Time bomb

Escrito por Michele Garcia | Revisado por Natashia Kitamura

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Prólogo

  Bom, irei contar um pouco da minha vida bem rápido, só para haver uma base para essa historia começar com sentido e todos entenderem.
  Me chamo , mas todos me chamam de , e isso não há explicação, apenas me chamam assim desde pequena e ficou. Tenho 17 anos, quase estou fazendo dezoito e moro no Brasil, cursando o terceiro ano do ensino médio. Sou uma pessoa com uma vida normal, ou pelo menos é o que eu acho, embora meus amigos e os outros digam que eu não sou nada normal, que minha vida é perfeita e tudo... Mas não é.
  Meus pais são empresários. Eles têm uma empresa de relações comerciais e econômicas no Canadá, e por mais incrível que pareça eles não moram lá, vivem indo pra lá todos os meses mas nunca mudaram fixamente, o que eu não entendo. Não sou do tipo nacionalista, curto muito relações exteriores, não gosto de morar no Brasil, embora isso soe um pouco anti-nacional, mas não gosto mesmo. Adoro frio, neve, pele branca e inglês. Como meus pais sempre vão pro exterior, me fizeram aprender inglês desde pequena e devo confessar que mando muito bem nessa língua e adoro fala-la. Tanto que entre eu e meus amigos muitas vezes nos comunicamos em inglês. Pelo que já devem ter percebido a situação financeira dos meus pais é uma das mais sólidas possíveis, e, embora muitos me julguem de 'riquinha e mimada', não sou assim. Odeio nariz empinado e gente metida e medíocre. Acho tudo isso puro clichê social, então mantenho meus pés no chão e luto pelos meus objetivos. Tenho minhas preferências, lógico. E elas se baseiam em rock, bandas de rock. Resumidamente: All Time Low, Panic! At The Disco, McFly, Forever The Sickest Kids, The Maine... E assim vai. Não sou aquela fã obcecada pelo ídolo. Não grito, não choro, não sonho em um dia casar com ele, mas isso não significa que eu não o ame com todas as minhas forças. Eu amo e muito, só mantenho meus pés no chão e não fico sonhando alto e nem me iludindo. Claro que tenho minhas exceções, quem nunca sonhou com John do The Maine, ou com o Martin do Boys Like Girls, que atire a primeira pedra. Ah, sem contar dos olhos azuis e as sardas lindas de Daniel Jones, aquele Deus. Pois é, viram? Sou uma pessoa normal, mas minha vida é tão imprevisível que vocês vão perceber que ser normal foi o destaque para tudo começar.

Capítulo 1

  Narração na terceira pessoa.

  A manhã de segunda-feira amanheceu ensolarada aquele dia. Já eram sete horas da manhã e o grupo de alunos iam se encaminhando para as aulas matinais. O colégio era aquele típico colégio burguês, e embora muitas meninas ali se preparavam para causar com suas roupas chamativas, mesmo com o uniforme sendo obrigatório, havia uma galera que usava roupas normais e eram conhecidos como os populares, embora eles nem ligassem para essa dominação.
  - Hey pequena. - disse o garoto loiro se levantando indo ao encontro da amiga que logo chegara dando um abraço e depositando um beijo na testa dela que retribuiu com um sorriso.
  - Hey Bruno, e ae galera? - olhou para os demais amigos sentados em uma das várias muretas do pátio central.
  - E ai , estávamos conversando sobre a parada do show que vai rolar esse mês na Funchal. - disse o moreno de olhos verdes.
  - Poxa, mas já estão falando disso, Guilherme? - disse a garota rindo. - Soube que vão divulgar as bandas que virão por esses dias, vão ser três bandas gringas e algumas selecionadas nacionais mesmo.
  - Poxa, que maneiro! Não posso mais esperar pra ir, finalmente bandas decentes virão pra cá. - disse Analu, a mais baixa de todas.
  - Se morássemos nos Estados Unidos poderíamos ir em todos os shows daqueles festivais maneiros que rolam por lá. Vida de brasileiro é limitada a agenda das bandas que quem sabe, por sorte, um dia colam por aqui. - disse Guilherme com cara de poucos amigos.
  - pode ir pra lá quando quiser, mas teima em ficar aqui no Brasil. - disse Bruno.
  - Não teimo em ficar aqui no Brasil, Bruno. - começou a garota. - Meus pais que querem continuar aqui, acham que se um dia for necessário, eles vão morar lá, mas seria no Canadá.
  O sinal batera interrompendo a conversa do grupo de amigos que se dirigiram para a aula em passos lentos. Os demais iam na frente do grupo, enquanto Bruno, abraçado a iam atrás conversando.
  Qualquer um que olhasse o comportamento dos alunos da escola, veriam que muitos que passavam olhavam o grupo como se fossem os 'populares' da escola, aquele que tinham os melhores amigos e melhores estilos.
  As aulas correram rapidamente até o intervalo, onde nesse, os amigos se reuniram novamente nos bancos e começaram outra conversa.
  - Acho que vou me inscrever naquele lance que a MTV abriu para jovens que querem participar dos meetings das bandas gringas que vieram pra cá na Funchal. - disse Bruno.
  - Que parada é essa? - perguntou interessada Analu.
  - É tipo assim, a MTV esta promovendo uma seleção de algumas pessoas que querem fazer uma espécie de estágio, enquanto algumas bandas gringas vierem para o festival da Funchal. Por exemplo, eles vão escolher quem sabe falar outras línguas, quem vai entrevistar os caras, ou quem vai se sair melhor pra ficar com eles no período em que estiverem aqui.
  - Caraca, que foda! Não creio nisso! - levou as mãos a boca Analu. - Vou me inscrever pra isso também, será que eu passo?
  - Não sei, seria legal passar. Imagine ficar a turnê toda do All Time Low entrevistando e sabendo os passos dos caras, ou do The Maine? O que você acha ? - perguntou ele a garota que estava sem abrir a boca durante toda a conversa.
  - Legal, se vocês quiserem posso ver se meus pais ajudam a gente nisso. Eles conhecem os caras que selecionam esse estagio, mas sei lá, acho legal se conseguíssemos por luta própria.
  - Ah, qual é ! - disse Guilherme. - Se seus pais nos ajudassem a gente ia conseguir na boa, que custa vai? Pede pra eles! - pediu o garoto com cara de chorão.
  - Aaaaaah, Guilherme! Ok, vou ver com eles. - disse ela suspirando para a felicidade do garoto. - Não ia ser uma má idéia passar uns dias com John, Martin, Caleb e sei lá mais quem. - ela disse batendo palmas e fazendo as amigas rirem.
  - Pode ir parando ai, . - disse um Bruno com as mãos na cintura e pose de bravo. - Tenho ciúmes da minha namorada com gringos, sabia?
  Todos riram.
  - Ihhh, sai pra lá Bruno, quem disse que você é meu namorado? Sai fora. - ela disse rindo fazendo o garoto fechar a cara. - Vai ser só uma pulada de cerca com os gringos, nada que você não supere. - ela disse fazendo todos desabarem na risada e Bruno também.
  As aulas haviam terminado e cada um foi pra casa. chegou em casa animada, correu a procura dos pais, mas as empregadas disseram que eles tiveram que sair e voltariam à noite.
  Sem escolhas, a garota foi para o quarto e se jogou na cama respirando cansada pelo dia cheio na aula, o ano estava apenas começando e muitas outras estavam por vir. Estava quase pegando no sono quando o iPhone vibra em cima da mesa:
  - Alô - disse a garota.
  - Bitch! Vamos sair hoje?
  - Porra, hoje? - perguntou .
  - É, vai rolar uma festa na casa do Caio lá no condomínio, geral vai colar lá!
  - Ah, vamos então, toda nossa galera vai?
  - Sim. - respondeu a garota. - Bruno perguntou de você. - a voz da menina esbanjava uma risada.
  - Ah, sobre?
  - Se você iria. - suspirou do outro lado. - Ah, qual é , todos nós sabemos que ele sente algo por você.
  - Ah, corta essa Analu! - disse , embora a menina sabia que era verdade. Bruno sempre dava as indiretas dele para ela, mesmo sabendo que a menina só o via como amigo. - Ta bom, mas nós somos amigos desde pequenos e nada disso vai mudar.
  - Hum, sei. Tudo bem bitch, te encontro na festa ok? Beijos e diga que me ama.
  - Te amo slut, bye.

   desligou o celular rindo, se jogou na cama e pensou no que a amiga disse. De fato, Bruno sempre demonstrava interesse em ter algo a mais com ela, mais que amizade. Mas ela sempre achava uma maneira de arrumar uma desculpa para desviar de assunto, e isso já estava ficando chato. Foi pensando nisso que a menina adormeceu, e depois de um certo tempo acordou com o celular tocando, identificando a ligação de Bruno.
  - Hey, Bruno - atendeu ela com a voz embargada do sono.
  - Hey amor, vai na festa do Caio não é?
  - Vou, Analu me ligou mais cedo me contando.
  - Passo pra te pegar as oito, fechou?
  - Olha só, vou ter um companheiro ate lá que vai me levar? - disse rindo.
  - Pode ter muito mais, e você sabe. - ele disse fazendo ela rir. - Esteja linda às oito, beijos.
   ria do outro lado, realmente Bruno era um encanto. Levantou da cama e foi até o espelho que tomava a enorme parede e se olhou. Precisava arrumar uma roupa para a festa e isso tinha que ser bem programado.
  Abriu seu closet e começou a separar as roupas que agradavam, como a galera que iria nessa festa eram os mais 'do rock', como eles chamavam, ela separou uma blusa branca apertada, uma xadrez azul, uma calça jeans escura com um all star roxo e jogou na cama as roupas, antes descendo pra comer algo.
  A casa estava vazia, as empregadas estavam na cozinha, então pediu que elas preparassem algo para que ela pudesse comer e se jogou no sofá ligando a TV a cabo vendo alguns clipes na MTV à toa. Comeu um sanduíche de pasta de amendoim, seu preferido, e bebeu um chá gelado. Logo se levantou e foi até o quarto, se olhou no espelho e suspirou animada para a festa. Entrou no banheiro e tomou um longo banho, deixando que a água quente lavasse toda as energias ruins e trouxesse expectativas para aquela noite.
  Saiu do banheiro e vestiu sua roupa, fez um make básico, apenas um lápis preto, um delineador e um gloss transparente. Abriu o notebook e entrou no twitter:
  "Estou pronta para a festa do @Caio, logo mais @analu1 vai colar aqui para me buscar"
  Mal acabou de twittar o celular tocou, era uma mensagem do Bruno.
  "Hey amor, estou chegando, me espere ai fora. Beijos. xx"
  Logo sem seguida ela pegou uma maquiagem para retocar, seu celular e jogou dentro da bolsa e desceu as escadas em direção a porta.
  - Hey Maria! - gritou pra empregada que logo apontou a cabeça pelo corredor. - Vou numa festa com meus amigos, volto antes das onze, avise meus pais!
  - Pode deixar, , divirta-se! - ela ouviu em resposta.
  Bruno estava a esperando no carro estacionado em frente a casa, vestia uma linda blusa preta, uma calça jeans e seu inseparável Converse preto e branco, os olhos dele brilharam ao ver a garota entrar no carro:
  - Quando eu disse que era pra você ficar linda, não sabia que ia levar tão a sério. - ele disse fazendo ela corar.
  - Ah, não brinque, só dei uma arrumada, nada demais. - ela disse rindo.
  Ele deu partida no carro e durante o caminho ate a casa do Caio ficaram conversando sobre as coisas do show, assim que chegaram avistaram a galera que já estava lá e começaram a conversar.
  Hora ou outra Bruno olhava para a garota que conversava com a amiga, e foi em uma dessas horas que eles trocaram olhares, assim Bruno levantou e foi até ela:
  - , preciso falar com você. - ele disse coçando a cabeça atrás, ele fazia isso quando estava nervoso.
  - Pode falar, Bruno. - ela disse virando o copo com um drink vermelho.
  - Pode ser ali? - perguntou apontando um local mais reservado dos outros. Ela afirmou e eles foram, então Bruno começou. - Vou direto ao ponto porque já to começando a ficar nervoso. - ela rira. - Todos, sabem o que eu sinto por você, nos conhecemos desde o pré e eu sempre mantive o mesmo sentimento por você. - ela suspirou e ele continuou. - E acho que você também sabe, então... Queria saber se nós poderíamos dar uma chance para, hm, nós. - ele terminou rindo nervoso.
   riu e suspirou começando.
  - Bruno, te conheço desde pequeno, a gente é tão amigo, tipo considero você meu melhor amigo e você sabe disso. - Bruno suspirou entendendo o recado. - mas acho que amigos podem se apaixonar e... Bom, eu acho que podemos resolver isso. - ela finalizou fazendo a expressão de 'já era' de Bruno abrir-se em um sorriso grande.
  - Sério que você vai me dar essa chance?
  - Really! Esta mais do que na hora. - ela disse. Logo a distancia entre eles diminuiu e Bruno colocando os braços em volta da cintura da menina foi diminuindo ainda mais, ate que seus lábios de colaram e deu passagem para Bruno, selando em um beijo que durou um bom tempo, sendo finalizado com algumas mordidas leves e um selinho no final.
  - Você não fazia idéia do quanto eu esperava por isso. - ele disse sorrindo e ela apenas encostou a cabeça no seu peito, logo após eles foram se juntar aos demais amigos.
  A festa prosseguiu de maneira divertida, os convidados eram os mais popularzinhos da escola então nada que não sairia no jornal de fofocas do colégio, no dia seguinte.
  Bruno levou para a casa e após um longo banho, dormiu feito um anjo na sua cama, sonhando provavelmente com o que aconteceu, ou não.

Capítulo 2

  POV's.

  Acordei na manhã seguinte com um sono incontrolável. Olhei no relógio e vi que já eram seis da manhã e eu precisava ir pra aula. Tomei um banho rápido, vesti a blusa do uniforme, uma calça jeans preta, uma blusa de frio da JAGK e prendi meu cabelo num rabo de cavalo meio solto, em seguida descendo para o café. Como de costume, vi meus pais sentados na mesa; Papai lia um jornal francês e mamãe comia sua típica salada de frutas:
  - Bom dia dad - dei um beijo nele. - Bom dia mommy.
  - Bom dia filha - me responderam uníssonos.
  - Chegou tarde ontem? - perguntou minha mãe.
  - Não, era umas onze e pouco, Bruno me trouxe.
  - Bruno é um amor, adoramos aquele rapaz.
  - É sim, mãe. - disse comendo meu cereal e me lembrando da noite anterior onde eu e Bruno ficamos várias vezes.
  - Vai logo com isso porque senão vai se atrasar. - disse minha mãe já pegando a bolsa e as chaves.
  - To pronta - respondi me levantando e pegando a mochila. - See you dad, bye.
  Saímos de casa e minha mãe me deixou na escola, aonde logo encontrei meus amigos. Logo vi olhares sob mim, já estava acostumada com isso, mas dessa vez era sobre alguma coisa mais séria.
  Cheguei perto deles e cumprimentei todos, Bruno me deu um selinho e todos os meus amigos nos olharam sorrindo, eles estavam esperando aquilo há anos, achei até graça.
  - Viu a porcaria do jornal de fofocas? - perguntou Analu me entregando o folheto.
  - Não, é sobre mim? - perguntei já adivinhando. Ela assentiu. Olhei a primeira pagina na qual dizia: ' e Bruno finalmente assumem o romance', achei aquilo ridículo, afinal, um jornal feito por um bando de meninas sem nada pra fazer não iria estragar meu dia. Logo bateu o sinal da aula e fomos juntos para a sala. Bruno sempre tão gentil e lindo comigo. Pra quem não faz idéia, Bruno é do tipo de garoto que as meninas desejam, o típico garoto que elas dizem ser o par ideal, e pra compensar mais ainda, ele era gentil com todos, se dava bem nas matérias e tinha um corpo que 'OH MY GOSH!' Sim, aquele corpo.
  Ficamos juntos o intervalo todo, era bom estar com ele. Normalmente eu não era do tipo que me importava muito em estar com alguém, não que eu fosse do tipo 'forever alone', relacionamentos pra mim eram bons, mas não essenciais.
  Ao terminar a aula fui pra casa, finalmente encontrando meus pais lá, já que eles não eram muito presentes. Me davam tudo que eu queria, até demais, mas não estavam ali quando eu queria. Então eu sempre pedia opiniões à Analu ou ao Bruno, meus melhores amigos.
  Fui almoçar com eles e logo mamãe veio com uma conversa.
  - precisamos falar com você.
  - Ah, pode falar mom.
  - Eu e sei pai estamos pensando em nos mudar pro Canadá, precisamos estar mais presente na empresa, os negócios vão bem e isso tem que ser controlado por nós. - fechei os olhos em pesar. Já vi que ia dar merda. - Então queríamos que fosse com a gente.
  - Quando vocês vão? - perguntei lentamente.
  - Mês que vem, nas últimas semanas. - ela me respondeu.
  - Ah, mãe! E a escola? Meus amigos? Poxa! - Bradei sentindo meus olhos arderem.
  - você sempre quis ir para lá! Não gosta do Brasil e acha que morar fora é ótimo, então achamos que você iria gostar. De qualquer maneira você terá que ir conosco.
  Já viu, né? Bufei! Tenho um ótimo humor, mas não me contrarie. Subi as escadas correndo e me joguei na cama. Será que meus pais não viam que agora que tudo estava indo bem, eles decidem se mudar, porra de vida! Não demorei muito para levantar e limpar as lágrimas que teimavam em cair. Não sei o que estava acontecendo comigo, finalmente eu iria pra fora do país, morar lá e não estava gostando. Senti um aperto no coração ao lembrar do Bruno. Ele iria odiar essa idéia. E foi nesse momento que meu celular tocou:
  - Pronto - atendi.
  - Que voz é essa ? Está tudo bem? - era o Gui.
  - Não dude, estou na maior bad. - disse. - Meus pais vão morar no Canadá e eu terei de ir com eles.
  - Poxa, mas quando?! - ele perguntou assustado.
  - Mês que vem. - respondi. - Cara, eu não to pronta.
  - Mas , você sempre disse que queria sair do país, que ama o estrangeiro e quer ir pra fora. - ele me disse me fazendo suspirar.
  - Eu sei Gui, mas poxa, eu vou sentir falta de vocês, das risadas, dos roles, das nossas coisas... - pausei. - Do Bruno.
  - O Bruno vai entender, relaxa . - ele me disse. - Vamos falar com ele. Não. Fale você com ele e explique tudo, ele vai entender.
  - Espero Gui, vai ser um grande baque.
  - Vai, mas estamos contigo pra tudo, e você sabe disso. - O Gui era um fofo comigo, sempre quando eu e Bruno brigávamos por motivos bestas ele me ouvia e me dava conselhos, era incrível. - Ow, já viu com seus pais a parada da MTV?
  - Nossa, já tinha me esquecido, mas vou ver, acho que se der rola sim.
  - Demorou, vou esperar sua resposta. Entre no twitter depois, ok?
  - Pode deixar, beijos. - desliguei.
  Desci as escadas em direção a sala de estar e vi meus pais lá, logo já comecei.
  - Pai. Pãe. - eles me olharam.
  - Se for a questão de não querer ir morar fora, esquece , já esta decidido. - Mas que caramba! Nem me esperam falar!
  - Não é isso, eu vou pro Canadá com vocês. - eles sorriram mais aliviados. - Era outra coisa.
  - O quê? - perguntou meu pai.
  - Sabe aqueles contatos que vocês tem com a MTV? - eles assentiram. - Vai rolar uma promoção pra fazer meeting com as bandas gringas que vão vir pro festival esse mês, e a galera queria ir, mas se formos por promoção podemos não ganhar e então... - abri aquela cara de pidonha.
  - Hum... E você quer nossa ajuda? - meu pai concluiu. - Ok, vamos ver. Vou ligar pra Ane e pro Rafa e ver se eles nos ajudam nessa.
  - Sério dad?! - abri o maior sorriso.
  - Sim, amanhã ligo e te aviso. - ele respondeu.
  - Obrigada!! - disse beijando ele nas duas faces o fazendo rir.
  Fiquei ali conversando com eles por um tempo e logo subi pro meu quarto e liguei o computador. Entrei no twitter, msn, orkut.
  Logo o Bruno veio me chamar no msn.

  Bruno: e ai pequena (:
  : oi Bruno, preciso falar contigo depois vida. :/
  Bruno: já vi que o lance é sério... quer que eu vá até ai?
  : não precisa, nos falamos amanhã na escola, e sim. O lance é serio... :/
  Bruno: ta e deixando nervoso, really D: Mas eu espero, amanhã me conta ta?
  : Ta, mas apesar de tudo, saiba que eu gosto muito de você.
  Bruno: eu sei pequena, eu também. Vou sair vida, aulas e voce sabe do resto... Boa noite, te amo!

  Bruno saiu do MSN, fiquei um pouco no twitter com a galera e logo desliguei o computador.
  Bom, você deve estar pensando que nossa relação é fria. Estávamos juntos há dois dias, quase. E não que não gostasse do Bruno como 'eu te amo', mas era que eu não costumava dizer isso em qualquer situação, mesmo essa situação tratasse de Bruno. Eu sentia carinho, talvez até uma certa paixão por ele, mas amor, não. E agora com essa parada de ir pra fora, meu mundo caiu de pernas pro ar e eu me sentia totalmente perdida, não tinha a quem correr, claro que tinha meus amigos, mas parece que às vezes, precisamos mais que isso. Nada pessoal.
  Resolvi tomar um banho quente, coloquei meu pijama do Tom e Jerry e fui dormir, ou melhor, fiquei rolando na cama por uma hora até cair no sono involuntário que eu esperava.

Capítulo 3

  A manhã nasceu fria, então me levantei e após um banho quente coloquei uma calça jeans básica da Coca, a blusa do uniforme que eu não agüentava mais - sorte de americanos por usarem roupas diferentes - e meu moletom de frio da JAGK, outro modelo, claro. Adorava essa marca, sinceramente, aprovava mais as roupas dela do que Nike e o resto. Calcei meu all star botinha vermelho e prendi o cabelo num rabo de cavalo falso. Não gostei. Acabei fazendo uma trança de lado e jogando a franja pro lado, passei um lápis de olho fraco e assim saí pra tomar café e ir pra aula.
  Cheguei na escola e a primeira sensação que eu sinto foi de medo, pavor e nervoso. Teria que dizer ao Bruno o que estava acontecendo, ou melhor, o que iria acontecer, e para isso eu teria que tomar coragem. Tirei os fones do ouvido na qual tocavam The Way We Talk, do The Maine e caminhei em passos largos até a galera que estava no mesmo local.
  Logo Bruno me viu e veio me cumprimentar com um beijo, aquele beijo.
  - Oi amores - cumprimentei eles após me separar de Bruno. - Bom preciso falar com todos vocês, não sei se vai dar tempo porque logo bate o sinal. - olhei no relógio e vi que faltavam dez minutos então teria a chance de pelo menos avisar o assunto. - Bom, é meio tenso mas sei que me entenderão. - Gui assentiu já sabendo do assunto e me encorajando com o olhar, prossegui: - Ontem meus pais me chamaram pra uma conversa e revelaram que iriam pro Canadá, morar lá. - vi a expressão de Bruno mudar. - E me disseram que eu iria junto, sem escolhas e sem birras. - pausei. - E como todos sabem, não tenho como protestar, afinal, não posso ficar aqui sozinha e ... - começou a embargar minha voz. - Tive que ceder, contra minhas vontades e... - Analu levantou e veio me abraçar.
  - Poxa amiga! - disse. - Não acredito que vamos perder você!
  - Não vai me perder best, só vou ir morar lá, não significa que vocês não irão me ver ou vice versa.
  Olhei para Bruno esperando respostas a minha revelação, mas nada veio. Ele se levantou e veio até mim:
  - Você queria isso não é? - o olhei sem entender. - queria ir pra fora, morar no estrangeiro, era seu sonho. - ele dizia e minhas idéias começavam a ficar confusas na minha cabeça. - é, acho que você conseguiu. - e assim ele saiu me deixando sem palavras.
  - O que deu nele? - perguntou Analu sem entender.
  - Eu sei o que deu nele. - disse Gui. - Realidade bateu na porta. Uma hora ou outra ele sabia que a ia embora, era óbvio que os pais dela um dia iriam morar lá, mas a gente sempre manteve essa ideia de que não seria hoje, iria sempre deixar pra depois. Mas agora chegou e Bruno tinha tudo o que queria, a . - ele me olhou e eu abaixei a cabeça. - Agora ele não terá mais, sei lá, acho que é isso.
  - Não foi culpa minha galera, sério! - comecei. - Eu realmente não queria ir dessa vez, olha, eu sei que eu dizia que queria sumir desse país, que odiava calor e samba, que queria casar com um americano e morar fora... EU SEI! Mas isso não significa que eu não vá sentir falta, poxa, minhas raízes estão aqui. - disse deixando uma lágrima teimosa escorrer.
  - Sabemos disso sweet - disse o Gui. - Mas pra ele isso acontecer agora, é como a morte.
  - Vou falar com ele. - me levantei indo ate aonde ele fora. Porém, fui interrompida pelo sinal que soou alto.
  - Depois vocês conversam sweet, aula de física nos aguarda.
  A aula de física foi a mais torturante pra mim, não agüentava mais o olhar baixo do Bruno na carteira da frente, ele nem sequer me olhou ao entrar na sala. Simplesmente sentou e ficou assim a manhã inteira. As aulas de inglês que era as que eu me dava melhor, nem sequer ouvi a professora falando algo à toa na frente, as de história voaram e as de matemática então, nem se fale, não gravei uma palavra que o Luis falou lá na frente, tagarelando sobre qualquer coisa relacionada a geometria espacial.
  O sinal do intervalo bateu, procurei ir atrás do Bruno que ia ate o pátio acompanhado de uns amigos dele da sala. Alcancei ele e o chamei:
  - Null? - ele me olhou, virando-se. - Quero falar com você. - ele não abriu expressão. - Por favor. - pedi.
  Logo ele se virou e veio até mim, indicando para irmos a outro local. Fomos até o pátio de trás da escola onde não havia ninguém.
  - Pode começar - ele apenas disse.
  Logo comecei sem pausas.
  - Olha eu sei que você deve estar achando que eu sou uma escrota, fiquei contigo há dois dias e você estava esperando isso há anos, assim como eu, e agora venho com essa de ir morar fora e sabe-se lá até quando. Mas olha e me escuta, ok? - disse sabendo que ele viria com argumentos. - Não foi culpa minha, eu realmente queria ficar aqui dessa vez, eu sei que eu digo todo dia que adoraria ir pra fora, mas dessa vez eu não adoraria coisa nenhuma! Por que eu te deixaria aqui? Por que deixaria a galera, minha vida, meu país justo agora que estava dando tudo certo, me entende? Realmente, não está sendo nada fácil concordar com essa ideia dos meus pais, mas eu não tenho escolhas, e pra falar a verdade, você me conhece mais que meus próprios pais e mais do que eu mesma para saber que eu estou arrasada e totalmente sem chão, te vendo desse jeito. E se você realmente acha que eu sou uma cretina por ir embora, saiba que dessa vez você errou, porque pra mim está sendo a morte te ver assim, acredite. - ao terminar, já ia me virando pra sair, sentindo uma lágrima, ou melhor, várias caírem em meu rosto. Foi quando ele me puxou:
  - , espera. - ele pausou e suspirou fundo. - Eu te entendo. - senti meu peito estufar. - Cara, me desculpa, sweet. Sério, não sei o que deu em mim. É que tipo, consegui ter algo com você, que eu queria há anos, e tudo aconteceu há dois dias, como você disse... E agora você vai embora. - eu não conseguia aguentar o quão desolado ele estava, queria dizer algo, mas ele continuou: - Vou te perder de novo, entende? E pra mim isso não é nada fácil de aceitar, eu entendo, mas não aceito! Não consigo ver a gente aqui sem você! Nos conhecemos desde crianças e te perder assim, vai ser difícil.
  - Você não vai me perder Bruno, prometo. - ele me olhou sorrindo, como eu amava aquele sorriso. - Só preciso que você entenda umas coisas sobre o lance que estamos tendo. - suspirei sabendo que não seria agora que eu explicaria isso.
  - Eu sei, precisamos mesmo. Vamos sair hoje a tarde, sei lá, comemos algo no almoço? - assenti.
  Fomos juntos pra sala, tivemos as quatro últimas aulas.
  O fim das aulas chegou e assim como combinado fomos almoçar juntos. Só eu e ele, o que nos estávamos precisando.
  Chegamos no McDonalds - sim bem típico americano. Eu e meus amigos tínhamos essa mania de tudo estrangeiro. Não sei, acho que eles tem razão quando dizem que eu nasci no pais errado. Pedimos um Big Mac, fritas, coca, e assim que o pedido chegou começamos a falar sobre os assuntos inacabados.
  - Bruno... - ele estava comendo suas fritas. - Precisamos chegar naquele assunto que você e eu sabemos. Então...
  - A parada de amor, sei. - ele riu. - Quer que eu comece? - ele disse apontando a batata pra mim. Assenti. - Bom, digamos que estamos ficando e isso não diz respeito a amor, e aquelas proibições de namorados. E eu entendo o fato de você não me responder com um 'eu te amo' de namorado mesmo, porque o seu eu te amo pra mim seria mais de irmão do que outra coisa. - ele disse diretamente me deixando sem jeito, mas era a pura verdade.
  - Isso. Olha, você sabe que eu não curto essa parada de dizer 'eu te amo' à toa. - pausei. - Pra mim dizer isso tem que rolar o sentimento de verdade, não curto iludir a pessoa e é isso que eu quero que você entenda, que eu te amo, sim, mas aquele amor que temos um pelo outro desde pequenos, aquele amor mais de irmão do que de namorados, ou ficantes, seja lá o que for. - ele concordou com a cabeça, assentindo. - Espero que você entenda esse meu lado e não veja como um problema, eu estou sendo sincera com você.
  - Eu entendo , relaxa. - me olhou e continuou. - Acho que começamos tudo muito errado. Agora que você vai embora não podemos nos iludir, então vamos continuar juntos, só como uma ficada e assim que você tiver que ir embora, ainda vamos nos curtir, não do jeito tão complexo, mas ainda sentiremos esse carinho um pelo outro. - caraca. Como eu adorava esse Bruno, ele me compreendia todas as vezes. - Pode ser? - me perguntou me tirando do transe.
  - Claro que sim, Bruno. - sorri aliviada. - Não guardaremos mágoas por isso, e nem sofreremos com a distância. - conclui e ele me apontou a batata concordando também. - Vamos aproveitar esse mês que eu vou continuar aqui.
  - Vamos sim, vai ser foda sem você aqui depois que for embora, . - ele disse abaixando a cabeça. Ia ser difícil pra mim também estar sem ele, sem todas as minhas amigas e amigos. - Mas vamos te visitar assim que tivermos tempo e vice versa, vamos deixar essa tristeza de lado e nos divertir!
  - Ok, mais que aprovado! - eu ri com ele. - Ow, falei com me dad ontem sobre a parada da MTV e ele ia ver pra gente se ia rolar. - disse me lembrando.
  - Poxa, que foda! Se ele conseguir vai ser muito louco, na boa. - ele disse.
  Ficamos ali conversando por mais um tempo, depois fomos andando até a minha casa, assistimos TV, jogamos no Wii, e comemos cookies feitos pela Maria.
  Eram oito horas da noite quando meus pais entraram em casa, Bruno já havia ido embora.
  - Boa noite filha - minha mãe disse me cumprimentando com um beijo na face.
  - boa noite mom, dad. - olhei-os.
  - Falei com o pessoal da MTV sobre o que você queria, e eles me garantiram que vão colocar vocês para entrevistarem e passarem a turnê junto com as bandas gringas que virão pra cá esse mês, então.. Vocês vão. - meu pai disse me fazendo pular de tanta alegria. Cara não acredito nisso, vamos passar uma semana com os caras! Isso era incrível!
  - Obrigada dad! Não creio nisso GOSH, que tudo! - disse correndo abraçar ele.
  - Pode acreditar, quem dos seus amigos irão?
  - O Gui, Analu, Bruno e talvez o caio. - disse tentando entender as novidades.
  - Ótimo, avise eles então. - meu pai disse indo pra sala.
  - Caraca, vou correndo avisar eles! - disse subindo as escadas. A casa da Analu ficava a menos de dez quadras da minha, mesmo sendo de noite peguei minha blusa e sai correndo em direção a casa dela.
  Bati na porta ate alguém vir atender, e logo apareceu de pijamas e pantufas na porta.
  - O que é isso ? - me perguntou e eu logo entrei sem pedir.
  - Cara preciso te contar uma coisa que vai fazer você pirar! - comecei.
  - Anda logo, ta me deixando nervosa! - ele disse indo comigo pro quarto.
  - Meu pai falou com os caras da MTV e nós ... VAMOS COBRIR A TURNÊ DAS BANDAS GRINGAS! - gritei fazendo ela pular de felicidade.
  - NÃO ACREDITO DUDE! QUE MÁXIMO! - ela gritava e pulava comigo batendo as mãos - Cara, precisamos avisar os guys eles vão pirar!
  - Pois é, vamos ligar pro Gui e pro Bruno! - disse pegando o celular.
  Ligamos e contamos pros dois a novidade, Bruno e gui ficaram ambos animados para começar a turnê.

Capítulo 4

  Se passou uma semana desde a noticia que iríamos cobrir a turnê das bandas. Os caras da MTV me ligaram e disseram que em dois dias iríamos nos apresentar lá para começarmos a experiência. Eu estava mais que ansiosa pra isso, na boa. Não conseguia me concentrar nas coisas, em menos de dois dias eu iria estar perto daqueles caras que eu só via por foto, vídeos, e só ouvia a voz por músicas e tal, cara... Era demais. Às vezes se tem a vantagem de ter pais fluentes nessas coisas, graças a eles estávamos com essa oportunidade de conviver com uma experiência imperdível.
  Era quinta-feira e as aulas haviam terminado, eu estava particularmente exausta por conta das aulas e das matérias começando a pesar. Ano de vestibular é outro patamar. Saí da escola e fui pra casa, tomei um banho e vesti meu pijama, sabe aqueles dias que você quer só ficar de pijama e dormir, ou ficar fazendo qualquer coisa que seja longe das coisas de escola? Então, eu estava assim, sem vontades de estudar e na verdade, sem paciência também. Então vesti meu pijama e fui colocar uma máscara muito boa que eu comprei para o rosto, fiz uma hidratação no meu cabelo e estava na minha cama pintando as unhas. Quem entrasse ali veria uma cena muito engraçada, eu com aquelas máscaras de tratamento verde no rosto, com uma touca térmica na cabeça e pintando as unhas, ouvindo Six Feet Under The Stars do All Time Low, cantando por minutos o refrão junto com o Alex. Bom, digamos que eu suspirava rios Nilo pelo . Vai me dizer que aquele Deus Grego não te atraia também? Hm.
  Acabei meu tratamento particular de beleza e resolvi fazer uma escova básica nos cabelos. Meus cabelos eram abaixo dos ombros, castanhos ondulados, aqueles que se soltar parece que eu fiz escova, então dei uma arrumada neles e ficou ótimo, orgulhosa do meu trabalho e de como eu tinha conseguido deixar minhas unhas crescerem, porque essa semana confesso que tinha comido metade delas de tão nervosa que eu estava em relação ao show e tal, desci para comer algo.
  Entrei na cozinha e não havia ninguém, então peguei um pedaço de uma torta holandesa que havia em cima da bancada e um copo de suco e subi de novo pro quarto. Tocava Dear Maria e eu continuei cantando junto, até que meu celular toca. Era a Analu.
  - Hey bitch, o que quer?
  - Conversar, to nervosa demais pra depois de amanhã, sério. - ela me disse.
  - Ah, acha que é só você? - disse irônica. - Não consigo me concentrar em nada, tava aqui dando um up básico no meu visual.
  - Huuuum, ta se arrumando pros gringos é? - perguntou rindo.
  - Baaaaaah, lógico que não, besta! - eu ri, bom estava. - só estou me arrumando, pra nada ué.
  - Aham, sei. Ow, estava pensando em irmos pro salão amanhã dar um tapa no visu e depois ir comprar algumas coisas no shopping, o que acha?
  - Nossa! Isso mesmo, vamos amanhã após a aula, almoçamos e vamos pro salão e depois compramos as coisas, ok?
  - Ok. - ela pausou. - Agora vamos falar sobre esses gringos, não creio que vou ver o de perto, OH GOSH! ... - e assim ele terminou de falar. Ficamos conversando um bom tempo até que desligamos. Fui arrumar minhas coisas da escola e fiquei ouvindo All Time Low a noite toda até meus pais chegarem e eu descer pro jantar.
  - É sábado heim, ! - disse minha mãe sorrindo.
  - Nem fale mãe, não acredito que vou chegar perto deles, sei lá, é tão irreal.
  - É mais que real agora, aproveite então heim?
  - Pode deixar, e como vou! - sorri terminando meu jantar.
  Fiquei ali conversando com eles sobre vários assuntos e depois subi, tomei outro banho, vesti meu pijama do Scooby-Doo - sim eu tinha essas manias - peguei o notebook e me cobri na cama entrando no twitter.
  @bruno: não to acreditando ainda que eu a @analu @caio e @ vamos cobrir a turnê das bandas pela MTV!
  Logo respondi ele.
  @: @bruno pode acreditar sweet, vamos sim!
  @analu: i can't wait!! Is so fucking amazing @ and @bruno!
  @Bruno: dois dias pra gente causar com @alltimelow @officialftsk e outros!
  @: @analu @bruno vamos surpreender a todos nessa semana com os guys!
  Ficamos no twitter por algum tempo ate que começou a me dar sono, resolvi sair. Uma porque havia muitas pessoas começando a invejar essa nossa novidade, que resultou em um surto no Bruno e da Ana e me dar uma crise de risos.
  Me deitei de vez na cama e fiquei pensando em como em menos de 48 horas tudo estaria perfeito, e como tudo poderia mudar.

Capítulo 5

  As aulas de sexta se passaram voando, Bruno, Gui, Caio, eu e Ana ficamos o intervalo inteiro falando sobre o dia seguinte. Várias meninas - que na minha opinião pagam pau pros meninos - ficavam jogando indiretas pra nós, o que resultou num surto da Ana dizendo o quanto recalcadas elas eram.
  Saímos da escola e fomos almoçar no shopping, comemos na Subway e ficamos andando por lojas e lojas atrás de roupas decentes para essa semana que vinha. Entramos em uma loja muito boa, que tinha artigos de rock e mais alternativos. Eu e Ana nos perdemos de tanta roupa que havia por lá. Comprei umas calças jeans, shorts lindos, uma jardineira jeans, que por sinal, ficou linda com a blusa de baixo escrito 'fuck you, idiot', eu adoro roupas com dizeres em inglês. Compramos uns chapéus muito maneiros, um chapéu coco que ficou o máximo com o shorts jeans desfiado na barra e uma blusa com umas letras de música que compramos. Compramos mais algumas coisas e fomos pra loja de calçados. Gastamos muito em All Star, sandálias de salto e sapatos de todos os tipos, a maioria fazia par perfeito com os vestidos que eu comprei. Enfim, saímos de lá cheia de sacolas. Fomos direto pra loja de maquiagem nova que havia aberto no segundo piso e compramos algumas coisas básicas que estavam faltando. E, para finalizar, compramos um pingente muito lindo, uma gota prata em que a outra metade era pra melhor amiga usar. Assim, saímos de lá rindo, e como sempre causando entre nós. Ah, como a Ana era minha melhor amiga!
  Pegamos um táxi e fomos até o salão da Lucy, uma cabeleireira que eu sempre ia com minha mãe:
  - O que vão querer hoje meninas? - ela perguntou sorrindo.
  - Tudo que temos direito Lucy! - eu disse rindo. - Unhas - tudo bem que eu já tinha feito, mas ela fazer eram outros quinhentos. - Cabelo, limpeza de pele, e assim vai... - ela riu.
  - Deixem comigo!
  Logo, estávamos sentadas conversando com as manicures fazendo nossas mãos e pés, Analu era um pouco , então ela descoloriu mais as pontas do cabelo deixando eles mais vivos. Meus cabelos eram castanhos e ondulados como eu falei, mas dessa vez Lucy me mostrou as mechas californianas que estava no cabelo de uma mulher da revista e eu simplesmente amei, deixando ela fazer um pouco nas minhas madeixas.
  Fizemos limpeza de pele, conversamos enquanto a tinta fazia efeito, e rimos juntas. Comemos umas coisas na lanchonete do salão e quando saímos de lá, já passavam das oito da noite. Usei o cartão que meu pai me liberava - como eu amava isso, haha! Assim, fomos embora pra minha casa, deixamos as sacolas na cama e logo começamos a abrir e a ver as nossas roupas.
  Minha mãe subiu e ficou vendo as roupas com a gente, adorando cada peça. Ela se encantou na nossa corrente de BFF's e depois disso resolvemos assistir um pouco de Friends. Sim! Eu e a Ana somos loucas por eles, sempre dizíamos que nossa turma era assim, como Friends. Adorava demais o Ross, sempre curti aquele episódio que ele clareia demais o dentes. HAHA!
  Depois de ver o seriado, fomos comer um lanche muito bom feito pela Maria quando vimos que eram mais de dez da noite e estávamos exaustas.
  - Cara, ta tarde - disse Ana depois de ganhar de mim no Wii. - Tenho que ir.
  - Dorme aqui, bitch - eu disse.
  - Não vai dar , quero acordar amanhã e me arrumar a tempo pra ir pra MTV, aaaaah! - ela gritava e batia palmas com a lembrança. - Não leve a mal.
  - Ah relaxa então, peço pro meu pai te levar, espera. - Desci e chamei meu pai, que estava no escritório trabalhando um pouco, e disse que logo a levaria.
  Minutos depois nos despedimos e meu pai e eu fomos leva-la, era perto então logo voltei.
  Tomei um banho demorado, deixei a água quente cair no meu corpo e assim que terminei, vesti meu pijama, dei uma última olhada no espelho do meu closet e pensei 'É amanha!' Mal podia esperar para que chegasse! Entrei rapidamente no twitter e vi que os guys das bandas haviam postado 'Amanhã Brasil!' e isso me animava demais. Vi que Bruno me mandou uma mensagem de 'Amanhã sweet, dorme bem e esteja mais linda... Ops! Você já é perfeita. Te amo<3' Ele me surpreendia demais. Me cobri e deitei na cama tentando dormir, mas parecia que o sono tinha ido embora com a ansiedade de esperar pelo dia seguinte. Olhei no relógio e marcava uma e meia da manhã, ainda assim nada de eu dormir. Peguei meu celular e procurei por uma foto do , sorrindo ao vê-lo. Logo ele estaria perto de mim, e eu mal podia acreditar.
  Adormeci vendo a foto, sonhando com o sorriso dele. Que estava tão perto, e eu nem sabia o quanto.

Capítulo 6

  O dia seguinte chegou mais rápido do que eu esperava. Eram oito e meia da manhã e eu estava me arrumando correndo pra ir pra MTV. Bruno havia me ligado duas horas atrás super nervoso, disse que acordou antes da hora e acabou me acordando também. Tomei um banho e comecei a me arrumar. Vesti minha saia de cintura alta cor bic, uma regata branca e um colete preto, minha ankle boot preta. Fiz uma maquiagem básica: Lápis preto, delineador, sombra, blush bem leve e um gloss transparente pra finalizar. Ajeitei meus cabelos de forma que eles caíam sobre meus ombros e ficava a mostra as mechas novas. Dei uma última olhada no meu look e peguei minha bolsa de lado com a alça dourada da D&G onde coloquei meu celular, um pequeno estojo de maquiagem para qualquer coisa que acontecesse, e minha carteira.
  Sai de casa, minha mãe me deixou na frente da MTV, eram nove da manhã quando cheguei lá, o horário combinado. Minhas mãos suavam ao empurrar a pesada porta que dava acesso a imensa sala de encontro com quem iria participar do meeting. Lá encontrei a Anne que era a encarregada da promoção.
  - Oi, você deve ser a , filha do Eduardo e da Alicia?
  - Sim, sou eu. - assenti.
  - Seus amigos já chegaram, estão na sala ao lado esquerdo, você pode ir se juntar a eles, logo vou lá falar sobre como vai ser o estágio de vocês.
  - Ah sim, obrigada - disse me retirando e saindo em direção a sala citada. Abri e encontrei Analu, Caio, Guilherme e o Bruno de pé andando de um lado pro outro.
  - Heeeeeeeeeeeeeey ! - disse Ana vindo ao meu encontro. - CARACA QUE NEVOSO, DUDE!
  Ri da cara que ela me fez, eu também estava nervosa, afinal que não estaria.
  - Hey, pequena - disse Bruno me dando um selinho. - Você está perfeita, vai seduzir os gringos desse jeito. - eu ri com ele.
  - Ah, vocês estão lindos! - disse pra todos. Caio e Gui estavam lindos, aqueles olhos verdes me matavam... Mas enfim, logo puxamos um assunto e fomos interrompidos por Ane e um assistente que entravam acompanhados de mais quatro adolescentes.
  - Hey guys, cheguem aqui - ela nos disse e nos aproximamos. - esses são Natalia, Pedro, Stefan e Marcelly, eles foram os outros escolhidos para participarem do meeting, totalizando oito. - ela pausou e eu olhei os quatro, Stefan era moreno, baixo de olhos castanhos, Pedro era loiro, alto, de olhos azuis, Marcelly e Natalia eram morenas, ambas sorriam para o Bruno que as ignorava sem ver sequer ninguém. - Bom, já sabem do que se trata esse meeting, vocês vão passar uma semana com as bandas gringas, e durante essa uma semana vão entrevistá-los, ficar com eles nos shows, fazer o papel de um repórter. Vão andar com eles por onde eles forem, como nossos jornalistas fazem em todas as turnês e depois me entregarão um relatório básico e nada de mais. E então... - ela apontou pro cara do seu lado. - Esse é Junior, ele é assistente de produção. - ele sorriu para nós. - Ele vai acompanhar vocês oito durante essa turnê e supervisionar o trabalho que farão, porque pode parecer ser pura diversão essa relação que terão com os caras, mas é um trabalho sério, queremos matérias com conteúdo. - ela pausou. - E pelo que percebi vocês vão dar conta do recado.
  Ela pausou e sorriu de novo. Junior mexeu em algo da prancheta que segurava e Ane retomou a palavra.
  - Bom, agora vocês se apresentem a nós. Vamos fazer uma dinâmica entre vocês para se conhecerem, já que vão passar uma semana juntos. - ela nos olhou. - Primeiro você garoto - apontou pro Gui que estava quase dormindo de pé. - Se apresente. - ele abriu os olhos rápido. - Mas antes vamos no sentar - ela apontou as cadeiras em circulo. - Pode começar.
  - Bom - Gui começara. - Sou Guilherme, mas podem me chamar de Gui. Tenho 18 anos e curso o colégio. Estou no terceiro ano, curto todas essas bandas que virão no festival e na verdade não tenho um gosto específico, acho que só curto elas mesmo. - todos riram. - Hã... Sou viciado em vídeo game, confesso - ele riu e prosseguiu. - Filmes, minha guitarra e skate, fim. - terminou sem jeito.
  - Bom, Gui - começou Ane rindo. - Entendemos, muito bem. E pretende cursar o que na faculdade?
  - Bom, se eu passar... - ele riu. - Pretendo cursar biologia marinha, é. - ele riu. - Curto essas paradas.
  - Muito bem, agora você - ela me olhou. - ...
  CARACA ERA EU! GELEI! Respirei fundo e resolvi falar tudo o que eu já disse pra vocês:
  - Aaaahn, sou , tenho 17 anos, vou fazer 18 esse ano, curso o mesmo ano que o Gui, mesma classe, sou fã de rock. Além dessas bandas do festival curto McFly, Green Day, Blink, Panic! At The Disco, The Maine e assim vai... Ah, vou me mudar pro Canadá mês que vem, e isso é muito incrível porque eu sou completamente apaixonada pelo estrangeiro, desde pequena. E acho que só.
  - E pretende cursar a faculdade lá? - perguntou Ane.
  - Sim, pretendo cursar relações internacionais ou moda. Acho que vou prestar os dois e ver o que vai dar. - sorri nervosa.
  - Muito legal, moda é muito bom pra pessoas da sua idade, acho que teria sucesso. - ela me disse e eu sorri. - E então ... - PORRA AINDA NÃO TERMINOU? - Por que acha que merece estar aqui? - gelei. MAS QUE PORRA É ESSA? MEREÇO PORQUE... HM ...
  - Porque eu considero meu potencial aceito pra passar esse tempo com outras pessoas, totalmente diferentes do meio em que eu vivo e acho que se eu confio no meu potencial para viver esse tempo com eles, não há quem possa duvidar. - disse segura, não estava me achando, mas porra ela me pegou de surpresa. - Não me leve a mal, mas eu gosto de desafios, e se tratando deles, eu gosto mais ainda.
  - Ah sim, compreendo - ela disse me olhando sem piscar. - Gostei da sua resposta, terá uma bela semana pelo que eu to vendo. - ela riu. - E você tem seu preferido?
  - Como assim? - perguntei tipo HÃ?
  - Integrante, banda preferida?
  - Ah, - pensei. - All Time Low.
  - Integrante? - perguntou.
  - . . - respondi seria.
  - Típico - disse ela rindo.
  - Não é típico - levantei meu tom de voz. - Não no meu caso. - eu disse me irritando. Porra que merda é essa?
  - No seu caso? - ela levantou a sobrancelha.
  - Sim, eu não sou daquelas fãs alucinadas que ficam chorando pelo ídolo só porque ele esta namorando ou sei lá fazendo o quê com uma loira americana. Não fico me dilacerando por estar longe dele, acho que não adiantaria nada, então digo que não é típico eu sentir atração por ele, o que eu sinto por ele é diferente, não se trata de fã pra ídolo, se trata de para , se trata de humano a humano, admiro ele pelo cara que ele é, e não porque a conta bancária dele é alta e ele é vocalista de uma das maiores bandas de sucesso da atualidade. - pausei. - Admiro ele por estar aonde está com seu próprio suor, acho que ele é um exemplo a muitos que pensam em seguir essa carreira. Admiro ele apenas por sorrir e fazer uma legião de fãs sorrirem, é isso o que diferencia o 'típico' do verdadeiro.
  Todos me olhavam atentos, minhas mãos tremiam de raiva, não sei de onde ela surgia, mas era tenso estar ali. Ane me irritou ao dizer que eu era o que ela estava achando. Porra, será que ninguém compreende meu jeito de gostar de algum ídolo?
  Assim que eu terminei, ela prosseguiu com o interrogatório de questões pros demais, Bruno me olhava sorrindo como se quisesse me passar uma mensagem com aqueles profundos olhos verdes.
  Ao acabar as perguntas seguimos ela e Junior ate uma sala, na verdade um estúdio.
  - Bom, agora vocês vão se dividir em três grupos, com mais um integrante. - ela nos olhou. - O primeiro será: Stefan, Bruno e Analu.O segundo será Natalia e Caio e o terceiro, Pedro, Marcelly e . - ela terminou nos entregando um crachá com nossos nomes.
  Fiquei totalmente separada dos meus amigos, nem Bruno estava no meu grupo. Mas isso não importava, eu estava ali com eles, e até que Marcelly e Pedro pareciam legais.
  Ane nos passou as instruções do que aconteceria. Sairíamos dali e iríamos ate o aeroporto buscar as três bandas. O grupo da Analu, do Stefan e Bruno iriam buscar o Forever The Sickest Kids e começar o meeting desde agora. O grupo do Caio e da Natalia iriam buscar os caras do I See Stars, e nós iríamos buscar o All Time Low. Não sei se era pura sorte a minha de buscar minha banda preferida, mas era o que eu mais queria, então abri o maior sorriso e assenti.
  Logo nos entramos na terceira van e fomos até o aeroporto. Durante o percurso fiquei encostada no vidro da van olhando o transito e tentando administrar meus sentimentos, que a essa altura estavam a mil.
  - Gostei do que você falou lá dentro. - Pedro disse me olhando.
  - Oi? - perguntei.
  - Sobre o que você falou com a Ane, a parada de ser fã do .
  - Ah sim, obrigada. Só disse a verdade. - respondi.
  - De qualquer maneira foi muito foda. - ele disse rindo.
  Não respondi, Marcelly respondeu no meu lugar.
  - Acho que você ta certa, temos que demonstrar o que sentimos pelo ídolo, não consigo manter meu estado normal perto de posers. - ela riu e eu também.
  - Nem me fale, odeio isso, mas são elas que trazem eles pra cá. - disse.
  - Eu sei, mas se eu pudesse acabar com elas, acabaria. - ela disse me fazendo rir. - Você disse que vai pro Canadá?
  - É eu vou, mês que vem. - respondi.
  - Que perfeito! Acho lindo! - ela disse sorrindo.
  - É muito lindo, já fui pra lá em viagem, mas nunca morar lá, agora vai ser diferente. - eu disse pensando. - Vai ser pra sempre.
  - Mas você pode sair de lá, ir pros Estados Unids, morar lá se quiser. Cara, é Canadá, é América, não importa.
  - Eu sei, mas sei lá, meus amigos entende? - disse.
  - Entendo você, mas de qualquer maneira você é uma garota de sorte. Só de olhar pra você hoje, vi algo diferente. - ela me disse eu fiquei sem entender. Marcelly de virou pra frente e continuou olhando pra janela.
  - Como assim? - perguntei.
  - Não sei, só achei que você fosse diferente. E você é, aproveite o meeting, quem sabe ele te mostrará. - ela disse e eu continuei sem entender.
  Ficamos em silêncio ate Pedro cortar começando a falar sobre as músicas do All Time Low e o que falaríamos com os caras.
  É. Eu não fazia idéia do que fazer, mas estava lá pra tudo o que desse e viesse.

Capítulo 7

   POV.

  Calor. Era tudo o que eu sentia ao pisar em solo brasileiro. Odeio calor. Mas esse era do tipo de calor que me atraia. Como um imã. Afinal, estava no Brasil, terra do samba, carnaval e futebol. Terra das mulheres lindas e bronzeadas. Terra que iria ser a nossa turnê mais esperada. Nervoso? Sim, muito. Mas nada poderia acontecer de errado, pelo contrário, acho que tinha muita coisa por vir e eu estava muito ansioso pra começar essa experiência, algo me dizia que iria acontecer alguma coisa muito boa, que iria mudar minha vida pra sempre.
  Descemos no aeroporto em São Paulo, e roncavam alto ao meu lado e estava dormindo também, com uma revista na cara.
  - Hey guys, levantem - era Matt. - Chegamos! - ele disse com um sorriso de besta na cara.
  Aos poucos nos levantamos, logo se animou e começou a cantarolar uma musica besta do Justin no meu ouvido.
  - Para de ser gay Barakat - disse rindo. - Porra! - ele riu.
  - Cara que animação, estamos em solo brasileiro! - ele disse batendo palmas.
  - Ow, Brasil - disse em português. - Calor, calor e calor, preciso de mais o quê?
  - Ser homem. - disse rindo recebendo um soco leve no estômago.
  - Para de ser cuzão, , se anime.
  - Eu estou animado, só estou cansado. - disse sendo sincero. - Hey , não ataque as fãs, elas vão estar olhando pra mim. - disse zoando ele.
  - Ah claro, pense assim mesmo - ele disse rindo. - Iludido. Ninguém nega um Barakat. - todos rimos dando um tapa nele. Logo Matt veio dizer que iríamos descer.
  Atravessamos a pista e entramos na sala de desembarque, enquanto Matt pegava algumas de nossas coisas seguido dos ajudantes. Logo vi a fila de fãs que havia do lado de fora. Fãs brasileiras sempre foram muito animadas, eu gostava disso, desse calor humano.
  - Uh lá lá, gatinhas brasileiras. - disse sorrindo pra elas que gritaram de volta. - Brasil sempre me surpreende.
  - Barakat, quando você se tornar homem poderá aproveitar a vida que nós temos, gostando de mulher. - disse . - No momento o máximo que você pode conseguir é um primo distante do Matt. - Todos nos rimos menos que mandou um 'fuck u' pro .
  Logo atravessamos a porta de desembarque e entramos em uma sala de vidro, o pessoal que iria nos conduzir ate o hotel estava lá. Matt logo começou:
  - Guys, combinei com a MTV local que eles iriam fazer os esquemas de meeting e as paradas todas com a gente, eles vão nos acompanhar essa semana aqui, nós, os caras do FTSK e do ISS. - achei aquilo um máximo, encontrar com amigos americanos no Brasil, iria ser legal! - Então vamos esperar o representante deles mais um pouco. Vou ate lá pegar nossas coisas, esperem aqui.
  Sentamos em umas poltronas que haviam ali na sala de espera. Nesse tempo se esticou na cadeira, ficava olhando as fãs e acenando freneticamente e falava no celular. Peguei meu iPhone entrei no twitter.
  @: Estou no Brasil, esse pais é um máximo! Estou muito empolgado pra começar os shows!
  Fiquei olhando as atualizações e as mentions que chegavam com esse tweet, e logo vimos um pessoal se aproximar. Um cara com uma blusa escrito Produção MTV e três adolescentes, na verdade, já eram bem grandinhos. Um cara seguido de duas meninas, uma delas era morena, nada demais, o que me chamou atenção foi a terceira, a mais linda.
  Ela entrou na sala de espera, olhando para nós com outros olhos, mexeu nos cabelos e os colocou de lado, veio até onde estávamos e eu me levantei rapidamente como de imediato, sem rodeios. Fiquei ali de pé, parado, olhando pra ela, sem mexer um músculo.
  - Olá - disse o cara da prancheta. - Somos da MTV. Como já sabem, essa semana vocês ficarão com o pessoal do nosso meeting... - ele ia dizendo enquanto eu apenas tinha olhos praquela menina, ela pousou os olhos em mim e não os tirava, ficamos nos olhando por um bom tempo, até o cara prosseguir. - Essa semana vocês serão acompanhados pelos escolhidos pela MTV, são eles - apontou para os três. - que ficaram com vocês durante o tempo de turnê. Eles serão encarregados pelas entrevistas, ajudas e assim vai... Espero que gostem dessa experiência que a MTV quer proporcionar a eles e a vocês. - ele terminou e eu nada disse. Estava absorto em meus pensamentos. Ou melhor, nela.
  - Ah! Incrível - disse Matt animado. - Eu sou Matt - ele estendeu a mão. - Tour manager da banda, esses são , , e . - disse nos apresentando, eu sei meu nome Matt, obrigado.
  - Prazer, Junior - disse o cara. - Bom, vou deixar daqui pra frente as apresentações com os três escolhidos, eles são encarregados disso. - ele disse indo pra lá e abrindo espaço para os três se apresentarem.
  - Hey guys, eu sou o Pedro, vou ser um dos caras que ficara com vocês essa semana, e eu estou muito empolgado pra isso-- - o cara dizia pra nós, mas logo o cortou.
  - Estamos empolgado pra essa turnê também Pedro, acho que vai ser muito louco! - ele disse e todos rimos.
  - Bom essa é Marcelly. - ele apontou pra segunda menina que sorriu para nos e começou:
  - Hã, podem me chamar de Má, vou estar com vocês também essa semana, espero que seja surpreendente! - todos assentimos, ela nos contou outras coisas... E então chegou a vez da terceira. Ela.
  - Bom, sou - ela começou. E que voz linda, GOSH! - Estou muito empolgada também, e... - ela pausou esfregando as mãos uma nas outras. Nervosa, claro. Ela riu sem graça nos fazendo rir. - Desculpem-me.
  - Não precisa se desculpar, quem deveria estar nervosos somos nós, pode crer. - disse indo até ela e a cumprimentando com um demorado beijo na face, o que me causou um certo incômodo.
  Aff do céu, para de besteira !
  Cumprimentamos todos e fomos andando até a van, que estava estacionada. Passamos pelas fãs que gritavam e nos olhavam chorando.
  - Bom - começou Marcelly. - Vamos levar vocês pro hotel agora, acho que estão precisando descansar. - ela disse.
  - Precisamos - concordei. - Mas nos fale mais de vocês. Acho que sabem tudo sobre nós. - disse rindo.
  - Sabemos - concordou ela. - Bom, eu tenho dezesseis anos - ela dizia e eu olhei pra que estava sentada ao lado do Pedro, na frente de , que não tirava os olhos dela. Marcelly acabou de falar, pelo jeito e nem eu prestamos atenção, Pedro começou e foi a vez de .
  - Acho que você errou. - ela disse rindo pra mim. Olhei sem entender. - Errou dizendo que sei tudo sobre você. - ela explicou e eu me virei pra ela mais atento. - Não sei tudo sobre você, acho que talvez nem você gostaria que soubessem tudo sobre ti. Estou aqui essa semana com vocês, talvez eu descubra mais sobre todos e vocês saibam mais de mim, das fãs em geral também. Mas acho que a questão não é saber mais de você, é entender mais vocês. Certo? - ela disse rindo e aquilo me fez ir ao sétimo céu.
  - Caraca - começou - Você é a primeira que diz isso a gente e pode acreditar, mudou meus conceitos - ele disse sorrindo pra ela que corou mas retribuiu o sorriso.
  - Vou ter questão de mostrar tudo o que você quer compreender nessa uma semana, acho que você ganhou um ponto a mais com a gente, só por se mostrar, diferente, se é que me entende. - disse sem pensar. Ela me olhou e sorriu.
  - Vai me surpreender mais ainda? - ela riu. - Você me surpreende a cada dia, saiba disso - não entendi. - Bom, chegamos no hotel.
  Fiquei ali sem entender o que ela disse, me levantei e segui eles até a porta do hotel, onde já haviam fãs e flashes, sorri para elas, ainda tentando digerir o que havia me dito.
  É, realmente ela mexeu comigo, essa semana iria ser foda.

Capítulo 8

   POV's

  Desci daquela van me sentindo alguém. Não que fosse uma Maria ninguém, mas dessa vez senti algo que eu jamais tinhas sentido na vida.
  Entramos no hotel e logo recebemos as chaves dos respectivos apartamentos dos guys da banda, e um pra nós três. Não iríamos dormir ali, só iríamos encontrar com eles quando houvesse entrevistas, meetings, e as demais coisas. A maioria das coisas eram na parte da tarde.
  Eram aproximadamente umas onze e meia quando subimos até os quartos, mostrando aonde eles ficariam.
  Logo , que se mostrou o mais animado começou:
  - Na boa, essa cama me chama para um bom sonho, to quebrado - ele disse rindo, me fazendo rir.
  - Então, você terá até a hora da primeira entrevista para dormir, relaxa que é só de noite. - eu disse. - Bom, é do quarto 445, do 448, do 449 e - pousei meus olhos nele. Senti um arrepio ao cruzar nosso olhar. - Você é do quarto 452.
  - Certo, podemos ir pros quartos, patrões? - brincou .
  - Podem sim, e aproveitem para dormir muito, porque vamos explorá-los na entrevista - disse Pedro brincando.
   riu e foi pro seu quarto, seguido de . e ficaram ali, ate que eu cortei o silêncio de novo:
  - Vocês também podem ir guys, estão livres. - eles me olharam e começou.
  - Bom, vou mesmo. To cansado demais. - deu dois passos e se voltou. - Se você quiser, pode ir comigo. - sorriu maroto me fazendo rir.
  - Ah , sou do meeting apenas, ta? - ele riu e fez bico.
  - Não tem problemas - ele riu. - Não ligo.
  - vá dormir - disse rindo, não agüentando a cara dele de pidão. - Depois encontramos vocês na entrevista, às sete e meia. Na sala da MTV, décimo segundo andar, vamos vir buscar vocês. - disse.
   deu meia volta, piscou pra mim e entrou no quarto rindo. PORRA, É GOLPE BAIXO!
   continuou ali, parado com as mãos nos bolsos. Com aquele jeito dele de ser, que me matava, mas enfim...
  - Algum problema ? - perguntou Pedro.
  - Ah não, desculpa, estava perdido nos pensamentos - e ele riu. - Vou descansar também, obrigada por tudo, até agora.
  Assim que ele saiu, Pedro e Marcelly iam andando pro elevador, mas continuei parada olhando se afastar. O vi se virar para entrar no seu quarto no fim do corredor e me olhou, de longe. Senti meu corpo se arrepiar, não sei porquê, só senti. Ele passou o cartão na fechadura e entrou, me virei e segui Pedro e Marcelly até nossos quartos.
  Entrei no meu quarto, era incrível! Tinha uma cama de casal enorme, closet, banheiro com banheira, um espelho enorme nele, bar e uma TV de plasma gigante. Um notebook da MTV, câmera daquelas de mão, bem pra uma gravação básica e algumas folhas de instrução.
  Peguei as folhas e comecei a ler, logo me deu fome. Peguei o telefone e disquei pro restaurante do hotel, pedi uma lasanha de quatro queijos individual e coca-cola, e de sobremesa torta holandesa. Logo a comida chegou, comi metade do pedido, era enorme aquela torta. Resolvi tomar um banho básico, estava cansada. Não tinha feito nada, mas me sentia nervosa e cansada.
  Entrei na banheira e fiquei ali lendo as folhas de instrução. Dizia a mesma coisa, entreviste assim, fale com eles assim e tals, joguei elas pro alto, não achei interessante aquele método de entrevista, acho que como fã da banda eu gostaria de outras perguntas, outras maneiras e era assim que seria, pelo menos da minha parte.
  Sai do banho e vesti uma roupa básica da minha mala, ah sim eu trouxe uma mala. - HAHA.
  Deitei na cama e peguei meu celular, twittei algo:
  @: acabamos de buscar os guys do @alltimelow, estamos no hotel e logo mais terá entrevista com eles especialmente pra nós, logo mais novidades!
  Comecei a fazer o roteiro da entrevista, mas achei melhor improvisar na hora, eu gostava mais disso, de desafio. Então resolvi descansar pra chegar a hora e estar bem. Deitei de vez na cama e dormi, feliz da vida.

  Acordei uma duas horas depois, 'Caraca dormi demais'! Peguei meu celular e vi que eram 14h30 já, às 15h00 teríamos reunião com o Pedro e Má, vesti um shorts jeans desfiado na barra, uma blusa de alça branca escrito I Love Baltimore, não queria puxar saco da banda, so estava gostando mesmo da blusa, ela finalizava muito bem com a blusa xadrez, e meu all star amarelo botinha. Dei um up na make e desci até a sala reservada pra MTV.
  Encontrei todos lá, Ane, Junior, Má e o Pedro.
  - Hey , curtiu? - era Ane.
  - Muito! E ainda nem começamos! - disse rindo.
  - Então, leram os papeis que deixamos lá em cima?
  - Li - respondemos.
  - Mas não concordo muito Ane. - disse meio sem jeito. - Acho que poderíamos mudar um pouco essa questão, já que viemos pra entrevistá-los diferente, devemos seguir nosso próprio roteiro, o que acha? - ela me olhou interessada. Gelei esperando a resposta dela, mas mantive confiante.
  - Legal essa sua idéia, . - ela disse, respirei aliviada. - Pode ser então, sigam um roteiro livre, feito por vocês mesmo.
  - Obrigada - agradeci satisfeita.
  Ela saiu e nos deixou ali na sala. Logo Pedro começou:
  - Bom, já que vamos criar nosso próprio roteiro, vamos começar a pensar. - ele disse.
  - Pensei em não entrar muito na vida pessoal, a maioria deles não gosta muito e também sair daquelas perguntas clichês de revista. - disse Marcelly.
  - Bom, que tal fazermos assim - comecei pensando. - Vamos improvisar, vamos jogar uma conversa com eles, e assim que a conversa se estender vamos prosseguir uma entrevista, na qual eles vão responder o que eles quiserem. Nós vamos batendo papo com eles e assim as perguntas surgirão. - finalizei esperando a reação deles.
  - Boa , acho que vai dar certo. - disse Pedro rindo. - Espero que dê.
  - Legal, vamos pensar em uma conversa bem legal e assim teremos entrevista. - disse Má pensativa.
  - Ok, que tal algo relacionado ao Brasil, as fãs, e essa mistura de sons que esta sendo a tour incluído FTSK, ISS e ATL?- Ia ser legal tocar nessa assunto, então soltei essa idéia.
  - Gostei, e com isso entramos em preferências deles e por aí vai ... - disse Má.
  - Isso, então vamos pesquisar, e fazer uma pauta? - perguntei.
  - Yeap! - assentiu os dois. E assim começamos o trabalho.

Capítulo 9

  's POV

  Abri meus olhos espreguiçando vagamente na enorme cama. Levantei aos poucos e fui até o banheiro que havia no quarto para lavar o rosto, estava me sentindo exausto.
  Me olhei no espelho e raparei o quão cansado eu estava da viagem, o sono me ajudara a repor algumas energias perdidas mas ainda me sentia cansado. Logo passaria essa sensação, estava no Brasil. E mais tarde teria um dos maiores shows da minha vida, e da de muitos que iriam.
  Me lembrei que às 17 horas teria entrevista com o pessoal do meeting e... Pessoal do meeting me lembra a garota que eu conheci pela manhã no aeroporto, e ela era linda. Sim, não só linda como inteligente, não sei direito, mas algo nela me ligava de tal forma. Ela era diferente, não sei explicar, só sei que ela era especial, e basta.
  Entrei no banho e deixei cada gota de água lavar meu cansaço, saí do banho e vesti uma camiseta preta da JAGK e uma calça jeans básica com uma Nike e baguncei meus cabelos para que esses secassem. Logo, acabei de fazer minha higiene e peguei meu celular, abri o twitter e logo vi que havia muitas mentions de fãs e uma da MTV.
  'Logo mais o pessoal escolhido do meeting entrevistará exclusivamente os caras do @alltimelow, e logo depois eles farão um show de abertura da turnê em São Paulo!'
  Logo twittei:
  '@: hey Brazil! É incrível tudo por aqui, ainda não conhecemos nada mas já dá para perceber a energia desse país!'
  Mal larguei o iPhone na cama e ouvi batidas altas na porta. Fui abrir e logo veio pulando até mim.
  - Hey cara, dormiu bem? - me perguntou.
  - Ah, um pouco, e ae?
  - To animadíssimo pra essa turnê dude, algo de bom me motiva. - ela disse abrindo uma lata de energético que estava na geladeira.
  - A mim também dude, mal posso esperar! - respondi animado pegando uma lata que ele me dera. - E logo mais entrevista com o meeting.
  - Meeting... - ele pensara. - E que meeting, hein? - ele riu alto se jogando na cama.
  - Como? - perguntei.
  - Porra ! Vai me dizer que você não curtiu a menina do meeting? - ele disse me olhando. - A , né?
  - Ah sim, ela é bonita. - respondi engasgando e virando de uma vez o energético.
  - Bonita? Bonita é o ! - eu ri. - Ela era linda porra, reparou naquele corpo, sorriso, naquele jeito dela de perguntar as coisas? Porra! - ele ia dizendo e isso por um certo motivo me irritava, mas me fazia concordar.
  - É sim, , agora pare de ficar tarando a menina, ela é do meeting. - eu disse tentando manter a seriedade, mas a raiva ia me enchendo.
  - Ta bravo com o que eu disse? - ele perguntou me olhando sério. - Ta zoando né?
  - Não to bravo, , só to dizendo que ela é do meeting, e não seria legal se envolver com ela assim.
  - Por que, ué? Não vou fazer nada de mal. - ele riu safado. Raiva. - Vou atrás dela depois da entrevista.
  - Você não presta, na boa. - eu ri da cara que ele fez. - Logo mais entrevista hein, não esqueça.
  - Eu sei, mãe. - joguei a lata vazia nele. - Vou me arrumar e ficar para a . - e assim ele saiu do quarto me deixando sozinho e rindo.
  - É um puto mesmo, sempre soube. - disse sozinho.
  Logo sentei-me na cama e fiquei pensando no que disse, de fato ela era tudo isso e mais um pouco, como eu disse, ela era diferente e especial, e isso me motivava por algum motivo, não sei o que eu estava sentindo, mas algo era.
  Terminei de me arrumar e vi que faltavam dez minutos para a entrevista. Logo ouvi batidas na porta, eram e .
  Abri a porta e eles entraram falando alto, seguidos por que já tinha se arrumado. E pra constar ele estava de JAGK, a diferença é que ele pelo menos inverteu a cor da camiseta, usava uma branca.
  - Qual é, , vamos indo? A moça da MTV nos disse que ia ser na sala de festas executiva do hotel a entrevista. - disse .
  - Ah, então vamos.
  Saímos do quarto e entramos no elevador. A sala ficava no 19° andar de acordo com o papel na mão do . Senti minhas mãos frias, nunca senti essa sensação antes de uma entrevista antes. Estranho.
  - E então guys, e a animação? - perguntou .
  - Animação? O que é isso? Eu estou frenético! - disse pulando.
  - Para de ser um pouco bicha - eu disse. - Vamos dar boa impressão nessa entrevista, é a primeira no Brasil.
  - Boa impressão? - perguntou ele. - Eu sou a boa impressão dessa banda - batemos nele com um soco leve no braço. - E hoje depois do show vou sair com a .
  Gelei.
  - Você já convidou ela? - perguntei receoso tentando não mostrar na voz.
  - Não, mas vou fazer isso. - ele disse.
  - E qual a chance dela aceitar? - perguntou .
  - De acordo com meus conceitos de , muitas. - ele disse convencido. - E , relaxa, eu sei que você esta caidão por ela, mas já era amigo. - ele disse rindo, me deixando sem palavras ao sair do elevador, indo em direção à sala.

Capítulo 10

  Acabamos a pauta da entrevista e faltava quarenta minutos para ela começar. Chamei o elevador mais de quatro vezes e nada. Até que ele chegou e corri para o meu quarto, joguei a roupa de qualquer maneira na cama. Entrei no banho e sai dele em quinze minutos, fiquei perdida em que roupa por.
  Acabei vestindo uma calça preta apertada, jeans. Uma blusa que caia de lado, aquela que deixa o ombro a mostra, branca escrita umas frases em inglês pretas, olhei pela minha mala a procura do all star que eu comprei com a Analu aquele dia, avistei ele jogado no canto. Era xadrez preto e branco com uns desenhos em vermelho, e assim calcei ele. Fiz um make básico, delineador, lápis, gloss e só. Soltei meus cabelos e fiz umas ondas com o secador nas pontas, passei um perfume muito bom que eu ganhei do Bruno e terminei de me arrumar. O celular tocara:
  - Hey filha - era minha mãe. - Esta tudo bem ai?
  - Oi mãe - disse arrumando o cabelo. - Tudo ótimo, esta tudo perfeito!
  - Ah que bom, e já encontrou com os caras da banda?
  - Já sim, vou entrevista-los agora! - disse com pressa.
  - Ah, então depois eu te ligo, beijos filha, te amo. - e desligou.

  Caras da banda, encontrei. E não sei explicar o porquê ele mexeu tanto comigo. Estranho.
  Eu sei que ele era tudo o que eu imaginava, mas dessa forma não. Ele tinha algo mais. Algo a mais que mexeu comigo, em todos os sentidos.
  O olhar dele caiu sob mim no aeroporto e me deixou sem jeito, sem chão. Não sabia se eu me perdia no seu olhar ou me mantinha forte. Acabei optando por ignorar essa sensação, afinal era ele, e eu estava apenas como meeting. Para de ser besta , como você é idiota.
  Sai do quarto faltando 5 minutos pra entrevista. Nada de elevador, nada de elevador ...
  Chegou a porcaria, me enfiei dentro e apertei 19° andar e fiquei esperando. Cheguei na sala de entrevista reservada pela MTV e encontrei Pedro e Má lá, ambos nervosos:
  - que nervoso! - Má veio até mim.
  - Relaxa má, vai dar tudo certo. - eu disse tentando manter a calma.
  - Eles estão chegando, será? - perguntou ela.
  - Acho que sim, logo estarão ai. - disse Pedro.
  Nem passou-se dez segundos e eles abriram a porta da sala entrando. Os quatro. Ele.
  Meu deus como ele estava lindo, e como é diferente estar a pouca distancia dele, ver cada detalhe do seu lindo rosto. Como era diferente estar respirando o mesmo ar que ele.
  - Hey guys. - disse Pedro. - Descansaram?
  - Tentamos, mas dormir é o de menos. Estamos no Brasil. - disse rindo.
  - Yeap! Isso mesmo, e estão prontos pra nossa conversa?
  - Muito, estamos animados. - disse rindo e me olhando de cima a baixo. - Hey , e ai?
  - Hey - ele me abraçou e me apertou contra o seu peito. - Ta me amassando toda, .
  - Ah sim, desculpa, me empolguei. - eu ri com ele. - Vamos começar então?
  - Vamos sim, sentem-se. - apontou as poltronas, Pedro.
  Todos se sentaram, os quatro na nossa frente, fiquei de frente pro , o que me fez reparar mais ainda na sua beleza e naquele jeito que eu tanto admirava. Eles estavam a vontades, ligamos a câmera que fazia parte do procedimento e o gravador.
  Logo Pedro começou a puxar uma conversa qualquer. Ambos se olharam.
  - Cadê as perguntas? A bomba de curiosidades? - perguntou sem entender.
  - Nossa entrevista com vocês será diferente , - respondi. - Não vamos perguntar aquelas coisas clichês, vamos ir conversando com vocês sobre tudo, vocês nos perguntam o que querem saber e assim surgem ambas as duvidas, e uma entrevista, entende? - respondi sorrindo.
  - Ótimo! Adorei, muito original. - ele disse e eu me senti satisfeita.
  - De quem foi a incrível idéia? - perguntou .
  - Minha - respondi tímida.
  - Ual! Você se mostra mais uma vez diferente mesmo. - ele disse me fazendo corar.
  - Então ... - começou Pedro. - Querem começar?
  - Eu começo! - disse . - Então, já que podemos perguntar ... - ele pausou. - Eu perguntou. - pausou e me olhou. Ai vem. - Voce tem namorado ? - gelei e todos riram.
  - Não - respondi rindo com todos. - Não tenho, mas não esperava essa pergunta.
  - Ué, posso perguntar o que eu quiser certo? - perguntou ele rindo.
  - Pode. - assenti.
  - E não namora por quê? Porque todos aqui são lerdos ou porque não quer? - riram de novo.
  - Porque eu não achei alguém ainda, sei lá. - respondi rindo.
  - Ah entendi, vai achar essa pessoa. - ele riu e piscou me fazendo rir.
  - Espero. - pausei. - Nossa vez. - ele assentiram. - O que estão achando da turnê em conjunto com I See Stars, Forever The Sickest Kids?
  - Muito foda! - respondeu. - Os caras do I See Stars, Forever The Sickest Kids são nossos amigos, sempre que podemos estamos nos vendo quando nos encontramos em turnês ou por ai, é muito legal estar com eles, é uma junção de musicas sabe?
  - Sei - respondeu Má. - Parece que foi uma junção perfeita de sons, Forever The Sickest Kids e I See Stars parecem se encaixar em alguns perfis de vocês.
  - Ah sim - continuou . - Acho que não poderia haver turnê mais animada. - ele concluiu rindo.
  - Bom - começou Pedro. - Estávamos vendo que vocês não curtem que toquem na vida pessoal de vocês, então deixamos as perguntas pessoais para o lado.
  - Não é que não curtimos, mas é que as vezes passam dos limites, querem saber de tudo. Se eu tomo banho pelado ou com roupa, se eu durmo de cueca ou sem, se eu como isso ou aquilo, o que isso importa para a vida deles entende? - respondeu .
  - Concordo, acho que não precisamos saber isso tudo, afinal de que isso mudaria o que vemos e sentimos por vocês. - completei.
  - Isso mesmo. - ele sorriu para mim, nos olhamos e parece que por segundos eu me perdi no olhar dele. E acho que eu só podia estar pirando, mas ele se perdeu no meu?.
  - Hum - pigarreou Pedro. Me voltei a realidade. - Sua vez.
  - Vocês são privilegiados por serem brasileiros. - disse . - É um pais lindo. - continuou. - Como vocês vêem essa coisa de gostar de bandas gringas e vêem eles só quando abrem turnê?
  - Bom, é difícil - disse Má. - A gente nunca tem uma oportunidade de estar perto, tem que apreciar o trabalho de longe. E também te aquele lance de comprar CDS, por exemplo, tem CDS de algumas bandas que não vendem no Brasil. E só por site internacional, ai tem a questão da demora.
  - Isso é chato não? Demorar pra ver o álbum da sua banda preferida, ai tem a questão de baixar pela internet e muitas bandas não divulgam. - completou .
  - É péssimo. - assenti. - Mas a questão de voce dizer que somos brasileiros e tals, e que devemos gostar disso, . - olhei e ele me olhou significativo. - Não gosto muito de ser brasileira. - disse naturalmente.
  - Porque? - me perguntou.
  - Não gosto muito de muitas coisas daqui, não falo do clima e de musicas nacionais, mas de alguns problemas que estão a tona. Eu sei que todo país tem seu podre, mas as vezes, os podres brasileiros estão em alta. E também eu gosto do estrangeiro. Meus pais tem empresas canadenses e americanas, e eu sempre vivi com esse mundo, amo muito.
  - Puxa, você é diferente mesmo . - ele me disse e eu ri. - O Brasil tem suas divergências mundiais como voce disse, e acho que essa sua visão de América é legal, tem problemas, mas tem os encantos de América. É o que todos dizem. - eu assenti. - Seus pais tem empresas lá?
  - Sim, no Canadá, Nova York e Washington. - disse.
  - Puxa - ele disse. - Foda! - riu e eu ri. - E por que você não mora lá?
  - Vou morar, eles vão se mudar mês que vem, e eu vou com eles. - respondi e ele sorriu. - Canadá.
  - Vai adorar lá, não mais do que adoraria Baltimore, mas enfim ... - ele riu satisfeito.
  - Queria ir pra Baltimore, estava pensando em cursar o ultimo ano lá, adoraria morar sozinha lá, ia ser incrível.
  - Você devia pensar no assunto, vale a pena. - ele sorriu.
  - Vou pensar. - disse rindo pra ele.
  - Hum, não querendo quebrar o diálogo, mas eu suponho que temos umas perguntas também. - era .
  - Ah sim, pois não ? - perguntei séria pra ele que riu.
  - Você cursa o terceiro ano então? - perguntou.
  - Curso, porque?
  - Porque não parece - ele me disse, ri. - Você é muito madura. - ele completou.
  - Vocês no terceiro ano já estavam com a banda, o começo, mas estavam, e eram maduros. - ele começou a rir e bater as mãos. - Ou não. - ele riu mais ainda.
  - Nunca fomos maduros, nem somos. - disse rindo. - Você está iludida .
  - Ow , como pude me esquecer do lado All Time Low de vocês, porra. - eu disse rindo alto com eles.
  - Não se esqueça jamais, é foda ser quem sou. - disse rindo, caindo no chão.
  - Olha o exagero do - disse . - Não somos tão otários assim.
  - Não, imagine. - disse fazendo ele rir. - Mas e então, nossa vez ..
  Pedro parou de rir e começou.
  - Jalex? - todos pararam e se olharam, bateu a mão na testa e começou a rir de novo.
  - Bom, Jalex é a junção de mais e nada mais, não somos gays, relaxa guys.- disse rindo.
  - To sabendo - eu disse. - Gays vocês não são, mas Jalex é incrível. - soltei sem querer.
  - Você vê tudo positivo, olha lá hein - disse . - Esses dois são umas bichas, ainda temos que ter orgulho disso?
  - Ow, que porra é essa , bicha é voce, e o . Hunf - disse um rindo ofendido.
  Ficamos nessa conversa por mais uma hora, até que era quase 19h da noite quando levantamos do sofá, Pedro e Má foram levar a câmera para o quarto e pegar outra para o show, fiquei de levar os guys ate o quarto de novo.
  Logo veio até mim.
  - , posso falar com você? - perguntou.
  - Pode sim . - assenti sorrindo.
  - Vocês vão cobrir o show todo não é? - perguntou.
  - Vamos sim, vamos ficar no camarim com vocês.
  - Ah, então você não quer ir comigo, digo, com a gente pro show?
  - Ah, eu vou com vocês , não no mesmo veiculo, mas vou. - eu disse corando.
  - Essa é a questão, vamos com a gente, na nossa van?
  - Porra, sério? - assentiu e sorriu. - Vou sim, obrigada.
  Ele piscou pra mim e andou ao meu lado ate o elevador.
  Logo entramos no elevador, eu e eles quatro. O ar estava pouco para mim, meu coração estava a mil.
  - Ae , esta animada pro show de hoje?
  - Nem fale , estou até tonta. - eu disse rindo. - Muita emoção para um dia só.
  - Você nem imagina o que esta por vir. - disse rindo. - Vou twittar isso agora. - pegou o iPhone.
  - Eu também - disse rindo pegando o meu.
  - Ae você tem twitter! - assenti. - Vou te seguir, qual o seu? - falei e ele me seguiu.
  - Também vou - disse . - Espera ai - clicou em algo. - Pronto. - sorriu.
  - Vamos te seguir também, mas não estamos com o celular aqui, te seguiremos depois ok? - disse . Assenti.
  - Obrigada. - sorri não acreditando.
  - Vai fazer o que depois do show ? - perguntou .
  - Não sei, acho que voltar pro hotel e dormir, não sei se a MTV vai dar uma festa hoje.
  - Não quer me levar pra conhecer São Paulo? - perguntou. Ele estava me chamando pra sair, porra?
  - Ah, vamos ué, podemos ir sim . - sorri.
  Ele sorriu de volta e senti o ar ficar mais rarefeito. Esses sorrisos tem efeito sobre mim, oh shit.
  Logo o elevador chegou ao andar, e saímos.. Senti o olhar de sobre mim, de uma forma estranha, não sabia explicar.
  - Bom, então vamos nos arrumar pro show, vemos você daqui a pouco. - disse .
  - Ok, nos vemos. - assenti, me virando e saindo.

  Segui ate meu quarto, entrei e me joguei na cama. Não acreditava que nada daquilo estava acontecendo comigo. Era muito surreal.
  E não sei explicar, mas senti um frio ao ver que me olhava daquele jeito no elevador quando me chamou pra uma 'saída', não sei o que ele estava pensando, talvez ele não gostasse do fato do estar se envolvendo demais com fãs, ou sei lá. Mas não sei o que significava aquele olhar complexo.
  Resolvi ir tomar banho e me vestir, dessa vez, demorei mais pra isso, caprichando mais no visual. Era o primeiro show deles no Brasil e eu queria gravar cada momento.

Capítulo 11

  Senti meu peito estufar e minhas entranhas se contraírem quando a chamou para sair. Não sei explicar essa sensação, mas não era legal. Os motivos eu não sei dizer, mas não gostei nada da idéia. Parecia traição dele, não que fosse de fato, porque afinal, eu não tinha nada com ela, e isso era o problema, esse nada.
  - Que porra , para de ser babaca, ela é só uma menina do meeting e não dá pra pensar nela de outro jeito. - disse a mim mesmo entrando no box pro meu banho. Seria estranho se eu começasse a ver ela com outros olhos, afinal, nossas vidas não podiam ser ligadas, estávamos em mundos diferentes e... E... Não consegui pensar mais em nada, nada que me fizesse não gostar mais dela. Droga!
  Sai do banho totalmente decidido a começar a me aproximar mais dela. Desculpe , mas eu preciso.
  E também pelo que eu saiba, não queria nada sério com ela, não que eu esteja chamando ele de puto, mas ele é.
  Me vesti em poucos minutos e logo chegou meu jantar, comi tudo em pouco tempo e fiquei jogado na cama, peguei meu celular e fui ver o twitter dela, ria das coisas que ela postava, algumas em inglês, outras português.
  Logo deu o horário da gente descer para ir pra casa de show passar o som. Não vi os guys no corredor então chamei o elevador sozinho até o térreo.
  O elevador descia quando alguém o chamou, e a porta se abriu no andar, dando vista a uma pessoa. Ela.
  - Ah, oi . - ela disse sorrindo, não pude deixar de perceber o quão linda ela estava. Com aquele look preto, deixava ela mais linda e digamos, sexy?
  - Oi , tudo bem? - perguntei.
  - Tudo sim, preparado ou nervoso?
  - Os dois, mais nervoso, assumo. - ri nervoso. Ela riu. Que sorriso era aquele?
  - Vai dar tudo certo, você nasceu pra isso. - ela me piscou.
  - Espero, gostei da entrevista de hoje à tarde, estava ótima. - puxei assunto.
  - Ah, obrigada, eu também gostei, achei bem diferente.
  - Vai sair com o hoje, então? - disse escapando. PORRA !
  - Ah - ela corou. - Ele é bobo, imagina que eu vou ser a melhor companhia pra mostrar São Paulo pra ele - ela disse balançando a cabeça negativamente.
  - E por que não seria? - fui até ela. - Não vejo melhor companhia pra isso do que você, você é diferente das outras, é inteligente, não nos vê como famosos, caras de bandas, nos vê como , , e , e isso faz toda a diferença. - segurei no queixo dela. - Você faz toda a diferença, prestei atenção em você hoje no aeroporto, alguma coisa me chamou a atenção.
  - Poxa, - ela me olhou. - Obrigada, você não faz idéia do que essas palavras significam pra mim, muito mesmo.
  Ficamos nos olhando até o elevador chegar no térreo e revelar que deveríamos sair dele, apesar de que meu coração gritava naquele momento era o contrário. Por mim, eu ficaria ali por um bom tempo. Pra sempre talvez.

  Fomos até uma sala do lado aonde estava o pessoal da MTV, os guys, e Matt com os caras do som. Já tinham colocado tudo na van e outra van chegara para irmos até o local.
  - Vamos então guys, estamos em cima da hora. - disse Matt entrando na van.
  - A vai com a gente, Matt - disse. - Eu convidei.
  - Ok, então vamos. - ele disse subindo.
  Entramos na van e seguimos até o local do show, em quarenta minutos estaríamos lá.
  - Obrigada por me seguirem e , vi agora de pouco que ganhei 4 seguidores, os melhores. - ela sorriu para nós.
  - Não precisa agradecer - disse . - Bom, será que está lotado?
  - Se está? - perguntou Matt. - Me ligaram de lá hoje e disseram que a fila rodava quarteirões desde manhã.
  - Caraca, que sinistro! Não me agüento - disse .
  - Vai ser incrível, estávamos esperando por shows de vocês há anos. - disse .
  - E nós pra virmos pra cá. - disse . - Brasil é incrível. - pausou. - E meu pedido está de pé, ?
  Senti meu fígado se partir em mil.
  - Está sim, . - ela me olhou e riu. Ri de volta, mas sem um sorriso.
  - pode ir também se estiver com ciúmes. - disse rindo e me dando um tapa.
  - Ah, ciúmes? Que nada ow... - enrolei.
  - Sei, mas pode ir, afinal vamos todos. - disse rindo.
  - Demorou! - ela disse rindo.

  Logo chegamos no local do show e como Matt disse, estava lotado. Entramos por uma porta nos fundos e muitas fãs vinham até o portão que separava.
  Descemos da van e sai de mãos dadas com , eu segurava sua mão e a guiava logo atrás de mim, passamos pelo portão e pude ver muitas fãs gritando e chorando por nos verem, acenei e entrei no local que íamos ficar até começar a nossa vez.
  - Que vibe hein! - disse .
  - Nem fale, dude! O que são essas fãs? Posso sentir o que vai ser esse show. - disse .
  - Vamos passar o som, então? - sugeriu .
  - Vamos sim, melhor. 'Bora pegar os instrumentos - disse pegando minha guitarra das mãos do Matt.
  - Vou pra lá guys, assim não atrapalho vocês, ok? - disse .
  - Não, você tem que ficar, é nossa convidada. - ela sorriu e sentou-se em um dos puffs que tinha na sala.
  - Ok, vou ficar aqui.
  Começamos a repassar o som e ela ficou ali olhando tudo encantada, por hora eu olhava pra ela e indicava algum refrão e ela olhava tudo aquilo sorrindo, aquele olhar dela cheio de brilho me dava uma força, porque eu estava nervoso demais.
  Passamos o som por mais meia hora, até que entraram pessoas na sala.
  - ! Estávamos te procurando - era Pedro. - Temos que ir lá no camarim arrumar as coisas pra quem vai de meeting depois do show.
  - Ok, vou indo. - ela disse e ele se virou. - Guys vou indo, vejo vocês depois do show. - ela piscou pra gente. - E arrasem. Confio em vocês. - e assim saiu.
  - Essa mulher é foda. - foi o máximo que disse.
  Concorrência no ar.

  Sai da sala dos guys e segui Pedro até uma outra sala, era muito cheio de salas aquele lugar, Gosh.
  Logo avistei os caras do Forever The Sickest Kids passando o som, ou já tinham acabado porque estava arrumando os instrumentos, e perto deles estavam os caras do I See Stars e o resto do pessoal do meeting.
  - ! - disse Bruno vindo ao meu encontro. - Não agüentava mais esperar pra te ver, e ai?
  - Ei Bruno, estou ótima e muito feliz! Os caras do All Time Low são um máximo! - disse pulando.
  - Os caras do Forever The Sickest Kids são muito fodas, acredita que o Kyle comeu mais de oito cachorros quentes no jantar hoje? E depois falava de boca cheia cantando umas músicas muito loucas e nada a ver. - ele ia dizendo e eu rindo da empolgação dele.
  - Acredito, vindo do Kyle acredito em tudo. - eu disse rindo e o mesmo apareceu.
  - Hey gata, que nada haver, isso tudo é insulto, ok? A culpa foi do Caleb que me forçou a fazer isso.
  - CALÚNIAS! - apareceu um Caleb gritando. - Oi gata, ta solteira? - perguntou me fazendo rir.
  - Ela é do meeting do All Time Low - disse Pedro.
  - , prazer Caleb. - disse a ele.
  - Prazer é todo meu, e prazer maior ainda é depois que... - ela fora interrompido e eu agradeci ao Austin por isso.
  - Caleb, pare de ser um grosso com a moça do meeting - ele ria. - E ae , beleza? - ele me perguntou.
  - Hey Austin, tudo pronto?
  - Tudo sim, Bruno nos falou de você. - ele disse.
  - Bruno! Que porra é essa? - eu disse brava com ele. - Para de ser bobo.
  - 'Coé , relaxa. - ele riu.
  - Heeeeeeeey guys! - era Devin Oliver do I See Stars. - Hora da gente entrar, e... - olhou para mim. - Hey, e ai?
  - Oi Oliver, . - me apresentei.
  - Oi , está de meeting com os All Time Low?
  - Yeap, logo mais eles colam aqui. - respondi. - Vão ser os ultimos a tocar.
  - Ah sim, então nos vemos depois. - e assim ele saiu indo até o outro lado.
  - Ok, vê se berra muito, eu curto. - disse zoando ele.
  - Pode deixar. - saiu gritando e foi até o palco.
  - É impressão minha ou os gringos estão muito chegados em você? - era Analu vindo até mim pulando de alegria.
  Sai com ela até o outro lado da sala e contei as paradas que tinha me acontecido, Analu era do meeting do Forever The Sickest Kids, então durante o show do I See Stars ficamos vendo os guys e fofocando sobre o que tinha nos acontecido. Ela tinha me contado que tinha ficado com o Kyle, o que me fez gritar de felicidade com ela. Esse show prometia.

Capítulo 12

  O show do I See Stars acabara e dera lugar a mais uma vibe alucinante do Forever The Sickest Kids. A noite de São Paulo mudara com a chegada das bandas. E para fechar o festival com mais uma incrível vibe, os guys do All Time Low entraram em palco levantando a galera. Tocaram Lost in Stereo, Therapy, Dear Maria, Poppin', e muitas outras.
   gravara tudo junto com Pedro e Má, e assim que o show acabou, foram ate a fila de pessoas com meeting e começaram a atende-las. Pedro ficou encarregado de levá-las até os guys do All Time Low.
  Verificava pulseira e mandava seguir, Marcelly estava levando elas até a sala deles e eu estava lá. Logo uma fã entrou, seguida de outra. acabara de sair da sala e entrara no camarim quando ela veio pulando ate ele:
  - ! NÃO CREIO QUE VOCÊ EXISTA. - ela pulou em seu pescoço e ele olhou sem graça.
  - Yeap, estou aqui. Oi. - ele disse sem jeito.
  - Cara, você é muito foda, sou sua fã! - "A vá", pensei.
  - Fico agradecido por gostar do meu trabalho. - ele sorriu.
  - Cadê ele? - ela passou os olhos pela sala, logo chegou e ela o abraçou sem jeito seguido de um abraço do . - Aonde ele está?
  - Você deve estar se referindo ao , não é? - Perguntei me metendo na conversa. - Ele esta vindo, foi se trocar.
  - Ah, tudo bem. - logo ficou de papo com o e a outra fã que era mais consciente teve um papo legal com e .
   entrou no camarim e nem respirou direito quando a groupie, digo, fã, pulou em seu pescoço.
  - EU SOU APAIXONADA POR VOCÊ!
  - Ah, obrigada pelo carinho! - ele agradeceu rindo.
  - SÉRIO, não fico um dia sem ver suas fotos, sou muito louca por você!
  - Eu entendi, muito obrigado mesmo. - ele agradecia.
  - Autografa pra mim? - ela mostrou a camiseta.
  - Claro. - ele ia autografando.
  - Gostou do sutiã que eu joguei pra você, ? - perguntou a um que ria.
  - Qual dos? - me segurei pra não rir.
  - Ah, esquece, vamos tirar uma foto, né? - ela perguntou.
  - Vamos sim, , chama o fotografo da MTV por favor. - pediu .
  Chamei o Pedro que trouxe o cara das fotos, ele tirou fotos deles com as fãs. Além das groupies loucas que entraram, foram fãs de verdade, fãs que se achavam as mais sábias do mundo e gente que nem fã era. E foi uma das groupies que perguntou:
  - Ela é a sua namorada ? - apontando pra mim.
  - Hã? Não, ela é do meeting da MTV. - sorriu sem jeito.
  - Hum, sei. Essas que entram de meeting são as que sempre pegam os caras da banda. - ela disse me olhando com nojo.
  - Sleeping with band dudes doesn't make you famous, sweet. - disse simplesmente fazendo todos os quatro rirem
  - Há, não dou um mês. - e assim saiu.
   me olhou rindo.
  - Um mês pra quê? Pra eu estar grávida? - eu perguntei ironicamente rindo.
  - Você é foda demais , sério. - ria. - Groupies sempre dão trabalho, mas não podemos tirá-las.
  - Mas eu sim, sou meeting aqui porra. - me irritei com ela. Sai pela porta aonde Pedro estava.
  - Acabou? - perguntei.
  - Sim, foi a ultima.
  - Amém! - disse me voltando pra dentro. - Não agüento tanta falsidade.
  - Interesse também - disse Má.
  - É, como podem?
  - Não sei, mas me irritam. - sentei no puf exausta.
  - Vejo alguém com ciúmes aqui? - perguntou rindo de mim.
  - Ciúmes? Não vem ! - taquei uma almofada nele.

  Acabou o meeting para o meu alivio, não agüentava mais tanta falação em coisas tão banais. Porra!
  Logo os caras do Forever The Sickest Kids e do I See Stars entraram na sala e juntaram-se a nós. Bruno veio até mim e me abraçou satisfeito, ficamos assim por um tempo, não que tivesse mudado alguma coisa, mas não fazia questão em ficar presa a esse abraço dentro do camarim das bandas mais fodas que eu amava.
  Logo alguém se aproximou de nós, nos separamos.
  - É seu namorado ? - era .
  - Ah, não. - me apressei em dizer. O que deu em mim? - É meu amigo.
  - Ah sim, e ai dude? - ele olhou para um Bruno que sorria sem entender, surpreso, sei lá.
  - Hey , e ai. - correspondeu.
  - Show incrível hoje, hein ? Bem que você me falou que ia dar tudo certo, melhor impossível. - sorriu. Gelei.
  - Ah, eu disse que você ia fazer o que faz de melhor, foi só uma auto confiança.
  - Foi mais que isso, acredite. - ele sorriu pra mim que gelei. Esse sorriso.
  Nos olhamos por uns segundos, até ouvirmos uma voz.
  - Hey guys, ótimo show de todos! Parabéns - era o tour manager da turnê. - Para comemorarmos esse sucesso vocês terão uma festa nas dependências do hotel, no salão de festas fechado para as 3 bandas e o pessoal das mesmas, a MTV que fechou o espaço, então os meetings estarão lá, então vamos pra festa!
  Todos aplaudiram, vi Caleb gritar algo do tipo 'Hula Hula, ´Party Brazil' para um Austin que batia palmas.
  Olhei para que me disse:
  - Parece que nosso passeio já era, hein? - ele disse rindo.
  - Quem disse? Esta no primeiro dia de turnê ainda, vamos passar por Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, então é só o começo. - pisquei para ele que retribuiu.
  - Isso é uma esperança? - ri.
  - Quem sabe, , quem sabe... - e assim fui ate os guys deixando o pensativo e rindo.

  Chegamos no hotel uma hora depois, subi para meu quarto tomar um banho e trocar aquela roupa de show, me sentia na pele dos guys.
  Vesti uma calça jeans básica, uma blusa do The Maine que eu comprei quando fui viajar fora, e um all star vermelho. Soltei meus cabelos e só passei um lápis de olho e um batom claro. Fui até o elevador e o chamei, nada dele vir.
  - Hey gata - era . O olhei e sorri. - Já mandei você parar de ser tão linda e... - me olhou de cima a baixo, me senti vermelha. - Gostosa. - piscou safado.
  - ! Para de ser bobo - sorri envergonhada enquanto ele ria. - Obrigada .
  - De nada amor, bom... Vamos? - o elevador tinha chego.
  - Yeap - entrei na frente dele e assim fomos. Paramos no andar que era o salão de festas que a MTV devia ter reservado, ouvíamos a música tocando a longe.
   segurou em minhas mãos e colocou seus braços e volta dos meus ombros antes de entramos enorme porta de vidro, ao entrarmos percebi o olhar de alguns sobre nós. Caleb estava com umas cinco ou seis garrafas de cerveja no colo, e tagarelava algo à toa com um Oliver que bebia uma vodka. Bruno e Analu estavam conversando com e Kyler, mas logo nos olharam ao entrarmos. Mas de todos, o que mais nos olhou foi . Pude perceber que não gostou nada do jeito que me abraçava. Virou o rosto para o balcão do barman e pediu algo, sentando-se de certa forma emburrada e não nos olhou mais.
  Logo, fomos tomados por Matt que veio dizendo algo sobre o show, me afastei de e fui até o balcão.
  - Hey - o chamei, este me olhou sem sorrir. - O que houve? - perguntei receosa.
  - Nada. - e bebeu de uma vez a cerveja.
  - Se continuar assim não vai agüentar até o final da festa. - ri para ele.
  - E você não se importaria, não é? - ele perguntou seco. Não entendi.
  - Como? Por que falou comigo desse jeito, ?
  - Não foi nada, desculpa. - ele sacudiu a cabeça. - Me ignore.
  - Pedido inaceitável , jamais te ignoraria. Vindo de você tudo se torna importante, me diz. - sorri sem graça pra ele que se surpreendeu com o que eu disse.
  - Não sei te explicar, não sei o que dizer. - pausou. - É tudo muito estranho, muito superficial para tentar dizer. Não sei se entenderia.
  - Tente me fazer entender. - eu sorri.
  - Não sei se posso, nem se devo. - Não o entendia.
  - Tive uma idéia. - ele me olhou esperando. - Esta muito afim de ficar nessa festa?
  - Não, por quê?
  - Então me acompanhe. - peguei nas mãos dele e o guiei até a porta, ninguém nos notou saindo, estavam entretidos em um que contava algo.

  Arrastei pelas mãos até o ultimo elevador do corredor temendo que alguém nos visse.
  - Aonde você está me levando? - ele arqueou uma sobrancelha me olhando.
  - Você vai descobrir, precisamos chegar ao hall. Vem. - puxei ele pela mão ao entrarmos no elevador. Estávamos a nove andares do hall e nada de chegar.
  - Sabe, seqüestrar um vocalista dá cadeia, ainda mais se tratando de mim. - ele me olhou com aquele olhar.
  - Vá se foder, - eu dei um leve tapa nele. - Fica quieto. - e ele ficou. Poder então?
  Saímos do elevador e fomos até o hall, não havia ninguém ali por perto, o que me causou espanto. Mas ao olhar na frente do hotel percebi que havia muitas fãs na frente, shit! Não ia dar certo, sem esperar puxei ele pelas mãos até o balcão da recepcionista.
  - Por favor - ela me olhou. - Teria alguma saída que possamos usar sem passar pelas fãs?
  - Ah, teria sim, a direita daquele corredor- ela apontou um corredor ao lado da sala de espera. - Você pode seguir reto que sairá aos fundos do hotel, na outra avenida.
  - Obrigada. - sorri. - Vem .
  Seguimos pelo corredor aonde a mulher indicara, não havia ninguém nele, só ouvia a respiração arfante de pela corrida que eu fazia ele dar. Me senti até incomodada em segurar as suas mãos tão próximas as minhas, mas segui.
  Logo cheguei ao final do corredor e vi a porta de 'Saida', dava para a avenida de trás do hotel, e para minha sorte não havia fãs.
  - Bom, agora pode me dizer o que faremos Sherlock? - olhei pra ele e ri.
  - Espera aqui, preciso arrumar um carro. - pensei por um tempo.
  - Carro? - assenti. - Táxi?
  - Não, um carro para nós. - meditei. - Já sei!
  Logo fui para a ponta da calçada e chamei um táxi que não demorou pra chegar.
  - Vamos, - indiquei o táxi a ele que me olhou rindo.
  - Você não disse um carro para nós?
  - Espere e verá, porra, você é muito curioso.
  - Hum, ok, mãe.
  O carro seguiu até a minha casa, como eu havia pedido. Eu sei que não poderia sair do hotel com o assim, do nada. Afinal eu estava de meeting com ele e não podia tomar posse do cantor assim, mas eu não disse a vocês o quanto eu quebro regras? Então estão sabendo.
  Chegamos em casa e eu percebi que meus pais não estavam, logo subimos e apontei a garagem pra ele.
  - Vai pegar carro do seu pai? - perguntou e eu pisquei.
  - Vou, e você vai dirigir porque eu não tenho habilitação ainda, ok?
  - Ta, mas vou avisando que vou correr e... - o interrompi.
  - Cala boca , vamos pegar escondido. Vai - fomos até a garagem e pegamos o carro do meu pai, um dos carros que ele não usava para sair. Logo entrou e sentou-se no banco, sentei-me ao lado e saímos de lá. Entramos na avenida principal e então percebi que ele me olhava.
  - Você sabe dirigir no Brasil, não é? - eu segurei o riso.
  - Não tem graça . - ri mais ainda quando ele passou reto pela placa de 'Pare'.
  - Ok, vai indo que eu te falo quando for algo importante. - sorriu. - Bom, te seqüestrei para cumprir o que prometi. - ele me olhou sem entender. - Te levar pra conhecer São Paulo!
  - Ah sim - lerdeza. - Então, aonde vamos? - ele sorriu interessado.
  - Bom, vamos andar por ai e assim paramos em algum lugar legal que te agrade.
  - Ok. - ele assentiu.
  - O que você queria me dizer, que não tinha coragem ? - perguntei deixando mostrar meu interesse em saber daquilo.
  Ele mordeu o lábio inferior e depois de respirar pausadamente disse.
  - Não sei por onde começar, e nem sei se devo.
  - ! Te seqüestrei para te levar pra um passeio, roubei o carro do meu pai, e estou andando com um gringo em plena avenida de São Paulo pra você não saber se deve? - explodi e ele riu gostosamente.
  - Ok , te conto. - sorri vitoriosa. - Bom, vou tentar explicar sem assustar. - olhei atenta a ele. - Quando vi você no aeroporto vindo buscar a gente meus olhos pousaram logo em você e parece que você se destacou dos demais. Você tinha algo que me fazia prestar atenção em você, em tudo. Quando você falava com a gente logo eu comecei a perceber que você é diferente das demais, não é uma fã. É uma pessoa diferente, especial. As fãs são especiais, mas são as fãs. Você é diferente delas, se torna especial de certo modo. - pausou e estacionou o carro em frente a um local que eu não reconheci. Logo prosseguiu. - Quando eu percebi que se interessou por você não o culpei, afinal você é linda, divertida, inteligente, entende o nosso trabalho e se me permite, tem tudo que um homem quer. - corei ate no escuro. - Eu notei que estava notando você dessa forma, mas para mim eu havia te notado primeiro. Eu sei que parece besteira mas eu senti uma coisa estranha quando vi você entrar com ele daquele jeito hoje a noite na festa. - parou.
  - Algo estranho? - perguntei.
  - Ciúmes. - ele respondeu e eu gelei. - Eu sei que nos conhecemos a um dia só e isso é muito pouco mas o que eu vi em você não precisa de muito tempo para notar e para se atrair. - ele finalizou me olhando confuso.
  - Você quer dizer que sentiu atração por mim? - perguntei.
  - Sim, muita. - ele sorriu. - Nunca senti isso por ninguém, sério.
  - Mas - comecei. - Logo por mim?
  - Por você sim, ! Por que não? Você tem tudo que um cara precisa, você me compreende. Me compreendeu hoje a noite, me compreendeu antes do show e sempre consegue me entender a cada gesto meu. Em um dia eu percebi isso. - o olhei atenta. - E não que eu comece a gostar de alguém assim, do nada. Mas com você foi diferente, você despertou algo em mim, algo que eu jamais senti.
  Ficamos em silencio por um tempo, senti meu peito arfar.
  - Bom, . - o olhei e ele permaneceu com os olhos no vidro. - Se eu te disser que tenho uma enorme atração por você, achará que é clichê, afinal ouve isso todos os dias de várias fãs e... - ele me interrompeu.
  - Você não é minha fã, é a . - senti meu sorriso abrir.
  - Então eu, como , digo que sinto uma enorme atração por você. - ele me olhou. - Muito forte, tudo o que você faz eu acho um sentido. Não sei te dizer como mas algo em você me faz ficar ligada em você todos os segundos desde a hora em que eu coloquei os pés naquele aeroporto. E não quero parecer oferecida, nem interesseira, mas vejo isso só em você. Sei que ficou falando comigo daquele jeito e sei que ele talvez se interessou, mas sempre foi em você que eu achei essa semelhança. Esse lado especial. Não desmerecendo os demais. - terminei e o olhei.
  - Quer dizer que você se interessou por mim?
  - Sim, sempre te achei impossível, mas a partir do momento que troquei a primeira palavra com você, mudou.
  - Aonde você viu que eu tenho algo que seja especial e me diferencie dos outros? - me perguntou e eu virei o rosto dele pra mim delicadamente. Fazendo-o olhar em meus olhos.
  - No seu olhar. - respondi e ele ficou me olhando.
  Sorriu, o sorriso mais lindo que eu vi na vida.
  - Por isso você é especial. Por que demorei tanto pra vir pro Brasil? - perguntou rindo.
  - Não sei, mas já que esta aqui, vamos aproveitar esse momento? - sugeri rindo.
  - Você fica linda sem graça, sabia? - ele riu. E eu corei mais ainda. - Vamos.
  Não demorou mais de dez segundos, ele diminuiu a distancia entre nós, passou as mãos pelo meu rosto e deslizou ate a minha cintura, nos aproximando mais ainda, se possível. Logo me deu um selinho, pedindo espaço para nossas línguas sem encontrarem, e eu permiti. Deixando ele levar o beijo da forma que quisesse. Eu podia sentir o chão sendo engolido aos meus pés e minhas pernas perderem as forças. Nossas respirações estavam ficando arfantes, o beijo durou mais um tempo até que nos separamos, e assim ele não tirou as mãos da minha cintura, só me olhou.
  - Você é especial demais, saiba disso. - e assim me abraçou.
  Nos separamos e perguntei quebrando o silêncio.
  - Aonde vamos?
  - Parei aqui na frente desse local porque achei mais quieto e sem paparazzis, então pode ser aqui? - apontou para um pub paulista muito bem freqüentado.
  - Pode sim - assenti. - Vamos então?
  Saímos do carro e seguimos juntos ate a entrada do local. Logo entramos e escolhemos uma mesa no canto, aonde tinha sofás ao invés de cadeiras. Logo uma garçonete veio nos atender e pedimos dois drinks, assim que ele saiu disse:
  - Você ta achando isso tudo muito estranho, não é?
  - Como? - perguntei sem entender.
  - Apareço do nada na sua vida, me declaro pra você e de repente você começa a sair com um cara totalmente diferente, não é assim que vê? - eu ri do desespero dele.
  - Não. - ele me olhou interessado. - Pra começar não te vejo como um cara e sim como o 'meu cara', não na forma de posse, mas do jeito que você é e representa pra mim. E depois não acho estranho, atração pode vir de várias pessoas, não tem regra pra sentir algo pro alguém, só aparece, e quando aparece é melhor que se diga, senão, nunca saberá se é retribuído. - sorri pra ele.
  - Posso dizer que já sou seu fã. - ele riu e me dei um selinho.
  - Ow, , meu fã? - ele assentiu. - Que honra. - rimos juntos.
  Logo nosso drink chegou, pediu um prato bem típico do local e assim que chegou comemos juntos. Riamos e trocávamos várias conversas, ele me contou coisas muito pessoais, me contou piadas, me revelou coisas e eu o mesmo, estávamos nos divertindo muito. Saímos dali após pagar a conta e fomos até o carro, entramos e deu partida.
  - E agora? - sorriu pra mim.
  - Você esta cansado , tem que descansar. - ele riu.
  - Não, eu quero sair em mais um lugar só, aonde vamos?
  Pensei por um momento e respondi.
  - Tem um lugar perto da empresa do meu pai, é tipo um parque que funciona de noite, tem teatro, praça de alimentação e playground e lá é bem tranqüilo pra gente passear, você não quer ir em um dos cafés da Paulista, ou em qualquer festa de São Paulo e ser reconhecido não é? - pensei naquilo, já que ele estava comigo.
  - Olha, pensando bem - ele pensou. - Quero sim. - o olhei sem entender.
  - Comigo? Vamos sair em revistas amanhã se formos vistos juntos.
  - Dane-se eles, eu quero me divertir com você, não importa aonde, nem o que pensem. - sorri pra ele.
  - Então vamos. - ele deu partida e saímos em direção a uma festa paulista, ele queria conhecer São Paulo? Nada melhor que uma boa balada noturna.

Capítulo 13

  Eram mais de quatro da manhã quando estávamos saindo da festa. dançava muito bem, e se eu tinha bem que notado, muitos caras a olhavam enquanto dançávamos na pista daquela boate que fomos. Fomos até o carro do pai dela, ao entrarmos ela me perguntou:
  - E agora, o que faremos com o carro? - ela riu. Já disse que a risada dela é mágica? Então.
  - Quer deixar lá e chamar um táxi? Pelo menos não damos na cara, que tal? - sugeri.
  - Mas está tarde, vamos com esse mesmo pro hotel e amanhã falo pra um dos funcionários ir lá buscar. - ela respondeu então segui em frente até o hotel.
  Conversamos durante o caminho todo, ela era a melhor companhia para se sair, e a mais linda.
  Chegando lá, deixamos o carro com o manobrista, não havia muitas pessoas no hall, mas uma meia dúzia de fãs acampadas na calçada. Ao pisar na calçada elas olharam atentas e viram eu e de mãos dadas subindo as escadas. Não chegaram até nós, pois seguranças nos ajudaram a entrar no hotel, mas muitas delas berravam meu nome e faziam caras feias sem entender o porquê de eu estar acompanhado a essa hora.
  Chegamos ao hall de entrada e logo nos dirigimos ate o elevador. Entramos.
  - Por um pouco, hein?- disse a ela rindo.
  - Meu Deus, achei que ia morrer agora. - ela ria.
  - Só você? - ri com ela.
  Ficamos em silêncio até o elevador parar no nosso andar. Sai dele e a olhei, peguei em suas mãos e disse:
  - Você não faz idéia do quanto eu me diverti hoje. - ela sorriu.
  - Eu também me diverti , foi perfeito. - seus olhos brilharam.
  - Você é muito especial , saiba disso. - repeti.
  - Agora eu sei, você não se cansou em me dizer. - eu ri com ela. - Obrigada por me fazer feliz hoje.
  - Obrigada você por ser quem é e por me entender. - ela sorriu e passou as mãos pelo meu rosto. Chegou mais perto e me enlaçou pelo pescoço, sem esperar a enlacei pela cintura, ela acariciava minha nuca e ficamos nos olhando até que ela diminui a distancia entre nos e me beijou.
  Foi o beijo mais doce que eu já dei. Achei cada movimento mais perfeito que todos. Terminamos e continuamos assim.
  - Você tem que descansar, - ela me disse. - Foi um grande dia hoje, e temos que descansar para segunda irmos pra Porto Alegre. - ela sorriu.
  - E você vai comigo - disse besta. Eu chapo o quê? Dorgas?
  - Vou sim, sou do meeting. - ela disse sem entender.
  - Sim, agora você vai comigo por todo o canto, eu quero você ao meu lado. - eu disse pra ela que sorriu.
  - Vou estar com você essa turnê toda, , a turnê toda. - nos abraçamos e nos beijamos até que ela se separou e disse. - Boa noite e descansa, até amanhã, . - sorriu.
  - Dorme bem , até amanhã. Bons sonhos. - ela sorriu de novo e se afastou. No caso quem teria bons sonhos, seria eu.

  Virei a curva do corredor e abri meu quarto, logo, avistei meu iPhone sob a cama. Fechei a porta atrás de mim e me joguei nela, peguei ele e vi que havia mais de trinta chamadas perdidas, desde o número do , como do Matt e do . Li quatro mensagens das doze que tinha, uma delas bem sutil.
'Aonde você está, seu verme? Sumiu e se perdeu no Tietê? xx'.
Resolvi não responder agora, mais tarde eu responderia, ou não. Não estava me importando com que tinham pensado, então ...
  Tirei minha camisa e a joguei na cama, segui até o banheiro terminando de me despir e tomei um longo banho quente. Me sentia exausto, nunca me senti assim após um show. Lógico que esse foi diferente, alem de ser no Brasil, eu tinha algo a mais depois, e põe a mais nisso.
  Após me vestir, deitei na cama e ao fechar os olhos senti meu celular vibrar, porra! Se fosse o acabaria com aquele nariz de meio metro dele.
  - Alo porra! - atendi bravo.
  - ? É você? - Não é o Napoleão Bonaparte.
  - Sou eu sim, o que você quer? - respondi.
  - Tu ta vivo cara! Não acredito, vou avisar o Matt. - era . - MATT! - gritou me deixando surdo. - Ele ta vivo, atendeu o celular! - perdi a audição do ouvido esquerdo com essa voz do .
  - Porra, ! Para da gritar, sua gazela, to vivo sim, e com sono. - disse áspero.
  - Estávamos te procurando dude, você sumiu assim do nada na festa e também, isso tem alguma sincronia? - percebi a voz dele de 'te peguei'.
  - Não tem nada a ver , amanhã falo com você dude, to cansado. - cortei.
  - Ah ta, mas dessa você não escapa. - ia desligando até que a bicha logo começou de novo. - AAAAH ! - bufei. - está puto com você, não me pergunte o porquê. Dorme bem. - e desligou.
  Bufei três vezes, mas logo ri. puto comigo? Não liguei, afinal puto era o .
  Me enfiei debaixo do lençol e comecei a lembrar da noite em que eu tive ao lado dela. Perfeita seria a definição. Tudo deu certo, foi tão incrível, não me sentia assim há anos, não sei se estava agindo certo ou me precipitando, mas eu não trocaria essa sensação por nada.
  Resolvi mandar uma mensagem para ela.
  'Não se esqueça que eu estou logo ao lado do seu quarto :P xx'

   POV

  Sai do banho enrolada na toalha, bati levemente meus dedos nas madeixas dos meus cabelos para secá-los. Sentia-me exausta, porém feliz. Escutei meu celular tocar em cima da cama com uma mensagem. Era ele. Logo, respondi:
  'Malditas paredes ;) xx'
  Não consegui segurar o riso, ele era tão diferente do cara que eu imaginava. O que estava acontecendo entre nós era surreal, nem em meus sonhos eu imaginei algo assim. Por mais que um dia eu possa ter sonhado com ele, não seria nada comparado ao que tivemos essa noite, não estava me iludindo, sabia que ia ser só durante a turnê e por isso mantive meus pés no chão, por mais difícil que fosse.
  'Paredes não são páreas para mim, acredita? xx'
  Risos.
  'Não duvido de nada que venha de você, aprendi isso hoje xx'
  Meu celular não demora a apitar:
  'Não aprendeu nem um por cento do que eu posso te mostrar xx'
  Solto outra risada.
  'Quem sabe um dia eu aprendo, vai dormir senão me sentirei culpada HAHA xx'
  Ok, sei que acham que eu sou uma qualquer ou uma groupie, mas saiba que todos os nossos diálogos é baseado em uma ironia, assim como esses, ou não. Mas o lance entre eu e o ... Lance? Bom, digamos que o que tivemos essa noite foi superficial, nada que possa ser chamado de lance, nem rolo, ou qualquer outra denominação do gênero.
  Ficamos apenas, e isso basta.
  Deitei na cama após colocar uma camiseta qualquer e pensei em tudo que havia me acontecido. Logo me veio à cabeça todos os outros, os shows, os guys, e... Bruno. Esqueci-me completamente do meu 'lance' com ele, será que ia interferir em algo? Mas nós tínhamos deixado claro que havia terminado o que tínhamos tido em alguns dias, por conta da viagem e do sentimento de amizade que eu sentia por ele, que não mudara até então. Acho que não vejo problema então, espero que ele também não veja.
  Pensando em tudo isso adormeci, exausta e feliz.

Capítulo 14

  Senti meus olhos arderem ao abri-los na manhã seguinte. Resultado de uma noite mal dormida, e do cansaço anterior.
  Sem abrir os olhos tateei o meu celular e o encontrei, olhei e vi que marcava nove horas, muito cedo ainda. Dormir mais ...
  Logo ele apita com uma mensagem da MTV 'pessoal do meeting, reunião as onze'
  Droga! Não poderia dormir mais, senão perderia hora e... Enfim. Corri tomar um banho e me vesti.
  Não estava muito a fim de achar uma roupa que chamasse atenção, meus olhos ardiam ainda e minha cabeça doía de tanto sono.
  Escovei meus cabelos, vesti um short jeans escuro, uma blusa básica e calcei um tênis. Algo muito natural, afinal era só uma reunião e se eu estivesse certa, seria com todos os caras do meeting, e os organizadores. Maldita noite mal dormida.
  Uma boa causa pensei comigo mesma.
  Peguei meu celular e enfiei no bolso do short ao abrir a porta do quarto em direção ao elevador.
  Cheguei ao térreo e encontrei Pedro e Marcelly vindo ao meu encontro.
  - Bom dia - disse Pedro sorrindo. Sorri de volta.
  - E ai - Marcelly disse me abraçando. - Boa festa ontem não? - Pensei: Ironia ou sinceridade, heim produção?
  - Ah sim, ótima. - menti rindo. Afinal a festa estava cheia e nem notaram meu sumiço. Ta eu sei que notaram, mas e daí poxa. Não podia revelar nada a eles.
  - Reunião aqui a pouco com a MTV - começou Pedro. Ele não sacava que todos nos sabíamos? Hm.
  - Tomou café? - perguntou Má.
  - Não, estou faminta. - respondi sentindo meu estomago doer.
  - Vamos comer então no restaurante do hotel, huh? - perguntou-me.
  Assenti e fomos até o restaurante que a essas horas estava um pouco vazio.
  Me servi de suco, um bolo e algumas torradas.
  Após comermos, Pedro levantou e disse que ia até seu quarto, ia pegar os papeis da reunião de mais tarde.
  Marcelly ficou me olhando e aquilo estava me irritando.
  - Algum problema? - perguntei pra ela depois de sentir seus olhos me encarando por longos minutos.
  - Não - ela disse simpática. - Mas, - continuei comendo. - Você e o sumiram assim do nada ontem na festa. O que houve? - Tava demorando produção.
  - Ah sim - pausei minha refeição. - Saímos por ai.
  - Por ai? - insistiu fazendo eu a olhar séria.
  - Sim, por quê?
  - Por nada - começou. - Mas achei estranho.
  - Estranho por que Má? - perguntei com a maior calma que pude. Se era possível haver calma.
  - Você é do meeting, não deixa de ser uma fã dele, e ele - pausou e pigarreou. - Bom, digamos que ele é o ídolo. E de qualquer maneira é diferente vocês dois saírem assim, do nada.
  - Não foi nada demais Má, apenas sai por ai com ele. Queria mostrar a cidade pra ele. - assumi.
  - A cidade? - assenti comendo meu bolo. - Então foram pra fora do hotel?
  - Sim Marcelly - a olhei e ela ficou parada. - Alguma pergunta a mais?
  - Não , desculpa. - ela pareceu se tocar.
  Comeu seu bolo em silêncio. E eu prossegui comendo e pensando.
  De fato ela tinha razão, eu era uma fã e ele de certo modo, ídolo. Sair com ele assim causou uma certa novidade, ou sei lá. Tinha que me por no meu lugar e parar de pensar nele daquela forma. Merda de vida, porque eu tinha que estar pensando nele. Era , não podia me referir a ele desse jeito.
  Se coloque no seu lugar , você é fã e ele ídolo. Nada muda isso.
  Com esses pensamentos fui tomada pelo grito de Analu que chegou a nossa mesa animada.
  - Bom dia sumida! - me beijou na face.
  - Bom dia mala - sorri pra ela que se sentou ao meu lado.
  - Agora pode ir me contando aonde se meteu ontem? - Já vi que tinha mais interrogatórios pela frente. Senti minha indecisão subir ao extremo. Se fosse possível.
  - Sai com o . - disse apenas.
  - COMO ASSIM? - ela berrou atraindo os olhos de quem estava no local.
  - Cara, fala baixo! - bradei. - Olha, só saímos ok? Fomos dar uma volta. - disse naturalmente.
  - Uma volta? Na minha época chamavam de outra coisa. - ela disse rindo e Marcelly riu junto. Coloquei o garfo no prato e a olhei séria.
  - Ana não tem nada haver isso, só saímos pra conhecer uns lugares. E conversar. - ela pareceu entender. - Sou do meeting!
  - E daí?
  - E daí que ele é o , o famoso, ídolo, rico, conhecido, o que todos o julgam. - pausei sentindo uma pontada de nervoso. - E eu sou só do meeting. ! Adolescente, brasileira, sem fama e nem nome. Me entendeu agora?
  Ela pareceu refletir.
  - , entendi. - VALEU AI DEUS. - Mas... - LÁ VEM MERDA. - Isso que você acabou de dizer não tem nada haver sweet. - a olhei em interrogação. - Ele pode ser tudo isso, mas não significa que você não possa curtir.
  - Eu curto ele Ana, como pessoa. Apenas isso. - aquilo a fez parar.
  - Ok , você quem manda. - sorriu pra mim. - Esta pronta pra reunião? - mudou de assunto.
  - Sim - disse olhando meu inacabado bolo que eu perdi a fome. Pronta? Não estava nem um pouco, mas tinha que ir não é.
  Saímos em direção ao elevador que nos levaria até a sala de reunião. Podia sentir meus pensamentos martelarem a minha cabeça ao seguir em silêncio ao lado de Marcelly e Analu que tagarelavam sobre o show da noite anterior.
  Não estava nem um pouco a fim de abrir a boca pra acompanhar o papo delas. O que Marcelly havia me dito causara em mim um certo desconforto. De fato, era totalmente avulso ao meu mundo.
  Eu estava apenas cobrindo a sua turnê, como responsável pelas entrevistas e tudo mais. Não tinha nenhuma relação fora isso com ele. Mesmo que eu quisesse ter, não poderia.
  Ele era o ídolo, eu era a fã. E por mais que ele dissesse que não me via dessa forma, ninguém mudaria isso.

  A sala de reuniões pareceu tirar essas idéias da minha cabeça ao adentrar vendo que a maioria das pessoas estavam ali, só faltando Pedro que não demorou a chegar.
  Sentamos nos pufs indicados por Ane. Logo olhei para Bruno que me olhou de volta e sorriu, um sorriso estranho e sem significado. Acho que ele estava sabendo do meu sumiço repentino com o . Não me importava.
  - Olá - começou uma Ane animada. - Queria desejar os parabéns a todos vocês! - sorrimos pra ela. - Se saíram muito bem ontem no primeiro show dos guys aqui no Brasil. - ela pausou. Olhou-nos e pousou os olhos em mim, lá vem merda !. - !
  Olhei sem demonstrar interesse no seu animado papo.
  - Eu mesma. - sorri de lado.
  - Você sumiu na festa de ontem, querida. - ela disse. QUERIDA?
  - Ah sim, sai por ai. - enrolei.
  - Acompanhada do senhor . - ela afirmou. Aquilo estava ficando tenso, senhor ?
  - Sim - procurei palavras certas. - Saímos por ai, demos uma volta. - enrolei de novo.
  - Não estou te dando bronca , querida. - Se ela disser querida de novo, juro que enfio esse sorriso dela em um lugar onde não é legal dizer. - Mas devo lhe alertar que ele é um famoso e como famoso visitando nosso pais em turnê ele obedece a um roteiro feito pelo seu empresário, aonde não consta saídas repentinas com uma menina do meeting. - Obrigada pela parte que me toca, QUERIDA. Bufei.
  - Eu sei disso Ane - passei as mãos nervosas pelos meus cabelos. Situação tensa. - Não vai se repetir. - forcei um sorriso.
  - Espero que sim. - ela sorriu. - Bom, vamos começar a analisar o próximo show das bandas. - pausou. - Amanhã em Porto Alegre.
  Ela começou a falar em qualquer que fosse o assunto, o mesmo não me importava.
  Sentia-me o pior lixo da face da Terra. Ela praticamente jogara na minha cara que eu era nova demais para sair com o por ai, mesmo eu não dizendo aonde fomos? E pior que isso, praticamente me jogou na cara que eu era INSIGNIFICANTE? AONDE ESTA A PORRA DE UMA ROLHA PRA EU ENFIAR NA CARA DELA?
  Sentia minhas entranhas se contraírem e dançarem conforme meu nervoso aumentava.
  Estava pouco me lixando se ela achava que eu era do meeting ou da porra que for, não estava ligando pra opinião dela.
  Ele disse pra mim que não estava me vendo dessa forma, então dane-se o mundo.
  Ou não.
  Refleti por um momento e pensei que eles tinham de fato alguma razão. Por partes.
  Eu era mesmo do meeting e jamais estaria sendo cogitada a possibilidade de um certo envolvimento meu com algum deles.
  Merda de vida estava dando tudo errado então? Era de se esperar.

  Sai da sala de reunião me sentindo uma besta, iludida, sonhadora e... Sei lá que palavra usar.
  Subi pro meu quarto, estava sem fome pro almoço. Ignorei os chamados de Bruno, Guilherme e Analu para irmos comer já que eles estavam no mesmo hotel que nós por aquele dia.
  Amanhã iríamos pra POA o que me animava demais, adorava o sul. Frio!
  Peguei os papeis entregues por Ane e li. Regras, sugestões e mais papos sobre o que fazer amanha no show dos guys.
  Meetings com fãs, mais papo furado... Choros, gritos, falsas, groupies, verdadeiras. Ciúmes.
  - Porra você está começando a pirar com isso, relaxa e respira. - dizia a mim mesma sentada na cama massageando as têmporas. - É o poxa! O seu ídolo, IDOLO - soletrava pra mim mesma. - Nada, além disso.
  Deitei na cama olhando pro teto do quarto. Não sabia o que pensar, tinha acontecido tudo muito rápido.
  E embora eu achasse que deveria contar a Ana tudo isso, não sei se ela reagiria de boa forma. Então permaneci calada.
  Com esses pensamentos acabei cochilando por uns minutos, mas fui acordada por batidas na porta.
  Levantei-me sonolenta até ela.
  - Me desculpe, te acordei?
  Era .
  - Ah não - sorri sem jeito. - Tinha deitado e peguei no sono de repente.
  - Desculpe - ele pareceu sem jeito. AWN. - Mas é que eu precisava te ver. - corei.
  Sorri pra ele sem respostas e dei espaço para que entrasse.
  Sentou-se na minha cama e eu sentei do outro lado o fitando. Nada dissemos até eu começar.
  - Dormiu bem?
  - Muito bem, estava precisando. E você?
  - Nada! - ele riu. - Tive reunião agora a pouco com o pessoal da MTV.
  - Poxa que chato... - silêncio. - ? - me chamou.
  - Sim. - sorri.
  - Você está bem? - assenti e ele me olhou significativamente sabendo que eu estava mentindo. Ele me conhecia tão bem assim?
  - Ok, não está. - abaixei a cabeça derrotada.
  - Me diz então o que é. - me olhou sorrindo e me encorajando.
  - O pessoal deu por nossa falta ontem - comecei. - E então hoje vieram me perguntar, disse que tínhamos saído, nada demais. - ele me olhava. - Mas logo vieram me criticando, dizendo que eu jamais poderia ter tirado você do hotel, afinal você está de turnê cobre uma agenda e eu sou uma pessoa do meeting nada a mais que isso. - finalizei me voltando a olhar pra ele.
  - Mas isso não tem nada haver, estávamos em uma festa e não tinha nada para eu dar satisfação. - começou e eu senti minha garganta embargar. - Eu que aceitei seu convite, e não vejo problema algum se estava fora do horário de shows e entrevistas, você não teve culpa de nada.
  - Eu te seqüestrei, . - disse rindo nervosa e passando os dedos pelos cabelos.
  Ele riu.
  - Não justifica, você não errou. Eu aceitei sair com você. - ele finalizou.
  Fiquei calada por um tempo, sem ação. Então fui até a janela e olhei para baixo, fiquei assim até sentir a sua mão no meu ombro.
  - O que foi ?
  - Às vezes acho que eles têm razão. - comecei de forma baixa. - Eu sou meeting apenas, . - ele me olhava. - E você é o ídolo. Jamais passaremos dessa categoria. - finalizei deixando uma lágrima escapar.
  - Claro que não ! Não a vejo assim e eu já te disse. Não te vejo como fã, te vejo como uma mulher! - gelei. - Você começou a ocupar um espaço muito importante na minha vida! - ele dizia e a cada palavra eu sentia meu corpo tremer. - Você é sim uma pessoa muito especial para mim, entenda que o que eles dizem não é nada comparado ao que eu te afirmo! E eu digo que você mexeu comigo, desde a primeira vez em que eu te vi, por favor - ele pedia. - Acredite em mim, só em mim.
  Nada disse, ao invés de palavras me virei e o abracei.
  Ele retribuiu o abraço calorosamente, parecia que queria me fundir ao seu corpo quente.
  Afogava seus dedos nos meus cabelos e me fazia sentir tão bem só por esse fato de me compreender.
  Nos separamos segundos depois. O olhei sem jeito.
  - Me desculpa por ser insegura? - perguntei inocentemente. Me arrependi por isso.
  - Não é insegura. - ele afirmou me olhando compreensivelmente. - Só precisa parar de ligar para o que eles dizem. Eles querem o que você teve. - ele apenas disse me olhando ainda. - E saiba que quando eu digo isso, é por experiência própria.
  Sorri involuntariamente.
  - Você sempre tem resposta pra tudo? - ele me olhou rindo.
  - Só para quando eu quero mesmo alguma coisa.
  Ele chegou mais perto e falou no meu ouvido.
  - E agora o que eu quero é você.
  Senti meu corpo inteiro dançar macarena internamente. O olhei fixamente nos olhos. Ele me olhava com um sorriso na face.
  - - comecei e ele colocou o dedo nos meus lábios fazendo eu me calar.
  - Shiu, não diga nada. - ele disse chegando mais perto. Tocou meu pescoço me trazendo mais perto dele, se era possível.
  Nossos lábios de tocaram e eu sentia sua respiração falha. A minha também tava.
  Logo ele me deu um longo selinho pedindo espaço. Cedi.
  Nos beijamos calmamente. Parecia que cada uma queria guardar a cena daquele momento por anos.
  Era um beijo diferente, doce, sensível, de saudade de algo que jamais ocorrera. Será que é possível usar a palavra 'paixão'?
  Não sei, deveria ser tudo paixão. Paixão momentânea, mas paixão.
  Nos separamos e ele me abraçou exalando aquele perfume intoxicante que me fascinava.
  - Obrigada por acreditar em mim - ele apenas disse colando seus lábios nos meus de novo. Podia sentir seu coração pular contra meu peito.
  De qualquer forma o meu estava saltando pra Júpiter nesse momento. Era tudo tão surreal. Nos conhecemos a dois dias atrás e ele já estava tão intimo de mim, era como se nos conhecêssemos a anos.
  Como se nos curtíssemos a anos, era tudo tão lindo e tão... Diferente de tudo que eu já senti.
  Era puro.
  Fechei meus olhos deitando minha cabeça em seu ombro tentando não pensar em nada para guardar aquele momento.
  Mas uma coisa não saia dos meus pensamentos.
  Eu realmente estava curtindo ele.
  E pelo jeito era recíproco.

Capítulo 15

  - Ele fez mesmo o que eu vi? - disse rindo olhando para que ria também.
  - Acho que sim, ainda me perguntam por que eu vejo Friends. É demais! - ele disse rindo.
  Os dois estavam sentados na cama da menina assistindo TV há algum tempo. Pipocas, chocolates, bolinhos, bolachas e umas taças de sorvetes estavam espalhadas pela cama aonde a ultima que o garçom trouxera já havia sido devorada por ele.
  Acabara o programa em segundos.
  - O que faremos agora? - perguntou mordendo um pedaço de cookie.
  - Penso em várias coisas, quer mesmo que eu diga? - ele a olhou safado. riu e deu um leve tapa em seu braço.
  - Outch! - ele fez uma fingida cara de dor.
  - Não foi forte seu bobo - ela deu a língua e o empurrou de leve fazendo ele a pegar pelos braços e jogá-la na cama devagar rindo.
  - Vou denunciar você por agressão a um cantor famoso - ele disse fingindo-se de sério.
  - Nossa que medo - ele segurava os punhos dela na cama ficando sob seu corpo. Ela rira de lado. - Denuncio você por se relacionar com fãs menores - ela deu a língua de novo. Ele soltara uma gargalhada alta.
  - Não é minha fã - se aproximou do rosto dela roçando seus narizes. - É minha menina, só minha.
   permaneceu com o rosto próximo de , ela sentia sua respiração falha ao toque dele nos seus lábios.
  Deu leves selinhos na garota que permanecia sem ação até que este pediu passagem ao beijo que ela concedeu. Soltou os pulsos dela ficando sobre a garota. segurava os cabelos dele na tentativa de aproximar mais seus corpos, se possível.
   pressiona o beijo mais rápido, seus dedos roçavam as costas da garota embaixo da blusa.
   ficou por cima dele sendo presa pelos braços de que a envolviam. Suas mão percorria o abdome do rapaz o fazendo abafar um leve gemido entre o beijo.
   voltou a sua posição ficando por cima dela e soltou um riso entre o beijo, ela sorriu de lado.
  Ele movimentava sua mão pelas pernas da garota, aonde o short jeans dela não o impedia. puxou levemente seus cabelos fazendo ele sorrir de lado.
  Foram interrompidos por batidas na porta.
  - Mas que porra é essa? - disse sem soltar .
  - Não sei, vou ver quem é. - ela fez menção de levantar, mas ainda estava presa por ele. - me solta - ela ria.
  - Deixa bater vai... - ele beijava o pescoço da garota a fazendo rir.
  - , não! - ela rira entre os beijos dele. - Pode ser da MTV - bufara e a soltara antes de sorrir maroto pra ela.
   ajeitou a camiseta que vestia a puxando para baixo, jogou a franja de lado para esconder seu cabelo bagunçado. ria da garota que lhe deu o dedo.
  Abriu a porta.
  - ? - perguntou levando a mão a boca. - O que faz aqui? - tentou manter a voz calma.
  - oi, - disse ele rindo da cara da menina. - Você estava dormindo, ou o que?
  - Ah, estava ali hã... Vendo TV - ela sorriu amarelo.
   riu e a olhou sem entender.
  - Não vai me chamar pra entrar? - ele perguntou fazendo bico.
   pigarreou e sorriu de lado. Antes de dizer qualquer coisa apontou a cabeça pra dentro do quarto e viu que estava atônito na sua cama, cabelos tão bagunçados quanto os dela, e sem ação.
  - ? - chamou de novo rindo.
  - Ah, sabe o que é, eu estava indo pro banho - mentiu rindo nervosa.
  - Não tem problema - ele riu. - Espero você sair, e eu tenho que falar com você rápido mesmo.
   mordeu o lábio em confusão consigo mesma. Agora ferrou tudo mesmo, descobre e acaba minha moral com ele ou ele entra e fazemos uma suruba fucking low. pensava nervosa sem abrir a boca. a olhava sem entender a demora da resposta.
  Apontou a cabeça de novo pela segunda vez e viu que já estava sentado na cama e ajeitou os cabelos fazendo sinais pra ela entrar logo e fechar na cara de . riu do menino e virou-se para .
  - eu...
  - O que ta pegando, ? - ele fez menção de apontar a cabeça pra ver. Ta pegando o que? Nada, eu estou pegando o , só isso.
  - Nada não - sorriu de novo sem ação. empurrou a porta da sua mão e adentrou o quarto se deparando com um e uma revista de moda na cara tapando tudo.
  - Ow, não sabia que você estava acompanhada da sua amiga... ? - ele gritou vendo quem se revelara atrás da revista que na capa indicava '50 Modelos de Biquínis'. - O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO AQUI? - gritara a um que se revelara por trás de uma revista totalmente sem graça.
  - Ele veio conversar comigo mais cedo - sorriu fraco . a olhou.
  - Conversar? - arqueou a sobrancelha.
  - Sim! Conversar sobre o show de ontem, sabe? - ele completava se levantando da cama.
  - Sei - olhava desconfiado, mas logo abriu um sorriso besta e começou a falar. e respiraram satisfeitos. - Vim aqui atrás de você, pra te chamar pra beber algo no bar do hotel ou comer alguma coisa, mas vejo que você já comeu por aqui né... - ele passou os olhos pelas embalagens de bolachas do local. - Então acho melhor fazermos algo por aqui mesmo, sei lá, pedir bebidas.
  - Boa idéia - ela sorriu feliz. revirou os olhos, cantando debaixo dos olhos dele, era isso mesmo Evaristo?
  - Então pedimos tequila? - ele perguntou pra ela. sumiu naquele ambiente?
  - é nova pra beber assim, - advertiu o olhando sério.
  - Que isso - ela riu-se. - Eu posso beber um pouco sim - ela sorriu pra ele.
  - Ok então - disse pegando o telefone pra ligar pra recepção.
   falava com o atendente e e trocavam pequenas falas baixo.
  - Não devia ter deixado ele entrar - sussurrou para ela.
  - Não tive escapatória! Você viu que ele já entrou, e alem disso ele esta sendo legal e nem desconfiou de nada.
  - É porque ele é burro igual uma porta, não desconfia das coisas simples e porque ele esta de olho em você. - sussurrou no ouvido dela. riu.
  - Não precisa ficar assim - ela o olhou sorrindo.
  - Não estou 'assim' - fez aspas com as mãos. - É proteção só, conheço o amigo que tenho.
  - Você é uma coisa linda, sabia? - mordeu o lábio inferior e sorriu pra ele. a olhou e sentiu seu peito arfar a vendo ali tão perto dele sem poder agarrá-la. Maldito que chegou na hora errada.
  - Pedi garrafas de tequilas e umas vodkas daqui que o cara me falou que eram ótimas. - virou falando animado. - E umas coisas a mais. - abriu um sorriso a e piscou.
  - Que bom, - ela sorriu em resposta.
  - O que faremos enquanto isso? - perguntou olhando em desconfiança.
  - Vamos sentar e relaxar - disse sentando-se na cama e esticando os braços.
  - Hã? Mas é claro que não sua bicha - jogou uma almofada nele. - Vamos planejar um jogo.
  - Jogo - perguntou o olhando interessada.
  - Sim, com as bebidas. Quem perder, vira.
  - Ok! - disse, mas nada de embebedar a somos mais velhos e ela é menor de idade. - disse a olhando com ternura, apenas rolou os olhos achando aquilo estranho.
  - Relaxa - sorriu de volta. - Vou pegar leve, e ! - ela se virou para ela. - Vê se não poe conseqüências muito tensas nessa brincadeira. - sorriu safado.
  - Nada que você não tenha que tirar a roupa e .... - o olhou serio e ele riu. - Brincadeira gente, que ta pegando aqui seus cupcakes de baunilha?
  - Hã? - riu depois da cara que e fizeram. Era muito surreal estar ali.
  - Vamos nos sentar na cama mesmo e ir começando. - sugeriu .
  Logo batidas na porta.
  - Deve ser o cara das bebidas - ele disse se levantando. - Era e .
  - MAOE ESTAVAM FAZENDO FESTA SEM NÓS? - perguntou entrando de forma diva no quarto e fazendo barulho.
  - Mais dois!? - riu-se batendo as mãos na testa.
   sentou-se de novo ao lado de e que a cumprimentou seguido de .
  - chegamos pra brincar também, do que é? Uno? - perguntou um feliz.
  - Não seu babaca, e com tequila e baralho. Vamos jogar aquele jogo de verdades que você já fez e quem fez vira o copo sabe? E tem a garrafa também que vai girar e ver quem falará e tals.
  - Poxa! Isso sim é legal - bateu as mãos igual uma mulher.
  Batidas na porta
  - Cara das bebidas! - gritou pulando ate a porta. Mas logo gritos adentraram o lugar e um Caleb seguido por Kyle e Austin entraram tirando os olhares de todos.
  - Olá amigos - saudou Kyle rindo. - Viemos pra Party de vocês.
   sentiu seus estomago dar mais de quinze voltas de 360° quando Caleb piscou pra ela e a beijou nas bochechas sentando-se ao seu lado.
  - Hey - ele disse sentando-se. - Nem ia nos chamar pra party em seu quarto. - ele disse fazendo bico. sentia-se nas nuvens, mas conteve-se.
  - Não sabia nem dessa 'party em meu quarto' até chegar - ela disse rindo, e ele sorriu. Ai aqueles sorrisos.
  Batidas na porta e entram Oliver e todo o restante do Forever The Sickest Kids mais I See Stars no ambiente. A cama já não cabia mais ninguém.
   deu com as mãos para mostrar que eles poderiam se sentar no chão.
  Todos estava se acomodando no grande chão do quarto, que era enorme, para começar a brincadeira.
  - Vocês não deviam estar dormindo? - perguntou olhando os FTSK e Oliver que a olhava interessadamente e algum ponto das suas pernas até seus peitos. Isso fazia perceber e bufar.
  - Não estamos com sono e Brasil é pra se festejar, ficar no salão de festas do hotel não rola. - começou Austin. - Lá tem muito fotógrafos e gente. Aqui é mais legal - ele sorriu.
  - E também aqui temos nossa festa particular. - Caleb completou.
  Mais batidas na porta.
  Era o cara das bebidas?
  Não, era Analu e Marcelly que chegavam para a festa.
  - Espero que mais ninguém venha porque acabou o espaço - Kyle riu para elas.
  - Não, viemos só nos mesmo. - elas assentiram. - Não íamos deixar sozinha com vocês - Ana disse rindo.
  - Nos chamaram de estupradores, Oliver - ofendeu-se .
  - Mas nós somos tarados mesmo, - disse rindo e recebendo uma almofada de .
  Mais batidas.
  Agora era o cara das bebidas que trouxe uma dose extra de garrafas.
  A festa começou.
  Cada virada de garrafa uma pergunta, cada pergunta uma verdade, cara verdade uma tequila a mais no estomago de cada um.
  Risadas, comentários, sorrisos. Olhares de e trocando palavras caladas.
  Eles pensavam no que podia ter ocorrido se não os interrompesse. Até que abriu os olhos e virou-se para que ria da piada de .
  - ! Você sabia que eu estava aqui e por isso veio?
   quase engoliu a garrafa de Martine da sua frente.
  - Sim, caro . - ele viu olhar atônito. - Não ia deixar você e fazerem festas sozinhos, e parece que vocês estavam no maior tédio quando eu cheguei agitando e chamando a galera toda pra cá.
  - Sabia que tinha coisa sua, sua bicha - tacou a tampa de Martine nele. riu alto seguido dos outros.
   olhou para que sorriu e piscou para ela. Virou seu rosto para que a olhou de cabeça baixa. Ela piscou discretamente para ele que entendeu um recado como 'mais tarde nos terminamos, relaxa' E ele sorriu de imediato.
  Tequilas, copos virados, verdades, conseqüências, beijos.
  , , , Caleb Turman... Essa festa no quarto não ia prestar.
  E era isso que percebeu quando a garrafa indicando conseqüência apontara a um e uma que estava um pouco alterada.
  Ambos alterados, mas não tanto quanto a preocupação de naquele momento.

Capítulo 16

  Pov's .

  Conseqüência. e . Tequila. Álcool na veia. Isso não ia prestar.
  - Opa! Deu conseqüência. - afirmou meus pensamentos, Jeff Valentine rindo da cena. Aonde esta o senso de humor? Eu estava mais preocupado com o que eles iam fazer.
  - E quem escolhe a conseqüência? - perguntou Oliver. Olhei na direção de e ela não estava no seu estado normal. muito menos. Acho que eu era o mais sóbrio do momento.
  - Eu - afirmou um Kyle rindo. - Minha vez, finalmente.
  É agora realmente estava tudo perdido, vou me jogar do precipício.
   olhou para que a olhava de volta com um sorriso safado nos lábios. Má idéia.
  - Bom - começara Kyle. Ai vinha merda. - Todos aqui já aprontaram demais, e é isso que a brincadeira se fala. - ele pausou. - Então vou perguntar uma verdade e assim virá a conseqüência.
   assentiu. riu de lado. Eu pensei 'fodeu'.
  Kyle continuou.
  - Se algum de vocês já ficou com alguém que esta aqui fora dessa brincadeira, beba. - ele disse sem rodeios. MAOE EU AVISEI QUE IA DAR MERDA.
   olhou pra , que olhou pra mim, que olhou pro Caleb - como assim? - que olhou pra Kyle e assim ficou essa patifaria ate abrir a boca.
  - Olha eu não peguei ninguém daqui não, uma porque só tem homem nessa porra tirando as três aqui - ele apontou pra elas. - E também ainda não peguei quem eu quero pegar. - COMO ASSIM?
  - Então você não confere a verdade? - perguntou Kyle a ele. assentiu. - E você ?
   sorriu e riu de lado. Pensou por longos segundos e me olhou.
  Olhei para ela tentando absorver algo naquele olhar.
  Olhar de 'não devo contar'. E por mais que seu estado alcoólico era dos mais tensos possíveis ela não estava me olhando à toa.
  - Não - ela apenas disse. Senti meus olhos abrirem e encará-la. Ela me olhou perguntando através daquele olhar se ela poderia afirmar algo. Apenas sorri pra ela e balancei a cabeça afirmativamente. Ela sorriu. Ah que sorriso! - Ok, sim. - ela disse por fim.
  - COMO? - foi a vez de Ana perguntar.
  - Sim, já fiquei com uma pessoa aqui presente. Não preciso dar detalhes pra pergunta. - ela disse rindo. Oliver começou.
  - Lógico que deve - ele pressionou rindo.
  - Amor não precisa esconder o que tivemos, sabe não ligo. - era Caleb mais bêbado que Oliver e Austin juntos.
  Todos explodiram em risadas. Todos eu digo os que estavam acordados que eram: Caleb, Kyle, Austin, Ana, , Oliver e . não riu, nem eu. Senti vontade de mandar aquele poodle calar a boca, mas me contive.
  - Como assim você já ficou com alguém presente aqui? - perguntou tentando somar um mais um. Ô bicho lerdo!
  - Já confirmei a verdade, não preciso dar detalhes. - ela apenas disse.
  - Mas agora queremos saber - voz irritante do poodle ecoa pelos meus ouvidos. Olhei para que me olhou tentando passar alguma mensagem. Ela não podia abrir a boca falando quem era esse cara, não podiam saber que era eu. Não que eu me arrependesse do que estava tendo com ela, mas aquela altura do campeonato eu não podia me dar o luxo de um bando de bêbados saber o que tivemos e começarem a falar merda pra gente. Uma porque eu disse horas atrás pra ela que não me importava com as opiniões dos outros sobre o que nós dois estávamos tendo, mas isso não queria dizer que a galera toda saber ia me deixar feliz. Ela era do meeting afinal de contas, ela era do Brasil, ela era... Ela era a menina que eu mais gostei em toda vida. Mesmo que fosse por poucos dias. Mas parece que isso não bastava. Não, meu orgulho filho da puta falava mais alto.
  Olhei pra ela e tentei passar naquele olhar um 'não diga nada', que foi compreendido por ela de imediato.
  O sorriso dela que era de orelha a orelha diminuiu de imediato.
  Ela abaixou os olhos a suas pernas cruzadas no chão em que estava sentada e voltou os olhos a mim. Apenas mantive meu olhar de negação e ela entendeu o recado.
  Senti minha garganta se embargar em uma mistura de silencio e vontade de gritar. E por mais que nossos olhares indicavam quem era o casal da brincadeira, eles estavam bêbados demais pra perceber algo.
  - E então ? - era Kyle. - Quem é?
  Ela engoliu em seco. Percebi que ela estava mais perdida que tudo naquele ambiente. Seus olhos pousaram nos de Caleb que sorriu bobamente pra ela.
  - Não fiquei com ninguém até agora. - ela disse. - Mas vou ficar a partir da conseqüência que você me der. - finalizou e abriu um sorriso forçado a um Kyle que mostrou todos os dentes possíveis.
  - Ok então. - ela refletiu por um momento. - Como houve dois 'Não' de vocês - ela apontou pra e . - Cada um paga duas conseqüências - assentiram. Merda de jogo. - você terá que ficar com - Kyle disse sem rodeios. Meu fígado se partiu em mil e um pedaços e meu coração deu um salto mortal indo parar no meu cérebro. Cérebro?
  - Como? - perguntou rindo.
  - vai ficar com o . - Kyle disse novamente. - Primeira parte da conseqüência.

   a olhou e ela o olhou. Seus olhos foram de até mim. A olhei e abaixei a cabeça tentando evitar o olhar de culpa que ela me jogava. Como eu poderia ter sido tão canalha com ela?
   sorriu de lado e foi ate ela, digamos que ela estava na sua frente.
  Ele ficou de pé e a levantou com os braços. Ele passou os dedos pelo rosto dela, com o toque ela fecha os olhos.
   passa os braços ao redor do pescoço da garota que se aproxima dele diminuindo a distancia entre ambos. E sem nem ao menos esperar ele a agarra de forma rápida, ela cedendo a isso não se opõe.
  Legal, agora meu estomago estava sendo pisoteado por mais de mil pessoas invisíveis e ar não existia nos meus pulmões.
   a soltou e ela se recompôs em minutos, Kyle e aprovavam a cena que eles mesmos armaram. Me sentia um babaca máster em fazer isso com ela, maldita hora que eu sou um orgulhoso. Maldita hora que eu não assumi logo o que estávamos tendo.
  Ela sentou-se rapidamente, seu rosto não demonstrava nada demais. Apenas eu podia perceber o que ela estava sentindo.
  Algo relacionado a mim, relacionado a desprezo.
  Boa ! Agora sim você se saiu um idiota completo.

  - Ok então - Kyle disse - Agora sim a primeira parte foi cumprida. E você não precisa ficar assim, todos aqui fizemos isso, você viu - ela olhou pra ele com o rosto corado. Assentiu e ele prosseguiu. - Agora a segunda parte da conseqüência. - ele refletiu por um momento, e quando aquele oxigenado reflete algo vem por ai, e não era algo bom. - Bom, agora vou variar e quero que fique com o Caleb. - O QUE? COMO ASSIM PRODUÇÃO?
  - Mas por que só eu? - perguntou . Sua voz era falha.
  - Porque não posso pedir pro ficar com nenhuma outra pessoa, só tem homem aqui agora - ele riu olhando que a essas horas Marcelly e Ana já estavam dormindo encostadas em um babando. - Embora eu ache que ele goste - deu o dedo pra ele.
  - Eu e ? - Caleb perguntou interessado a olhando de cima a baixo. Lá se vai meu fígado....
  - Sim Turmanator- Kyle assentiu. - Vocês dois, e eu sei o quanto você quer isso. - Caleb riu de lado. O QUE? O QUE AQUELA COISA RUIVA E SARDENTA QUERIA COM ELA? AONDE ESTA ALGO PARA EU CASTRAR ESSE INFELIZ?
  O poodle, digo, Caleb riu e a olhou. Ela retribuiu o olhar sem abrir o sorriso. Seus olhos pousaram e mim. Parecia que eu era o invisível daquela conversa. Ninguém me notava, nem dirigia a palavra a mim, e a única pessoa que eu queria que falasse comigo era ela, o que a essa altura já estava impossível depois da canalhice que eu fiz.
  Caleb que estava ao lado de levantou lentamente seu queixo fazendo que ela olhasse pra ele. Diminuiu a distancia entre os dois ele passou os braços pelo pescoço dela, não da mesma forma que a olhava, Caleb a olhava mais compulsivamente, como se quisesse fundi-la ao seu corpo, a olhava mais carinhosamente, algo bem apaixonado. Isso estava me matando, mas afinal de contas eu fiz essa situação estar aonde estava, foi tudo culpa minha e agora era tarde demais pois Caleb a agarrava indiscretamente na minha frente. Kyle nem se dava ao luxo de ver a cena, já estava bêbado demais para isso, olhava aquilo da mesma forma que eu olhava, com raiva. Não sei ao certo quanto tempo o beijo deles duraram, mas foi tempo suficiente para eu levantar e dizer.
  - Chega né? Chega de brincadeira por hoje.
  - Qual é - voz de Oliver. - Você não foi o único que saiu na desvantagem aqui não. - revirei os olhos. Caleb finalmente soltou uma sem fôlego.
  - Ok chega de brincadeiras mesmo - era tão puto quando eu. MAS PORRA, QUEM DEVIA ESTAR ASSIM ERA EU!
  - Tenho que concordar, já ta tarde mesmo e amanhã temos vôo para aquela cidade lá - começou Kyle. - desculpe a gente por qualquer coisa, era parte da brincadeira e aposte que amanha ninguém lembrara de nada.

  Ela apenas forçou um sorriso sem sucesso, Kyle nem percebeu e se levantou cutucando um Austin e um que babavam em cima de um Jeff dormindo.
   me olhou intrigado. Não retribui o olhar, apenas me virei pra que desviou os olhos de mim no mesmo momento.
  Isso, a merda estava feita. Parabéns !
  Com os minutos, os integrantes do FTSK e ISS se levantaram e sem saber aonde estavam direito foram saindo do quarto para seus respectivos quartos. Ana e Marcelly estavam sendo apoiadas por um Oliver e um Kyle sem rumo certo.
  Aos poucos todos iam saindo do quarto, e só agora eu percebi o quanto de gente tinha naquele ambiente.
  Sete, oito, nove garrafas de bebidas eram recolhidas por e . Eles colocaram as garrafas no lixo do quarto, o qual estava repleto de copos e pacotes de doces, e se olharam.
   abriu um sorriso e a abraçou. Não pude ouvir o que ele disse a ela, mas algo de 'me desculpa por hoje, mas fazia parte do jogo' eu ouvi. Me engana que eu gosto .
  Ela pousou de novo os olhos em mim e nada disse, apenas manteve seu olhar sem palavras me fitando. Caleb atrapalhou nosso contato visual quando entrou na frente dela e começou a falar algo.
   veio ate mim.
  - Vamos então? - ele perguntou.
  - Vou falar com a . - eu disse. Sabia que precisava falar com ela sobre o que eu tinha feito.
  - Fale amanhã, agora quero dormir - era a voz dela pra mim depois de segundos. Uma voz cortante.
  Ia abrir a boca pra protestar mas olhando em seus olhos vi que não era a hora. Apenas assenti.
  Sai do quarto com um que não calava a boca. Caleb ficou no quarto conversando qualquer que seja o maldito assunto com ela.
  Ao sair percebi que ela não me olhava mais, nem sequer me retribuiu o aceno que fiz. Não estava certo em ter feito aquilo com ela, não depois do que disse a ela horas antes sobre assumir o que estávamos tendo. Eu blefei e isso a deixou muito decepcionada.
  Percebi essa decepção naquele olhar, minutos antes de Caleb a ter em seus braços quando fechou a porta.
  Isso mesmo , seja mais uma vez um grande canalha. Você domina esse aspecto.

  Pov's off xx

Capítulo 17

  - Peguem as malas e vamos indo pro hall do hotel - disse Matt apressando a todos. , , e , seguidos por Oliver, Jeff e Austin estavam indo na frente. - Forever The Sickest Kids irá na van dois até o aeroporto. - disse ele.
  Os caras do FTSK menos Caleb foram até o automóvel estacionado na frente do hall, sendo aparados por seguranças para que muitas das fãs ali presentes não passassem da faixa. Entraram e então Ziggy falou.
  - Cadê o Caleb? - os demais balançaram a cabeça em negação. O rapaz apareceu segundos depois passando as mãos pelos cabelos bagunçados e com um óculos escuro na qual escondia a cara de sono que ele estava.
  - Cheguei - ele disse entregando uma mala para Ziggy.
  - Aonde você estava? - perguntou o rapaz.
  - Acordei atrasado, ontem dormi tarde - forçou a desculpa. o olhou.
  - Você não dormiu no seu quarto, Caleb? - perguntou ele, áspero.
  - Lógico que dormi - respondeu rapidamente um Caleb assustado. - Por que a pergunta, ?
  - Por nada, só pra saber. - ele disse, fingindo naturalidade. - Aonde vamos, Matt?
  - Na van três - Matt apontou para o automóvel. - Podem ir entrando que eu vou fechar os detalhes no hotel.
   entrou na van aonde , e já haviam se acomodado nos bancos.
   retirou os fones do iPod dos ouvidos e voltou seus olhos a .
  - O que realmente aconteceu ontem, ? - o olhou e soltou uma risada sarcástica.
  - Acho que você deveria saber. - o fitou através dos seus óculos escuros. - Você não se lembra de nada, ? - o rapaz negou com a cabeça.
  - Eu me lembro de muita tequila, piadas do Oliver, Caleb falando merda, bêbado e eu dormindo depois de tudo. - disse para si mesmo.
  - Isso, depois de muita tequila e a maldita brincadeira da garrafa - dizia. - perdeu na brincadeira, e também, aí eles ficaram. - disse aquilo parecendo que sua garganta ia saltar de tanto ódio. - E como se não bastasse, Caleb também ficou com ela.
  A van entrara em movimento, e olhavam atônitos para um . apenas olhava a cena sem entender nada.
  - Eu peguei a ? - ainda mantinha o olhar perdido ao perguntar.
  - Sim - afirmou tentando mostrar indiferença.
  - Não acredito nisso! - ele dizia rindo. - Sou o cara mais sortudo do mundo - ele ria batendo as mãos igual uma criança. - E depois?
  - Depois Kyle propôs que ela ficasse com Caleb, aquela coisa ruiva esta comemorando até agora, acabou a festa. - dizia calmamente olhando pra que ainda estava atônito. - Depois saímos do quarto e você - ele apontou pra . - capotou até sua cama sem nem se lembrar de nada. Caleb ficou lá falando com ela, e não sei do restante.
  - Mas como assim Caleb ficou lá com ela? - se pronunciava. - Dormiu lá?
  - Qual parte do 'eu não sei' você não entendeu, ?- respondeu seco.
  - Me recordei disso aí - disse se revelando. - Kyle propôs isso a ela e não tinha escolhas, né? - assentiu. - Mas ela acabou aceitando ficar com o Caleb depois do meio a contragosto. - Ele dizia. - não é dessas coisas, pelo jeito ela deve estar muito chateada com a gente.
   sentiu seu estômago revirar.
  - Mas ela estava bêbada também, não deve se lembrar de nada. - disse. - Uma pena - ele abaixou o olhar ao chão. revirou os olhos.
  - Para de ser idiota, , ela é só do meeting! - disse cuspindo as palavras.
  - E daí? Vai me dizer que você não gostaria de ter algo com ela? - lançou um olhar a ele. bufou.
  - A questão é: Essa nossa festa não foi descoberta nem pelo Matt? - perguntou.
  - Não, ele não disse nada - respondeu. - A questão agora é essa: Onde esta ? E o que será que ela esta pensando disso tudo? - perguntou, sentindo uma pontada de decepção de si mesmo.

  - Mas que cara é essa Turmanator? - perguntou Austin rindo do ruivo a sua frente.
  - Dormi pouco - ele respondeu arrumando os óculos escuros no rosto. - E vocês também devem ter dormido mal, a festa ontem foi até tarde.
  Kyle riu.
  - Foi muito boa aquela festa pra você, cara - ele disse rindo do ruivo. - E a ?
  - Ah sim - Caleb ficou com as bochechas da cor dos seus cabelos. - O que tem?
  - O que tem? - Cook revirou os olhos. - Você ficou com ela a noite toda?
  Caleb mordeu os lábios.
  - Não, apenas um pouco. - ele respondeu.
  - Pouco? Mas dormiram juntos? - Kyle perguntou interessado.
  - Não man! Porra, é a ! - Caleb bradou.
  - E o que isso tem haver? Ela é linda, cara! Muito linda, e você fica ai com essa de 'é a ' - Kyle fez aspas com as mãos antes de virar os olhos.
  - Estou dizendo que ela não é disso, acabei de conhecer ela e não passou de uma ficada na hora da brincadeira. - explicou Caleb.
  - E depois, né? - Marc se manifestou na conversa.
  - Sim - Caleb corou de novo. - Mas não passou disso.
  - Ah bem - disse Austin. - Mas viram a cara do quando ela ficou com você?
  Kyle assentiu e riu.
  - Vi cara, mas por que será?
  - Vai saber - respondeu Austin. - foi o único que não ficou com nenhum naquela roda. Único que estava mesmo participando inteiramente da brincadeira, porque o restante dormiu minutos antes de tudo. - ele riu.
  - Não sei, mas ele não gostou quando eu propus que ela ficasse com e com Caleb. - comentou Kyle. - O que eu achei muito engraçado, porque o Turman estava louco por ela desde o começo. - ele riu recebendo um pedala de Caleb.
  - Não estava louco coisa nenhuma. - negou o ruivo. Todos olharam para ele. - OK, estava. - ele assumiu.
  - Agora conseguiu algo - riu-se Kyle. - Me deve essa.
  Caleb revirou os olhos.
  - Não vi ela hoje - o ruivo disse sendo acompanhado por olhares curiosos dos amigos.
  - Você esta curtindo ela, Turman? - foi a vez de Kent perguntar.
  - Não cara, não curtindo. - ele explicara. - Mas posso dizer que ela me atrai de certa forma.
  - E quem ela não atrairia, né? - Kyle riu.
  - deve estar na dela também - começou Cook. - Lembra quando ele e ela sumiram no dia da festa do hotel?
  - Lembro - respondeu Caleb - Matt ficou furioso com por ter saído assim.
  - Então, eles podem ter tido um lance nesse meio tempo, vai saber - Cook dizia.
  - Será? - Kyle coçou o queixo - Mas então é por isso que ele ficou bravo com o que houve ontem.
  - Provavelmente. - assentiu Austin. - E você, o que acha Caleb?
  - Não sei, mas ela é uma garota que se eu tivesse oportunidade e chances de conhecer melhor, iria investir nela. Mas sabe como é, né ,caras? Não daríamos certo. - ele abaixou os cabelos ruivos.
  - Alguém esta apaixonado aqui - Kyle riu-se. Caleb revirou os olhos.

  - Pessoal do meeting, entrem aqui - Junior indicava a van para que todos, incluindo entrassem.
  A garota ia encostada no vidro, não abriu a boca para nada.
  - O que você tem, ? - perguntou Bruno.
  - Nada - ela apenas disse.
  - Você esta estranha, está se sentindo bem?
  - Estou sim, é só um pouco de sono.
   ajeitou os óculos escuros no rosto e fechou os olhos.
  O caminho até o aeroporto prosseguiu e assim que chegaram, Junior começou a ditar as regras.
  Cada equipe de meeting fora encaminhado até seus respectivos lugares.
  Pedro, Marcelly e se juntaram e enquanto Junior tagarelava qualquer que fosse o assunto na frente deles, os olhos de pousaram em um que saía de sua van.
  Seus olhos se cruzaram de imediato e embora tentasse mostrar que sorria, limitou-se a virar o rosto para Junior sendo novamente fisgada pelos olhos de .
  Eles se olhavam e nada diziam. podia ver a decepção que sentia em seus olhos. Tudo o que aconteceu a noite passada fora reflexo para o que ela sentia hoje.
   se aproximou.
  - Posso falar com você?
  - Não temos muito o que falar, o meeting não está trabalhando agora. - ela apenas disse.
  - Não se trata de meeting, se trata de nós.
   voltou seus olhos para ele.
  - Se importa tanto em dizer 'nós'?
  - Por que não me importaria?
  - Não se faça de besta, . - ela pausou.
   a puxou mais ao canto, agora só estava os dois.
  - Não sei por onde começar... - ele dizia.
  - Talvez não haja um começo. Você me decepcionou.
  - Desculpa - ele pediu. - Não sei o que deu em mim ontem, . Não que eu esteja negando o que tivemos, mas assumir naquele momento não seria legal, estavam todos bêbados e ninguém ali estava em sã consciência para aceitar algo e...
  - Achei que você tinha me dito que aceitar esse 'algo' - ela fez aspas com as mãos. - fosse o de menos, que nós iríamos ser sinceros.
  - E vamos ser, me desculpe por ontem, não estou te negando, só não achei aquele momento oportuno.
  - Não sei porque estou te cobrando isso. Você é e eu? Bom, não vou terminar a frase. Não convêm - as palavras dela eram secas. - Vamos parar por aqui - fez menção de sair.
  - Não! - a segurou. - Não vamos encerrar nada! Eu não quero perder o que temos.
  - E o que nós temos, ? - ela perguntou o fitando.
  - Tudo o que aconteceu com a gente esses dias, tudo o que tivemos! - ele dizia. - Não posso te perder.
  - Você não fez questão disso ontem.
  - Eu disse que eu errei! Me perdoa, ? Por favor, eu posso ter errado, mas hoje eu estou arrependido e eu pretendo assumir...
  - Oi, . - Caleb chegou ao lado deles interrompendo qualquer que fosse a fala de . - Oi, .
  - Oi Caleb - ambos responderam.
  - Dormiu bem? - ele perguntou a ela.
   rolou os olhos.
  - Sim e você?
  - Também. - ele sorriu a ela. - Olha, , podemos conversar?
   o olhou e voltou seus olhos a .
  - Caleb, eu...
  - Por favor - ele pedira. - É rápido.
  - Ok então - ela sorriu a ele.
   a olhou.
  - Mas e....
  - Bom vôo, , nos encontramos no meeting de Porto Alegre. - limitou-se a dizer seguindo seu percurso ao lado de Caleb deixando um sem falas.
  É, esse próximo show ia dar o que falar.

Capítulo 18

  Porto Alegre como de costume estava fria. Mas nada que a chegada das bandas não agitasse as pessoas da cidade.
  Cada qual seguiu para o hotel, de novo as três bandas ficariam hospedadas no mesmo lugar, juntamente com o pessoal do meeting.
  Junior conduzia todos separando cada um em uma direção, o meeting do Forever The Sickest Kids iria levar os caras até o andar deles, do I See Stars e do All Time Low a mesma coisa.
  Marcelly, Pedro e estavam parados à frente de , , e . Ambos se olhavam, até Pedro começar:
  - Bom guys, vamos indo. - ele pegou os quatro cartões de cada quarto. - Aqui estão seus respectivos quartos e acho que querem dormir antes do show essa noite, certo?
  - Seria bom, não dormimos muito na noite passada. - disse bocejando.
  - Ótimo, cada qual pode ir para o seu quarto, nós vamos começar a preparar as coisas para o show mais a noite. - Pedro dizia.
  Os guys assentiram e começaram a se dirigir para seus quartos. ficou parado ao ver que Marcelly e Pedro foram até o elevador e estavam conversando sem notar a presença dele ali.
  - Hey, - ele chamou a garota que continuava parada na mesma posição. - Posso conversar com você agora?
  - Acho que não temos muito que conversar, certo ? - ele disse seca.
  - Acho que temos muito o que conversar, preciso me esclarecer com você e...
  - Não precisa gastar suas desculpas comigo , não estou brava nem te cobrando nada, sei que sua vida é diferente da minha e assumir algo comigo não é vantagem pra você, ainda mais na frente dos meninos. - a fitava sem abrir a boca.
- Não é isso ! Eu não penso dessa forma! - revirou os olhos. - Eu gosto de você, sinto algo diferente por você, não é como as outras vezes nem como as outras meninas que eu já conheci quando faço turnês, eu realmente estou gostando de você! - ele dizia a ela. apenas o fitava sem demonstrar atenção. - E sobre o que eu fiz ontem, eu te peço perdão, por favor, não foi minha intenção te magoar.
  - Não estou te pedindo nada , só achei que eu poderia confiar nas suas palavras ditas ontem antes de tudo acontecer. - ela soltara uma risada irônica. - Mas vejo que me enganei.
  - Não se enganou! Eu estou aqui e peço perdão por isso. - ele recomeçara. - E quando eu vi você e o Caleb juntos eu percebi que não poderia te perder dessa forma, sendo um idiota...
  - Ciúmes pelo Caleb, ? - perguntou. - Ao contrário de você, ele não escondeu nada de ninguém, foi super legal comigo depois de tudo o que tivemos.
  - E o que vocês tiveram? - perguntou.
  - Não tivemos nada ! Para de se meter, não temos nada para você cuidar da minha vida! - ela disse alterada olhando para os lados certificando que Pedro e Marcelly haviam descido. - E, por favor, me deixe em paz, foi um erro ter me envolvido com você.
  - Erro? - ele perguntou incrédulo. - Não acredito que você vai abrir mão do que tivemos !
  - Acho que o que tivemos não é tão verdadeiro, não até você estragar tudo com seu maldito orgulho.
  - Então é isso que você quer? Abrir mão de tudo?
   pensara por um momento e então disse:
  - É, eu quero isso sim.
  - Ótimo, não vou mais atrás de você se é isso que quer.
  - Ótimo! - ela apenas repetira.
  - Mas depois não tente se arrepender, não será cedo para isso.
  - Não me arrependo de desistir daqueles que um dia desistiram de mim.
   dito isso deu meia volta e adentrou o elevador, saindo do campo de vista de . O rapaz passou as mãos pelos cabelos e soltou um suspiro:
  - É , você a perdeu. Mais uma vez.

  POV . Xx

  Se ele achava que poderia brincar com os meus sentimentos assim, estava enganado. Não sou um brinquedo na mão dele e nem pretendo ser.
  Saí daquela conversa com me sentindo um caco de vidro estilhaçado. Tudo o que eu cultivei por ele durante esses dias tinha-se ido pelo ralo junto com o meu afeto. Eu amava , podia afirmar isso aos quatro ventos, mas nada que me fizesse perdoá-lo. Ele brincou com meus sentimentos e isso eu jamais aceitaria. Mesmo que fosse contra meus princípios.
  - Vamos começar a preparar uma pauta pro meeting de hoje. - dizia Marcelly.
  Começaram a anotar suas idéias em papeis e eu nada escrevia, me sentia vazia. Peguei a prancheta da mesa e observei a foto da banda no folder. sorria e isso fez meu nó na garganta apertar. O quanto eu sonhei com esse meeting e esse momento agora estavam sendo jogados pelo ralo com todas as minhas ideias platônicas e dedicadas a ele. Todos os meus pensamentos.
  Terminamos a pauta do show de hoje e fomos postar no site da MTV nossas entrevistas e vídeos sobre os primeiros shows.
  Não sei ao certo o quanto demorou tudo aquilo, mas ao terminarmos eu me sentia cansada, com fome e já havia começado a escurecer.
  Precisava comer algo e ir me arrumar pro show da noite. Marcelly e eu nos despedimos de Pedro e seguimos para o restaurante comer algo. Não havia muitas pessoas, encontramos Bruno e Kyle passando por perto e estes me mandaram um aceno e seguiram até a sala reservada pela MTV, provavelmente para uma entrevista.
  - Vamos comer o que, ? - Marcelly me perguntou me tirando do meu transe.
  - Vou pedir um sanduíche e uma coca. - chamei o garçom e ele veio nos atender.
  Comemos em silencio, até Marcelly me despertar do meu transe e puxar assunto.
  - O que esta havendo com você? Está estranha desde cedo.
  - Não é nada, só to cansada. - menti.
  - Não é isso que parece, aconteceu algo?
  Pausei minha refeição e virei meus olhos a ela, precisava desabafar com alguém e Marcelly parecia disposta a me ouvir.
  - Não sei o que dizer, não me julgue pelo que eu contarei a você, é só que eu não sei mais o que pensar. - ela me olhava indicando que eu poderia continuar. - Eu e temos... Digo tivemos um lance esses dias de turnê - Marcelly abriu os olhos, mas nada disse. - E nesse lance que tivemos acabamos curtindo um ao outro, além de um lance, me entende? - ela assentiu. - E ontem à noite, com a festa que rolou no hotel quando o Kyle perguntou se eu já tinha me relacionado com alguém dali, fez sinal para mim negar, e horas antes eu e ele havíamos conversado sobre tudo e estávamos dispostos a assumir nosso lance por esses dias... - fui contando a Má tudo o que havia acontecido. Ela me olhou ao final da revelação e começou.
  - Olha, . - lá vem sermão. - Não te julgo errada por estar chateada com ele, afinal, ele errou feio contigo e isso chega a ser decepcionante demais. - assenti. - Mas você não poderia esperar muito dele mesmo, afinal, convenhamos que vocês são parecidos em personalidade mas com vidas diferentes e para ele isso acrescenta muito. Não digo que ele não possa estar gostando de você, pelo jeito ele está e muito, mas o que ele fez ontem foi por não saber o que deveria fazer de fato. Por exemplo, ele deve estar confuso com esses sentimentos e no meio dos outros caras deve piorar ainda mais, e você - ela me olhou. - Deve estar tão confusa quanto ele, então eu diria que devem dar tempo ao tempo e esperar as coisas acalmarem e viverem esse lance de vocês por enquanto que a turnê esta acontecendo. Aproveite a turnê e viva esse momento, o que tiver que ser depois, será.
  Marcelly acabara de falar e eu a fitava sem dizer nada, tudo o que ela disse eu aceitei de imediato. Era o que eu deveria fazer, dar chance ao e tentar entende-lo, e além de tudo aproveitar esses dias de turnê.
  - Você tem razão - eu disse animada. - Vou fazer isso, vou atrás dele e dizer que podemos aproveitar esses momentos.
  - Isso mesmo ! - ela sorriu. - Vai dar tudo certo.
  - Obrigada por tudo Má, sério mesmo.
  - Que isso.
  Acabamos de comer e fui até meu quarto, decidi que iria atrás do antes do show.
  Acabei meu banho e me enrolei na toalha, estava vendo com que roupa ir ao ouvir batidas na porta.
  Abri, não era , nem ninguém do meeting.
  Era Caleb.
  - Oi - ele sorriu envergonhado ao me ver de toalha amarrada no corpo.
  - Oi Caleb, entre - abri mais a porta para ele entrar.
  - Desculpa te atrapalhar, mas preciso falar com você.
  - Pode dizer - disse a ele enquanto o olhava.
  - Bom, é sobre o que tivemos ontem - LÁ VEM COISA. - Queria saber se você está chateada comigo por eu ter aceitado a proposta de ficar com você?
  - Imagine Caleb, fez parte da brincadeira. - MAÉ LOGICO QUE NÃO HOMEM, VOCÊ É CALEB TURMAN EM QUE PLANETA EU NEGARIA UM BEIJO A VOCÊ? - eu levei numa boa.
  Já estava começando a ficar rarefeito o ambiente quando ele sorriu pela segunda vez mostrando aquela boca maravilhosa pra mim. Meu corpo estava dançando Raga Tanga - sei lá como escreve - naquele momento.
  - É que não é só isso - ele recomeçara. - Não foi só uma brincadeira .
  - Como?
  - Eu realmente gostei do que tivemos e ... Pensei direito em tudo, você é linda, brasileira, super divertida e muito alto astral, não é como qualquer menina que eu já conheci em turnês.
  - Obrigada Caleb - sorri envergonhada. Coé, ele é fofo.
  - E por isso demonstrei mais afinidade com você e queria saber se não gostaria de sair comigo depois desse show, em algum lugar mais calmo por aqui?
  CALMAI, CALEB TURMAN ME CHAMANDO PRA SAIR? AONDE ESTA MEU AR?
  - Ah Caleb, olha eu...
  - Não precisa ficar preocupada, - ele sorria. AI MEU DEUS. - Não vou tentar nada. - MAS PODE TENTAR QUERIDO, EU DEIXO.
  - É que eu estava.... - pausei a frase, não podia falar de ali para ele. Não agora. - Ok Caleb, aceito sair com você. - cedi sem escolhas.
  Caleb abriu o maior sorriso que eu já vi, ganhava até do .
  - Obrigada, não vai se arrepender - ele veio ate mim e me abraçou. Senti o perfume dele invadir minhas narinas e aquilo me enfeitiçava de certa forma. Fiquei sem reação, Caleb virou-se de frente pra mim e me olhou nos olhos, sua boca estava entreaberta e sua respiração falha.
  A distancia entre nos foi se diminuindo e assim ele encostou seus lábios nos meus, não cedi daquela vez, algo em mim não deixou que eu cedesse. Não podia nem ao menos respirar.
  Caleb me soltou e me olhou envergonhado.
  - Me desculpe por isso - ele disse. - Não vai se repetir.
  Foi então que eu percebi o quão protetor ele estava sendo, não de fato proteção, mas ele se preocupava com o que eu iria achar dele e isso o diferenciava.
  - Não precisa se desculpar. - eu apenas disse.
  Caleb sorriu de lado e me fitou por longos minutos, nada disse.
  Olhei em seus olhos e me aproximei dele, coloquei uma mexa do seu cabelo ruivo para o lado e sorri para ele.
  - Ainda vou ter vergonha ao falar com você, como sou idiota. - ele riu-se e eu me derreti de amores, sério.
  - Acho que não precisa mais de vergonha, não agora. - me aproximei dele mais ainda colando nossos lábios. Não sabia se estava agindo certo ou errado, mas era o que eu queria no momento e eu sempre ouvia o que eu queria.
  Não era ouvir meu coração, mas mesmo assim eu aceitei essa voz.
  Não segui o que John O'Callaghan cantava, não ouvi meu coração, ouvi as vozes da minha cabeça, mas mesmo assim arrisquei. Precisava arriscar e ver no que ia dar e convenhamos, eu estava disposta a aceitar o que viesse.

  POV off. xx

Capítulo 19

  O show em Porto Alegre procedeu animadamente do começo ao fim. Ao deixar o palco por ultimo, os caras do All Time Low concentraram-se nos bastidores da casa de show e ali encontraram o restante dos outros guys das bandas. Meeting de um lado pro outro corria para gravar todos os momentos finais e acertar as ultimas fãs que conheceriam seus ídolos.
  Pedro entregou a pequena câmera de mão a , esta começou a guardar todo seu material feito no show na mala ao canto da sala.
  Logo uma presença preencheu seu lado. não virou-se para observar.
  - Caleb, já ia te procurar - ela dizia enquanto fechava o zíper da mala guardando os papeis finais.
  - Vejo que não me reconhece mais - era a voz de .
  - ? - ela virou-se para fitar melhor o rapaz a sua frente. apenas forçou um sorriso tentando inutilmente esconder sua decepção.
  - Estava esperando o Turman?
  - Estava - mordeu o lábio inferior. - Por quê?
  - Estão bem próximos - soltou uma risada nervosa.
  - Ele é uma ótima companhia. - olhou ao lado e voltou seus olhos a ele. - Me faz bem.
  - Eu vejo que sim. Afinal, é com ele que você escolheu ficar, certo?
  - Olha , a questão não é com quem eu escolhi ficar ou não. A questão é que eu gosto da companhia dele e nossa relação não é o que você pensa. - soltou uma risada irônica.
  - Ah faça-me o favor, ! Eu sei bem as intenções dele com você, e se me permite dizer você bem que gosta.
   voltou seus olhos ao rapaz. a fitava. A sala ao redor só restava os dois.
  - acho que da minha vida cuido eu, além do mais o que eu tenho ou não com o Caleb refere-se somente a mim e ele. Acho que você deixou bem claro suas idéias em relação a mim na ultima conversa que tivemos.
  - Ah claro! Deixaria claro se você me permitisse falar.
  - Estou deixando você falar agora e veja - foi a vez de rir ironicamente. - você ainda teima em brigar.
  - E você acha que é muito fácil pra mim assumir as coisas assim, ?
  - Como?
  - entenda uma coisa: eu não sou daqui, vim fazer uma turnê em um país completamente lindo e novo para mim, conheci uma menina do meeting e tive um lance com ela na qual eu teria que assumir da noite pro dia, não é fácil ok?
   levantou seus olhos a ele. Respirou pesadamente antes de responder.
  - Ai esta a diferença entre você e Caleb. Você se preocupa demais com a opinião dos outros sob o que você acha, o Caleb não liga para o que vão falar, pelo contrário, ele assumi numa boa o que sente e não esconde de ninguém. E olha que irônico, , ele não me chama de menina do meeting. - ela pausou. - Nota-se minha escolha.

Sequei a ultima lagrima que caia dos meus olhos depois da 'conversa' que eu tive com o . A questão agora é me arrumar para sair com o Caleb e isso eu já tinha feito. Roupa básica? Não, dessa vez eu quis causar. Chega de ficar sofrendo por isso. Coloquei um vestido sem alças vermelho vivo que realçava meu tom de pele. Calcei sapatos de saltos, e fiz uma maquiagem básica para a noite.
  Ao descer pelo elevador, notei que o saguão do hotel estava livre, fãs não se encontravam ali e muito menos os caras das bandas. Hoje a noite era minha folga da MTV e eu estava livre para sair.
  Esperei Caleb no salão de festas como combinado, e a cada minuto que se passava eu batia meu salto contra o luxuoso carpete do local.
  Analisei pela ultima vez meus olhos maquiados no vidro do salão antes de sentir uma mão repousar em meus ombros levemente.
  - Você esta linda. - foi a voz de Caleb que despertou meus pensamentos naquele instante.
  - Obrigada - me virei a ele e foi a minha vez de analisar. E como eu me perdi nessa visão. Caleb trajava uma calça social preta, usava uma blusa social que as mangas estavam dobradas ate os ombros cuja cor realçava seus detalhes. Homem ruivo de roupa social, camisa e cabelos jogados dos lados podiam me dar boas idéias, mas nenhuma que eu pudesse pensar na hora. Caleb exalava o melhor perfume que eu já senti, seus cabelos ruivos estavam jogados de lado e isso o deixava mais sexy ainda. Seu sorriso ainda estava preso em seus lábios quando eu pronunciei-me.
  - Você esta... - procurei as palavras e pude me ver engasgar. - Incrível.
  Ele riu de lado e suas bochechas tomaram uma tonalidade semelhante aos seus cabelos.
  - Não é para tanto - ele ria. - Não costumo usar roupas assim, mas a situação requer elegância. - foi a minha vez de rir. Caleb Turman falando difícil e usando social? MAOE HOJE TEM!
  - Eu gostei. - apenas disse.
  - Que bom, foi feito para você.
  Não resisti, aproximei meus lábios dos seus e deixei que dessa vez eu guiasse a situação. Caleb podia me dominar por completo com aquele perfume que exalava por cada poro. Nos soltamos e eu permiti arrumar meu vestido assegurando que ele ainda não havia caído. Não antes da hora.
  Caleb virou-se a mim e segurou minhas mãos, saímos do salão de festas e seguimos para o saguão do hotel em direção ao hall movimentado do mesmo. Eu podia notar algumas pessoas ali, em menos quantidade, mas havia.
  Pegamos o primeiro táxi que o segurança chamou e saímos para a rua movimentada de carros.
  - Aonde iremos? - me atrevi a perguntar.
  - Surpresa - ele apenas disse em meu ouvido.
  Sorri sem jeito.
  Descemos em uma rua um pouco movimentada, nada tão repleta de pessoas, nada pacata também.
  Adentramos em um restaurante cujo glamour poderia ser visto a quilômetros. Caleb disse a reserva a recepcionista que estava no local e fomos pro interior do restaurante.
  - Como você sabia desse lugar? - perguntei a ele enquanto esperávamos nossos pedidos na mesa.
  - Pesquisei muito e pedi ajuda de uma moça do hotel, eu queria um local especial.
  Nada disse, minha surpresa pelo empenho dele estava falando mais alto naquele momento e se não fosse o vinho chegar eu o teria agarrado ali mesmo.
  Após jantarmos uma excepcional refeição, Caleb me levou para uma espécie de pub. Não exatamente um pub, mas poderia ser muito casual para um, poucas pessoas, uma musica boa e ótimas bebidas. Tudo o que eu precisava.
  Dançamos por incontáveis minutos e ele podia dominar a relação ali mesmo porque eu já estava babando de novo.
  Sentamos em uma mesa mais no canto e ele pediu dois drinques para nós, que logo estavam postos vazios a nossa frente. Ao contrario de muitos, Caleb tinha um ótimo papo, sempre ria do que eu dizia - não sei se era para me impressionar, porque eu já estava ficando bêbada. - e sempre mantinha aquele sorriso que me matava.
  Após mais algumas danças estávamos eu e ele nos agarrando no fundo do local. Quem visse aquela cena não julgava a classificação para menores. Eu estava pouco me lixando para o que iriam pensar, não sabia mais nem como agir, mas sabia que meus lábios sentiam necessidades dos dele.
  - Vamos pra outro lugar? - ele sussurrou em meu ouvido tirando-me desse transe.
  Apenas assenti com a cabeça, palavras não seriam produzidas agora.
  Saímos dali em minutos e já estávamos dentro de qualquer táxi em direção a qualquer lugar.
  O táxi parou em frente ao hotel e eu pude notar que ainda restavam pessoas paradas de frente a ele analisando a cena.
  Subimos até o corredor do Forever The Sickest Kids onde o quarto de Caleb era o terceiro, e ao passar por tres seguranças que não mexiam um músculo adentramos o local.
  Não tive tempo de dizer nada, ao fechar a porta senti as mãos de Caleb apertarem meu corpo contra o seu e explorarem cada parte do meu corpo. Senti algo macio embaixo de mim e notei que era sua cama que agora me dava apoio.
  Ele ainda dominava a situação e a minha vez chegou quando eu fiquei por cima dele beijando lentamente seu abdômen tirando pequenos gemidos de seus lábios. Cheguei até seu pescoço e depositei pequenas mordidas no local, fazendo - se possível - ele se animar mais.
  Logo percebi que ele não agüentaria muito, então aos poucos Caleb beijava meu pescoço por trás e abaixava meu vestido. Soltou meu sutiã sem alças ficando mais fácil a remoção de todas as roupas existentes em meu corpo. Tirei sua camisa e sorri ao morder seu lóbulo da orelha quando ele me ajudou a soltar suas próprias calças. Nada mais nos impedia e eu acho que Caleb entendeu o recado ao dar ênfase a nossa vontade mutua no momento. Ele era diferente e embora eu pudesse ser pouco experiente no assunto eu podia classificar ele como o melhor. Após longos minutos de desejo senti meus cabelos sendo acariciados pelos seus dedos.
  - Você é incrível - foi tudo o que ele disse.
  Sorri de lado e voltei meus olhos ao dele. Aqueles olhos esbanjavam sentimento naquele instante. Temi por longos segundos mas permaneci a encará-los.
  - Não me arrependo de nada - disse ao depositar um selinho nele.
  - Obrigada por confiar em mim. - ele dizia enquanto acariciava meus ombros.
  - Já estava prevendo esse momento. - disse rindo. - E devo acrescentar que me surpreendeu.
  - Não será o primeiro. - ao dizer isso senti seus lábios sob os meus, pressionando ainda mais e renovando o desejo que sentíamos a horas atrás.

Capítulo 20

  [ POV]

  Eu poderia dizer que passei o maior calor da minha vida chegando nessa cidade e olha que eu nem estava no Arizona dando um role com os Maines. Estávamos em... como é que chama mesmo? Belo Horizonte! Yep, em Minas, Brasil.
  Terceiro dia de turnê. Já se passaram dois dias desde o show em Porto Alegre e cá estou eu jogado nessa cadeira na frente da piscina do hotel sem animo algum.
  - Que cara de hamster é essa peludo? - passou ao meu lado e sentou-se na cadeira de repouso ao lado da minha com seus enormes óculos de sol. Parecia uma mulher, mas ok.
  - Tédio responde sua pergunta? - virei os olhos.
  - Ah cara coé! Estamos no Brasil e esta um puta sol de queimar defunto e você fica ai deitado nessa cadeira pensando na vida. - ele me dizia enquanto gesticulava feito uma menina.
  - Acho que você também esta deitado nessa cadeira pensando em como me encher o saco, certo?
  - Você anda muito grosso, . - ele me disse forçando um riso. - Isso tem haver com a ?
  AH NÃO, ESSE ASSUNTO DE NOVO NÃO! me enchia com isso desde... desde o começo dessa turnê.
  - Talvez.
  - Eu sei que é por ela, anda me conta o que esta havendo?
  - da pra se afastar de mim um pouco cara, está muito perto.
  - Ah desculpa cara - ele se afastou de mim e eu continuei. - Pois então, desde o show de dois dias atrás ela esta andando com o Caleb muito tempo. Ontem por exemplo na festa do hotel aqui eles estava juntos cara eu posso jurar que vi eles se beijando na minha frente! NEM PRA SAIR DA FESTA ELES SERVIRAM! - me exaltei.
  - Cara mas ela não assumiu nenhum compromisso com você, certo? E além do mais ela esta livre para fazer o que quer. Eu notei que eles estavam muito próximos mesmo durante esses dias e até soube boatos que.... - ele se calara.
  - Boatos do que? - interroguei me interessando pelo assunto. olhara nervoso para os lados.
  - Nada não. - ele mentiu.
  - ANDA ME DIZ LOGO ISSO PORRA!
  - Ok não precisa ficar nervoso porra! - se ajeitou na cadeira e chegou mais perto ao dizer. - Eles saíram depois do show da primeira noite em Porto Alegre, não sei mas eu ouvi o Kyle contando que eles estavam saindo para uma festa ai, e Caleb.
  O QUE COMO ASSIM? Senti meu intestino dar um salto mortal e dançar macarena com meus rins porque olha! COMO ASSIM ELA SAIU COM O RUIVO PODDLE?
  Não podia ser verdade, não podia! Eu não queria que fosse verdade!
  - VOCÊ ESTA BEM? - foi a voz desesperada do tentando me despertar do meu transe.
  -To sim cara, to sim. - menti tentando somar um mais um.
  - Olha não fica mal não cara, vocês não tinham nada certo?
  - Claro. - menti dois.
  - ....
  - O quê?
  - VOCÊ TINHA ALGO COM A ? COMO ASSIM?
  - Não tinha nada com ela sua bicha e para de gritar! - bradei.
  - Hum, sei. Mas é sério cara você esta ficando paranóico demais. Esta bravo pela estar pegando outro ou esta com ciúmes do Turman?
  - Vai pastar Barakat! - briguei. - Na boa, não estou com nada, sério.
  - Aham e eu não te conheço desde que usava fraldas.
  - Não me conhece desde que eu usava fraldas. - argumentei.
  - De qualquer maneira, você esta bem mesmo cara? - Bufei e voltei meus olhos a ele.
  - , eu só quero ficar sozinho, posso? - ele assentiu me deixando sentado na beira da piscina. Agora restava eu e meus pensamentos.
  Não podia ser verdade, não poderia estar saindo serio com o Turman! Não mesmo. E quando essa turnê acabar o que vai ser dela com ele?
  Cala boca , você também a deixaria aqui quando fosse embora, deixaria? Não, não a deixaria porque agora sim eu estou percebendo que eu fiz a maior burrada da minha vida não assumir nada com ela, ignorar a existência dela por esses dias e ... não admitir que sim, eu estou afim da . Mas e agora eu vejo que era tarde demais, Caleb foi o esperto ele sim deu valor a ela e agora eu estou aqui, pensando essas coisas emos na beira de uma piscina parecendo uma menina indefesa. Quanta idiotice , o que o amor não faz com você. Amor? Eu usei mesmo essa palavra?
  Meus olhos foram tomados por uma cena que me chamou a atenção. Lá estava ela atravessando a porta de trás da área de lazer do hotel em direção ao quiosque mais próximo. Estava sozinha. Parecia que era a primeira vez que eu a via, sempre parecia ser a primeira vez.
  Podia ser incrível olhar para ela assim se eu não soubesse que ela estava me odiando e... Saindo com outro.
  Eu queria ir ate lá gritar para ela o quanto arrependido eu estava, o quanto eu precisava dela por esses dias. Mas parece que meu maldito orgulho e minha indecisão não me deixavam ir. Não me deixava, agir.
  Logo em um movimento involuntário minhas pernas se moveram até ela e eu a olhei nos olhos.
  - Olá. - disse ao avistá-la. Que babaca você é !
  - Oi . - ela sorriu.
  - Esta tudo bem?
  - Esta sim, e você?
  - Tudo bem. - NÃO ESTA TUDO BEM NÃO, TUA BOCA TÁ ENCOSTANDO NA DO CALEB E ACHA QUE ESTA TUDO BEM PORRA! - Aproveitando os dias de folga? - AF COMO EU SOU BICHA!
  - Um pouco, trabalhamos muito com o material do ultimo show. E hoje tem mais - ela sorria. - Você esta bem mesmo? - Eu deveria estar com uma cara de otário porque olha!
  - Estou sim. Logo mais teremos show por aqui ai eu me animo mais.
  - Ah sim, vou indo tenho que...
  - Não espera! - a segurei no braço e seu olhar encontrou o meu.
  - Diga - ela disse se soltando.
  - Bem - procurei palavras. - Você esta.. ér vejamos ...- Comecei a rir do meu nervoso. - Saindo com o Turman? - PORRA SEJA MAIS SUTIL NÉ !
  - Por que a pergunta?
  - Por nada - mordi meu lábio.
  - Estou sim - o brilho nos olhos dela se foram.
  Nos olhamos por longos segundos e eu poderia agarrá-la ali mesmo porque era isso que meu corpo queria, mas não.
   abriu diversas vezes a boca para argumentar e a fechou. Não disse nada. Pude ver que ela me analisava em cada centímetro do meu rosto e da minha boca e isso só me fazia quere-la mais.
  Não conseguia analisar a idéia de e Caleb juntos, isso me causava uma decepção enorme e talvez eu poderia chorar ali mesmo... CARA EU ESTEJA COMEÇANDO A CHORAR ALI MESMO? É ISSO MESMO EVARISTO?
  Rapidamente sequei a lagrima que escoara pelo meu rosto.
  - Me desculpe pela pergunta, não devia me intrometer na sua vida e.... - Não tive tempo de terminar a frase, me enlaçara em seus braços em um forte abraço. Não podia sentir outro aroma a não ser o do seu perfume que agora estava fixo em minha roupa. Ela acariciava meus cabelos e me apertava contra seu corpo.
  - Não se desculpe, não foi sua culpa tudo aquilo. - ela me disse, pude notar que ela estava com a voz embargada.
  - Foi sim, eu não assumi nada com você.
  - Não era sua obrigação. - ela dizia. - Me desculpe por agir dessa forma?
  - Não tem o que se desculpar , não tem culpa de nada. Aconteceu.
  - Sentimento não tem culpa de acontecer - ela soltou a frase que me fez olhá-la de frente.
  - Sentimento? Então você sente algo por mim?
   mordeu o lábio inferior e me encarou séria. Não teve tempo de responder pois fora enlaçada na cintura por braços que acabaram de chegar. Pertencentes a Caleb Turman.
  - Oi pequena - ele a beijou de lado. - Oi .
  - E ai Caleb - fizemos nosso toque de mãos.
  - O que estão fazendo? - ele perguntou.
  - Conversando - foi a voz de que ecoara na hora. - Já teve a reunião com os guys?
  - Já. Queria te chamar pra almoçar - ele sorriu meloso pra ela. ARGH! - Estou faminto. Poderíamos ir em algum restaurante fora daqui.
  - Pode ser - o olhava.
  - Então vamos? - ele a encarava agora. voltou seus olhos a mim.
  - Vamos sim - ela disse sem saídas. NÃO VAI NÃO PORRA, ESSE POODLE TA DE SACANAGEM SÓ PODE.
  - você já deve ter percebido - o poodle começara, digo Caleb. - Eu e estamos juntos - AVÁ SÉRIO MESMO NÃO NOTEI ISSO. - Senão chamaríamos você para ir conosco. - NÃO MESMO, SEGURAR VELA? - Se nos dá licença - DOU LICENÇA NADA, DEVOLVE MINHA MULHER AQUI SEU RUIVO DE MERDA. - Vamos indo. - MAS SÓ PODE ESTAR HAVENDO UMA GUERRA DE RAÇAS NESSA MERDA MESMO!
  - Ah claro, pode ir sim Caleb - disse as palavras com nojo. me olhava significativamente.
  Ela foi indo na frente ate a porta do hotel, Caleb permaneceu ali. MAS O QUE ESSE RUIVO QUERIA AGORA?
  - Hey pode ir indo, vou trocar umas palavras com o . Passo no seu quarto para buscá-la. - ela assentiu. Ele voltou seus olhos a mim. Lá vem coisa. - você já deve estar sabendo que eu e a estamos juntos não é? - VAI TACAR NA CARA MESMO SEU ESCROTO? - E eu preciso da sua ajuda pra uma coisa. - COMO?
  - Que ajuda?
  - Em uma semana iremos embora e eu quero que o que eu tenho com ela aqui dure mais, então eu estava tendo uma idéia de fazer algo para isso durar. - Ele me dizia em voz baixa. - Estava pensando em pedi-la em namoro.
  MAOE ESTAVA DEMORANDO, CADE AS CAMERAS E AS ARMAS? ISSO É UMA BRINCADEIRA NÉ?
  - Namoro?
  - Sim, em namoro. Já esta na hora da gente ter algo junto e sério. é especial para mim e eu acho que depois de tudo que tivemos nosso lance será sério.
  - Tudo o que tiveram?
  - Coisa de namoro - ele me cortara. DROGA! - Quero saber se pode me ajudar com isso, você era bem próximo dela aqui e não a contaria nada. - VOCÊ QUE PENSA.
  - Claro que sim Turman, pode pedir qualquer coisa. - QUE ÓDIO!
  - Obrigada cara! Eu queria que você desse um jeito enquanto eu a levo para almoçar de falar com o Matt e os outros caras para fazer uma festa a noite após o show. - ele pausara. - E durante o show eu queria um tempo para falar uma coisa em publico, para ela.
  - Ah sim - fiquei sem palavras. Isso ai ta muito romântico pro meu gosto.
  - Pode me ajudar?
  - Claro que sim man. - AGORA SIM, PODEM ME MATAR!
  - Obrigada mesmo ! Você esta ajudando muito com isso! - ele me deu um tapa nas costas e sorriu todo retardado.
  - Que isso, pode sempre me pedir ajuda. - E SE QUISER AJUDA PRA TE MATAR EU AJUDO MUITO.
  - Sempre posso contar com você, obrigado man. Então mais tarde nos falamos, vou buscar minha pequena.
  Ele sorriu e saiu em seguida correndo ate a entrada do salão do hotel.
- É , você só faz merda. - disse soltando o maior suspiro do momento. -   Agora sim, Caleb Turman dez. zero.

  [ POV off]

Capítulo 21

  Poderia ouvir o barulho do som de Belo Horizonte de longe. O All Time Low deixou o palco dando espaço para um Forever The Sickest Kids e os gritos das fãs vindo da platéia.
  Talvez fosse banal ressaltar que muitas ali enlouqueceram quando Forever The Sickest Kids deixou a ultima melodia de 'I Guess You Can Say Things Are Getting Pretty Serious'. A equipe da MTV fotografava e gravava qualquer que fosse o detalhe. Pedro e estavam recolhendo as câmeras e se preparando para gravar o show do I See Stars quando Caleb começou a falar.
  - Hey guys! - ele disse olhando atentamente para a platéia. Todos gritavam. - Espero que estejam curtindo nosso show de hoje! - mais gritos. - Bem, eu queria pedir um espaço no show esta noite para fazer algo que eu preparei para uma pessoa em especial. - Todos o olhavam.
  - Nosso pequeno Caleb aqui preparou uma apresentação para uma pessoa, espero que vocês colaborem com ele, ele esta meio nervoso - Austin rira de lado ao dizer. Kyle apenas batucou seus pratos e Caleb ficou vermelho da cor dos seus cabelos.
  A platéia retribuía com gritos e aprovações. Podiam-se ouvir os murmúrios de curiosidades para saber a quem seria dedicada a musica, ou qualquer que fosse o que Caleb faria.
  O ruivo sentou-se no banco que antes era ocupado por Cook e pos seu violão do colo apoiando os braços sobre o mesmo.
  - Pois bem, não deu tempo de compor nada novo. Conheço essa pessoa há pouco tempo, mas já sei que ela é muito especial e merecia esse destaque no show de hoje. - ele sorria. Todos olhavam e nenhuma respiração era ouvida. - Hey, - a menina ainda mantinha sua posição intacta parada desde que ele começara a falar. - Sobe aqui um pouco, é pra você - ela ainda não mexia um músculo até que Kyle fora até ela e dera um pequeno empurrão na garota que muito corada caminhara até o palco e sentou-se no banco ao lado do rapaz. - Espero que goste, é tudo sobre você.
  Os primeiros acordes foram ouvidos e Forever Girl fora cantada na versão mais linda e aplaudida que os fãs já ouviram, nenhum ousava em cantar junto com ele. Só era percebida a voz de Caleb que entoara de forma melódica por todos. Ele por ora olhava ao lado onde a menina agora mantinha seu olhar focado nele. Ela sorria.

You're the apple of my eye.
My American pie, the light of my life
They say things change with time.
But, one thing is for sure it won't be you and I.
You and I.

  Finalizou-se a musica após as demais estrofes, muitos aplausos e dois olhares.
   nada disse até o momento em que ele tomou as palavras.
  - Então, dediquei essa musica hoje, especialmente hoje, a você. - muitas fãs gritavam alucinadas, outras não curtiam a idéia mas mantinham silencio.
  - Eu realmente estou sem palavras - ela deixou escapar em meio aos risos. - Obrigada Caleb, obrigada mesmo! Estou surpresa.
  Ele nada disse, apenas levantou-se e a puxou para um abraço. A platéia aplaudia, gritavam, umas fãs mais loucas choravam, outras fuzilavam com um olhar.
  Ele a soltou e a puxou para um beijo, esse sim foi o clímax para que todos gritassem.
  - Ae Brasil! - era a voz de Austin que tomara o publico. - Agora vamos dar lugar ao I See Stars e espero que não liguem por perderem um integrante solteiro do Forever The Sickest Kids. - ele rira. Gritos, histeria, choros. - Foi muito bom estar aqui com vocês nesse ultimo show do Brasil! OBRIGADO POR TUDO BELO HORIZONTE! - ele gritou e aos poucos seguidos dos gritos os guys deixaram o palco.
  Forever The Sickest Kids deixou o palco e I See Stars entrara. O publico demorou a acabar com as gritarias até Oliver tomar eles para si.
  Caleb e deixaram o palco antes de Austin começar a falar. Os dois atravessaram a pequena sala que ficava em intermédio com os camarins das bandas e seguiram para a parte de trás do local.
  - Gostou da surpresa, pequena? - ele a enlaçara pela cintura quanto o olhava nos olhos.
  - Não acredito nisso ainda! Forever Girl cantada só para mim? Você cantando ainda por cima? Não to acreditando! - ela rira e jogava sua cabeça para trás. Ele sorriu em resposta.
  - Isso tudo nem começou ainda - ele rira.
  - Como assim Caleb, o que você esta armando? - ela olhara desconfiada.
  - Calma , você é muito curiosa.
  - Claro! Você para o show inteiro e canta uma musica a mim, depois arma outra coisa, fãs estão me odiando nesse momento.
  Ele rira.
  - Não ligo, eu te amo.
   nada disse. Apenas sorriu em direção ao ruivo.
  - Vamos pro hotel? - ele perguntou após longos minutos ali com ela.
  - Já? O I See Stars nem acabou o show e... CARA EU NÃO COBRI O SHOW DELES! - ele rira e dera um tapa de leve na testa.
  - Não precisa, pedi para te dispensarem. - ele olhara vitorioso. - Vamos agora?
  - Você está muito empolgado pra ir embora Turman, o que esta havendo?
  - Você verá, ! - ele brigara e logo soltou uma risada.
  O show do ISS acabou-se em pouco tempo, logo estavam todos voltando para o hotel.
  No salão principal um silêncio tomou conta. Não havia fãs nas portas do hotel, quanto menos hospedadas neles.
  I See Stars seguia adiante e podiam-se ouvir piadas feitas por Oliver ate eles se perderem de vista no andar da banda. O All Time Low seguia logo atrás e ainda mantinha a mesma cara que fez na hora em que viu a musica dedicada pelo ruivo a menina.
  - Silencio não é? - que se encontrava abraçada a Caleb pronunciou ao analisar o salão todo quieto.
  Ninguém respondeu. Caleb apenas soltou uma risada baixa ao abrir a porta do local.
  - Surpresa, pequena! - ele disse ao girar a fechadura e dar espaço a uma pequena festa que havia ali. Uma mesa enfeitada com algumas coisas de comer, o bar do local estava repleto de drinques e um barman, musica começara a tocar e todos agora olhavam a cena rindo do espanto dela.
  - Caleb eu não acredito que....
  - É, eu planejei tudo. - ele rira de lado. - Espero que goste da surpresa.
   nada disse, seus olhos varreram o local e pousaram sobre o ruivo.
  - Você não cansa de me surpreender? - ela dissera sorrindo.
  - Eu acho que só comecei, falta mais. - ele soltara uma gargalhada. - Preparada?
  - Na verdade não - ela rira sincera. Caleb a guiou para a festa.

  Oliver e bebiam sem parar, acompanhados de e Austin.
  Os restantes das bandas estavam espalhados pelo local, incluindo o pessoal da MTV.
  Caleb e estavam sentados ao lado de Kyle que tentava inutilmente formular uma piada sem graça sobre as atitudes do ruivo no show mais cedo.
  - Isso que o amor faz. - ele riu-se.
  - Cala boca Burns. - o ruivo fez-se de ofendido.
  - E cadê sua grande surpresa? - Kyle perguntou bebendo sua tequila.
  - Ops, verdade! - o ruivo levantou-se e levou até o centro da festa. - Hey pessoal, me dêem licença um minuto. Queria dizer umas coisas.
  - Ultimamente você anda parando muitas festas heim Turman - era que gritara do outro lado do salão fazendo Caleb rir.
  - Essa é por um bom motivo.
  - Ok então, fala logo ai ruivo - Austin encorajou o amigo com um 'vai lá' com as mãos.
  - Bom, como todos sabem eu e estamos tendo um lance legal a uns dias - ele riu-se. - Desde o segundo dia de turnê, e nós vamos embora dentro de dois dias e eu não queria deixar isso acabar assim. Não posso.
   o olhava. - Então tomei a liberdade de ter a decisão que farei agora. - ele virou-se para a menina. - , você aceita namorar comigo? - abrira em suas mãos a pequena caixa de veludo preto contendo um anel prata que brilhava incansavelmente.
   nada disse, levou as mãos à boca e analisava a caixa e o ruivo sem nada dizer.
  - Eu preciso firmar algo com você, não posso deixar alguém especial escapar de mim mesmo eu indo embora. Eu quero você do meu lado, lá também.
  - Caleb eu... - ela não completara a frase.
  - Espero que não se assuste com esse pedido, eu calculei tudo para que nada desse errado e eu preciso deixar claro que eu quero algo sério com você , eu realmente quero.
  Ela sorria. Olhou para o ruivo que a olhava de volta. Este ainda mantinha a pequena caixa aberta em suas mãos. - E então?
  - Aceito. - ela disse mordendo o lábio inferior, segundos antes de ele pousar em seu dedo o anel prata que agora ela analisava.
  Caleb a puxou para um abraço que logo fora substituído por um beijo que o ruivo dera nela seguido das palmas dos que assistiam à cena.
  - Achei que não iria aceitar - ele disse a ela segundos depois.
  - Não posso negar algo tão planejado assim. - ela soltara uma risada gostosa.
  - Planejei tudo para que você gostasse.
  - Eu amei cada detalhe. Obrigada.
  - Não fiz isso sozinho, tive ajuda de alguém muito especial que me apoiou nisso tudo. - ele disse. o olhava.
  - Sério que os Forever The Sickest Kids te ajudaram?
  - Não foram eles. Foi o . - prendeu a respiração. Olhou para Caleb que sorria e aos poucos ela abriu a boca para perguntar, sua voz saiu falha.
  - te ajudou nisso? Em pedir minha mão em namoro?
  - Sim, muito! Ele que me encorajou a isso.
  Caleb mantinha um sorriso nos lábios, mas o sorriso de não existia mais, ele a abraçara. repousou sua cabeça no ombro do rapaz e procurou entre as pessoas da festa o rosto que ela tanto conhecia. E lá estava ele, a olhava e forçou um sorriso.
  O sorriso mais triste que ela já vira no semblante do rapaz. Sorriso que ela causou. E ela sabia disso.
  Sabia que agora era tarde demais. Agora ela pertencia a outro. A Caleb Turman.

Capítulo 22

  POV

  Senti a leve brisa que entrava pela janela do quarto tocar a minha pele.
  Percebi também que podia sentir um peso sobre minha cintura e ao olhar notei que era o braço do Caleb que me enlaçava.
  Virei levemente a cabeça sem mexer muito o corpo e livrei-me de seu braço conseguindo me levantar para ir ate o banheiro da suíte.
  Olhei minha imagem no espelho e notei que estava corada demais, não tinha tomado sol ultimamente e não compreendia porque a cor. Minha mãe costuma dizer que quando eu estava assim era de felicidade, achei graça nisso já que tudo que estava me acontecendo era surreal demais para achar um pingo de risos.
  Não sei se vocês me compreendem, mas eu tentarei explicar um pouco o que se passa na minha cabeça.
  Eu entrei nesse meeting porque meus amigos e eu somos loucamente apaixonados por esses caras e por suas musicas. Entrei nele achando que sairia dele diferente, mudada não sei te dizer. Mas algo eu sentia que ia acontecer e como eu amo lidar com desafios e com musica, achei que arriscar ser a repórter do meeting da MTV iria aumentar minhas idéias fictícias com meus ídolos. E não só aumentou, como a maioria delas viraram realidade. Tá, pode parecer estranho. Você vai fazer uma espécie de estagio na MTV e conhece seus ídolos mais lindos e desejados do seu mundo, um deles curte você, você já curtia ele mesmo então ter um affair com esse cara é fácil. Ai surge outro problema - lógico, os problemas me perseguem - vocês tem um pequeno desentendimento banal e sem motivos e ele exclui a idéia de que você ele estão tendo um caso, claro muitos achariam isso super normal e babaca da minha parte me preocupar com isso enquanto eu tenho aos meus braços. Ai que esta a questão: eu não me relaciono com as pessoas por fama, ou por atração. Eu realmente fiquei muito chateada com o jeito que o tratou nosso 'lance'. Mas tudo bem, você ainda deve estar me achando uma idiota por dispensar ele. Não me importo com isso mesmo, quem chorou e sofreu fui eu.
  E como se não bastasse caros leitores, eu estava em outro problema um pouco mais grave quando Caleb Turman resolve ter uma queda por mim - sabe-se lá de onde ele tirou essa idéia - e depois de muito pensar eu aceito isso e acabo, de certa forma, me apaixonando um pouco por ele. Não amando, não curtindo. Me apaixonando. E ai esta o meu medo, paixão passa. E o que eu sentia pelo não passou, só ficou perdido no tempo em que ele me negou. No tempo em que eu já abri meu sorriso por ele.
  Então, ai estava eu tomando banho refletindo sobre meus últimos dias desde o inicio dessa turnê, essa bendita turnê!
  Eu não achava certo o jeito em que as coisas estavam indo, não gostava de olhar pro e ver ele mal por isso. Não gostava de fazer ele se sentir, como ele me fez sentir.
  Enquanto eu massageava meus cabelos com aquele maravilhoso xampu do Caleb que com certeza iria armar demais meu cabelo eu senti algo em meu dedo que me fez olhá-lo.
  Porra ai estava o que eu pensei que eu tinha sonhado, mas era real: a aliança.
  Ok, agora sim eu estava realmente fodida em relação a , Hustlers, Caleb Turman... Minha vida.
  Não que eu me arrependi de ter aceito o pedido do ruivo, mas convenhamos que ele me assustou demais com isso. Como assim ele chega e me pede em namoro sendo que só estamos 'juntos' a dois dias? Sim, pode começar a rir porque eu estou rindo aqui e agora imaginando a cena de ontem, Caleb no meio da festa da MTV para o povo e me pede em namoro. Ok, devo imaginar também que sonhei com isso a dois meses atrás, mas no caso de agora é realidade e eu não posso acreditar.
  Estou tão perdida que acho que poderia apelar pro meu diário. Ou pra vocês. Aceitar ou não essa situação? Não sei, mas eu acho que a partir de hoje eu vou parar de me preocupar com o que houve no passado e dar oportunidades ao presente momento. Eu preciso dar mais ênfase ao que eu estou tendo com o Caleb, ele sim esta merecendo isso. Vou falar com o , ele precisa entender a minha visão da historia, nem que eu tenha que subornar ele com Stella Artois ou qualquer que for o que ele goste ou queria. Só espero que não seja eu.

  Caleb ainda dormia tranquilamente quando eu acabei de me vestir, olhei para seus cabelos ruivos jogados no travesseiro enquanto sua respiração era serena.
  Dei um pequeno selinho em seus lábios sem querer acordá-lo e sai do quarto rumo ao elevador.
  - Vamos colega, tenho uma DR tensa com um rockstar agora. - elevador não me ouvia, mas eu falava assim mesmo.
  - Coé ! - era . Não senhor, tudo o que me faltava agora era em meus ouvidos logo de manhã.
  - Oi - sorri pra ele.
  - E como esta a vida de comprometida? - isso foi irônico ou não?
  - Vai bem, não fazem nem 24 horas - ri pra ele. OH MEU DEUS QUE HOMEM É ESSE? - E você, esta preparado pra abandonar o meu país tropical?
  - Que ar de nacionalidade é esse ? Você odeia ser daqui - ele riu-se. O que é isso? me dando um fora?
  - Responda minha pergunta . - olhei para ele que ainda mantinha a mesma cara.
  - Lógico que sim, sentirei saudades de tudo aqui. Do calor e principalmente - ele me olhou de cima a baixo. - das mulheres.
  - Obrigada pela parte que me toca , fico feliz em saber disso. Agora respondendo sua pergunta: eu não gosto muito daqui não, e estou prestes e me mudar então, sinta-se correspondido.
  - Ah claro, como eu pude me esquecer - ele ria enquanto entravamos no elevador que finalmente chegara. - Você vai se mudar pra onde mesmo?
  - Nova York - respondi.
  - Mês que vem?
  - Sim, é o que meus pais acham.
  - E o Caleb? - MAS PERA AI, ISSO É O QUÊ? INTERROGATÓRIO?
  - Não sei ainda, eu e ele não falamos sobre como iremos fazer para continuar isso que estamos tendo.
  - Compreendo, mas de qualquer forma você e ele poderão se ver, Dallas e tal... - CLARO , DALLAS FICA AI DO LADO DE NY!
  - Uhum - apenas disse tentando mudar de assunto.
  O elevador chegara ao térreo e eu sairia dele rapidamente.
  - , nos vemos mais tarde! - acenei correndo do elevador para o salão de lazer do hotel.
  Graças ao twitter vi que estava no salão de jogos do hotel e fui correndo até ele.
  Lá estava ele jogando sinuca com Matt e Oliver. Olhei a cena e me peguei admirando o quanto ele sorria quando acertava a tacada. E como se formavam pequenas ruguinhas em seu rosto quando ele dava suas gargalhadas gostosas.
  Parei de olhar ele e tara-lo a cada jogada, uma porque uma mesa de sinuca e me davam muitas idéias e meu namorado ruivo estava dormindo lá em cima e eu não era mais livre para ter pensamentos impuros com outro.
  - Hey , posso falar com você? - disse chegando ao seu lado. Ele parara de analisar o foco da bola em que iria acertar e meu olhou de lado. Matt pigarreou algo para Oliver como 'vamos lá pegar bebidas' e saíram. LEGAL, AJUDARAM MUITO!
  - Pode falar - ele disse enquanto passava giz no taco sem ao menos me olhar. Comecei bem.
  - Bom eu gostaria de explicar algumas coisas pra você, não sei se você vai querer ouvir ou se eu devo começar mas...
  - Hey Kyle! Pega uma cerveja pra mim ai cara? - ele gritou cortando qualquer que fosse minha frase no momento. COMO ASSIM ELE ME IGNORAVA? - Desculpa, pode continuar. - ele disse me olhando cinicamente.
  - Não precisa, pode continuar seu jogo. Não vou atrapalhar seu momento de diversão - disse a ele, o olhando seriamente antes de sair dali. Que ódio que eu estava desse babaca, eu lá tentando me explicar sendo que nem precisava fazer isso e ele me corta daquele jeito?
  Fui a passos rápidos em direção ao elevador, maldito elevador que não ia eu estava com tanta raiva que subi pelas escadas mesmo.
  - Idiota, quem ele pensa que é para me cortar assim, não devia ter perdido meu tempo com esse babaca, homens são todos iguais e eu ainda deixei o Caleb lá em cima dormindo para vir falar minhas desculpas e explicações a ele que não merece nada disso!
  Dizia entre dentes subindo as escadas a passos pesados de volta ao meu andar.
  Não sei quanto tempo demorei mas logo cheguei a nem sei que andar e fiquei a espera do elevador.
  Batia meus pés contra o chão tentando manter o foco.
  - Hey , espera - era . De onde ele surgiu? - Desculpa por te ignorar. - Ah agora você quer desculpa? - Espera, preciso falar com você.
  - O que você quer?
  - Não era você quem queria falar comigo?
  - Era, no passado.
  - por favor, vamos parar de sermos crianças e conversar civilizadamente?
  - Olha só, falou o adulto! - bufei e olhei pro alto.
  - ...
  - Ok! Vamos conversar, mas só porque eu preciso te falar tudo. - disse puxando ele pelas mãos para dentro do elevador.
  - Já vi essa cena antes de você me puxando pelas mãos e acabei indo parar dentro do carro do seu pai a caminho de uma boate. - ele riu-se e me fez rir também.
  - Hoje não - eu disse rindo. Saímos pro andar do All Time Low e entramos no quarto do .
  Depois de longos minutos olhando aquele quarto e vendo que era aquela a cama em que a tres dias atrás nós estávamos deitados fazendo piadas sem graças eu comecei a falar.
  - eu quero te explicar algumas coisas.
  - Você não me deve explicações, .
  - Mas eu preciso, pro favor me ouve? - ele assentiu. - Sobre o que eu e Caleb estamos tendo quero que você saiba que foi surpresa ate pra mim, não imaginava isso dele e nem mesmo que você o ajudaria nisso.
  - Ele me pediu dias antes, achei que ele realmente estava sendo sincero e precisava ajudá-lo, afinal ele e você se entenderam muito bem.
  - Você sabe que eu e ele estamos juntos, mas eu ainda estou confusa não sabe?
  - Sei, mas eu compreendo também que essa é a melhor forma para tudo. - COMO?
  - Como?
  - Sabe, você e Caleb estão se dando bem, acho que era o que deveria acontecer mesmo. O que nós tivemos foi legal enquanto durou, foi divertido, verdadeiro, mas não durou muito porque não era para ser. Eu penso que quando as coisas terminam elas não era para sempre, afinal eu acho que nada dura para sempre. - ele dizia olhando para mim. Senti minha garganta embargar.
  - Entendo, então você já achava que tudo iria ficar do jeito que esta?
  - De certa forma sim, eu notei o quanto Caleb gostava de você desde o primeiro dia aqui e afinal você e eu não tivemos um lance pacifico, teve os nossos problemas no meio e isso só veio para separar, de qualquer forma, tudo acabou como deveria ter acabado.
  - Você não esta chateado por eu estar com ele? - minhas lagrimas queriam sair a todo custo e eu não compreendia porque queria chorar, mas eu precisava chorar.
  - Não , eu compreendo o que esta acontecendo e ate estou torcendo por você, eu espero que sejamos amigos após isso tudo. - ele sorria, incrível como ele não estava querendo chorar como eu. Minha vontade era de pular daquela janela do décimo oitavo andar.
  - Obrigado por me entender - deixei escapar não sabendo se era aquilo mesmo que eu queria dizer. Sorri para ele evitando deixar rolar algumas lagrimas.
  - Não precisa agradecer, e olha eu acho bom o Turman cuidar de você senão eu acabo com a raça ruiva dele. - ele ria e vinha me abraçar, não agora mesmo que eu choro. - Vou embora amanhã e quero que saiba que você foi uma das melhores pessoas que entraram na minha vida, não quero que saia dela pelo que aconteceu - ele dizia quanto me abraçava e afogava seus dedos em meus cabelos.
  - Não vou sair, não costumo abandonar quem eu gosto.
   nada disse, apenas sorriu e beijou o topo da minha cabeça. É, agora sim eu posso chorar?

  Sai do quarto de rumo ao elevador e meu peito queria explodir, meus olhos estavam doendo e ardendo clamando por deixar que eu liberasse as lagrimas. Eu deixei.
  Não sabia se estava chorando por , pelo que ele disse, pela turnê estar acabando, ou por tudo isso e por eu ser tão sensível e insegura.
  Foco , foco no Caleb que te ama e vai te fazer feliz...
  Cheguei no quarto e Caleb estava no banheiro tomando banho, ouvi o barulho da água ao entrar e sentar-me na cama.
  Fiquei fitando minha figura no espelho do outro lado do quarto quando senti uma mão tocar meu ombro.
  - Bom dia, pequena - Caleb me deu um selinho.
  - Bom dia - respondi sorrindo pra ele. Impossível não alterar seu humor ao lado de Caleb e seu sorriso.
  - Onde estava? Fiquei preocupado quando acordei e não te vi.
  - Sai, fui - ANDA, RESPONDA LOGO. - Fui atrás do pessoal da MTV. - sorri.
  - Ah sim - ele se trocava e deixou a toalha cair revelando que estava apenas de boxer e eu estava ficando sem ar em 3, 2, 1.
  Agora imagine um homem ruivo, maravilho, lindo, completamente gostoso semi-nu em sua frente. Ok pode respirar.
  Caleb vestiu-se só com uma camiseta de botões e mangas dobradas ate os cotovelos e veio ate mim por atrás massageando meus ombros.
  - Vamos comer alguma coisa? - ele beijava meu pescoço enquanto dizia.
  - Vamos - só assim notei que não tinha tomado café e esta faminta. Mas pra que comer quando se tem Caleb Turman atrás de você, semi-nu te massageando?
  - Peço pro quarto ou descemos? - ele ainda mordiscava meu pescoço me causando arrepios, nem pensar eu podia quanto mais raciocinar sobre comida.
  - Pode ser aqui, não quero ver ninguém mais hoje. - disse sem saber ao certo o que queria.
  -Ok - ele disse levantando-se - COMO ASSIM? CONTINUA ESSA MASSAGEM AI MEU CARO.
  Caleb fez os pedidos e logo voltou-se a mim.
  - Acordei e olhei pra isso - ele mostrou seu dedo anelar contendo nossa aliança. - E sorri ao imaginar que agora sim eu vou estar bem ao seu lado. - OK, ME MATEM AGORA PORQUE ESSE HOMEM É MUITO LINDO, GOSH.
  - Também estou feliz com isso cenoura - fui ate ele na cama e mordi a ponta do seu nariz. Ele riu tombando a cabeça pra trás.
  - Cenoura? Poxa ! - ele ria. Eu ri com ele.
  - Sim, eu te chamava assim quando te via nos pôsteres e nas revistas ta? Deixa eu com meus apelidos bobos.
  - Acontece que agora eu estou aqui na sua frente a senhorita não esta se preocupando em abusar da cenoura aqui. - ele me olhou de forma sexy que me fez ter uma crise de risos. Caleb me olhava rindo. - O que foi, ?
  - Cara você é muito tarado, eu me refiro ao seu cabelo! - eu dizia ainda rindo.
  - E eu me refiro ao conjunto completo - ele ria-se. - Ok vou parar de ser chato.
  - Ta cenourão, eu também te amo - eu ria olhando a cara que ele fazia.
  Caleb veio ate mim e me abraçou enquanto estávamos os dois ajoelhados na cama olhando um pra cara do outro sem nada dizer.
  - Já disse que eu te amo hoje? - ele encostava o nariz no meu.
  - Não - disse roçando nossos lábios.
  - Eu te amo, muito - ele me dizia enquanto eu sorria. - Agora tudo vai ficar bem entre a gente, vamos estar juntos quando eu for embora com você e tudo ficará bem.
  - Um mês para eu ir embora ainda cenoura, vai sobreviver? - eu ria.
  - Vou tentar, mas em um mês enquanto você não se muda pra lá eu vou te ligar todo dia, te mandar mil tweets e ser um chiclete.
  - Ai eu largo de você e não quero mais. - eu ri e ele fez bico. - Brincadeira amor, eu vou ir logo. Prometo.
  Caleb nada me disse, apenas enlaçou-me pela cintura e juntou nossos lábios em um beijo rápido, já que o nosso café da manhã chegara.

  Estávamos comendo sentados no sofá do quarto dele enquanto Caleb tocava Coffee Break no violão e cantava lindamente pra mim, podiam me matar ali mesmo que eu morreria feliz.
  Não sei se tudo continuaria do jeito animado e cheio de promessas igual estava agora. Não sei do que aconteceria dali pra frente, só que eu podia me acostumar com a idéia de estar com ele e não com . De estar namorando ele e não e de ir pros Estados Unidos em um mês para morar com Caleb, e não com .
  Eu não tinha certeza, e com base nas palavras do ele tinha tomado todas as certezas sobre os fatos.
   aceitou, restava apenas eu aceitar e convenhamos que não seria difícil se tratando do meu novo namorado.

Now I'm done with my coffee break,
I turn on my phone,
Oh that I've grown up

  POV off xx

Capítulo 23

  POV

  Bom, estranho estar tentando compreender seus próprios pensamentos quando você quer na realidade fugir deles. E isso tudo esta acontecendo desde que eu fico com esse maldito flashback na minha cabeça do dia anterior.
  - Não vou sair, não costumo abandonar quem eu gosto.
  Foram as palavras dela pra mim e eu ainda queria poder segurar seu braço faze-la olhar pra mim e dizer o quanto tudo aquilo que eu disse era mentira, que eu me importava sim com ela e o Caleb estarem juntos, que eu a queria em meus braços ainda, chamá-la de pequena, de minha .
  Engraçado como o destino se torna um grande filho da puta quando você esta mais acreditando que tudo vai dar certo, ai tende a dar errado. Você não deve me entender, não é?
  Ok, eu sei que muitos acham que a vida de rockstar é foda, cheia de aventuras e surpresas e que jamais vamos nos decepcionar com alguém, mas ai que esta. Nós nos decepcionamos com a gente mesmo.
  Saindo um pouco do meu lado gay do momento eu devo voltar a lembrar que detesto ver esse sorriso feliz e apaixonado na cara do Turman e eu estou contando os segundos pra ele parar de falar da pra gente porque todos os detalhes inclusive o 'o sorriso dela é lindo caras' eu já sei. Eu já a tive em meus braços e deixei que ela fosse parar nos seus então Turman, cale a sua boca antes que eu faça a possuir um cérebro para não ter a idéia de te dar apelidinhos apaixonados e bobos como 'cenoura'.
  Sim, esse foi meu surto silencioso de ciúmes avançado. Sou famoso, mas não sou insensível, obrigado.
  Como eu dizia, eu estava lembrando do meu momento 'eu não me importo com seu namoro' com a . Ela pareceu se convencer que eu estava aceitando, mas eu via que ela estava mal por isso e a vontade dela chorar era grande, eu via em seus olhos e a minha vontade de chorar também era grande. Odeio admitir, mas essa mulher mexe comigo.
  Logo eu que vim pra cá achando que ia causar com as brasileiras e me apaixono por uma... Apaixono? Eu disse mesmo essa palavra?
  Ok me APAIXONEI mesmo, to nem ai eu assumo que eu sou loucamente apaixonado por essa mulher, foda-se a sociedade, a faixa etária, o país, cultura, mundo, tudo! Eu estava apaixonado pela e o pior de tudo isso? Ela estava com outro. Quer o pior dela estar com outro? A culpa era minha.
  Mas agora não posso fazer nada, ela estava com ele e eles iriam ficar juntos. Já era , perdeu .
  O mais legal disso tudo era que não haveria distancia, ela realmente iria mudar-se pros Estados Unidos, ou seja, maior chance de tudo dar certo. Legal , você perdeu. Caleb Turman mil x zero.
  Ok, terei que superar isso de qualquer forma que eu acho que posso. Eu vou tentar e espero que consiga. Esqueça a paixão por ela , a esqueça.
  Logo Caleb calou a boca e eu pude observar que já sentia o vento cortante invadir minha pele.
  Analisei o ambiente e agora sim eu poderei ter um pouco de paz comigo mesmo e sem torturas por ver os olhos de todos os dias, por ver a mulher que eu amo todos os dias. Agora ela estava longe de mim.
  Agora eu estava longe dela e isso me matava cada vez mais, pois daqui a um mês que ela sair de onde eu estou agora, não será para me encontrar e retribuir meus sentimentos. Será por outro.
  Mas isso é outra questão, eu ainda tenho esperanças e tenho planos, eu não desisto fácil.
  A questão é que agora quilômetros nos separavam e me faziam sentir pior que eu já estava. Eu não a via mais em minha frente com sua câmera da MTV, suas entrevistas nem nada. Agora eu estava de volta a Baltimore.

  POVS off xx

  POVS Caleb Turman

  Estranho você estar se despedindo de um país que mudou tanto a sua vida como o Brasil nessa turnê.
  Digo no geral, mas especificamente em relação à . Ok me chamem de apaixonado, babão, mel, mala, cala boca Caleb - os caras já fizeram isso e eu não ligo.
  Eu realmente estava de quatro pela minha namorada e isso pode soar meio gay, to nem ai.
   conseguia me fazer ver tudo diferente e deixar que isso falasse mais alto.
  E lá estávamos eu e ela frentes um ao outro nos fitando sem nada dizer quando eu estava me despedindo.
  Não queria deixá-la por nada naquele mundo, mas parece que não me restavam escolhas e eu sabia disso. Teria que partir.
  - Promete que vai me ligar e mandar e-mails? - ela dizia encostada em meu peito enquanto eu acariciava seus cabelos.
  - Lógico que sim amor, e, além disso, vamos estar nos falando sempre que eu não estiver nos palcos. - sorri pra ela.
  - Às vezes eu penso quem é o mais grudento dessa relação, eu ou você Caleb. Olha só eu já estou com saudades. - ela rira.
  - E você acha que eu não estou? - sorri pra ela antes de beijar sua testa.
  - Hey Turmanator! Anda logo com esse namoro ternura ai que nosso vôo já foi chamado. - era Kyle quem gritava feito uma mulher na fila das bagagens.
  - Tenho que ir pequena - disse para ela não querendo sair dali.
  - Ok, nos vemos em breve mesmo. - ela sorria.
  - Vou contar os dias pra passar logo - sorri. - Te espero em Dallas logo, ok?
  - Em um mês. - ela sorriu antes de me beijar. - Boa viagem cenoura, e até logo. Te amo - ela me soltou.
  - Também te amo pequena, nos vemos em breve. - dei um ultimo beijo nela e sai rumo à fila aonde Austin já ia me dar um pedala pela demora.
  As maiorias das fãs que viram a cena se surpreenderam um pouco menos do que nos show onde eu declarei a musica para ela, o que de fato me animava por elas estarem aceitando isso. Espero.
  Horas e horas de vôo cansativo, depois de eu falar muito na orelha do e do Oliver - que sentaram ao meu lado - eu dormi.
  Acordei com o barulho do avião pousando e ao descer senti o cheiro da minha terra, do meu lugar. Não era a minha cidade ainda, não era o meu canto, mas era o meu país.
  Horas depois estava em Dallas, em minha casa, podendo descansar a minha maneira. Foi ótima essa turnê no Brasil, foi incrivelmente perfeita e sem duvidas maravilhosa. Me trouxe muitas coisas boas - foi a melhor - mas agora eu estava em casa e precisava recompor as idéias.
  Após um longo banho eu capotei rapidamente em minha cama, dormindo feito uma pedra ate o dia seguinte.

  POVS Caleb off. Xx

  Esta era eu indo para a casa após entregar todo o material para a MTV dos shows nas cidades.
  - Até um dia desses, ! - era Marcelly quem acenava para mim do saguão do hotel.
  - Até Má - sorri. - Tchau Pedro - acenei para ele.
  Fui à direção ao hall do hotel onde meu pai tinha vindo me buscar. Notei que ele estava sorrindo.
  - Olá papai - sorri e beijei sua bochecha.
  - Olá filha, como foi o meeting? Se divertiu?
  - Muito! Foi o melhor que eu esperava - sorri em resposta. - Mas estou cansada demais, quero um banho, dormir e acordar só depois de amanhã. - ele riu-se.
  - Não exagera , amanha você tem aula.
  - Pai eu não vou, sério eu não agüento mais, vou morrer se ficar sentada naquela carteira e alem do mais nós temos que começar a pedir transferência para nossa viagem, e ver o que falta.
  - Sobre isso mesmo que eu e sua mãe vamos conversar com você. - ele disse sério. Lá vem coisa.
  - Sobre o que? Deu algum problema?
  - Não, só vamos adiar um pouco a viagem, queremos que você termine esse trimestre na escola.
  - Mas pai vai demorar mais de um mês!
  - Tempo necessário para tudo se estabilizar e pedirmos sua transferência para lá. Você vai realizar a prova de conclusão antecipada do terceiro colegial e com ela você recebe o diploma. Já entrei em contato com a instituição de ensino do seu colégio.
  Legal, ele planejou tudo agora me resta aceitar.
  - Ok, então vamos embora em um mês e meio?
  - Isso, se você for bem na prova, iremos ate antes.
  - Vou me matar de estudar pra ir. - sorri de imediato.
  - Pra quem não estava feliz em sair do país, ate que você esta aceitando bem. O que houve nesse meeting?
  - Contarei em casa dad, em casa. - sorri de orelha a orelha. Meu pai apenas riu-se entrando na nossa rua.

  Cheguei em casa e minha mãe já me veio com apertos e abraços.
- Não ligou pra mamãe quando estava fora, !
  - Mãe eu não tive tempo, esse meeting acabou comigo.
  - Mas você se divertiu?
  - Muito, e tenho novidades!
  - Quais? - ela sentou-se no sofá da sala de visitas e me olhou.
  Demorei pra formular a frase, tipo: MANHÊ EU ESTOU PEGANDO UM GRINGO!
  - Hã, bem... - ela me olhava. - Eu tive um lance com um cara de uma banda ai, o Caleb, e bem ele me pediu em algo mais sério, e eu aceitei...
  - Você esta namorando um gringo, ?
  - É mãe, mas...
  - Que legal filha! - minha disse e sorriu sem seguida. A olhei sem entender. Opa espera ai, cadê as brigas, os gritos e os 'não acredito que você fez isso, '? - Não precisa me olhar assim, eu já fui adolescente e sei o que é isso. Mas vamos conversar seriamente. Ele é confiável? E nos tempos em que você estiver aqui e ele lá? Como ele é?
  Legal, interrogatório da minha mãe parte um!
  Depois de explicar tudo pra ela sobre o Caleb e sobre o que ia acontecer entre nós, minha mãe apenas disse:
  - Ele é lindo ! A sua cara!
  Me restou rir com tudo isso.
  - Que bom que você gostou! - sorri de volta. - Agora vou focar na prova para passar direto e ir embora logo! - sorri. - Quero minha faculdade logo e alem disso quero me mudar logo, ver meu namorado e meu país preferido - minha mãe ria de tudo.
  - Fico feliz que esta empolgada. Mas de Nova York a Dallas é um longo caminho, vai ve-lo quando ele não estiver tão longe, filha.
  - Eu sei mãe, já combinamos tudo. - sorri satisfeita.
  - Ok então.
  - Agora vou pro meu banho, comer qualquer coisa e dormir!
  - Vou pedir pra Maria fazer um jantar especial pra você, enquanto isso tome banho e desça depois.
  - Ok. - disse antes de subir as escadas para o meu quarto.
  Entrei nele e analisei o ambiente que eu tanto queria ver logo. Lá estava ela, minha cama linda e confortável me esperando.
  Tomei um demorado banho, desci para o jantar - o qual meu pai veio com perguntas sobe o Caleb, mas ele aceitou de boa a situação, fácil assim? - e subi novamente para o quarto, joguei-me em minha cama e antes de dormir ouvi de dentro da minha bolsa o iPhone apitar com uma nova mensagem, olhei no visor e sorri ao ler 'Boa noite pequena, te amo - Caleb xx'
  Não hesitei em sorrir antes de mandar outra 'Boa noite cenoura, te amo mais - xx'
  Logo virei para o outro lado e avistei o pôster do All Time Low na parede, me encarava através da imagem e eu não sei se era besteira minha, mas eu sentia que de certa forma, ele sempre estaria comigo. Mesmo longe.

Capítulo 24

  O dia em que eu faria a prova chegara e eu estava calma, havia estudado durante todos os dias, desde quando eu chegava das aulas ate a noite. Fiz mais aulas particulares para repor o conteúdo perdido, e me dediquei muito aos trabalhos da escola para ganhar aquele ponto extra que ajuda tanto na media final. Eu precisava acertar mais que 70% para ir direto para Nova York na minha faculdade de moda.
  E lá estava eu, pronta para a prova. Recebi uma mensagem de Caleb horas antes, a diferença do fuso horário que era de menos quatro horas ainda me atrapalhava um pouco.
  Fiz a prova em cinco horas consecutivas, sem nem parar para beber água direito, entreguei ela em mãos ao coordenador e sai da sala. Bruno, Analu e Guilherme me esperavam no corredor desde o começo. Os olhei e sorri afirmando que estava tudo bem, eu tinha ido bem.
  Recebi abraços deles, nossa relação depois da turnê estava mais forte, eu achava que Bruno e eu estaríamos brigados, mas ele entendeu meu caso e meus pensamentos em relação ao que tínhamos.
  Sai da escola e fui direto pro shopping com o pessoal, fizemos nosso típico role de sempre, compramos coisas, comprei roupas pra viagem, alguns livros que eu queria tanto de moda, e comemos no McDonalds. Voltei pra casa já era de noite, e meus pais me esperavam na mesa de jantar.
  - Olá - sorri ao sentar-me na mesa.
  - Olá filha - meu pai disse. - Como foi o teste?
  - Fui bem, acho que vou conseguir.
  - Fico feliz, e amanhã vou pegar seu passaporte para começarmos a arrumar as coisas.
  - Ok, comprei umas coisas para a viagem - mostrei as sacolas para a minha mãe que adorava compras mais do que eu.
  - Amanha vamos comprar mais umas coisas essenciais, e começar a ver sobre sua universidade lá.
  - Ok - sorri começando a jantar.
  Subi e seguida para meu quarto e liguei o notebook em busca de novidades com a galera.
  Ana, Bruno e Gui estavam on no twitter e nos falamos por lá mesmo. Logo vi uma mention que me fez sorrir:
  '@: saudades de conversar e rir com a @'
  Ri com seu comentário e respondi em seguida.
  Fiquei trocando replys com ele durante um tempo, ate receber uma de Caleb:
  '@calebturmanator: foto minha e da minha pequena, Brasil'
  Lá estava uma foto que tiramos na festa em que fomos naquele dia, sorri ao ver Caleb nela e uma saudade me bateu. Deixei a lagrima cair dos meus olhos ao olha as fotos de e Caleb, ambas em minhas mentions. Como eu sentia falta deles.
  Recebia replys de fãs a todo tempo, umas eram a favor, outras era contra, a maioria era sempre a mesma coisa. Não ligava muito para as ofensas, preferia responder eles e não ligar para o que todos diziam.
  Fiquei mais um pouco no twitter, não demorei para ir dormir. Estava casada demais pela prova e fiquei mais um pouco no celular com Caleb, contei a ele as novidades e ele tinha um show para fazer em Dallas essa noite, desejei boa sorte e deitei em seguida para dormir. No dia seguinte tinha que organizar umas coisas para a viagem, e começar a pensar no futuro que estava por vir.

  Passou-se dias desde que eu fizera minha prova para concluir o médio e ir de vez para Nova York. Estava na casa do Gui quando recebi a ligação do coordenador do colégio onde minha nota já havia saído e eu deveria comparecer com meus pais na escola aquela tarde mesmo.
  Logo liguei para minha mãe e meu pai e fomos para lá.
  Estava na sala do coordenador quando ele pegou o envelope branco contendo as informações da minha prova e talvez - se eu tivesse passado - meu diploma.
  Minhas mãos estavam geladas, eu queria saber logo do resultado e acabar com esse nervoso.
  - Bom, você foi bem na prova - sorri. - precisava atingir 70% para poder ser aprovada - ele dizia - e sua pontuação foi aceitável, você atingiu 85% - o que esta ótimo para sua aprovação, sendo assim, sua conclusão esta aqui - ele me entregou o envelope na qual meu pai abriu, pois eu não agüentava de felicidade.
  - 85? Que maravilha! - foi tudo o que eu disse.
  - Então ela esta aprovada para começar uma faculdade no exterior?
  - Sim, esta. Inclusive eu avaliei o nível de inglês dela e se mostrou fluente. Esta aprovada. - ele sorriu e tudo o que eu disse foi:
  - Obrigado, Estados Unidos ai vou eu!
  Saímos da sala do coordenador e eu fui comemorar com meus amigos, estava triste por estar deixando eles, mas estava feliz por conseguir adiantar minha viagem para menos de um mês e conseguir ir logo ver Caleb e todos.
  Liguei para Caleb quando recebi sua mensagem avisando que eu poderia ligar.
  - Pequena! Que saudades meu amor, como você esta?
  - Bem, e você cenoura?
  - Bem agora, e ai novidades sobre sua viagem?
  - Sim! Eu passei no teste e agora viajar antes, ou seja, semana que vem estarei ai! - não contive o sorriso. Caleb sorria do outro lado, eu não via, mas eu sabia disso.
  - Não acredito! Vamos nos ver antes então? Que perfeito ! Quando esta marcada sua viagem?
  - Para sábado que vem, chagarei ai pela noite.
  - Então vou poder ir te ver no mesmo dia, estarei em Nova York!
  - Awn que perfeito, então nos vemos no sábado! - disse a ele.
  - Sem duvidas, sábado mato a saudade que eu estou de você, pequena. Te amo.
  - Também te amo, Tchau.
  Desliguei o celular e me despedi da galera, tinha que estar em casa para dormir cedo e organizar as coisas para a viagem em uma semana, muitas coisas estavam por vir e eu estava animada demais.
  Muitas pessoas eu estava deixando, muitas outras estavam por vir, eu não sabia o que me esperava pela frente e nem queria pensar sobre isso, eu queria arriscar e não estava me importando com as conseqüências.

  A semana se passou logo, durante os dias eu me despedi dos meus amigos, prometi não esquece-los, e jamais esqueceria. Estava pronta para embarcar - literalmente - na minha nova vida e era isso que eu queria, era isso que eu sempre quis. Olhei pela ultima vez São Paulo ao entrar no aeroporto e postei 'deixando meu país e pronta para vivenciar outra vida, me surpreenda Nova York!'.
  Entrei no avião e antes desse levantar vôo olhei pela sua janela analisando pela ultima vez minha cidade, estava pronta para tudo e queria estar logo ao lado do Caleb, em meu novo país. Queria tudo isso e minha vontade estava chegando, a poucas horas de mim.
  Repousei a cabeça no encosto da poltrona e me permiti dormir, não sonhei, meu sonho estava chegando ate mim, ou melhor, eu estava indo até ele. Finalmente eu iria morar fora, ter minha vida e minha independência americana. Um visto, um passaporte, um identidade de cidadão não era só o que eu tinha, eu estava indo ao encontro do que eu sempre sonhei e eu mal sabia do que estava por vir. Muitas coisas estavam por vir e eu mal sabia o quanto minha vida iria mudar. Vou arriscar.

Capítulo 25

  Enfileirava-os um a um na estante branca. A maioria podia guardar uma história fictícia ou verdadeira, mas não deixavam de serem as minhas paixões. Terminei de organizar meus livros e olhei o quarto a minha volta notando que o mesmo estava de acordo com o meu agrado. As paredes brancas eram cobertas por um delicado papel de parede rosado quase imperceptível. Perto da cama as paredes foram tomadas por estrelas prateadas que foram coladas ao lado da frase acima da cabeceira 'We are the lovers lost in space, searching for our saving grace'. Tudo estava sendo exatamente como eu planejava. Finalizei a organização do meu quarto e fiquei satisfeita com o resultado.
  Fazia mais de uma semana que eu havia me mudado para Nova York. Meus pais ainda moravam no mesmo apartamento que eu me estabilize com meus estudos por aqui. Como eu ainda tenho dezessete anos, precisava da ajuda deles para organizar as coisas. Na próxima semana começaria meus estudos na Faculdade de Moda e Design Figurinista de NYC. Sim, eu já havia me decidido sobre o que fazer.
  Esse tempo aqui me fez ver que eu estava certa ao abandonar tudo no Brasil e vir para cá. Tudo era como eu imaginava, e parece que diferente das minhas viagens feitas para os Estados Unidos, dessa vez era diferente, pois era para sempre.
  Tomei um longo banho, pois o calor era intenso, estávamos no meio do ano ainda, teria que me acostumar com isso. Meu celular tocou indicando a chamada de Caleb, ele já havia chego.
  Meus pais não se encontravam no apartamento, então desci ate o hall do prédio e notei seus cabelos ruivos de longe. Abracei-o por trás e ele virou-se sorrindo para mim:
  - Hey cenoura - sorri antes de beijá-lo.
  - Oi pequena, como você está?
  - Muito bem, acabei de organizar minhas coisas, acho que agora sim me estabilizei. - Caleb riu.
  - Que bom - ele disse sorrindo. - Se precisar de ajuda pode me chamar. - assenti. - Vamos? - ele me deu a mão e saímos para o carro estacionado no exterior do hotel. Seguimos ate um gostoso restaurante em Manhattan. Caleb me contava dos shows, de como ele estava animado com a boa fase do Forever The Sickest Kids, e eu sorria em ve-lo tão animado. Por fim, começamos o assunto mais pensado: Nós.
  - Bem, - ele começara. - Agora acho que tudo vai dar certo, você está aqui mais perto de mim, vamos poder manter nosso namoro.
  - Agora sim. - assenti - Quando você volta pra Dallas?
  - Hoje à noite, Austin me ligou falando que amanha temos um show por lá e logo em seguida temos uma lista de show em outros lugares para seguir.
  - Ah ta - forcei um sorriso. Achei que ele ficaria em NY por mais uns dias, mas não me abati e não critiquei. - E sabe até quando vai durar?
  - Um ou duas semanas, talvez - ele fez que pensava enquanto comia seu alimento. PORRA!
  - Achei que você fosse ficar mais tempo aqui - disse mexendo no meu macarrão enquanto ele me encarava.
  Caleb suspirou e começou a falar:
  - Olha , eu sei que você esta querendo que eu fique mais, que até passe mais tempo com você, mas eu não posso. Eu queria, mas não posso. Tenho um roteiro a seguir, e a banda depende de mim também.
  O quê? Ele estava mesmo me dando um sermão achando que eu não sabia o que ele tinha que fazer? Só pode estar de sacanagem Turman!
  - Eu sei Caleb - respondi em um tom sério. - Não estou te criticando.
  - Você sabia das condições quando começou a namorar comigo - ele disse deixando suas madeixas ruivas caírem na testa.
  HÃ? CONDIÇÕES?
  - Condições? - levantei minha voz a ele.
  - Sim, que eu não estaria o tempo todo presente e a distancia iria interferir um pouco. - ele não levantou os olhos ao dizer isso.
  - Eu não estou reclamando disso, só queria passar essa primeira semana aqui com você. Mas, eu entendo perfeitamente seu trabalho. Não pedi que você abandonasse as coisas e nem quero.
  Ele pareceu chocado com o meu tom de voz serio e me olhou. Não olhei de volta, fingi que estava cortando meu almoço no prato sem fitá-lo.
  - Olha pra mim, - ele pediu. Bufei e olhei pra ele que me encarava sério. - Não quero que briguemos por isso agora, eu gosto muito de você e estou adorando nosso namoro. Você sabe disso, eu não quero brigas. Vou ficar duas semanas longe de você e não quero estar mal por não estar em paz com você. Ok?
  Ele sorriu por um momento me encarando enquanto segurava meu queixo de leve.
  - Ok - respondi sorrindo. Como não sorrir, né?
  - Ta tudo bem?
  - Tudo, desculpa - disse abaixando a cabeça. Ele levantou meu rosto na direção do seu.
  - Não tem porque pedir desculpas. Vamos ficar bem, e nas férias vamos a WARPED juntos - ele sorriu.
  - Uhum - apenas respondi sorrindo e voltando a comer. Caleb não me encarou mais, apenas continuou sua refeição e assim que acabamos fomos embora.
  Estávamos no meu apartamento, digo dos meus pais, e eles ainda não haviam chego quando Caleb e eu estávamos lá.
  Subimos pro meu quarto e ficamos conversando sobre como seria dali pra frente, a distancia, os shows, a minha vida e a vida dele que eram completamente diferentes.
  Por um momento eu achei que iria chorar quando ele disse que estava dando o horário do seu voo. Mas, segurei a lagrima e engoli seco sem que ele percebesse.
  Despedimo-nos e ele disse que me ligaria todos os dias e tal. E que voltaria logo. Logo seriam duas semanas, imagine meu estado de raiva. Mas, eu tinha que aprender com isso. Ele era musico, era famoso. Tinha sua vida, e eu a minha.
  Namoro com famoso não é fácil amigas.
  Depois que Caleb se foi eu entrei no banho. Fiquei mais de duas horas na banheira vegetando e pensando em tudo. Meus pais chegaram, mamãe veio me dar boa noite e foi deitar. Ainda permaneci ali na banheira pensando em tudo. Tudo o que estava por vir e tudo que eu queria pro futuro. E o que eu queria pro futuro?
  Cara eu sei que eu sou muito indecisa e até complicada demais. Por exemplo, eu tive um lance legal com o - dói ate pensar em como tudo terminou - e era para ter dado certo se não fosse o pequeno desentendimento que tivemos. Não que eu esteja reclamando de tudo, mas convenhamos que eu sempre fui loucamente apaixonada por ele como fã e quando eu finalmente tenho algo, a vida se mostra como uma tremenda fdp e me tira isso. Ok, eu superei e comecei a namorar o Caleb, o qual eu jurava que jamais iria me notar naquela turnê e tudo porque eu estava brigada com o . Da pra entender essa vida?
  E foi assim que eu quase dormi na banheira pensando em tudo desde a turnê no Brasil. Sai do banho e me vesti com um pijama confortável pra dormir, mas e o sono?
  Fiquei lendo um pouco um livro de moda e o manual da faculdade quando me bateu o sono. Vencida pelo cansaço me permiti adormecer de uma vez.

  Já haviam se passado uma semana desde que Caleb havia partido para Dallas e suas turnês pelo estado.
  Estava indo pra faculdade de novo aquela semana, já havia me adaptado melhor e as aulas iam em ritmo acelerado por conta do meu atraso. Estava tudo perfeito, não andava com ninguém porque não conhecia uma alma naquela universidade que fosse boa o bastante para trocar conversas sem que me julgassem ou fossem metidas e patricinhas demais. Os caras? Bem, eles não passavam de alunos ricos e mimados que estudavam Design. Apenas, pois como era uma faculdade de moda e design, não tinha muitos homens.
  Foi na quinta-feira quando eu guardava meu material na bolsa que alguém esbarrou em mim sem querer. Me virei e vi que se tratava de uma menina, aparentemente eu não tinha visto ela por ali antes.
  - Ah, me desculpe - ela disse recolhendo seus papeis do chão apressada.
  - Não tem problema - respondi naturalmente sorrindo.
  - Conheço você de algum lugar... - ela me disse analisando-me. Não me lembrava dela.
  - Sério? Não me lembro de você. - meditei.
  - Você namora o Caleb Turman do Forever The Sickest Kids?
  AH TAVA DEMORANDO PRA ALGUÉM FALAR ISSO.
  - Sim - apenas respondi querendo ir embora.
  - Sabia que era algo assim, me chamo Beatriz - ela disse estendendo sua mão para mim.
  - , pode me chamar de - disse apertando sua mão.
  - Você estuda moda aqui?
  - Sim, e você?
  - Comecei hoje, to muito perdida ainda - ela disse. - Você veio do Brasil, né?
  - Sim - respondi de novo.
  - Pode me dizer onde fica o prédio de figurinos?
  - No quarto andar, piso três - respondi indo sair.
  - Obrigada - ela sorriu - Será que podemos andar juntas aqui, por enquanto até eu me adaptar?
  - Claro - respondi sem escolhas. Ela parecia legal, quero dizer, ela não parece ser uma groupie ou algo do tipo.
  - Obrigada de novo - sorri em resposta e caminhamos ate o prédio de figurinos onde se passou mais duas aulas. Na saída fomos até o estacionamento da faculdade, estava esperando meu pai que ainda não tinha me dado um carro, legal ele. Beatriz estava com o seu. Conversei com ela por um tempo ate ela me oferecer uma carona. Aceitei e fomos o caminho conversando.
  - As revistas não contaram que você era super legal e nada de groupie - ela me disse rindo. Tive que rir.
  - Ah, elas não falam as verdades, me acusam de tudo menos de normal.
  Ela riu-se.
  - Bem, é que você causou muito nos últimos meses - a olhei sem entender. - Digo, você estava com o e de repente foi vista num namoro com o Caleb.
  HÃ?
  - Ah, e você acredita em tudo que lê?
  Ela me olhou sem rir.
  - Não, mas você estava com o ?
  - Estar no sentido de ter ficado com ele sim, mas não em um relacionamento. - respondi sem querer dar explicações.
  - Entendo você, eu faria o mesmo. Agora, não acredito em tudo que leio e eu nem gosto de ler sobre isso. Mas, são caras legais e eu curto as bandas dos dois. Desculpa se eu invadi sua privacidade, não foi minha intenção. - ela não sorriu.
  - Tudo bem, eu sabia da repercussão que isso causaria se namorasse um famoso. Mas de fato, eu sou louca pela aquela cenoura - ela riu comigo. A tensão de segundos antes tinha passado.
  Chegamos em casa e convidei ela para entrar, Beatriz aceitou e ficamos conversando no meu quarto. Acabamos comendo qualquer coisa e fiz uma ótima amizade com ela.
  Parecia que nos conhecíamos há anos, ela gostava das mesmas coisas que eu e até entendeu quando eu expliquei a real historia sobre e eu para ela.
  - Eu te entendo, cara deve ter sido barra enfrentar isso. Tipo estamos falando de e Caleb Turman - ela disse rindo enquanto comia sua batata.
  - Aham e alem disso eu estava muito confusa, agora tudo esta se acertando e estamos juntos e tal. Mas foi difícil. Não temos muito tempo um pro outro. Ele não tem tempo.
  - É a vida dele não é? Mas, se ele te ama mesmo ele vai sempre ter tempo pra você e se for pra vocês ficarem juntos vão se entender.
  - Espero que sim. - sorri para ela.
  Nos despedimos tempo depois e combinamos nos encontrar na aula do dia seguinte.
  Fiquei satisfeita em encontrar alguém assim, que me entendesse como amiga. Acho que eu nunca tive essa amiga.
  Agora sim posso afirmar que me sinto em casa.

  Passaram-se dias desde que eu conheci Beatriz, estávamos muito amigas e saímos sempre que podíamos.
  Era sábado e resolvemos ir a um show que teria perto de Manhattan, do Boys Like Girls.
  Me arrumei e fui esperar Bea no hall do prédio.
  Chegamos à casa de show e ganhamos credencial pro camarim. Achei aquilo um máximo, Bea tinha influencia com alguns produtores musicais por já ter amizade com eles.
  Entrei no camarim e a primeira pessoa quem vi foi Martin parado perto da porta. Ele me olhou e viu que não se tratava de só uma fã, logo veio com seu sorriso no rosto e me disse:
  - Hey, - ELE ME CONHECIA? DEUS! - Que bom que veio no show - ela me abraçou e eu permaneci sem me mexer.
  - Ah, oi - disse perdida. - Como me conhece?
  - Fiz um show com seu namorado dias atrás em Dallas, ele me contou sobre você e logo te reconheci na porta. - corei.
  - Ah sim, o Caleb. - disse sem saber o que falar.
  - Vai poder assistir ao show de trás do palco se quiser. - ele me ofereceu.
  - Obrigado - agradeci para ele. Logo Paul se juntou a sala e ficamos num papo muito legal, quem diria.
  O show começou e assistimos de trás do palco. Foi maravilhoso, incrível.
  - E ae, o que achou? - Martin me perguntou depois de sair do palco.
  - Incrível! - respondi sorrindo.
  - Vai pra nossa after party? - QUÊ? MARTIN JOHNSON ME CHAMANDO PRA UMA FESTA?
  - Eu? - que idiota que eu era.
  - Lógico, se quiser claro. Você e sua amiga - olhei Bea em um papo com Paul.
  - Pode ser - sorri para ele.
  Martin me guiou para fora da casa de show e entramos na van a caminho do local onde seria a festa. Um tipo de pub.
  Uma festa animada acontecia lá dentro, Beatriz foi para um lado dançar com Paul, enquanto eu estava sentada na mesa bebendo um drinque. Logo senti uma presença ao meu lado. Era Martin.
  - Vamos dançar? - Ok, podem me devolver o ar, eu deixo.
  - Pode ser - disse me levantando.
  - Te incomodo assim? - ele fingiu cara de magoado. Me deixei rir.
  - Não, lógico que não. - sorri.
  Martin sorriu e me guiou ate a pista de dança. Tocava uma musica animada do 3OH!3 e ele dançava lindamente na minha frente sorrindo, me permitia rir dos gestos exagerados que ele fazia. Cada garçom que passava ele pegava um drinque e me oferecia.
  Ficamos dançando juntos ate chegar uma musica mais lenta, então ele passou os braços pela minha cintura e segurou em minha mão. Me guiava enquanto eu repousei a cabeça em seu ombro deixando ser tomada por aquele perfume intenso que ele exalava por cada poro. Como eu era uma vaca por estar fazendo aquilo, mas não era traição, né? Dançar com um cara. Não tinha rolado nada e nem iria rolar. Caleb não acharia motivos pra questionar uma dança.
  Martin puxou de leve meu queixo ate seu campo de visão e me disse ao pé do meu ouvido.
  - Se você não fosse comprometida com um dos meus melhores amigos - ele dizia e eu sentia me arrepiar inteira. - Eu te beijaria agora.
  Sorri de lado sem saber o que dizer. Sentia o álcool em meu sangue a todo vapor trabalhando em minhas veias.
  - Desculpa não poder corresponder ao seu pedido - disse de forma sedutora em seu ouvido. Era o álcool gente.
  Martin nada disse, percebi que ele se arrepiou ao toque da minha boca em seu ouvido. Virou-se de forma rápida pra mim e me encarou por minutos com aqueles profundos olhos azuis.
  - Talvez não seja pecado.
  - O quê?
  - Achar irresistível a namorada de um amigo.
  Nada disse, ele havia dito irresistível, nada demais...
  - Ou ate mesmo - ele recomeçara me olhando. - Achar que valerá a pena fazer isso.
  E sem dizer mais nada ele me beijou me tirando todo o ar e me deixando sem palavras. Nada pude fazer, me senti sendo tomada por um corrente enorme. Logo pensei em como estava sendo bom estar ali com ele, aquela musica, aquele calor. Nossas línguas fazendo uma dança sincronizada dentro de nossas bocas. Mas, logo me lembrei de Caleb de tudo que eu estava sentindo por não pode restar com ele e de como essa semana estava sendo difícil pra mim sem poder olhar pro seu cabelo ruivo que eu tanto gostava e alisar seus fios em meus dedos, o chamar de cenoura e poder dizer que o amo. Soltei-me sem perceber de Martin, ele me olhou confuso e sai dali correndo pra fora do pub.
  O que eu tinha feito?

Capítulo 26

  Senti a claridade invadir meus olhos e os fazer arder de imediato. Resultado de quando você não respeita as regras pós festa e não tira a maquiagem antes de dormir. Mas, nem me lembro de nada. Só lembro que fui a um pub com a Bea e... Calma, tinha o Boys Like Girls e... CARACA, EU FIQUEI COM O JOHNSON.
  Levantei a passos lentos até o banheiro e tomei um longo banho - gelado, devo ressaltar -, para apagar a ressaca desgraçada que me deixava mais idiota do que de costume.
  Sai do banho ainda me sentindo péssima, não por causa da dor de cabeça horrível que eu ganhei, mas pela culpa de ter agido errado.
  Me sentia suja por ter beijado Martin e não, eu não o culpava pelo beijo porque eu cedi. Incrível como eu sempre me meto em encrenca sempre que as coisas parecem estar se resolvendo. Palmas para mim e minha idiotice de agir por impulso. O impulso falando outra vez.
  Hoje era domingo e eu agradeci a Deus por não ter que ir pra faculdade e enfrentar as pessoas. Eu sempre fui assim, agia errado e me escondia de tudo. Sou muito fraca às vezes.
  Não estava com fome e nem com vontade de descer, então me enfiei debaixo do edredom, fazia frio lá fora. O calor parece que havia sido extinto igual minha coragem e meu animo.
  Logo minha mãe estava batendo na porta:
  - - ela disse entrando -, você está bem?
  Não mãe, se trair seu namorado com um vocalista gato é estar bem, eu estou.
  - To sim. - menti ainda debaixo do edredom.
  - Não vai comer algo?
  - Não estou com fome. - disse sincera.
  - Ok, vou sair com seu pai, se quiser alguma coisa me ligue. - ela disse sorrindo antes de beijar minha testa.
  - Ok. - disse antes dela fechar a porta e me deixar sozinha de novo.
  Virei pro lado tentando dormir, e quem disse que eu conseguia?
  Já tinha tomado remédio pra dor de cabeça, mas algo dentro de mim doía mais. Culpa.
  Quando dei por mim já estava pegando o iPhone e ligando pro Caleb. Ok, eu sei que sou uma vaca.
  Tocou umas sete, oito vezes e ele atendeu com uma ligeira voz de sono:
  - Alo? - disse sem olhar no visor, logicamente.
  - Oi cenoura. - disse tentando manter seriedade na voz.
  - Oi meu amor. - ele disse carinhoso. Legal ele não devia saber do beijo. - Como você esté?
  - Bem. - menti. - Quer dizer, mal. - disse por fim suspirando.
  - O que houve?
  - Preciso te contar uma coisa, Caleb - dizia pra ele. - Antes que chegue aos seus ouvidos de forma errada.
  - Sobre o quê?
  - Ontem fui no show do Boys Like Girls com uma amiga da faculdade... - comecei a dizer, mas Caleb me parou:
  - Se isso tem algo haver com o Martin, relax , ele já veio me contar sobre o que ele fez e eu entendi perfeitamente, não te culpo e não culpo ele por isso. Está tudo bem, não quero motivos pra brigar.
  - Mas, Caleb eu....
  - Eu já entendi os dois lados , ele me disse que ele avançou o sinal com você. Não estou bravo, nem magoado, achei legal da sua parte ligar e me contar tudo isso, mas eu quero que saiba que não estou chateado.
  - Não? Mas, a culpa foi minha também e...
  - Não teve culpa, foi do momento. Aconteceu e ele me pediu desculpas por isso e eu entendo o lado dele e o seu. E não estou dando uma de corno porque sei que foi do momento, certo? - estava sem palavras quando ele parou de falar.
  - Hã, sim, claro que sim não foi certo o que fizemos e não vai se repetir, eu só queria esclarecer mesmo - disse abobada com tantas informações.
  - Ótimo então - ele sorria do outro lado - Fora isso, esta tudo bem?
  - Ta sim, tudo ótimo - disse já perdendo as informações. - E você?
  - Ótimo, os show estão perfeitos, logo estarei ai de volta - disse para mim.
  - Que bom - sorri - Te espero então
  - ? - ele me chamou.
  - Estou ouvindo, Caleb.
  - Te amo - disse me fazendo sorrir antes de desligar.

  Depois de processar as informações da ligação eu me sentia melhor, ainda não estava aceitando o fato do Caleb ter levado isso tão de boa, mas eu não ia brigar por isso né? Então resolvi descer e comer alguma coisa na cozinha enquanto pensava em tudo.
  Já era de noite quando o filme que eu assistia acabou, subi pro meu quarto e notei que ao ver em meu celular tinha uma chamada perdida da Beatriz. Liguei de volta e ficamos conversando sobre tudo de ontem e minha conversa com o Caleb.
  Bea sempre apelava pro lado romântico das coisas.
  - Awn que lindo ele ter entendido tudo, - ela me disse minutos atrás antes de desligar o celular.
  Após acabar minhas coisas pra amanha e tomar banho resolvi dormir. Amanha tinha aula logo cedo e mais uma semana pela frente.

  Quando você esta na aula de figurinos de teatro e não agüenta mais desenhar modelos de roupas pros atores você pensa que escolheu a profissão errada, mas no meu caso não. Eu só queria parar um pouco e ir embora, talvez fugir. Já haviam se passado dias desde a festa com o BLG e era uma sexta-feira, vocês sabem o que sexta representa na vida de um estudante, ainda mais de faculdade.
  Finalmente a aula de encerrara e eu fui a passos decididos ate a cantina, precisa de um café forte pra manter acordada pras aulas de tarde.
  Logo senti alguém me dar um puxão na roupa, era Bea, tão sutil minha amiga.
  - Coé - ela disse sorrindo. - Como vai sua sexta?
  - Se você considerar que eu estou morta de cansaço e tenho aulas a tarde, esta ótima. - disse irônica sem fitar ela.
  - Quanta harmonia - disse ela rindo. Sério, por que as pessoas riem tanto? - Vai sair hoje?
  - Sair? Não, sem chances. Não saio mais sem o Caleb chegar.
  - Ah me poupe ! - ela disse rindo - Só porque você pegou o Martin não significa que não pode mais sair.
  Ta vendo, eu disse que ninguém me entende.
  - Bea, não quero sair hoje - disse bebendo meu café. Ela me olhou.
  - Seria legal sair, . Caleb chega só amanhã e vai ter um show legal hoje à noite.
  - Show? Nem pensar, estou morta pra ir a um show hoje, preciso dormir. Não durmo direito há dias - disse seria.
  - Ok então né - ela disse me deixando quieta. Amem. - E vai fazer o que amanha?
  - Esperar o Caleb chegar e ver o que faremos, ele disse que tem uma surpresa pra mim.
  - Surpresa?
  - Uhum.
  - Ual e o que será?
  - Sei lá, deve ser alguma coisa do show deles.
  - Ah sim - ela disse bebendo seu suco que acabara de chegar.
  Acabei meu café e segui com Beatriz ao meu encalço pras salas de aula, subimos até o andar de designer e entramos na sala pra próxima aula. Logo esta também chegou ao fim e eu pude sair pra almoçar.
  Bea já tinha acabado suas aulas então foi embora. Fiquei pras aulas da tarde que pareciam não ter fim.
  Quando você mais quer que acaba, elas demoram.
  Chegaram ao fim minhas aulas da tarde e eu fui pro estacionamento para ir embora, ah sim meu pai me deu um carro finalmente.
  Não tardou para chegar em casa tomar um longo banho e capotar na cama, mas antes de deitar em meu berço esplendido Bea me ligou pedindo que eu fosse com ela até o show. Não, eu não queria nem a pau ir.
  E não fui, sério a Beatriz não podia simplesmente aceitar isso?
  Meus pais não estavam em casa, iam ficar fora ate domingo pro causa dos negócios. Me deixei ser tomada por uma sexta-feira de adolescente e sentei na cama comendo inúmeros bombons e vendo Harry Potter.
  Pra que engordar né?
  Logo a capainha tocou e eu não estava nem um pouco afim de descer atender, não havia escolhas. Fui.
  - Se você acha que eu ia deixar você passar sua sexta comendo chocolate e vendo Harry Potter, esta enganada. - era Beatriz entrando em casa de forma escandalosa.
  - Como sabe que eu estava vendo HP e comendo chocolate?
  - Sua cara de tédio afirma que você apelou pro seu vicio potteriano e sua sede de cacau. - Ok, ela estava me assustando.
  - Alguém possuiu você?
  - Não, ainda não deixei Paul me possuir desse jeito - ela disse irônica. - Lógico que não, . Vamos subir e conversar.
  Não disse nada, apenas a segui ate meu quarto. Conversamos a noite toda sobre o que estava havendo comigo e meu tédio constante seguido de ironias e a vontade de sumir - isso era o que Beatriz achava que eu estava passando. E como ela sabia?
  - Obrigada por me entender - disse sincera enquanto passava qualquer cena de um clipe na TV.
  - Sou sua amiga lembra? - ela disse sorrindo pra mim.
  - Melhor - disse sincera. - Obrigada de novo.
  - Não precisa agradecer, vamos pensar em que roupa você vai usar pra se encontrar com o Turman amanhã.
  - Roupa? Pra que isso agora?
  - Ué você faz moda e não se preocupa com a roupa?
  - Não agora, hoje é sexta Beatriz. - disse parecendo óbvia.
  - Ok, não tem problema - ela disse indo ate meu closet e pegando as roupas que tinham por lá.
  Logo começou a tocar 'Weightless' na TV e passar o clipe. Meu mundo inteiro congelou e eu parecia estar sendo transportada a uma realidade alheia a tudo que me acontecia. Me esqueci de Caleb, me esqueci que estava em casa com Beatriz arrumando minha roupa. Esqueci de tudo. estava ali. Agora era quem eu via e quem eu lembrava que existia. Não esqueci ele um segundo sequer, mas não admitiria isso nem a pau, sou orgulhosa pra dizer que sentia sua falta. Nunca mais o vi nem falei com ele, nunca mais tive a oportunidade de ouvir ele cantar ao vivo e nem me chamar de 'pequena'. E agora ele estava ali naquela tela da TV cantando. Como se fosse pra mim, como se fosse por tudo que nós tivéssemos passado.
  E foi então que eu notei que precisava falar com ele, precisava estar com ele. Eu precisava dele. E droga! Eu não o tinha pra mim agora, eu não estava disponível e nem estaria. Eu mudei meu destino, eu aceitei Caleb e eu somente eu, estava sofrendo com aquilo.
  - , você esta bem? - Bea me chamava enquanto eu ainda olhava séria pra TV.
  - Hã.. ah estou sim - disse abalada.
  - não é?
  - Uhum - assenti sabendo o que ela queria dizer.
  - Você ainda não o esqueceu?
  - Não, mas agora é passado - disse me levantando e indo ate o closet. Beatriz me seguiu.
  - Você precisa falar isso pra ele - ela disse me olhando através do espelho do closet.
  - Pra quem?
  - Pro - ela respondeu. - Precisa dizer que ainda o ama, precisa dizer que ainda quer ter sua chance com ele.
  - Jamais farei isso Bea, e você sabe os motivos. Agora vamos arrumar minhas coisas pra amanhã.
  - -Por que esta fugindo da realidade dos problemas, ?
  - Porque sempre que eu abro as portas pra realidade, ela me derruba. Não quero ir atrás dele e nem sofrer por ele, quero manter como esta agora.
  - Você o amando longe?
  - Não, eu amando Caleb e ele me amando, nada de ou nada de sofrimento.
  - Ou seja, um mundo de ilusão. - Bea disse me encarando seria. Não a fitei nos olhos.
  - Não Beatriz, um mundo onde sofrer não é necessário. Caleb esta sendo legal comigo.
  - Você não o ama.
  - Não amaria o também, não faz bem amar. - disse seca.
  - Você mais mesmo fugir desse amor? Digo, abandonar ele e esquecer do que tiveram?
  - O que nós tivemos só acabou porque ele quis e porque era pra ter sido assim. - disse dando fim ao assunto. - E agora, se me permite eu quero arrumar logo isso e dormir.
  Bea nada disse, só assentiu e saiu do closet.
  Fui até o quarto e acabei de arrumar as coisas, Bea voltou a sua postura anterior e parece que fingiu esquecer do assunto .
  E não seria eu quem iria retornar ao assunto.

  POVs xx

  - Man, você viu Weightless na MTV? - me perguntou enquanto eu tentava pegar a ultima Stella da geladeira.
  - Não, já esta passando há uma semana - disse sério.
  - Você anda muito estressado, o que esta havendo?
  - Nada, por que deveria haver alguma coisa?
  - Você soube? - disse entrando na cozinha. - esta morando aqui.
  Derrubei a garrafa no chão que por sorte não quebrou.
  - Quê? - perguntei atônito.
  - É, ela esta morando em Nova York já faz algumas semanas - disse mostrando a revista em sua mão onde na capa tinha uma foto do Caleb e de em um restaurante. - Aqui diz isso.
  - E desde quando você pega pra ler essas porcarias? - perguntou entrando na cozinha.
  - Desde quando traz noticias do amor do - disse zombeteiro.
  - Amor? Ora me poupe né - disse fingindo indignação.
  - Sim, seu amor. Ah não vai nos dizer que você esqueceu ela - disse.
  - Olha, o que nós tivemos já passou, não sinto mais nada por ela. - disse sério tentando não encara-los. - E fim de papo.
  - Ah e nós acreditamos nisso, claro - disse rindo.
  - É a verdade.
  - Só porque ela te trocou pelo Turmanator não significa que você precisa ficar amargurado, .
  - Não estou amargurado - respondi.
  - Não, nem notamos que você esta há semanas assim, nesse humor de bode.
  Deixei eles falando sozinhos e subi ate meu quarto. Não queria agüentar nada hoje nem essa falação de .
  Ok eu confesso que estava meio chato esses dias mesmo, desde que voltamos do Brasil eu ainda estava chateado pelo que tinha acontecido comigo e com ela. Não é fácil ser rejeitado e ser trocado por um ruivo poodle.
  Não que eu reclamasse por estar sozinho de novo, mas eu ainda sentia algo por ela. Eu ainda amava ela e ela sabia disso, ela sabia disso quando aceitou o pedido de namoro do Caleb. Sabia que eu ia lutar por ela e sabia que eu estava aqui esperando por ela, e nem por isso ela virou e me abraçou dizendo que também me amava.
  Ainda lembro do ultimo olhar dela no aeroporto dizendo através deles que acabou. Não a tinha mais, e ela não estava disposta a correr atrás.
  Vê-la com ele era a morte pra mim, e justo eu que jamais me apaixonei e nunca me deixei ser abalado por uma garota estava ai, sofrendo por ela e ela com outro. Doce ironia essa vida me dá.
  Se estava morando aqui, ela estava firme com ele. E provável que eles teriam uma vida juntos. Um namoro sólido, algo real e lógico que ela já havia me esquecido. Eu só podia ser muito idiota por achar que ela ainda me ama. Santa ilusão.
  Eu havia dito que iria atrás dela da ultima vez certo? Eu realmente havia dito que iria lutar por ela independente dela estar com ele ou sozinha? Então era isso que eu ia fazer, não ia ficar aqui parado sofrendo por uma coisa que eu poderia ter. Eu sabia que ela me amava ainda, eu sabia que se eu lutasse por ela eu a teria de volta. E seria assim, eu iria atrás dela. Custe o que custar e dessa vez eu não estava fazendo isso de olhos vendados. Eu tinha certeza.
  Desculpa ai Caleb, mas eu quero buscar o que é meu.

'Cause I've been going crazy
I don't want to waste another minute here?

  POVS off xx

Capítulo 27

  Passei os olhos por todas aquelas pessoas em busca de um ruivo e encontrei-o desembarcando no portão três.
  Fui até Caleb e ele me abraçou me envolvendo em seus braços quentes.
  - Oi, pequena - ele disse me olhando e sorrindo.
  - Oi, cenoura - disse rindo. - Fez boa viagem?
  - Cansativa, mas ótima.
  - Que bom, e vamos pra minha casa agora? - perguntei enquanto caminhávamos para fora do aeroporto.
  - Vamos sim, deixo minhas coisas lá e depois saímos pra ir em outro lugar.
  - Outro? - perguntei o olhando sem entender enquanto íamos até meu carro.
  - Surpresa. - ele disse rindo de lado. Lá vem coisa.
  - Ai meu Deus - ri ao entrar no carro e dar partida. Caleb se sentou no banco do carona e riu também.
  Chegamos em casa ainda de manhã, eram onze horas quando mamãe apareceu na porta do quarto avisando que iria sair para resolver coisas da empresa pelo fim de semana todo, iria para o Canadá. Legal minha mãe e meu pai me deixando alone em casa com Caleb.
  - Oi, querido - ela disse indo até ele e o beijando na face.
  - Oi, sogrinha - ele disse a cumprimentando. Que cafona, Caleb.
  - Vou ter que viajar a negócios, sinto muito não poder ficar na sua hospedagem em casa esse final de semana, peço desculpas - ela disse a ele. Caleb apenas assentiu dizendo que não havia problemas. - Aproveite sua estadia aqui, e cuide de pra mim. - Mães fazendo a gente passar vergonha.
  - Cuidarei sim - ele disse assentindo. Logo mamãe foi embora e me despedi do meu pai e tudo. Caleb e eu resolvemos almoçar em casa mesmo, ele estava cansado da viagem.
  Após o almoço fomos pro meu quarto, ele disse que ficaria pouco tempo em NY e não desfaria as malas.
  - Caleb eu queria conversar com você sobre o que houve semanas atrás. - comecei me referindo ao lance com Martin.
  - Sobre Martin?
  - Uhum.
  - Sabe que eu não estou pedindo informações nenhuma, . - ele disse me olhando. - Eu já expliquei que entendi.
  - Mas eu me sinto mal por isso.
  - Não sinta-se mal, amor - ele disse. - Eu compreendi, não quero brigas.
  - Ok, então - disse por fim sem escolhas. Ele aceitou demais isso.
  Ficamos juntos um pouco, conversando e ele me contando sobre os shows que fizera. Achava lindo quando ele se empolgava contando dos shows e suas turnês e começava a rir sozinho, me perdi um pouco olhando seu jeito de falar e de como ele estava feliz. Era para eu também estar feliz hoje, mas vejam só, não estava.
  Caleb disse que iria atrás da minha surpresa de tarde, pediu emprestado meu carro para isso e disse que como era surpresa eu não poderia ir junto.
  - Não creio que vou ficar aqui morrendo de curiosidade - disse fazendo bico quando ele entrou no carro na garagem para sair.
  - Só uma hora no máximo, . Preciso rever umas coisas - ele disse sorrindo.
  - Volta logo pelo menos - disse aceitando.
  - O mais rápido possível - disse me dando um beijo rápido antes de sair.
  Fiquei ali na garagem olhando ele ir, o carro virou a esquina e eu entrei em casa.
  Subi as escadas rumo ao meu quarto para arrumar as coisas que tínhamos bagunçado com as malas de Caleb. A campainha tocou e como Brendha, nossa empregada estava fora, desci para atender.
  - Já vai - gritei indo até a porta.
  Abri e não acreditei no que vi parado ali.
  - Oi - ele me disse sério com as mãos no bolso. Não sorria e nem disse mais nada.
  - Você... O que faz aqui? - perguntei sem entender nada.
  - Precisava falar com você. - ele me disse. - Posso entrar?
  Dei espaço para ele entrar. Seguimos até a sala de visitas.
  - Como soube onde eu estava morando?
  - Perguntei ao Caleb - ele disse me olhando enquanto sentava no sofá. - Ele me disse antes de ontem, até comentou que estava vindo pra cá.
  - É, ele esta aqui. Saiu a pouco tempo. - disse me sentindo desconfortável por ele me olhar tanto.
  - Esta morando aqui há muito tempo?
  - Nem um mês direito ainda - respondi.
   me olhava sério, parecia que estava nervoso.
  - Você disse que tinha algo pra me dizer?
  Ele nada disse, pareceu pensar e então me olhou.
  - Seria idiota demais se eu dissesse que senti saudades? - ele perguntou soando um pouco infantil, mas eu não pude evitar se sentir algo estranho dentro de mim.
  - , eu...
  - Eu sei, eu sei - ele me cortou. - Você esta feliz com o Caleb. - assenti sentindo minha garganta embargar.
  - Não é só isso, eu não sei o que dizer. - disse sincera.
   se mexeu no sofá e levantou, foi até a janela principal da sala e olhou através dela as ruas do condomínio. Virou-se para mim e nada disse ainda. Por fim, falou.
  - Quando estávamos no Brasil, e tivemos nosso lance - ele dizia, senti meu estomago doer. - E brigamos, aconteceu aquele mal entendido e você e Caleb... Bem, você e Caleb ficaram juntos, eu prometi a mim mesmo que iria atrás de você e fazer você ver o que eu queria mostrar. Fazer você entender. - ele dizia. - E aqui estou eu.
  - , eu sei que nosso lance foi mal terminado e que logo eu e Caleb começamos algo novo e...
  - E você me esqueceu - ele disse sério ainda de pé.
  Nada disse.
  Olhei para ele, ainda me olhava sem piscar.
  - Me diz, , você me esqueceu?
  - Não - soltei depois de longos segundos sem dizer nada.
  - E por que você não foi atrás de mim?
  - Porque não era o correto ao se fazer.
  - E o correto é ficar com alguém que você não ama?
  - Como você pode duvidar dos meus sentimentos pelo Caleb?
  - Assim como você duvida dos meus por você. - ele disse sério. O olhei de volta.
  - Não duvido - respondi sem ter certeza.
  - Não? - ele soltou uma risada irônica abafada. - E quando você mesma disse que o melhor para nós dois era a distancia, e que tinha duvida do que nós tínhamos? - me disse sério mantendo seu deboche em cada silaba. Me lembrei de que havia mesmo dito isso.
  - Eu estava me referindo que na situação que estávamos não ia dar em nada, nós tínhamos brigados, . - pausei. - Não íamos dar certo.
  - O amor que você sente é errado então? - ele perguntou seco. Gelei da cabeça aos pés.
  - Que amor? - ironizei.
  - Ah, não me venha com ironias, ! - ele disse alto. - Você sabe mais do que eu o que nós tínhamos e sentíamos um pelo outro e espere... - ele pausou. - Ainda sentimos. Errei em te negar aquela vez, errei em não lutar por você e abandonar você daquele jeito, mas eu refleti, eu sei que errei e sinto-me um idiota por te ver com o Turman!
  - Você não está falando sério - disse me sentindo mal, tudo estava dando errado.
  - Você duvida? - ele pressionou as palavras contra mim. - Me prove então que eu estou errado.
  Calei no momento em que ele me fitou sério.
  - Anda , me diz se todo esse tempo longe você não pensou em mim, não se perguntou se teríamos dado certo juntos ou até mesmo se arrependeu de estar com o Caleb sem saber como seria ter arriscado comigo, me diz?
  Fiquei quieta, sabia de todas as respostas e eu estava me sentindo péssima por mentir pra ele.
  - Eu... - tentei.
  Ele me olhava.
  - Eu não sei mais de nada. Por um momento eu tenho vontade de sumir, de esquecer que houve uma turnê e que conheci você e o Caleb, mas por outro lado, eu olho pra ele e tudo o que ele me faz bem e sinto que ele é o cara certo, ele me ama. Mas tem momentos que faltam nele um pouco mais. Um pouco de você. - disse sincera botando tudo pra fora.
  - E você não se pergunta como teria sido arriscar comigo?
  - Pra me magoar de novo? Não.
   engoliu em seco.
  - Quem disse que eu te magoaria de novo? - ele pareceu se acalmar. - Eu já pedi desculpas.
  - E eu as aceitei, e olha você aqui de novo. - disse nervosa.
  - Eu disse que não desistiria de você.
  - , coé! Você tem um exército de mulheres aos seus pés, todas lindas, modelos, ricas, perfeitas! Por que você insiste em vir atrás de mim? Por que você quer estar comigo depois de tudo? Quer investir num erro?
   apenas me olhou, virou seu rosto pro lado e suspirou lentamente.
  - Porque você não é apenas uma mulher. É a minha mulher. Minha pequena.
  Ele disse a palavra de novo, ele me chamou de novo. Eu estava sem chãos. Senti minha perna fraquejar.
  - Eu disse que você não era qualquer uma pra mim, por isso eu quero você. - veio até mim, se ajoelhou na minha frente de forma que ele ficasse apoiado em uma perna e me olhou. - Volta pra mim?
  - Pra quê? - disse tentando parecer segura, mas estava morrendo por dentro.
  - Pra eu te amar. - ele disse sério me olhando.
  - E se eu sofrer? - perguntei ingênua me sentindo uma idiota por isso. me olhava atencioso.
  - Eu jamais repetiria essa dor em você. Prometo.
  - , você é um cara famoso ajoelhado aos meus pés, dizendo coisas bonitas de amor - disse rindo no segundo depois. - O que aconteceu com o cara vagabundo?
  Ele riu gostosamente de lado.
  - Ah, coé , você broxou o clima. - ele disse ainda rindo. - Mas, vai pensar no que eu te disse?
  - Já pensei nisso nas últimas semanas, não consigo parar de pensar. - ele sorriu ao me ouvir dizer. - Mas... - comecei. me olhou.
  - Caleb? - ele sugeriu. Assenti. - Você o ama?
  - , eu acho que o que eu sinto pelo Caleb é paixão, admiração e um sentimento de carinho, não consigo amá-lo como eu te amo. - disse séria. - Não posso abandoná-lo assim.
  - Ele te ama demais. - disse sério sentando-se ao meu lado no sofá. O fitei.
  - Como?
  - Ele me disse esses dias, encontrei ele num show em Dallas. Caleb te ama demais.
  - Disse?
  - Disse que você é diferente das outras e merece atenção, ele está focado em você.
  - Eu não sei o que dizer.
  - Talvez não há palavras pra isso. Ele te ama, você não precisa corresponder.
  - Mas me sinto uma idiota por tratar ele assim, não posso mentir pra ele.
  - E mentir pra você é melhor?
  Fiquei sem palavras de novo. ainda me olhava sério.
  - Não.
  - Então diga isso a ele, se ele realmente te ama, ele vai entender. - ele disse sorrindo.
  - Vou tentar - disse insegura.
  - Tentar? Cadê a menina que eu conheci? - ri de lado.
  - Vou falar. - assenti rindo. riu de lado e me olhou.
  - Vou te esperar - ele disse sorrindo.
  - Eu posso dizer uma coisa?
  - Todas que quiser.
  - Achei que tinha desistido de mim. - ele me encarou.
  - Jamais desistiria de quem me fez sorrir. - ele disse sério e sorriu me olhando. Me aproximei dele e deixei que ele me abraçasse forte. Senti naquele abraço todas as sensações que precisava sentir e acima delas a saudade indo embora.
  Ele tinha mesmo voltado pra me buscar.

logo foi embora, ele estava hospedado na casa de um amigo em Manhattam perto de casa.
  Caleb chegou depois de uns minutos que se foi, logo veio até mim todo feliz.
  - se prepare - ele disse me abraçando por trás. Ainda estava tensa pela conversa com , e tinha que contar ao Caleb.
  - Pra quê? - perguntei curiosa.
  - Pra surpresa que eu fiz. - ele disse feliz.
  - Qual seria? - perguntei mais curiosa ainda.
  - Adivinha? - ele perguntou igual uma criança.
  - Não faço idéia, Caleb - disse por fim vendo que jamais acertaria o motivo dele rir tanto.
  - Você mesma me disse que odiava quando eu viajava e você ficava sozinha em NY e estava detestando esperar eu voltar dos shows em Dallas e da turnê, certo? - assenti. - E, além disso, conversei com seus pais mais cedo...
  - Meus pais?
  - Sim, não me corte - ele disse rindo. Fiquei olhando ele se animando ao contar. - Então pensei que se estivéssemos juntos seria melhor, menos triste entende?
  O olhei sem entender. Caleb ainda sorria.
  - Não. - disse sincera.
  - Comprei um apartamento novo pra nós dois em Dallas! - ele disse todo feliz abrindo o maior sorriso.
  O olhei sem entender ainda, demorei uns segundos pra processar a informação. Apartamento? Dallas? Caleb?
  - Você esta me chamando pra morar junto com você?
  - Sim, amor! Não é perfeito? Vamos morar juntos e não teremos mais saudades um do outro, nem distancia. - ele disse como se tudo fosse óbvio.
  - Caleb, eu....
  - Mas, o quê? - ele perguntou me encarando.
  Sentei na minha cama pensativa.
  - E minha casa aqui? Meus pais? A universidade?
  - Já vi tudo isso, seus pais concordaram com a idéia, eles até acharam legal, já que eles viajam muito e tal - ele dizia e eu tentava entender tudo. - e sobre a universidade, descobri que tem um campus dela em Dallas, há pouco tempo do nosso novo apartamento, dá pra você pedir transferência pra lá! - ele disse mais feliz ainda. - Já até vi isso com a administração.
  - VOCÊ VIU O QUÊ?
  - , eu já vi tudo isso antes de tomar essa idéia, seus pais me ajudaram nela. - ele disse rindo.
  - E minha opinião, como fica? - perguntei transtornada.
  - Você não quer ir morar comigo? - ele perguntou parecendo ofendido. Fiquei mal de ver ele assim, Caleb não sorria.
  - Não é isso, amor - disse indo até ele que não sorria. - É que morar junto é um passo a mais no relacionamento.
  - Por isso , eu quero esse passo a mais. Quero você comigo lá.
  - Eu acho muito legal isso, mas será que não estamos nos precipitando?
  - Você não acha legal começarmos uma nova fase mais sólida?
  - Acho muito legal, tem certeza que vai dar certo?
  - Já pensei em tudo, não tem como dar errado - ele respondeu sorrindo de novo. Seus olhos brilhavam.
  Já viram minha cabeça ,né? Caleb me chamando pra morar com ele logo depois de sair de casa se declarando pra mim e pedindo para voltarmos. ONDE EU APERTO PRA SAIR CORRENDO DAQUI?
  - Ok então - disse sem escolhas, meio perdida.
  - Você aceita?
  - Aceito - disse forçando um sorriso.
  - Vou preparar tudo para sua mudança e sua transferência de campus, essa semana já estaremos na nossa casa nova. - ele disse sorrindo feliz vindo me abraçar. - Agora somos só eu e você.
  - Mal posso esperar - disse fitando a parede logo atrás das costas de Caleb quando este me abraçou.
  Eu estava perdida.

Cheguei ao apartamento luxuoso onde indicava o papel em minhas mãos. Era ali.
  Toquei a campainha e esperei até um tempo alguém vir atender. Um cara alto de cabelos castanhos e profundos olhos azuis atendeu a porta e sorriu ao me ver.
  - Você deve ser a - ele disse sorrindo. - Prazer, sou o Dave.
  - Oi - disse sorrindo e entrando no apartamento. - O está?
  - Vou chamá-lo - ele disse saindo.
  O apartamento do amigo do era muito grande, ele havia me dito que poderíamos conversar ali. Tive que dar uma desculpa qualquer pra Caleb antes de sair, mas nem precisei me esforçar, pois este havia capotado dormindo na minha cama horas atrás.
   logo chegou a sala de visitas. Sorriu ao me ver.
  - Oi - ele me beijou na face. Sorri em resposta.
  - Podemos conversar? - disse sem sorrir.
  - Vamos até o quarto que eu estou, vem por aqui. - ele disse me indicando o caminho, logo estávamos no quarto dele. fechou a aporta atrás de si. - E então, o que você tem pra me dizer? - disse virando pra mim e sorrindo.
   não mantinha o mesmo sorriso no rosto quando eu acabei minha narração do pedido de Caleb para morarmos juntos depois de minutos. Ele apenas me encarava.
  - E então você vai?
  - Não me restavam escolhas.
  - Entendo. - ele parecia chateado.
  - Sinto muito, eu realmente estava decidida a conversar com ele.
  - Não precisa explicar, eu entendo.
  - Você está magoado - disse de cabeça baixa.
  - E como não estaria, ? Perdi minhas chances.
  - Eu não sei o que dizer...
  - Talvez não haja palavras de novo - ele disse repetindo a frase de mais cedo.
  - Creio que jamais vai me perdoar por não dizer não a ele.
  - Jamais serei contra alguma decisão sua. Mesmo que essa tire você de mim.
   disse isso e abaixou a cabeça. Seus olhos se fecharam e ele nada disse. O fitei por longos minutos
  Caminhei até onde ele estava e apoiei minha mão em sua perna. Ele anda não me olhava. Sentia meus olhos marejados, mas não deixei que as lagrimas caíssem.
  Me aproximei de seu rosto e o beijei na face, ele me olhou. Ficamos longos segundos nos fitando e sentindo juntos o que estava me corroendo por dentro. Agora tudo não tinha mais chances, erramos de novo em acreditar que ficaríamos juntos. virou seu rosto e sacudiu os cabelos. Me lembrei de tudo que vivemos no Brasil e então sem tomar consciência do que fazia o beijei. E ele correspondeu.
  Parece que era tudo o que queríamos em séculos e não semanas. E pelos minutos juntos percebemos que ainda podia ter uma solução. E iríamos descobrir qual.

  ° ° °

  A textura das paredes brancas como papel davam a ele um ar de graça e charme. Janelas com sacadas era decoradas pelas longas cortinas pêssegos e os moveis escuros e brilhantes deixavam o ambiente digno de uma revista de arquitetura de interiores. Olhei de novo a sala de visitas do meu novo apartamento, ou melhor, do novo apartamento do Caleb e meu e sorri satisfeita. A decoração era perfeita.
  Caleb havia cuidado de tudo nos mínimos detalhes ao contratar a designer e fechar contrato com uma imobiliária, onde os apartamentos já vinham mobiliados e decorados. Estava tudo perfeito.
  Há quatro dias, pedi minha transferência de campus pra Dallas e foi concedida. Meus pais aprovavam a ideia mais do que eu mesma. Não podia questionar, Caleb estava sendo perfeito comigo.
  Então era isso, uma nova vida em Dallas com Caleb e sem . Como eu não havia planejado.
  - O que achou? - Caleb apareceu atrás de mim carregando algumas caixas de papelão um pouco cansado.
  - Perfeito - ainda disse abobada olhando tudo.
  - Que bom que gostou, porque é nosso - ele disse me abraçando por trás.
  - Parece casamento - disse rindo e ele riu comigo.
  - Se você quiser. - ele disse ainda rindo, senti sua respiração no meu pescoço.
  - Caleb, vai com calma - disse me virando pra ele. Ele me enlaçou pela cintura e sorriu.
  - Ok, vou com calma. - riu. - Toda essa mudança me cansou, vamos pedir algo pra comer aqui?
  - Pode ser, o que você quer?
  - Comida árabe - disse me olhando.
  - Caleb com pimenta não dá certo - disse sem olhá-lo rindo ao pegar o papel do restaurante. Ele me olhou sem entender e riu.
  - Como?
  - Caleb, você é ruivo. - disse sendo obvia na piada, ele ainda não entendeu.
  - , você está bem?
  - Estou - disse rindo e indo até ele não agüentando a cara de confuso que ele fez.
  - Algo de errado com o meu cabelo? - ele disse ainda confuso, o enlacei pela cintura e ele me olhou.
  - Jamais, você sabe que eu adoro ele.
  Caleb me olhou malicioso.
  - Adora só ele?
  - O dono dele também. - disse rindo.
  - Acho que faz algum tempo que o dono dele não ouve elogios. - Caleb se fez de ofendido e riu maliciosamente de lado.
  - Ta carente? - perguntei rindo alto. Caleb riu de lado e me olhou.
  - você me broxa desse jeito.
  - Vamos resolver isso?
  - Estrear quarto novo? - ele sugeriu.
  - Eu ia dizer banheiro, mas já que sugeriu. - disse rindo alto ao ver a cara dele de espanto.
  - Desde quando você mudou assim? - ele perguntou rindo.
  - Não mudei, só me deu vontade.
  - Vou matar ela então. - ele disse vindo até mim e me levantando no colo.
  - E a comida árabe? - perguntei tentando fugir dele, mas este ria.
  - Acho que perdi a fome. - ele disse me olhando maliciosamente.
  - Ops, acho que mudamos o cardápio?
  - Pode apostar que sim - disse subindo as escadas e rindo da minha cara de espanto. Ri com ele.

Capítulo 28

   POV

Quando eu digo que minha vida tende a dar errado, o Jack ri e me chama de gay.
  Acho que eu só posso ter fechado as pernas de Maria quando Jesus estava nascendo! Por que diabos eu perdi minha mulher pro Caleb?
  Apartamento em Dallas? Porra Turman, seu poodle corno!
   sempre foi indecisa, mas não tanto. Mas, o que ela poderia fazer em relação a isso?
  Nada, ele já havia comprado a porra da casa e chamou ela pra morar lá, ou seja, se ela chagasse nele e falasse 'Oh Caleb, eu vou te deixar porque o idiota do me ama' ele iria matar ela com um olhar. Então, cá estou eu de volta a Baltimore puto da vida, mas tenho que me conformar, pelo menos eu fui atrás dela.
  - Você precisa arrumar uma mulher - foi o que Zack me disse quando eu entrei no estúdio aquela manhã revoltado para a reunião sobre o novo CD.
  - E você acha que eu não fui atrás dela? - perguntei irônico.
  - Digo nova mulher, não a antiga.
  - Eu quero a antiga.
  - Sofredor, ela quer o ruivo.
  - Ela não o quer, ele quer ela e encurralou ela nesse relacionamento com essa idéia de apartamento e vida nova - disse sarcástico ao me sentar.
  - Entendo - disse Zack ao meu lado rindo. Do que ele ri?
  - Vou me matar - disse dando uma de neurótico.
  - Não se mate, ela ainda te ama.
  - Disso eu sei, o problema é que ela não pode simplesmente abandonar aquele ruivo e vir comigo.
  - Ela pode, mas seria tenso.
  - Muito tenso - disse pegando a cerveja da mão dele.
  - Veja por um lado, ela esta feliz.
  - Zack, ela não esta feliz - eu disse. - Ela está iludida nesse relacionamento do Caleb e não ve que não o ama.
  - E o que você vai fazer sobre isso?
  - Nada, tenho escolhas?
  - Chegar e seqüestrar ela é uma?
  - Não seria legal.
  - Então não, sinto muito - ele disse rindo o se levantar. - Cara, relaxa e deixa as coisas acontecerem.
  - Isso é seu apoio? - perguntei nervoso.
  - É o máximo que eu consigo pensar. - ele disse saindo e me deixando ali.
  Grande amigo esse Merrick.

   já havia se mudado pra casa do Caleb nova, ela mesma me disse isso quando conversamos esses dias atrás pelo celular. Estava indo pra faculdade no campus em Dallas e não terminamos o assunto. Mas, ela me afirmou que estava tentando focar no relacionamento com Caleb. E eu? Bem, ela disse que não sabia o que ia acontecer.
  Ninguém podia saber o que ia acontecer. Já estava tudo ferrado mesmo.
   era indecisa, mas eu percebia que dessa vez ela estava encurralada, até os pais dela apoiaram o Caleb, o que eles veem naquele ruivo?
  Só faltava aparecer outro agora e acabar com minhas esperanças.
  É, o Merrick tinha razão. Eu estava revoltado demais.

   POV

  Dallas fazia frio, por mais incrível que pareça. Eu sentia falta de tudo, do meu quarto, da minha casa e dos meus pais.
  Não os via há meses e já estávamos em Agosto quando finalmente eu finalizei o primeiro semestre da faculdade.
  Caleb não estava em casa aquele dia, cheguei e joguei minha bolsa na cama. Tomei um longo banho.
  Estava cansada e sem ninguém em casa para conversar, era incrível como eu sempre acabava sozinha.
  Mudei pra cá pra ficar perto dele, como ele mesmo disse - mas, não era isso que estava acontecendo.
  Ele estava em turnê de novo e essa demoraria mais uma semana para acabar. Amanha eu iria pra Phoenix atrás da Beatriz, ela teve a brilhante idéia de se transferir para lá.
  Como eu estava sozinha essa semana e sem aulas, resolvi aceitar o convite dela e passar uma semana lá. Faria bem pra mim.
   não me viu mais, mas sempre nos falávamos por twitter ou celular quando fosse mais secreto o assunto, e ele ainda demonstrava me esperar. Não achava que era traição conversar com ele, afinal eu não estava traindo o Caleb.
  E falando em Caleb, ele estava mudado. Não estava mais tolerante e nem divertido. Sempre estava irritado e sem tempo, correndo com a turnê e não me dava mais atenção. Não, eu não estava cobrando ele, só achava que ele poderia ser mais compreensível. Porra! Fazia semanas que eu não o via e ele nem me ligou pra dizer 'to com saudades'.
  Que espécie de namorado é esse?
  Estava arrumando minha mala pra viajar pela manhã. Era muito tempo de viagem, então resolvi comprar minha passagem para logo de manhã.
  Separei poucas roupas, coloquei algumas de festa na mala, já que Bea sempre queria sair, ainda mais agora que eu estaria com ela em uma cidade nova para nós duas.
  Verifiquei as últimas coisas da bagagem e fechei o zíper. Não ia levar muita coisa, uma mala só bastava para uma semana.
  Bea me ligou dizendo que me esperaria no aeroporto antes de chegar e combinamos o restante das coisas.
  Olhei pela décima vez no visor do Iphone esperando ver ali uma mensagem ou uma chamada perdida de Caleb, mas nada.
  E não seria eu quem iria ligar atrás dele, fiz isso nos últimos dois dias e ele não retornou.
  Se eu estava sendo traída ou não, não poderia afirmar, mas para ser sincera estava pouco me lixando.
  Pedi qualquer coisa pra mim comer sozinha, e isso incluía muita batata frita já que eu estava depressiva por estar comendo sozinha de novo naquela apartamento enorme sem ninguém, me sentia solitária demais e isso era um saco.
  Fiquei ali na enorme sala de TV comendo e olhando qualquer clipe que passava na TV quando saiu uma noticia da turnê do Forever The Sickest Kids pela Califórnia. Que ódio dele por não se importar por eu estar ou não sozinha precisando dele agora. E todo esse papo de me trazer pra morar com ele era pra proteção. Pra merda com a proteção, ele só queria me prender mais em sua vista e eu cai direitinho.
  Notei que alguém me ligava e vi que era .
   me ligava mais que Caleb, vejam.
  - Alo - atendi sem rodeios.
  - Você está bem? - ele perguntou do outro lado.
  - Não, me sinto uma idiota.
  - Por quê? - pareceu rir.
  - Estou de novo sozinha em casa e Caleb parece nem se importar por não me ligar há dias.
  - Ele não ligou de novo? - me perguntou sério.
  - Não, e amanhã vou pra Phoenix encontrar Beatriz. Não vou ver mais ele mesmo.
  - Phoenix? Longe demais - ele disse rindo.
  - , não é pra você ir lá - disse parecendo obvia me sentando no sofá enquanto ele ria do outro lado.
  - Ah, você estragou as surpresa! - ele riu.
  - Ah claro, como se você fosse de Baltimore a Phoenix, pertinho sabe... - ironizei.
  - Não seja irônica quando eu estou longe, você estava mais perto de mim em NY.
  - Sinto muito - ri dele.
  - Bom, espero que aproveite a viagem por lá.
  - Obrigado. E seus shows?
  - Vou pra LA daqui dois dias.
  - Troca comigo? Não curto cactos - disse rindo alto. riu.
  - Você mora no Texas, ! Você vive nos cactos - ele riu alto.
  - Para de fazer bullying com o meu estado porra! - ri com ele.
  - Boa sorte em Phoenix e se prepare pro calor do Arizona! - ele ainda ria de mim. Vou socar esse infeliz.
  - Gaskarth, não me enche - disse rindo ainda. - Boa sorte em L.A
  - Vou estar salvo, boa viagem e se cuida.
  - Isso significa...?
  - Te amo - e ele desligou.
  Me permiti rir de lado antes de abaixar o calular.
  Acabei de comer, sim eu comia muito. E fui dormir antes que eu perdesse a hora do voo de amanhã.
  Phoenix, ai vou eu.

  Parece que o dia seguinte chegou cedo demais, e eu ainda estava morrendo de sono quando passei pelo segurança rumo à entrada do avião com meus óculos escuros no rosto.
  Liguei meu iPod em qualquer álbum e acabou tocando todo o Underdog Alma Mater e me deprimi ainda mais.
  Parece que a viagem não acabava nunca, dormi o voo inteiro e quando desembarcamos em Phoenix, já era tarde e eu estava exausta.
  Liguei meu celular finalmente e vi que tinham chamadas de Bea, logo nos encontramos quando fui pegar minhas malas.
  - Que saudade de você, porra! - ela disse vindo me abraçar.
  - Vejo que o Arizona te fez bem - disse rindo com ela a olhando, Bea estava mais feliz.
  - Santo Arizona e seus homens lindos - ela disse rindo ainda. Fomos até o carro dela.
  - Uma mala só? - Bea me perguntou séria.
  - Não estava com cabeça pra fazer malas ontem.
  - Caleb?
  - Sim, não me ligou mesmo.
  - E você?
  - Nunca! - disse séria. Ela riu.
  - Caleb esta na Califórnia, . Aproveite Phoenix agora, aqui você é livre por enquanto.
  - É tudo o que eu queria ouvir.

  O apartamento de Bea era muito lindo, ela dividia com uma amiga do curso que não estava mais lá, havia viajado para a casa dos pais.
  - Esse é seu quarto - ela me mostrou o quarto amarelo no fim do corredor.
  - Obrigado - agradeci ao entrar nele e vi que havia uma cama, um closet pequeno, banheiro e uma mesa de computador onde eu poderia usar pra por as coisas. A janela dava vista pra cidade toda, quase. Fiquei ali admirando.
  - Da próxima você escolhe vir pro Arizona e não pra Dallas. - ela riu.
  - Como se eu tivesse escolhas.
  - Caleb não te prendeu pra sempre, . - ela disse me olhando. - Ele só arrumou um jeito que você ficasse perto dele para te olhar mais de perto, ele sabe que você não é pra sempre dele.
  - Não ligo de ser pra sempre dele, Bea. - fui até a janela de novo olhando o movimento dos carros. - Ma, queria mais atenção. tem me ligado.
  - E...?
  - E ele esta sendo compreensível comigo, diz que entende meu lado de estar presa ao Caleb agora.
  - Você pode sair dessa, sabe disso, né?
  - Sei, mas ainda não sei como.
  - Use essa uma semana em Phoenix para decidir sua vida.
  - Como assim?
  - Oras, qual o melhor remédio pra uma indecisão sobre um cara do que conhecer novas pessoas? - ela riu de lado.
  - Bea, eu estou comprometida. - alertei-a.
  - Com um cara que não se lembra disso - ela disse séria.
  - Novos caras? - perguntei interessada.
  - Conheci uma banda aqui, espero que goste deles, são legais. Peguei um estágio de produção com eles, mesmo cursando moda eu fiz esse curso e to fazendo esse estagio, eles são legais.
  - Banda? Sem essa, caras de banda dão muito trabalho! - disse sincera rindo. Bea me olhou.
  - Esses você fará questão de conhecer.
  - Por que diz isso?
  - Você vai ver. Agora precisa descansar, vou trazer algo pra você comer, vá tomar um banho. - ela disse se levantando.
  Ri de lado e caminhei até minha mala. Peguei uma troca de roupas e fui pro banho.
  Logo que sai e me troquei, Bea me trouxe algo pra comer, enquanto eu comia ela dizia sobre sua vida aqui, me contava de tudo e do que faríamos em uma semana. Me animei um pouco e esqueci dos problemas.
  Parece que e Caleb ficaram pra trás um pouco.
  Eu precisava de vida nova, pelo menos por uma semana.
  - Sabe que pode ficar mais né?
  - Vou ficar essa semana, depois resolvo o que farei nas férias. - disse entregando a bandeja pra ela e indo escovar os dentes pra dormir, estava morta de cansaço.
  - Vai mudar de opinião. Phoenix é um máximo! - eu ri quando ela disse animada. - Boa noite, amanha saímos cedo pra te mostrar tudo.
  - Ok então - disse me preparando pra dormir. Bea ia fechando a porta do quarto quando eu perguntei pra ela antes dela sair.
  - Ah Bea, a propósito, qual é o nome da banda que você conheceu aqui?
  Ela soltou uma risada abafada e disse por fim antes de fechar a porta do quarto.
  - The Maine.

Capítulo 29

  Bea praticamente me arrastou do quarto dizendo que eu estava ótima vestida daquele jeito. Um vestido preto básico salvava a todos.
  Fomos com o carro dela até um pub que rolava uma festa. Não conhecia nada de Phoenix e estava muito calor. Quando eu digo muito calor, era realmente fato porque quando entramos naquele lugar parece que ficou mais forte.
Logo notei que se tratava de uma festa básica, local fechado. Eles tinham fechado o pub pra uma festa particular? Bea não me disse que eu deveria saber disso.
  - É uma festa particular? - perguntei a ele alto já que a musica era ensurdecedora.
  - É, hoje vem mais pessoas de bandas aqui e para as fãs não causarem na porta ou entrar eles fecham. Algo mais particular - ele me explicou indo ate o bar.
  Festa particular? Bandas? Caras de bandas? Lá vem coisa. Todos conhecem meu passado com festas e bandas.
  Bea logo se achou uns amigos dela da produção das bandas na qual ela fazia estagio e eu fiquei no bar.
  - Eu quero aquele ali que aquele cara ta bebendo - disse pro barman que sorriu em resposta e foi fazer meu drinque. Cara bonito ele, loiro, alto... OK.
  Logo começou a tocar uma musica que eu esqueci o nome de novo, e a pista de dança foi tomada. Bea sumiu de vista. Legal minha amiga me abandonar numa balada de músicos que eu desconheço.
  Verifiquei o visor do meu celular e vi que não tinha chamadas e nem mensagens. Ou seja, Caleb devia ter morrido e eu não sabia porque ele não me enviou nada e nem respondeu minha mensagem de mais cedo. Eu devia é ligar pro Austin porque ele sim atendia o celular. Até Kyle atendia mais que Caleb, e olha que o Kyle pedia o celular dele todo show.
  Logo meu drinque chegou e eu virei ele todo. Pra vocês terem idéia do quanto eu estava legal e de bom humor aquela noite. Joguei o celular na bolsa e fingi que não me preocuparia com nada relacionado ao Caleb ou até mesmo .
  - Você parece preocupada - o barman disse me fitando. O olhei.
  - Você fica assim quando descobre que seu namorado é um babaca - disse séria bebendo o restante da taça.
  - Deve ser mesmo, pra te deixar vir numa festa fechada sozinha. - ele riu. - É famoso?
  - Meu namorado? - perguntei querendo parar com aquela conversa, mas ele me olhava.
  - Sim. - ele disse interessado.
  - É sim. Tem uma banda - respondi pousando a taça no balcão.
  - E não esta aqui?
  - Não, eles são de Dallas. Forever The Sickest Kids, não sei se conhece. Mas, estão em turnê pela Califórnia. - respondi.
  - Ah sim, já e vi em alguma revista. Caleb não é? - ele perguntou rindo. Não entendi porque riu.
  - É, o mesmo - disse fechando a cara.
  - Você não é brasileira? - perguntou me olhando interessado. Esses gringos tem uma queda por brasileira.
  - Sou sim. - respondi natural. Ele me fitava interessado até um cara pedir um drinque pra ele.
  Logo estava sozinha de novo, amem. Odiava ficar respondendo coisas da minha vida.
  Bea veio ate mim com os cabelos bagunçados tempo depois.
  - Legal você sumir assim, sua vaca - disse a olhando. Ela riu.
  - , eu estava indo atrás da galera pra apresentar você.
  - E eu, por um acaso, quero ser apresentada a alguém? Acabei de ser cantada por um barman!
  Ela riu mais ainda.
  - Para de reclamar e parar de pensar no , vem aqui - ela pegou minha mão e puxou. Só tive tempo de pegar minha taça de drinque quase sem nada e seguir ela.
  Chegamos do outro lado do pub onde havia algumas pessoas sentadas. Logo meus olhos arregalaram quando vi quem estava ali. Ou melhor, os que estavam ali. The Maine.
  - Oi galera - Bea disse a eles. Como assim ela tinha essa intimidade com eles, me lembrem de fazer produção musical da próxima. - Essa aqui é a , podem chamar ela de . - ela disse me apresentando aos caras. Os cinco me olharam e sorriram. Derreti por dentro, sério.
  - Oi guys - disse a eles meio tímida. PORRA EU CURTIA A BANDA E NÃO ACREDITAVA NISSO CARA! QUE FODA.
  - Hey - eles me disseram em coro. Logo sorri em resposta.
  Eles começaram a beber de novo e Bea veio até mim me puxando de lado.
  - Viu? São eles! Eu disse que estava sendo amiga deles nesse estágio.
  - Da próxima me avise que produção musical é mais legal que moda, porque eu também teria trocado!
  - Como se você precisasse de mais contato com bandas, você namora um guitarrista!
  - Não me lembre daquele cretino!
  - Ok - ela disse rindo. - Vamos focar na sua semana aqui. O que achou deles? - ela disse indicando os Maines.
  - Tudo o que eu sempre achei como fã, eles são fodas demais. To sem palavras - disse olhando pra eles que riam e bebiam contando piadas.
  - Não ! Aqui você não é fã deles, você esta numa festa particular com o The Maine, aqui você é amiga dos caras entende?
  - Amiga? Desde quando tenho essa intimidade com eles?
  - Desde que esta comigo - ela disse rindo. Sorri irônica.
  - Ok, 'BFF' dos maines - ironizei. Bea riu.
  - Vai onde? - ela me perguntou quando eu fiz menção de sair dali.
  - Pegar mais bebida e ficar longe desses homens do Arizona, se lembra que eu sou comprometida com dois caras? É porque tipo, eu namoro aquele ruivo que se esqueceu de mim e esta nos meus pensamentos certo? - Bea me olhava sem dizer nada. - E mais um guy de banda não ajuda na minha indecisão entre dois caras.
  Disse isso e fui ate o balcão onde o barman já estava me esperando com um comentário babaca.
  - Voltou?
  - Não, sou um holograma. Me vê um desse - disse apontando pro drinque verde no cardápio.
  Ele se retirou e foi pra lá.
  Logo estava eu bebendo de novo sozinha sentada no balcão do bar quando noto uma presença ao meu lado.
  - Olá - ele disse me fitando. Olhei em descrença sem saber o que dizer. Não acreditava que ele estava ali.
  - Oi - disse tentando parecer que estava natural.
  - Posso te acompanhar nesse drinque?
  - Claro - respondi sorrindo. Ele se sentou do meu lado e pediu o mesmo drinque que o meu.
  - Você é amiga da Bea né? Mora aqui? - perguntou me olhando de lado.
  - Não, eu na verdade sou brasileira. Mas, vim morar em Nova York e atualmente estou em Dallas. - disse tentando explicar.
  - Ual! Uma brasileira? Adoro o Brasil. - ele disse - E vai pra que pra estudar?
  - Vim porque meus pais vieram morar aqui, eles tem uma empresa em NY e tal, vim junto e to fazendo faculdade por aqui.
  - Que legal! - disse me olhando e sorrindo. - Faculdade do quê?
  - Moda. Mas, to pensando em mudar de ramo. - disse rindo. me olhou e riu junto.
  - Interessante - ele disse pegando seu drinque. - Já ouviu minha banda?
  - Já sim, acho muito boa. - disse tentando não parecer muito: LOGICO QUE SIM, SOU LOUCA POR VOCÊS, AAAAAAAAH!
  - Obrigado - ele sorriu. É impressão minha ou ele é simpático demais?
  - Vai ficar quanto tempo em Phoenix?
  - Uma semana, até resolver minha vida.
  - Esta com problemas?
  - Alguns - disse tentando não ser chata.
  - Creio que vai ajudar muito estar aqui, Phoenix é maravilhosa.
  - Eu percebi. - disse rindo e ele me olhou interessado.
   bebeu todo seu drinque de uma vez e me olhou.
  - Vamos dançar?
  Olhei ele ali na minha frente todo lindo e a última vez que dancei com um cara de banda eu trai o Caleb. Droga.
  - Vamos - aceitei sua mão e fomos ate a pista de dança.
  Fiquei dançando com até a última musica e fomos em seguida pro canto do pub comer algo e beber mais.
  Não sei quanto tempo ficamos juntos, conversando e rindo, mas quando Bea veio me avisar que ia embora eu pedi para que ficasse mais. me ofereceu carona e então eu aceitei.
  Eram mais de quatro da manhã quando ele parou o carro no prédio de Bea e nos despedimos combinando mais passeios aquela semana.
  Ok, Phoenix estava sendo muito atraente e hospitaleira, se é que me entendem.

  Acordei com uma vontade incrível de sair. Não me sentia mal e nem culpada. Já que eu e a noite passado não tínhamos tido nada.
  Fiz um café da manhã legal pra mim, já que Bea dormia feito uma pedra e eu estava faminta.
  Logo recebi ligações do . Nos falamos e ele disse que estava com saudade, eu também estava.
  Logo recebi uma ligação dos meus pais e nada do Caleb.
  Se ele pensa que eu ia ficar sentada em casa chorando por ele, puro engano. Ele não deu as caras, não me ligou e eu não ia ficar atrás dele. Ia aproveitar minha semana em Phoenix e já sabia como.
   me ligou mais tarde marcando um lugar para irmos a noite. Um jantar em um restaurante famoso daqui.
  Aceitei, lógico.
  E tive que aguentar Bea me enchendo o saco com que roupa ir. Decidimos que uma saia de cintura alta azul bic e um regata branca fecharam bem com um sapato alto. O look que eu desenhei no meu último trabalho de moda.
  Eram sete e meia quando desci até o carro do . Fomos para o restaurante e tivemos um ótimo jantar. Ele era muito diferente de todos os caras, ate do . Falava sorrindo, sempre respondia as coisas da forma mais sincera e até demonstrava mais simpatia.
  Depois do jantar fomos andar por ai e conversávamos sobre tudo quando passávamos pelas ruas de Phoenix a pé.
  Ele entendeu meu caso com Caleb, tive que explicar pra ele, não queria enganá-lo. Disse que não achava certo o que Caleb estava fazendo e disse que se eu tinha um amor era para eu lutar por ele.
  - E se esse amor te magoou um dia?
  - Se você o ama, deve ir atrás.
  - Não sei se é o certo - disse me referindo a .
  - Faça o que seu coração mandar. - ele disse sorrindo pra mim.
  O fitei e sorri. me olhava profundamente.
  Absorvi um pouco de sentimentos naquele olhar. Precisava de novos ares.
  E me ajudava nisso.
  Foi o maior encontro que eu tive, sem beijar ele ou sem me envolver.

  Passaram-se dias e eu e estávamos próximos. Não tínhamos tocado no assunto de uma atração entre nós, mas era obvio que tínhamos.
  Ainda estava apaixonada por e eu não podia negar, mas ele estava fora do meu alcance.
  Era de tarde e Bea tinha saído para fazer compras de alimentos quando recebo uma ligação.
  Era Austin.
  - Olá ! - ele disse animado.
  - Austin? Olá. - disse confusa.
  - Tudo bem?
  - Tudo, e você?
  - Ótimo! Olha seu namorado esta sumido e eu sei que você esta com raiva dele por isso, então estou ligando.
  - Não era para ele me ligar?
  - Sim, mas ele esta ausente de tudo no momento.
  - Ele esta me traindo? - perguntei confusa.
  - Não , não - ele disse de imediato. - Ah quer saber, fala com ele aqui. Beijos e te amo. - assim ele passou o celular para alguém.
  - Alo? - disse uma voz calma e um pouco intimidada.
  - Caleb? - perguntei querendo soca-lo.
  - Oi amor - COMO ASSIM AMOR? SEU VAGABUNDO VOCÊ SOME POR DIAS.
  - Onde você esteve? - perguntei seca.
  - Em turnê, . Eu te avisei.
  - E por que não avisou que não me ligaria e nem responderia minhas mensagens? Não que eu seja digna de sua atenção, claro porque acho que você nem me considera mais depois de sumir! - disse irônica.
  - Desculpa sumir, ok? Eu sei que pisei na bola com você e te deixei preocupada, mas eu fiquei esses dias da turnê em shows, fizemos shows duplos nos festivais.
  - E não tinha tempo pra UMA MENSAGEM? Caleb, o Austin me ligou!
  - Desculpa, eu sinto muito - ele disse com uma voz calma. DESCULPA? EU IA É MATAR ELE.
  - Sinto muito, mas suas desculpas dessa vez perderam o sentido. Não faz idéia do quanto eu fiquei preocupada e sem noticias suas. Você me abandonou praticamente Caleb!
  - eu já pedi desculpas...
  - Não irão adiantar. Se você estava querendo uma 'aventura' entre turnês longe de casa, beleza podia ter dito. Eu não teria saído da minha casa e ido morar sozinha, porque é isso que aconteceu!
  - Se você se arrepende de morar comigo devia falar e ir embora! - ele disse se alterando do outro lado da linha.
  - Como Caleb? Como saiu em turnê, não deu as caras pra mim há dias e eu que estou sendo mal vista e você esta me expulsando da sua casa? É isso mesmo? - eu respirava pesadamente.
  - Você que esta reclamando!
  - Talvez porque eu tenha esses direitos agora! Eu abandonei tudo pra vir com você pra Dallas e você me deixa lá sem noticias! A principal idéia da mudança não era ficarmos mais tempos juntos?
  - Você tem que entender meu trabalho!
  - Eu entendo seu trabalho Caleb, não entendo você me abandonando e ainda brigando por eu reclamar!
  - Ow ta carente? Chama o !
  Senti minhas entranhas se comprimirem de ódio quando ele disse isso sarcasticamente.
  - Talvez seja isso que eu deva fazer, ou melhor, isso que eu fiz na última semana!
  - Ow, que digno saber que você ainda curte o cara que te abandonou!
  Legal, agora ele pegou pesado.
  - Você não tem o direito de dizer isso! Quem esta me abandonando agora é você!
  - Acho que o resolve seu problema de carência!
  - Você está me magoando Caleb, não acredito que esta dizendo isso pra mim - disse deixando as lagrimas caírem.
  - Você que começou com esse papo de , ou melhor, acho que nunca esqueceu.
  - Talvez eu devesse esquecer você e ir atrás dele mesmo. Mas, vejam eu namoro um cara que me insulta e manda eu ir atrás de outro!
  - Esse cara cansou de ser feito de idiota!
  - Quem esta sendo idiota aqui sou eu! Você esqueceu que tem namorada?
  - Acho que eu deveria ter feito isso nessa turnê.
  - Não perca seu tempo comigo.
  - Não perderei. Alias, quando eu voltar você pode sair de casa.
  - Não precisa se incomodar, eu já sai.
  - Como?
  - Não estou em Dallas se você quer saber, e agradeço pelas palavras de despedidas.
  - Onde você está? - ele pareceu chocado, mas minha raiva era maior.
  - Não interessa, não tenho mais nada com você.
  - Você esta terminando comigo?
  - Acho que você já fez isso quando me tocou da sua casa.
  - Pois bem, volto em uma semana.
  - Até lá não estarei para ouvir essas besteiras pessoalmente. Obrigado por conseguir de novo.
  - O que eu consegui, ? - ele perguntou com raiva.
  - Me decepcionar. - e assim eu desliguei o celular não agüentando mais segurar o choro.
  Deslizei do balcão da cozinha ate o chão deixando o choro tomar conta de mim. Não suportava o jeito que ele estava agindo no telefone. Como se eu fosse uma estranha ou um peso pra ele. Na hora de me tirar de casa ele quis. Agora esta agindo feito uma babaca. Que coma o exercito de garotas estúpidas que forem atrás dele na turnê, a partir de hoje não quero mais saber dele. Queria voltar pra Dallas e tirar minhas coisas daquela casa. E eu teria que fazer isso logo antes dele voltar.
  Abracei minhas pernas no chão e chorei toda a dor e a indecisão que eu estava sentindo no momento.
  Não sei quanto tempo eu fiquei ali contemplando o chão da cozinha, mas me dei conta de que meu celular tocava.
  Era .
  - O que houve? - ele perguntou quando eu atendi.
  - Caleb me ligou, e... - expliquei pra ele o ocorrido.
   entendeu tudo e disse que eu precisava esquecer essa briga, não me faria bem.
  Ele passaria em casa a noite e eu estava tentando manter a calma quando fui me arrumar. Dessa vez eu estava tão cansada e sem saídas que coloquei uma calça jeans, uma blusa básica e um vans.
  Não tinha vontade de me arrumar e sair toda linda por ai quando fui praticamente jogada na rua pelo meu próprio namorado. Ex-namorado no caso.
   e eu saímos, não fomos a um restaurante. Fomos ao cinema juntos e comemos no McDonalds mesmo, algo bem mais simples. Mas, que foi essencial para que no final do passeio eu já estivesse melhor. E eu estava bem mais calma, ele realmente havia me feito bem.

  Passei mais essa semana em Phoenix. No decorrer dela eu estava muito próxima de , tínhamos uma ligação forte e ele me entendia muito. Caleb voltou a ligar, não atendia. A última mensagem dele era pedindo desculpas e que ele queria conversar antes de eu ir. Tentei não focar nele ainda. me mandou uma mensagem da última vez falando que ele iria sair de L.A em três dias.
  Essa semana que passei com me fez sair um pouco do foco Caleb-. Acho que mudei um pouco e cresci mais, ele me ajudava com as palavras e meu ânimo mudou muito. Me sentia mais forte, mas viva.
  Aquele seria meu último dia em Phoenix e eu estava com em uma festa legal em um pub fechado. Acho que seria minha última noite com ele.
  Senti um aperto no coração ao saber que teria que deixá-lo já que ele foi tão legal comigo. Não forçava nada.
  - Então amanhã você vai?
  - Vou, mas saiba que eu vou voltar viu? - eu ri de lado. riu comigo.
  Nos fitamos por um tempo. Sorri desconfortável com a aproximação dele e bebi meu drinque olhando dos lados. segurou meu queixo com a mão e me fez olhar pra ele.
  - Obrigado por tudo que me fez aqui. - agradeci sincera. Ele sorriu.
  - Não precisa agradecer. Me diverti muito com você.
  Sorri sem jeito pra ele e abaixei a cabeça. ergueu levemente meu queixo e me fez olhá-lo.
  Ele diminui a distancia entre nós e me beijou de leve no canto da boca. Não parou por ali, ele aprofundou o beijo e eu dei permissão. Acho que já estava na hora de curtir aquele momento. Esquecer Caleb e todas as brigas, e todas as indecisões e esquecer ate de mim mesma e focar nisso. Era a última noite.
  Passei a noite toda da festa com e ficamos juntos nesse tempo.
  Foi a semana mais perfeita que eu tive. Acho que eu estava feliz, mas faltava algo.
  Ainda sentia algo por dentro que doía. Saudades, medo, emoção, vontade... Não sabia o que era, mas sabia que ia chegar em breve.
  E eu iria atrás disso. Agora eu iria mesmo atrás disso.

Capítulo 30

  Olhei-as enfileiradas uma a uma no canto do quarto e senti um aperto no peito ao saber que o momento se aproximava.
  Minhas malas estavam postas no canto desde a noite passada. Havia chegado em Dallas havia dois dias e desde que cheguei já comecei a arrumar minhas coisas, que não eram muitas já que o apartamento todo era do Caleb.
  Estava resolvido, eu iria sair de Dallas, sair do apartamento dele e da vida dele pra sempre. Não que eu esteja abandonando tudo, mas convenhamos que depois de tudo que ele me disse se eu ficasse a disposição de uma conversa eu seria trouxa demais.
  E já estava tudo decidido. Iria partir hoje a noite. Era de manhã ainda, mas não pregara o olho a noite toda de preocupação. Não era fácil, deixar tudo pra trás. Ainda mais depois da viagem que tive pra Phoenix.
  Terminei de organizar todas as coisas na segunda mala e resolvi pedir qualquer coisa pra comer, já que não demoraria muito para ir até o aeroporto.
  Após almoçar, sozinha de novo comecei a finalizar as malas e guardar tudo que era meu dentro delas. Não deixaria nada para trás.
  Incrível como eu sempre erro nas minhas escolhas. Errei ao namorar Caleb, errei em vir para os Estados Unidos, e errei em não aceitar e me mudar para Dallas. Errei em não ouvir meu coração e ouvir o que um ruivo idiota tinha a me dizer. Errei todo o tempo e agora é esse mesmo erro que me consome aos poucos. Permita-me errar de novo ao dizer que errei em deixar o Arizona?
  Não, eu não estava apaixonada pelo Garrett, fiquem tranqüilos.
  Passei os olhos pelo closet a procura de mais roupas para por na mala e não achei mais nenhuma. Vi as roupas do Caleb na sua parte do armário e me permiti sentir um aperto no coração ao notar que muitas delas eram as mesmas que eu vi no Brasil. Maldita turnê.
  Fico me perguntando as vezes se eu não tivesse entrado nesse meeting tudo seria diferente. Se eu ainda estaria sendo aquela adolescente sonhadora e cheia de amores platônicos, ou se estava sendo legal estar namorando um dos meus maiores ídolos. Santa ilusão.
  'Dormir com um garoto de banda não te torna famosa', bem pensado All Time Low.
  Senti uma sensação estanha ao olhar as prateleiras de fotos do quarto, onde em todas eu estava com Caleb em uma das nossas viagens. A ultima tirada em Las Vegas. Era estranho saber que tudo estava se desmoronando de uma hora pra outra. Tinha tudo para dar certo, uma relação sólida, uma casa nossa, uma vida juntos. Tudo estava sendo planejado e até estávamos cogitando a possibilidade de casarmos.
  Tudo estava sendo destruído agora. Acho que não era para ser.
  Por que tudo que eu faço acaba dando errado?
  Peguei o porta retrato na mão e senti que uma lágrima rolava até o contorno da minha boca. Ia ser difícil dizer adeus.
  Mas eu sabia que meu final não era com ele. Eu sempre soube que não seria com ele.
  Por que estava sendo tão difícil aceitar isso? Se eu sempre soube.
  Deitei na cama abraçando minhas próprias pernas. Olhei no criado mudo do lado da cama e deixei que todas as lembranças contidas naquela foto me fizessem chorar. Minha aliança ainda estava no dedo, peguei-a e coloquei ao lado. Agora, ela não fazia mais parte de mim.
  Caleb não fazia mais parte de mim.

  Era de tarde quando eu levei minhas malas para a sala. Tinha me esquecido de desligar a TV e nessa passava o clipe deles. Droga de lembranças!
  Tinha combinado de pegar um táxi até o aeroporto, já que meu carro não estava mais em Dallas essas horas.
  Ouvi um barulho e notei que alguém entrara em casa.
  Caleb adentrou a sala rapidamente, ainda respirava rápido como se tivesse corrido até ali.
  - Ainda bem que você esta aqui - ele disse fadigado. O fitei sem entender.
  Caleb passou os olhos de mim até minhas malas na sala e me olhou apreensivo.
  - Você não esta pensando em....
  - Eu já te disse que eu iria embora. Você quer isso também.
  - Não é isso - ele disse vindo até mim. - Precisamos conversar!
  - Sobre o quê? Ah, espere que eu vou adivinhar - disse rindo irônica o fitando. - Sobre nosso relacionamento estar indo por água abaixo, ou sobre você não estar feliz nele?
  - Não significa isso, precisamos conversar. Tem que ter um jeito.
  - Não há um jeito dessa vez Caleb, não está dando certo. - disse calma. - Você ficou fora a turnê toda, foram semanas Caleb... Semanas e você não me ligou um dia sequer para dizer que estava tudo bem ou que estava com saudades. Não te cobro do seu trabalho, mas quero que tenha uma relação entre nós. Uma relação que nunca houve. Não podemos continuar assim.
  - Desculpa por ter ficado ausente, eu realmente sei que agi mal, mas eu acho que podemos recomeçar e ver tudo de novo....
  - Não dessa vez. Já bastou para nós dois. Não podemos nos iludir achando que daríamos certo.
  - Mas e o nosso amor?
  - Eu acho que ele limitou-se aos critérios mais ilusórios que tínhamos. Agora não tem mais nosso amor, ele virou paixão. Ilusão.
  - Então você quer dizer que tudo que sentia por mim acabou? - ele me perguntou fitando.
  - Acho que o que eu sentia por você se foi, assim como o que você sentia por mim acabou. - respondi sincera.
  Caleb pareceu me olhar sério. Ele não chorava e tampouco eu chorava. Apenas limpou uma lágrima que rolara pelo seu rosto e me olhou sério.
  - Você vai embora então?
  - Vou - respondi sentindo um aperto no meu peito e uma vontade louca de ir até ele e dizer que não, que eu ainda gostava dele e queria tentar. Mas, eu não podia enganar a mim mesma.
  - E nós?
  - 'Nós' não existe mais. Agora vamos cada um seguir seu caminho e ver o que será daqui pra frente. Você estará livre na sua vida e na sua carreira e eu na minha. Podemos continuar amigos, mas nada alem disso. Não daria certo.
  - Eu entendo, acho que nos precipitamos demais, certo?
  - Exatamente.
  - Mas, eu quero que saiba - ele pausou e veio até mim. Colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha e me olhou inexpressivo. - Que eu ainda te amo. E vou aceitar sua decisão.
  - Eu também gosto de você Caleb, acho que não sei se vou superar isso muito fácil, mas é o melhor que podemos fazer para ambos. - ele sorriu.
  - Ok, vai dar tudo certo. - ele disse se permitindo chorar agora. Me surpreendi ao ver que ele chorava.
  Abracei ele sem permissão. Caleb chorou mais e deitou sua cabeça no meu ombro. Alisei os cabelos ruivos dele e deixei que ele chorasse. Eu admirava a sensibilidade dele.
  - Hey, para de chorar. Não é o fim do mundo. - ele riu de lado. - Vamos continuar nos vendo.
  - Não será a mesma coisa.
  - Lógico, eu não vou desistir de uma comida árabe pra ir pra cama com você da próxima. - disse rindo. Caleb riu gostoso.
  - Não faça vontades - disse ainda rindo. Nos soltamos.
  - E não vou parar de te chamar de cenoura também, pode esquecer. - disse fazendo bico. Ele riu de novo.
  Me olhou fixamente e então sorriu.
  - Você é incrível. Não me arrependo de nada.
  - Nem eu. - disse sincera. - Desculpa pelas minhas fraquezas.
  - Desculpa pelos meus erros e por não ser suficiente para você.
  - Você é suficiente para mim. Mas, viveremos melhor como amigos. Eu acredito nisso.
  Ele sorriu e me abraçou forte.
  - Te desejo tudo de bom, você sempre mereceu o melhor.
  - Acho que agora eu posso te desejar o mesmo.
  - Posso pedir uma coisa?
  - Pode. - disse o olhando.
  - Ultimo beijo?
  Ri de lado.
  - Você não costumava pedir antes, cenoura. - disse rindo e deixando que ele me abraçasse pela cintura antes de juntar nossos lábios.

  Meu voo ainda não fora chamado. Caleb insistiu que me trouxesse até o aeroporto.
  Achei uma cena digna do clipe do The Maine essa nossa despedida.
  - Quero que fique com isso - disse mostrando minha aliança a ele. Ele me olhou.
  - Não, eu quero que guarde. Por todos os momentos bons. - disse fechando minha mão em volta da jóia. - Por favor.
  Sorri em resposta e guardei-a na bolsa. O olhei de volta.
  - Bem, esta na hora. - disse ouvindo a voz da moça do aeroporto chamando os passageiros do meu vôo.
  - Vai dar tudo certo. Te desejo sorte e muita felicidade. Nunca pare de ser quem é - disse ele me abraçando. - Te amo.
  Abracei ele com força e me permiti deixar algumas lagrimas caírem aflitas.
  Caleb me soltou e me olhou intensamente. Nos despedimos e então fui em direção ao portão de embarque.
  Olhei pela ultima vez para trás e o vi ali parado. Meu peito doía de incerteza em saber que isso era o certo a estar se fazendo.
  Insegurança demais.
  Caleb acenou para mim e então não o vi mais quando passei pela segurança.
  Agora era somente eu dali para frente. Eu, meus medos e minhas lutas.
  Dallas agora ficava para trás quando ao avião levantou vôo e me deu a certeza de que tudo estava sendo novamente traçado na minha vida.
  Novo destino. Novo caminho.
  Estou indo, Baltimore.

  POVS .

  - , para de graça. - disse pro babaca quando este não levava a serio a reunião. Estávamos organizando os detalhes finais para o novo CD.
  - , você era mais alegre, o que está havendo?
  - Eu sou alegre - disse sorrindo idiota. - Temos mais quantas composições vagas?
  - Duas, uma é sua. - ele disse me olhando. - Já fez?
  - Não, só o começo e ainda acho que vou mudar.
  - Ele está em busca de inspiração , você tem que entender isso - me zombou.
  - Preciso acabar de escrever ela para semana que vem. - disse ignorando a zoação deles. - Acho que vou pra casa, caras.
  - Casa? A reunião ainda nem começou.
  - Nos vemos mais tarde - disse me levantando.
  Sai do estúdio e fui até minha casa. Me joguei no sofá abrindo uma garrafa de cerveja e refleti sobre tudo.
  Fazia dias que eu não ligava para . Soube que ela já estava em Dallas.
  Precisava compor a musica para o Dirty Work, nosso novo CD. E a inspiração estava sendo nula essa semana.
  A campainha tocara alto me fazendo despertar. Levantei e fui até a porta querendo mandar quem estivesse ali embora.
  Abri e deixei meu queixo cair.
  - Oi - ela disse tímida me olhando.
  - ? O que você faz aqui? - perguntei sem saber o porquê de tudo.
  - Sai de Dallas. Sai da casa do Caleb - ela disse olhando pra baixo como se o tapete da minha porta fosse mais interessante do que meu rosto.
  - Entra - disse abrindo a porta para que ela entrasse.
   entrou e foi até o meio da sala de visitas. Fui até ela meio abobado.
  Ela não disse nada então eu prossegui:
  - Você saiu de Dallas?
  - Sim , lembra que eu te falei no telefone que ele não me ligava e estava distante? - assenti. - Então, resolvi dar um fim nisso. Terminei com o Caleb.
  De repente tudo se tornou colorido.
  - Terminou? Como? Você esta falando sério?
  - E você acha que eu sairia de Dallas pra vir até Baltimore para contar piadas? - ela perguntou irônica. Eu ri de lado.
  - Não mesmo.
  - Pois então, é verdade. Não estou mais com o Caleb.
  MAOE ISSO ERA MÚSICA PARA OS MEUS OUVIDOS MEUS CAROS!
  - Você tinha mesmo me dito que o namoro de vocês estava frio, ele voltou?
  - Voltou, conversei com ele e resolvemos tudo numa boa sem brigar. Acho que está tudo resolvido agora. - ela fitou a parede da sala, menos meus olhos.
  - Fico feliz por você. - disse sorrindo.
   nada disse, apenas me encarou séria esperando que eu tomasse alguma atitude em falar algo pra ela. Em ir até ela e dizer que agora finalmente podíamos ficar juntos e fazer o que queríamos há meses. Mas, eu não movi um músculo. Não sabia o que me dera, mas eu permaneci calado. Não sabia se estava agindo certo, mas ela me deixara de lado esses meses todos e se estava achando que quando largasse daquele ruivo escroto ela me encontraria disponível para ela, estava enganada. Eu não ia deixar as coisas não moles assim.
  - Bem - ela começou a dizer incomodada com o silencio que se estendera entre nós. - Vim te dizer isso.
  - Ótimo, acho que agora sua vida toma um rumo, certo? - disse no meu instinto filho da puta. Ela me olhou sem responder.
   nada disse. Levantou e ficou me olhando sem entender, nem eu entendia porque estava agindo assim.
  - Vai sim, eu demorei pra perceber o que queria e agora sei o que eu quero. - ela disse séria e eu percebi o quanto estava sendo difícil ela dizer aquilo. Passar pelo seu orgulho e reunir coragem para me dizer tudo o que sentia.
  - E o que você percebeu?
  - Percebi que por mais que eu tentasse mudar e deixar as coisas acontecerem conforme elas estavam nunca iria dar certo, porque eu não estava lutando pelo que eu queria e sim seguindo a opinião dos outros que me queriam. Errei em arriscar com o Caleb, errei em arriscar em te deixar e errei em não saber escolher entre minha felicidade e minha diversão. Errei muito. Mas, aprendi muito errando. O meu maior erro e meu maior aprendizado foi ter te conhecido. Erro por deixar você ir e não agir, e aprendizado por saber sofrer distante de você. Acho que eu amadureci demais nesses meses mais que em anos. Tenho certeza que eu sei agora o que é felicidade para mim, e a diferença entre errar e aprender e errar e perder um amor. - ela disse me olhando séria. Não chorava e tampouco sorria.
  Senti meu estomago tomar uma pontada quando ela disse tudo isso. Ela estava sendo sincera e eu via em seus olhos essa sinceridade. Por que eu não ia até ela e dizia que correspondia a todo esse sentimento?
  - Aprecio a forma com que você viu isso - disse a olhando. - Não acha que chegou tarde demais?
   me fitou sem demonstrar emoção. Mas, eu notei que ela se abalara.
  - Aprendi também que além de eu errar e pedir perdão, eu nunca foi poder correr atrás dos meus sentimentos perdidos nesses erros. - ela disse por fim sem nada mais. Entendi todo o recado daquela frase. Ela Estava abrindo mão de tudo por mim e queria que eu aceitasse ela como ela é, e por mais que meu peito gritava para abraçá-la e dizer que eu a amava além de tudo, eu não me movi.
  Ela caminhou até perto de mim e me fitou. Nada disse.
  Abaixou os olhos e então seguiu até a porta da minha sala esperando que a abrisse para ela. Fui até lá e abri dando espaço para que ela saísse. Eu estava liberando o amor da minha vida naquela porta.
  Ela então saiu e disse antes de se virar.
  - Desculpa por ter vindo até aqui. - e assim se virou saindo.
  Fechei a porta em seguida sentindo-me o pior cara do mundo. Eu estava agindo certo deixá-la ir?
  Logo depois dela vir até mim e deixar o Caleb? Pensei em tudo que vivemos e tudo que deixamos de viver para estarmos juntos e separados ao mesmo tempo. Um nó de formou na minha garganta. Eu não podia deixá-la ir.
  Me levantei rapidamente do chão em que estava caído e abri a porta logo esperando encontrá-la ali, mas ela não estava mais.
  Olhei em toda a minha volta e vi que ela estava parada na mesma posição em que saíra de casa fitando o chão da rua sentada no meio fio da casa. Fui até ela e assim que ela sentiu minha presença virou seus olhos para mim.
  Não deixei que ela perguntasse. Quando ela se levantou lentamente a tomei em meus braços e cumpri o que havia prometido desde o inicio da turnê.
  Selei nossos lábios e não deixei que ela se sentisse frágil ou perdida. Dei toda a minha proteção para ela naquele momento. Todo o meu sentimento e foda-se se está parecendo gay. Caras de bandas também amam.
  Nos separamos e eu pude olhar em seus olhos fixamente e me permitir sorrir de lado antes de dizer seguro das palavras:
  - Volta pra mim?
  Ela nada disse, apenas sorriu em resposta e me abraçou demonstrando naquele gesto que aceitara tudo. E agora eu posso dizer com toda a certeza, eu já tinha a inspiração da música.

  POVS OFF. XX

Capítulo 31

  Nunca imaginei que o Natal chegaria tão rápido para mim. Estávamos em meados de dezembro e faltavam poucos dias para o Natal, época que o julgava mais bonita do ano. Estávamos juntos desde aquele dia em que nos resolvemos e nosso relacionamento ia bem.
  - Onde vamos passar o Natal? - perguntei pra ele enquanto assistíamos qualquer coisa na TV do nosso quarto. Ah sim, morávamos juntos agora em Baltimore.
  - Onde você quiser, o que prefere? - ele me perguntou analisando-me por cima, já que estava deitado no meu colo enquanto eu massageava seus cabelos.
  Meditei por um momento.
  - Não seria mais legal se passássemos em família, e no ano novo fossemos para um lugar só nós dois? - sugeri. Ele pensou um pouco antes de me responder.
  - Acho perfeito! - sorriu para mim. - Onde iremos passar? Minha família ou com a sua?
  - As duas! Devemos passar com as duas, eu acho mais legal, não teríamos que escolher. - disse. - Meus pais vão para Londres e...
  - Ótimo! - ele disse sorrindo - Meus pais também estão indo para Londres, acho que deveremos passar com as duas famílias então.
  - Perfeito! - sorri. - Combinamos algo então entre eles e no ano novo escolhemos o lugar que queremos passar. - completei.
  - Ok, feito! - ele me abraçara. - Vai ser perfeito. O melhor Natal da minha vida.
  Sorri em reposta antes de beijá-lo. mudara demais esses meses que se passaram, ele estava mais... Incrível?
  - E onde passaremos o ano novo? - perguntei interessada.
  - Acho que deveríamos passar com alguns amigos, em uma viagem ou algo do gênero. - sugeriu.
  - Viagem? Acho bom, poderíamos ver com o pessoal quem gostaria de ir.
  - Você escolhe o lugar? - ele me perguntou rindo como se já soubesse que eu adoraria ver isso.
  - Lógico - respondi rindo. - Vou ver se , e vão conosco. - meditei. - Podemos convidar mais amigos seus se você quiser. Acho legal chamarmos o Evan, Jeff, Matt...
  - A trupe do All Time Low toda, você quer dizer? - ele me fez rir alto.
  - Oras, ! É ano novo, não teria graça se não tivesse uma festa entre amigos.
  - Com direito a bebidas - ele pensou um pouco.
  - Isso, o que você quiser.
  - E já tem em mente a viagem?
  - Teria que ser algo diferente, onde todos topariam. Paris? Londres?
  - Londres já vamos passar o Natal. Que tal Las Vegas?
  - Muito comum passar em Las Vegas, seria o mesmo que passarmos em NY.
  - Paris é uma boa, é diferente. Mas ainda acho que podemos escolher outro lugar.
  - Na Europa?
  - Seria legal.
  - Amsterdã?
  - Uau! - deu um pulo no meu colo. - Perfeito!
  - Passaremos o ano novo em Amsterdã então? - perguntei tentando compreender.
  - Isso amor, maravilhoso sua idéia! - ele aplaudiu me beijando. - Vamos combinar com o pessoal e já arrumamos as coisas da viagem, ok para você?
  - Perfeito, acho lindo. - sorri em resposta. sorriu e deitou de novo no meu colo. Recomecei a massagear os cabelos dele.
  - ? - chamei.
  - Oi?
  - Vai ser diferente não é?
  - O que amor?
  - Ano que vem. Não vai ter mais brigas e nem incertezas?
   se levantou e me fitou serio. Achei que ele ia rir da minha infantilidade, mas eu precisava que ele me entendesse.
  - Esse ano aconteceu algo maravilhoso, eu te conheci e assim descobri muitas coisas. Ano que vem vamos estar mais unidos, mais juntos e ninguém vai interferir como esse ano. Vai dar tudo certo ok? Vou estar com você. - ele sorriu me reconfortando.
  Sorri em resposta e o abracei com força. Não restavam duvidas, tudo ia dar certo.

  - Amsterdã? - perguntou coçando o queixo quando eu avisei da nossa viagem de ano novo. O restante do pessoal já concordara, faltavam apenas e .
  - Acho incrível - disse serio. - Eu topo. - ele sorriu.
  - e aceitaram, só falta você - ri para ele. - Não vai fazer desfeita? - fechei a cara fingindo estar brava. Ele gargalhou.
  - Ok, lógico que eu aceitaria. Amsterdã é perfeita para isso.
  - Obrigado! - sorri para ele. riu de lado.
  - Quando iremos?
  - Bem, e eu vamos para Londres dia 23 encontrar nossos pais e logo depois do dia 25 já iremos para Amsterdã, pode ser?
  - Lógico, estaremos indo dia 26 então - ele disse olhando para e que assentiram. - Matt, você vai quando?
  - Vou dia 25 de manhã, pretendo ir antes para ver os lugares que ficaremos, mesmo a agencia garantindo que o hotel é bom eu quero checar.
  - Matt, isso não é uma turnê. - alertou rindo.
  - Eu sei, mas mesmo assim quero conferir.
  - Ele quer saber se a decoração do quarto dele será do Mickey - riu-se.
  - Muito engraçado - Matt olhou de mau gosto rindo. - Fechado, Amsterdã no ano novo.
  Sorri em resposta a ele. chegou e começamos a falar sobre a viagem.

  Estava tudo organizado. e eu estávamos desembarcando em Londres e já fazia muito frio. Fomos ate a casa dos pais dele que tinham reservado e meus pais já tinham ido para lá. Por incrível que pareça, minha mãe se tornou amiga da mãe do , tanto que já estavam de planos para as férias. Meu pai, por sua vez, já estava falando de negócios com o meu sogro. Legal isso.
  Chegamos na casa e ambas nossas famílias já estavam lá. Conheci alguns amigos do e alguns parentes que eu jamais ouvira falar. Todos muito simpáticos.
  - Sempre achei que o não fosse se decidir nunca, mas vejo que ele tomou a decisão certa - a mãe dele diziam enquanto esperamos a ceia ser servida na sala de visitas enorme.
  - Mãe! - brigara com ela fazendo cara de 'aqui não, por favor'.
  Ela riu de lado voltando a conversar com minha mãe.
  - Amor, sua mãe é simpática demais - disse a ele. me olhou rindo.
  - Ela fala demais, você quer dizer? - ele riu.
  - ! - briguei, mas logo ri. - Sério, ela é simpática.
  - Ela é muito protetora, do resto é uma ótima mulher. Incrível - ele sorriu. - Bem, faltam apenas uns minutos para a meia noite, não vamos comer nunca? - ele olhou aflito para o relógio.
  Logo estávamos em volta da grande mesa de jantar e após agradecermos começamos a ceiar.
  Passado meia noite meus pais já estavam bebendo suas taças de vinho acompanhados dos pais de . Os demais convidados se encontravam espalhados pela casa conversando, alguns bebendo enquanto jogavam alguma coisa na grande mesa verde, e outros estavam se retirando. Eu analisava a grande janela da sala de estar - que estava vazia, exceto por mim. A neve caia densa e cobria a maior parte do parapeito da janela. Acompanhei todo o processo da neve e sorri sozinha quando abri uma fresta e deixei que um floco de neve caísse sobre meu nariz. Senti alguém me abraçar por trás e ri satisfeita quando beijou de leve meu pescoço.
  - Feliz Natal, meu amor - ele disse depositando um beijo no meu pescoço.
  - Feliz Natal - respondi sorrindo. Ficamos fitando a neve ate ele dizer.
  - Esse foi o melhor Natal da minha vida e olha que eu sou louco por essa data, já tive grandes comemorações, mas nada que substituísse essa.
  - Sério?
  - Uhum - ele disse me abraçando mais perto dele.
  - Meu primeiro Natal com alguém que eu realmente amasse para ter ao meu lado todos os dias. - disse olhando de frente pra ele agora.
  - E isso eu devo levar como um elogio? - ele me perguntou debochado.
  - Como você desejar - eu disse rindo e jogando a cabeça para trás. riu me segurando e me abraçando para mais perto dele.

  Passou-se mais um tempo ate os restantes dos convidados irem embora restando apenas meus pais, os pais do e nós dois.
  - Um excelente Natal, esse - o senhor disse quando estávamos na sala de estar conversando.
  - Ótimo - disse a mãe de sorrindo.
  - Totalmente digno de comemoração nos próximos anos - meu pai se adiantou.
  - , o que você achou?
  - Muito bom, mãe - ele respondeu a mãe. - Diferente de muitos e o melhor.
  - Isso se deve ao fato de você estar com a agora?
   corou.
  - Também - ele assentiu rindo. Meus pais riram enquanto eu corava.
  Mais uns minutos desse papo de pais na sala, e conseguiu me tirar de lá. Subimos as escadas da enorme casa e entramos no nosso quarto. fechou a porta atrás de si e não me deu tempo de falar nada, pois já tomara posse dos meus lábios sem deixar que eu respirasse.
  Passamos o restante da noite de Natal juntos. Agora era só aguardar o ano novo em Amsterdã com todos os nossos amigos. Ia ser realmente algo que eu nunca imaginara.

  Trinta e um de dezembro nunca fora tão esperado por todos. Ainda faltava três dias para a virada do ano e e eu já tínhamos embarcado para Amsterdã.
  Chegamos ao hotel escolhido por Matt, claro porque ele encheu nossas paciências ate ele mesmo escolher o hotel e a maioria da galera já estava ali. , e já estavam hospedados ali há uns dias.
  Iríamos passar o ano novo em um local de festas que reservamos situado em uma das ruas que tinham canais. Ia ser maravilhoso estar naquele lugar que podia ser confundido com Veneza.
  Os dias até a virada do ano se aproximavam e estava cada dia mais animado. Nossos amigos chegaram antes mesmo da véspera da virada e já estávamos organizando como seriam as coisas no dia seguinte. Halvorsen era o mais animado junto com Martin.
  Olhei de longe que acenou positivamente para mim demonstrando que estava feliz em me ver bem. Conversei com ele quando este chegara no hotel e ele me desejou toda a sorte do mundo nessa nova vida.

  Eu fitava minha figura no espelho e sorri alegremente quando vi que meu vestido branco de frio, um pouco gracioso demais estava ótimo. Acabei de me maquiar e segui ate o quarto onde acabava de arrumar sua gravata borboleta.
  - Achei incrível a idéia do em dar uma festa de social, odeio essas gravatas - ele disse tentando se arrumar. Eu ri de lado.
  - Vem aqui que eu a ajeito pra você - disse indo ate ele, mas me fitou e nada disse. - O que foi? - perguntei notando sua cara de assustado.
  - Você esta linda - ele disse olhando abobado para mim. Corei.
  - Obrigado - disse sincera sorrindo. Ele veio ate mim e me deu um beijo calmo.
  Ajudei ele a arrumar sua gravata e já estávamos saindo do hotel para ir a festa. A maioria dos nossos convidados e amigos já estavam lá.
  Chegamos a festa e notei que tudo estava perfeito. Musica, drinques, buffet e os convidados se divertindo.
  Acenei para Bea que estava ao lado de Paul. Os dois estavam namorando firme agora.
  , e vieram ate mim me cumprimentar e desejar feliz ano novo antes mesmo de todos.
   estava lindo em seu traje social. Não costumava ver ele assim antes. Ele foi ate o palco onde uma banda de músicos comuns tocavam e pegou o microfone pedindo a palavra.
  - Hey amigos - disse a todos. Sorri de lado achando que ele jamais seria tão cara de pau em parar uma festa assim. - Tenho que agradecer a todos por terem atravessado o Atlântico e vindo ate aqui na nossa festa de fim de ano. - ele riu-se e os convidados riram junto.
  Logo o restante do All Time Low subiu no palco e cada um pegou seu instrumento. Olhei aquilo sem entender.
  - Eu sei que é o fim do ano, e não devemos trabalhar, mas quem disse que musica nos cansa não é mesmo, ? - perguntou rindo a um que piscou em resposta. - Estamos trabalhando num novo álbum e uma musica surgiu primeiro. Ela foi composta por mim e eu dedico ela a alguém muito especial. Não posso deixa essa noite passar para tocar essa musica a você, - ele me fitou. Sorri emocionada para ele. estava sorrindo.
  - Ela se chama Time Bomb! - ele anunciou antes de tocarem.
  Logo eles começaram a tocar e eu ouvi os primeiros versos da musica dedicada a mim. Não pude evitar sorrir.

From the get-go, I knew this was hard to hold
Like a crash, the whole thing spun out of control
Oh, on a wire, we were dancing
Two kids, no consequences
Pull the trigger without thinking
There's only one way down this road

It was like a time bomb set into motion
We knew that we were destined to explode
And if I had to pull you out of the wreckage
You know I'm never gonna let you go
We're like a time bomb
Gonna lose it
Let's diffuse it
Baby, we're like a time bomb
But I need it
Wouldn't have it any other way

Well, there's no way out of this, so let's stay in
Every storm that comes also comes to an end
Oh, resistance is useless
Just two kids stupid and fearless
Like a bullet shooting the lovesick
There's only one way down this road

It was like a time bomb set into motion
We knew that we were destined to explode
And if I had to pull you out of the wreckage
You know I'm never gonna let you go
We're like a time bomb
Gonna lose it
Let's diffuse it
Baby, we're like a time bomb
But I need it
Wouldn't have it any other way

Got my heart in your hands
Like a time bomb ticking
It goes off; we start again
When it breaks, we fix it
Got your heart in my hands
Like a time bomb ticking
We should know better
But we won't let go

It was like a time bomb set into motion
We knew that we were destined to explode
And if I had to pull you out of the wreckage
You know I'm never gonna let you let me go
We're like a time bomb
Gonna lose it
Let's diffuse it
Baby, we're like a time bomb
But I need it
Wouldn't have it any other way

  Eles terminaram de tocar e eu não pude evitar sorrir quando desceu do palco e veio ate mim. Todos aplaudiram a musica e eu sorri para ele.
  - Uma bomba relógio então? - ri de lado.
  - Você sabe, somos dois jovens sem conseqüência. Não precisamos de mais nada não é?
  - Você tem meu coração em suas mãos - disse rindo enquanto ele me embalava numa valsa calma que começara a tocar do palco. Vários casais dançavam ali.
  - E você tem o meu em suas mãos. - disse ele me olhando e rindo. Ri de lado.
  - Então, agora podemos dizer que tudo vai se estabilizar e dar certo? - perguntei me referindo ao nosso amor.
  - Já deu certo, eu jamais imaginaria outro final a nos dois. - ele disse me olhando serio. - Quero que seja para sempre. - ele sorriu.
  - Não entendi - disse tentando entender o que ele dissera.
  - Tudo o que nós passamos e vivemos esses meses para chegar a onde estamos hoje foi por um propósito único: para que tudo fosse verdadeiro e que nós não desistiríamos um do outro - ele dizia enquanto valsava comigo. - Eu quero que você seja minha pra sempre e não posso deixar que ninguém mude isso. Eu não vou deixar essa bomba explodir porque agora eu vou selar o que devia ter feito meses atrás. - ele sorria. - Casa comigo? - perguntou parando a nossa dança e me fitando de frente. Pegou em seu fraque uma pequena caixa de veludo vermelha e abriu mostrando ali um anel de ouro branco.
  Sorri ao ver a jóia e o fitei sem saber o que dizer.
  - Casar? - perguntei sem saber se ele estava mesmo falando serio, não acreditava.
  - Sim, casar. Você aceita?
  - Não posso emendar isso a um verso de Vegas porque estamos em Amsterdã - disse rindo e sorrindo em seguida pra ele. tombou a cabeça pra trás e riu gostosamente.
  - Eu estou te dando a chance de dizer eu aceito, agora - disse ele me fitando.
  - Pois então - eu fiz cara de suspense. - Eu aceito. - disse sorrindo oferecendo minha mão a ele. sorriu de orelha a orelha e pegou da caixa o anel e colocou no meu dedo.
  Sorri analisando a pequena jóia e peguei a aliança do lado e coloquei no dedo dele beijando seu dedo singelamente em seguida. sorriu em resposta e me abraçou. Nos separamos e ele me beijou carinhosamente.
  Logo ouvimos um grito de informando que os fogos estavam começando. Já era meia noite.
  Fomos ate a sacada do salão e olhamos Amsterdã inteira sendo colorida por fogos de artifício que queimavam o ar. me enlaçou pela cintura e pousou seu queixo em meu ombro.
  - Feliz Ano Novo - disse me dando um beijo na face. Me virei para ele e sorri antes de beijá-lo.
  - Feliz Ano Novo - sorri. - Daqui pra frente vai ser um ano diferente para ambos. - disse me referindo ao nosso futuro e olhando a brilhante aliança em meu dedo.
  - E eu vou lutar para que tudo seja eterno. - ele disse me abraçando.
  - Sempre foi eterno, nós só esperamos a oportunidade certa de tudo mudar e dar certo.
  - E deu mais que certo, agora você é minha. - ele disse sorrindo. O olhei de frente.
  - Sempre serei - disse beijando ele de leve. pousou as mãos na minha cintura e nos soltamos antes de nos entreolharmos e olharmos sorrindo para os fogos no céu. Era o fim de um ano longo e cheio de reviravoltas, erros, acertos, lagrimas, lutas e até mesmo paixões passageiras, mas era o inicio de um novo ano onde agora o amor era real e eu não poderia descrever o quão perfeito tudo seria se já estava tudo maravilhoso. Sorri de lado para quando este me abraçou por trás para contemplarmos mais uma vez o céu sendo engolido por fogos maravilhosos. Olhei os nossos amigos do nosso lado, sorri para Bea que sorriu de volta. piscou para mim demonstrando que aprovava tudo, e acenaram indicando que tudo ia dar certo. me olhou feliz e vi Caleb acenar positivamente para mim no canto da sacada.
  Toda a incerteza se foi quando me virei para e o abracei fortemente sendo correspondida por ele. Como se tudo fosse dar certo e agora nós tínhamos a certeza que essa bomba relógio jamais chegaria a explodir.
  Agora tudo estava bem.

Baby, we're like a time bomb
But I need it
Wouldn't have it any other way

FIM



Comentários da autora

Hey dudes! Depois de meses consegui concluir a fic mais enrolada que eu já fiz na vida! ÇSPALSÇALSÇASÇALS!
Sei que eu tinha dito que ela teria mais capítulos, mas achei melhor encerrar por aqui e não estender mais a trama, já fiz vocês leitoras sofrerem demais separadas do seu ATGuy :x ÇSPALSÇALSÇA; Espero que gostem do final, já que a fic seria baseada em ?Time-Bomb? mesmo. Bem, é isso. O final esta ai e espero que todas continuem lendo ?All Time Fuck? já que terminei essa fic.
Agradeço a todas que leram e comentaram até então. Dedico esse final a @bi_zao, @iamgaskarth, @hohohohopeful, @minadobrock, @rightfuckingirl e a @camihere_ que sempre me acompanharam até aqui e me apoiaram em escrever essa loucura ÇSPALSÇAL! Obrigada a elas e a vocês que leram até o final! Em breve terei mais fics, aguardem! :3
@coisadebarakat xx