Three Cheers For Two Years

Escrito por Ana Carolina Torrião | Revisado por Andressa

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Prólogo

  Quem um dia iria imaginar que uma noite mudaria a sua vida totalmente? Não eles, certamente. Uma troca de olhares, palavras ditas nos pés dos ouvidos, beijos e carícias trocados e se viram apaixonados. Ele que dizia que nunca iria se apaixonar e só queria festejar. Ela que dizia que depois de ter o coração partido não iria mais se apaixonar de novo, pois não queria se machucar.

  *FLASHBACK ON*
  - Eu amo você, sabia? - John disse um dia quando estavam sentados no sofá da casa de vendo um filme - Não sei por que estou dizendo isso. Só me deu vontade. Nunca senti isso por alguém. Só consigo pensar em você o dia todo. Acho que estou ficando louco. Você acha que eu to fic...? - ela calou a boca dele com um beijo.
  *FLASHBACK OF*

  Ficaram juntos por três anos. Dividiram sorrisos, segredos, risadas, sonhos e lágrimas. Amadureceram juntos, cresceram e aprenderam. Fizeram até planos de se casar. Até que um dia tudo acabou em um segundo. E parecia não ter mais volta. Até agora.

Capítulo 1

  'S POV
  Havia acabado de chegar ao prédio da 8123 Management para a ?misteriosa? reunião a qual Garrett e Pat disseram que eu deveria comparecer. Perguntei à secretária e ela falou que nenhum dos meninos havia chegado ainda, então resolvi sentar no grande sofá bege que havia ali. Fiquei observando a sala de espera enquanto lembrava-me de uma das vezes em que havia estado ali.

  *FLASHBACK ON*
  Eu corria. Corria o mais rápido que eu podia. As lágrimas, que insistiam em cair, obstruíam minha visão. Eu só sabia que tinha que sair daquele lugar. Não aguentaria nem mais um segundo dentro daquele prédio onde já havia me divertido tanto com meus melhores amigos. Naquele dia eu só queria sair de lá e nunca mais voltar.
  Não conseguia acreditar que ele poderia fazer isso comigo, me enganar assim. Naquele momento tudo que nós vivemos não significava mais nada. Todas as juras de amor, as palavras ditas, os momentos que passamos juntos viraram memórias que eu não queria mais reviver. Só sabia que nunca mais queria vê-lo.
  *FLASHBACK OF*

  Mas não consegui o que eu queria. Eu o vi no dia seguinte, quando voltei ao prédio onde me encontro hoje. Pois trabalhava, e ainda trabalho, na empresa que promove a banda dele, a The Maine. Então por isso tive que me acostumar com a presença constante dele. Nas festas, nas reuniões, nos lançamentos de clipes e nos shows. Depois de todo o processo de chorar e colocar todas as mágoas para fora, resolvi que era melhor se voltássemos a ser amigos, já que nos veríamos muitas vezes e todos os dias a partir dali. Já faz quase dois anos que isso aconteceu e a nossa relação tem sido bem natural. Ok, quem eu quero enganar? Nada é natural quando se fala de mim e John.
  Perdida em pensamentos, não percebo que ele entra na sala de espera com um Blackberry na mão, absorto com o objeto apertando muitos botões ao mesmo tempo e andando muito rápido. Ele para no balcão e pergunta algo á secretária, ao que ela responde sacudindo a cabeça negativamente. Ele respira aliviado. John se vira em direção ao grande sofá creme, sem me notar de verdade. Quando me viu ele tomou um susto, que me faz rir por vários minutos depois. Me levanto e o abraço. Ele me abraça de volta e beija o alto da minha cabeça.
  - Ei, para de rir de mim ok? - ele fala com uma falsa mágoa na voz.
  - Você devia ter visto a sua cara - falo, ainda rindo um pouco e voltando a sentar no sofá enquanto ele senta ao meu lado.
  - Tá, tá, tá! Não precisa ficar rindo tanto assim - ele revira os olhos, mas ri um pouco - A culpa é toda desse negócio aqui - ele me entrega o Blackberry - Não consigo entender como se usa e quanto mais eu tento mais obcecado eu fico. Me ajuda? - ele me olha com uma expressão de cão sem dono.
  Eu rio da expressão dele e o ensino o básico sobre como usar um Blackberry.
  - Ah, então quer dizer que quando eu ouvir esse barulhinho significa que alguém me mandou uma mensagem nesse trocinho? - eu rio e repondo que sim - Você é um gênio. Obrigado por esclarecer - ele me abraça apertado e me beija na bochecha.
  - De nada, estou a postos quando precisar - respondo, rindo.
  Essa era uma das coisas que eu mais gostava em John. Ele conseguia fazer qualquer pessoa rir do jeito dele. Esse foi também um dos motivos pelo qual eu não quis perder a amizade dele.
  - E aí, como vão as coisas com a A Rocket To The Moon? - ele pergunta enquanto guarda o Blackberry no bolso - O Halvo tá sendo bonzinho com você? Eu sei como aquele garoto pode ser irritante às vezes.
  - Ah, vão bem. Melhor agora que o Nick ta namorando a Brittany e eles aliviaram um pouco a pressão em mim.
  - Santo Nick - ele fala olhando para mim.
  - Santo Nick - repito, balançando a cabeça afirmativamente e olhando para um ponto fixo.
  Ficamos conversando por alguns minutos até que os meninos chegam e a secretária fala que nós podemos entrar na sala de reuniões, onde Tim nos espera.

Capítulo 2

  JOHN'S POV
  Nós nos sentamos nas cadeiras que foram colocadas lá pra nós. Tim e os idiotas dos meus amigos me deixaram no escuro sobre o assunto dessa reunião. Estão escondendo tudo de mim e eu imagino o que a tem a ver com isso. . Não dá pra acreditar que depois de quase dois anos ela ainda faz meu coração bater mais forte e me faz suar frio. Acho que o amor que sinto por ela nunca vai acabar. E mesmo que eu tente explicar que aquilo que aconteceu não foi por que eu quis, ela parece não me escutar.
  - Então, chamei vocês aqui hoje pra gente decidir os últimos detalhes do novo clipe - Tim explica enquanto se senta em uma cadeira também.
  - Vocês vão fazer um novo clipe? - falou exasperada - Como assim vocês não me contaram? É de que música? Me contem tudo agora! - ela falou, se endireitando na cadeira.
  - Você anda tão ocupada com a A Rocket To The Moon que nem tivemos tempo de te dizer - Tim explica enquanto Garrett ria da reação de - Mas a música é I?m Sorry e tivemos algumas ótimas ideias para o clipe.
  Tim explica tudo que nós viemos planejando durante duas semanas com o diretor, que entra na sala no momento em que Tim termina de contar os nossos planos para .
  - Então é você? - o diretor perguntou a ao cumprimenta-la - Vocês fizeram uma ótima escolha, meninos.
  - Eu oque? Que escolha? Hãn? - pergunta confusa enquanto apertava a mão do diretor.
  E ela não era a única, eu também não estava entendendo muito bem.
  - A garota que vai contracenar com John no clipe - Kennedy disse, simplesmente.

  'S POV
  - HÃN? OQUE? COMO ASSIM? - falei exasperada - NÃO MESMO.
  Não conseguia acreditar que foi pra isso que Garrett e Pat praticamente me obrigaram a vir a esta reunião. Eu não ia contracenar com o John em um clipe super romântico de jeito nenhum. Por quê? Ah, primeiro porque não gosto nenhum pouco dessas coisas. Não sou amiga deles por causa disso. Eu sei, é difícil de entender. Mas eu simplesmente não gosto. E segundo porque é um clipe romântico com o John. Clipe romântico. Eu. John. Isso não iria dar certo, de jeito nenhum.
  - Por que você não quer fazer? - Pat pergunta com um tom triste na voz.
  - Porque não! Vocês sabem que eu não gosto desse tipo de coisa.
  - Mas é pra gente! - Garrett falou - Por favor! - ele praticamente implorou.
  - Não, Garrett. Tem milhões de outras meninas que adorariam fazer o clipe. Por que eu? - perguntei cruzando os braços.
  - Porque você é a nossa melhor amiga - agora foi Jared que respondeu.
  - E porque a gente quer fazer com você - Kennedy explicou.
  Mordo o lábio e olho para John. De todos eles, ele foi o único que não me deu nenhuma razão para fazer o clipe com eles. Ele olha para mim e levanta as sobrancelhas. Expiro exasperada e olho pra Tim. Ele sorri, já entendendo e me passa alguns papéis com a programação e duas passagens aéreas.
  - O avião sai amanhã às dez da manhã. Esteja pronta - ele me fala com um ar de riso na voz.
  Pego os papéis e as passagens que ele me deu e me levanto.
  - Eu odeio vocês - falo sem olhar para nenhum deles em especial.
  Quando saio pela porta escuto Garrett falando atrás de mim:
  - Você nos ama demais, isso sim.
  Fecho a porta da sala com força atrás de mim e saí andando a passos largos para a rua, pegando o celular dentro da bolsa e já discando o número de . Ela atende no quarto toque.
  - Alô? - ela fala do outro lado da linha, meio distraída.
  - Você não vai acreditar no que acabou de acontecer. Aqueles idiotas me fizeram concordarem contracenar com o John no clipe de I?m Sorry que por sinal vai ser super romântico e eu tenho medo de, sei lá, os sentimentos que eu tinha por ele voltarem ou algo assim, mas não sei oque fazer agora, porque já concordei! O que eu faço? - falo rapidamente e desesperadamente.
  - Ai, para Nick! ? fala rindo, do outro lado da linha.
  - Tá brincando comigo, né? - eu falo, irritada. Não acreditava que eu estava desesperada por ajuda e quando eu ligo para a única pessoa capaz de me dar essa ajuda, ela fica se pegando com o namorado enquanto eu estou surtando - Eu to enlouquecendo aqui e você fica aí, se pegando com o Santino?
  Desligo o telefone sem esperar por uma resposta. Estava irritada demais para esperar. Irritada comigo por deixar eles me persuadirem a isso e irritada com eles por terem me escolhido.
  Voltei andando para casa, pensando em como iria fugir dessa situação.

Capítulo 3

  Acordei cedo naquela sexta-feira. Tomei um banho, me arrumei, coloquei minhas malas no carro e dirigi até o aeroporto. Não tinha encontrado um jeito de me livrar dessa ideia dos meninos de fazer o clipe com o John. Agora teria que fazer tudo que o diretor dissesse e fingir que estava tudo bem. Mas eu sabia que não estava. O problema era que eu tinha medo de, depois de contracenar com ele em todas aquelas situações românticas, voltar a sentir alguma coisa pelo John. Porque eu posso ter tido alguns namorados depois dele, mas a verdade é que eu nunca vou amar alguém como eu o amei.
  Estaciono meu carro, na vaga onde ele ficaria pelos próximos três dias, e empurro um carrinho com as minhas malas até o lugar onde os meninos estão me esperando. Ficamos conversando por alguns minutos e entramos no avião pouco tempo depois. Depois de percorrer os 8479 km de distância, chegamos a Londres e vamos para o hotel.
  - Vocês tem o dia de folga hoje - Tim nos fala quando já estávamos no saguão do hotel e o carinha já havia levado as nossas malas para os quartos - Só não fiquem muito bêbados, porque amanhã vamos começar as gravações, ok?
  Os meninos assentiram. Eu subi para o meu quarto, tomei um banho e me arrumei. Ao descer percebo que Kennedy e Pat ainda estavam no saguão, sentados no sofá.
  - Ei, você vai fazer o que no dia de folga, hmm? - Kennedy me pergunta levantando as sobrancelhas e vindo em direção a mim com Garrett atrás dele.
  - Eu tava pensando em visitar os pontos turísticos daqui e só. Por quê?
  - Porque os caras foram comprar cds e deixaram a gente aqui - Pat responde - A gente pode ir com você?
  - Claro, mas só se o Kennedy prometer que não vai pular em cada garota que a gente vir - falo séria.
  - HAHAHA, engraçadinha - Kennedy revira os olhos enquanto eu e Pat rimos.
  Saímos do hotel e passamos a tarde toda andando por Londres. Tiramos fotos, rimos, nos perdemos algumas vezes e visitamos alguns museus (Kennedy e Pat não gostaram muito dessa parte). Na metade da tarde Kennedy trouxe uma garota até mim e Pat, a apresenta com Amelia e passa o resto da tarde toda andando conosco e de mãos dadas com ela. Eu sabia que ele só estava fazendo isso para me irritar e por causa do que eu disse no hotel.
  Quando já estava ficando escuro resolvemos voltar para o hotel e Amelia veio junto. Subo com os meninos para o quarto deles para guardar as nossas compras e quando abrimos a porta, o lugar está uma zona. O resto dos meninos organizou uma pequena festinha e haviam chamado os garotos da banda You Me At Six e todos pareciam está bebendo há algum tempo, menos Jared que, de algum modo, ainda estava sóbrio, pelo estado em que eles se encontravam. Pat e Kennedy foram logo fazer seus copos, o segundo ainda segurando Amelia pela mão. Resolvi guardar as compras ali mesmo e voltar para meu quarto, mas quando estou saindo pela porta, Jared me chama e me dá um copo com uma bebida transparente dentro de onde eu sinto um cheiro de vodca.
  - Não vou beber hoje, Jared - falo para ele e faço menção de entregar o copo, mas ele não pega de volta.
  - Vai sim. Não vou deixar você ficar sozinha naquele quarto envelhecendo. Você vai aproveitar com a gente - ele falou enquanto me puxa e me faz sentar em um pequeno sofá que há ali.
  Envelhecendo? Acho que Jared não está lá tão sóbrio. Sento-me no sofá e bebo um gole da bebida. Vodca pura. Nenhuma gotinha sequer de outra bebida, nem pra aliviar o teor do álcool. Tusso um pouco e deixo o copo de lado, vendo uma garrafa de tequila em cima de uma mesinha. Pego um novo copo e coloco um pouco. Engulo tudo de uma vez e sinto a bebida descer ardendo na minha garganta. Bem melhor. Continuamos bebendo e conversando pelo resto da noite.

  JARED'S POV
  Acho que nunca havia visto aqueles garotos tão bêbados. E olha que eu já participei de muitas dessas festinhas e algumas delas foram particularmente insanas. Até estava bêbada. . Que sempre cuidava da nossa ressaca. Agora eu teria que cuidar dela, já que todos os outros estavam ainda piores do que ela, e John ainda não havia chegado.

  *FLASHBACK ON*
  Estava em uma loja da cds com John e Garrett. O segundo olhava alguns discos, distraído e John olhava a rua na frente da loja e parecia estar com a cabeça em algum lugar bem longe dali.
  - O que foi, cara? - pergunto, colocando uma mão no ombro dele.
  - Hãn? Ah, nada, nada - ele respondeu, sacudindo a cabeça devagar - Só estava pensando um pouco.
  - Na - não era uma pergunta.
  Ele só dá um meio sorriso triste.
  - Acho que vou dar uma caminhada - falou depois de um tempo em silêncio.
  - Claro, cara - respondo o vendo ir andando pela rua de cabeça baixa.
  *FLASHBACK OF*

  Acho que nunca tinha visto John tão triste como quando terminou com ele. Se o que ele me disse é verdade, ele merece uma segunda chance, com certeza. Mas é cabeça dura e orgulhosa demais para ouvir.
  Ele ainda não havia voltado e já estava pensando onde John poderia estar.
  Sinto sentando-se ao meu lado no sofá.
  - Cadê o seu amigo, Jared? - ela pergunta enrolando a língua um pouco.
  - Qual deles? - pergunto.
  - Aquele safado do O?Callaghan - ela responde, antes de dar mais um gole na tequila.
  - Saiu por aí - falo pegando o copo da mão dela e ela não protesta.
  - Ele não presta sabia? - ela fala, se endireitando no sofá - Fala que me ama por três anos e depois me trai com a minha irmã? Me ama o escambau!
  - Isso não aconteceu por que ele quis, - tento explicar e defender meu amigo.
  - Ah tadinho! Ele é tão inocente, não é? - ela fala irônica - Sabe oque mais me irrita? O fato de eu odiar ele e ainda ter que fingir ser amiga dele, quando... - ela não continua, pois se distrai com um botão da sua blusa.
  - Quando...? - pergunto a incentivando a continuar..
  - O que? - ela pergunta distraída.
  - Você estava falando sobre o John. Que o odiava, mas que tinha que fingir ser amiga dele...
  - AH! - ela me interrompe - Só que na verdade...
  Ela segura no meu braço e fala no meu ouvido:
  - Shhhh... é segredo tá? - assinto, rindo fraco - Só que na verdade... eu ainda o amo.
  Ela fala e adormece com a cabeça deitada no meu ombro. Tento absorver o que ela acabou de me dizer, mas o álcool ainda corre pelas minhas veias e o sono estava começando a me consumir. Resolvi levá-la para seu quarto. Pego nos braços e saio com ela. Enquanto andava pelo corredor em busca da porta do seu quarto, tenho uma ideia. Resolvo mudar meu curso, por causa do que ela me disse alguns minutos atrás. Dou meia volta e paro na frente da porta que não era meu primeiro destino. Abro-a e vejo o quarto intocado. Coloco sob as cobertas e saio, fechando a porta atrás de mim e pensando no que ela iria me dizer quando acordasse amanhã.

Capítulo 4

  ?S POV
  Abri os olhos sem reconhecer o lugar onde estava, até que me lembro do dia de ontem e suspiro. Minha cabeça latejava forte e eu já sentia os primeiros sintomas da ressaca que tanto temia. Viro-me de lado na cama e fecho os olhos só para abri-los novamente e encontrar outro par de olhos fechados bem perto de mim. Meu coração bate forte quando acompanho com os olhos o corpo dele, que está embaixo das cobertas, e volto a olhar seu rosto, vendo os cabelos desgrenhados que eu tanto adoro. Arregalo os olhos ao perceber que estou no quarto de John, dormindo na cama dele. Como eu vim parar aqui? Levanto as cobertas com as quais estou enrolada e percebo que estou completamente vestida, ainda com as roupas de ontem. Suspiro, aliviada. Decido sair dali, antes que John acorde. Saio de baixo das cobertas retirando minha mão da dele devagar. Pego meus sapatos nas mãos e saio do quarto, fechando a porta devagar atrás de mim.
  - Onde está meu celular? - falo comigo mesmo, procurando o objeto nos bolsos.
  Lembro-me da noite anterior e que havia deixado minha bolsa no quarto de Jared e Pat. Ando devagar pelo corredor, ainda sentindo minha cabeça latejar. Ao chegar em frente à porta a abro devagar, sem querer acordá-los. Pat ainda está dormindo como uma pedra e Jared estava sentado no pequeno sofá que havia ali, tomando um café.
  - Bom dia - ele sussurra do sofá - Por que você ainda está com as roupas de ontem? - ele ri fraco.
  - Bom dia - falo, procurando minha bolsa - Não sei, adormeci assim - sinto minhas bochechas queimando.
  - Hmm - ele faz, bebendo seu café.
  Acho minha bolsa perto da cama de Pat e quando vou saindo pela porta, lembro-me que estava conversando com Jared e talvez ela saiba como fui parar no quarto do John.
  - Você... - falo virando-me para ele e o pego me observando com uma expressão inocente no rosto.
  - O que? - ele pergunta, naturalmente.
  - Er... nada. Deixa pra lá - falo e me viro para a porta de novo - Te vejo mais tarde - saio, fecho a porta e vou para o meu quarto.
  Tomo um banho, visto uma roupa, penteio meus cabelos ainda molhados e tomo dois analgésicos tentando fazer com que a dor na minha cabeça passe. Deito-me um pouco na cama esperando que Tim me ligue para começarmos as gravações. Depois de mais ou menos uma hora, meu celular toca. John. O nome pisca na pequena tela. Pego o aparelho e atendo.
  - Bom dia! - ele fala animado do outro lado da linha - Vamos começar as gravações daqui a pouco. Só falta você e o Pat.
  - Já to descendo. Té mais.
  - Até ? ele desliga.
  Pego meus óculos, minha bolsa e uma garrafa de água e desço para o saguão.
  - Bom dia - John fala quando chego lá e me abraça enquanto eu repondo.
  - Pronta pra fingir que está apaixonada por mim? - ele pergunta, com ar de riso na voz e levantando as sobrancelhas.
  - HAHAHA. Vamos acabar logo com isso - falo, colocando os óculos escuros e andando em direção à van que nos levaria para o local das gravações.
  Esse dia seria longo, extremamente longo. E eu mal podia esperar pra que acabasse.

  *3 MESES DEPOIS*
  O dia da festa de lançamento estava cada vez mais perto e ainda precisa organizar os últimos detalhes.
  Estava no grande galpão que os meninos haviam escolhido para ser o local do lançamento do novo clipe, ao qual eu fui persuadida a participar e passei momentos desconfortáveis fingindo estar apaixonada pelo meu ex-namorado, que na verdade sempre será o grande amor da minha vida, quando meu celular toca. . Minha irmã me ligando? O que poderia ter acontecido? Atendo a ligação, já pensando no pior.
  - Alô? O que aconteceu, ? É a mamãe? - atendo o telefone, já pensando que poderia ser algum dos constantes problemas de saúde da nossa mãe.
  - Não posso ligar para minha irmã só pra conversar? - falou indignada do outro lado da linha - Nossa.
  - Faz quase dois anos que você me liga - explico - Por que você tá me ligando agora?
  - Foi por isso que eu liguei agora. Estou com saudades de você - ela fala, com um tom de voz meio constrangido - Você não pode vir aqui em casa?
  - Hmm... Claro - falo meio confusa - Já chego aí.
  - Ok, vou te esperar - ela responde e desliga o telefone.
  Desligo o telefone e aviso ao pessoal que está organizando a festa comigo, que vou sair por alguns minutos e que depois volto.
  Entro no carro e dou a partida. Passo todo o percurso até a casa da minha irmã pensando no que ela poderia querer comigo. Desde o incidente com ela e John que causou o meu término com ele, não a vi mais nem nos falamos.
  Chego à casa, desço do carro e abro a porta com a chave que ela mantém embaixo do tapete da frente. está sentada no sofá, vendo tv.
  - Mana! - ela grita enquanto corre para me dar um abraço - Já estava morrendo de saudades!
  - Oi pra você também, - falo rindo enquanto a abraço. Eu já havia perdoado . A culpa era toda de John. Eu sabia disso, já conhecia o tipo dele.
  Ela me puxou para a cozinha e tirou um bolo de chocolate que ela havia feito. Comemos o bolo juntas enquanto falamos sobre como as nossas vidas estavam. Contei para ela sobre o clipe e a festa que iria acontecer amanhã e ela me contou sobre o rapaz que ela estava namorando, o que nos levou ao assunto John O?callaghan.
  - Como está o John? - ela pergunta, comendo mais um pedaço de bolo.
  - Ah, acho que ele está bem - respondo meio distraída.
  - Como assim ?acho que ele está bem?? - ela pergunta confusa - Vocês não tem se visto?
  - Claro que sim, mas é que as coisas são meio estranhas entre nós - respondo - Desde o incidente...
  - Hmm - ela faz - Ele deve estar quase morrendo por isso. Ele era realmente apaixonado por você. Sabe... Quando eu o beijei... a única coisa que ele sabia dizer era - ela imita a voz de John - ?Para com isso . Isso é errado. Você vai magoar a . Eu a amo.? - e agora, voltando para seu próprio tom de voz - Acho que ele nunca superou você, você partiu o coração dele, sabe. Ele não teve culpa. Eu sou a culpada por aquilo ter acontecido.

Capítulo 5

  - O quê? - pergunto confusa - Como assim você é a culpada?
  Eu não podia acreditar que o que John veio me dizendo desde aquele dia era verdade. Que ele não tinha nada a ver com aquilo e que tinha sido que o havia ?atacado?. Por causa de eu passei esses dois anos me torturando e fingindo não estar mais apaixonada por John porque me recusava a deixar o meu coração me guiar.
  - É verdade - ela falou e começou a explicar que naquele dia ela o havia encontrado sozinho no prédio da 8123 Management, quando ela estava me ajudando com o meu trabalho, e não pensou duas vezes. Ela sempre tinha tido uma queda por John e quando o viu lá não conseguiu se controlar e o beijou. Ele protestava e tentava fazê-la parar, mas ela não fazia o que ele dizia e foi aí que eu os encontrei e pensei que a culpa era de John.
  Eu simplesmente não podia acreditar. Só sabia que tinha que conversar com John sobre isso. Na minha cabeça eu entendia tudo aquilo como uma chance de nós dois reatarmos. E naquele momento era tudo que eu queria. Estar com ele. A verdade era que as gravações do clipe, em todas aquelas situações românticas de coisas que nós costumávamos fazer juntos, fizeram acontecer oque eu mais temia. O amor que eu sempre senti por ele me tomou ainda mais forte e eu só queria estar com ele de novo. Sentir seus braços em volta do meu corpo, seus beijos e suas carícias.
  Saí da casa ignorando todos os chamados de para que a gente conversasse sobre aquilo. Entrei no meu carro e dirigi na direção da casa de John. Bati na porta, mas não havia ninguém ali. Peguei meu celular e disquei o número dele, mas ele não atendeu. O único jeito de conversar com ele seria esperando até amanhã, na hora da festa.
  Entro no carro e volto para o galpão onde seria a festa. Passo o resto da tarde trabalhando na finalização dos detalhes e volto para casa à noite, ainda pensando no assunto que havia conversado com à tarde.

  Acordo cedo no outro dia e procuro meu celular para ver a hora, mas outra coisa chama a minha atenção. O aparelho me informa que era dia dois de setembro. Hoje fazia exatamente dois anos que eu e John havíamos terminado o namoro. E teríamos ainda a festa de lançamento de um clipe que nós fizemos juntos. Fingindo estar apaixonados. Quer dizer, não totalmente fingindo.
  Levanto-me da cama, tomo um banho e um reforçado café da manhã e vou para o local da festa. Teria que ficar o dia todo lá, orientando todas as pessoas que montariam a festa.
  Após ficar o dia todo no grande galpão trabalhando, tudo que eu queria era tomar um banho quente e dormir pelo resto da noite, mas, como a mensagem que John me mandou a tarde dizia, devia estar na festa, pois também era uma das ?estrelas? da festa. Voltei para casa para tomar um banho e me arrumar. Vesti meu vestido(clique aqui para ver o vestido), terminei de me arrumar rapidamente e fui para a festa. Ao chegar lá o lugar já estava cheio. A The Maine já estava presente, assim como todas as outras bandas convidadas, como All Time Low, A Rocket To The Moon, We The Kings, Taking Back Sunday e We Are The In Crowd. Encontro com o pessoal da A Rocket To The Moon, a puxo de lado e conto tudo sobre o que me disse no dia anterior.
  - SÉRIO? - ela fala estupefata - Sua irmã é uma safada mesmo, hein.
  Começamos a rir juntas e ela olha para algum ponto atrás de mim.
  - Alguém está de olho em você - ela fala enquanto eu me viro só para ver que John está me olhando um pouco de longe e sorrindo para mim, eu sorrio de volta.
  - Vai lá - fala, me empurrando em direção a ele.
  Ando até ele e quando chegamos perto um do outro ele pega minha mão e me faz girar para ter uma visão completa da minha roupa.
  - Se vestiu tão bem assim para alguém - ele diz no meu ouvido.
  - Para mim mesmo. Por quê? - falo ao pé do ouvido dele também.
  - Fez um ótimo trabalho. Você está brilhando mais do que a banda da noite, sabia? - ele fala, divertido.
  Olho nos olhos dele e sorrio, sentindo minhas bochechas queimarem. Ele sorri e beija minha testa. Estava tentando tomar coragem para falar com ele sobre aquele assunto, mas não consigo. Quando estou com ele parece que as células do meu corpo não respondem aos meus comandos.
  Começa a tocar uma música lenta nos auto falantes. Give Me Love, do cantor Ed Sheeran. Uma das minhas preferidas. John olha para mim com uma expressão sugestiva no rosto.
  - Me dá a honra dessa dança, senhorita? - ele pergunta.
  Eu rio e o puxo pela mão para o meio da pista de dança. Começamos a dançar lentamente, de um lado para o outro. Meus braços envolvem seu pescoço e os dele envolvem a minha cintura. Passamos a maior parte da música só olhando um para o outro. Havia muitas palavras não ditas naquela troca de olhares.
  Ao fim da música nos soltamos e vamos para o lugar onde os meninos estão. Ficamos todos conversando por um bom tempo, até que Tim sobe no palco e anuncia que vão reproduzir o clipe de I?m Sorry pela primeira vez. Seguem alguns gritos das pessoas presentes e começam a reprodução. O clipe começa com John sentado em um banco, daquele tipo de banco de parque, e quando ele começa a cantar ele se levanta e começa a andar pela rua, com as mãos nos bolsos do casaco. Os meninos aparecem durante a caminhada de John, sentados ou em bancos, similares ao que ele estava sentado no começo, ou sentados no chão. Enquanto ele anda pelas ruas, aparecem algumas cenas das que nós gravamos juntos. Nós abraçados andando normalmente ou brincando na areia como duas crianças ou nos beijando. O clipe continua assim até o final, quando a câmera foca no rosto de John e depois mostra o banco onde ele estava sentado antes, agora ocupado por mim de cabeça baixa. Ele fala as duas últimas palavras da música olhando nos meus olhos e eu baixo a cabeça tristemente. Os últimos acordes da música são tocados e a projeção fica preta, indicando o fim do clipe. Segue uma rodada de aplausos e gritos da plateia e nós subimos no palco por alguns minutos e depois voltamos para onde estávamos antes.
   corre para mim e me parabeniza, dizendo que a minha atuação foi muito convincente.
  - Convincente demais até - ela fala olhando para mim, desafiando-me a admitir que ainda gosto do John.
  Mas não tenho tempo pra isso, pois John pega a minha mão e me puxa para um lugar onde nós podemos ficar sozinhos.
  - Preciso te dizer uma coisa - ele fala sério - Aquela música, I?m Sorry. Eu escrevi para você. É sobre nós dois, sobre o que eu quero te dizer, sobre o que eu sempre quis te dizer desde o dois de fevereiro de dois anos atrás. Me desculpe se eu te decepcionei. Me desculpe por ter te magoado. De verdade. Eu nunca quis te magoar, nem te decepcionar...
  - Eu sei, John - eu o interrompo e ele olha para mim confuso. Falo para ele sobre o minha conversa com e que não queria mais saber de ficar longe dele. Ele olha pra mim confuso e não o deixo dizer mais nada.
  - Tive uma ideia. Que tal se a gente transformar esse triste aniversário em algo melhor? Que tal se de agora em diante o dia dois de fevereiro seja marcado como ?o dia em que nós reatamos e em que decidimos não deixar nada mais nos atrapalhar?? - eu pergunto sorrindo.
  Ele não responde. Só me pega pela cintura e me beija intensamente. Aproveito todos os segundos daquele beijo, matando toda a saudade que eu tinha daqueles lábios colados nos meus. Nós nos soltamos depois algum tempo e ele olha nos meus olhos, ainda me abraçando pela cintura.
  - Concordo plenamente - ele sorri - Eu te amo, .
  - Eu também de amo, John - sorrio e o beijo de novo, querendo congelar aquele momento e viver assim para sempre.

THE END



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