãzinha quer falar com algo sobre um tal de Dick Roman, eu acho.
  Dean e Sam ficaram tensos eles estavam momentaneamente distraídos à procura de , mas o inimigo ainda estava lá e eles precisavam acabar com ele.
  - O quer ela disse exatamente? – perguntou Sam.
  - Nada construtivo na verdade, apenas que tem algo muito errado com ele e que é para o Cérebro entrar em contato com ela. Então quem vai me dizer quem é esse?
  - Um dos nossos casos particulares...
  - Ele matou Bobby não foi? – interrompeu a garota. – e vocês querem vingança e o Cérebro pediu ajuda a minha irmãzinha, eu quero participar...
  - Fique fora disso. – Dean respondeu a olhando nos olhos, apesar de tudo ele jamais envolveria alguém que pudesse estar de fora e de alguma forma ele não queria que ela se machucasse.
  A garota o olhou com raiva.
  - Bobby não era propriedade de ninguém, ele também era meu amigo, não tanto como de , mas meu amigo. Vocês não podem me impedir de...
  - Dick é perigoso, você nem ao menos sabe... - o Winchester tentou mais uma vez.
  - Eu aprendo... – interrompeu a loira.
  - Que tal por enquanto a gente se concentrar na e decidimos isso depois? – interveio Sam.
   olhou de um para o outro.
  - Por enquanto tudo bem. – respondeu ela indo para a porta - Espero vocês na recepção em quize minutos.

***

  - Okay. Está sendo mais fácil do que eu imaginava. – murmurou enquanto olhava em volta a procura de uma saída.- Vamos lá se eu fosse um demônio para onde eu colocaria a saída? – perguntou a si mesma, até perceber que aquela não era uma linha de pensamento boa, após a história de Crowley.
  - Tudo bem, nada sobre se eu fosse um demônio. Bom, onde um demônio colocaria a saída?
  - Demônios não precisam de saídas humanas querida. – respondeu Crowley atrás dela.
  A morena ficou paralisada por alguns instantes.
  - Droga! – resmungou enquanto criava coragem para virar em direção ao demônio.

***

  Os quatro seguiam até onde a lista de apontava que havia passado.
  - Então ela estava hospedada aqui? – perguntou a loira.
  - Sim senhora, ela disse que só ia sair, mas não voltou, as coisas que ela deixou aqui estão guardadas.
  - Eu posso dar uma olhada, no quarto onde ela estava?
  - Claro, mas devo pedir que leve as coisas daqui, nós não nos responsabilizamos por objetos deixados aqui, mas como ela disse que seria rápido no guardamos. Estamos muito preocupados. – disse o homem que claramente tinha interesses na garota.
  O homem os guiou até o quarto e voltou para a recepção enquanto os caçadores ocupavam o lugar a procura de pistas.
  - Um demônio esteve aqui. – murmurou Garth, aproximou-se do rapaz e inspirou.
  - Depois de sair, mas antes de chegarmos o cheiro ainda está por aqui. – disse ela procurando algo que confirmasse as suspeitas, além do cheiro fraco de enxofre.
  Sam seguiu até a janela.
  - Tem algo muito errado. Tem uma linha de sal aqui, mas alguém a rompeu. – disse ele.   - Quem quer que veio entrou pela porta. É um dos funcionários. – anunciou o que todos imaginaram.
  - Olá. – uma voz cumprimentou e os caçadores congelaram em seus lugares, ao se virarem para porta, cerca de dez funcionários com olhos completamente negros os esperava.
  - Bitches! – murmurou , enquanto em um piscar de olhos os demônios partiam para cima.
  Agindo por puro reflexo Dean entrou entre a garota e um demônio.
  - Vê se procura alguém do seu tamanho, imbecil. – xingou ele enquanto acertava o individuo com um soco.
  No outro lado do quarto Sam era atingido por um soco na altura do estomago. Dean ao ver o irmão foi até ele, mas não sem antes ser atingido e cair por cima de uma pequena mesa de vidro. soltou um pequeno grito antes, de puxar uma arma carregada de sal do cós da saia.
  - Hey demon surprise! – cantarolou ela atirando, sem perceber que outro demônio se aproximava por trás, Dean tentou avisar, mas já era tarde demais e essa voou pelo quarto até atingir a parede.
  Garth apanhava de um demônio tentando em vão de libertar.
  - Exorcizamus te, omnis immundus spiritus,omnis satanica potestas, omnis incuriso infernalis adversarii. - a garota pronunciava as palavras enquanto tentava recuperar o fôlego. Os demônios reagiram imediatamente com uma expressão estranha e então partiram para cima da garota.
  O Winchester mais velho levantou-se como pôde sem se importar nos cacos de vidros que esmagavam sob suas mãos, e correu para tentar defender a loira. As armas esquecidas no carro.
  Um demônio finalmente pegou a garota e a segurou pela garganta.
  - Omnis legio, omnis congredatio et secta diabolica… - sussurrou ela, enquanto sua visão aos poucos se escurecia.
  Dean finalmente alcançou a arma que ela deixara cair e atirou no individuo que a segurava fazendo com que a garota caísse novamente.
  - Ergo… Perditionis venenum propinare. Vade, satana, inventor et magister omnis fallaciae. Hostis humanae salutis. – Sam emendou na fala da garota, fazendo com que alguns demônios caíssem de joelhos às mãos nas gargantas.
  Dean correu até onde estava caída e perdia a consciência.
  - , você está acordada? – sussurrou ele ajoelhado ao lado da moça.
  - Cérebro... – sussurrou ela com um pequeno sorriso irônico. – atrás de você!
  O loiro olhou bem a tempo de receber um soco no olho.
  - Droga! – murmurou ele, enquanto atirava no infeliz. - Sam agiliza aí!
  - Humiliare sub potenti manu dei. Contremisce et effuge.Invocato a nobis sancto et terribile nomine. Quem inferi tremunt… Ab insidis diaboli, libera nos, domine. Ut ecclesiam tuam secura tibi facias,libertate servire, te rogamus, audi nos.
  Quando o mais novo finalmente terminou os demônios foram expulsos dos corpos, formando uma grande nuvem preta no quarto antes de finalmente sumirem.
  - Ai. – resmungou a garota após tentar se mexer.
  - Calma aí, deve ter machucado algum lugar. Consegue ficar em pé? – perguntou o loiro enquanto Sam ia socorrer Garth.

***

   estava mais uma vez sozinha no quarto com Castiel enquanto esperava Meg voltar com a sua comida, estava começando a se acostumar a confiar na demônia. Fechou o seu surrado exemplar de O Senhor dos Anéis, e caminhou até onde o anjo se encontrava.
  - Castiel, hora de acordar anjo. Nós não podemos esperar para sempre. Sabia que tem um monte de leviatãs a solta? Então nós temos que ir lá e chutar a bunda deles para fora daqui. – sussurrou ela enquanto puxava o coberto o cobrindo. – Além do mais você sabe que Lúcifer está preso, em uma jaula ou sei lá o quê, então não tem por que você achar que ele é real. Se você levantar tem um monte de gente te esperando, anjo, ninguém te culpa pelo que aconteceu, - a garota fez uma pausa pensando no que tinha dito, pensou se era mesmo verdade já que ela tinha aversão a coisas celestiais, depois de pensar um pouco ela lembrou da ultima vez que viu seus pais; - E sinceramente, eu já deixei de te culpar, afinal todos erramos tentando acertar, mas o que nos difere é que alguns tentam consertar os seus erros. Vamos lá, Come on boy.
  A garota olhou pela o relógio e percebeu que logo Meg voltaria, levantou do lado do anjo e estava pronta para sair quando viu a mão dele se mexer. Paralisou.
  - Castiel? Anjo? Isso venha, vamos lá estamos aqui te esperando, isso mesmo volte. Castiel? Castiel, Castiel, Castiel... – chamou ela esperançosa.
  E o anjo não a decepcionou logo abriu os olhos e fitou o teto, a garota percebeu que havia consciência na ação.
  - Eu sou , você não me conhece direito, mas seus amigos Dean e Sam confiaram em mim, então... Bem, é um prazer conhecê-los, Castiel, como se sente? - perguntou ela enquanto se aproximava da cama com a mão estendida.
  O anjo levantou rapidamente e sentou-se na cama ignorando a mão estendida em sua direção, encarou a garota com raiva. A garota percebeu que algo estava errado.
  - Hey, anjinho legal, você não quer me machucar não é verdade? – ela falava suavemente enquanto dava alguns passos para trás.
  - Você não deveria viver... – sussurrou o anjo cheio de ódio.
  - Legal. Você também não, logo vamos ser amigos? – propôs a garota voltando a sentir o medo que sentia quando era criança, culpou-se por esquecer como os anjos eram.
  - Não deveria estar viva... – disse ele se levantando e empurrando a garota contra a parede.
  O anjo partiu para cima enquanto a garota tentava desviar, até que os barulhos no quarto chamaram a atenção dos enfermeiros que entraram ali, após muitos enfermeiros serem atingidos pelos socos do anjo finalmente conseguiram prende-la à cama, exatamente no momento em que Meg entrava.
  - O que aconteceu aqui? – perguntou ela, enquanto um dos enfermeiros ajudava se levantar. – Pode deixar que eu cuido dela a partir daqui Jeremias.
  Finalmente todos saíram do quarto, enquanto Castiel parava ao poucos de se debater contra a cama.
  - Você está bem? – perguntou Meg.
  - Ah claro, meu dia ficar perdido quando eu não sirvo de saco de pancada para algum anjo... Ninguém te disse que isso é meu passatempo favorito? – resmungou a garota massageando o pescoço. – Dean vai ter que me pagar indenização por isso.

Capítulo 12

  Os caçadores finalmente chegavam ao seu quarto, Dean carregava a garota no colo já que a mesma tinha torcido o pé, claro depois de muita discussão entre os dois.
  - Obrigada, Cérebro. Foi muito... Gentil de sua parte me trazer até aqui. – sorriu ela educadamente.
  Dean a olhou nos olhos, enquanto a colocava na cama.
  - Disponha.
  O Winchester saiu do quarto deixando a garota deitada com um sorriso no rosto.
  - É um idiota, mas um idiota basicamente educado. – murmurou para si mesma.
  Enquanto isso Dean entrava em seu quarto, em seus braços ainda sentia a sensação da pele da garota contra a sua, do seu perfume. Balançou a cabeça tentando espantar aqueles pensamentos. Encontrou o irmão já na frente do notebook.
  - O que houve dessa vez? – perguntou ele enquanto jogava-se na cama.
  - Uma mensagem do Frank. Acho que temos problemas... – respondeu mais novo. Fazendo Dean ir até ele, o mais velho leu atentamente a mensagem...
  “Dean, Sam se estão lendo esta mensagem é por que eu estou morto. Tem alguém tentando invadir meu disco e, a menos que sejam vocês, isso é ruim...
  - Bith. É claro que não devíamos ter descuidado tanto do Dick. – resmungou Dean, enquanto pegava o telefone e ligava para .

***

  Enquanto isso, no hospital, Meg encarava o anjo que não tinha voltado a dar sinal de vida desde a sua pequena explosão. estava sentada na poltrona mais longe possível do anjo assistindo O Senhor dos Anéis.
  - Você sabe que deveríamos estar treinando, certo? – perguntou Meg sem desviar seus olhos do anjo, mas não obteve resposta, já que a garota estava entretida com o filme. – O que tem neste filme?
   finalmente pausou o filme e se virou para a demônio.
  - Tem o Legolas! E é tipo, o melhor filme de todos os tempos e o Fr... – o celular da moça a interrompeu, ela olhou o visor.
  - Dean, eu vou te matar, eu vou matar o seu amiguinho anjo e... - antes que ela pudesse continuar o Winchester a interrompeu.
  - Tudo bem, mas primeiro você precisa saber que Dick está com o HD de Frank...
  - Quem é Frank? – o interrompeu.
  - , não importa. Você consegue rastreá-lo?
  - Posso tentar, manda todas as informações que eu te mando o mais rápido possível. E como foi a procura por , já tem alguma novidade?
  - Só demônios. Era uma armadilha...
  - Como assim uma armadilha? Vocês estão bem? O que houve? – perguntou a garota instantaneamente preocupada, chamando a atenção de Meg.
  - Estamos bem, tinha cerca de dez demônios, mas resolvemos o problema. O Sam acabou de te mandar as informações, por favor, mande assim que der. - ele disse, desligando sem dar tempo para a moça falar mais nada.
  - Por nada, Dean, conte comigo. Não se preocupe estamos bem. – resmungou para o aparelho.
  Meg olhava a garota preocupada.
  - Demônios? Você acha que tem algo a ver com Crowley, talvez ele ainda esteja procurando...
  - É claro que ele não desistiu, Meg, com certeza tem a mão dele nesta armadilha, mas essa não foi direcionada à você. – respondeu ligando o computador e deixando Meg mais calma.
  - O que Dean quer desta vez?
  - A cabeça de Dick Roman em uma bandeja de prata.

***

  - Chega tá legal? Eu não sei o que você espera com suas historinhas, mas continue com elas, eu não acredito em nada vindo de você e não vou ficar nem mais um segundo neste hospício rosa. – gritou para Crowley.
  - Que mal humor. Vamos lá criança não são historinhas e você sabe: negar não vai mudar a realidade que é...
  - Não me importo com o que você diz ser a realidade, não me importa o que você quer.
  - Eu não admito que gritem comigo, , você está sendo muito petulante. Assim como minha querida . – respondeu o demônio.
  - Deixa a minha irmã fora disto. – reclamou ela, partindo para cima do demônio como se pudesse realmente machuca-lo, mas antes de ser atingido Crowley segurou os punhos da menina.
  - Você não vai querer machucar o papai, não é Sweet?
  As palavras do demônio a paralisaram e imediatamente a garota sentiu como se tivesse levado uma picada de cobra. Como poderia ser real?
  - Minha querida , não lhe contou não é? Você sabe que elas jamais iriam te querer, imagina uma irmã com sangue de demônio, filha de um... O que será que iria achar? - o demônio usou todo o seu veneno.
  - Não é verdade, você é um demônio, está blefando. – murmurou ela.
  - Diz isso, mas nem você mesma acredita no que diz. Mas vamos lá, você deveria estar feliz...
  - SAI DAQUI! – gritou ela, enquanto as lágrimas transbordavam de seus olhos.
  Como tinha mentido para ela? Por que um demônio? Será que até mesmo sua irmã não a queria mais?
  - Tudo bem, sweet, eu vou sair, mas quando finalmente perceber que está sozinha e que elas não te amam eu ainda estarei aqui...
  - Sai! – gritou ela. – Não acredito em você, vai embora, sai daqui!
  A madrugada se estendia, enquanto as lagrimas banhavam o rosto da menina, será que era isso que ela era? Um demônio? A filha do rei do Inferno? Por quê? Por que sua irmã tinha escondido o que sabia? Será que a ideia de ter uma irmã com sangue de um demônio era tão repugnante assim?
   se torturava com perguntas sem fim, enquanto tentava entender como tudo estava mudando tão rápido na sua vida, o que faria para sair dali. As horas passavam e cada vez mais a garota sentia que estava sufocando ali, as paredes pareciam se fechar contra ela.

***

  Já passava das três da madrugada quando finalmente conseguiu encontrar onde o HD estava.
  Apressadamente digitou os dados e encaminhou para os Winchesters, enquanto o computador apitava anunciando o fim de mais um pesquisa, a garota leu avidamente.
  - Por que Dick está investindo em escavações? – perguntou a si mesma.
  - Dick Roman? O negocio dele é o alimentício não procura por petróleo... – respondeu Meg folhando uma revista qualquer.
  - Eu sei, mas... Isso não faz sentido. – respondeu a garota mais para si mesma. Enquanto digitava rapidamente olhando para o computador.

***

  O notebook de Sam apitou e logo os irmãos estavam de frente à tela.
  - Ela conseguiu, temos que ir. – disse Dean após ler apenas as primeiras palavras. Sam observou enquanto o irmão arrumava a mala o mais rápido que conseguia, sabia que matar Dick tinha se tornado uma questão de honra para Dean, assim como para ele próprio, mas no momento tinham outro trabalho.
  - Dean, não podemos sair, temos que encontrar lembra?
  O Winchester olhou para o irmão por um momento com raiva.
  - Ótimo vamos falar para que precisamos de uns dias então.
  - Dean...
  O mais novo tentou dizer que a ideia era ruim, mas o outro já ia em direção ao quarto da garota.
  O Winchester entrou no quarto da garota rapidamente e por algum tempo perdeu toda a pressa e apenas admirou a garota, mas logo se forçou a voltar para a realidade, onde ele tinha que ir matar um leviatã.
  - ... acorda... – sussurrou ele, tirando uns fios de cabelo do rosto da menina.
  A garota abriu os olhos, sonolenta, e levou um susto ao ver o rapaz sentado ao seu lado.
  - Deus... – sussurrou ela colocando a mão no peito. – O que você está fazendo aqui? – perguntou ríspida.
  - Precisamos conversar. – respondeu ele, saindo do quarto.
  A garota sabia que pelo tom era algo sério e isso não era bom. Levantou com cuidado para não se apoiar no pé que tinha machucado, pegou um robe e seguiu mancando para o quarto dos garotos.

***

   corria pelos corredores sem saber exatamente para onde estava indo, as lágrimas banhavam o rosto. Por que a irmã tinha mentido para ela? Não confiava nela? Não queriam mais ser irmã de uma... semi-demonia? O que ela era?
  A garota mal enxergava os corredores e ao menos percebeu acabara de sair do covil de Crowley. Continuou correndo pelo meio de uma mata e só se deu conta de que estava do lado de fora e caiu ralando suas mãos e joelhos no chão da floresta.
  - Tenho que sair daqui. – sussurrou enxugando as lágrimas e tentando reconhecer onde estava.

***

  - Então vocês estão me dizendo que vão abandonar o caso da minha irmã, vão deixa-la nas mãos de demônios que estão fazendo sabe-se lá o que com ela para ir atrás de um babaca chamado Dick Roman? – perguntou enquanto tentava manter a calma.
  - Não vamos abandonar, estamos apenas falando que precisamos de um tempo. – respondeu Sam. A garota respirou fundo, sabia que não devia ter confiado em estranhos.
  - Minha irmã pediu um tempo antes de ajuda-lo a salvar seu irmão, Dean?
  - Não, mas...
  - Não fale que é diferente. Se ela tivesse pedido você teria esperado? – perguntou ela sem dar tempo dele responder. – Não, você não teria, e sabe por quê? Porque ele é o seu irmão e não se abandona um. Eu não vou ficar sentadinha aqui esperando vocês voltarem! Não mesmo, eu deveria saber que vocês não são do tipo que seguem o que prometem. Devia ter avisado .
   foi até a porta com dificuldade.
  - Espera. Você sabe quem é Dick? – perguntou Dean.
  - Não me importa quem é Dick...
  - Ele foi quem matou Bobby e que anda fazendo da Terra um grande x-burguer humano. – ele interrompeu.
  - Me preocupo com isso quando salvar a minha irmã. – respondeu a garota, sem querer transparecer que queria mata-lo tanto quanto os Winchesters.
  - Sei que é difícil para você, mas não estamos te pedindo para parar de procurar sua irmã, só estamos pedindo um tempo para eu possamos arrumar algumas coisas... – Sam tentou ser amigável.
  - Agradável, mas dispenso a proposta, não vou deixar minha irmã nas mãos de demônios enquanto vocês acertam os seus erros. Não quero saber se tem que vingar a morte de Bobby. Ele era um grande amigo, mas se foi; a minha irmã ainda está viva e eu não sei por quanto tempo então, sem chance.
  A loira abriu a porta e antes que pudesse mancar para fora tropeçou em seus próprios pés, caindo de cara no chão.
  - Droga!
  Dean tentou segurar o riso e foi ajuda-la.
  - Não adianta me olhar com esses olhinhos “Garfield”, Winchester, eu não vou mudar de ideia. – resmungou ela, aceitando a mão estendida e indo para o quarto.

***

   finalmente saiu de dentro da mata, perto de uma rodovia, olhou para trás para constatar que estava sozinha. Respirou fundo, tinha que ir mais longe e conseguir algum objeto de proteção contra demônios, ou uma arma.
  Os faróis iluminaram a estrada a frente da garota a assustando, deu um pulo quando um caminhão parou ao seu lado.
  - Hey gracinha, quer uma carona? – perguntou um velho barbudo.
   o encarou por um segundo, já tinha escutado algo sobre não aceitar carona de estranhos, e também havia a possibilidade de ser um demônio. Mas já tinha conseguido sair da casa dos horrores, chegou a conclusão de que ou bem conseguiria escapar daquele lugar, ou seria pega de volta, não tinha mais o que fazer , por isso abriu a porta do automóvel e saltou para dentro.
  - Obrigada.

***

  Já fazia uma hora desde que tinha ido para o seu quarto e os dois estavam em silêncio, olhando um para o outro se saber o que fazer.
  O computador de Sam apitou com um pedido de para uma vídeo conferencia, assustando os dois.
  - Hello boys. – murmurou ela imitando a voz de Meg.
  Dean e Sam olharam para a garota assustados, com alguns machucados em seu rosto.
  - O que houve? – perguntou o mais novo.
  - Se seu irmão tivesse dado a chance mais cedo eu teria avisado, Cas acordou há boas horas atrás e me pegou para saco de pancada, não se preocupem. Estou bem, e o emplumado não fez mais nada além de voltar para o sono dos justos. Acho que não avisaram a ele que não tem este direito, mas vamos ao que importa. – respondeu ela irônica, fazendo Dean pensar que ela era o tipo sinistro de irmã que ele nunca quis.
  - Qual o motivo de nos chamar às quatro da manhã?
  - Desculpe. Bom, estou pesquisando aqui, Dick Roman aparentemente está investindo em escavações, gastando milhões de dólares com elas na verdade, está a procura de alguma coisa, obviamente, e ao que me parece seja lá o que está procurando está próximo de encontrar. Então me digam que já tem um plano para resgatar o disco rígido de Frank do meio da estrela da morte...
  - Negativo, senhorita, a loira aqui não está nem um pouco contente com a ideia de irmos atrás de Dick.
  A morena o encarou com raiva.
  - A loira se chama, , ela pode não ser a mais simpática, mas respeite a minha irmã, e falando nela pode fazer o favor de chama-la?
  Sam e Dean se olharam por um instante antes de que o loiro revirasse os olhos e seguisse para a porta.
  - Só um instante.
  - E então, Sam, estão todos bem? Como foi essa armadilha?
  Dean seguiu até o quarto da garota, que preparava a mala.
  - Planeja a ir a algum lugar? – perguntou ele fazendo a garota dar um pulo.
  - Droga, seu idiota, me assustou, custa bater na porta? – perguntou ela voltando a sua antiga missão.
  - Desculpa, sua irmã esta na webcan e quer falar com você.
  - Às quatro da manhã? – o Winchester rolou os olhos com desdém - Okay.
  - Bom dia, raio de sol. cumprimentou a irmã.
  - São quatro da manha, seja breve, .
  - Sinto pela sua perna e sim eu estou bem. – a garota começou irônica - Escute os Wincheters, não se trata de esquecer nossa irmã, eu jamais vou desistir de encontrar , eu vou fazer o possível e o impossível, vamos encontrá-la. Mas, por enquanto, não temos nenhuma pista, nenhum rastro e Dick... bem, ele é um perigo para todos, lembra é sobre isso que se trata ser um caçador, salvar o mundo o dia e todas as pessoas chatas que não nos pagam pelo nosso trabalho. Vocês vão atrás de disco de Frank e eu procuro pistas de .
  - Estamos perdendo tempo, quem sabe como ela está sendo tratada? – se negava a ver a razão, embora soubesse que a irmã estava certa.
  - Ficar ai pensando nisto e nos torturando não vai salvá-la, estamos perdendo tempo e Dick está ganhando, ele vai transformar o mundo em um pasto gigante, temos que impedir, por favor, confie em mim.
  O pedido da mais nova fez a irmã reconsiderar. raramente estivera errada, era uma das melhores com pesquisa, e embora estivessem brigadas a tempos, não negara ajuda. Agora pedia para que ela fizesse o certo e sabia que era tolice negar.
  - Tudo bem, mas você vai ter que melhorar suas pesquisas.
  - Vou fazer meu melhor. Obrigada.
  A morena desligou e a tela preta indicou o fim da conversa, o silêncio reinou entre os três.
  - Ótimo, vocês ganharam. Eu sou uma burra. Maravilha. Vão chamar Garth, fico pronta em cinco minutos.

Capítulo 13

  O caminhão atravessava os limites de Dakota do Sul quando os raios de sol finalmente acordaram .
  - Finalmente. – murmurou o motorista ao ver a garota mexer-se no banco.
   abriu os olhos automaticamente ao ouvir a voz desconhecida.
  - Não precisa se assustar, gracinha. Você está bem, eu acho. Aliás, me deu um belo susto, dormiu dois dias seguidos estava quase parando em um hospital.   A garota olhava o homem, atônita. As memórias retornavam aos poucos.
  - Dois dias? – perguntou ela, vendo que estava coberta por um cobertor grosso, com cheiro de cachorro molhado.
  - Não têm o melhor cheiro, mas era tudo o que eu tinha, percebi que estava machucada e como não levantava, achei que talvez estivesse com frio. – observou ele sem tirar os olhos da estrada por mais que segundos.
  - Obrigada. Onde estamos? – perguntou se ajeitando no banco e sentindo seu estomago roncar.
  - Dakota do Sul.
   respirou aliviada. Agora, que estava longe daquele lugar horrível, tinha que arrumar a própria vida, começando pelas necessidades básicas, que lhe clamavam com urgência. Assim que pensou nisto a moça olhou para o homem que a salvara e pôde observar a curiosidade silenciosa ali.
  - Vamos fazer uma parada em quinze minutos antes de descarregar, e então eu volto para casa, onde vai ficar? – perguntou.

***

  Dean mais uma vez ganhava a disputa com . Sam desistirá de repreendê-lo a pelo menos cem quilômetros atrás.
  - Vire à esquerda. – murmurou Sam ao conseguir, finalmente a localização da garota ruiva que estava em posse do disco rígido.
  Dean parou o Impala na frente de uma lanchonete, fazendo o irmão revirar os olhos.
  - Pensei que íamos direto até...
  - Vamos até a casa dela, Sam, mas primeiro vamos comer porque eu estou cheio de fome. – o mais velho o interrompeu.
  Logo o Landau estacionou na vaga ao lado e, rapidamente, saiu que seguiu até os irmãos.
  - Finalmente, pensei que não íamos parar nunca. Estou morrendo de fome. – murmurou ela, assustando Dean com a fala e fazendo Sam segurar o riso da cara do irmão.
  O quarteto entrou o pequeno recinto e logo, Dean e começaram a acabar com o estoque alimentício local, enquanto Garth e Sam se olhavam imaginando para onde ia tanta comida.

***

  Meg tinha saído mais uma vez para a ronda geral, antes que elas começassem treinar.
   acordou assustada depois do mais recente pesadelo com o anjo e seguiu até a janela o dia amanhecera frio, como sempre, e ela se encolheu quando o vento adentrou o recinto.
  Esfregou os olhos tentando dispersar os resquícios daquele sonho, ou melhor, das lembranças do anjo a espancando.
  - Eu devo ter feito algo realmente grave para estes emplumados me perseguirem até nos sonhos. - resmungou ela.

***

  Os quatro entraram a pequena casa da hacker e sentaram-se a espera da mesma.
  - Então, qual o plano? - perguntou Garth, todos se olharam porque, até então, o único plano era encontrar a casa, ninguém pensou no depois.
  - Contamos a verdade? – propôs apôs um longo tempo de silêncio.
  - Ela não acreditaria... – começou Sam.
  - Charlie, se é que é este o nome dela, é uma hacker com certeza leu o conteúdo do disco rígido. Então já sabe a verdade, só vamos confirmar... – defendeu sua ideia. - O que acha, Cérebro?
  Dean a olhou com raiva pelo apelido, mas concordou com a sugestão maluca. Enquanto esperavam a chegada da garota, Charlie dirigia assustada após ter visto seu chefe ser, literamente, comido por um leviatã. Por mais absurdo que fosse o pensamento não podia negar o que tinha visto.

***

   olhava para a demônio no máximo de sua concentração. Estavam, novamente, testando a capacidade da garota de transmitir sentimentos ao invés de apenas recebê-lo.
  - Sinta o que quer e passe para além de você, pequena Cole. – instrui Meg.
  A morena a olhava, frustrada.
  - Eu não consigo. Isso tudo é uma insanidade, devíamos estar...
  - Pare de reclamar! Depois não sabe por que a irmã a abandonou... É uma fraca. – A demônio a interrompeu.
   sentiu que poderia matá-la apenas com o olhar e realmente desejou ser capaz disso, estava de costas para o pequeno espelho, por isso não foi capaz de ver o que Meg viu. Uma pequena chama de luz brilhando intensamente em seus olhos. Isto assustou a demônio.
  - Ok, não vou te forçar a nada, me desculpe. – murmurou ela, mas isso não acalmou a outra.
  - Você não me conhece, então cale a sua boca imunda. – os olhos azuis de brilhavam intensamente, o ar doce abandonado. De repente, a demônio estava sendo prensada contra a parede por uma força invisível. Paralisando a garota, os olhos de apagaram e voltaram a serem os mesmos só que assustados. - Oh meu Deus. Desculpe-me. Eu fiz isso? Desculpe-me, me desculpe. – entoou a garota fazendo com que a demônio simplesmente caísse no chão. Antes que pudesse estender a mão para ajudá-la Meg se levantou sozinha.
  - Acho melhor não te forçarmos tanto. Como fez isso? – perguntou realmente curiosa.
  - Eu não sei, oh meu Deus. – sussurrava a garota sentando-se na poltrona e colocando a cabeça entre as mãos. Meg sentiu que talvez fosse melhor dizer algo.
  - Está tudo bem, não surte. Isso é bom, temos que treinar, mas com mais cuidado.
  - O que isso significa? – perguntou a outra.
  - Que logo você poderá dar o troco ao Crowley. – respondeu a demônio animada e isso animou um pouco embora ainda estivesse assustada com o que tinha feito.

***

  Charlie parou do lado de fora da empresa, cantarolando baixinho, tentando entender como tinha se enfiado naquele plano maluco.
  “Charlie, você está cantando?” - Dean perguntou pelo pequeno microfone que os mantinham conectados.
  - Estou nervosa, não me julgue.
  “Não estamos te julgando, mas você está perdendo tempo ai fora.” tomou o lugar de Dean.
  A garota olhou um pouco mais o prédio, nunca tinha sido o tipo de garota obediente e naquele momento se arrependeu por isso.
  - Me desculpe, não posso fazer isso, me desculpem... – começou ela, mas logo Sam trocou de lugar com e começou a falar sobre e livros e personagens que os outros não entendiam e por fim a convenceu.
  Não demorou a Dean começar as piadinhas contra Sam e, apesar de ainda não se sentir à vontade, divertiu-se com os irmãos, a lembrava de como costumava ser a relação dela com as irmãs antigamente. Porém o clima logo voltou ao profissionalismo. Eles tinham mandado uma garota para dentro do covil de Dick.

***

  Meg tinha saído do quarto alguns minutos antes alegando precisar resolver alguns assuntos, coisa que deixou muito intrigada e com um pé atrás em relação a demônio.
  A morena tentou afastar o pensamento de que Meg poderia estar, no exato momento, passando sua localização e a do anjo a algum demônio. Olhou para os lados, inconformada com o branco que a rodeava. Respirou fundo.
  - Sabe, agora tenho certeza de que enlouqueci. Você viu o que eu fiz? Não foi natural... Se algum caçador me visse... Eu seria a caça. – murmurou a garota divagando, ora falando com o anjo ora consigo mesma. - Acho que você não se importaria com isso não é? Fariam o trabalho sujo no seu lugar...
  O silêncio cercou a garota enquanto procurava respostas para os milhões de perguntas que povoavam sua mente e tremeu a cada possibilidade.
  - É tão estranho... Não saber de onde veio ou quem são seus verdadeiros pais, é como se até agora eu não soubesse quem sou. Nunca importa nada que faço. Tento ser uma boa pessoa, tento mesmo, e tento tanto... É estranho não saber pelo que estou lutando. – desabafou ela para o anjo que ainda olhava um ponto fixo no teto. Ela piscou algumas vezes escondendo as lágrimas que se acumularam ali.
  - Você não se importa de me escutar, não é anjo? Afinal, você tentou me matar, me deve isto. – resmungou ela indo até onde Castiel estava deitado e ajeitou o cobertor ao seu redor. Os olhos do homem abertos, mas não conscientes.
  - Vamos lá Castiel, sei que está ai em algum lugar, consigo senti-lo aqui. Seja forte, sei que você é um guerreiro, sei muito sobre anjos e sei que você era bom.
  A garota sentou ao lado do anjo na cama, apesar de ainda ter um pouco de medo dele depois do ocorrido e segurou sua mão entre as suas.
  - Volte para nós, anjo. – sussurrou ela de forma suave, sem esperar uma resposta. Deixou sua mente vaguear. – Antes de tudo acontecer eu tinha uma família e, apesar da minha mãe adotiva não gostar muito de mim, nós tínhamos bons momentos. Meu pai... Ele era mágico. É engraçado como vendo agora eu consigo ver que aquilo que eu não queria era tudo que eu precisava.
  A morena suspirou a saudade de um tempo esquecido colorindo seus pensamentos.
  - O tempo tem um jeito único de nos ensinar como as pessoas são importantes da forma que são. Leve o seu tempo para voltar, Cas, mas não demore muito, nunca se sabe quanto tempo ainda temos. Amanhã pode ser tarde demais...

***

  Charlie acabara de entrar na sala de Dick Roman e observando todos os movimentos do lado de fora os quatro caçadores seguravam o fôlego, sem saber se fora uma boa ideia mandá-la.
  - Foi uma péssima ideia. – respondeu ao pensamento de todos.
  - Concordo, foi estúpido mandar uma garota de cinquenta quilos fazer o trabalho por nós. – murmurou Dean, bagunçando os cabelos, em um gesto um pouco desesperado. Movimento que a loira acompanhou e achou lindo. Distraída, imaginou como seria a sensação ao passar as mãos pelos cabelos do loiro, não grandes como o do Winchester mais novo, mas na medida certa.
  A sala caiu em um profundo silêncio novamente, todos se olharam esperando que um milagre acontecesse de repente e os ajudasse até que Gath se pronunciou.
  - O que poderíamos fazer, os rostos de vocês estão mais que decorados entre eles e Charlie era a única que entraria sem levantar suspeitas. Sejam racionais, idijs.
  Assim que ele pronunciou a ultima palavra desejou não tê-lo feito, pois três pares de olhos o encarando.
  - Do que... Você nos chamou? – perguntou Dean respirando lentamente, como se tivesse dificuldade de conseguir puxar o oxigênio.
  - Idijs. – confirmou o homem sem saber por que tanto problema com uma palavra, afinal era uma boa lembrança para se guardar de Bobby.
  - Só Bobby pode nos chamar assim e, caso você não tenha percebido, ele não está aqui. – falou o mais velho entre dentes levantando-se.
  Nos últimos dias Garth e Dean estavam se desentendendo muito, tanto que passaram a se evitar o máximo – ou melhor, Dean o evitava. - se pôs entre eles.
  - Chega, aqui não é um bom lugar, seja lá qual for o caso entre os dois resolvemos mais tarde. Se vocês não perceberam já temos problemas demais para resolver. – disse a loira e apontou para a tela do computador onde a câmera avisava que o guarda entrava na sala onde Charlie estava.
  - Charlie, ele está entrando na sala, saia... – Sam avisou.
  - Já vou, estou quase terminando...

***

   observou o caminhão se distanciar enquanto se encolhia por debaixo do casaco doado pelo senhor que a levara até ali. Sorriu ao perceber que ainda tinha pessoas pelas quais valiam à pena lutar contra os monstros para que ficassem seguras.
  Seguiu em direção aà uma viela pensando no que fazer quando deparou com uma mulher com rosto em forma de coração que sorriu.
  - Deu um trabalho bem grande te achar... – murmurou ela fazendo a garota paralisar. – Não se preocupe, estou do seu lado.
  - Claro por que todos os demônios amam trair Crowley, não é? – perguntou a morena irônica. Sua mente à procura de alguma forma de escapar.
  - Digamos que entre eu e Crowley há uma pequena diferença de pensamento. – respondeu a demônio. – Mas não vem ao caso, estou feliz em vê-la.
  - Não posso dizer o mesmo... – respondeu a garota de forma audaciosa, sem surpreender Meg.
  - Sei que deve estar sendo muito difícil para você ser filha dele, mas sei de algo que talvez você queira escutar.

***

  Charlie tinha conseguido passar os documentos para o pen drive e seguiu para a sua mesa para transferir os dados.
  - Gente, parece que Dick está esperando algo muito importante... Vai chegar de avião. – murmurou ela.
  - Charlie, tem como você conseguir mais um tempo para nós? – pediu o mais novo.
  - Vocês têm meia hora para chegar ao aeroporto. – anunciou ela.
  - Obrigado, termine o que está fazendo e saia daí sem deixar rastros. – ordenou Dean.
  Não demorou a Dean e Sam seguirem para o aeroporto, enquanto Garth e seguiam rumo à empresa de Dick para ajudar Charlie a escapar em caso de emergência.
  A garota estacionou o Landau no outro lado da rua, onde tinha total visão sobre a portaria do prédio. Garth e esperaram em silêncio até ver a garota sair do prédio e seguir para a moto correndo.
  O caçador já tinha em mãos a arma de brinquedo carregada de bórax apontada pelo vidro, quando funcionou o carro tampando a passagem entre os leviatãs e a garota. Os dois perceberam que os monstros já estavam queimados, o que significava que os Winchesters conseguiram o que queria.
  A ruiva estava no máximo que sua antiga moto lhe permitia, o que não era muito, quando a alcançou.
  - Entra no carro. – a loira gritou.
  - O quê? - a ruiva se distraiu e perdeu o controle da moto indo parar no chão.
  - Droga! – praguejou parando o carro e saindo correndo para socorrer a garota sendo seguida por Garth com sua arma de brinquedo em mãos...
  - Mas o que isso signific... – a garota ia perguntar indignada quando foi interrompida por um dos leviatãs indo a sua direção, mas esse foi acertado pelo Borax vindo da arma do caçador.
  - Vá ajudar a Charlie. – ordenou ele indo à direção dos outros, a mulher o olhou perplexa antes de fazer o que ele tinha mandado.
  Ajudou Charlie a se levantar e seguiram para o carro quando outro leviatã entrou no caminho delas e logo foi decapitado por .
  - O que... – Charlie começou a perguntar, mas desistiu apoiando a cabeça nas mãos. A loira olhou o gesto e pensou que deveria dizer algo, mas, na falta do que dizer, funcionou o carro e partiu em socorro de Garth que acabara de decapitar outro leviatã.
  - Entra! – ordenou a loira abrindo a porta do passageiro.

***

   seguia a demônio pelos corredores de um hospital psiquiátrico sentindo-se idiota de ter concordado em ir até ali, mas se Meg – como tinha se apresentado – estivesse a mandato de Crowley ela não teria como escapar. Respirou fundo e decidiu esperar e ver o que aconteceria em seguida.
  Meg parou na frente da porta ao escutar o som de nirvana tocando no quarto. Quando abriu a porta deparou-se com sentada em posição de Lótus no chão, limpou a garganta tentando chamar a atenção da garota.
  - Não enche, Meg. – sussurrou em resposta, sem abrir os olhos.
  - Você sabe que está fazendo isso errado, não é? – perguntou a irmã mais nova fazendo a outra abrir os olhos imediatamente.
  - ?

Capítulo 14

  Os irmãos seguiam a longa estrada ao máximo permitido pelo Impala, rumo à rodoviária aonde tinha avisado que deixaria Charlie.
  - Como gostaria de ver a cara de Dick na hora que recebeu a sua “encomenda”. – murmurou Sam e o irmão concordou sorrindo.
  - Fez um belo trabalho naquela bomba de bórax. – murmurou o mais velho e depois sem conter a vontade de irritar o irmão acrescentou. – Já estava na hora de você utilizar suas habilidades manuais de mulherzinha para algo, não é?
  O mais novo ficou sério e a expressão irritada do irmão mais novo fez o outro Winchester sorrir mais amplamente.
  - Você não consegue levar nada a sério, Dean. – resmungou.
  - Não fique assim, bitch. – respondeu o loiro, fazendo o irmão rolar os olhos entediado pela atitude infantil do irmão.
  - Jerk.

***

  - ? ! Ai meu Deus, eu estava tão preocupada! – murmurou pulando em cima da irmã mais nova e a abraçando.
   estava feliz em ver que a irmã estava bem, mas então percebeu que estava em companhia de um demônio, assim como Meg havia dito e se isso era verdade, logo Crowley também não mentira.
   sentiu a onda de sentimento de traição, magoa e de raiva que varreu o corpo da irmã e se afastou bruscamente a olhando nos olhos.
  - O que houve? – perguntou , com o sorriso se desmanchando.
  A mais nova o olhou com raiva.
  - Você não é a pessoa que eu pensei que fosse. – sussurrou se virando para ir embora.
  A demônio a olhou espantada e a garota olhou a irmã sem saber o que ocorrera.
  - Espera! O que aconteceu? - a garota correu atrás da irmã a alcançando – Hey, o que houve? Fala comigo!

***

  Os quatro caçadores se despediram e agradeceram veemente a ruiva pela ajuda. O ônibus acabara de parir com Charlie quando, finalmente, a loira se pronunciou.
  - Gente, agora que está todo mundo bem e tal, podemos comer? cheia de fome.
  Dean a olhou com uma mistura de surpresa e admiração, como se acabasse de escutar a si mesmo. Sam e Garth também se entreolharam surpresos por existir uma versão feminina do caçador.
  O silêncio perdurou alguns instantes até que bufasse irritada.
  - Vocês vão ficar ai se olhando? Eu quero torta! – exclamou a garota ansiosa pela cantina da rodoviária.
  Sam e Garth se entreolharam mais uma vez enquanto Dean finalmente se livrara de seus devaneios sobre a garota à menção de torta.
  - Torta? Onde?
  A loira riu com a distração do caçador e divagou, por alguns segundos, se ela poderia ter sido a causa disto. encontrou-se mais uma vez preocupada se Dean reparava nela ou se ela o afetava e ficou confusa sobre o porquê de isso a incomodar.
  O Winchester por sua vez a encarava esperando por uma resposta. Incomodada, a garota balançou a cabeça tentando afastar os pensamentos.
  - Na cantina, Winchester. – respondeu ela sorrindo de forma afetada. – Alguém me acompanha ou vão ficar me olhando?
  - Estou dentro. – respondeu o caçador prontamente.

***

  - E então eu estava lá presa em um lugar desconhecido com um monte de demônios como carcereiros quando fiquei sabendo. – contava com lágrimas nos olhos sentada em na poltrona do quarto, com a irmã sentada do outro lado do quarto, tentando evitar os sentimentos da jovem.
   já desconfiava quem era o mandante do rapto da mais nova, porém não estava certa do porque a culpava por isso. Claro, ela conseguia imaginar, se fosse Crowley que a raptara significava que suas teorias estavam certas. De repente, não queria mais escutar a irmã, desejou que Meg tivesse a deixado ir para longe. Ninguém sentia-se mais suja naquele momento que a sensitiva.
   percebeu as emoções passando pelo rosto da irmã e então a compreensão e a autorepressão tomando conta do seu ser, mas não quis ajudar a irmã, queria fazer com que ela sentisse o que tinha sentido ao saber que um demônio era seu pai, queria puni-la por ter mentido e acima de tudo desejava poder culpa-la.
  A garota não percebera o quanto as emoções negativas a tinha tomado, naquele instante só almejava poder colocar tudo para fora, toda raiva, todo medo.
  - Você sabia! – gritou – Sabia e não me contou, porque era amiguinha daquele ser asqueroso que diz ser meu pai! Você parou para pensar o que significava para mim? Parou para pensar que eu tinha o direito de saber? – acusou a garota.
   escutava atentamente cada palavra que saia da boca da irmã, aceitando a culpa por cada uma delas. As ondas de sentimentos que a morena exalava eram cravadas na ruiva, ela desejava se defender dizer que não quis magoar, que não tinha certeza, mas estava paralisada, presa a autorecriminação e aos sentimentos doloridos que a apunhalavam.
  - Quem você pensa que é para tomar as decisões do que posso ou não saber quando a vida é minha? Minha irmã? Não, você não é minha irmã!Agora eu sei disso. – seguiu com as acusações, embora em seu íntimo soubesse que ao menos dera a chance da irmã se defender. – Como pôde? Pensou que eu sairia por ai matando as pessoas, me comportando com um demônio Junior? Lamento, mas não fui eu que matou os próprios pais!
  A demônio apareceu no quarto neste e empurrou a morena para fora do quarto deixando sozinha no canto do quarto com lágrimas nos olhos sendo tomada, lentamente, pelos soluços.

***

  No fim e Dean foram os únicos a irem comer, Garth e Sam resolveram voltar para o hotel e preparar as coisas para seguirem para a próxima cidade à procura de .
   comia sua torta com os olhos fixos em seu prato, sentindo os olhos de Dean em seu rosto.
  - Depois de tanta coisa nem tive tempo de perguntar, seu pé melhorou? - o caçador tentou puxar assunto.
  - Foi só uma torção, já tive coisas piores, Dean, assim como você, sou uma caçadora, lembra? – respondeu a loira nem um pouco à vontade com aquela situação, principalmente porque tinha várias garotas olhando para o caçador e ela não entendia por que isso a incomodava.
  O Winchester respirou fundo, não queria brigar com a garota. O silêncio instalou-se entre os dois.
  O caçador não entendia por que sentia vontade de se aproximar da loira, às vezes percebia estar a procurando nos lugares, a olhando. Durante a noite quando acordava seus pensamentos se voltavam para a garota à sua frente.
  A loira o observou discretamente e percebeu que ele estava distante.
  - Está preocupado? – perguntou ela brandamente chamando a atenção do Winchester novamente.
  Dean a olhou por alguns instantes como se pedisse para repetir a pergunta.
  - Não se preocupe, Charlie vai ficar bem e assim que encontrarmos podemos ir à caça de Dick e eu prometo não reclamar de ter que te aquentar mais um pouco. – terminou a garota em tom de brincadeira.
  - Como se você quisesse ficar longe de mim. – murmurou ele brincalhão, mas no fundo como uma pergunta.

***

   estava encolhida como uma bolinha no canto do quarto os soluços tomando seu corpo diminuto, enquanto sua mente a levava para anos atrás.
  “A garota chegou à sua casa depois de uma longa caminhada. amava seu pai, mas ainda tinha raiva dele por ter comprado uma casa tão longe da escola, apesar de que sempre que reclamava seu pai a acalmava dizendo que tinha comprada aquela casa caríssima por causa dela, uma vez que a garota adorava pintar as paisagens das praias da Califórnia.
  Seu pai passava a maior parte do tempo tentando agradá-la por não conseguir dedicar muito tempo a ela, mesmo quando compreendia que a profissão de policial exigia muito do tempo de seu velho.
  Quando alcançou a porta da frente tinha certeza que estava a ponto de desmaiar, prometeu a si mesma que na próxima aula de tiro - que era obrigada pelo seu pai a fazer - iria voltar de ônibus. Ainda tinha estes pensamentos quando viu sua mãe sentada da poltrona olhando para o nada.
  Coçou os olhos sem acreditar no que via. Era o corpo da sua mãe, mas a fumaça preta a preenchia cheia de formas medonhamente cruéis como espinhos afiados. Fazia tanto tempo que aquilo não a atormentava mais, disse a si mesma que era apenas coisa da sua cabeça e que agisse naturalmente uma vez que já tinha brigado muito com sua mãe por causa da sua fixação em ver coisas “sobrenaturais” e atualmente as duas finalmente estavam se entendendo.
  A mãe/demônio se levantou e a olhou com um sorriso sádico.
  - Você consegue ver-me, não é, criança? – murmurou a voz da sua mãe – Sabe que eu não sou apenas um sonho ruim, eu sou real. - disse o demônio mostrando os olhos completamente negros.
   deixou a mochila cair.
  - Não se aproxime. – sussurrou ela.
  - Mas, criança, graças a mim sua mãe acredita no que você dizia. – respondeu o demônio se fazendo de inocente.
  - Fica longe da minha mãe, saia dela! – ordenou a menina. - Você quer a mim, deixe-a em paz!
  - Ora, ora, não é que temos uma pequena heroína aqui? – o demônio se divertia vendo o medo nos olhos da garota. - Vamos brincar?
  - Não brinco com estranhos! – exclamou a garota, pensando que havia surtado de vez e que sua mãe estava certa quando dizia que ela era louca.
  - Mas eu sim, está comigo! – murmurou ele mostrando sua verdadeira face completamente e partindo para cima da garota.
   correu desesperadamente para fora e encontrou o pai estacionando o Chevy 57.
  - Pai, corre. – gritou ela, mas o homem apenas entrou na sua frente sorrindo.
  - Você não acha que passou da idade de brincar de pega-pega? – ele sorriu para ela a abraçando. Mas a garota estava desesperada.
  - Não, pai, não estou brincando tem um... demônio. Papai, me escuta. – pedia ela se debatendo, John a soltou.
  - Querida, você tomou o remédio que o Dr. Louis te passou? – perguntou o homem preocupado com a saúde mental da filha.
  - Sim, eu tomei, e não estou louca a mamãe, papai, a mamãe não era mais ela, tinha olhos negros, queria me matar! – murmurava ela esbaforida.
  - Sua mãe jamais te machucaria, , ela só deve estar brava...
  - Você deveria confiar na criança... – murmurou a voz da mulher.
  John virou para ver a esposa, quando deu de frente com olhos negros enquanto uma faca perfurava sua pele.
  - PAPAI! – gritou a garota aterrorizada.
  O demônio sorriu.
  - Agora somos eu e você...
  A garota se apropriou da arma do pai, que ainda estava fardado.
  - Não se aproxime de nós. – murmurou ela com a arma nas mãos tremulas.
  - Quanta coragem, pena que eu não tenho medo.
  O demônio partiu em direção a garota, mas foi atingido pela primeira bala muito próximo ao coração, o rosto da mulher sorriu e o demônio elogiou:
  - Muito bom! Vamos continuar...
  A menina se assustou e correu novamente para dentro da casa sendo seguida pelo demônio escondeu-se na dispensa atrás de um dos vários potes de mantimentos. Foi encontrada pelo demônio e o atingiu com mais três balas onde deveria estar o coração, sem conseguir o parar.
   percebeu que não ia conseguir pará-lo com a arma, então começou a empurrar os potes com raiva tentando livrar-se do esconderijo para poder fugir, derrubando acidentalmente um pote de sal que o atingiu.
  - Nós ainda nos veremos novamente, . – avisou ele e então abandonou o corpo da mulher que caiu desfalecido no chão.

***

  Meg empurrou até um quarto desocupado.
  - Olha aqui, você passou dos limites! Sei que você está magoada e com raiva como todo humano idiota, mas você não tem direito de ser cruel...
  - E quem é você para me falar de crueldade? – a garota gritou para a demonio.
  - Sou muito mais velha que você, então exijo respeito, criança, eu não dei um jeito de te tirar do covil de Crowley para ouvir desaforos. Te direi de lá e posso jogá-la de volta, então meça o tom! - ordenou Meg.
  - Você me tirou de lá?
  - Sim. Demorou, mas consegui contatar alguns demônios dispostos a trair excelentíssimo senhor seu pai e rei no inferno. – disse ela irônica. – Agora trate de ser mais gentil, não recebo o suficiente para cuidar de um anjo em coma, uma sensitiva e de uma vidente. Não se esqueça que eu sou um demônio e posso resolver agir como um.

***

  Os quatro caçadores estavam reunidos olhando para o pedaço de argila.
  - Então colocamos nossas vidas em risco e a de Charlie e, como brinde, ganhamos uma pedra? - perguntou Garth.
  - Isso deve significar, mais do que conseguimos ver por fora... talvez seja um enigma... Do estilo fale a palavra certa e revele o que há dentro. – sugeriu .
  - Talvez devêssemos ligar para e perguntar se ele tem uma sugestão. – murmurou Sam, desligando o notebook depois de não achar nada a respeito.
  - Ou só precisamos de um machado. – sugeriu Dean.
  Poucos minutos depois os quatro estacionaram na frente de um barracão abandonado.

***

   chorava silenciosamente em um canto do quarto. Meg estava lendo revistas sentada em uma poltrona e ainda estava no banheiro em um banho que durava mais de uma hora.
  O céu brilhava como seu chovesse raios, quando o anjo sentou-se na cama, segundo depois dirigiu sua atenção à .
  - Você não deveria chorar. – murmurou.

  Raios cortavam o céu impetuosamente, os sons ao longe eram fortes e ecoavam pelo barracão quando finalmente a argila cedeu revelando uma pequena pedra ao meio com escritas que os caçadores não conseguiam identificar.
  Neighbor – Michigan
  Kevin tocava destramente o violoncelo, as notas graves soavam melancolicamente pelo quarto enquanto ao longe raios iluminavam o céu, até que inesperadamente atingiram o quarto.
  Demorou algum tempo até que o som do celular vibrando sobre a mesa trouxe Kevin de volta para a realidade, mas quando ele acordou já não era um musicista, era um profeta.

***

  A garota limpou as lágrimas desconfiada, pronta para se defender e lutar caso necessário, mas foi surpresa pelo novo comentário do anjo.
  - Você brilha. – murmurou ele.
   estava confusa e seu estado de espírito estava claro em seu semblante.
  - Clarence? – Meg se intrometeu surpresa.
  - Meg! – exclamou ele. estava congelada, ainda sentia as mãos do anjo ao redor do seu pescoço. Engoliu em seco.
  - Com licença, eu vou... Pegar algo para comer. – sussurrou saindo apressadamente do quarto.
  A garota andou apressadamente pelos corredores sem se importar com quem cruzava.

***

  Os quatro estavam reunidos ao redor da pedra quando o celular de Sam começou a tocar.
  - Sim?
  - Sam? Só para saberem meu trabalho acabou de terminar.
  - , o que houve? – perguntou Dean assim que o irmão colocou no viva voz.
  - Seu rapaz acordou e está aqui.
  - Quando ele acordou?
  - Quando ela chegou? – perguntaram Dean e ao mesmo tempo.
  - Acordou há pouco e sua irmã está aqui deste cedo, , se querem mais respostas colem seus traseiros no carro e venham para cá, não sou paga para resolver tudo sozinha. – murmurou, sua voz demonstrando cansaço.
  Os caçadores se entreolharam, todos sabiam que havia algo mais que errado ali. O tom de voz da garota e a forma como havia dado a noticia eram suficientes para advertir a todos sobre isso.
  Sam enrolou a pedra ao redor de um pano, enquanto Dean arrumava as malas de volta ao carro. e Garth saíram para o carro.
  - Mal posso acreditar que voltou! Mas por que ela está lá? – perguntou a Garth.
  - Não sei, talvez tenha ido atrás de o tempo todo e só descobriu onde estava agora. – supôs o caçador. – Mas agora que estão todos bem estou seguindo meu caminho. , não posso seguir com vocês para sempre não é?
  A loira sorriu carinhosamente para o homem.
  - Tudo bem, agradeço a ajuda até aqui. Obrigada por ter me levado até , sei que ela ainda vai brigar muito com você por isso. - respondeu a loira.
  - Não se preocupe com isso, apenas se acertem, okay? Vocês são irmãs, , devem agir como irmãs. – disse ele a abraçando com de costume. sorriu enquanto seus olhos ficavam levemente embaçados. Garth estava certo, tudo que ela tinha eram as irmãs e Bobby, e agora ele se fora.
  - Odeio despedidas. – sussurrou fungando, enquanto se afastava. – Sabe que é parte da família também, certo? Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, só ligue.
  O caçador sorriu para ela e confirmou.
  - Não chore, eu sei que você sentirá minha falta, linda.
   riu batendo levemente nele, antes dele ir se despedir dos Winchesters.
  A viagem para Indiana foi rápida e silenciosa. Desta vez e Dean não competiram ambos estavam focados demais em chegar ao hospital.

***

   voltava para o quarto quando se deparou com mais um enfermeiro, mas não foi isso que lhe chamou a atenção, foram os enormes olhos negros do rapaz. Era a fumaça negra que o preenchia.
  - Droga. – sussurrou entrando em um quarto antes que ele lhe visse e fechando a porta. O barulho chamou a atenção do demônio que tentou abrir a porta.
   olhou a volta e viu que estava trancada no cômodo e que assim que o demônio conseguisse entrar ela não teria saídas.
  Tudo que conseguiu ver foi uma enorme janela, que no momento lhe pareceu uma ótima solução até que caminhou até ela e viu que a ideia era péssima. Conseguia ver o gramado do prédio e sabia que havia pelo menos um seis andares para baixo, a única forma de chegar até Meg era pelo pequeno peitoril da janela que circundava todo o andar. Eram apenas cinco centímetros. A porta se mexeu. Se ela caísse era o fim. O demônio chamou. Ela passou os braços para fora. A porta começou a ceder. Apoiou-se e disse a si mesma que não olhasse para baixo. A porta cedeu.
  O demônio invadiu o quarto ao mesmo tempo em que a garota dava alguns passos cuidadosamente. Ele seguiu para janela. Ela viu os olhos vermelhos do demônio.
  - Olá, . – ele saboreou o nome.
  A garota paralisou, sabia que tinha algo família naquele demônio, agora ela reconhecia. Crowley. Ele estava ali, ela não tinha saída, não conseguiria chegar ao quarto antes dele. Crowley não trabalhava sozinho.
  - Sentiu minha falta, docinho?
  - Na verdade não, pensei que estava muito ocupado com seu amiguinho Dick. – a ruiva cuspiu o nome como se ele tivesse um gosto ruim. O demônio sorriu.
  - Que tal você voltar para dentro para podermos conversar civilizadamente? Sei muito bem que sua irmãzinha está aqui...
  - Fique longe dela. – rosnou entre dentes.
  Ele percebeu que a tinha afetado. era previsível, pensou ele com desdém.
  - Não pretendo machucá-la, não sei se ela já contou, mas ela é minha, filha. Isso me lembra de que era essa a noticia que queria quando nos vimos pela ultima vez. Vê agora como tudo aquilo não era necessário?
  Ela respirou fundo, não iria entrar no joguinho dele, não quando não podia ao menos olhar para baixo. Sabia que enquanto eles estavam ali o demônio estava apenas ganhando tempo para por seus planos em ação.
  - Diga de uma vez o que quer. – ordenou.
  - Não haja como uma gatinha acuada. Não guardo rancor. – respondeu ele indicando para dentro do quarto.
  - Não negocio com você nem morta, Crowley. – respondeu ela pensando o quão perto ela estava da morte.
  - Sendo assim... Terá que ser do modo difícil. – ele passou os braços para fora da janela e ficou no parapeito há alguns centímetros dela.

***

  Enquanto e Crowley discutiam alguns dos comandados do demônio se aproximavam do quarto. Castiel sentiu a presença maligna que emanava.
  - Há alguma coisa errada aqui. – sussurrou ele levantando-se da cama. Meg levantou-se da poltrona ao perceber o mesmo que o anjo e seguia passos leves para perto da porta. Neste instante, , que acabava de sair do banho, foi atingida por mais uma visão.
  - Demônios. – sussurrou entre lábios imóveis.

***

   já se cansara do silêncio do carro, o único barulho que se ouvia na noite era o sons dos dois motores roncando suavemente enquanto os caçadores cruzavam as estradas à noite. Ela queria chegar logo até a irmã, mas já estava ao máximo que o carro permitia. Frustrada, ligou o rádio em um volume razoável e logo o carro era preenchido pelo som de AC DC, acamando a caçadora.
  Andaram mais vários quilômetros por estradas onde só eram vistos os faróis dos dois carros, quando Dean deu sinal ao entrar em um pequeno estacionamento a beira da estrada. Confusa, seguiu o caçador e logo uma pequena placa com letras vermelhas desgastadas anunciou o motivo da parada. Os estômagos de ambos não podiam mais ser ignorados.
  Os irmãos esperaram até que a garota saiu do carro.
  - Finalmente, estou cheia de fome! – exclamou ela radiante, ao mesmo tempo que Dean dizia:
  - Vamos logo, estou cheio de fome.
  Os dois se entreolharam e franziu a sobrancelha para ele.
  - Não copie minha frase, Winchester.
  Dean suspirou cansado, não iria discutir por uma frase estúpida, embora seu lado mais petulante insistisse em dizer coisas nadas delicadas à mulher.
  - Vamos logo. – disse ele tomando a frente. o seguiu com raiva enquanto Sam ia a distancia, sorrindo para os dois.

***

   olhou para o demônio com pavor quando este deu dois passos em sua direção.
  - Fique longe. – sussurrou ela.
  - Não tenha medo, gatinha. Eu vim em missão de paz. Você tem algo que é meu, me devolva e eu deixo você em paz. – sugeriu ele. Naquele instante ela era capaz de imaginar duas coisas que ele queria: e Meg, ambas em um quarto, desprotegidas, precisava avisá-las, mas como? E Castiel, o que o demônio faria se descobrisse que o anjo não estava morto?
  - Não negocio com você. – respondeu ela com o máximo de segurança que pôde.
  O demônio a encarou por alguns instantes a paciência se esvaindo.
  - , não torne a minha tarefa mais difícil. Eu sei que Meg está com você, assim como , também sei que está com o anjinho dos Winchestes. Já deixei você se safar de tudo que apronta várias vezes, então colabore comigo antes que eu me arrependa e...
  - E o quê? – o interrompeu petulante e com raiva, estava cansada do demônio de tudo que ele havia feito e tudo que continuava fazendo. De todas as vezes que ele escapara impune. Apesar de não ter muito que fazer, fora completamente tomada pela raiva e resolveu, em um impulso, jogar uma carta no escuro. Algo que Bobby sugeriu uma vez e que ela não quis pensar na época. – Se é tão forte por que não acabou comigo nas outras vezes, quando teve a oportunidade? Tem algo em mim que te impede de me matar como aos outros. Você não quer me matar, Crowley. – intimidou ela.
  O demônio a fitou com olhos semicerrados de raiva.
  - Vamos lá, Crowley Se quer me destruir dê apenas um passo e então me jogo daqui. – intimou.

***

  Kevin acabava de passar dos limites do estado sem nada ver, as novas informações se processavam em seu novo cérebro. Precisava encontrar a Palavra de Deus, precisava protegê-la.

Capítulo 15

  Antes...
  "- Você brilha. – murmurou ele.”
  "- Não chore, eu sei que você sentirá minha falta, linda.
   riu batendo levemente nele, antes dele ir se despedir dos Winchesters."
  "- Sentiu minha falta, docinho?"
  "- Há alguma coisa errada aqui. – sussurrou ele levantando-se da cama. Meg levantou-se da poltrona ao perceber o mesmo que o anjo e seguia passos leves para perto da porta."
  "- Vamos lá, Crowley. Se quer me destruir dê apenas um passo e então me jogo daqui. – intimou"
  Agora...

   olhava para dentro dos olhos vermelhos de Crowley, querendo saber o que se passava na cabeça do demônio, tentando prever seu próximo passo...
  O rei do inferno não podia arriscar a vida da garota, não agora, quando o plano dele nem estava concluído, porem não poderia deixar ela ditar as regras.
  E assim percorreram longos segundos...

  Castiel se aproximou lentamente da porta, permanecendo na frente de demônio e de , que ainda estava assustada por ver o anjo de pé, ambas com medo demais para protestar.
  - Fiquem aqui. – ordenou.
  O anjo seguiu com passos leves, com a experiência de muito tempo. Era um soldado. Encostou a porta como se de alguma forma aquilo pudesse proteger as duas mulheres lá dentro.
  Alguns passos depois ele encontrou um grupo com quatro demônios que foram nocauteados. O anjo checou rapidamente e sentia que ainda tinha mais alguns por ali, porém acabara de se recuperar e ainda não estava se sentindo completamente disposto.
  Precisava tirar Meg e dali. Voltou para o quarto rapidamente.
  - Temos que sair daqui, agora. – murmurou ele, pegando nas mãos de ambas e as levando para o lado de fora do hospital.
  - Hey! – protestou a moça sentindo o chão desaparecer debaixo de seus pés. A demônio a segurou.
  - ainda está lá dentro. Precisamos tirar ela de lá. – disse Meg completamente alheia a garota no peitoril do prédio.
   olhava para o demônio sustentando seu olhar, não conseguiria avisar sua irmã. Ao pensar não pode impedir a tristeza de invadi-la, sua irmã a odiava. Não conseguiria proteger o anjo como prometera aos Winchesters. No fim ela iria falhar com todos. Não havia uma saída.
  Esses pensamentos passavam rapidamente pela cabeça da garota que começava a se arrepender por ter passado tanto tempo longe das irmãs, sentiu-se em divida com Deus, se existisse um. Ela levara a morte aos seus pais e mesmo assim Deus colocara aquelas duas em seu caminho, que formaram sua família, que ela amava, e iria falhar novamente.
  - Você não vai pular, está com medo demais para isso. Vamos negociar, não seja tão heroica. – propôs o demônio novamente.
  Somente a sugestão do demônio fez a garota sentir-se suja, ela poderia não conseguir proteger sua irmã, mas nunca trocaria por sua própria vida, jamais quebraria com a sua palavra. Era respectivamente altruísta e orgulhosa demais para isso. Amava suas irmãs demais para isso.
  Então por puro reflexo algo chamou sua atenção lá embaixo três pessoas lutavam contra mais demônios, ela reconhecia eles. Castiel estava bem, Crowley não contara com a recuperação do anjo. Todos iam ficar bem!
  - Eles iam embora sem você, coração! Tão altruísta e tão corajosa... parece que ninguém faria o mesmo por você. – sussurrou ele, puro veneno era o que ele queria espalhar. Ela sabia disso, mesmo assim não pode impedir-se de sentir-se triste, não eles não a esperariam, ao menos procuraram por ela.
  - É o certo a se fazer. – sussurrou ela olhando pelo canto de olho para o ultimo demônio sendo morto.
  - É, digamos que eu não vim preparado para isso. Uma pena, eram bons soldados. – refletiu o demônio. – Mas não foi uma luta perdida, afinal, você ainda está aqui e quero que saiba que isso é muito especial para mim.
   o olhava com olhos vidrados, o medo a preenchendo, agora não era mais sobre salvar os outros, era sobre salvar a si mesma. Não sabia qual era o objetivo de Crowley, não queria ser ela a descobrir.

*

  O anjo matou o ultimo demônio e se voltou para as duas garotas a sua frente.
  - Não podemos voltar lá dentro. Estão chegando mais demônios...
  - Olha só, seu anjo recém-formado, eu não vou sair daqui sem a minha irmã! Ela pode ser uma idiota, mas não vou deixá-la num covil de demônios. – interrompeu .
  Meg olhava assustada para o peitoril da janela reconhecendo a forma do demônio que a estava caçando.
  - Sua irmã não é criança, , ela é uma caçadora tanto quanto você. Agora dê a ela um pouco de crédito e vamos sair daqui, antes que seu amado pai no veja. – ordenou a demônio sem imaginar que ele já tinha visto ambas.
  - Não vou deixá-la. – a morena bateu o pé, birrenta, sem ver o que a demônio via, já quem esta de costas para o prédio.

*

  - Não me olhe com esta cara, docinho, quem sabe eu até não lhe diga uma ou duas coisas dos seus pais biológicos... – o demônio falou adorando o joguinho psicológico que se instalara, mas sem arriscar dar mais nem um passo em direção à ruiva.
  - Não seja tão baixo, eles estão morto, um demônio matou-os. – respondeu ela desesperada, não havia saída, ou era ele ou a morte. Pesou e percebeu que era a mesma coisa.
  - Não tente me enganar, você sabe que não eram seus pais realmente. – disse ele.
  Se o demônio colocasse as mãos nela, saberia todas as suas pesquisas, tudo que ela encontrara até agora, usaria contra seus amigos. , , Dean, Sam, Garth e até mesmo Castiel e Meg passaram pela mente da garota. Não podia arriscar, não mais.
  Com um passo em falso ela deixou-se cair.

***

  Sam já terminara sua refeição e tentava ligar para . encarava atentamente o pedaço de torta que Dean comia, e ele parecia fazer isso lentamente apenas para irrita-la. O pedaço de torta da garota havia sido devorado minutos antes e segundo a garçonete o pedido do loiro era o último pedaço.
  Dean sentiu-se observado e ergueu o olhar do seu prato.
  - Algum problema, ? – perguntou ele divertindo-se com a situação.
  A loira engoliu em seco, estava louca para pedir um pedaço ao moço, mas sabia que ele amava torta tanto quanto ela o que significava que, muito provavelmente, não teria nem uma migalha sequer.
  - Não, problema algum. – respondeu ela quase em silêncio.
  - Tem certeza, por que parece que você está com um problema, minha torta talvez? – sugeriu ele sorrindo para o próprio prato.
  - Não seja tão mal, Winchester. – murmurou ela frustrada, a face diminuta se retorcendo em uma careta, onde ele jurou ver um biquinho.
  Ele riu alto da garota que se jogou contra o encosto da cadeira fazendo os cabelos loiros, antes presos, se espalharem com um molde em torno de seu rosto. Por longos minutos o caçador a contemplou silenciosamente, duvidava que houvesse alguém mais bonita que ela.
  - Por favorzinho, só um pedacinho eu juro, só a pontinha? – perguntou ela com olhos pidões interrompendo os pensamentos do rapaz. Dean piscou algumas vezes voltando a si, olhou algumas vezes da torta para loira e vice versa.
  - Só desta vez... – voltou a pedir, com olhos brilhantes.
  O Winchester se indagou sobre a capacidade de alguém poder dizer não a ela. Frustrado empurrou o prato para o centro da mesa.
  - Só desta vez e você vai comprar uma torta inteira na próxima vez que paramos. – ordenou ele e a moça acatou sorrindo.
  - Obrigada, Dean, você é o melhor. – murmurou ela lhe soprando um beijo.
  Sam olhou atônito a cena à sua frente. Sorriu para o irmão, sabia o que aquilo significava. Esperava que desse certo.
  - Eu... Espero vocês no carro. – avisou o mais novo. Queria perguntar a que história era essa de estar com ela e porque não avisara antes. De alguma forma aquela noticia havia mexido com ele.
  Dean e dividiram a torta em silêncio, até que finalmente esta acabou. A garota ergueu o olhar para o caçador.
  - Obrigada... - disse ela o olhando nos olhos. – Sabe, por mais que a torta. Por ter procurado a minha irmã comigo, por ter impedido a de qualquer besteira que ela fosse fazer para se vingar da morte do Bobby, por protegê-la... Por me ajudar naquele hotel contra os demônios. – ela listou quase num sussurro, e percebeu que ele tinha a ajudado mais do que ela realmente percebera até ali.
  Dean olhou fascinado a loira. Para ele, nunca iria admitir nada daquilo, tinha a impressão de que ela nem ao menos gostasse de . Agora percebia o quanto estava errado, era perceptível o olhar de preocupação garota quanto falava da irmã.
  - Elas estão bem. – sussurrou ele em apoio, segurando sua mão dela por cima da mesa. Ambos se olharam, como se pudesse dizer tudo, sem dizer nada. Como se fossem conhecidos de várias vidas atrás. Conseguiam se confortar apenas assim. O silêncio era suficiente.
   olhou no fundo dos olhos dele e pôde jurar que ele a entendia, que poderia contar com ele.
  Iam se aproximando sem perceber o que faziam, apenas atraídos por uma força invisível um para o outro. Sem quebrar o contato visual.
  Dean percebeu o que estava prestes a fazer, lembrou-se de seus pais, da noiva de Sam de todas as vezes que simplesmente dera errado. Afastou-se bruscamente, piscando freneticamente.
   balançou a cabeça de um lado para o outro como se para acordar.
  - Nossa! Se eu soubesse que por um pedaço de torta você reconheceria tudo que eu fiz, tinha de dado antes. – disse o Winchester, tentando fazer piada. A garota o olhou com os olhos semicerrados, o momento anterior esquecido.
  - Não se ache, Winchester. – disse ela se levantando e deixando ele sozinho para pagar a conta.
  Durante o restante do caminho foi uma disputa constante entre os dois caçadores, que ainda tentavam provar ser melhor que o outro.

***

  Kevin olhava fixamente para a estrada, o telefone no banco do passageiro tocava insistentemente, porém o garoto parecia apenas não ouvir, enquanto continuava seu caminho.
  Fez uma curva brusca comandado apenas pelo instinto. Ele simplesmente sabia onde deveria ir.
  Sem saber, alguns quilômetros à sua frente, a Palavra de Deus estava embrulhada dentro de uma mochila no banco detrás do Impala.
   foi ultrapassada mais uma vez por Dean, que sorriu para ela e a fechou, fazendo com que ela o xingasse.
  - Parem com isso. – reclamou Sam, que tentava entrar em contato com ou Meg, sem sucesso.
  - Relaxa, mocinha, eu prometo não bater o carro. – provocou o mais velho.
  - Idiota. – reclamou o outro.
  - Bitch. – Dean respondeu sem tirar os olhos da estrada.
  - Jerk.

***

  - Não! – murmurou a demônio, ao ver a garota se jogar do prédio.
   que tinha sido interrompida pela exclamação de Meg se virou para ver o que a demônio o anjo olhavam de olhos arregalados.
  - Não! – gritou ela, tentando correr até a irmã, os olhos marejados. Castiel a segurou com força.
  - Meg, leve-a para o carro. – ordenou o anjo para a demônio.
  - Não! ! Não! – gritou ela novamente, enquanto era empurrada por Meg até o Chevy 57.
  A demônio a empurrou para dentro do carro fechando as portas em seguida, mesmo sabendo que aquela medida não as salvariam.
  - , , ... – sussurrava , como se pudesse trazer a irmã apenas por chamá-la. Sem poder acreditar no que vira. Sem querer acreditar.

***

  Antes que a garota tocasse o solo, lá estava o demônio a esperando. Assim que tocou o chão, sentiu todo oxigênio ser expelido, e todos seus membros protestaram.
  - Você está 45 segundos atrasada. – murmurou o demônio com um sorriso. Atraindo a atenção da garota que ainda buscava por oxigênio desesperadamente, sentindo as coisas aos poucos perderem o foco e se tornarem cinzentas.
  O anjo estava lá no segundo seguinte.
  - A deixe em paz. – murmurou ao demônio.
  - Ora, ora. Olha quem esta aqui mais uma vez com pose de herói. Não é o anjo que pensou que poderia ser Deus? – provocou o demônio.
  - Fique longe dela...
  - Só um momento! – pediu o demônio erguendo um dedo, puxou um relógio, de muito tempo atrás, de bolso.
  - Veja só, estou atrasado. Nos vemos por ai. – murmurou desaparecendo.
  Castiel não perdeu tempo. Olhou para garota aos seus pés, o rosto pálido que vira pelo ultima vez quase sem vida, enquanto os murmúrios de dor se tornavam inaudíveis e a poça de sangue ao redor da mesma se torva maior.
  - O que você tem na cabeça? – perguntou o anjo, se abaixando e analisando por alguns instantes. Não conseguia acreditar no que via.
  A garota que ao poucos partia daquela vida, começava a brilhar levemente. Ele não podia deixar aquilo acontecer, não a ela. Não sabia por que se importava com aquilo. Se fosse qualquer anjo no seu lugar simplesmente acabaria com tudo de uma vez, ela não deveria existir. Era um erro para todos os seres celestiais. Era o erro mais lindo para Castiel.
  Ele não poderia deixar que ela partisse, queria protegê-la de tudo, de todos. Sabia que era errado. Não podia se importar menos. Colocou dois dedos na testa da garota e escutou o ofego da garota quando finalmente o ar preencheu seus pulmões e seu coração voltava a bater descompassadamente.
   abriu os olhos e piscou algumas vezes se acostumando com a claridade, quando Castiel a pegou no colo.
  - O quê...
  - Shii, calma, vamos para um lugar seguro. – o anjo começou falar.
  - Crowley! , ... – ela começou a murmurar, se lembrando de segundos antes.
  - Ele já se foi. Ela está bem, com Meg. – respondeu ele, se apressando enquanto via alguns demônios se aproximando ao longe. – Fique calma, okay?
  Ela suspirou em concordância, apesar de Castiel ter a curado, ainda estava um pouco zonza, ainda tentava fazer seu coração voltar ao seu batimento normal. Abraçou o anjo enterrando o rosto em seu peito.
  O anjo se sentia bem com a garota em seus braços, tinha certeza que poderia mantê-la segura assim. Infelizmente ao chegar no carro teve que soltá-la, ajudou ela se sentar no banco de trás e foi até o banco do passageiro, ao lado de onde Meg esperava, como carro já funcionando.
  - Cuidado com o meu carrinho. – ordenou a ruiva fracamente.
   ainda olhava para a irmã sem acreditar que ela estava viva. Apesar de magoada com a irmã, abraçou-a fortemente.
  - Nunca mais faça isso comigo! Que ideia louca foi aquela? – perguntou ela brava. deu alguns tapinhas no braço da irmã.
  - Eu... Preciso... Respirar... – sussurrou ela.

Capítulo 16

  Antes...
  “ olhou no fundo dos olhos dele e pôde jurar que ele a entendia, que poderia contar com ele.”
  “– Relaxa, mocinha, eu prometo não bater o carro. – provocou o mais velho.”
  “- Você está 45 segundos atrasada. – murmurou o demônio com um sorriso. Atraindo a atenção da garota que ainda buscava por oxigênio desesperadamente, sentindo as coisas aos poucos perderem o foco e se tornarem cinzentas. (...) A garota que ao poucos partia daquela vida, começava a brilhar levemente. Ele não podia deixar aquilo acontecer, não a ela. Não sabia por que se importava com aquilo. Se fosse qualquer anjo no seu lugar simplesmente acabaria com tudo de uma vez, ela não deveria existir. Era um erro para todos os seres celestiais. Era o erro mais lindo para Castiel.”

  Agora...
  Meg encontrara um galpão abandonado onde eles resolveram passar a noite e esperar pelos Winchesters e .
  A demônio e se dedicavam a colocar sal nas janelas e portas e fazerem símbolos contra anjos nas janelas, mesmo que nenhuma acreditasse que algum iria ali, entrementes esperava impaciente que o Winchester atendesse.
  - Alô?- ela escutou a voz do rapaz.
  - Sam, mudança de planos. Não sigam para o hospital! – avisou a ruiva, enrolando uma mecha do cabelo com o dedo. Castiel a observava.
  - Por quê? O que houve? – perguntou o Winchester mais novo preocupado.
  - Demônios, entre eles o rei. – resmungou ela se encolhendo com a lembrança de Crowley.
  - Crowley? O que ele queria? Vocês estão bem?
  - Estamos todos bem. É uma longa história, Sam, apenas não siga para o hospital, estamos em um galpão quase coberto pela floresta, Dean passou comigo por perto quando fomos tirar você de lá. Ele sabe onde é.
  - Ok, cuidem-se. – murmurou ele.

***

  - O quê aconteceu desta vez? – perguntou Dean assim que o irmão desligou a chamada.
  - Eles foram atacados por demônios. Estão bem, mas estão em algum tipo de galpão perto de uma floresta. Ela disse que você sabe onde é.
  O mais velho respirou fundo e parou o carro no acostamento, tinha que dar a notícia à .
  - Eles estão bem mesmo? – conferiu o Winchester antes de sair do carro.
  - Foi o que falou.
  A loira que vinha alguns metros atrás parou ao ver o Impala no acostamento.
  - Algum problema com o carrinho aí? – provocou.
  - , temos que conversar... – começou Sam.
  - Ok, mas não podemos chegar até eles antes? Estou morrendo de sono. – pediu a loira.
  Dean respirou fundo e saiu do carro, sem saber como lhe contar o acontecido.
  - Não vamos para o hospital. – informou ele.
  - O quê? Claro que vamos, lembra o anjinho de vocês acordou, minha irmã voltou, tudo dando certo lembram? – perguntou ela, estranhando a atitude dos dois.
  - Eles tiveram que sair do hospital. Estão esperando pela gente em um galpão. – explicou Sam.
  - Por que saíram do hospital? – especulou a garota começando a entender que havia algo errado ali.
  Sam olhou para o irmão esperando que este desse a notícia à mulher.
  - ligou, disse que apareceram demônios... – começou ele e antes que a garota interrompesse, completou: - Mas todos estão bem, apenas nos esperando.
  A loira olhou para ele, durante alguns minutos, desconfiada. Dean devolveu o olhar.
  - Você não mentiria para mim se elas não estivessem bem. - sussurrou ela após refletir sobre o assunto.
  O mais velho a olhou apaixonadamente, a confiança que ela tinha nele o comoveu. acreditava nele. Tinha fé no caçador. Por impulso se aproximou da janela do motorista e passou a mão delicadamente por seu rosto.
  - Jamais mentiria para você. – sussurrou de volta. A garota o admirou por alguns segundos.
  - Nem eu. – completou.
  Sam encarava a cena. Estava feliz e surpreso pelo irmão ter conquistado a garota em tão pouco tempo. Esperava que estivessem sendo sinceros, mas, por enquanto, precisavam chegar aos outros antes dos demônios os encontrarem novamente. Pensando isso tocou a buzina retirando os dois da bolha que criaram.
   balançou as madeixas loiras rapidamente.
  - Sendo assim acho que é melhor seguirmos, certo? – sugeriu a garota. O caçador assentiu.
  - Me siga. – informou ele, voltou para o Impala e bateu a porta ao entrar.
  - Nunca, mas nunca mesmo, me interrompa novamente. – ordenou para Sam e arrancou cantando pneus. O mais novo sorriu.

***

   dormia tranquilamente em uma manta estendida perto a parede. Meg tinha ido fazer uma varredura para ver se estavam realmente seguros enquanto balançava a cabeça no ritmo da musica que seus fones gritavam, colocando uma dose de uísque em um copo de plástico.
  - Não é ultima geração, mas serve. Quer? – ofereceu ao anjo que olhava a cena, estupefato com o conhecimento de que a garota carregava bebidas alcoólicas na mochila.
  - Qual o problema, algumas vezes garotas precisam relaxar, nossa vida é intensa não acha? – ela perguntou ao ver a expressão do anjo.
  Castiel apenas balançou a cabeça negativamente.
  - Não, obrigado.
  A ruiva deu de ombros.
  - Você quem sabe. – murmurou virando tudo de uma vez. Colocou mais um pouco e tornou a virar. – Eu estava realmente precisando disto. - disse para si mesma, se jogando cuidadosamente contra alguns panos que havia estendido ali. Aumentou o volume do iPod ao máximo.
  O anjo conseguia escutar a voz do vocalista do AC/DC gritando.
  - Come on, give it all you got. Your mind on fantasy, living on the ecstasy. – cantarolou ela de olhos fechados. As lembranças do anjo a levando até o carro toda atenção que ele lhe dedicou preenchiam a mente de a fazendo sorrir.
  O anjo a olhava admirado, ela era linda, a pele pálida com um tom rosado contrastando com os cabelos avermelhados, os lábios finos e delicados. Ela era a criatura mais bela para ele. Sabia que aqueles pensamentos eram errados, que ela não poderia continuar vivendo, era um crime. Não podia machucá-la era incapaz disto. A memória dele machucando-a era quase demais para continuar aquentando.
  No ínterim dos pensamentos do anjo, a garota abriu os olhos sentindo-se observada. observou o anjo por um longo tempo antes de se pronunciar.
  - Uma moeda pelos seus pensamentos. – ofertou com um sorriso.

***

  Kevin fez uma curva brusca quando algo em si, instinto talvez, dizia que a direção certa não era mais por ali.

***

  O Impala e o Landau estacionaram em uma pequena entrada quase encoberta pelo mato.
   saiu do carro rapidamente.
  - É aqui, tem certeza? – perguntou ela ao chegar onde Dean saia do carro.
  - Absolutamente. – respondeu ele sacando a arma, ao mesmo tempo em que Sam pegava uma garrafinha com água benta.
  A garota observou a atitude defensiva dos dois e percebeu que eles desconfiavam ser uma armadilha.
  - Maravilha. – murmurou irônica, seguindo os dois.
  O Winchester mais velho se posicionou à sua frente deixando ela quase encoberta pela suas costas.
  Sam bateu à porta e Dean segurou a arma com firmeza. suspirou impaciente.
  No outro lado da porta era interrompida.
  - Eles chegaram. – murmurou o anjo.
  - É. Já não era sem tempo, afinal. – respondeu tirando os fones e se levantando e fazendo posse de durona. Sentia falta da irmã, seguiu tão agitada para abrir a porta que se esqueceu de pegar a arma. Antes que a mão da garota girasse a maçaneta a mão do anjo a impediu fazendo a garota a olhar surpresa com a atitude.
  - Você não tem certeza se realmente são eles. – disse ficando a sua frente. A ruiva revirou os olhos, ficando nas pontas dos pés para ver por trás do ombro do anjo.
  Assim que Castiel abriu a porta o grupo se encarou. foi a primeira a se pronunciar saindo de atrás do anjo e pulando na direção da irmã.
  - , eu sent... – ela começou a falar, porém foi interrompida com um jato da água atingindo seu rosto. Piscou freneticamente e cuspiu a água que entrara em sua boca, até que visualizou a imagem de Sam segurando a garrafinha.
  - Olá para você também, Sam. – murmurou irônica.
  - Desculpe. – respondeu o rapaz sem jeito.
  - Fiquei preocupada. Você está bem? Dean avisou que você torceu o pé com aquele monte de demônios! Como foi com Dick? – ela começou a perguntar afobada. A loira riu da atitude da irmã, pois sempre tinha sido a mais maluquinha das três.
  - ... respira.
  - Ah, eu estou respirando, eu só... Queria estar lá, sabe é tão injusto não ter podido participar, aquele lá me deve uma ou duas coisinhas e alguns chocolates, você viu o que ele começou a fazer? É o cumulo ele ter o monopólio do xarope de milho...
  - ... ! – a chamou se divertindo com o jeito maluco da irmã, não se lembrava de sentir tanta falta da mesma. parou de falar a encarando. – Também senti sua falta. – murmurou a puxando para um abraço, pegando a ruiva desprevenida.
  - Tive tanto medo que se machucasse. – confidenciou a ruiva.
  - Eu também. – sussurrou a outra se afastando da irmã. – Como está ?
  Os três homens as olhavam perplexos.
  - Temos que entrar, não é seguro aqui fora. – lembrou Dean chamando atenção das duas.
  - Claro. Entrem, fiquem à vontade. – disse abrindo a porta do galpão, seu tom feliz e casual como um contraste com o imóvel caindo aos pedaços.
  A garota fechou a porta e observou que os Winchesters evitavam o anjo. A tensão era palpável e não precisava ser uma sensitiva para perceber isso. Ela piscou algumas vezes tentando evitar aqueles sentimentos.
  - Alguém quer uísque? É o ultimo que não é do estoque do Romans. – ofereceu para quebrar a tensão.
  - Uísque está ótimo para mim. – respondeu Dean.
  - Dois então. – pediu , se perguntando onde a irmã tinha conseguido aquilo.
  A ruiva pegou dois copos de plásticos, desejando estar na sua casa para fazer aquilo direito.
  - Sam? Anjo? – perguntou enquanto mostrava os copos antes de entregar a e Dean.
  - Não, obrigado. – respondeu Sam olhando para a garota adormecida no canto do cômodo.
  Castiel olhava para os irmãos, lembrando-se da ultima vez que realmente se falaram, quando se tornou Deus.
  - Anjo? - a garota chamou sua atenção, ele a olhou por alguns instantes.
  - Não, , obrigado. – respondeu ele formalmente olhando dentro dos seus olhos, a garota continuou o contato visual por algum tempo, mas o quebrou quando percebeu que chamavam atenção dos demais.
  - Bom, acho que todos aqui temos muito que conversar não é? – murmurou ela sentando-se no chão em posição de índio.
   começou a se mexer, esticou a mão para cima esticando-se preguiçosamente, soltou um pequeno suspiro e abriu os olhos apenas para encontrar um belo par de olhos esverdeados que a olhavam admirados.
   percorreu os olhos por todo o corpo do desconhecido, primeiro a face com traços fortes, os olhos verdes como esmeralda a boca como uma linha fina e convidativa, cabelos castanhos que combinava com o tom levemente bronzeado do moço, passou pelos braços musculosos e a camisa esticada sob o peitoral do rapaz. Ela mordeu os lábios levemente voltando aos olhos.
  - , senti tanto sua falta. – pronunciou correndo até a irmã e abraçando. – Nunca mais faça isso comigo! Você tem ideia de como eu fiquei? Arrasada, preocupada, não sabia onde te encontrar, eu fiquei desesperada, !
   A menina olhou para baixo envergonhada, não queria fazer a irmã sofrer.
  - Eu estou bem...
  - Eu fui atrás de você em Las Vegas, só tinha demônios e eles de alguma forma sabiam de você, suas coisas estavam lá, mas não sabia onde você estava. Não podia lhe ajudar, não sabia onde estava ou se estava bem, se tinha comido, se estava com frio... Tem ideia de como eu me senti? – gritou a loira com lágrimas nos olhos.
  - Desculpa. – sussurrou a mais nova, olhava aquilo com certa inveja, nunca tinha tido um relacionamento assim com a mais velha, apesar de se preocupar com ela, sabia que não era recíproco, não com a mesma intensidade.
  - Vocês são minha única família. – sussurrou a loira, olhando dela para .
  - Tive medo de não te encontrar, pesquisei de todas as maneiras diferentes, eu sou boa nisto, mas nunca te encontrava. – sussurrou suavemente, embora soubesse que a irmã estava brava com ela ainda. Quis dizer aquilo para a morena quando ela chegou, mas não houve ocasião para aquilo.
  - Sinto muito. – sussurrou abraçando e dando uma olhadela em direção a , que se mantinha afastada, apoiada em uma parede.
  Nesta hora a porta se abre repentinamente chamando a atenção de todos. A demônio entrou desfilando.
  - Quanta novela mexicana, dá para escutar vocês a quilômetros. – desdenhou.
  - Meg, você não deveria estar aqui em tempo integral? – perguntou Dean sério.
  - Lamento, Cérebro, tive que fazer uma vistoria e ver se era seguro. Além do mais, Clarence já está bem o suficiente para cuidar da casa por algum tempo enquanto estou fora. – murmurou.
   secou as lágrimas rapidamente e se levantou, não perderia a vantagem tática de estar em pé. A moça ainda não concordava em manter a demônio.
  Meg desprezou a reação da moça com um gesto com a mão.
  - Não, não me ofendeu, e, imagina, foi um prazer salvar sua irmã das mãos de Crowley. – disse ela ironicamente.
  - O quê? – perguntou a loira desacreditada.
  - Isso mesmo, sua irmãzinha estava lá fazendo uma visitinha forçada ao papai, e então eu fui ao resgate. Não, não precisa agradecer.
  - Pai? – perguntou sem entender.
  - É uma longa história... – protelou.
  - Resumindo, Crowley é pai da nossa vidente aqui e queria levar a filhinha para o inferno, sabe, para o reinado, mas vocês estavam com todo aquele drama de família e eu resolvi fazer minhas próprias pesquisas, no fim nem foi tão difícil tirá-la de lá. – disse a demônio dando de ombros.
  - Crowley? – A loira ainda tinha problemas para associar tudo que estava acontecendo.
  A morena estava com lágrimas nos olhos, não queria que ela ficasse sabendo daquele jeito na frente de estranhos, na frente do rapaz de olhos verdes.
  - Eu não sabia, , juro. Apenas estava indo para casa de , eles estavam no caminho...
  - Sinto muito, se eu desconfiasse... – sussurrou a mais velha, entendia o quão difícil devia estar sendo para ela aceitar aquilo, mal conseguia assimilar tudo.
  A morena lançou um olhar magoado para a ruiva que se encolheu levemente contra parede.
  - desconfiava... – alfinetou ainda magoada.
  - O quê? – arfou a mais velha. – Desculpa, mas é muita informação, em menos de dez minutos eu descobri que você é filha do rei do inferno que foi resgatada por um demônio e que , esta , sabia de tudo?
  - É. – murmurou a mais nova deixando escapar uma lágrima.
  - ? – sussurrou em busca de confirmação.
  - Não tinha certeza, tinha prometido que iria descobrir e minhas pesquisas me levaram até ele, cheguei a prendê-lo, mas Crowley escapou, depois não tive mais nenhum avanço com minha investigação. – explicou-se ela, sem falar mais que o necessário.
  - Por que não avisou? Podíamos ter evitado... – começou a falar, mas foi interrompida pela ruiva.
  - Você queria que eu ligasse e dissesse o quê? , acho que seu pai é um demônio. Não um qualquer, mas o rei de todos eles”? Como pode me culpar se nem ao menos atendia as minhas ligações? Eu tentei ligar para você, , eu tentei e tentei novamente um milhão de vezes, mas você apenas me ignorou porque eu não era a sua irmãzinha querida. Eu sempre tento proteger vocês. Tenho feito isso por todo tempo que estive longe, e nunca pedi para ninguém reconhecer isso. – gritou a ruiva chorando sem se importar de acusar a mais velha, sem se importar com Dean ou Sam que assistiam a discussão assim como o seu anjo. – Mas é claro que vocês não podem reconhecer. O que eu sou? A garota que matou os pais e que vocês aceitaram nas suas vidas, a garota ingrata que foi embora enquanto precisavam. A garota idiota, estúpida suficiente para lutar contra um demônio mil vezes mais forte que ela e ficar presa em uma casa em chamas para saber a verdade que vocês queriam saber, mas que nunca culpou ninguém por isso, porque ama as irmãs. Porque é estúpida o suficiente para amá-las. Claro que vocês não podem reconhecer. – sussurrou ela jogando toda a verdade de vez.
  A ruiva ainda sentia-se presa dentro daquela casa , quando Crowley saiu, quando tudo começou a pegar fogo, ainda sentia o calor das chamas. Reviveu toda aquela memória e as lembranças dolorosas dos dias que passou no hospital a seguir.
   e escutavam em silêncio a garota, a verdade sendo injetada nelas como o veneno mais poderoso, como o veneno de uma cobra, intoxicante. A verdade era que nunca mais tinha falado com a garota até ali, só falava com ela de meses em meses, ninguém soubera o que passara.
   sentia a raiva que sentia da irmã se esvair e a culpa a preencher.
  - Já deu para mim. Meu trabalho está cumprido, o anjo está bem, e sua irmã está bem, . Agora eu vou para minha casa. – disse a ruiva, marchando até a porta.
  Castiel a observava, ele sabia como ela se sentia, soube de tudo na hora que sua mãos se tocaram há alguns minutos atrás.
  - ! – a loira chamou, porém a ruiva continuou andando, até que trombou com alguém ao sair da porta.
  - Ai! – reclamou ela levando a mão à cabeça e olhando para o garoto oriental que se encontrava embaixo dela. - Quem é você e o que faz aqui? – ordenou ela, a mágoa esquecida por um instante, ao mesmo tempo em que percorria os olhos pelo invasor, o garoto parecia ter seus dezessete anos e estava segurando uma bolsa fortemente contra o peito, a olhava assustado. Ela viu a janela do Impala quebrada. – Qual o que nome?
  - Kevin... Eu sou Kevin Tran. – respondeu ele tremendo. A garota retirou uma pequena faca da bota e apontou para ele.
  Os caçadores se aproximaram da porta.
  - O que faz aqui? – perguntou sem se levantar de cima do garoto.
  - Eu... Não sei. – ele respondeu parecendo confuso. Ela sabia que ele realmente estava confuso, seus sentimentos eram muito conturbados, ela segurou a faca com uma mão e a outra levou à testa do garoto. Era como se ele fosse quase celestial, mas sem ser um anjo, nem nada do tipo os sentimentos confusos, tudo que ele conseguia sentir era uma enorme força, era tão forte que ela apenas podia distingui-la com alaranjado, ela podia, sentir e ver aqueles sentimentos.
  - Ai. – resmungou ela deixando a faca cair e levando as mãos à cabeça.
  Castiel se aproximou a levantando com cuidado. Dean apontava uma arma ao garoto.
  - Eu... Não...
  - Devolva a bolsa. – O Winchester mais novo se manifestou. O garoto o olhou com medo ao se levantar, mas segurou a bolsa ainda mais forte.
  - Devolva a bolsa, por favor. – pediu Dean, fechando as mãos em punhos. Kevin olhou a ação do Winchester com mais medo ainda.
  - Eu... Sinto muito... Sinto muito... Mas... Não... Não posso largar. – disse ele assustado.
  - Devolva logo a droga da bolsa ou eu vou fazer suas mãos virarem picadinhos. – falou Meg mostrando seus olhos, completamente negros. O profeta soltou um pequeno grito.
  O menino deu alguns passos para trás, os olhos arregalados em pânico.
  - Ele é apenas humano, vocês estão o assustando. – sussurrou a ruiva que se recuperara, se desvencilhando dos braços do anjo que a ajudava a ficar em pé e deu um passo em direção ao garoto.
  - Olá Kevin, me chamo . – disse ela suavemente, o garoto continuou em silêncio olhando em volta nervosamente. – Sei que está assustado, mas não vamos te machucar. Pode confiar em mim.
   disse tudo isso suavemente, colocando em prática o ensinado por Meg, ela focou na calma, como se pudesse transmiti-la ao rapaz.
  - Estamos apenas um pouco surpresos, não esperávamos visitas. – disse de uma forma meiga. Os caçadores a olharam admirados quando, finalmente, Kevin deu um passo em sua direção.
  - Isto é para mim, sei disto, tem que ficar comigo. – sussurrou ele para a ruiva.
  - Sim, claro. Vai ficar com você. – afirmou ela passando o braço por cima dos ombros do garoto e o levando para dentro.

Capítulo 17

  Agora...
  Todos se organizaram dentro do galpão, com o garoto ao meio. Ninguém entendia o que estava acontecendo, ou imagina como lidar com o garoto. retornou ao seu posto:
  - Você sabe que o que fez é errado. Por que quer isso? – perguntou apontando para a bolsa.
  - Não sei por quê. Apenas acordei e soube que tinha que vir para cá, que isto é meu. – sussurrou o garoto.
  Os Winchesters o olharam desconfiados.
   - Você sabe o que tem ai dentro? – perguntou Sam, sem desviar os olhos da mochila.
  - Não. – respondeu ele, olhando a ruiva.
   mais uma vez se concentrou em enviar uma onda de calma para o garoto, ele estava assustado e muito confuso, e isso a deixava confusa, pois ela sentia o que os outros sentiam.
  - Está tudo bem. Vamos resolver isso com calma. – disse ela doce e ao mesmo tempo autoritária ao olhar para os irmãos Winchester. – Então será que você pode... Me... Dar a mochila? – pediu.
  Kevin a olhou assustado com a proposta e segurou a mochila fortemente, se perguntou como ele ainda não tinha sido atravessado por aquela bolsa.
  - Vou te devolver. Você não sabe o que tem dentro, nem eu, e como ajudei a encontrar acho que posso ver, certo? – sussurrou ela, afável e amável, Castiel desejou que ela falasse daquela forma com ele. – Vamos lá, boy, só uma olhadinha. Por favor.
  Hesitante, e ainda sob a influência do dom da garota, ele entregou a mochila à ruiva que abriu a bolsa, lentamente. Sabia que para pessoas assustadas aquele era o melhor remédio a afabilidade, nada de movimentos repentinos.
  A garota tirou a pedra de lá sob o olhar de todos.
  - Hum, uma pedra, que... Interessante. – sussurrou ela olhando para Dean com uma sobrancelha erguida.
  - Não é uma pedra. – Castiel falou. – É a Palavra de Deus.
  - A palavra de Deus? Tipo Deus? – perguntou surpresa, demonstrando o sentimento de todos na sala.
  - Por que vocês humanos têm tanto problema em acreditar em Deus? – perguntou-se o anjo confuso. revirou os olhos para ele.
  - Deus escreveu isto? – perguntou sem acreditar.
  - Tecnicamente quem escreveu foi Metatron, mas quem ditou, o dono da palavra, é Deus. – murmurou o anjo lentamente.
  Kevin os olhava confusos.
  - Desde quando os transformers vivem no céu? Com assinhas e harpas em cima de nuvens? – debochou.
  - O que são “transformers”? –o anjo devolveu a pergunta sem entender, os Winchesters respiraram fundo.
  - O que estão falando? – perguntou sussurrando para , que deu de ombros.
  - O que importa é que se a Palavra de Deus é descoberta, logo a tabua precisa de um guardião, alguém que saiba ler e proteger a Palavra, um profeta… - explicou o anjo olhando diretamente para o garoto.
  Todos absorviam aquelas informações estupefatos. Dean pensou em como os anjos começaram a aparecer de repente na sua vida e na de seu irmão e agora estavam arrastando profetas também, definitivamente sua vida não poderia ficar mais sinistra.
  Ninguém tinha mais nada a declarar, o anjo já tinha dito o que deveria ser dito e agora não tinham mais o que falar. Um profeta. Era demais para todos eles àquela altura.
   respirou fundo, os sentimentos confusos do garoto praticamente voavam em sua direção, a ruiva queria ir embora, mas não queria deixar o asiático ali sozinho, sabia como podia ser desconcertante o inicio nesta vida de caçadas. Sentia pena dele, porém resolveu que merecia fazer algo para si mesma e naquele momento tudo que ela queria era ir para longe dali, organizar os pensamentos, voltar para a calmaria da sua casa na California.
  - Okay, então, bem-vindo ao time, Kevin, prazer conhecê-lo, profeta. – a garota se pronunciou. - Boa sorte, você vai precisar. – se despediu soprando um beijo.
  - . – ele chamou a garota assustado novamente a ideia de ficar sozinho com aqueles desconhecidos que sabia que não hesitariam em matar-lhe o enchia de medo.
  - O que foi? – perguntou ela se virando para vê-lo.
  - Não vai embora. – pediu ele olhando desconfiadamente para todos.
  - Não tenha medo, Kevin, não vão machucá-lo. – afirmou a garota jogando os longos cabelos para trás. - Vai ser complicado no inicio, mas você se acostuma. Pode me ligar se precisar, alias, todos ligam alguma hora mesmo. – disse ela pegando uma caneta e escrevendo seu número na mão do garoto.
  - , é insanidade você ir embora, deve estar cheio de demônios lá fora e com o profeta aqui, vai encher de anjos também. – chamou o anjo aparecendo à sua frente.
  - Insanidade é continuar aqui, não é o meu lugar. – sussurrou ela para que apenas o anjo a escutasse e depois para a surpresa de todos, até dela mesma, o abraçou. – Boa sorte.
  Kevin estava confuso, não queria que a ruiva fosse embora, ela lhe passa a sensação de paz, parecia que perto dela não havia medo. Não entendia o que estava acontecendo. O pânico voltava a tomar conta de seu ser.
   estava com a mão na maçaneta prestes a ir embora quando as luzes falharam. Os caçadores se entreolharam tensos. A ruiva deu um passo para trás, enquanto Dean puxava a loira para tomar sua frente e ela puxava a irmã pelo braço. Sam ficou ao lado do irmão, os dois como uma parede na frente das duas garotas. Castiel deu um passo para frente e Meg olhou desconfiada para porta. Kevin abraçou ainda mais a bolsa.
  - Eles estão aqui. – sussurrou com os olhos fechados. No segundo seguinte o anjo encostou dois dedos na testa da garota.
  - Me desculpe. – sussurrou e em seguida ela desapareceu.
  - O que você fez... – começava a perguntar quando dois anjos apareceram no recinto e o anjo desapareceu.
  - De novo, um demônio e os Winchesters. – reclamou a anjo loira, uma força misteriosa empurrava Meg contra a parede. Kevin assustado tropeçou alguns passos para trás. – Mate a demônio, vamos levar o profeta.
   tentou ir até o garoto, mas foi impedida quando foi lançada até a parede batendo a cabeça e caindo em seguida.
  - Fique longe dele. – ordenou enquanto o outro anjo seguia até a demônio que retirou uma Espada dos Arcanjos e apontou para os anjo entrando na frente dos outros caçadores.

***

   olhou em volta e reconheceu a mata.
  - Filho da puta, Castiel seu desgraçado apareça agora mesmo. – resmungou ela e começou a andar.
  - Fique aqui. – disse ele aparecendo à sua frente a fazendo tropeçar em uma raiz e cair.
  - Droga! – gritou ela. –Olha aqui, eu não vou ficar no meio...
  Castiel já não estava ali.

***

  - Onde conseguiu isto? – perguntou a anja encarando a espada na mão de Meg, ao mesmo tempo em que escutavam o farfalhar de asas.
  - Castiel? – perguntou o anjo.
  - Olá Inias. Hester. – murmurou o anjo suavemente.
  - Castiel, precisamos levar o profeta... – começou Inias.
   - Não precisamos da autorização dele. – Hester calou o outro. – Vamos levar o profeta agora mesmo para o deserto.
  - Eu sei que muitos acham que eu não sei mais nada, mas ainda tenho muita coisa que posso ensinar e...

***

  - Droga, anjo. – resmungou ao cair mais uma vez na floresta. Levantou-se e continuou seguindo rumo ao galpão, não era tão difícil encontrar o lugar onde estavam três anjos, ela conseguiria enxergar a luz que eles emitiam a quilômetros. – Isso é para você aprender a não confiar em anjos. Onde já se viu abandonar alguém em um lugar assim...
  A ruiva continuou seguindo para o galpão enquanto resmungava consigo mesma.

***

  - Nós só pedimos algum tempo. – interrompeu Dean. – Vamos cuidar do profeta de vocês, mas nos dê algum tempo.
   olhou para ele sem acreditar, Dean Winchester não parecia do tipo de pessoa que pedia favor nem ao irmão, quanto mais a uma anja que chegava pensando que mandava no lugar. Ela não queria admitir, mas o tom quase respeitoso que o caçador usou para falar com Hester a deixou com ciúmes. Os outros se entreolharam apreensivos.
  - Por que daríamos algo a vocês, depois de tudo que fizeram a nós? Castiel se perdeu quando tocou em vocês. – acusou a loira, caminhando até o caçador antes de completar: – E agora vão pagar por isso.
  Antes que a anja chegasse ao Winchester, o empurrou para longe da outra loira, caindo sobre ele. Hester continuou andando até os dois que estavam caídos agora.
  - Por favor, foi a eles que fomos colocamos aqui para proteger. – pediu o anjo a interrompendo. A loira se voltou a ele.
  - Não, Castiel. – sussurrou ela, antes de começar a desferir golpes contra ele. Os Winchester tentaram ir a socorro do anjo, mas foram impedidos por Inias. – Chega de promessas e de loucuras... Você queria livre arbítrio? Agora eu faço as escolhas. – disse ela apontando-lhe uma espada dos arcanjos. Os caçadores assistiam a cena, horrorizados.
  A ruiva finalmente conseguiu sair da mata de frente com o galpão na hora que a claridade tomou conta do recinto.
  - Não. – arfou. – Que não seja Castiel. – pediu sem saber que na verdade fora Meg que acertara a anjo.
  - O que foi? Alguém tinha que fazer. – se defendeu a demônio quando o anjo a encarou.
  Inias ajudou o anjo a se levantar, apesar de tudo que Castiel havia feito ele sentia falta do irmão, ainda o respeitava como seu superior.
  - As coisas não tinham que terminar assim. Não com a morte de Hester. – sussurrou ele.
  - Também não queria que acabassem assim, Inias. – respondeu Castiel.
  - São tempos estranhos. Volte. – pediu ele.
  - Lamento, Inias, eu não faço mais parte da guarnição. – murmurou em resposta. Os anjos se entreolharam sem saber o que dizer mais.
  - Vou dar a vocês dois dias, e então vou levar o profeta, entendeu? – perguntou Inias, e o anjo assentiu agradecendo a ajuda do amigo.
  Inias já ia voltar aos seus afazeres celestiais quando apareceu ofegante na porta. A ruiva apenas vira o sobretudo do anjo e supôs erroneamente que a situação já estava sob controle.
  - Hello galera. – murmurou ela, chamando a atenção de Inias, ao perceber o olhar do anjo se encolheu e adentrou o galpão receosa. – Olá.
  Ainda lembrava-se do ultimo encontro com anjos desconhecidos e não fora nada amistoso. Foi quando ela abandonou as irmãs para ir viver sozinha.
  - Eu me chamo . – se apresentou hesitante, diante do silêncio do ser celestial. Respirou fundo, ele aparentemente se dava bem com Castiel, não deveria ser uma ameaça.
  - Castiel? – murmurou Inias como se pudesse matar a garota só a olhando.
  - Já está na hora de ir não acha? – propôs o anjo. A ruiva viu, paralisada, quando Inias partiu para cima dela com uma espada em punhos.
  - Você não quer me matar realmente não é? - a voz da garota assustou todos no galpão que assistiam paralisados a cena. – Tipo, eu sou uma garota linda, nova, tenho a vida inteira pela frente, nunca fiz mal a ninguém... A não ser a alguns demônios. – refletiu ela. – E o tom vermelho do meu cabelo é totalmente natural, sabia que não é fácil encontrar alguém com essa cor de vermelho? Aposto que é pecado destruir alguém com essa cor de cabelo. – tagarelou ela, fazendo o anjo a olhar confuso. - Além do mais, um anjo tão legal e bonito como você não deveria sujar suas mãos com alguém como eu, não é verdade? Que tal você voltar para sua nuvensinha lá no céu e me deixar aqui, quietinha? Prometo que vou ser uma boa garota e nunca mais vou roubar o pirulito ou doces de ninguém. Vou me comportar. – sugeriu ela sorrindo nervosamente. Inias a olhava como se visse um ET.
  - Você não deveria existir. – murmurou ele, fazendo ela revirar os olhos.
  - Eu sei, você não é o primeiro a me dizer isso. Sinceramente essa frase já está velha. – resmungou ela, porém viu a raiva do anjo voltar a brilhar em seus olhos. – Ops, foi mal, eu amo essa frase, sinceramente poderia escutar mais um milhão de vezes e...
  - Você. Não. Deveria. Existir. – o anjo voltou a dizer, tornando cada palavra uma sentença. Ele ergueu a espada. fechou os olhos esperando a morte.
  - Anjos para fora! – gritou Dean colocando a mão dentro do sigilo feito de sangue. Uma forte luz preencheu o recinto por alguns segundos antes que tudo se apagasse.
  - Essa passou perto. – sussurrou a ruiva, sentando-se e colocando a cabeça entre os joelhos, o profeta se aproximou inseguro.
  - Você está bem? – perguntou ele refletindo o que todos se perguntavam.
  - Estou viva, viva. - ela ofegava para si mesma. Antes de olhar para o garoto. – Estou ótima. Obrigada, Dean, você é um anj... Esquece!

***

  Sam interveio e resolveram ir para casa de Bobby que era próximo ali e protegido contra anjos e demônios.
  Os irmãos seguiram no Impala a frente, e foram no Landau e Meg, e Kevin – que tinha grudado na ruiva. – seguiram no Chevy.
  A estrada era silenciosa àquela hora da madrugada e nos carros ninguém tinha muito a dizer.
  - Odeio silêncio. – resmungou e ligou o radio.

***

   entrou a casa e olhou em volta, não parecia que Bobby havia morrido, apenas saído. As suas coisas estavam nos lugares de costume e a casa ainda tinha o mesmo ar de sempre, ela poderia se sentar e esperar pelo amigo, mas ela sabia que ele não ia voltar. Respirou fundo.
  - Leviatãs? – sussurrou para irmã que tinha lhe contado a historia no caminho.
  - Sim, enormes e bocudos. – respondeu a outra com um suspiro.
  - Vem, Kevin, eu já disse que ninguém vai te machucar, não vamos te torturar nem nada do tipo. Traduza a tábua e então você pode decidir o que quer fazer da sua vida, se decidir voltar para casa, vou te levar e verificar se o caminho está limpo. – dizia a ruiva enquanto empurrando o garoto para dentro da casa.
  - E o carro ficou lá...
  - Sim, porque era uma enorme placa em cima das nossas cabeças apontando onde você está e depois se resolver voltar para sua casa nós diremos que você sofreu um acidente ou sei lá. Não tem motivo para ter medo. – falava a garota parando no meio da sala sob os olhares das irmãs. – Acho que tem um quarto lá em cima, vá descansar, durma um pouco e quando acordar não parecerá tão ruim assim. – aconselhou ela.
  Após o profeta estar devidamente acomodando no andar superior todos se reuniram.
  - Então, temos que resolver o que faremos com o profeta. – Dean tomou a palavra.
  - Vamos cumprir o acordo, ele traduz a tabua e depois vai com os anjos. – murmurou , olhou para a irmã desacreditada.
  - Ele traduz a tabua e resolve o que quer em seguida. Nada de anjos. – a ruiva opinou. A morena estava calada em um canto divagando sobre o moreno musculoso encostado a porta.
  - , compreendo que os anjos não sejam suas criaturas preferidas, mas não podemos esquecer que tem mais do que eles lá fora, tem demônios e leviatãs, qualquer desses que colocar as mãos em Kevin não serão bonzinhos. Por outro lado os anjos querem ajudar. – Sam intercedeu.
  - Os anjos nunca querem ajudar, eles estão fazendo isso porque interessa unicamente a eles. Mas vou ter que concordar com você que será bem pior ser pego por Crowley ou Dick. Vamos conversar com Kevin e ver o que ele quer. – sugeriu.
  - Ninguém pediu minha opinião, mas vou falar do mesmo jeito. – Meg disse. – Kevin é um profeta e estamos numa confusão ainda maior agora com ele aqui, porém se deixarmos ele com qualquer um dos sugeridos eles podem ferrar as nossas vidas, sendo assim o garoto fica conosco até que resolvamos tudo.
  Os cinco a encararam como se a demônio fosse louca.
  - Isso está... Fora de cogitação, não podemos deixar o menino em cárcere privado, nem pensar. – Reclamou a ruiva se levantando.
  - está certa, se Kevin ficar tem que ser escolha dele. – murmurou atraindo a atenção de Sam, que ao perceber que seu olhar era correspondido desviou-se para .
  - Nada disso, confirmamos com o Inias que iríamos entregar o garoto, ficar com ele é colocar uma placa neon e pedir que nos matem, sabem que nada daria mais prazer a eles. – disse se levantando. Dean admirava a força da loira…
  - está certa, já temos uma guerra e, no momento, não é com os emplumados. – Dean disse.
  A sala caiu em silêncio, aparentemente não concordavam em nada. parou de pensar em Kevin para se perguntar onde estaria Castiel já que desde que Dean os expulsara do galpão ele ainda não aparecera.
   ainda olhava para Sam, que tentava em vão não olhá-la também, ninguém os tinha apresentado formalmente e aparentemente não houvera ocasião para ela mesma fazer isso, inconformada ela apenas suspirou e encostou-se ao sofá e fechou os olhos.
  Meg irritou-se com todo o silêncio.
  - , vamos treinar. – ordenou.
  - Qual é, estou exausta. – reclamou a garota sob o olhar atento dos presentes.
  - Sim, mas graças ao que eu estou te ensinando você poderia ter evitado Crowley hoje, e não fez.
  - São duas da manhã e tudo ocorreu ontem tecnicamente. – reclamou a ruiva.
  - Quer aprender ou não? – a demônio foi firme, fazendo a garota rolar os olhos.
  - Sempre me esqueço de que você é um demônio e gosta do sofrimento dos outros. – resmungou ela se levantando.

***

  Kevin estava deitado no quarto que lhe indicaram, mas não conseguia dormir. Pegou a mochila mais uma vez e conferiu se A Palavra de Deus ainda estava ali, estava. Agora, longe do poder de ele conseguia sentir livremente toda aquela confusão, todo o desespero. Queria gritar, ou bater em alguma coisa, alguém.
  Por que ele? Por que um profeta? Tudo que queria era ir para Princeton, ficar com sua namorada Channing. Então por que ele estava numa casa cheia de loucos que poderiam até matá-lo?
  Seus pensamentos se voltaram para a ruiva, , ela não parecia querer machucá-lo, alias de todos era a única que parecia se importar realmente com ele, se pergunto o porquê. Outra coisa que rondava sua mente era o motivo pelo qual aquele anjo Inias parecia querer matá-la. Será que ela havia se machucado?
  Estava pensando nisto quando viu que o sol começava a nascer. A porta do seu quarto foi aberta. Ele olhou pronto para gritar, mas viu apenas a ruiva com uma bandeja.
  - Chá? – ela ofereceu sorrindo. – Não conseguiu dormir?
  - Nem um pouco. – respondeu ele sentando na cama e a garota colocou a bandeja entre os dois.
  - Já imaginava. - sussurrou ela. – Não tenho mais nada reconfortante para dizer Kevin, você foi o escolhido e é uma droga. Não vou mentir. Também não adianta reclamar porque ninguém está interessado, pelo menos não o seu anjo da guarda. – completou irônica.
  - Por que você a única que não quer me matar? - a pergunta escapou antes que o jovem percebesse.
  A ruiva suspirou e se jogou na cama, ficando deitada de costas.
  - Ninguém quer te machucar, Kevin. É a nossa profissão, correr riscos, matar coisas, não reclamamos, mas não desejamos isso a ninguém, muito menos a um garoto. Você é muito novo as responsabilidades e riscos são grandes. Não sabemos como lidar. – confessou ela.
  Kevin estava surpreso com a sinceridade da moça.
  - Eu sei que você está cheio de perguntas, então pode começar a comer. Vou responder as suas perguntas.
  - Tudo isso existe mesmo?
  - Coelhinho da páscoa não. – respondeu a ruiva com um sorriso, o garoto abriu um sorriso amarelo.
  - Coelhinho da páscoa não, que bom. Os anjos eles têm... Asas?
  - Tem, mas você não pode vê-las a menos que ele queira te mostrar. Aquelas pessoas que você viu ontem, bom, eram receptáculos, os corpos que eles ocupam não a verdadeira forma deles. Anjos precisam “possuir” um corpo para falar com humanos. – explicou ela. O garoto mastigava as bolachas que ela havia levado lentamente enquanto absorvia toda a informação que era passada.
  - Por que eles não gostam de você? – perguntou cautelosamente. A garota hesitou.
  - Estranho acreditar que alguém não gosta de mim não é? Pois é, eles não gostam. Também não sei o porquê. Acho que tenho pecados demais para que eles simpatizem comigo.
  Kevin olhou para ela, pensou por um tempo e resolveu dizer.
  - Castiel parece simpatizar com você.
   escutou surpresa, mas sorriu.
  - Sim, ele pode simpatizar, mas é um anjo em fase de recuperação, quando voltar ao normal vai querer minha cabeça em uma bandeja de prata. Não tem mais perguntas?
  - Tenho. O que são leviatãs? – perguntou ele olhando da garota para a tabua.
  - Você leu isso ali? – perguntou ela hesitante.
  - Sim; falava sobre leviatãs... Deus havia enviado eles para longe...
  - Pois é, ele tinha mesmo, só que ai um anjo os libertou, por acidente, e eles estão aqui na Terra, eu e os meus amigos queremos uma forma de mandar eles de volta para longe. Tem alguma forma?
  - Não sei, não consigo ler por muito tempo, dói. – respondeu ele.
  As perguntas de Kevin era sobre a aparência como era cada um, como agiam, como matavam. Queria saber como era ser um caçador, como eles se sustentavam e a ruiva teve que dizer sobre os cartões de crédito falso. Depois ele quis saber como seria a vida dele e se poderia voltar para casa, então a garota falou das possibilidades os prós e contras de cada um e deixou claro que o apoiaria em qualquer decisão. Eles não sabiam, mas estava nascendo uma bela e longa amizade ali.

Capítulo 18

  Dean subira há algum tempo para o seu tempo dizendo que precisava das suas quatro horas diárias de sono e logo foi seguido pela loira. Meg havia saído alguns minutos antes, sem dar satisfação a ninguém.
  Sam seguiu para a pequena cozinha da casa, não havia muita coisa, resolveu, então, fazer um café.
   que ainda estava na sala deixou que os olhos acompanhassem os movimentos do Winchester na cozinha. O caçador sentiu-se observado e se virou encontrando o olhar da garota que ficou rubra ao ser pega o olhando.
  - Você quer? – ofereceu, ele, erguendo a xícara. A morena pensou por alguns instantes e então deu de ombros se aproximando do rapaz.
  - Já que ninguém nos apresentou, eu sou , mas pode me chamar de … - disse estendendo a mão.
  - Sam Winchester. – apresentou-se, ele.
  - Estou sabendo. Bom, já que você ofereceu, eu quero. – respondeu ela observando o cômodo. O Winchester sorriu e pegou mais uma xícara para a garota.
  - Como você está?
  A morena respirou fundo, e tomou a xícara da mão dele. Não conhecia o rapaz, mas, de certa forma, sabia que podia confiar nele.
  - Sobre ter sido presa por demônios? Por ser filha de um? Ou pelo que fiz para a minha irmã ruiva e maluca?
  - Sobre tudo isso, eu acho. – murmurou ele, sentando-se de frente a ela.
  - Uma droga, infelizmente lamentar não vai resolver. – respondeu direta e bebericou o café. – Isso está uma delicia, obrigada.
  - Não por isso. Quer conversar, quer dizer, sobre isso de ser filha de um demônio ou sobre a sua irmã? – sugeriu Sam, não entendia o porquê de querer manter o dialogo com a garota, só sabia que ela continuasse ali, com ele.

***

  Kevin encarava a tabua inconformado, suspirou. Ele entendia tudo que a ruiva tinha lhe dito, sabia que poderia ajudar ao traduzir a palavra de Deus, mas ainda não conseguia aceitar o caminho que sua vida havia tomado.
  - Vai ficar tudo bem. – disse ao lado do garoto. – Se quiser, pode ir tomar um banho e eu arrumo algumas roupas para você. Vamos dar um jeito nisso, Kevin, eu prometo.
  O profeta olhou nos olhos da garota, acreditava nela. Só ela conseguia acalma-lo daquele jeito, sabia como dizer as palavras exatas para acalmá-lo. Não sabia que parte era o dom da garota lutando sutilmente contra a confusão dos seus sentimentos.
   suspirou. Estava há algumas horas a acalmar o garoto, e estava verdadeiramente exausta pelo uso continuo de seu dom. Não tinha contado a ninguém o que estava fazendo, não parecia certo nem para ela mesma manipular os sentimentos de alguém. Entretanto parecia ainda mais errado deixar o garoto sofrendo quando poderia ajudá-lo.
  - A palavra de Deus ainda estará aqui quando voltar. Agora se levante que vou pegar uma toalha e algo para você vestir. – sussurrou ela com um sorriso fraco, tentando convencer a si mesma de que estava fazendo o certo.

***

  Dean e Cas se encaravam sem saber o que dizer. O Winchester sabia que era um momento difícil.
  - Você se lembra do que aconteceu antes? – perguntou hesitante. O anjo piscou por alguns instantes antes de assimilar o que o caçador queria dizer com aquilo.
  - Eu me lembro de tudo, Dean.
  - Então você sabe que temos que mandar aquelas coisas de volta para a casa, certo? - confirmou o loiro.
  - Desculpe Dean, eu não luto mais. Eu observo as pessoas e os animais. – respondeu Castiel.
  - Você liberou aquelas coisas, Castiel, têm que nos ajudar a colocar as cois...
  - Sinto muito. – o anjo murmurou interrompendo o caçador.
  - Mas que droga! – gritou o Winchester, chamando a atenção da ruiva.
  - Toc toc? – sugeriu ela ao chegar na porta entreaberta.
  - O que foi agora ? – perguntou irritado. A ruiva revirou os olhos com o tom de voz dele.
  - Sinto muito por interrompê-los senhores, mas preciso de algumas roupas suas para emprestar ao Kevin, acho que um banho pode ajudá-lo a cooperar. – explicou. Castiel a encarava não queria admitir a si mesmo que, de alguma forma, a preocupação da garota com o profeta a incomodava. O Winchester mais velho soltou o ar que segurava.
  - Claro, , obrigado por estar cuidando do garoto no meio de tanta confusão... – murmurou olhando para o anjo que por sua vez olhava para a garota. – Como está o profeta?
  - Perturbado. – ela praticamente soletrou. – Mas não se incomode, estou no controle da situação. Pode me emprestar as roupas ou não?
  O Winchester indicou a mala com a mão, fazendo a garota revirar os olhos.

***

  Kevin traduzia a palavra de Deus que continha as informações sobre os leviatãs. estava em seu quarto, seus fones gritavam ao máximo, ela queria imaginar uma forma de falar com a ruiva que a evitava o dia inteiro. Meg não voltara. Castiel estava no ferro velho admirando o céu encostado a uma carcaça. fora tomar banho, completamente exausta pelo uso do dom. Sam estava na sala pesquisando qualquer coisa que pudesse ajudá-los.
   saiu do quarto, finalmente descansada, usava uma camiseta do Batman e um short xadrez. Por alguns instantes a garota parou no corredor até encontrar a porta certa. Hesitante, a loira seguiu até o quarto do rapaz. A porta estava entreaberta e o caçador estava deitado fitando o teto.
  - Más noticias? – perguntou ela suavemente.
  - ? Entre, como você está? – o caçador sentou-se e fez sinal para ela sentar-se a seu lado. A loira deu um sorriso tímido.
  - Vim te agradecer, sabe, apesar de você ser bem chatinho às vezes, me ajudou muito. Com a procura por , por manter segura, mesmo com a proteção de um demônio.
  - Não por isso. – o homem respondeu modesto. Os dois se olharam por algum tempo, nenhum tinha algo para dizer, porém ambos não queriam se mexer.
  - Então... Como está sendo com Castiel? – a loira quebrou o silencio que se instalara. O caçador suspirou e encostou-se contra a cabeceira da cama.
  - Ele não quer mais lutar. Tem como ser em hora mais inconveniente?
  - Vamos dar um jeito nisto, não se preocupe. Nós definitivamente vamos matar o infeliz do Dick e mandar todos eles de volta para casa, eles nos devem isto. Por Bobby. – disse segura, lembrava-se da face do amigo de como ele fora importante para si e para as irmãs, de como era difícil aceitar que Bobby morrera.
  Dean reconheceu a dor nos olhos da garota, sabia que ele tinha sido importante para ela e para , talvez até mesmo para a outra garota, . Estranhou o fato do caçador nunca ter dito nada a ele ou ao seu irmão.
  - Onde conheceu Bobby? – perguntou o caçador tomado pela curiosidade. hesitou, mas não tinha segredo algum ali, era apenas triste, o amigo não estava mais ali. O Winchester notou a tristeza da garota e inconscientemente a mão dele encontrou a da garota que olhou surpresa o gesto. Inicialmente Dean ficou surpreso consigo mesmo, envergonhado, porém segundo depois apertou levemente as mãos entrelaçadas, queria mostrar a ela que estava ali.
  - Eu e as garotas estávamos caçando... Éramos... Novas no ramo... – começou explicar.
  As três irmãs olhavam ao redor assustadas, tinha tido uma visão com o lugar e ao entrar jurou que tinha uma energia estranha ali.
  Através das pesquisas feitas descobriram que era um espírito vingativo, que tinha matado a filha do casal que se mudara para lá alguns meses atrás; agora, assustados os dois tinham se mudado para um pequeno apartamento. Ficaram sabendo que a visão da irmã se confirmara por meio de um jornal e então estavam ali. Não podiam bisbilhotar na policia, pois a pouca idade chamaria a atenção. até poderia ir, mas tinha acabado de completar dezoito anos e não estava pronta para isso ainda. e tinham 16 e 14 anos respectivamente o que impossibilitava qualquer uma das duas de ir até eles. Tudo que tinham era um jornal, duas facas de prata, uma arma e sal.
  - Estou com medo... – sussurrou a morena segurando o braço de que fez careta.
    - Relaxem, não é a primeira fez que caçamos. – murmurou a loira um pouco a frente das irmãs pronta para protegê-las.
  A casa era antiga e enorme, por onde as garotas passavam as madeiras rangiam sob seus pés, o barulho ecoado e ampliado pelo silêncio da mansão.
  - Acho que escutei um barulho. – murmurou a morena olhando para trás. parou escutando.
  - Tem algo diferente na casa, tem alguém aqui. – sussurrou , segurou a arma com mais firmeza. A porta principal tremeu e a maçaneta moveu-se para baixo, a porta foi aberta e um homem barbudo e com boné foi revelado, ele apontava uma arma o que fez todas gritarem em terror.

  - Depois daquilo Bobby nos deixou ajudar a despachar o espírito e nos adotou por algum tempo, ele era um bom homem. Deu-nos casa, e quis nos persuadir a levar uma vida normal, mas quando ouviu nossas histórias entendeu que não era uma brincadeira para nós, nos ensinou a caçar, nos deu armas. Quando decidimos ir embora, nos deu um carro e identidades falsas. Nunca julgou e , ele foi a única família que tivemos desde que começamos a caçar. Devo tudo a ele, nunca lhe disse, nunca vou poder disser. – a voz da garota falhou. não pôde impedir algumas lágrimas de caírem.
  O Winchester aproximou-se da garota e secou suas lágrimas suavemente, a dor de despertava dor nele também. Vê-la sofrer o fazia sofrer. Podiam não se conhecer a muito tempo, mas ela se tornara a parte mais importante da sua vida.
   A garota olhou para o caçador, as mãos do rapaz, ásperas de tantas batalhas, ainda em seu rosto deslizavam suavemente contra sua face. fechou os olhos desfrutando do toque quente contra sua pele delicada. Dean a observava, os olhos fechados, a boca entreaberta, não queria admitir as emoções que a garota despertava em si. A loira parecia ainda mais linda e irresistível.
  O ar ficou pesado de repente, sensações indescritíveis se apossavam de ambos os corpos.   Com um suspiro, ela abriu os olhos e foi rendida por duas orbes verdes e desejosas. O olhar de Dean dizia mais do que as palavras seriam capazes de expressar. Podia jurar que podia ouvir seu coração palpitando, ele parecia ser capaz de traduzir tudo o que o olhar do caçador dizia.
  Por fim acabaram com a distância que os separava, selando os lábios. Choque, frio, calor... Desejo, as mãos se perderam em toques e sensações, tateando, sentindo e descobrindo.   Dean guiou seu corpo em direção a cama, os lábios não se afastaram quando os corpos atingiram o colchão abaixo de si. Com avidez o caçador tateou a barra da blusa de , que sem perceber erguera os braços e logo a peça já não habitava seu corpo, o loiro desprendeu-se dos lábios dela apenas para apreciar a visão daquele corpo perfeito, que intimamente desejar tanto tocar. Tomada por um rompante de coragem, prendeu suas pernas ao redor da cintura do caçador.

***

  A ruiva terminou seu banho mais de uma hora, o clima estava ameno permitindo a esta roupas mias leves. Vestiu-se rapidamente ao perceber que já era quase oito da noite e que, como sempre, havia perdido a noção do tempo no banho.
  Seguiu até o quarto onde o profeta ficara e o encontrou olhando para o caderno.
  - Algum problema? – perguntou ela, e se surpreendeu ao notar que o garoto estava se conformando com aquela situação.
  - Nenhum. Estou terminando, não é ótimo? – o garoto estava empolgado com a possibilidade de voltar para casa. O coração da ruiva perdeu uma batida, antes de voltar ao seu batimento normal. Ela tinha medo do que estava por vir, os anjos não esperariam mais. Os caçadores haviam ganhado dois dias, o prazo estava se acabando e o fato dela estar ali só complicava as perspectivas de alguma negociação com os emplumados.
  - E... Você decidiu o que vai fazer? - tentou ser suave, mas sua voz traiu seu estado de espírito.
  - Vou para a casa. – respondeu ele decidido.
  - Você entende que ao fazer isso você está colocando sua mãe e a sua namorada em risco, e que isso pode ter consequências, certo? – verificou assustada com a decisão, o garoto suspirou e fez sinal para que ela se sentasse ao seu lado.
  - Eu percebi que não vale a pena seguir com uma vida onde não posso estar no lado das pessoas que amo, e pode ser difícil, mas tenho que tentar, porque... Como vou saber se elas estão realmente protegidas, se não estiver lá? Eu vou ir e protegê-las. – esclareceu, achou fofa a decisão do profeta, mas sentia-se na obrigação de mostrar que aquele não era um bom plano.
  - Kevin, sei que tem boas intenções, não me leve a mal, mas como pretende protegê-las? Você não é um caçador, é um profeta e ainda é novo nesta confusão toda... – sussurrou hesitante.
  - Bem... Pensei que... Quando disse que me apoiaria, talvez pudesse ir comigo e me ensinar a como protegê-las... desculpe. – explicou ele parecendo envergonhado.
  - Kevin, eu iria com você, claro que iria, te protegeria e a sua mãe e namorada, mas não posso te proteger para sempre. Assim como você não pode protegê-las em tempo integral. Nesta vida de sobrenatural, uma hora as coisas escapam do controle. – a ruiva alertou.
  - Disse que me apoiaria, pensei que fosse minha amiga. - acusou aos berros, desta vez ela não tentou impedir os sentimentos do garoto, deixou que sentisse, não era justo mudá-los porque ele estava bravo com ela, tinha direito de estar.
  - Eu sou sua amiga. – sussurrou. O profeta estava com raiva, tudo que queria era terminar aquela maldita tradução e se juntar a sua família, conseguir uma vaga na faculdade e esquecer que tudo acontecera. Já não bastava ser um profeta, tinha também que perder todos que amava?
  - Está mentindo. Tudo que você quer é esta droga de tradução, não se importa com nada assim como os outros. Quer me entregar para os anjos. – gritou jogando o caderno longe.
  A garota ficou magoada com as acusações do garoto, não pôde evitar que os sentimentos dele rompesse a barreira emocional que estabelecera entre ela e os sentimentos dos demais. sentiu a raiva do profeta, e esta a feriu, como se estivesse sendo fisicamente ferida, doía. Porque realmente gostara de Kevin, quis o proteger.
  - Você esta com raiva, eu entendo. – sussurrou deixando uma lágrima cair. – É difícil aceitar, tudo, é normal...
  - Eu não quero que me entenda! – interrompeu, transtornado. – Quero que toda esta droga de profeta, sobrenatural, anjos e tudo se exploda, desapareça. Quero minha vida de volta.
  Ela tentou afastas os sentimentos dele, pensar claramente, mas os gritos dele, as acusações dele falaram mais forte.
  - Volto mais tarde. Se ainda quiser ir para a casa eu te levo. Prometi-te isto, e cumpro minhas promessas. – sentenciou, gritando de volta. Bateu a porta ao sair.

***

   e Sam que escutaram a gritaria seguiram para o quarto do profeta e chegaram a tempo de ver a garota saindo do quarto com lágrimas nos olhos.
  - O que aconteceu? – perguntou Sam segurando a ruiva pelo braço ela usou o braço livre para secar as lágrimas, rapidamente, mas os olhos denunciavam o choro.
  - O que ele fez? – perguntou preocupada.
  - Nada, ele não fez nada, quer dizer, apenas o que qualquer pessoa normal faria: surtou. – explicou ela se desvencilhando do aperto do Winchester mais novo e descendo as escadas.
  - Ela vai ficar bem? – perguntou Sam confuso e a morena deu de ombros.
  - Ninguém está bem nesta casa, Sam. – resmungou , dando meia volta e indo para o quarto.
  - Talvez nós devêssemos falar com ele... – propôs.

***

   seguia apressada para fora da casa até que enxergou a figura do anjo encostado a um dos carros do ferro-velho. Sorriu e caminhou até lá, o anjo a olhou por alguns segundos antes de voltar a olhar para o céu. A garota acompanhou o olhar dele.
  - Está linda a noite. – disse ela se sentado sob o capô de um carro e em seguida deitando-se nele. O anjo a olhou de esguelha e continuou em silêncio. O barulho dos grilos que habitavam oi tudo que foi escutado por algum tempo. Os dois perdidos em pensamentos.
  - Brigou com o seu namorado? – Castiel por fim se pronunciou, a garota o encarou surpresa.
  - O quê? Quem?
  - O rapaz lá de dentro, brigou com ele? – o ciúme pingava em cada palavra do anjo, embora a não tenha percebido.
  - Ele não é meu namorado. E não, nós não brigamos, ele apenas está nervoso. – engasgou-se.
  O anjo a olhou, apesar de agora ter se recomposto os olhos dela denunciavam o choro. Ele queria fazê-la se sentir melhor, mas estava incomodado com o comportamento dela em relação ao profeta.
  O silêncio voltou a se instalar. Os dois voltam os olhares para o céu, o vento soprava levemente fazendo os pelos do braço da garota se arrepiar, o cabelo molhado a fez espirrar algumas vezes. Castiel tirou o sobretudo e estendeu a ela sem nenhuma palavra. Agradecida, pegou a peça e a vestiu.
  - Obrigada. – sussurrou ela. – Eu sei o que está fazendo.
  Ele a olhou sem entender. A ruiva suspirou colocando as mãos embaixo da cabeça e flexionando as pernas.
  - Está negando ajudar o Dean. Disse que não luta mais... Sei o que está tentando fazer e não vai dar certo. – esclareceu ela.
  - O que acha que eu estou fazendo?
  - Está tentando afastar as pessoas de você, porque se sente culpado. Tem medo de machucar as pessoas que ama... De novo. Não quer dar esperanças a eles, pois não sabe se irá corresponderá as expectativas que criarão. Você pode até enganar os outros com esse papo de “Não luto mais”, mas a mim não consegue enganar.
  O anjo a olhou por algum tempo, porém permaneceu em silêncio, a garota sentou-se e segurou sua mão, não esperava que dissesse alguma coisa.
  - Entendo que é sua forma de seguir em frente, de se proteger, mas se continuar a se afastar deles novamente, uma hora vão deixar você ir.

***

  Após a saída da garota do quarto o rapaz jogou-se contra a cama. Sabia que tinha magoado a garota, mas ela prometera, afinal. Não podia suportar mais nenhum segundo ali. Pegou o caderno do chão e rapidamente terminou de escrever as poucas linhas de faltava.
  Então seguiu para fora do quarto encontrando Sam e prestes a bater na porta.
  - O que fez com ela? – perguntou a morena.
  - O que aconteceu aqui? – Sam perguntou ao mesmo tempo, segurando o profeta que lhe esticou o caderno.
  - Terminei a tradução, agora estou indo embora. – informou ele.
  Os caçadores se entreolharam sem saber o que fazer. Hesitante a morena resolveu tentar explicar a situação.
  - Kevin, agora você sabe que tem um monte de coisas lá fora e...
  - já falou tudo isso. Vou voltar para casa! – exclamou ele irritado interrompendo a garota.
  Sam percebeu o que quis dizer com “surtou”, tinha que tentar manter a calma.
  - Tudo bem, se ir para casa é o que você quer, espere um pouco, vá arrumar suas coisas. – pediu o caçador, guiando a garota até outra porta ao fim do corredor. Bateu na porta, enquanto o olhava sem acreditar naquilo.
  - Enlouqueceu? Eu sei que ele merece escolher o que vai fazer, mas deixá-lo ir sem nem ao menos argumentar? Ele está correndo risco lá fora, lembra? – perguntava a morena gesticulando. O Winchester suspirou.
  - Sei de tudo isso e é por isso que estamos aqui. Temos que discutir o que vamos fazer, vá chamar sua irmã. – ordenou ele. revirou os olhos com o tom mandão do rapaz e seguiu para o quarto que ela e dividiram, mas o encontrou vazio. Sam bateu mais uma vez. A morena seguiu até a sala.
  O Winchester escutava estranhos barulhos vindos de dentro do quarto. Ofegante a garota voltou até o rapaz.
  - Ela não está em lugar algum.
  Outro ruído foi escutado vindo de dentro do quarto, quase um gemido. Os dois se entreolharam…
  - Você não está pensando que... – sugeriu ela com uma sobrancelha erguida, os dois suspiraram. Até que um sorriso maldoso brotou nos lábios da garota. - Hey, Dean, eu e o Sammy estamos aqui fora. – gritou batendo na porta com força.
  Lá dentro e o Winchester se separaram assustados.
  - O que a gente faz? – perguntou num sussurro.
  - Dean, minha irmã sumiu você sabe onde ela está? – a morena voltou a gritar, e depois piscou para o Winchester mais novo.
  Lá dentro os dois procuravam pelas peças de roupas espalhadas pelos quarto.
  Minutos depois a porta foi aberta.

Capítulo 19

   respirou fundo, estava encostada à porta do banheiro do quarto do caçador. Escutou dois pares de pés adentram o lugar.
  - Então, o que foi de tão urgente? – perguntou Dean passando as mãos pelos cabelos bagunçados. Ele estava de bermuda e a camisa estava aberta.
   observava um dos brincos da irmã, caídos perto do banheiro. A loira, na pressa por se vestir e se esconder acabara deixando cair o brinco.
  - Isso é da minha irmã! – acusou ela com um sorriso maroto no rosto. O Winchester engoliu em seco.
  - Ela deve ter deixado cair quando esteve aqui. – mentiu ele, nada seguro.
  - Perto do seu banheiro? – a morena insistiu e Sam quis rir da situação.
  - Não tenho culpa se sua irmã é intrometida, depois eu entrego a ela. – respondeu o mais velho irritado com a insistência da garota.
   revirou os olhos escutando o loiro, se perguntou por que sua irmã tinha que ser tão insistente.
  - Então o que queria, Sammy? – “alem de me interromper” ele completou mentalmente.
  - Kevin quer ir embora, agora. – respondeu o mais novo sentando na cama.
  - Queríamos conversar com todos juntos, você sabe onde está ? – perguntou , porém seu tom insinuava que não era uma dúvida.
  - Não, eu não faço a mínima de onde está sua irmã maluca. Que tal irmos lá para baixo chamar e Castiel? – propôs Dean ao ver que a garota se sentava junto a seu irmão na cama.
  Sam e trocaram um olhar cúmplice antes de se levantarem e seguirem para fora do quarto como o indicado pelo Winchester mais velho. Dean fechou a porta ruidosamente.
  A loira respirou aliviada, esperou alguns minutos para ter certeza que ninguém voltaria e então seguiu na ponta do pé pelo corredor até o quarto que dividia com , para seu alivio o encontrou vazio, trocou de roupa rapidamente e colocou outros brincos. Enquanto fazia isso ela pensava em como aparecer sem levantar suspeitas. Com um plano muito louco, caminhou até a janela, não seria seguro pular, já que estava no segundo andar, porém uma árvore havia crescido o suficiente para que um dos galhos estivesse quase a altura da janela. Era um plano louco e perigoso. Era um péssimo plano.
   sentou-se na beira da janela e passou os pés para fora, olhou para o céu em busca de alguma ajuda divina. Por fim, convenceu-se que era a única forma de tentar disfarçar o que quase ocorrera, ao pensar nisto abriu um sorriso. Dean não era assim tão chato quanto ela pensara a inicio, distraída com esses pensamentos ela se desequilibrou e segurou fortemente contra as bases da janela. Passou os braços ao redor do galho e então cuidadosamente se arrastou até ficar com o corpo inteiro sobre ele.

***

  A ruiva e o anjo permaneceram em silêncio encarando o céu, que aos poucos ia ficando nublado, as nuvens azuladas denunciavam que em breve iria chover.
  - Você se sente culpada com o que aconteceu com . – disse o anjo de repente.
  - Não quero falar sobre isso. – resmungou a garota, sem o olhar.
  - Eu te escutei, acho que posso falar algumas coisas agora.
  A ruiva revirou os olhos e os fechou, tinha sido um dia horrível, não tinha nenhuma vontade de falar sobre a irmã mais nova.
   - Falei o que vai acontecer se continuar fazendo isso, aliás, se estivesse no seu lugar levantaria meu traseiro e iria falar ao Dean que ajudo, mas você é quem sabe. – explicou. – E não tenho nada a disser sobre .
  - Mas eu tenho. – o anjo impôs a surpreendendo. – Sei o que fez por ela e até por , que foi embora para manter os anjos longe delas e que quase se matou diversas vezes...
  - Foram acidentes, Cas. – resmungou ela levantando-se do capô pronta para ir para casa.
  - Fez tudo que pôde para protegê-las, não é sua culpa se é filha de Crowley. – falou o anjo segurando a garota pelo pulso. o encarou.
  - Eu sei que não é, mas eu poderia ter avisado as minhas suspeitas. – ela falou entre dentes.
  - Você passou por coisas que alguém da sua idade não deveria passar e você sempre as supera. Sua mãe teria orgulho de você. – sussurrou ele com carinho, a menção da mãe da garota a deixou desconfortável.
  - Sei me proteger. – resmungou ela e se soltou ao mesmo tempo em que Dean os alcançava.   - Aí estão vocês, pombinhos, precisamos discutir sobre Kevin.
  À menção do profeta o anjo fechou a cara e a garota ficou preocupada, será que ele já tinha tomado a sua decisão?

***

  A loira finalmente pulou da arvore, caindo com um baque mudo. Correu até seu bebê, o Landau, e ficou lá dentro. Viu Dean, Castiel e entrarem na casa. Sam saiu com ao seu lado, ela parecia preocupada.
  - Sam, não tem mais graça. Já a procuramos em todos os lugares eu não sei mais o que fazer. – reclamou .O Winchester a parou e ficou à sua frente.
  - Calma, vamos encontrá-la. Onde você a procurou?
   coçou os olhos por algum tempo forçando eles a ficarem um pouco avermelhados e amassados, bocejou algumas vezes bagunçou os cabelos levemente e saiu do carro, caminhando preguiçosamente até onde a irmã estava.
  - , onde você está? – perguntou assim que a irmã entrou no campo de visão. A loira bocejou preguiçosamente.
  - Fui para meu bebê e acabei pegando no sono. – mentiu. – Perdi alguma coisa?
  A morena olhou para Sam, desconfiada. Será que tinham imaginado que e Dean estavam juntos? Entretanto ela realmente não tinha ido ver nos carros e, portanto teria que aceitar o que a irmã tinha dito.
  - Kevin quer ir embora. Estamos todos para fazer um plano. – respondeu a morena enquanto eles seguiam para dentro da casa.
  Na sala estavam sentada em uma poltrona sozinha, Dean estava no sofá com uma cerveja nas mãos, já Castiel estava posicionado atrás da poltrona onde se encontrava. olhou para baixo evitando o olhar do Winchester mais velho. Sam e sentaram-se no sofá ao lado de Dean.
  - Então o Kevin quer ir embora, o que faremos? - perguntou o Winchester.
  - Demos escolha a ele, se quer ir: ok. Vou levá-lo. – respondeu prontamente, encarando os presentes diretamente.
  - Temos que pensar em algo. Ele vai se arrepender depois. Nós sabemos como é isso. – interferiu. Ela tinha razão, sabiam que uma decisão precipitada podia custar a vida dos que mais amavam. ainda se lembrava; também.
  O silêncio perdurou um tempo que pareceu ser a eternidade.
  - Vou falar com ele, convencê-lo a ficar. – sussurrou , quebrando o silêncio.
  - Acho melhor não... – começou se lembrando da forma que a irmã sairá do quarto, as duas trocaram olhares por alguns minutos.
  - Você tem alguma ideia melhor? Porque eu não acho que ele vá escutar algum de vocês...
  - Ok, sabemos que tem que ser a , mas não fique decepcionada se ele não te escutar. Vamos montar um plano ok? – Dean se pronunciou segurando a mão da garota. ficou incomodada.
  - Eu sei, Dean. Obrigada.
  A ruiva subiu os degraus rapidamente, sob o olhar atento de todos.
  - Temos que formular um plano. Rápido. – se pronunciou Sam.
  - Se ele não concordar em ficar, o entregamos para os anjos. Evitamos transtornos com os emplumados mais para frente e tiramos a família dele de perigo. – respondeu , rápida.
  - Se Kevin quer ir embora é um direito dele. – resmungou a morena contra o sofá.
  - E o que faremos com a família dele? – perguntou Sam sem entender a resposta aparentemente simples da garota.
  - Avisamos os riscos, a decisão é dele, afinal.
  - Ela tem razão, Sammy, não podemos impedi-lo de fazer o que quer e, no momento, não temos como protegê-lo longe de nós. – pronunciou-se Sam.
  No andar de cima, entrou no quarto e se jogou na cama onde o profeta admirava A palavra de Deus e o abraçou por trás. Kevin se assustou.
  - Ainda está bravo comigo?
  O profeta demorou alguns minutos para responder, ponderando sobre o assunto. tinha sido a única que ele via que se preocupava com ele, que queria ajudá-lo. Não parecia certo brigar com ela, quando tudo que a moça queria era ajudar. Estava envergonhado por ter magoado a garota. Pensando nisto ele se virou para ela e segurou as mãos dela entre as suas.
  - Sinto muito por hoje mais cedo. Eu estava no limite, sei que só queria me ajudar. – respondeu ele a olhando nos olhos.
  - Tudo bem. – sussurrou ela.
  - Peço perdão porque sei que te magoei e não parece justo magoar a única amiga que tenho aqui. – ele explicou.
  - Não fiquei magoada. – mentiu a ruiva, desviando os olhos, não gostava de ser tão fácil para as pessoas lerem-na.
  - Sei que ficou, , sinto muito, mesmo.
  - Está perdoado, se isso te faz sentir melhor. – ela respondeu com um meio sorriso. – Mas eu vim perguntar se é o que você realmente quer...
  A caçadora não terminou a pergunta e Kevin não precisava que ela o fizesse. Nem mesmo ele tinha certeza da sua decisão. A ruiva suspirou o tirando de seus pensamentos.
  - Eu matei meus pais. – confidenciou ela. O profeta a olhou assustado, mas a ruiva continuou a falar: – Eles estavam possuídos e eu não sabia o que fazer.
  - Como sabia que eles estavam possuídos? – por fim a curiosidade de Kevin falou mais alto.
  - Eu vejo coisas, Kevin, na verdade formas. Sei se alguém é um demônio ou um anjo de longe, mas eu era só uma criança e não sabia nada sobre o sobrenatural. – explicou. – O que eu estou tentando dizer é que, mesmo não escolhendo fazer parte disso, fazemos parte. E mesmo não querendo machucar alguém, às vezes acidentes acontecem.
  O profeta se afastou da garota e encarou o jardim, lá fora começava a chover.
  - Talvez eu devesse me entregar aos anjos então. – resmungou ele.
  - Kevin, minha história com os anjos não é boa, mas eles só querem te proteger, faz parte do trabalha deles. E eu odeio ter que admitir que talvez eles te protejam melhor do que eu posso fazer. – a ruiva se aproximou dele.
  - Você quer que eu me entregue aos anjos?
  A pergunta do garoto a surpreendeu, era obvio que aquilo era a ultima coisa que queria, tinha medo o suficiente dos anjos para permanecer a um distancia segura, entretanto a segurança do menino era o mais importante para ela.
  - Eu quero que fique seguro e que não se arrependa depois. – murmurou.
  - E para isso eu tenho que me entregar aos anjos? – ele voltou a insistir.
  - Não vou dizer o que tem que fazer, Kevin. – sussurrou ela, conseguia sentir os sentimentos confusos do garoto. – Por que não fica aqui?
  - Não quero me envolver com toda essa confusão na qual vocês vivem. – respondeu o garoto sem hesitar. – Mas também não quero colocar minha mãe nem Channing em perigo. Então os anjos são tudo que me sobra, certo?
  - Você vai ficar bem. – sussurrou a ruiva, transmitindo calma. Lutando contra os sentimentos do garoto. – Eles não são assim tão ruins, ladram mais do que mordem.
  - Vou apostar o meu pescoço nisto, que legal. – resmungou irônico. A garota revirou os olhos como pessimismo. – Como vamos fazer para que eles me encontrem e não me decapitem?
  - Não sei, mas os outros devem ter alguma ideia. Talvez escutem Castiel... - supôs, ainda transmitindo diferentes emoções o garoto o fazendo sentir-se seguro quanto a decisão tomada, desejar fazer aquilo.
  - Tudo bem, diga a eles que eu vou com os anjos. – sussurrou o profeta depois de um longo tempo em silêncio, onde o influenciou fortemente com seu dom.
  A ruiva o olhou por um longo tempo e assentiu. Sentia-se péssima por ter feito aquilo com o garoto, o induzido a tomar uma decisão que não tinha certeza. Esperava que não se arrependesse depois. Que os anjos fossem de fato a melhor solução. Ao abrir a porta uma lágrima escapou por seus olhos. Fungou e desceu as escadas.
  Na sala os outros ainda discutiam o que fazer quando ela se aproximou.
  - Ele vai com os anjos, construam um plano para entregá-lo em segurança. – sussurrou ela e subiu as escadas rapidamente antes que começasse chorar ali mesmo.
  Não havia quartos suficientes no andar de cima para que todos pudessem ter seu próprio quarto. e dividiam um, Dean e Sam outro e Kevin tinha o seu próprio, o único que restara para a ruiva se refugir fora o quarto de seu falecido amigo, e proprietário da casa, Bobby, e foi para onde ela correu.
  Ao fechar a porta, a garota olhou a sua volta, nunca entrara ali e de certa forma sentia-se invadindo o lugar do amigo. Ainda tinha as coisas do caçador por todas as partes e parecia certo assim. Uma longa cama de casal no centro, um lustre não muito chamativo, empoeirado, alguns símbolos para segurança, um quadro com a falecida mulher sobre um criado e um guarda roupa da época que ele se casou – a ruiva imaginou. E então ela desabou em lágrimas, por saudades: do seu amigo, que era quase um pai, por falta da sua antiga vida, de caçar com as irmãs, de quando seu dom não era mais que um pequeno inconveniente e quando ela ainda se sentia ela mesma.
  No piso inferior os caçadores se encaravam sem entender a saída triunfal da mesma. e pensaram em segui-las, mas sabiam que no momento elas não eram as pessoas mais queridas para a irmã. Dean e Sam não sabiam o que deveriam fazer.
  - Eu vou atrás dela, não se preocupem. – informou Castiel, que no segundo seguinte não estava ali.
  - Alguém ai quer uma cerveja? – perguntou Dean se levantando após alguns minutos de silêncio.
  - Eu quero. – aceitou rapidamente, assim como e Sam e em seguida voltaram a se encarar.
  - Se vamos mesmo fazer isso, não vai ir junto. – a loira se pronunciou.
  - É melhor o Castiel não ir também. – ponderou o Winchester mais novo. Dean voltou com as cervejas e as entregou.
  - Eu e Sam o levamos até algum lugar longe daqui e então os emplumados com certeza vão encontrá-lo. – sentenciou o mais velho.
   quis contrariar o loiro, porém sabia que se insistisse em participar do plano também iria querer fazer parte da equipe e, no momento, não parecia uma boa ideia.
  - Ótimo, temos um plano. – concordou a loira, contrariada, se levantou pronta para ir para o quarto.
  - Como temos um plano? – perguntou surpresa com a atitude da irmã.
  - Eles têm “experiência no ramo” e se eu ver aquele emplumado novamente vou destruir o rostinho angelical dele. – respondeu fechando as mãos em punhos. Para Dean ela ficava ainda mais linda brava.
  A loira seguiu para o andar superior e viu o anjo de frente com a porta do antigo quarto de Bobby, resolveu não interferir e entrou no quarto que ocupava agora.
  Já dentro do cômodo a loira repassou as lembranças de alguns instantes antes. Ela e Dean. Quem diria?
  Suspirou frustrada ao lembrar-se da interrupção. Como seria entre eles agora? Fingiriam que nada tinha acontecido? E quando tudo acabasse e tivessem matado Dick? Iriam embora sem olhar para trás, cada um para um canto?
  As perguntas enchiam sua cabeça e não entendia quando perdera total controle da situação ou mesmo dos seus confusos sentimentos. Não ia admitir que estava com medo.
  Na sala os três continuaram conversando por alguns instantes sobre o profeta antes do Winchester mais velho se retirar.
   suspirou preocupada com a ruiva que desde que subira não dera mais nenhum sinal. Sam sentou-se ao lado da garota, atencioso.
  - Qual o problema?
  A morena respirou fundo, aquela pergunta para ela era um problema, o problema fora o ultimo mês praticamente inteiro.
  - Estou preocupada com . – ela se limitou a dizer, sem o olhar.
  - Castiel vai falar com ela, não se preocupe. – tranquilizou. Uma mexa de cabelo da garota o impedia de ver o rosto da garota, por instinto ele a tirou do caminho, colocando-a atrás da orelha. Assustada com a aproximação do rapaz ela o olhou.
  - Não é só isso. Fui injusta com ela. – confidenciou admirando o rosto perfeito do rapaz.
  - Você estava magoada, tenho certeza que sua irmã te entenderia. – lembrou o Winchester, afagando suavemente o rosto da garota que fechou os olhos aproveitando a caricia.
  - Não sei como me aproximar novamente. Perdemos tanto tempo nos afastando umas das outras que parece que tem uma distancia enorme entre nós agora. – sussurrou a morena.
  Sam a entendia, quantas vezes ele e Dean também não brigaram e até mesmo se separaram? Uma das vezes ele encontrou Meg no caminho. Mas Dean nunca se negara de ajudá-lo.
  - Tenho certeza que ela te ouviria se pedisse.
  Ela abriu os olhos castanhos esverdeados e o admirou. Sem dúvida era o caçador mais doce que ela conhecera. Sentia-se estranha em relação a ele, o rapaz também sentia a estranha ligação que, de alguma forma, os unia.
  - Talvez. – murmurou.

*

  No andar superior o anjo bateu na porta.
  - , sou eu abra a porta. – sussurrou ele, no outro lado a ruiva apenas o ignorou, queria ficar sozinha, precisava daquilo.
  O anjo voltou a insistir.
  - Você sabe que essa porta não me impede de entrar ai, mas que tal você mesma abrir a porta?
  - Vai embora daqui. – a resposta da garota saiu abafada e o tom denunciou o que o anjo precisava saber para que porta alguma o impedisse de entrar: ela estava chorando. No segundo seguinte ele estava dentro do cômodo.
  A ruiva estava encostada à porta, a cabeça entre os joelhos e abraçando a si mesma e de uma forma desajeitada. O anjo não soube descrever o que sentira no momento, mas seu coração humano sofreu ao vê-la daquela forma. Aproximou-se da garota e, sem saber o que fazer para consolá-la, alisou seus cabelos sentando-se ao seu lado.
   ergueu o olhar para encontrar o rosto do anjo. Os olhos azuis estavam avermelhados, a face delicada transmitia a angustia que sentia, mordeu o lábio inferior tentando impedir um soluço.
  O anjo a fitou por algum tempo, olhos nos olhos, queria confortá-la. Sem saber o que fazer, a puxou para um abraço que ela correspondeu prontamente, segurando-se fortemente a camisa do rapaz. Precisava sentir o anjo ali, saber que alguém estava ali.
  Os soluços da garota ficavam cada vez mais fortes. Castiel alisava seus cabelos sem saber o que dizer, apenas queria ser capaz de parar a dor que ela sentia. Os minutos se arrastavam até que ele a levantou do chão e no minuto seguinte eles não estavam mais no cômodo.

*

   sorriu para o Winchester.
  - Obrigada, sabe por mais do que agora, por ter ajudado minhas irmãs a me procurarem e... por protegê-las.
  Sam sorriu para si mesmo, tinha dito igual à Dean e embora ele não tivesse tido muitas chances de conversar com sabia que ela diria a mesma coisa se tivesse oportunidade. Eram iguais e pensavam ser diferentes, colocavam à família em primeiro lugar, mesmo brigadas. Perguntou-se por quanto tempo permaneceriam se evitando.
  O sorriso do Winchester encantou a morena, com covinhas e a forma que ele desviou os olhos brilhantes e contentes. Seus olhos diziam quase tudo na opinião da garota. Ela podia jurar que agora eles diziam mais do que ele realmente falara.
  - Não por isso. – disse ele ainda sorrindo. sorriu para ele, os olhos verdes dele nos olhos esverdeados dela. Perderam-se no tempo por alguns instantes até que o dever chamou a morena de volta à realidade.
  - Vocês têm que levar Kevin. – lembrou. O Winchester saiu da sua bolha e passou as mãos nos cabelos nervosamente.
  - Pois é.
  - Está com medo? - sussurrou a garota.
  - Dos anjos? – o caçador devolver a pergunta confuso.
  - É. – respondeu a morena analisando a reação do rapaz.
  - Não, vamos levar ele o mais longe que conseguirmos daqui, até que os anjos nos encontrem e voltaremos para cá. Vocês estarão seguras. – prometeu ele.
  - Não é comigo que estou preocupada. – refletiu ela antes mesmo de se dar conta e depois o olhou surpresa pelo que tinha dito.
  O Winchester ficou feliz com o que ouviu, saber que ela se preocupava com ele enchia seu coração de esperança.

Capítulo 20

  A ruiva desvencilhou-se do anjo e olhou ao redor.
  - Estamos na Califórnia? – perguntou ela reconhecendo o lugar.
  - Sim, Carmel. – respondeu o anjo, observando a reação da garota.
   fungou e secou os olhos. Observou as ondas que se quebravam em pequenas montanhas que adentravam aos limites da praia. O sol se punha lentamente e o frio não era mais que uma lembrança.
  O céu estava tingido de diferentes tons dourados que se misturavam aos tons arroxeados da noite próxima, transmitia certa nostalgia. A praia estava deserta e a falta de qualquer placa ou indício de civilização mostrava que era uma praia pouco ou não frequentada, ainda assim reconhecia aquele lugar, se olhasse a norte poderia ver a casa na qual tinha morado com os pais quando criança.
  - Por que me trouxe para cá?
  - Porque você precisava sair daquele lugar e, depois de ter estado ao meu lado quando precisei, quero que saiba que estou ao seu. – afirmou o anjo segurando a mão da garota.
  Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto da garota antes de sorrir fracamente.
  - Você é estranho. – sussurrou ela se aconchegando contra o peito dele, que a olhou surpreso e um pouco ofendido. – Sabe tem um monte de anjos querendo minha cabeça em uma bandeja e você quer me ajudar? Eu tenho uma teoria sobre isso.
  Castiel a olhou e por algum tempo admirou a beleza da moça antes de interrogar:
  - Tem?
  - Sim, ou você é um ótimo ator e está me enganando para me matar enquanto durmo ou então, você realmente é maluco e quer me ajudar. Como a primeira tese é complicada demais, afinal se quisesse me matar já teria feito, vou confiar na segunda. – sussurrou ela. Olhos nos olhos. O anjo sorriu.
  - Ótima escolha. – elogiou suavemente.
  O tempo passou, lentamente, o som do mar era a única coisa que escutavam. Nenhum dos dois entendia o que sentiam um pelo outro ou o quê aquilo significava, mas sabiam que podiam confiar um no outro.
  - Você sabe o que tenho feito com o Kevin? – perguntou timidamente encarando a forma que sua mão parecia se encaixar perfeitamente na dele.
  - Sei que tem o ajudado com seu dom, foi muito sutil tenho certeza que ninguém mais percebeu. – elogiou.
  - É, é um dom sutil. Queria poder fazer o melhor com o que me foi dado, fazer com que não se pareça com o fardo que é. Mas não parece certo influenciar decisões que não cabem a mim, mandar um garoto tão longe da família e privá-lo de ter seus próprios sentimentos...
  Castiel a abraçou cuidadosamente, sabia como a garota sentia-se em relação a si mesma, desejou poder contar-lhe de onde vinha seu dom, fazê-la sentir-se melhor com o que era e com o que era capaz de fazer, entretanto que ela não estava preparada para aquilo, não agora.
  - Está fazendo o melhor. Esta seria a decisão dele, o ajudou a não sofrer com isso. Tem tirado toda dor e confusão que ele sente e sei que isso custa muito a você. Não deveria sentir-se culpada por ajudá-lo. – sussurrou o anjo contra os cabelos da garota.

***

  Na casa de Bobby, os caçadores já tinham dado a falta do anjo e da ruiva. Meg tinha chegada há algum tempo com algumas sacolas. O seu desaparecimento e reaparecimento rendeu algumas discussões. Dean não confiava nela e foi apoiado por , que também não depositava fé alguma em seres de olhos negros. , entretanto, confiou nela, afinal esta tinha sido a responsável por ter saído do covil de Crowley e Sam tendeu a apoiar a morena, de forma que a demônio foi aceita de volta sob olhares desconfiados dos loiros que seguraram suas armas com força.
  - Um passo em falso e eu acabo com a sua raça. Não pense que só porque você salvou minha irmã que eu esqueci o que você é. – resmungou a loira ao passar pela demônio. Dean a olhou orgulhoso por alguns minutos antes de segui-la para o andar superior deixando o irmão com a faca de Ruby.
  Dean correu até a loira que já fechava a porta do seu quarto e colocou o pé a impedindo. A loira o encarou assustada.
  - O que você está fazendo? – sussurrou ela nervosa.
  - Só vim conversar, já que, aparentemente, você está me evitando. – respondeu o caçador a olhando maliciosamente e entrando no quarto.
  - Estou? Por que acha isso? – a loira se fez de inocente.
  - Não sei... Talvez, porque esteja com vergonha. – supôs se aproximando.   - Não tenho vergonha de você! – a loira o encarou desafiadoramente. Os braços do Winchester, contra a porta, um a cada lado seu impossibilitando escapar dali.
  - Não? – desafiou Dean diminuindo a distância que existia entre eles. Ambos se encaravam desafiadoramente.
   sentia a respiração do caçador contra seu rosto a desconcentrando. Sentiu seu coração se acelerando. O desejo crescia em ambos.
  Dean parou de encarar a loira e desviou sua atenção aos seus lábios entreabertos. Sentiu-se tentado a beijá-la novamente. Acabou com a distância entre eles. Tomou seus lábios ferozmente e foi correspondido de imediato. As mãos da loira foram para seus cabelos enquanto as mãos de Dean passeavam pelo seu corpo. Tateando, massageando, sentindo. A garota tomou impulso, tomada pela coragem, e cruzou as pernas ao redor do rapaz que os guiou até a pequena cama.
  O beijo foi quebrado apenas para o rapaz tirar a camisa e logo seus corpos se encontraram mais uma vez. passava as unhas nas costas do rapaz. As mãos do rapaz por baixo da camiseta dela. Não tardou a descobrir o sutiã dela e logo ela ergueu os braços para que pudessem se livrar das peças indesejadas. O Winchester a admirou por alguns instantes antes que ela o surpreendesse invertendo as posições e tomando o controle. Ele sorriu malicioso.
   desabotoou a calça lentamente, sem nunca quebrar o contato visual. E então livrou se da ultima peça de roupa do rapaz, tirando alguns gemidos do loiro.

***

  No andar inferior Sam estava pesquisando sobre as ultimas atitudes de Dick no notebook, Meg lia uma revista qualquer. estava deitada no sofá entediada, até que a monotonia foi interrompida por alguns barulhos proveniente de um dos quartos. OS três se encararam antes de voltar a mirar a escada.
  - Oh meu Deus... – sussurrou tentando conter a risada. Sabia que a irmã era rápida, mas definitivamente não esperava por aquilo.
  Sam voltou a encarar suas pesquisas sem jeito e Meg revirou os olhos.
  Depois de um momento escutando os ruídos, levantou-se do sofá inquieta. Ainda chovia lá fora, de forma que não havia como escapar daquele episódio constrangedor. Olhou para os lados a procura de uma saída e Sam a observou discretamente.
  A garota suspirou irritada, caminhou até o radio e colocou um CD do The Band, a melodia de The Weight combinava com o som calmante da chuva, mas não com os gemidos do andar superior. Aumentou o som até que conseguisse superar os demais e caminhou para a cozinha.
  O Winchester voltou à atenção para o notebook onde Dick dava uma entrevista ao vivo. Meg revirou os olhos e seguiu para o quarto do profeta, precisava ir incomodar alguém, não nascera para “ficar de vela”.
  Na cozinha caçava algo para fazer, sentia-se mais à vontade com as mãos ocupadas e isso sem dúvida a livraria do constrangimento. Não parecia ter nada de útil na cozinha além de garrafas de cervejas cheias e garrafas de cervejas vazias. Aliviou-se ao lembrar que Meg trouxera algumas coisas do mercado, as sacolas estavam jogadas em um canto da cozinha, mas a garota encontrou ingredientes para fazer um chocolate quente cremoso.
  Sam foi inebriado pelo delicioso cheiro que vinha da cozinha e seguiu até o cômodo, onde a morena cantarolava suavemente, enquanto guardava as compras da demônio. Sentindo-se observada virou-se para porta e encontrou Sam a encarando. Imaginou que ele ficara bravo por ela estar mexendo nas coisas de Bobby, já que, segundo , ele era como um segundo pai para eles. Constrangida desviou os olhos.
  O Winchester não sabia o que dizer, de forma que o silêncio perdurou alguns instantes antes da morena se pronunciar.
  - Eu pensei que não se importaria de eu guardar as compras... – tagarelou ela se desculpando.
  - Tudo bem. – murmurou e se aproximou do fogão e a garota o acompanhou com os olhos. Sam mexeu no conteúdo marrom na panela. – O que é?
  - Chocolate quente cremoso, alias já está pronto. – falou ela lembrando da panela no fogo. Tirou rapidamente e colocou sobre a mesa. Antes de oferecer: – Quer?
  - Não precisa... – o caçador negou educadamente.
  - Pode parar, eu faço questão. Vá em frente. – sorriu a garota lhe entregando um copo e uma colher. Ele a olhou um pouco inseguro, e ela revirou os olhos. – Você luta contra demônios, anjos, wendigos, espíritos vingativos, impediu o apocalipse e está com medo disto?
  O caçador se deu por vencido e experimentou a comida exótica que a garota preparara.
  - E então, passei no teste? – provocou observando atentamente a reação do rapaz que abriu um sorriso.
  - Está uma delicia, .
  - Eu imaginava que ia gostar. – respondeu num tom esnobe fazendo o Winchester rir.
  Os dois ignoraram os barulhos e comeram a sobremesa falando sobre assuntos banais.

***

  Alguns raios de sol ainda insistiam em cortar o céu enquanto e Castiel andavam pela praia.
  - Sabe, apesar das lembranças eu gosto deste lugar. – confidenciou a ruiva. – É pacifico, traz sensação de segurança, de que tem algo além desta vida que levamos... Quase uma promessa de um futuro melhor.
  O anjo a admirou, os cabelos avermelhados chicoteavam insistentemente seu rosto delicado devido ao vento, o sol poente a deixava iluminada em cores vivas. Um doce sorriso estampava seu rosto. Ela estava feliz em rever o lugar onde crescera, e Castiel estava feliz em poder proporcionar isso à garota.
  Já fazia algum tempo que os dois caminhavam pela areia, lado a lado, ainda assim ele não conseguia deixar de notar sua beleza.
  - Você gosta do sol. – afirmou Castiel após um longo tempo a observando.
  - Sim. Sol e mar, ainda mais na hora do crepúsculo, é minha hora preferida do dia. – admitiu ela. – É hora mais feliz para caçadores, eu acho. A hora que você olha para trás e vê as vidas que salvou e sentimos aquela sensação de missão cumprida. Faz tudo isso ter um sentido.
  Os dois continuaram a caminhada em silêncio, o anjo continha um sorriso discreto nos lábios. A ruiva, então, lembrou-se da conversa de mais cedo onde ele mencionara sua mãe, quis perguntar sobre ela, como era, quem tinha sido, mas preferiu ficar em silêncio, não queria estragar aquele momento. Castiel fora o único anjo que não quis matá-la, embora tivesse tentado quando a viu alguns dias atrás, pensando agora parecia há uma eternidade e de alguma forma, ela não queria estragar aquela estranha amizade que se estabelecera entre eles.
  O anjo percebeu a inquietação da garota, mas preferiu deixar que ela falasse quando se sentisse confortável. Eles deram mais alguns passos quando a curiosidade da garota falou mais alto.
  - Você disse mais cedo que minha mãe se orgulharia de mim. Sei que não estava falando da mulher que me criou, pois sabe que eu fui adotada... Então eu preciso perguntar. Você a conheceu?
  Castiel parou e respirou fundo, não imaginava que ela tinha prestado atenção no que estava dizendo, se arrependeu por ter falado aquilo.
  - Sim. – respondeu ele e continuou andando. olhou as costas do anjo que se afastava e correu até ela. Aquela era única pista em anos de pesquisa.
  - E como ela era? O que era? Por que me abandonou? Ela era algum monstro? Você a matou? Conheceu meu pai? Você sabe o que eu sou? Por que eu vejo sua verdadeira forma ou a de Meg? Porque eu sou capaz de manipular os sentimentos dos outros?– ela o bombardeou de perguntas. O silêncio que se instalou após os questionamentos dela não era mais pacifico, ela carregado, de ansiedade da parte dela; de pesar da parte dele.
  - Você ainda não está pronta para saber nada disso.
  A ruiva parou com a resposta, em uma hora tinha tudo o que sempre procurara ali e na outra ele lhe arrancava a sua única esperança? Com raiva ela o alcançou a passos largos.
  - Como assim “você não está pronta para saber”? Já te passou pela cabeça que é a minha vida e eu tenho o direito de saber sobre ela? – insistiu indignada.
  - Você vai saber, apenas não agora. – o anjo respondeu, calmamente, sem se deixar abalar. A ruiva o encarou raivosamente, mas procurou se acalmar, era o mais perto de uma pista do que jamais tinha chego, teria que confiar que ele lhe diria uma hora ao invés de gastar seu tempo fazendo birra.
  Castiel parou de andar quando percebeu que a ruiva ainda estava lá trás. A garota caminhou sem pressa até onde ele a esperava tentando se acalmar. O sol acaba de desaparecer e não demoraria a noite chegar de vez.
  - Posso perguntar só uma coisa? – pediu e como o anjo não se opôs ela perguntou: - Como ela era?
  Castiel relutou em responder e vendo a hesitação a ruiva começou a perder as esperanças. Ele a olhou por algum tempo, o sorriso de antes não estava mais lá e sinceramente ela parecia lutar contra a vontade de chorar novamente.
  - Parecida com você. – respondeu ele simplesmente e vendo a alegria da garota em saber qualquer coisa a respeito continuou: – A mesma cor de cabelo, um pouco mais alta, talvez. Estava sempre sorrindo, queria sempre ajudar, ela foi uma das criaturas mais adoráveis que conheci.
  - “Foi”... ela morreu? – a voz não passava de um sussurro, mas o anjo a escutou e entrelaçou suas mãos. não precisava de uma resposta a atitude dele já dizia por si só.
  - Está na hora de voltar para a casa de Bobby. – informou ele. olhou uma ultima vez para casa onde tinha crescido e onde aquela desgraça caíra sobre si.
  - Posso fazer só mais uma pergunta?
  Castiel assentiu, embora não tivesse certeza de que responderia.
  - Por que todos os anjos querem me matar?
  - Eu não quero te matar. – falou ele surpreso, e a garota revirou os olhos.
  - Mas você pode, sabe... se pensar melhor, pode começar a me odiar... – ela se calou com estalido audível quando percebeu que parecia que queria convencê-lo a odiá-la.
  - Não vou odiar você, sou incapaz de algo assim. – informou o anjo surpreso com a ideia da garota.
  - Ainda bem. – sussurrou ela para si mesma. – Não quero que me odeie, Cas, mas os outros me odeiam e você sabe disso. A pergunta é: por quê?
   - Não posso falar sobre isso. – esquivou-se.
  - Não pode ou não quer? – a ruiva perguntou parando á sua frente com as mãos na cintura.
  - Não precisa se preocupar com isso, eles não vão te fazer mal. Vou te proteger, eu prometo.
  Os olhos azuis do anjo transbordavam sinceridade e isso comoveu a garota. Não importava que todos os anjos a odiasse, Castiel não a odiava e isso era suficiente. Pensou em esquecer a pergunta, mas já tinha desistido da mais importante.
  - Sei que vai me proteger, anjo, mas até quando? Sei me cuidar, mas gostaria de saber por que tenho que me esconder deles se não fiz nada?
  - Apenas se mantenha longe deles e, se não conseguir, eu te protejo. – Castiel encerrou o assunto com o olhar no horizonte, não era difícil entender porque a ruiva amava aquele lugar.

***

  - Então você já teve sangue de demônio no seu organismo? - perguntou a morena interessada, graças a Deus os barulhos no andar de cima tinham cessado.
  - Pois é...
  Os dois se olharam por algum tempo.
  - E como foi? – perguntou.
  - Eu... Sonhava com coisas... E elas se tornavam reais... Depois eu comecei a poder fazer outras coisas. – respondeu evasivo. O tom de Sam deixou a garota sem jeito.
  - Me desculpe, eu não deveria insistir nisto é um tema delicado para você, desculpa.
  - Está tudo bem. –afirmou. – Você... Também vê?
  - Sim, mas eu não sonho com elas, posso ver a qualquer momento do dia, a qualquer hora. Mas ao contrário de você, não há uma cura para mim. Ainda não existe como mudar de pai. – reclamou indo lavar a louça que sujaram, Sam a impediu segurando sua mão.
  - Sinto muito.
  - Tudo bem. Só porque eu sou filha de um monstro não quer dizer que eu tenha que ser um também, não é?
  Sam a observou por algum tempo, lembrou-se da época que ele tinha o sangue de Azazel em seu corpo e como se sentia em relação a isso.
  - Você não é um monstro, . – não foi o que ele disse, mas a forma com que disse, a garota sentiu que algo mudou dentro de si naquele instante. A forma com que ele a olhava que a fazia se sentir diferente...
  - Estive pensando... Talvez seja mesmo melhor eu falar com a , pedir desculpas...
  - Vocês vão se entender. – garantiu Sam e recebeu um sorriso em resposta.
  - Obrigada, nós mal nos conhecemos e você me ajuda tanto. – sussurrou a garota.
  - Sempre vou te ajudar, , sempre. – a forma com que ele pronunciou o nome da garota, se pudesse repetiria mil vezes apenas pelo sabor que tinha.

***

  No andar de cima dormia abraçada a Dean que tinha o braço na cintura da garota.

***

  Kevin estava sentado o mais longe possível de onde Meg estava, olhando através da janela a chuva que caia fina lá fora, longe do poder da ruiva, ele começou pensar se era aquilo que realmente queria. Que outra solução poderia haver? Não ia envolver sua mãe naquilo e tão pouco ia se juntar àquela vida maluca de caçador. Aos poucos começava a aceitar a decisão que tinha tomado, conformar-se.
  - Você confia mesmo naquela ruiva, não é? – perguntou a demônio tirando os olhos da revista. Kevin a olhou por um instante.
  - Sim, eu confio.
  - Então vou dar um conselho, de amiga. – sussurrou a demônio captando a atenção do rapaz. – Não confie nos seus sentimentos perto dela.
  O profeta a olhou sem entender, mas não teve tempo de perguntar o porquê, pois Sam batia à porta.
  - Hora de ir. – informou o caçador entrando no quarto.
  Kevin pegou a tábua e entregou o caderno ao Winchester. Enquanto isso Dean encontrava suas roupas e as vestia rapidamente já que tinha gritado que ele e Sammy tinham algo a fazer e ela queria descansar.
   observou enquanto o caçador se vestia atentamente e ficou decepcionada quando ele seguiu, sem olhar para trás, em direção à porta. Porém para a surpresa da loira ele voltou com um sorriso e a beijou.
  - Pensou que eu sairia assim? – perguntou olhando em seus olhos.
  - Eu não sei mais o que esperar de você, Sr. Winchester, você sempre me surpreende. – sussurrou a loira sorrindo. O caçador sorriu para ela também, nunca tinha se sentido assim por ninguém, era especial para ele, e aquilo o agradava e o assustava ao mesmo tempo.
  A loira vestiu um robe e desceu as escadas ao lado do caçador. Na sala , Meg, Sam e Kevin já os esperavam.
  - Podemos ir? – perguntou Dean.
  - Esperem. – protestou assim que voltou com Castiel. Todos os olharam surpresos.
  - Da onde você... – o profeta começou sem entender como ela aparecera de repente.
  - Cas! – explicou. – Você tem certeza mesmo de que é isso que quer?
  O profeta a encarou, os olhos dela imploravam para que ele entendesse algo que ela não conseguia falar. O conselho de Meg ecoou por sua cabeça: “Não confie nos seus sentimentos perto dela”. Ele não queria lidar com o fato que a ruiva estava mentindo, entretanto não podia ignorar o aviso.
  - Você quer me dizer alguma coisa? – interrogou sob o olhar atento de todos.
   procurou pela ajuda do anjo que apenas a olhou.
  - Não. – sussurrou sem coragem de admitir o que fizera na frente de todos. – Se precisar me liga. Se qualquer coisa der errado, se você estiver com medo... É só ligar e estarei lá.
  - Quanto otimismo... – resmungou o profeta e ela revirou os olhos.
  - Eu não quero que nada disso aconteça, mas se acontecer você precisa de um plano B, e eu sou o plano B, okay?
  - Obrigado, ruiva. – resmungou o profeta a abraçando. o segurou fortemente.
  - Toma cuidado. – sussurrou para ele, rezando para tudo dar certo.
  - Vai ficar tudo bem, baixinha. – reclamou Dean, achando toda aquela enrolação desnecessária. A ruiva deu-lhe a língua, antes de finalmente soltar o garoto.
  - Não esquece...
  - Qualquer coisa eu ligo. – o profeta interrompeu achando toda aquela preocupação desnecessária, ela estava parecendo alguma espécie de irmã mais velha.
   e foram até a varanda com os rapazes. A loira sorriu antes de segurar o Winchester mais velho pela mão.
  - Volte correndo para mim. – sussurrou.
  - Sempre. - murmurou antes de seguir para o Impala.
  As duas observaram o carro se distanciar, antes da morena se pronunciar.
  - Da próxima vez, faça menos barulho. – reclamou séria, contendo a risada, mesmo a irmã sabendo que ela só queria provocar.
  - Por que você não achou algo para te entreter dos meus “barulhos”? Eu percebi a forma que você está olhando para o Sammy. – provocou a mais velha, deixando a morena ruborizada.
  - Além de barulhenta ainda é cega. Quando foi que você ficou tão chata?
  - Cega é? Vamos ver quanto tempo vão resistir... – desafiou , empurrando a irmã levemente.
  As duas entraram para casa e a seguiu para a cozinha e começou a revirar tudo.
  - Ok, não sei se ainda sei fazer, mas vamos tentar. – disse a si mesma amarrando os cabelos.
  Na sala, já imaginava o que a irmã estava fazendo, sorriu com a ideia de que finalmente a loira abrira espaço para o romance em sua vida, torceu para não ser mais um dos “casos sem compromisso” dela. Castiel que estava sentado ao seu lado a observava atentamente.
  - Sabe, Cas, já que somos aparentemente inúteis neste caso, você bem que poderia ligar a TV. – sugeriu a ruiva deitando nas pernas do anjo. Ele a olhou pasmo por alguns instantes, a atitude da garota tinha sido espontânea, como se houvesse feito aquilo mil vezes antes.
  - A TV está a cinco passos do sofá. – o anjo resmungou se recuperando.
  - Está longe demais para mim. – reclamou manhosa. – E além do mais você não precisa nem se levantar...
  O anjo a olhou por alguns segundos, ela o encarava com um beicinho infantil e os olhos brilhantes. Ele sabia que nunca seria capaz de dizer não à ela.
  Há alguns quilômetros dali Dean parava o carro no acostamento e os irmãos saiam do veiculo com o profeta abraçado à Palavra de Deus.
  - E agora os anjos simplesmente virão? –perguntou o profeta olhando desconfiado para os lados. Desejou que estivesse ali, talvez ele se sentisse mais seguro, ao pensar isso lembrou-se mais uma vez do alerta de Meg e percebeu que toda vez que estava por perto ele ficava calmo. Ia perguntar aos Winchesters sobre isso quando Inias apareceu à sua frente, não parecia feliz.
  - Vejo que passaram um pouco do prazo... – Inias tinha perdido a simpatia ao ver a ruiva naquele galpão.
  - Você nos deu dois dias, esse é o fim do segundo. Completamente dentro do prazo. – disse Dean sem se deixa abater.
  - Onde está a amiguinha de vocês?
  - Não é da sua conta, o trato era o garoto e ele está aqui. – falou Sam. O profeta olhava assustado entre o anjo e os caçadores.
  - Isso mesmo, está conosco e você não quer mais perdas agora não é? – ameaçou o Winchester mais velho.
  Inias o olhou com raiva, tudo nele desejava matá-la. Sabia, porém, que provavelmente Castiel a estava protegendo, resolveu esperar.
  - Diga a Castiel que ele não pode protegê-la por tempo integral e, quando ele cansar, estarei lá, esperando minha vez. – o anjo devolveu a ameaça.
  - Não se aproxime delas... – Dean praticamente rosnou. O anjo revirou os olhos completamente entediado, ele poderia matar os dois caçadores ali mesmo e chegar à ruiva, mas esperaria o momento certo, afinal ele tinha toda a eternidade para matá-la.
  - Vamos profeta. – chamou o anjo sério, Kevin estava um pouco atrás dos caçadores assustado com aquela discussão, não parecia certo ir com o anjo, não quando ele queria matar sua amiga, entretanto sabia que era o que tinha que fazer. Respirou fundo e deu um passo em direção a Inias, sendo barrado por Sam.
  - Tem certeza que quer ir com ele? – perguntou o caçador sem desviar os olhos do anjo.
  - É o que devo fazer. – respondeu o profeta olhando para os pés e continuou a andar.
  Os irmãos o encaravam, desejavam poder fazer algo pelo rapaz, mas sabiam que não tinha outra saída.
  - Boa sorte Kevin. – desejou o Winchester mais velho e então os dois não estavam mais lá.
  Os irmãos olharam para o lugar onde Inias estivera a momentos por algum tempo antes de seguir para o Impala. Os dois tinham uma preocupação em comum no momento: .
  O carro seguia em silêncio quando, finalmente, Sam falou o que pensava.
  - O que eles querem com ?
  Dean pensou naquilo por alguns instantes e lembrou-se da conversa que teve com a garota antes de irem atrás de um jeito de salvar Sam.
  - Talvez ela tenha algo que interessa a eles. – supôs. Sam sabia daquilo, o irmão havia lhe contado, porém não parecia motivo suficiente para caçar alguém.
  - Não é só por que ela pode vê-los, Dean, tem que ter algum outro motivo. – discordou.
  - Vamos conversar com elas quando chegarmos. –encerrou o mais velho.

***

  Na casa, terminava de arrumar a torta sobre a mesa.
  - Eu quero. – informou pegando um garfo e a loira bateu levemente na sua mão.
  - Essa é para Dean, estou devendo isso a ele. – explicou. A morena pensou por alguns instantes antes de abrir um sorriso malicioso.
  - Já está mostrando os dotes culinários... Quando é o casamento?
  - O quê? Casamento? – enrolou. – Nem pensar, nós estamos... Bom, isso é para compensá-lo por outro dia...
   riu da forma que a irmã tinha se atrapalhado com as palavras, a loira nunca tinha tido problemas com garotos o fato dela se enrolar com uma brincadeira era no mínimo comprometedor.
  - Okay, se você diz... – provocou a mais nova. As duas pararam as brincadeiras por um momento e observaram o casal que estava na sala. tentava explicar algum filme para o anjo e este não parecia entender.
  - Sabe ainda é bizarro pensar que ele é um anjo. – sussurrou para a irmã.
  - E que não temos que fugir desta vez. – sussurrou de volta ainda olhando o casal, agora a ruiva parecia se divertir com algo que ele dissera - Eles ficam bem juntos...
  As duas foram interrompidas quando os faróis do Impala iluminaram o recinto.
  - Eles chegaram. – anunciou a loira feliz indo até a porta, enquanto a irmã a seguia lentamente.
   sentou-se e encarou o anjo.
  - Você acha que Kevin vai ficar bem?
  Castiel observou os grandes olhos azuis que o encaravam atentamente à espera de uma resposta.
  - Vai ficar tudo bem, . – prometeu ele.
  Dean e Sam encontraram as garotas na varanda à espera deles.
  - Tudo ocorreu bem. – informou Dean antes que perguntassem.
  - Como está o profeta? – perguntou .
  - Vai sobreviver.
  Os quatro adentraram a casa e encontraram o anjo e a ruiva.
  - Que bom que estão todos aqui, precisamos conversar. - Sam informou e todos se ajeitaram no cômodo.
  - Qual o problema? – perguntou sentando-se ao lado do Winchester mais velho.
  - Inias é o problema. – respondeu Dean conseguindo a atenção de todos no segundo seguinte.
  - Pensei que Crowley era o problema. – informou Meg descendo as escadas.
  - Crowley não é nosso problema esse ano. – respondeu Sam e a demônio revirou os olhos.
  - Crowley sempre é um problema. O que ela fez com a e com a pequena Cole, não é suficiente para vocês? – rebateu.
  - O que tem Inias? – perguntou ignorando Meg, não queria pensar no demônio agora e, provavelmente, anjos eram mais perigosos que demônios.
  - Ele mandou um recado para o seu anjo da guarda. – brincou Dean procurando o responsável por aquele maravilhoso cheiro de torta. – Alguém comprou torta?
  Inconscientemente as irmãs olharam para a loira que sorriu.
  - Eu fiz para... Retribuir a torta da outra vez. – explicou ela e o caçador sorriu, definitivamente era a mulher da sua vida. Gostava de rock, de torta, caçava, era linda...
  - Gente, foco, o que ele disse? – a ruiva interrompeu as reflexões do caçador.
  - Relaxa ruiva, ele disse que... Não tem outra forma de disser isso... – refletiu ele, e então confessou: - Que está esperando o anjinho aí vacilar para conseguir sua cabeça.
  - Por que não estou surpresa? – resmungou para si mesma. Castiel percebeu que o Winchester ainda estava com raiva dele.
  - Não se preocupe. – sussurrou o anjo para ela.
  - Sem querer me intrometer, mas por que os anjos estão tão preocupados com você, ? - Sam se pronunciou.
  - Sei lá, Sammy, aparentemente eles amam me perseguir, deve ser... Divertido. – reclamou a garota.
  - Você não sabe? – perguntou Dean interessado retornando da cozinha com um pedaço de torta.
  - Não, eu não sei. Claro que o anjinho aqui sabe, afinal, foi ele que quase me matou esses tempos atrás não é?
  - Sinto muito, , eu não era... Eu, naquela época. – Castiel sentia-se péssimo por ter feito aquilo.
  - Ah, eu sei... Não se preocupe. Mas enfim, por que você não responde a pergunta dos seus amiguinhos ali e me diz por que os anjos querem o meu pescoço? - a ironia da garota não passou despercebida por ninguém. e sabiam que a irmã podia ser muito calma ou o extremo oposto se quisesse.
  - Não se preocupe, eu vou te proteger. – sussurrou ele para a ruiva, mas os demais escutaram.
  - É, eu já escutei isso hoje. – reclamou jogando o cabelo para trás.
  - Bom, sem querer atrapalhar a discussão do casal, mas vamos concluir. Você está sendo caçada por anjos sem motivo aparente e sua irmã é filha do Crowley e ainda temos que matar Dick? – perguntou Dean. Os presentes ficaram em silêncio por que era exatamente isso. – Awesome!

***

  O dia estava quase amanhecendo, quando Sam finalmente leu algo que lhe deu esperanças de derrotar os leviatãs...
  “Leviatãs não podem ser mortos, a não ser com um o osso de um mortal justo banhado no sangue de três caídos...”
  Aquilo seria mais complicado do que ele imaginara.

Capítulo 21

  Agora...
  Era um pouco mais de sete da manhã, Meg estava na sala lendo mais uma de suas revistas já no andar superior estavam todos adormecidos. A demônio observou o anjo se acomodar à sua frente.
  - Finalmente, pensei que não sairia nunca mais daquele quarto. sabe que você a estava espiando?
  Castiel suspirou e a ignorou, procurou não esquecer que ela também o ajudara, mesmo sabendo disso, seus instintos lutavam para que a matasse.
  - Andei pesquisando sobre a ruiva lá em cima. – continuou Meg sem se importar como silêncio. – Não pode esconder dela o que ela é, aliás, acho incrível o fato de você ainda não ter a matado... Sei que vocês, anjos, os veem como abominações. Estou surpresa por não estarem extintos...
  - Você quer mesmo falar sobre ? - Castiel perguntou tentando manter a calma lembrava-se da ultima vez que tentou estar no controle da situação. Quando se tornou Deus.
  - Clarence, há um monte de anjos lá fora que não se importam em sujar as mãos e dar uma de Deus por alguns instantes. – insistiu, no minuto seguinte, ele não estava mais lá. – Que ótimo, me deixe falando sozinha mesmo.
  No andar de cima se mexia freneticamente na cama.
  “A garota devia ter seus treze anos e parecia assustada, encolhida perto da lareira e de costas para a porta. No outro cômodo havia vampiros mortos...”
  A morena abriu os olhos assustada. ainda dormia tranquilamente na cama ao lado e sonhava coisas aleatórias.
   sabia que não conseguiria dormir até descobrir o que aquele sonho significava. Frustrada, seguiu até o banheiro. Não demorou muito para a loira acordar com o barulho do chuveiro, virou-se e não encontrou sua irmã na cama.
   levantou-se preguiçosamente e seguiu para o andar inferior, onde Dean se encontrava na cozinha atacando a torta. O caçador notou a presença da loira e apontou a cadeira ao lado.
  - Isso aqui está uma delícia. – informou ele de boca cheia, fazendo a garota desviar o olhar.
  - Boas maneiras, Dean. – avisou. O caçador terminou de mastigar.
  - Desculpe, mas isso está... awesome. – murmurou o Winchester.
  - Fico feliz que tenha gostado. – respondeu , o admirando. Dean voltou a olhar e segurou sua mão em cima da mesa.
  - O que está pensando?
  - Em como há alguns dias estaríamos brigando e... Agora aqui estou eu, fazendo torta para você. Como isso foi acontecer?
  - Ninguém resiste a Dean Winchester... – respondeu ele sério a fazendo rir.
  - Eu não resisti a você? – desdenhou. – Admita, você não resiste aos meus cabelos loiros, aos meus olhos verdes e brilhantes...
  Dean a encarou por uns momentos observando os itens que ela elencara.
  - E ao seu sorriso, e a forma como mexe as mãos enquanto fala, ou desvia os olhos quando está com vergonha, ou quando tenta ter a razão mesmo ignorando o que sente... É eu acho que não resisto a você. – o caçador admitiu.
   ficou muda por alguns instantes, ele realmente notara cada uma das suas manias, mesmo no curto espaço de tempo que estiveram juntos, de forma que ninguém antes fizera. O Winchester notou como os olhos dela brilharam a cada palavra que ele dissera e, ainda que não entendesse muito bem o que sentia, ficou feliz por finalmente ter dito o que queria.
  - Eu não sei o que disser... – sussurrou a garota após alguns minutos de silêncio.
  - Então não diga nada. – respondeu Dean a beijando.
  - Mentira. Sei o que dizer sim. – disse a garota se afastando. – Desde que vi você naquele hospital eu senti algo especial em relação a você, mesmo que, naquela época, eu estivesse mais preocupada com a minha irmã e pensado em te matar quando você me falou que eu não me importava com , mesmo quando impliquei com seu carro ou não foi nada educada com você, de alguma forma, você me encantou, Dean Winchester. Não sei se foi seu jeito bad boy, ou sua forma de brincar com as coisas sérias, ou como parece sempre proteger todo mundo sem se importar consigo mesmo... – confidenciou a loira decidida a abrir seu coração. – E pode ser que eu me arrependa mais tarde, mas tenho que te falar que estou apaixonada pro você!
  O Winchester escutava atentamente as palavras da loira e elas, aos poucos, o moldavam, o transformava em outra pessoa, uma mais forte, capaz de enfrentar qualquer obstáculo, o tornava um caçador mais forte. Um caçador amado. Apenas um ser humano.
  - Você não vai se arrepender. Porque também estou completamente apaixonado por você. –sussurrou ele selando seus lábios novamente. O caçador puxou a garota e ela sentou em seu colo.
  - Acho que eu também não resisto a você. – sussurrou a loira de olhos fechados.

***

   chegou à sala e abriu um enorme sorriso ao ver sua irmã e Dean na cozinha aos beijos, ela merecia ser feliz. Sentou-se ao lado de Meg, que não se deu ao trabalho de tirar os olhos da revista.
  - Bom dia para você também. – murmurou irônica antes de ligar o iPod e resolver dar uma volta. Estava morrendo de fome, mas não iria interromper o momento romântico do casal.
   andava pelo ferro-velho, antes de sentar-se em uma das ferragens para aproveitar o sol fraco após a longa noite chuvosa. Pensou em como sua vida tinha mudado de repente, em um momento estava tudo normal, caçando com a sua irmã, dormindo em motéis baratos, salvando o mundo... E, então, no momento seguinte descobria que era filha de um demônio, brigou com sua outra irmã, sem saber que esta quase morrera por ela, conheceu um anjo que não queria machucar ninguém, descobriu que existem monstros piores que os que caçava e que mataram o homem que era o único pai que conheceu. As coisas tinham tomado um rumo que ela nunca imaginaria era, no mínimo, trágico. Por outro lado, sua irmã estava feliz e parecia ter encontrado o cara certo, e tinha Sam que, apesar dela não querer sentir nada por ele e fazer poucos dias- no caso três dias- que o conhecera, parecia ser um bom amigo, um motivo para lutar, que fazia ela não se sentir como um monstro, sentir que era possível não ser um só por causa do sangue de demônio que corria em suas veias.
  Fechou os olhos e tentou livrar sua mente de todos aqueles pensamentos, aproveitar a sensação dos raios de sol, quentes contra sua pele, a sensação de ter vencido mais um dia. Era essa a sensação que a movia desde que se tornara uma caçadora, a sensação de mais um dia vencido. Vivia assim, um dia de cada vez, sem ter certeza se estaria ali no seguinte, e, apesar de às vezes isso ser triste, gostava da sensação de vitória ao fim de cada dia. Abriu os olhos e, inconscientemente, eles vagaram em direção a casa.
  Viu uma silhueta perto da janela no andar superior e identificou Sam Winchester sem camisa, ele parecia vê-la ali e por isso ela acenou sorrindo.
  No quarto, Sam viu a garota no ferro-velho acenando. Não podia negar que, apesar das poucas horas que a conhecia, ela o cativara. A morena era diferente de qualquer outra, tinha um sorriso único e parecia ser capaz de transmitir tudo que queria apenas em olhar. Acenou de volta e lembrou-se da Palavra de Deus, sabia que a morena não iria concordar com aquilo e, de qualquer forma, não teria coragem de pedir algo assim. Era como lembrar-se do que passara com o sangue de Azazel, mas mil vezes pior, porque, como a mesma disse, não tinha como mudar de pai.

*

  Na cozinha a loira pegou um pedaço da torta antes de responder a mais uma pergunta do Winchester.
  - Quando eu tinha cinco anos meus pais morreram nas mãos de demônios... É bem clichê, mas foi isso, eu fugi e chamei ajuda. Como pode imaginar, ninguém acreditou quando eu falei dos olhos ou nada, pensaram que estava impressionada e me mandaram para um orfanato onde cresci e onde conheci e , a ideia de vingar as mortes dos meus pais nunca me abandonou, mas, até conhecer , não fazia ideia de como e fiquei completamente surpresa quando ela acreditou na minha versão maluca da história...
  - Ela sabia como matá-los? – o caçador perguntou curioso.
  - Os pais da , que ela descobriu serem adotivos, também morreram por causa de demônios e ela acabou descobrindo acidentalmente do sal. Isso não os matava ela mesma disse isso, mas tínhamos bons motivos para querer descobrir como matá-los, não descobrimos, porém aprendemos a exorcizá-los e mais algumas coisas com as pesquisas da ruiva. Quando ia sair do orfanato quis ir comigo e eu não poderia negar a ela o direito à sua vingança. No fim, escolheu essa vida para ela também e então, nos tornamos caçadoras. - explicou.

***

  Enquanto isso Kevin seguia Edgar, suas mãos estavam amarradas fortemente com uma corda e sua boca estava com uma fita. Lembrou-se da expressão da sua mãe quando o homem ao seu lado matara o anjo que o levara para casa, pensando nisto as memórias de preencheram sua mente e se arrependeu imediatamente de ter perguntado se o anjo não poderia protegê-lo em casa, se tivesse aceitado o convite da caçadora nada daquilo estaria acontecendo...
  Tinha certeza de que aquele homem era um leviatã, não era difícil imaginar o que queriam com ele...

***

  A ruiva acordou com alguns feixes de luz contra seu rosto, abriu os olhos preguiçosamente e viu o sol através da janela. Sorriu fracamente e levantou-se preparando os planos para o dia. Sentia-se pronta para caçar alguns leviatãs.
  Desceu os degraus de dois em dois e cumprimentou Meg de forma sorridente antes de seguir para a cozinha.
  - Bom dia, casal. – desejou ela enquanto pegava uma caixa de leite na geladeira.
  Os dois caçadores a olharam assustado por toda aquela alegria repentina.
  - Hey ruiva, você está bem? – o Winchester perguntou assustado.
  - Olha lá fora, aquilo é Sol e está brilhando! Como eu não estaria bem? Consigo sentir a vitamina D entrando nos meus poros. – sorriu ela e então deu falta de alguém muito importante. – Onde está o anjo?
  - Não o vi hoje... – a loira começou a responder, mas no minuto seguinte lá estava o anjo com o semblante confuso.
  - Eu estive pensando... Macacos são tão inteligentes e sensíveis. Eles descascam as bananas que comem. Temos mesmo que testar cosméticos neles? Batom é tão importante assim pra você, Dean? – o anjo perguntou.
  Os três caçadores o encararam sem saber o que dizer. Dean ainda procurava uma resposta para dar ao anjo quando finalmente se recuperou.
  - Qual o problema anjo? Onde você esteve?
  - Eu estive observando a natureza e as abelhas... – começou ele para a surpresa de todos novamente. percebeu o olhar decepcionado do caçador, Dean não podia negar que observando ele e a ruiva na noite passada ele tivera esperança de que o velho Cas voltaria.
  - Ok, eu não quero saber. Acho melhor nós focarmos em uma coisa: Dick Roman. Temos que mandar esses leviatãs de volta do buraco de onde saíram. – o interrompeu, no mesmo momento em que Sam descia a escada.
  - Sobre isso, eu achei uma coisa. – o caçador se aproximou com o caderno onde estavam as anotações de Kevin e abriu para que todos lessem.
  - Três caídos? – perguntou a si mesmo onde conseguiriam aquilo.
  - Okay, o primeiro é de um anjo caído... – especulou a ruiva, começando a refletir sobre aquilo. – Então os outros dois...
  Sam sabia que a ruiva chegaria à mesma conclusão que ele chegou à noite passada.
  - Então, “corte a cabeça e o corpo caíra”. – leu Dean. – Todos nós concordamos que é a cabeça de Dick, certo?
  - Certo. – responderam.
  Em um canto mais afastado da cozinha Castiel esticou um frasco com seu sangue para a ruiva.
  - O que isso significa? – perguntou ela, mas ele não respondeu, pois a garota já sabia a resposta. – O que vai fazer, Cas?
  - Se precisar de qualquer coisa, só me chame. – sussurrou ele antes de desaparecer.
  - Cas, não! – ela tentou impedir, tarde demais chamando a atenção dos outros. – Pelo menos deixou o sangue. – disse dando de ombros de forma fria, seu coração não sentia-se assim.
  - Ok, então temos o sangue do Cas e concordamos em matar Dick, mas e depois? O resto... Eles vão apenas... Cair mortos? – Sam especulou.
  - Talvez. – murmurou a loira olhando as anotações do caderno.
  - “Talvez” é bom o suficiente para vocês? – perguntou o mais novo ao mesmo tempo em que a morena adentrava a casa.
  - Então nós vamos ter que entender qual é a pegadinha. – disse ficando ao seu lado.
  - Talvez essa seja a pegadinha, Deus não está nos contando o detalhe. – murmurou a ruiva.
  Os caçadores se entreolharam sem saber o que fazer, tinham que encontrar uma resposta para a pergunta de Sam.
  - A Palavra é de Deus... O quanto isso pode melhorar? – Dean perguntou a si mesmo.
  Sem uma resposta tomaram o café da manhã em silêncio e todos se dirigiam para seus notebooks à procura de uma pista. Dean encarava o caderno como seu uma pista pudesse saltar milagrosamente dali, procurava em alguns livros do local e ainda pensava sobre aquilo.
  - Um é do anjo... – murmurou para si mesma. – Então os outros dois... Ah, não.
  Os caçadores encararam enquanto a ruiva chamou o Winchester mais novo. Ela fez sinal para que este se sentasse na cama.
  - O primeiro é do anjo, o segundo é do governante dos demônios, ou seja, Crowley... E o terceiro, e não menos pior, é um Alfa. Sério mesmo? – perguntou a ruiva.
  - Sabia que chegaria a essa conclusão... – suspirou.
  - Fora de cogitação! - cortou ela.
  - Eu sei que você não tem boas recordações de Crowley...
  - Sam, não é por mim, okay? É claro que não me agrada negociar com ele e, sim, tenho péssima recordações dele, mas, é como disse Meg, Crowley sempre é um problema. Como vamos confiar que ele vai dar o sangue dele, ou até mesmo se vai nos ajudar? Ou, o pior, e ? Se ele a ver aqui vai querer levá-la para o lugar sinistro que a estava mantendo antes, e, também, tem Meg prometemos segurança a ela...
  Sam escutava a garota atentamente. Sabia que não concordaria com aquilo, porém que solução mais tinham além desta? Deixar os leviatãs continuarem por mais qualquer tempo na terra além do necessário não era uma opção.
  - Eu sei que o que estou pedindo é... Difícil, mas faça por . Você, mais que ninguém, sabe como é esse lance de sangue de demônio, e não pediria isso a você se não soubesse como ela se sente...
  O caçador não sabia o que disser. Ele e sabiam que não havia outra forma, e Sam não ia prometer algo que não iria poder cumprir, ainda assim queria dizer à ruiva que as coisa se ajeitariam. O Winchester não sabia, nem um deles imaginava... Ainda.
  Os dois se encararam por longos minutos, o tempo que foi necessário para a garota perceber que o caçador não estava prometendo nada.
  - Eu não aceito! – declarou por fim. – Quer saber? É isso, eu não aceito. Sei pesquisar, vou encontrar uma solução que não envolva Crowley nem alfas, até porque, eles nem existem mais.
  A ruiva desceu as escadas sem esperar por uma resposta, chamando a atenção de todos.
  - Consigo encontrar outra saída. – anunciou. – Sei que está é, supostamente, a palavra de Deus, mas eu pesquiso, é isso que eu fiz a vida minha vida toda e, se me derem um prazo a mais, vou encontrar uma saída.
  Os presentes se pensaram por alguns instantes sobre a atitude impulsiva da garota e não demoraram a perceber que tinha algo errado com o plano.
  - Qual o problema? – perguntou, a morena, sem desviar os olhos do computador.
  - A pequena Cole quer salvar o dia. Assim como o anjo. – Meg supôs rolando os olhos.
  - O plano é péssimo. – disse ao mesmo tempo.
  - O que há de errado com o plano? – O Winchester mais velho agia como se começar um plano baseado no “talvez” o agradasse. Todos sabiam que não.
  - Por favor. Uma semana, e, se não conseguir, vocês podem fazer o que deve ser feito e eu aceito, só me deem uma semana. Só isso. – a ruiva implorou. Ninguém entendia o porquê do problema com a palavra de Deus, tinham consciência de que poderia ser um plano falho, ainda assim, era tudo que tinham. Nenhum deles pensava que precisariam se aliar à Crowley.
  - Ruiva, uma semana a mais para você é uma semana a menos para as pessoas que estão sendo, literalmente, comidas por aqueles bocudos lá fora. – Dean falou de forma racional, seu irmão que descera logo após , observava atentamente.
   não tinha argumento contra o fato exposto da forma que o loiro fizera. Compreendia que estava colocando seus sentimentos e o da sua irmã acima da vida de outras pessoas, mas, apesar de ser uma caçadora era humana, tendia ao egoísmo.
  - Três dias. – pediu.
  - Diga por que não quer seguir o plano original. – intimou o Winchester mais velho. Os demais assistiam em silêncio, esperavam a resposta da garota enquanto a mesma tentava formular uma sem dizer suas verdadeiras razões.
   - É um péssimo plano. – repetiu.
  - É, eu entendi na primeira vez que você falou, ruiva, acontece que não acredito em você e, até que confie em nós e diga o verdadeiro motivo para isso tudo, seguiremos o plano original. – decretou o Winchester para a surpresa geral.
  - Para inicio o meu nome é e não “ruiva” ou “pequena Cole” ou nada do tipo, segundo eu não te conheço de verdade para confiar tudo que sei em você, até agora nós nos toleramos por conveniência de ambas as partes, interesses mútuos. Eu ajudei com o seu irmão e com o seu anjo em troca você me ajudou com a minha irmã e foi isso. Não estabelecemos nenhuma relação à base de confiança. – enunciou. – Agora estou dizendo que posso fazer um plano melhor do que apenas confiar que talvez todos os outros leviatãs morram quando cortarmos a cabeça de Dick. Simples assim.
   e se levantaram prontas para intervir. Sam se aproximou do irmão. Os três se preparavam para apartar e defender. Meg parecia entediada, como sempre.

***

  Kevin digitava rapidamente tudo que conseguia traduzir da tabua entregue por Dick. A imagem da sua mãe presa se repetia na sua cabeça e não podia deixar de sentir-se culpado. Pensou que se a ruiva estivesse ali, de alguma forma, daria uma forma para que se sentisse melhor. O leviatã chamado Edgar deixara o cômodo seguido por Dick momentos antes. Procurou rapidamente por qualquer forma de escapar dali e encontrou a porta aberta, para sua surpresa.

***

   seguiu a irmã rumo ao andar superior.
  - Qual é o real problema com o plano? – perguntou captando a atenção da ruiva que adentrava o quarto.
  - Eu já disse, é um plano ruim. Péssimo na verdade... – respondeu e se jogou contra a cama.
  A morena ficou por ali a encarando, buscava o que dizer sem nada encontrar. Conheciam-se há tanto tempo, eram como irmãs uma para outra, ainda assim não encontrava forma de recuperar o contato que perderam ou uma maneira para mudar as palavras que dissera. A outra garota observava o teto, sabia que procurava o que dizer, seu dom dava a ela a sabedoria que precisava para perceber que a irmã estava uma completa confusão por dentro. Esperou pacientemente.
  - , eu sinto muito.
  - Eu sei o que você sente. – interrompeu a mais velha.
  - Sei disso, mas me deixe falar. Por favor. – pediu . – Eu fui injusta com você. Estava magoada e com raiva, perdida, para falar a verdade. Queria culpar alguém e você foi o mais fácil que achei, porque era, e ainda é, difícil para admitir que não há culpado nesta história. Talvez Crowley seja, mas não alguém de nós. Sinto muito por tudo isso. Pelas coisas que disse a você, porque fui cruel e não tinha esse direito, por não ter estado ao seu lado durante todos esses anos...
  - Eu só queria te proteger, . Eu teria feito qualquer coisa por você, porque é minha irmã e porque eu te amo mesmo você sendo uma babaca e, apesar das coisas que você me disse, sempre, vou continuar tentando te proteger. Sinto por não ter conseguido antes. – interrompeu se levantando da cama e abraçando a irmã para a surpresa da morena.
  - Então você... – supôs a mais nova.
  - Te perdoo. Claro que sim, sua boba, eu não ficaria brigada por você por muito tempo, somos uma família e a família deve ficar junta. Sempre.
  As duas se abraçaram. A vida que viviam era solitária, uma vida onde tudo que tinham era a família. Não iam perder uma a outra.
  - Você não é um monstro. – disse olhando a irmã nos olhos. – Você é você, a minha irmã. Eu vou até o inferno se for preciso para te convencer disto, embora eu não morra de vontade de ver o Capiroto.
  As duas riram por um momento, voltando a serem as duas crianças que se conheceram no meio do medo e do desespero.
  Elas conversaram por algum tempo evitando temas delicados. não queria falar sobre Crowley e não desejava falar nada que não fosse humanamente comum. Ao voltarem para a sala, o clima ficou pesado, Dean não gostara nem um pouco da forma que a garota se pusera instantes atrás.
   reparou que e sentaram-se próximas e desconfiou que tinham se acertado, como sempre. O Winchester percebeu o que a loira observava, passou o braço por cima do ombro da garota em sinal de apoio. A caçadora sorriu o beijando.
   viu a cena e, para implicar com a irmã mais velha, fez um barulho de nojo.
  - Vão para um quarto! – gritou quando começaram a se empolgar e jogou uma almofada que acerto a cabeça do Winchester.
   que até então estivera perdida pensando em onde estaria o anjo sorriu a ver a morena e a loira se olhando mortalmente. e amavam implicar uma com a outra e a ruiva sabia que a irmã mais nova só estava devolvendo as piadinhas que fazia quando uma ou outra arrumava algum romance.
  - Estou indo checar como está o plantio de Dick, alguém vai comigo? – anunciou.
  - Podemos ir no shopping, preciso de roupas? As minhas ficou no meu antigo, e morto, Mustang. – pediu a morena que estava com as roupas das irmãs.
  - Você roubou um Mustang? - perguntou Sam.
  - Qual o problema? Precisava de um carro e ele era lindo. – defendeu-se.
  - Ela precisava de um carro e eu quero ter algo para fazer enquanto vocês continuam com esse plano maluco. Agora podemos ir?
  - Vocês não podem sair por ai assim, tem anjos atrás de você e o rei do inferno atrás da . – a loira adiantou-se, preocupada.
  - Eu vou com elas. – Meg se ofereceu ao mesmo tempo em que as duas diziam saber se cuidar.
  E assim as duas caçadoras saíram seguidas pela demônio.
  A casa permaneceu em silêncio por algum tempo, antes de Dean intimar:
  - Então, você vai nos contar o que está acontecendo, Sammy?

***

  Sam explicou a eles o que estava acontecendo. O fato de Crowley estar envolvido nisto foi o suficiente para a loira apoiar a irmã em procurar outra saída, ao contrário, Dean continuou apoiando o plano original, sabia que era a única chance que tinham.
  - , é a palavra de Deus, se existisse uma outra forma, você não acha que ele teria nos dito isso? – o caçador tentou convencê-la.
  - Nos aliar ao Crowley é romper com e , eu já falhei muito com elas não vou falhar novamente.
  Dean entendia o sentimento da garota, ela só queria proteger a sua família, assim como ele mesmo fazia em relação a Sam. Mas naquele momento eles tinham que pensar em todo o mundo.
  - Tenho certeza que elas querem acabar com isso tanto quanto qualquer um de nós e, se para isso temos que envolver Crowley, elas não negariam. – o mais novo tentou convencê-la, mas outra parte de si o dizia o oposto.
  A loira colocou a cabeça nas mãos. Era seu trabalho salvar todo mundo, era sobre isso que se tratava ser uma caçadora. Sobre por os sentimentos num canto esquecido e fazer o que precisava ser feito, sempre fora boa com isso, mas agora que envolvia sua família e como as coisas tinham mudado ela não tinha mais tanta certeza se queria realmente acabar com tudo aquilo.
  - Elas não vão me perdoar Dean. – sussurrou.
  - Claro que vão, não seja tão pessimista. – Dean respondeu afagando as costas da garota que balançou a cabeça negativamente.
  - Não vão, não. – resmungou ela escondendo o rosto. O caçador rolou os olhos com a atitude dela.
  - ... – chamou suavemente, enquanto Sam voltava para sua pesquisa. – , ela vão entender, elas sabem que é a única forma de salvar todos nós e mandar os leviatãs de volta para o lugar de onde vieram.
  - Eu sei, é o que qualquer uma delas quer, mas não desta forma. – respondeu a loira o encarando.
  - Se é o que elas iriam querer, vamos chamar Crowley, elas vão entender quando tudo estiver feito e vão te perdoar. – garantiu o Winchester.
  A loira o observou atentamente, o tom que ele usara mostrava que não estava aberto à discussão, e ela conhecia suas irmãs o suficiente para saber que, se não fosse pelo fato do que aconteceu com , qualquer uma seguiria com o plano.
  - Ok, mas vamos chamar o desgraçado agora antes que eu mude de opinião. – a garota falou.
  - Essa é a minha garota. – Dean comemorou.
  Os três arrumavam tudo rapidamente quando o anjo apareceu no cômodo.
  - Vocês estão certos de que isso é o certo a fazer?
  - É o que deve ser feito. Alguém tem que mandar esses leviatãs de volta para a casa. – respondeu Dean segurando a faca contra a pele.
  No minuto seguinte o demônio aparecia.

***

  As irmãs colocaram as ultimas sacolas no carro e logo as três estavam seguindo de volta para a casa de Bobby. A manhã tinha sido movimentada e as garotas comprar mais roupas do que seriam capazes de usar durante o ano, mas apesar das compras exorbitantes em cartões de créditos falsos, o tempo serviu para que as duas se reaproximassem.
  - Isso tudo está bizarro! – exclamou . Observando a cidade que desaparecia atrás do carro.
  - Dick está transformando as pessoas em mortos-vivos. Isso está completamente fora de controle. – confirmou a ruiva voltando às antigas preocupações.
  Meg rolou os olhos observando ao redor, estava estranhamente quieto na cidade, nenhum demônio fora encontrado e ela começava a se preocupar com isso.
  - Hey, pequena Cole, consegue sentir algo diferente? – perguntou a demônio e a garota se encolheu levemente. Não queria conversar sobre o dom na frente da sua irmã, sentia-se errada, não era normal.
  - Não, Meg, não sinto nada diferente. – respondeu sem tirar os olhos da estrada.
   percebeu que a irmã ainda não gostava de conversar sobre seu dom, ele era tão sutil que às vezes ela própria esquecia que a irmã o tinha. A morena perguntou-se quem seriam os pais da garota ao seu lado.
  Meg no banco de trás mexia as mãos nervosamente, seu instinto dizia que havia algo errado.
  - Pare o carro! – gritou de repente. Assustando , que quase bateu uma árvore antes de conseguir recuperar a direção do carro.
  A ruiva se recuperava do susto de quase bater seu amado carro enquanto, ao seu lado, repassava a imagem que vira antes.
  - Crowley... – sussurrou a morena assustada, e logo a irmã olhou em volta à procura do demônio. – Não aqui, em casa. – explicou.
  - Não, eles não fariam... – tentou dizer a si mesma.
  - O quê? Crowley? O que aqueles imbecis pensam que estão fazendo? Tínhamos um acordo! - Meg protestou.
  - Vamos resolver isso, Meg, não se preocupe. – tentou acalmá-la.
  - Lamento, pequena Cole, mas estou caindo fora. Adeusinho...
  - Meg, não! – pediu, mas a demônio já não estava mais lá.
  O carro ficou em silêncio novamente. não queria pensar em como a irmã se sentia, porque ela própria se sentia um pouco traída, mesmo quando seu lado racional dizia que os Winchesters e tinham feito a coisa certa.
  - Era sobre isso? O plano envolvia Crowley? – perguntou ao juntar as peças.
  - Era. Sinto muito.
  A ruiva ligou o carro novamente e continuou o caminho até a casa. Não esperava que eles fossem agir tão rápido, na verdade pensou que ganharia os três dias, mas pelo visto não. Iriam ter que confiar no demônio.
  - Ele vai me levar de volta. – sussurrou a morena, seu tom não demonstrava medo, era uma constatação.
  - Não, ele não vai. – afirmou a irmã. acreditava que talvez agora que aprendera a lidar com seu dom, pudesse proteger a irmã.

***

  Kevin acabara de digitar a tradução da Palavra de Deus para Dick e, aparentemente, sua mãe fora liberta.
  - Bom trabalho você fez aqui. Princeton ficará feliz em receber alguém como você, mas infelizmente, terei que pedir sua presença aqui por mais um tempo. – murmurou Dick.

***

  - Ora, ora. Olá rapazes, vejo que possuem companhia. – o demônio chegou tagarelando. – Olá , é num prazer finalmente conhecê-la, parece ser brilhante assim como as duas que você chama de irmãs. Não tanto quanto minha pequena e não mais que a minha querida filha, mas ainda assim brilhante. E, Castiel, que desprazer te rever, pensei que finalmente morrera, porém vejo que me enganei...
  - Crowley, te chamamos aqui por um motivo! – Dean interrompeu.
  - Claro que têm um motivo, por que mais chamariam um pobre diabo...
  - Te chamamos aqui por que descobrimos uma forma de mandar os leviatãs de volta para o purgatório. – interrompeu .
  - Mas para isso precisamos do seu sangue. – completou o caçador, captando a atenção do demônio.
  - Onde está a pequena ? – perguntou e Castiel se mexeu incomodado com a pergunta do demônio.
  - Dane-se onde ela está. – Dean respondeu incomodado com o fato de a loira estar no mesmo recinto do demônio, mesmo sabendo que ela conseguiria se proteger bem sozinha seu instinto era maior.
  - Como descobriram isso? – sondou.
  - Não importa, vai nos ajudar ou não? - Sam intimou.
  - Com prazer, mas não agora. Primeiro vocês devem ter tudo o que irão precisar e só então darei meu sangue a vocês, afinal não posso correr o risco de vocês por ai com um frasco do meu sangue...
  - Precisamos de um alfa, sabe onde arrumar um? – a loira o interrompeu.
  - Por que ele deveria saber onde está o maldito alfa, se nem ao menos deveria estar aqui?! - se pronunciou assim que abriu a porta.
  - Minha querida , sempre tão delicada... – o demônio ironizou. – Sentiu minha falta?
  - Não, nenhum pouco. Por que você não volta para o inferno mesmo?
  - Pergunte para seus amigos aqui, já que aparentemente eu sou necessário para resolverem o caso com os leviatãs. Má noticia não? – Crowley provocou.
  - Sim, péssima. – rosnou a garota dando alguns passos na direção do demônio, mas foi impedida por Castiel que a segurou.
  - , que filha mais ingrata eu fui arrumar...
  Castiel se posicionou na frente das duas recém chegadas e silenciosamente se perguntou por Meg.
  - Veja só, está faltando uma... Meg, Meg, vai ser bom encontrá-la novamente. – murmurou o demônio para si mesmo. carregava um olhar desesperado. - Para a sorte de vocês eu soube por fontes muito confiáveis que ainda resta um alfa...
  - Que fonte? – interrompeu .
  - Eu. Mantenha os amigos perto e os inimigos blá, blá... Pensei que fosse mais inteligente filha.
  - Ele tem espiões. – explicou rolando os olhos, era lógico que o demônio não era descuidado. Torcia para que Meg conseguisse escapar.
  - Bom, rapazes e garotas, tenho que ir. Pode ficar com eles por enquanto, querida, papai vem te buscar quando der a hora. – provocou Crowley desaparecendo.
  - Onde está o alfa? – gritou Dean e as chamas cobriram a mesa. – Só precisava de um papel. – resmungou.
  O silencio perdurou alguns instantes.
  - Eram apenas três dias, era tão difícil para você esperar, Dean?
  - Para mim não, para o mundo sim. – respondeu ele subindo as escadas. – Qualquer um que não seja a ruiva e a morena que está sendo caçada por demônios pode vir.
  - Bitch. – xingou , jogando-se contra o sofá.
  - Está tudo bem? – Castiel perguntou sentado-se ao seu lado.
  - Pareço bem? Meg foi pega, o que significa que não cumprimos nossa parte do acordo. O loiro está agindo como se tivesse cinco anos e fosse o comandante do parquinho e, agora, Crowley sabe onde encontrar .
  - Vai ficar tudo bem...
  - Você chegou a esta excelentíssima conclusão observando os macacos ou as abelhas? – a ruiva respondeu mal-humorada.
  O anjo olhou um pouco ofendido a ruiva que começava a se arrepender do que tinha dito.
  - Sinto muito. – ela disse rapidamente. Castiel assentiu e continuou em silêncio.
  - Por que eu não posso ir? – perguntou indignada.
  - Porque tem mais demônios do que eu posso contar lá fora e um passo e estamos as duas, nas mãos de Crowley. – respondeu contra gosto.
   desceu de mãos dadas com o caçador e com uma mochila nas costas, assim como Dean e Sam.
  - Se cuida. – murmurou Sam ao passar pela morena que observava a movimentação indignada por não poder fazer parte da caçada.
  A preocupação do caçador fez com que ela cedesse, sabia que só queriam protegê-la, ainda assim sentia-se uma inútil por não poder ajudar.
  - Se cuida você. – sussurrou para ele.

***

  A noite já caíra quando Dean parou o carro na frente de uma mansão.
   não pôde evitar lembrar-se de filmes de terror ao olhá-la, algo não estava certo ali, não precisava da sua irmã sensitiva para saber isso.
  - Qual o problema? – perguntou Dean percebendo a inquietação da garota.
  - Nenhum... Mas você não acha que está quieto demais?
  - Está de noite, já devem ter ido dormir... – supôs Sam.
  - Ou então é uma armadilha... Peguem as coisas, vamos entrar. – anunciou o mais velho.

Capítulo 22

  Kevin estava apavorado. Perdera-se no tempo que passou desde que entrou ali. Precisava escapar, logo. O que lhe acalmava era saber que sua mãe estava bem, e isso era a única boa notícia. Entretanto Roman ainda o mantinha ali. Talvez se encontrasse uma maneira de entrar em contato com ela o ajudasse a se libertar. Outro problema era que não sabia onde “ali” era.
  O profeta encarava a porta à procura de uma solução quando essa foi aberta e uma garota loira entrou. Ela não parecia muito consciente do que acontecia à sua volta e não parava de comer de forma que Kevin chegou à conclusão que os leviatãs enfiaram algo ali.

***

  Dean e Sam entraram na casa, seguidos por , prontos para acertar qualquer potencial inimigo. Grande foi a surpresa dos três com o que encontraram na cozinha.
  - O que é isso? – perguntou a loira tomando a frente. Aproximou-se da mesa lentamente e em momento algum soltou o facão. Os irmãos também se aproximaram para confirmar o que viam.
  A mansão estava em total silêncio e os corpos dos vampiros estirados em uma mesa davam um ar sombrio ao local. Os caçadores se entreolharam sem saber o que aquilo significava. Dean aproximou-se da garota atento a qualquer movimento.
  - Desde quando há outro modo de matar vampiros? - o Winchester mais velho se perguntou.
  - Acho que desde agora. – Sam respondeu e então algo na parede chamou sua atenção. O casal observou o rapaz ir até a parede e não demorou a entender o que ele procurava.
   ainda sentia-se estranha quanto aquilo, havia algo errado ali e não eram os vampiros estirados com as bocas inexplicavelmente queimadas. Pode-se chamar de sexto sentido, porém tinha certeza de que algo naquela casa não se encaixava.
  O Winchester parou sua procura ao ver a hesitação da garota.
  - O que houve, ?
  - Nada. – respondeu ela balançando os cachos dourados para dispersar aqueles pensamentos.
  - Achei. – sussurrou Sam mostrando a peça falsa que escondia um botão. Se fitaram apreensivos por alguns instantes e em seguida abriram a porta.
  O cômodo escondido era um quarto amplo e rosa, uma grande cama de casal se estendia ao centro e na parede a frente se encontrava uma lareira aonde uma pequena figura se encontrava encolhida. Assim que escutou o barulho a garota levantou-se assustada abraçada a seu ursinho. Dean segurou a faca fortemente e se posicionou a frente da loira que revirou os olhos.
  A garota devia ter seus dezessete anos, os cabelos eram castanhos escuros e vestia uma roupa infantil demais para sua idade. Ela parecia amedrontada e encaravam os irmãos atentamente. não demorou a entender o que acontecia ali e abaixou a arma.
  - Garotos, as armas. – explicou em um sussurro.
  Os irmãos abaixaram as facas imediatamente e a loira tomou a frente de forma cautelosa, aprendera com a irmã que com pessoas assustadas o melhor era a afabilidade.
  - Não vamos te machucar. – sussurrou e, como prova do que dizia, a mulher colocou a faca no chão. – Viu? Somos amigos!
  Dean e Sam dividiam a atenção entre a atitude da caçadora e a reação da garota que pareceu consideravelmente mais calma.
  - Só queremos conversar. – explicou Sam.

***

  A noite passava lentamente e, sem notícias do que ocorria na busca pelo alfa, foi dormir. continuava deitada no sofá da sala assistindo The Vampires Diares, Castiel a observava confuso.
  - Por que você assiste isso? Vampiros não são assim! – reclamou ele.
  A ruiva o encarou por alguns instantes e voltou sua atenção de volta a TV.
  - Eu gosto do Damon. – confessou ela e o anjo fez um ruído indecifrável. Os dois permaneceram em silêncio por algum tempo depois da resposta. A garota assistia atentamente e Castiel tentava entender porque se irritara ao ouvi-la.
  - Ele me lembra a você. – sussurrou e o anjo a encarou confuso. Castiel observou a TV por alguns instantes, antes dela explicar. – Não aparentemente, mas vocês dois não deixam mostrar seu verdadeiro eu por medo do que as pessoas vão esperar e por medo delas se decepcionarem, sempre se escondendo por trás de algo.
  - Eu não estou...
  - Não? Por que tem um monte de leviatãs lá fora e você não está os combatendo? Por que não sai agora e arruma a bagunça que fez? – perguntou ela. – Eu sei que não devo culpá-lo, mas o fato é que eles estão livres e que alguém os soltou. Cas, você não pode fugir para sempre, eu já cansei de falar isso para você, mas vou falar novamente: Eles precisam de você, o mundo precisa. Eu preciso! Pare de fugir.
  Castiel desviou os olhos, no fundo entendia o fato que precisava arrumar o que tinha feito. Não queria ter que admitir, mas sabia que ela estava certa.
  - Castiel, eu sinto o que você sente, eu sei o que se passa ai. – sussurrou ela colocando a mão onde batia o coração do anjo. – Sei que está com medo, está arrependido, envergonhado, mais que tudo, você está fugindo de si mesmo e isso é impossível.
  Os dois ficaram quietos, a garota ainda tinha mão no peito do anjo e este a olhava com carinho e pesar.
  - Eu errei muito com eles. – disse Castiel arrependido.
  - Tentando acertar. Isso muda um pouco as coisas, certo?
  - Não, não muda. O que eu fiz... O modo com agi... Foi monstruoso, inadmissível, não entendo como ainda estou vivo ou porque eles ainda tentam me ajudar...
  A garota sentiu os sentimentos do anjo fluírem livremente. Pela primeira vez ele não estava guardando tudo para si mesmo, estava deixando simplesmente que seus sentimentos se mostrassem e, embora fosse o que ela quisesse, não era o que ela esperava não conseguia suportar. soltou um pequeno muxoxo e afastou-se um pouco.
  - Me desculpe, não queria te machucar. Como você está? – o anjo preocupou-se dando um passo em direção a ela.
  A garota sentiu a auto aversão que o anjo sentia, a preocupação, o medo. Ela se odiou por se a responsável por parte destes sentimentos. Quis ter sido mais forte.
  - Tudo bem, Cas, fico feliz que finalmente me deixou entender... – disse num sussurro.
  - Eu te machuquei! Eu sempre faço isso com quem se aproxima, devo ir...
  - Não! – interrompeu com um grito. – Não vá! Quero te ajudar, só não estava preparada, mas agora estou bem... Deixe-me te ajudar. – pediu se aproximando.
  Castiel hesitou, estava confuso, não queria ter machucado a ruiva, tinha medo de repetir a ação.
  - Você não vai me machucar, Cas. – sussurrou ela e focou em suas próprias emoções, passou parte de todo o carinho que sentia por ele.
  - Como tem tanta certeza?
  - Eu confio em você. – respondeu e acabou com a distância entre eles. – A pergunta é: você confia em mim?

***

  A garota tomava chá timidamente, ela havia contado sua história e, apesar de sentir certa dó, algo ali não se encaixava, não estava certo... Algo como um apito de alerta soou em sua cabeça, mas ao olhar os dois caçadores eles pareciam confiar completamente na historia da desconhecida, pensou que talvez fosse algo da sua cabeça. Estava ficando paranoica.
  - Você sabe onde conseguimos encontrar o Alfa?
  - Ele tem um lugar... Para onde vai quando algo dá errado... – disse a garota parecendo incerta.
  - Vai nos ajudar a encontrar o lugar. Só precisamos do endereço. – Dean ordenou.
  - Eu não sei, porém sei de coisas que talvez ajudem... – propôs.
  A loira a olhou desconfiada. Tinha certeza de que não era coisa da sua cabeça aquela pestinha estava escondendo algo. Algo importante.
  - Tem certeza de que você não se lembra? Por que não temos tempo para brincar de esconde- esconde e isso é muito importante! – a loira tomou a palavra.
  - , vai com calma, ela está presa há anos! – Sam repreendeu. – Apenas faça o melhor que puder.
   estava sentada atrás com a garota. Dean percebia que tinha algo errado com a loira, mas iria perguntar quando estivessem sozinhos.
  No fim eles acabaram se hospedando em um motel à beira de estrada. Sam foi buscar algo sem xarope de milho enquanto a garota dormir tranquilamente. por sua vez mexia no cabelo compulsivamente, era uma mania que tinha. Dean segurou sua mão suavemente.
  - Vai me contar o que está te incomodando?
  A loira suspirou encarando as órbes verdes do caçador. Não queria preocupá-lo, entretanto queria dividir o que sentia.
  - Pode ser coisa da minha cabeça, mas acho que ela não está contando tudo que sabe. – sussurrou se aproximando do Winchester que a abraçou.
  - Ela só está com medo. – Dean acalmou-a.
   o abraçou inspirou o perfume do rapaz. A acalmava tê-lo perto de si. Finalmente tinha encontrado alguém.
  - Eu te amo. – sussurrou ela, não sabia o porquê, mas precisava dizer o que sentia. Era como se um nós estivesse em sua garganta, como se alguma coisa horrível fosse acontecer, odiava sentir-se assim.
  - O que está acontecendo com você? – Dean perguntou preocupado quando sentiu as lagrimas da garota contra seu pescoço.
  - Tenho medo de te perder. – sussurrou ela.
  - Isso não vai acontecer. Nunca. – garantiu, alisando os cabelos da garota. – Por que você está assim? Nós vamos atrás do alfa, conseguimos o sangue, matamos Dick e tudo fica bem.
   fungou e secou as lágrimas, um pouco envergonhada. Não entendia o motivo por estar tão abalada emocionalmente, como Dean tinha falado era apenas mais uma caça.
  - Desculpe.
  O Winchester a abraçou novamente e então a afastou e encarou.
  - Eu te amo, . Você não vai me perder e eu não vou te perder. É só mais uma caçada e nós sabemos como se caça! – disse ele firme.
  MISSOULA-MONTANA
  Por fim os três seguiram até a casa onde o alfa se escondia. Dean insistira para que a loira ficasse junto à garota, mas esta foi irredutível.
  Dentro do Impala Dean estava preocupado com , mesmo esta parecendo totalmente recuperada do episódio anterior. Sam tinha se encarregado de conseguir sangue de homem morto. A loira, por sinal, encontrava-se preocupada com o que aconteceria lá dentro, sempre soube o porquê não tinha escolhido ninguém para ser um casal. Agora ela começava a se questionar se ficar com Dean tinha sido uma boa ideia.
  - Vai ficar tudo bem... – garantiu Dean para ela, como se adivinhasse sua preocupação. No fundo ele estava falando para si mesmo. Começava a se arrepender por ter deixado ir junto.
  - Sim, tudo vai ficar bem. – a loira concordou a loira quando estavam fora do carro. – Mas se qualquer coisa der errado quero que saiba que eu te amo.
  - Também te amo. – disse Dean.
  Sam revirou os olhos, definitivamente aquele não parecia com o seu irmão de algumas semanas atrás. Parecia tão difícil encontrar alguém para colocá-los nos trilhos e no fim só precisou de uma loira com duas irmãs. O Winchester mais novo sorriu para si mesmo e começou a andar em direção à casa.
  Para a surpresa dos três a porta estava aberta, se entreolharam desconfiados, mas não tiveram tempo para nada, pois no minuto seguinte Sam era puxado para dentro da casa.
  - SAMMY! – gritou Dean em desespero.

***

  Na casa do Bobby
   acordou assustada após um pesadelo. e Castiel estavam na beira da cama os olhando apreensivos.
  - Está tudo bem. – sussurrou a ruiva. – Me diga com o que você sonhou.
  - Sam! Ele, Dean e foram pegos e estavam na casa do... Alfa. – sussurrou ela esfregando os olhos.
  - Foram pegos? Isso quer dizer...
  - Eu não sei ao certo, só sei que foram pegos.
   pensou por algum tempo antes de se levantar.
  - Isso muda um pouco as coisas, estamos saindo em dez minutos. – anunciou.
  - O quê? Isso é loucura. Vocês não podem sair assim. – interveio o anjo.
  Os três se encararam por um tempo, ia protestar quando Castiel adiantou-se.
  - Se ver outra coisa, qualquer coisa que indique que o alfa vai machucá-los eu mesmo vou até lá. Vocês ficam aqui. Seguras.
  - Prometa! – exigiu a ruiva, ela não era a mais animada em sair da casa com a ideia de um monte de demônios esperando por ela e sua irmã, entretanto também não podia deixar e seus amigos desamparados. – Qualquer coisa, no mesmo instante.
  - No mesmo segundo. – prometeu Castiel.

***

  SUCROCORP
  Kevin terminava de mandar uma mensagem para o celular da ruiva após usar um computador escondido. Se não conseguisse sair dali, pelo menos sabia que podia contar com ajuda.
  O profeta olhou em volta desconfiado e continuou andando silenciosamente pelos corredores vazios da empresa, quando foi surpreendido por mais um de seus carcereiros.

***

  CASA DO BOBBY
   estava em seu quarto tentando ver qualquer coisa que indicasse o que estava acontecendo com Sam, mas nada lhe vinha.
  No andar inferior, começava a trabalhar nos sentimentos do anjo.
  - Deixe fluir, Cas. Deixe-me ajudar... – sussurrava ela e assim ele fez. Sentimento por sentimento a ruiva foi trabalhando de forma que no fim Castiel não se sentisse tão mal quanto antes.
  Fizeram uma pausa quando o uso do dom da garota exigiu descanso. Ela estava jogada no sofá com os cabelos espalhados pelo colo do anjo.
  - Por que se importa comigo? Por que está me ajudando? - perguntou ele por fim.
  - Não sei. – respondeu ela sinceramente. – Antes eu pensava que todos os anjos me odiavam e, sinceramente, eu teria matado cada um só para me proteger… e então você apareceu e me fez ver que as coisas eram diferentes. Você mostrou que os anjos eram diferentes do que eu imaginava. Primeiro trocou de lugar com Sam sem hesitar e se arrependeu por te tentado me matar... E de qualquer forma eu sei como você se sente, sei que se arrependeu pelo que fez. Se alguém merece ser salvo é você, Cas, você merece estar vivo, merece que os Winchesters lutem por você.
  - Você sabe que o que estamos fazendo é errado, certo? – perguntou o anjo hesitante.
  A ruiva se sentou assustada com a pergunta de Castiel.
  - Não estamos fazendo nada. Estamos?
  - A forma como eu me sinto em relação a você e como você se sente em relação a mim... Isso é errado. – explicou o anjo.
  - Eu sei... –sussurrou ela desviando o olhar.
  - Mas de certa forma é bom. - disse ele para a surpresa de .
  - Sim é bom. – concordou. – Não deveríamos estar discutindo isso...
  O celular da garota vibrou interrompendo a conversa.
  “ é o Kevin, preciso de ajuda. Fui pego pelos leviatãs, não sei onde estou, mas sei que é uma empresa.”
  - Não! – gritou . – Não! Não! Não!
  Castiel entrou na frente da garota a fazendo parar de andar.
  - O que houve?
  - Kevin! Eu sabia que era uma péssima ideia! O que foi que eu fiz? - ela se perguntava desesperada algumas lágrimas escaparam por seus olhos, assustando o anjo.
  - , o que aconteceu? O que tem o Kevin?
  - Eu o convenci a ir, fiz ele querer ir. E o mandei direto para uma armadilha. Eu sou um monstro, deveria morrer. Talvez seu eu chamasse Inias... – a garota se culpava sem se importar com o que o anjo havia perguntado.
   desceu as escadas assustadas com os gritos.
  - O que está acontecendo aqui?
  - Aparentemente algo com o Kevin. – respondeu o anjo, ao lado da garota. A preocupação dela para com profeta voltava a acender aquele sentimento dentro dele, que se surpreendeu ao notar que aquilo era o que chamavam de ciúmes.
  A morena seguiu até a irmã e tirou o aparelho da mão dela.
  - O Kevin foi pego. – anunciou ela para o anjo.
  - Está tudo bem, , vamos descobri onde ele está... - tentou acalmá-la.
  - Não, não está nada bem! Eu o mandei para lá, eu o fiz ir para lá, o induzi a sentir que tinha feito a melhor escolha e agora ele está nas mãos de um monstro! - ela gritou e escondeu seu rosto entre as mãos, o corpo diminuto dela balançava com a intensidade de seus soluços.
  Castiel, apesar de estar com ciúmes, sofreu ao vê-la daquela forma. não sabia o que fazer, queria se aproximar e abraçá-la, mas sabia que no estado que irmã estava ia acabar passando seus sentimos e assim não conseguiria ajudá-la, mas vê-la sofrendo daquela forma, era como um soco na sua cara, como um dia ela pôde imaginar que a irmã a trairia? era a mais sensível das três, talvez por causa do seu dom ou por sua própria natureza, se ligava rapidamente e intensamente pelas pessoas e na maioria das vezes acabava sofrendo por causa disto. A vida de caçadora custava muito para ela. não sabia se um dia se perdoaria por ter duvidado da ruiva.
  O anjo percebeu a tristeza no rosto da morena também, imaginou que a ruiva a estava afetando. Sabia que provavelmente era o único a se aproximar de sem sofrer efeito do dom dela, podia permitir isso, sentir o que ela queria que ele sentisse ou ignorar, era ele quem decidia.
  - Vá rastrear a chamada. Eu cuido dela.
  A morena assentiu e correu para a cozinha com o aparelho em mãos.

***

  MISSOULA-MONTANA
  - Os Winchesters... Mais uma vez. E quem é a adorável moça? – perguntou o alfa sentado tranquilamente à cabeceira da mesa.
  - Eu sou . – disse a loira por trás dos ombros de Dean que tentava bloquear a figura da amada.
  - Ninguém te avisou que se juntar aos Winchesters é um perigo, criança?
   rolou os olhos entediada com as preliminares queria ir direto ao assunto, mas no instante, com todas as armas nas mãos dos vampiros, não estava em posição de ditar as ordens.
  - Sou crescida, posso decidir com quem quero ou não me juntar. – respondeu ela.
  O homem a olhou indiferente quanto Emilly entrou no lugar.
  - Você? – Sam perguntou estupefato.
  - Hey Sam! – respondeu ela com um sorriso.
  - Eu sabia! Você daria uma ótima atriz. – a loira murmurou.
  - Vocês queriam machucar o meu pai. – defendeu-se.

  - Eis aí um belo caso da Síndrome de Estocolmo. – murmurou Dean. Alguns vampiros rosnaram para ele, mas foram completamente ignorados pelo caçador, que continuou: - Lamento informar, mas nós não íamos. Sam têm outros planos.
  - Estamos aqui para conversar... Só isso. – disse o Winchester mais novo conseguindo em troca uma risada irônica do homem.
  - Agora que suas armas não estão com vocês! - acusou.
  - Pensamos que você poderia guardar algum resentimento... – sugeriu Dean.
  - Por que eu teria? Por terem me capturado, me torturado e me vendido ao rei do inferno? – perguntou o alfa ironicamente.
  - Esse foi mais o nosso avô. – respondeu o mais velho e um dos vampiros o acertou fazendo o caçador cair contra a mesa.
  - Dean! – gritou a loira dando um passo em direção ao caçador, mas foi impedida por um vampiro. – Dean!
  - Eu estou bem. – garantiu o caçador se levantando, a boca do rapaz sangrava e a loira perdeu o semblante calmo.
  - Eu vou matá-los... – começou a refletir o alfa.
  - Escute, está bem? Sabemos quem está matando suas crianças! – interrompeu a loira captando a atenção do alfa.
  - Estou escutando, querida.
  Dean e Sam estavam tensos, as coisas estavam saindo do controle. O mais velho não gostava do fato da sua garota estar negociando com um alfa.
  - O que você sabe sobre leviatãs? - perguntou ela parando de se debater contra o aperto do vampiro.
  - Um pouco. Eu e Roman estamos em ótimos termos...
  - Sem dúvida estão. Mas até agora o senhor não parou para pensar? – jogou a deixa no ar, pensou que mostrar um pouco de respeito ajudaria.
  O alfa encarou-a em busca de uma resposta, e a loira aproveitou do seu interesse.
  - Que tal mandar seu amigo aqui me soltar e assim termos uma conversa civilizada...
  - Gregori. – o alfa fez sinal com a mão e a garota suspirou.
  - Tem um pesticida na fórmula do xarope de milho, sem efeitos colaterais para leviatãs, mortal para os vampiros. Ou você pensou que ele ia dividir a refeição? – perguntou a loira um tanto debochada.
  - É conveniente para vocês pensarem assim, querida, a vida de vocês dependem de eu acreditar ou não nisto. – o alfa respondeu inabalado.
  - Talvez, mas pense: Até quando vai conseguir sobreviver a isso? Pode tapar os olhos e fingir que não vê, mas uma hora terá que se alimentar, por enquanto tem a nós três, mas não somos eternos! Nós temos a solução para o seu problema, mas precisamos de uma colaboração sua.
  - E agora vocês preocupam-se com a extinção dos vampiros?
  - Não, mas é melhor do que ser exterminado junto com você. – interveio Dean. O cômodo ficou em silêncio quando um garotinho com seus oito anos entrou o recinto.
  - Allan... – chamou o alfa.
  - Edgar chegou. – avisou o menino.
  O homem assentiu e ele saiu da sala. olhava aquilo horrorizada, eram apenas crianças!
  - Ótimo, precisamos de qualquer coisa que contenha bórax… - começou Dean.
  - Levem-nos. – ordenou o homem.
  - O quê? Não! – protestou a loira.
  - Um conselho, querida: Não se vive séculos tirando conclusões precipitadas.

***

  CASA DO BOBBY
   estava abraçada a Castiel enquanto chorava copiosamente, já se passara quinze minutos desde que vira a mensagem. O anjo se lembrou da mãe da garota, via agora a semelhança entre as duas, mas apesar de entender que era da natureza da garota, não podia impedir-se de se sentir enciumado.
   apareceu novamente na sala preocupada.
  - A faça parar, por favor. – a morena pediu. O anjo entendeu o que ela quis dizer o no minuto seguinte a ruiva dormia tranquilamente.
  O anjo a carregou para o andar superior e a deitou. observava enquanto o anjo a cobria e secava as lágrimas do rosto da irmã. Sem dúvida um belo casal.
  - Já imagino o que aconteceu, não precisa explicar. – disse . – É o melhor para ela. Quando acordar vai se sentir melhor, vai agir racionalmente.
  O anjo concordou com a cabeça olhando a ruiva com carinho, até momentos antes ela o estava ajudando bravamente e no segundo seguinte estava desabando, como era possível que existissem dois traços tão fortes em uma mesma pessoa? Castiel não sabia, mas a amava mesmo assim.
  - Estou procurando a fonte de onde Kevin mandou a mensagem, é de algum computador, dentro de algumas horas vou saber de onde, só preciso que mantenha dormindo até lá. – pediu a morena.

***

  MISSOULA-MONTANA
  Os três foram jogados em um cômodo amplo que se parecia a uma sala de estudos, se não fosse por algumas bolsas de sangue penduradas. Dean e Sam observaram o local, apreensivos e um tanto assustados; sentou-se em um canto e fechou os olhos.
  - Você está bem? – perguntou Dean indo até o lado da garota.
  - Vamos morrer porque o alfa é um completo imbecil idiota e aquela mini naja, aprendiz de bruxa, vadia...
  Dean sorriu para a loira e a abraçou.
  - Não vamos morrer. – garantiu o Winchester a fazendo levantar. – Por que será que nos prenderam aqui?
  - Dean, nós somos os inimigos dele, já eles são como primos-monstros ou algo assim. A quem você daria o beneficio da duvida? – Sam explicou.
  O Winchester mais velho, mais uma vez se arrependeu por ter levado junto consigo. Ela estava em perigo por sua culpa, será que todas as pessoas que se aproximavam dele tinham que morrer?
  - Vamos ficar bem. Não vamos morrer, lembra. – lhe disse imaginando o que se passava na cabeça do caçador. Em seguida algo nas poltronas chamou a atenção da garota que se afastou.
  Pegou algo ali e seguiu para porta, instantes depois, essa se abriu sem barulho.
  - Prontinho. Livres finalmente! – murmurou ela sorrindo.
  Os três correram pela escadaria até que encontraram Edgar prestes a acabar como alfa. Em um segundo Dean e Sam estavam em ação.
  O Winchester mais velho seguiu até o leviatã pelas costas, mas não conseguir surpreendê-lo. Edgar o empurrou prestes a atacar quando Sam cortou a cabeça.
   seguiu até o alfa caído em um canto da sala.
  - Sinto muito, senhor alfa. – disse ela debochada.
  - Não! – gritou Emily.
  - Fica longe, projeto de naja! – a loira bloqueou o caminho até o alfa, enquanto preparava para sangrá-lo.
  Sem que visse o alfa já estava em pé e a empurrou contra parede, fazendo com que a loira caísse e batesse a cabeça.
  - ! – chamou Dean indo até a garota.
  - Deixem Emily em paz, ela já passou por muita coisa. – ordenou o homem.
  - Que gentil, vindo do homem que a tirou da própria mãe. – debochou o Winchester mais velho ajudando a loira a se levantar.
  - Vocês querem mais uma briga ou o meu sangue? - intimou.
  A loira se apoiou em Dean e percebeu que sua testa sangrava, cuidaria disso mais tarde. Os três assistiram quando o alfa sentou-se e sangrou em uma taça. achou aquilo mórbido, mas se calou.
  - Por terem cuidado de Edgar. Agora vão! - ordenou ele estendendo a taça para a loira.
  - E o garoto... Allan?
  - Vocês estão brincando! – protestou.
  - Não! Já fizemos o suficiente hoje, te salvamos de Edgar, vamos te deixar vivo e você até ficou com a projeto Hollywood, mas não vamos permitir que continue com isso.
  O silêncio se instalou por um tempo, até que o alfa ordenou a Emily que fosse fazer as malas do garoto.
  - Agora pegue. – intimou.
   olhou os Winchesters hesitante, o alfa estava os ignorando deliberadamente. Se aproximou com cuidado e pegou a taça.
  O garoto entrou o recinto e a loira fez sinal para que ele se aproximasse.
  - Vem Allan, está com saudades da sua mãe? – perguntou ela e o menino se atirou contra ela que entregou a taça a Dean e pegou o garoto no colo.
  - Sem nenhum “muito obrigado”? – o alfa perguntou irônico.
  - Pode nos agradecer a hora que quiser por termos salvo você. – respondeu a loira no mesmo tom.
  Os três saíram apresados até o Impala onde ajeitou o menino no banco traseiro ao seu lado.
  - Vocês vão me levar de volta para a mamãe? – perguntou inocente.
  - Sim, vamos te levar para a mamãe. – respondeu a loira comm carinho.
  Dean olhou uma vez mais pelo retrovisor e viu a garota cuidando do menino.

****

  CASA DO BOBBY

  Castiel observou quando a garota começar a despertar. O lado de fora indicava que era noite novamente. Na verdade madrugada. Ela tinha dormido o dia todo e agora já sabia onde o profeta estava, tinha que esperar agora o retorno dos demais e isso preocupava o anjo.
  A ruiva abriu os olhos preguiçosamente, sentia seus olhos arderem, viu que estava na sua cama, mas não se lembrava de ter ido dormir, então uma figura captou sua atenção. Castiel sentado na beira da sua cama. Começou a se lembra do ocorrido.
  - Kevin... – sussurrou ela.
  - Já sabemos onde ele está, vamos ir resgatá-lo, não se preocupe. – o anjo apressou-se em dizer.
  A garota assentiu em silêncio e voltou a se deitar. Será que nunca conseguiria proteger quem ela amava? Primeiro seus pais adotivos, depois , agora Kevin, quem seria o próximo? Sentia-se totalmente culpada pelo que estava acontecendo, talvez morrer fosse melhor, fechar os olhos para todo o sofrimento, para a dor.
  - Não foi sua culpa, . Ele teria tomado a mesma decisão, mesmo se você não tivesse feito nada. Você só quis ajudar... – Castiel tentou argumentar.
  - De boas intenções o inferno está cheio, pergunte à Crowley. – murmurou.
  - E você vai desistir, assim? Há um dia você estava falando que eu tinha que reagir, lutar e então quando é a sua vez de fazer a mesma coisa você desiste? , há um mundo lá fora e ele precisa de você. – o anjo tentou convencê-la.
  - O mundo não precisa de mim, ele esteve o tempo todo tentando de alguma forma me expulsar dele, acabar minha existência...
  - Não diga isto. Eu preciso de você! – interrompeu o anjo. – Preciso do seu sorriso, das palavras que apenas você sabe como usar, da sua forma de ver o mundo, da sua bondade... De tudo. Eu preciso de você, !
  A ruiva o encarou atônita, lembrou-se que na madrugada anterior ele falara que aquilo era errado, contudo ali estava ele, dizendo que precisava dela, assim como ela precisava dele.
  - Precisa? Por quê?
  - Sim, preciso de você, , porque você viu o que ninguém tinha visto antes, porque você traz luz quando tudo está escuro, porque sempre sabe o que dizer ou fazer. Eu nunca me sentia assim antes, não sei mais viver sem o seu sorriso, seu seus olhos...
   Os olhos fixos, os dois se encararam, como se pudessem dizer tudo que precisavam assim, a culpa esquecida. Azul no azul, era assim que devia ser. Castiel acabou com a distância entre eles e selou seus lábios. Em um gesto automático a garota entrelaçou as mãos atrás do pescoço do anjo.
  - Lute. – pediu ele com um sussurro.
  - Você vai? – perguntou ela com os olhos fechados. Há algum tempo atrás se alguém dissesse que ela se apaixonaria por um anjo, ela provavelmente tentaria exorcizar, agora, tudo que ela queria era estar junto com o anjo, o seu anjo.

***

   comia uma maça desoladamente e com sofreguidão.
  - Por que não podemos comer torta mesmo?
  O Winchester mais novo revirou os olhos, Dean e já tinha repetido a pergunta pelo menos sete vezes desde que deixaram o garoto no posto policial.
  - A menos que queira viraram lanche de leviatã é melhor aguentar uma maça. – respondeu. A loira suspirou e Dean sorriu.
  Algum tempo depois os três estacionaram na frente da casa de Bobby.
  - Hey! Ruiva, ! – chamou Dean ao entrar o local.
  - , , chegamos! – as chamou.
   foi a primeira a aparecer, tinha uma mochila nas costas, desceu as escadas de dois em dois degraus.
  - Vocês estão realmente bem? Conseguiram o osso? – perguntou.
  - Tudo pronto, só precisamos do Crowley agora. – respondeu Sam e a garota assentiu menos empolgada de envolver o demônio novamente.
  - Está tudo sob controle ele não vai machucar você. – prometeu o mais novo. sorriu fracamente em resposta e sentou-se ao lado dele.
  - Onde está ? – perguntou jogando a bolsa que carregava em um canto.
  - Estou aqui! – a ruiva chamou na escada, o anjo a seguia de mãos dadas.
  Dean e Sam se entreolharam surpresos. e sorriram cúmplices.
  - Kevin foi pego! – anunciou a ruiva. – Precisamos chamar o filho da puta do Crowley logo.
  - Pensei que os anjos podiam cuidar dele. – resmungou Dean.
  Os caçadores ficaram em silêncio, a ideia que outro poderia se machucar os incomodava e mudava as perspectivas. O Winchester mais velho se levantou com um suspiro e começou a arrumar o que precisariam.
  - Bom, vamos chamar o filho da puta. Ninguém aqui vai se esconder, vamos ficar todos juntos, ok?
  Dean jogou o fósforo e a chama se acendeu por meros segundos antes de voltar a se apagar. Os caçadores olharam a cena, estupefatos.
  - O que está acontecendo? – sussurrou para o rapaz.
  - Lição número um: O Crowley vai te ferrar sempre que puder te ferrar. Lição número dois: confie no que uma sensitiva diz, sempre. – debochou a ruiva antes de jogar os cabelos para trás.
  - Acho que ele está tramando algo, talvez seja melhor ir embora ele ainda...
  - Pode aparecer, garota inteligente! – o demônio terminou a frase. – Hello, boys. Eu não deixaria te vir. Meg mandou lembranças
   trincou os dentes com a provocação de Crowley, ela não era a maior defensora de demônios, mas havia feito uma promessa e não conseguira cumprir com ela, isso a irritava.
  - Não se perturbe, querida , em breve você poderá fazer uma visita para ela.
  Castiel se pôs na frente da garota protetoramente.
  - Deixe-a em paz!
  - Que bonitinho. Pena que você não é o suficiente para me deter, ainda me deve por ter me escravizado na ultima vez que nos vimos. – lembrou o demônio. – Entretanto por agora, e podem ficar. Vamos aos negócios, meu sangue.
  O demônio tirou um pequeno frasco de dentro do palito.
  - Sério? Embrulhado para presente e pronto para usar? Você quer que eu acredite realmente que esse sangue é seu? – irritou-se.
  - Eu sou um modelo de eficiência, criança, entretanto não deve confiar em mim, aliás, nunca confie em ninguém. – ensinou Crowley.
   revirou os olhos, cansada dos joguinhos do demônio. tentava passar a mais despercebida o possível.
  - , eu vou pegá-la e levá-la para casa, mas por enquanto pode ficar. Vocês precisam encontrar Dick e Castiel precisa ajudá-los. Não precisa?
  - Eu não luto mais... – o anjo começou.
  - Vamos lá, dadas às particularidades você deveria considerar... Afinal você é vital! – falou Crowley e jogou o frasco para Sam e desapareceu em seguida.
  - O que ele quis dizer com isso? – perguntou a ruiva preocupada.
  - Nada. Não se preocupe. - Castiel respondeu sem a olhar.
  - Mas você está preocupado. – afirmou ela e o anjo se arrependeu por deixar seus sentimentos tão claros com a garota ao seu lado.
  Os quatro caçadores observavam o casal que se encaravam. Por fim, deu um suspiro e caminhou até a porta.
  - Não vai conseguir esconder para sempre. Vamos nos preocupar com Dick.

***

  Os caçadores dividiram-se, , , Sam e Dean no Impala, e no Chevy, e Castiel.
  - Cas, por que Crowley tinha tanta certeza que você deveria nos ajudar?
  - Darei cobertura para vocês e vou ajudar se alguém se machucar, mas não vou lutar. Crowley estava enganado. – afirmou o anjo.
  - Você disse que ia nos ajudar, Cas. Você disse para eu lutar lembra? O que está acontecendo, você sabe de algo e não quer nos contar! Não é justo! – acusou.
  Castiel não respondeu porque era exatamente o que ele estava fazendo, e sabia que era realmente injusto.

***

  Era noite quando pararam na frente da SucroCorp. Claro, Dick já imaginavam quem estavam a caminho.
  - Droga! – resmungou Dean olhando para a imagem das câmeras de segurança.
  - Temos que pensar o que fazer primeiro. – As disse o obvio.
  Os três carros seguiram para o motel mais próximo.
   - O que aconteceu? – perguntou assim que entraram no quarto.
  - O Dick fez outros Dicks. – explicou Sam.
  - Ele deve ter guardado parte da peça original. – supôs .
   Os cinco se juntaram em busca de uma solução. Castiel ficou afastado olhando a noite além da janela.
  - Hey, avoado, qual o problema? – perguntou Dean percebendo que o anjo estava distante.
  - Já pensaram em ter um gato? Precisamos de mais uma espécie aqui. – explicou o anjo. A ruiva o encarou com os olhos arregalados, sentiu-se decepcionada. Tinha consciência de que não seria fácil trazer de volta o antigo Cas, mas pensou que ele pelo menos lutaria um pouco.
  - Você tem algo a dizer no assunto Dicks? – o Winchester ignorou o primeiro comentário do anjo. – Crowley parecia convicto de que você poderia ajudar...
  - Eu não posso ajudar. – interrompeu o anjo, para a surpresa geral. – Vocês não entendem? Eu não posso. Eu destruí... Tudo. E vou destruir tudo de novo.
  A ruiva sentiu-se mal pelo anjo, sabia como ele se sentia, mas vê-lo sofrendo mesmo quando ela tentava ajudar a fazia sofrer também. Estava pronta para ir até ele quando o anjo propôs:
  - Vamos apenas deixar isso assim, por favor?
  - Não, não podemos!
  - Dean... – a loira o repreendeu sem sucesso.
  - Você deixou essas coisas entrarem, então basta apenas ficar por perto, e não queremos o maldito gato. Ninguém se importa se você está quebrado, Cas. Limpe a sua bagunça! – gritou o Winchester.
  - Já deu! – interrompeu ficando entre os dois. – Chega!
  O anjo já não estava mais ali.
  - Ótimo, Dean, você acabou de espantar nossa única esperança e de magoá-lo mais do que já estava. Espero que esteja feliz! – acusou a ruiva.
  - O que quer dizer com única esperança? – perguntou Winchester mais novo.
  - Eu passei algum tempo com o anjo, o suficiente para conhecê-lo, aparentemente, mais que vocês. Já pararam para pensar que estas coisas estavam dentro dele? Cas pode ver além dos corpos, porque conhece cada um deles. – explicou.
  - Isso significa que ele sabe quem é o verdadeiro Dick Roman. - concluiu .
  - Exatamente, mas você o espantou, por que não se importa com nada mais do que salvar a sua pele, não é Dean?
  - Chega, não podemos nos virar uns contra os outros agora. – interrompeu . – Não vamos chegar a lugar algum assim e o nosso verdadeiro alvo ainda está à solta.
  O silêncio foi o que ouviram por alguns instantes, antes que um farfalhar de asas denunciasse a chegada de alguém.
  - Dean, podemos conversar?
  - Cas, você não precisa... – a ruiva se adiantou.
  - Tudo bem. – o anjo garantiu.
  Os caçadores saíram do quarto por alguns instantes e por fim tinham um plano.
  - Cuidem bem do meu bebê. – ordenou o Winchester.

***

  O som de AC/DC balançava o carro que entrava o pátio da empresa em alta velocidade. viu um enorme vidro com o slogan.
  - Preparem-se! – avisou antes de partir de encontro à ela, em seguida as irmãs saiam do entrando em ação.
  Dean, Cas e Sam aproveitaram a distração que as garotas eram para invadir o local sem serem percebidos. Lá dentro o anjo o e o Winchester mais velho foram em busca do Roman e Sam foi à procura de Kevin.
  Sam não demorou a encontrar o profeta, ele estava amarrado a uma cadeira com a boca tampada, aparentemente a hospitalidade havia acabado.

***

  Os caçadores chegaram a tempo de ver Dean acertar o leviatã, de vê-lo agonizar e então explodir. Tentaram se proteger e então, Dean e Castiel não estavam mais li.

***

  - O quê? Onde estão? – parecia desesperada. Sam procurava como se o irmão pudesse aparecer assim como desaparecera.
   de alguma forma entendia aquilo, tinha sentido que o anjo não falava tudo o que sabia no final ela preferia ter o deixado ir quando pôde.
   se aproximou de Sam solidariamente, ainda estava assustada com a forma com que tinha acabado. O Winchester a abraçou desolado.
  Crowley apareceu neste instante.
  - Hello crianças. – sorriu ele e no instante seguinte fora separada de Sam e segurada por dois demônios assim como Kevin. Outros demônios avançavam em direção a .
  - Nem pense nisto, não estou tendo um bom dia. – resmungou ela e para a surpresa de todos os demônios caíram ao seu lado se contorcendo de dor. – Solte e Kevin, agora!
  - Ora, ora, minha pequena está ficando inteligente, mas precisa mais do que isso para me deter. – disse ele sorrindo. – Estão preocupados com o que aconteceu com seus amigos?
  - O que você fez? – acusou.
  - Eu nada! Mas armas de Deus geralmente tem efeitos colaterais, deveriam colocar isso na caixa. – debochou.
  - Onde eles estão? - Sam insistiu, sem desviar os olhos da morena que parecia apavorada.
  - Não posso ajudar vocês...
   deu um passo em direção à irmã, mas Crowley atirou-a na posição oposta, fazendo com que esta batesse em uma parede e caísse em inconsciente. No instante seguinte Crowley sumiu junto com o profeta e a morena.

Epílogo

  Semanas haviam passado desde que viram Dean e Castiel pela última vez. A dor agora não era menor do que tinha sido antes. A casa toda se moldou em um novo padrão. O silêncio dominava aqui.
   encontrava-se sentada na janela com as pernas para fora, sem medo algum de cair. Dali tinha uma boa visão do Impala. Era impossível não lembrar-se da busca por , quando ela e Dean pareciam pertencer a planetas a muitas milhas de distâncias. Dois universos que não colidiam. Tinha sido há apenas alguns meses. Era como um milhão de anos.
  Sam lia o diário de seu pai pela décima vez na semana. A desculpa era procurar alguma solução, a verdade era que necessitava manter sua mente afastada das memórias de , do seu olhar amedrontado, das lembranças de que não pôde salvá-la, assim como a seu irmão.
   tinha seus avermelhados cabelos espalhados pelo colchão, enquanto fitava o teto. Tinha passado a última semana tentando em vão, ajudar sua irmã e Sam a se sentirem melhor, estava exausta pelo uso de seu dom, mas o cansaço físico nada era comparado a seu estado emocional.
  – Anjo estúpido! – resmungou segurando as lágrimas. No fundo tudo que sentia era a culpa.
  O Winchester levantou-se decidido. Iria encontrar , não importava como. Não iria medir esforços ou formas. ouviu quando a porta da sala bateu com força e não demorou a avistar Sam entrando no Impala do irmão.
  – Onde você está? – sussurrou a loira olhando para o céu.

***

  Sam estacionou o carro com cuidado, as memórias do seu irmão passavam pela sua cabeça. Já tinham perdido um ao outro tantas vezes. Desta vez não parecia haver forma dele voltar, mas o Winchester mais novo não iria desistir. Disse isso a si mesmo que iria conseguir trazer o irmão de volta de qualquer lutar que ele estivesse. Prometeu-se encontrar uma forma de encontrar e falar tudo aquilo que ele tinha adiado. Tudo que o corroia.
  Dentro do galpão abandonado, que há algum tempo servira de refúgio para um anjo em fase de recuperação, um demônio e uma caçadora, o rapaz começou a desenhar as tão conhecidas formas que trariam a ele o que precisava.

***

  A ruiva ligou a televisão que ainda anunciava o desaparecimento de Dick Roman assim como o desaparecimento em massa por todos os estados do país. Aparentemente o mundo fora salvo, de novo. As pessoas estavam seguras agora, ou, pelo menos, mais seguras que antes. não se sentia nem um pouco feliz. Preferia que todos estivessem em risco desde que as pessoas que amava estivessem ali novamente. Sentia falta da sua irmã, do anjo que ela aprendera amar em tão pouco tempo e contra todas as possibilidades, do profeta que de se tornara como um irmão mais novo e até mesmo do loiro, apesar da briga que tiveram antes Dean era como parte da família para ela.
   e haviam se acertado sem necessidade de qualquer palavra. Ambas reconheciam a dor da outra, como se fosse sua própria dor. Por fim os três tornaram-se uma família, uma família silenciosa e em luto. Ainda assim tudo que tinham.

***

  Crowley surgiu em meio a um pouco de fumaça que rapidamente se dissipou. O demônio olhou para cima, para confirmar o que já sabia: estava preso a uma armadilha. Isso não diminui seu sorriso vitorioso. O Winchester não sabia o cruel plano que o demônio carregava.
  – Ora, ora, o que temos por aqui? – Crowley iniciou seu discurso. – Lamento, Moose, mas não posso te ajudar, já disse isso.
  – Cala a boca, Crowley! Cansei dos seus joguinhos. Onde está ? – gritou um transtornado Sam.
  – Tão preocupado com a minha filhinha... No fundo você não pode calar a aberração que você é mesmo livre do sangue de Azazel, não é? – provocou. Sam não podia ligar menos.
  – Onde ela está?

***

   descia as escadas quando ouviu as noticias repetidas na TV. Correu até lá e a desligou, para a surpresa de .
  – Chega! Eu não aquento mais escutar isso! – explodiu a loira. Assim como a irmã, não queria saber se o mundo fora salvo se salvo. Não valia a pena.
  – Tudo bem. – concordou a ruiva, tentando afastar-se dos sentimentos da irmã, já era demais ter lidar com os seus próprios.
  As duas ficaram em silêncio, sem saber o que fazer. Tinham gasto todo o tempo até ali em busca de pistas sem nada encontrarem. Era sobre isso que se tratava ser uma caçadora, sobre perder pessoas e seguir adiante, tirar seu coração do caminho.
  O silêncio foi tudo que ouviram por vários instantes. As lágrimas cortaram o rosto da loira antes mesmo que esta percebesse.
  – Vai ficar tudo bem. Vamos encontrá-los. – sussurrou a ruiva abraçando a irmã.

***

  – Então... – Crowley seguia com seu monólogo. – Gostava muito dela, era uma bela garota, mais do que eu pude esperar alguma vez. Infelizmente era muito teimosa e todos sabem que eu não gosto de ser contrariado.
  Sam escutava atentamente cada palavra do demônio e algo no seu inconsciente sabia onde aquela conversa acabaria.
  – Não me importo se ela era minha filha, sabe... Eu não sou muito ligado à família. Ela estava atrapalhando meus planos... Então eu a tirei do caminho. – terminou o demônio com tranquilidade.
  – Você o quê? – berrou o rapaz petrificado. Seus membros estavam paralisados enquanto seu cérebro trabalhava na tentativa de assimilar o que o demônio disse.
  – Sinto muito, Moose.
  O demônio se divertia internamente com o evidente desespero do garoto. Sua mente começava a trabalhar nas novas possibilidades, agora que os caçadores estavam fora do negócio às possibilidades abriam-se em um enorme leque a sua frente.
  Sam se recusava a acreditar nas palavras do demônio. Tinha tanto que queria dizer, tantas esperanças, no fundo todas elas agora eram em vão. No fundo da sua cabeça tinha uma parte racional que lhe alertava para a mentira de Crowley, e esta parte aos poucos foi superando o desespero.
  Antes que o caçador pudesse dizer qualquer coisa o demônio deu o golpe de misericórdia.
  – Pensei que talvez vocês fossem querer uma lembrança. – um pequeno colar dourado captou a atenção do Winchester.
  O rapaz já vira o pequeno medalhão do pescoço da garota antes.
  – Também pensei que talvez fossem precisar de algo material para acreditar na palavra de um demônio, e você sabe, ela jamais me daria isso. – o demônio adicionou, a falta de reação do caçador o incomodou, precisava que o Winchester acreditasse nele.
  Os pensamentos estavam disparados, em desespero. Mesmo que não quisesse acreditar no demônio a parte racional não questionava Crowley. A garota não daria um trunfo para o demônio e, portanto, o fato dele estar ali com o relicário significava algo horrível. Algo que ele simplesmente não podia acreditar. Não queria.
  Sam se aproximou cuidadosamente e o demônio sorriu em vitória. O caçador pegou o colar da mão do demônio no mesmo instante que uma força o jogava para o outro lado do local. Sem querer o caçador havia destruído parte da armadilha deixando Crowley livre.

***

  O demônio caminhou tranquilamente pelo corredor fazendo questão que seus sapatos fizessem bastante barulho. e Kevin se entreolharam assustados.
  Crowley sorriu malignamente, seu caminho estava livre.

***

   dormia no sofá, após muito esforço da ruiva de acalmá-la. No lado de fora observava as estrelas que brilhavam intensamente lutando contra as nuvens para que seu brilho chegasse até a Terra.
  Algo não estava bem, conseguia sentir. Uma tensão estranha se instalava lentamente e escondida por trás dos acontecimentos. Algo maligno, que talvez fosse tão pior que os leviatãs.

FIM



Comentários da autora


  Olá meus amores quero agradecer a vocês pelo tempo que passamos juntos e pelo carinho que tiveram comigo, com Mari e principalmente com a fic.
  Nunca antes tinha postado neste site, mas logo de primeira vocês foram uma recepção e tanto. Obrigada por tudo, vocês tornaram meu ano muito mais feliz, assim como espero ter feito o de vocês um pouquinho especial.
  Boas festas à todos, amo vocês.

  Nota da Mari: Geeente, que fim foi esse :o estou super ansiosa esperando a parte 02, e vocês?
  May, como já te disse, apesar de não estar com essa fanfic desde o começo, foi uma honra betar ela, porque a história é muito legal e envolvente, você está de parabéns.
  E vocês leitores, também estão de parabéns por todo incentivo que deram a autora, vocês bem sabem o quanto isso é importante e motivador.
  Espero todos vocês na parte 02 <3