Three Cheers For My Sweet Revenge

Escrito por Leeh Way | Revisada por Any

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Prólogo

  Não existia pessoa nesse mundo que eu amasse mais do que . Ele era meu tudo, minha vida e muitas vezes meu oxigênio. Concordo que isso, agora, me parece exagerado, mas antes, era tudo lindo. Eu o amava e ele me amava. Nós éramos um casal lindo e sempre dizia que seria incapaz de me machucar, de machucar as pessoas que eu amo... Eu acreditei!
  Eu confiei minha vida a ele; o que eu recebera em troca foi só aquele sentimento ruim nascendo no meu peito como se fosse erva daninha e agora não tinha mais volta!


Capítulo 01. Você não vai sair dessa vivo...

  - Eu queria entender o que eu fiz pra você, ! - disse entrando na casa da amiga junto com o namorado, .
  Desde a casa dela, os dois estavam discutindo. Ele dizendo que ela seria capaz de traí-lo e a garota tentando provar sempre ao contrário.
  - Você ainda não fez nada, mas sei que vai fazer! - respondeu puxando a namorada pelo braço para que esta andasse mais rápido.
  - GERARD, SOLTA MEU BRAÇO! - reclamou puxando o braço para se livrar de , porém, sem sucesso algum.
  - Você anda um pouco devagar demais! - ele continuou arrastando-a em direção à casa de que estava dando uma festa.
   era a melhor amiga de e as duas estavam sempre juntas. Mas de uns tempos pra cá andava estranha e distante, sempre distraída e com um sorriso um pouco perverso nos lábios.
  - Chega , chega de show! Eu não quero estragar a festa da por sua causa! - avisou puxando seu braço com força e parando em frente a casa da amiga - Não quero ficar brigada com você! - ela respirou fundo tentando não brigar mais do que já havia brigado.
  - Pra mim, tanto faz! - respondeu friamente, dando de ombros.
  - Eu não estou te entendendo! Você está agindo como se tivesse visto eu te traindo... - ela balançou a cabeça, ficando triste.
   não esperava uma atitude daquelas vinda de .
  - A questão não é essa! Eu simplesmente não te amo mais.... Não preciso mais de você! - ele disse fazendo com que os olhos dela se enchessem de lágrimas.
  - Você mentiu quando disse que nunca me machucaria! - ela o empurrou e entrou correndo na casa de que estava lotada de pessoas dançando, se divertindo.
   procurou por todos os cantos e depois de muitos minutos, fora encontrá-la aos beijos com um garoto que parecia muito com seu melhor amigo,    . Ela ignorou o garoto e puxou .
  - O que houve, ?? - perguntou recuperando o folego.
  - O ! - desabou em lágrimas e com pena a abraçou.
  - O que aconteceu com ele? - perguntou tentando ajudá-la.
  - Ele disse coisas horríveis agora a pouco! Coisas que ele prometeu que jamais diria pra mim... - se afastou, enxugando as lágrimas.
  Estava sendo ridícula em estragar a festa da amiga com seus dramas.
  - Desculpe! Eu não queria ocupar seu tempo com meus dramas! - ela tentou sorrir e depois se afastou deixando confusa.
  - Hey , vem aqui! - ela chamou, sua voz sendo abafada pela multidão.
   não respondeu, apenas seguiu para a piscina e lá ficou sentada; Distante o suficiente para que não se molhasse e perto o bastante para que pudesse se afogar em seus próprios problemas.
  Ela não estava acreditando que fora capaz de ser tão estupidamente frio e mentiroso com ela. Ele nunca agira assim, sendo assim, tinha certeza de que alguma coisa realmente havia acontecido; tinha problemas com drogas desde que se conheceram, e ele havia prometido parar, mas sabia que não seria fácil. Ela sabia que ele conseguiria ficar uns meses sem se drogar, mas que depois tudo voltaria ao normal e ele se drogaria, agiria estranho e depois ficaria sumido por alguns dias. conhecia o suficiente para dizer que com certeza ele estava drogado.
  Pensou em procurar pelo namorado, mas depois desistiu ao lembrar de suas palavras: ?Eu simplesmente não te amo mais.... Não preciso mais de você?. Seu peito doeu, mas não era tristeza, era um sentimento forte. Uma raiva e vontade de procurá-lo e acabar com toda a sua alegria. Mas ela resolveu não fazer nada, simplesmente permaneceu ali sentada, sozinha, observando a todos se divertirem.
  - O que aconteceu, ? - peguntou , seu melhor amigo, se sentando ao lado dela.
   sorriu, precisava conversar com alguém e ninguém melhor do para isso.
  - me causando problemas! - ela murmurou sem sequer encarar o amigo, pois sabia que teria uma crise de choro.
   achava que se conhecia o suficiente para dizer que era fraca.
  - O que ele fez? - perguntou tentando roubar um pouco da atenção de , mas parecia impossível.
  - Ah, , ele disse que não me ama mais e que não precisa mais de mim...- ela suspirou tentando segurar as lágrimas, mas estava sendo bem difícil.
  - Não ligue pra ele, o é um completo babaca eu sempre te disse isso! - murmurou conseguindo com que olhasse para ele.
  - Mas eu o amo! Fica difícil ignorá-lo se eu o amo! - ela explicou, a voz trêmula, estava prestes a chorar.
  - , você já parou pra pensar que existem pessoas que te amam muito mais do que ele? - perguntou fazendo a garota ficar um pouco confusa - Dê chance a essas pessoas...
   o encarou, confusa. Não estava entendendo que pessoas ele estava querendo dizer, porque para ela a única pessoa que a amava nesse mundo era e mais ninguém.
  - E quem é essa pessoa? - ela perguntou ainda bastante confusa.
  - Eu! - puxou a amiga para um beijo calmo e doce.
   sentiu na alma o quanto a amava e se lembrara que este sentimento não era de hoje. Desde que ela conhecia ele a amava; Mas não somente como bons amigos se amam e sim como um homem ama uma mulher.
  Entregou-se ao beijo sem pensar duas vezes. Se não a amava mais, então que ele arrumasse algo para se ocupar, alguém para perder seu tempo com ele ou algo do tipo porque talvez fosse melhor ela se ocupar com alguém que a amasse verdadeiramente.
  - O QUE É ISSO? - gritou aparecendo ao lado dos dois.
   empurrou surpresa com toda indignação presente na voz de .
  - Pensei que você não precisasse mais de mim! - ela respondeu o encarando com um sentimento ruim que beirava a raiva.
  - E eu realmente não preciso! Mas nós ainda estamos juntos então você me deve respeito! - avisou a puxando pelo braço outra vez e tentando arrastá-la para dentro da casa.
  - Você não respeita pra ser respeitado , portanto, eu não posso te respeitar! - respondeu , puxando seu braço com força, tentando se soltar.
  - Solta ela, ! - mandou se levantando e tentando livrá-la de .
  - Não se mete, ! - avisou com a voz cheia de ódio.
   arrastou a garota escada acima e levou para o quarto de . Ele a empurrou na cama, fazendo com que batesse a cabeça no encosto da mesma.
  - Ódio é a palavra certa para expressar o que eu sinto por você, ? - ele perguntou tentando ao máximo se controlar.
  - Eu já sei que você não me ama, e não preciso que você fique repetindo isso pra mim! - avisou se sentando na cama, massageando na cabeça o local que havia batido.
  - Bem que me avisou sobre você e ! - ele balançou a cabeça ignorando o que havia dito e caminhou de um lado para o outro.
  - avisou o que? - perguntou indignada, arregalando os olhos.
  - Verdade, , avisou o quê? - perguntou entrando no quarto.
  - Não se façam de inocentes! Você , estava me traindo com ! - ele respondeu puxando pela perna para o chão.
  Era incrível como a força de uma pessoa com ódio e raiva, aumentava. Com não seria diferente.
  - Ai, , você me machucou... - ela reclamou tentando se levantar do chão. Mas a empurrou de volta, fazendo com que ela batesse a cabeça outra vez.
  - Era a intenção! - avisou a empurrando outra vez contra o chão, mas dessa vez tomou uma atitude.
   puxou pelo braçou e deu-lhe um soco no rosto, conseguindo arrancar sangue.
  - Se você encostar a mão nela, eu juro que não sai daqui vivo! - ele avisou com a voz firme, cheia de ódio.
   riu fazendo com que balançasse a cabeça confusa enquanto a ajudava se levantar.
  - Por que você está fazendo isso? - ela perguntou amargurada.
   nunca fora uma pessoa violenta, nem com ela e muito menos com os amigos dela. Nem mesmo quando estava drogado ele agia daquela forma.
  - Por que eu não suporto a ideia de saber que você vai amar outra pessoa na sua vida que não seja eu.... - ele explicou, deixando bem claro que seu estado mental não era dos melhores.
  - Eu amo você , aliás, amava, mas você está agindo com um louco! - ela explicou, tentando manter a calma, mas não estava conseguindo, apesar de todo o esforço.
  - Você precisa se tratar, meu amigo! - disse se sentando na cama ao lado de e tendo a sensação que aquele momento de calmaria não duraria por muito tempo.
  - NÃO PRECISO ME TRATAR! - ele gritou puxando pra perto dele - Vou mostrar pra você , a quem pertence! - ele rasgou o vestido dela tentando possuí-la ali, na frente de .
  - ME SOLTA, GERARD! - tentou se livrar dos beijos de enquanto tentava empurra-lo.
  - SOLTA ELA! - empurrou , fazendo com que este batesse as costas na parede.
  - Quem você pensa que é pra me dizer o que devo ou não fazer? - questionou se aproximando de , os olhos fulminando de ódio.
  - Eu disse e vou repetir, se você relar mais um desses seus dedos sujos nela, você não sai daqui vivo! - ameçou , se colocando a frente da garota que tremia com seu vestido azul todo rasgado.
  - É o que veremos! - puxou pela camiseta batendo sua cabeça com força na quina da cama.
   paralisou ao ver a cena. Seu amigo de infância estava ali, apanhando feio e ela não conseguia nem mesmo se mover pelo choque.
  - Para, por favor, ! - implorou, mas a voz não saia direito.
   continuoou batendo a cabeça de contra a quina da cama e sangue escorria pelo chão. Depois ele jogou o corpo ao chão e continuou chutando, pisando, destroçando cada parte de . Em questão de segundos, não respirava mais.
  - Oh meu deus, Gerad o que você fez! - se ajoelhou no chão, ao lado do corpo todo ensanguentado de .
  Ela não conseguiu acreditar que havia matado seu melhor amigo de infância; ele não estava sóbrio, agora , tinha mais do que certeza. duvidara que faria aquilo sóbrio.
  - Por quê? - ela questionou ao ver com os olhos arregalados parado na porta.
  - Eu... - ele não tinha palavras, estava em choque.
  Como qualquer outra pessoa em um ataque de ira, ele estava se arrependendo.
  - Droga! - ele murmurou se aproximando de e de que estava morto no chão.
  - Não se aproxime de mim! - avisou Ros,e a voz tão firme como ele nunca havia ouvido.
  - Eu... - ele tentou se explicar.
  - Você não vai sair dessa vivo! - se levantou tentando ser forte o suficiente e deu um soco no olho de , tamanha a raiva que sua força fora aumentada.
  - Me desculpe, você sabe que eu não estou bem, você sabe de todos os meus problemas! - ele tentou se explicar outra vez, mas recebeu outro soco no rosto.
  - Você não vai sair dessa vivo! - ela saiu com o vestido rasgado pela festa, todo ensaguentada, sem se importar com os olhares das poucas pessoas que ainda estavam na festa e sumiu no mundo depois disso.

Capítulo 02. A carta.

  P.O.V

  De volta a cidade, eu me sentia completamente renovada. Nunca esqueci o que acontecera com meu amigo dois anos atrás, por isso eu estava voltando; estava atrás de justiça e já que não foi preso como culpado, eu faria justiça com as minhas próprias mãos se necessário.
  Comecei alugando um quarto no hotel mais fuleiro da cidade: o Bella muerte. Local preferido de pessoas ruins e mesmo que eu não fosse uma delas me hospedaria ali assim mesmo. Eu tinha um plano um pouco teatral e mirabolante, mas eu sabia que daria certo.
  Me sentei a escrivaninha, tentando me concentrar com papel e caneta em mãos. Eu iria escrever uma carta a , isso era apenas um aperitivo, uma amostra, um sinal de que eu ainda estava viva.

  Querido !
  Duvido que você ainda se lembre de mim, mas eu nunca esqueci da sua inútil existência nesse mundo. Por este motivo, estou lhe avisando que eu voltei....

  Sabia que uma carta demonstrando bem minhas reais intenções acabaria com o andamento do meu plano inteiro. Sendo assim, rasguei o papel e recomecei a carta, tentando pelo menos parecer doce, com saudade e fazer com que ele tenha vontade de me ver.

  Querido .
  Duvido que você se recorde da minha existência, porque já fazem quase quatro anos que toda aquela porcaria aconteceu na casa da ; Quase quatro anos que eu deixei você pra trás, sem que soubesse se eu me sentia cheia de ódio ou então sem nenhum sentimento ruim sobre tudo que aconteceu.
  Voltei, como um pedido de desculpa, queria te ver e poder dizer o quanto gastar tempo com você me faz falta. Na realidade tudo que vem de você me faz falta, porque você preenchia o vazio no meu peito e agora não tenho mais ninguém que possa fazer isso.
  Desculpa se um dia eu disse que te odiava, mas no momento eu nem parei pra pensar que você não teve culpa de nada, estava apenas drogado e abusando da sorte! Claro, isso pode acontecer com qualquer pessoa que tente se envolver com a namorada de alguém que seja dependente químico. Me desculpe por não entender seus motivos e fugir assim, sem nem tentar conversar.
  , eu preciso te ver o mais rápido possível! Por favor, se você ainda sentir algo por mim me encontre no cemitério da rua the end as 3, preciso muito te ver!

  Com carinho, .

  Olhei satisfeita para a carta que eu havia acabado de escrever. Em partes, eu não mentia; Ainda mais na parte eu que eu dizia que precisava vê-lo, esta era a minha estranha necessidade agora. Amá-lo e odiá-lo. Meus dois maiores sentimentos se cruzando, fazendo que por inúmeras vezes eu entrasse em contradição.
  Ignorei totalmente esses pensamentos - pois eu sabia que eles chegariam justamente onde eu não queria, no perdão - e me levantei pegando a carta. Deixaria no correio.
  É obvio que eu não vivia na idade antiga pra mandar uma carta, e claro que eu poderia mandar um e-mail, mas uma carta me soava muito mais teatral. Achei interessante a ideia de escrevê-la, muito mais trabalhoso do que redigir um texto no computador, porém, muito mais interessante, prazeroso.
  Depois de deixar a carta no correio, voltei rapidamente para o hotel, me assegurando de que ninguém na rua me reconhecera. Por sinal, meu plano fora cumprido, porque nem mesmo o carteiro me olhou estranho.

  P.O.V .

  Estava sendo de fato muito estressante conviver com nesses últimos quatro anos. Ela era completamente chata, não tinha um corpo bonito - se é que me entendem - e não servia pra muita coisa. Mas já que não tinha coisa melhor - e já que havia desaparecido - eu me sentia condenado a conviver com .
  Bom, caso eu desse um fora nela, a louca prometeu fazer um drama enorme e então eu seria preso por algo que não teria culpa. Resolvi ficar quieto, apesar de que eu conhecia o suficiente para dizer que ela seria incapaz de tamanha loucura, ela não era de nada.
  - Fiquei pensando, por onde será que a anda? - ela perguntou se sentando no sofá bem ao meu lado.
  - Não faço a menor ideia e também não gostaria de saber... - bufei me afastando um pouco e fingindo estar mais interessado no noticiário da tv.
  - Ah, quem ouve isso acredita que você não a ama nem um pouquinho! - ela riu, conseguindo roubar minha atenção.
  - Eu nunca amei , ela era pouca coisa pra mim... - eu suspirei, tentando pelo menos esconder que eu ainda amava.
  - Sim, claro! E você matou o porque é um psicopata maníaco que estava entendiado? - perguntou cruzando os braços, demonstrando o quanto sabia que tinha razão.
  Eu não havia matado porque era um maníaco e sim por ciúmes. Na verdade eu nem me lembro muito bem daquela noite. Só o que pouco me recordo é de ter batido em - e muito - e depois visto ele no chão todo ensaguentado. Nunca entendi o porquê e como consegui ser tão cruel.
  - Eu poderia te mostrar o psicopata, mas estou de ótimo humor hoje! - sorri, tentando fugir do assunto, mas parecia irredutível.
  - Okay, vou fingir que acredito! - assim que ela respondeu isso e se aconchegou mais ao meu lado, ouvi um barulho de carta passando por debaixo da porta do nosso apartamento.
  Num impulso eu corri para pegar e ao ver que não tinha o nome da pessoa que enviara, resolvi abri-la e lê-la. Foi uma surpresa enorme ver que a carta havia sido escrita por - eu reconhecia sua letra até mesmo de olhos fechados - e que ela queria me encontrar. Guardei a carta no bolso do casaco ainda extasiado.
  Ela voltara e por incrível que pareça não estava com ódio de mim. Isso era ótimo, ótimo demais.
  - Onde você vai, ? - perguntou ao ouvir o barulho da chave destrancando a porta.
  - Vou tomar um ar! Acho que o ar aqui esta muito... Congestionado... - eu avisei saindo e batendo a porta.
  Em minutos eu encontraria a melhor de todas, a mulher mais.... Bonita de todas! .

Capítulo 03. Amor e ódio.

  Esperei por sentada no túmulo de , a dor e o ódio me consumindo facilmente. Até hoje eu não conseguia entender muito bem porque havia o matado; Na verdade eu entendia, mas o ódio era muito mais forte do que a boa vontade de perdoá-lo, ouvi-lo e dizer que estava tudo bem e que eu iria ajuda-lo a superar tudo. E quantas vezes eu não disse isso pra ele..... e eram tudo que eu tinha na minha vida e um foi destruído pelo o outro, ficando apenas o ódio.
  - Oh , eu sinto tanto sua falta! - eu suspirei, não conseguindo mais aguentar a dor, o bolo que se formava em minha garganta. - Você era a única pessoa que eu confiaria até o fim, até meu último suspiro. Você era algo mais próximo de uma família que eu já pensei em ter.
  - Desculpa! - ouvi a voz de atrás de mim.
  Seus olhos estavam arregalados, demonstrando todo um arrependimento.
  - Mas eu vou vingar sua morte... - sussurrei tão baixo que fora incapaz de entender.
  Logo após isso me voltei a enxugando as lágrimas que de repente caíram.
  - Pensei que não viria... - murmurei me levantando e cruzando os braços.
  - Eu não perderia a chance de vê-la novamente. - ele me puxou para um abraço que eu tentei evitar, mas que por um segundo me fizera sentir em casa novamente, sem nenhum ódio ou sentimento ruim pulsando dentro de mim.
  Me afastei tentando voltar a minha posição inicial. Eu não teria dó, eu não precisava disso. Só queria fazê-lo sentir exatamente o que eu senti quando vi - a única pessoa que eu conhecia desde pequena e que pra mim era da família - ali no chão, morto, sem que seu coração batesse.
  - Te conheço e sei que você não perderia essa chance! - eu sorri e fiquei o encarando por alguns minutos.
  Tudo seria bem mais fácil se nada disso tivesse acontecido. A vida seguiria seu curso e nada atrapalharia minha vida. Mas não, sempre alguma coisa tinha acontecer pra atrapalhar minha felicidade ou qualquer coisa que me fizesse sentí-la.
  - Hm, você não mudou muito - ele murmurou sem jeito - Senti sua falta! - ele sorriu e me sentindo um pouco menos nervosa sorri de volta.
  - Senti sua falta também! É por isso que voltar pra casa é sempre bom! - expliquei caminhando por entre aquelas lapides velhas e tão descuidadas.
  - Aliás, porque você voltou? - perguntou, me seguindo. Eu não tive coragem nem de olhar pra trás e muito menos de responder.
  - Eu não sei... - murmurei continuando a caminhar por entre as lápides - Algo me puxou de volta para cá!
  O silêncio se fez com facilidade depois disso, e por mais que eu quissese xingá-lo e acabar com ali, sabia que eu não teria coragem tão cedo. Apesar de tudo eu ainda o amava, eu beirava entre os dois sentimentos, mas o que mais prevalecia atualmente era o ódio.
  Eu entendia que sempre fora o amor da minha vida, mas o que ele fez foi inadmissível. Eu nunca perdoaria por mais forte que fosse o amor que eu sentia por ele.
  - Você ainda me odeia por eu ter feito aquilo com , não é? - perguntou, me puxando. Nós dois ficamos parados no portão do cemitério, nos encaramos um pouco.
  - Não, eu não te odeio, mas também não te amo por isso! - parei para respir fundo e tentar me manter calma.
  - Eu já esperava, mas você está certa! Sou um monstro... - ele abaixou cabeça parecendo completamente arrependido por todos os seus atos.
  - Não, , você não é um monstro... - mordi a língua ao perceber que eu estava, aos poucos, voltando atrás.
  Balancei a cabeça e fiquei séria, não poderia voltar atrás! Eu tinha feito a minha escolha.
  - Não, tudo bem, na realidade eu deveria estar preso, mas sabe como são as leis e a justiça nesse mundo... - ele deu de ombros e começou a caminhar, enfim saindo do cemitério.
  - A justiça ultimamente tem que ser feita com as próprias mãos. - murmurei caminhando ao seu lado, sem sequer encará-lo.
  - Eu entenderia se quissesse de repente me matar... Poxa, eu matei um cara... - ele outra vez deu de ombros e isso me fez pensar se ele não estava fingindo por já saber de alguma coisa sobre meus planos.
  - Pare de dizer essas coisas! Sei que você não estava em seu melhor estado - dessa vez eu disse isso olhando em seus olhos.
  Provavelmente o ódio era tão visível que chegava a assustar.
  - Tudo bem, não está mais aqui quem falou... - suspirou e de repente parou.
  Só ai percebi que já estávamos suficientemente longe do cemitério.
  - Tem que existir algum motivo pra você ter voltado! - ele deduziu parando na minha frente.
  - Talvez até exista, mas é provável que nem eu mesma saiba... - respondi sem conseguir encarar seus olhos.
  - Poxa, quatro anos... Isso é muito tempo! - ele disse parecendo desajeitado ou algo do tipo.
  - Sei bem que quatro anos é muito tempo. Mas eu precisava me reerguer e entender que certas coisas têm que acontecer. - sorri sentindo uma euforia me envadir de repente. Desviei dele e prossegui andando sem me importar se ele estava atrás de mim ou não.
  - , espera! - ele pediu, ainda paralizado a alguns passos atrás de mim.
  - Hm, pode falar, , o que aconteceu? - perguntei me virando para encará-lo.
  - Você voltou, então eu quero você de volta ao meu lado... - ele sussurrou, mas mesmo assim eu escutei.
  Sorri como eu sorriria há quatro anos. Isso me doeu um pouco, mas eu era forte o suficiente. Eram apenas palavras.
  - Talvez um dia... - respondi já dando as costas, mas ele fora mais rápido do que eu e me puxou pelo braço.
  - Você é tudo que eu quero... Sabe disso! - seus olhos grudaram nos meus e eu me senti um pouco abalada.
  - Eu sei, mas não sei se estou preparada pra voltar no tempo! - argumentei, mordendo os lábios e parando de encará-lo por alguns instantes.
  - Não precisamos voltar no tempo! Podemos recomeçar do zero, você sabe. Podemos reconstruir nossa historia - ele continuou tentando encontrar meus olhos, mas eu lutei contra isso porque eu sabia que acabaria voltando atrás.
  - Eu posso ter um tempo pra pensar sobre isso? - perguntei, puxando meu braço de suas mãos.
  - O tempo que quiser... - respondeu imediatamente respirando fundo de forma que parecia exausto.
  Eu concordei com a cabeça. Não precisaria de muito tempo!
  - Foi bom te ver! - eu beijei sua bochecha fugindo do nosso antigo hábito de dar selinhos.
  - Foi bom te ver... - ele concordou um tanto pensativo, mas com um sorriso bobo nos lábios - Quando nos veremos de novo? - ele perguntou antes que eu me afastasse totalmente.
  - Em breve, e muitas vezes se tudo der certo! - gritei e sai correndo na direção contrária do caminho do Hotel Bella Muerte.
  Eu o amava, mas a minha decisão já estava tomada. A muito tempo, aliás. Mas agora eu tinha mais certeza do que nunca.

Capítulo 04. Three Cheers for my sweet revenge.

  - Eu acho que você e não deveriam ter voltado! É perigoso pra você! - explicou enquanto tomávamos nosso sorvete caminhando pelas ruas sem direção alguma.
  Depois de uma semana analisando a pequena proposta feita por , resolvi que aceitaria e que isso só seria bom paro o meu plano. Sendo assim, aproveitei para voltar a falar com .
  - Não sei, ele anda tão calmo! - respondi fingindo não prestar atenção no que ela dizia.
  - Ah, ! Fico preocupada com você, de verdade! - parou na minha frente, com seu melhor sorriso falso.
  Sim, havia me contado sobre as mentiras que ela falava sobre mim alguns anos atrás. Acrescentei ela no meu plano também.
  - Fico feliz que você se preocupe comigo! Na realidade, ando pensando em sentar e conversar com o ... - murmurei a encarando com meu melhor sorriso falso também.
  - Bom, só não demore muito, acho que você merece coisa melhor! - ela sorriu e me abraçou, deixando bem claro que suas intenções nunca fora me ajudar.
  - Eu sei... - sussurrei ao abraçá-la, tomando cuidado para que o sorvete não a sujasse.
  Nos duas continuamos caminhando pela cidade, sem destino algum, só conversando sobre assuntos mais leves que não fosse . Mas por algum motivo eu parecia querer conversar sobre ele, queria me assegurar de que ela - que me conhecia tão bem - não descobriria sobre todos os meus planos.
  Caso alguém descobrisse, graves problemas aconteceriam e eu já tinha muitos, mais um e eu não aguentaria.
  - Meu celular está tocando! - a interrompi parando na praça e sacando o celular.
  Era justamente quem eu mais desejava que fosse, .
  - Oi, meu lindo! - eu murmurei tentando passar toda a minha euforia.
  Pudera, eu estava prestes a começar a colocar meu plano em pratica.
  - Oi linda, está tudo bem?? Onde você está?- ele perguntou possessivo como sempre.
  Eu ri e balancei a cabeça.
  - Em segurança, junto com a tomando sorvete! - expliquei me sentando embaixo de uma árvore qualquer sendo seguida por .
  - Ah, não disse pra você parar de andar com essa garota? Ela vai ficar enchendo sua cabeça de coisas. - eu podia imaginar a sua expressão.
  - Não vai não, amor, pode ficar tranquilo! - eu suspirei, meus sentimentos poderiam ser verdadeiros... Há quatro anos. - Hm, onde você está? - perguntei tentando mudar o rumo da conversa.
  - Ensaiando com a minha banda! Mas se quiser podemos sair pra sei lá, ver um filme ou qualquer coisa legal! - ele sugeriu e no fundo da minha alma senti que ele estava tentando a todo o momento se redimir pelo que fez com .
  Mas como eu disse a mim mesma e nunca me cansaria de repetir, não perdoaria.
  - Ótima ideia! - eu quase me levantei pra festejar, estávamos muito próximos do fim - O que você acha de nós dois irmos a um lugar mais aconchegante ou sei lá, bem vazio, mais tarde? - sorri maliciosa, ao perceber que minha frase tinha um duplo sentido do qual ele tanto gostava.
  - Gostei, está ficando interessante... - pude imaginar mordendo os lábios.
  - Você vai gostar mais ainda na hora! - eu ri e revirou os olhos. Eu dei um tapa em seu braço.
  - Que horas e onde? - ele perguntou quase que em desesperado.
  - Às nove no cinema abandonado perto do hotel Bella Muerte! - respondi, eu já tinha tudo preparado.
  - Te vejo lá então e é bom se preparar. - ele riu e eu o acompanhei com minha risada forçada.
  - Acho melhor você se preparar! - eu ri e ouvi ao fundo alguém chamá-lo - Sei que precisa ir, vai lá, !
  - Tudo bem, até às nove, no cinema abandonado! - ele fez barulho de beijo - Eu te amo, ! - murmurou antes de desligar o telefone.
  Quando desliguei me encarou parecendo bastante entediada.
  - E aí, vai rolar uma noite prazerosa com o seu psicopata? - ela perguntou revirando os olhos.
  - Não do jeito que imagina, e eu vou precisar da sua ajuda! - avisei me levantando. me seguiu.
  - Okay, contando que seja para curtir com a cara de ! - ela riu e eu assenti com a cabeça.

  Algumas horas depois.
  - Pra que tudo isso, ? Não acha exagero levar uma corda e um facão? - perguntou enquanto eu juntava tudo dentro da minha bolsa.
  - Não! - eu sorri maliciosamente - Vai ser divertido! - eu avisei sentindo aquele odio pulsando dentro de mim novamente.
  - É o que eu espero, porque francamente se for para eu ficar vendo os dois se pegando, prefiro ficar em casa! - resmungou cruzando os braços e se largando na minha cama.
  - Relaxa, amiga, você sabe que eu estou afim de dar um susto no ! Afinal, daqui a algumas horas é Halloween... - afirmei tentando fazer com que ela continuasse no plano - Vamos, vai ser divertido! - exclamei pegando a bolsa e me levantando.
  - Okay, vou confiar em você! - ela concordou me seguindo.
  Nos fomos a pé até o cinema abandonado, pois era praticamente ao lado do Hotel Bella Muerte. Não conversamos muito no caminho, porque minha cabeça estava muito ocupada em reviver cenas que me machucaram tanto no passando. Eu estava revivendo todas as coisas que acontecerem aquele dia na festa de .
  Respirei fundo assim que entramos no cinema. Precisava de forças para continuar com aquilo por mais que parecesse difícil, era tudo que eu queria. VINGANÇA! Essa era a coisa que eu mais queria nesse momento. Nos escondemos na primeira sala e ficamos esperando que passasse, me procurando. Felizmente, não demorou muito.
  - ?? Você está ai?? - ele perguntou, parecendo estar com um pouco de medo.
  Segurei atrás de mim e esperei pacientemente com a corda na mão. Assim que ele passasse eu o derrubaria e o amarraria.
  - ? Não estou gostando da brincadeira... - ele avisou passando. Eu coloquei o pé na frente fazendo com que ele caísse no corredor e logo em seguida, pulei em cima dele o amarrando.
  - Nossa, quanta agressividade! - ele riu e eu o acompanhei. permaneceu na porta da sala do cinema apenas observando. - Eu gosto assim! - ele continuou deixando bem claro onde queria chegar.
  - É, eu também adoro um pouco de agressividade! - avisei assim que terminei de amarrá-lo. - , ajude-me a leva-lo lá pra dentro.
  - COOMO ASSIM? - ele perguntou ao ver sair da escuridão.
   me encarou confuso e eu apenas sorri.
  - Ah, desculpa amorzinho, mas eu não te avisei que vai ser uma festinha a três? Sorry... - sorri triunfante arrastando seu corpo, junto com pra dentro da sala.
  - Não gostei da ideia! - ele encarou um tanto amendrontado, receoso.
  - Você não vai gostar de nada que vai acontecer hoje! - avisei, o sentando no primeiro assento do cinema.
   correu para o fundo da sala e ligou a luz com muita dificuldade. Coisas velhas não funicionam muito bem.
  - Então, alguém pode me explicar o que está acontecendo?? - Perguntou completamente fora de si de tanto medo.
  Eu olhei pra e fiz sinal para que ela se sentasse.
  - Bom, primeiro! - eu peguei a bolsa do lado da garota e retirei outra corda. - Vou ter que amarrá-la também, , sinto muito! - eu sorri e ela tentou lutar, mas meu ódio era tão grande, que minha força dobrara.
  - , eu não estou gostando da brincadeira! - reclamou tentando a todo custo se desamarrar.
  - Desculpa, , mas eu disse que você não ira gostar nada dos acontecimentos de hoje! - murmurei terminando de amarrar sem esforço.
  - Vai , pode falar que eu quero ir embora! - avisou se mostrando completamente nervosa.
  Eu sorri e prolonguei meu silêncio. Era dor, ódio, revolta, vingança, tudo no mesmo coração em intensidades tão grandes que era capaz de explodir meu peito.
  - Sabe, eu nunca tive ninguém que cuidasse de mim! A minha família me expulsou de casa... - eu comecei sentindo um bolo se formar na minha garganta - E a única pessoa que eu tinha de mais próximo da familia era o ! - eu solucei deixando as lágrimas inundarem meu rosto com facilidade.
  - Por favor, , você sabe muito bem que eu estava fora de mim! - explicou , se esforçando para soltar a corda.
  - E depois você foi capaz de sentir minha dor? Aposto que não... - eu sussurrei me aproximando, o ódio consumindo cada palavra que brotava da minha boca.
  - , para! Acho que está na hora de perdoar as pessoas! - interferiu , tentando me convencer a parar com aquele teatrinho, mas eu não pararia, estava só no começo.
  - Cala a boca, ! - mandei voltando minha atenção a rapidamente.
  - foi arrancado da vida com a mesma facilidade com que veio a ela... - eu suspirei enxugando minhas lágrimas. - Pela pessoa que eu mais amava nesse planeta! Por meu namorado... - vi arregalar os olhos.
  - Onde você quer chegar com isso? - ele perguntou me interrompendo, confuso, com medo.
  - Eu disse que você não vai iria vivo dessa e não estava mentindo! - avisei mexendo em minha bolsa novamente - Eu voltei, e voltei para me vingar!
  Ao ver a faca que eu tirara da minha bolsa, tanto , quanto (que já havia visto) se encolheram.
  - Por que o medo? É só um brinquedinho... - eu ri e comecei a rodá-la, passando por entre meus dedos.
  - Um brinquedinho que pode machucar as pessoas! - completou entrando em desespero.
  - E vai machucar você logo, logo se não fechar a boca! - avisei passando a faca delicadamente em seu rosto, sem machucar.
  - , por favor, deixa a gente ir... - implorou , deixando com que algumas lágrimas brotassem de seus olhos.
  - Não! Vocês têm apenas alguns minutos de vida! - eu voltei a rodar a faca em minha mão não dando atenção aos dois que choravam desesperados.
  - E quanto ao amor que você sente por mim? - perguntou tentando me fazer mudar de ideia.
  Eu ri perversamente.
  - Eu não sinto amor por você desde o momento em que caiu morto no quarto de ... - respondi sem encarar seus olhos.
Meus olhos se perderam no fim da sala. Parecia que eu estava voltando no tempo e revivendo aquela cena novamente.
  - Te amaria se nada disso tivesse acontecido - eu sussurei, sentindo uma lágrima escorrendo no meu rosto.
  - Mas a culpa não foi minha! Você sabe que naquele dia eu estava drogado! - tentou avisar, mas não adiantava, nada me faria mudar de ideia.
  Poderíamos prolongar aquela conversa até raiar do sol, mas eles dois não sairiam dali vivos.
  - Por que eu tenho que morrer junto? - perguntou , em completo desespero.
  Me sentei ao seu lado sorrindo.
  - Porque você enfiou na cabeça de que eu estava o traindo, você é a principal culpada de tudo isso, querida ! - expliquei me levantando do lado de e me sentando entre os dois.
  - E então, que filme querem assistir? Podemos assistir um filme de terror. - eu sugeri rindo de nervoso, ódio.
  - Você está beirando a loucura! - disse e eu sem nem soltar uma palavra cortei seu braço.
  Ela gemeu de dor. Vi o sangue escorrer vermelho vivo por seu braço e sentir um prazer que nunca havia sentido.
  - Não, eu apenas estou me vingando pelo o que fizeram com a vida de ! - expliquei me levantando.
  - Mas eu não tive culpa! - choramingou , tentando encontrar uma forma de estancar o sangue que escorria de seu braço.
  - Por mais que você implore e diga que não teve culpa, eu jamais irei acreditar! - avisei voltando a brincar com a faca - Aliás, chega de prolongar isso! - eu me aproximei de , mas ele gritou me impendindo de continuar.
  - Eu juro, eu te amo! Eu mereço isso, mas você vai estragar a sua vida... Nada vai ser como antes! Me perdoa, por favor! - ele implorou chorando desesperadamente e algo dentro de mim amoleceu.
  Os dois extremos novamente. Ódio e amor. Andando de mãos dadas. Fiquei paralisada por um momento, não pensando no que faria e sim tentando provar a mim mesma de que eu teria coragem de fazer aquilo.
  - , eu te amo como jamais amei uma pessoa nesse mundo. E jamais irei amar, nunca duvide disso! - confessei, respirando fundo e retomando minhas forças para continuar - Você matou , minha única família, a única pessoa que eu poderia considerar como família... - de repente como um raio, todo o ódio voltou me fazendo voltar a postura firme e má.
  - Eu me odeio por isso! - ele falou abaixando a cabeça completamente desesperado.
  Me sentei ao seu lado enquanto observava tudo, com os olhos arregalados de medo.
  - Eu também me odeio por isso, mas sabe de uma coisa? Nós vamos nos encontrar depois disso, dançaremos novamente, vamos rir novamente, choraremos novamente... Enfim, esse ódio vai acabar! - sussurrei em seu ouvido.
  - Eu te amo! - ele sussurrou se rendendo.
  - Eu sinto muito! - murmurei, sentindo um bolo se formar na minha garganta. Sabia que eu estava com pena, precisa ser forte agora mais do que nunca.
  Criei coragem e com toda a minha força passei a faca em sua garganta, a cortando. O sangue de escorreu pelas minhas mãos e aquilo foi quase que um alívio, a sensação de dever cumprido; O ódio não passou mesmo assim.
  - Você, , vem me ajudar a levar o corpo do para o cemitério. - eu disse ainda tomada por todos aqueles sentimentos ruins.
  - Tu-udo bem! - ela gaguejou, os olhos inchados de tanto chorar.
  Nós arrastamos o corpo até o túmulo de e o deixamos ali, permanecendo paradas.
  - ? - chamei, percebendo que ela tentava fugir.
  - Hm, oi?! - ela murmurou se aproximando de mim.
  - Sua vez! - e antes que ela pudesse pelo menos lutar cortei seu pescoço, a fazendo cair no chão rapidamente.
  Aquela era morte mais rápida que tinha; Um corte bem feito no pescoço e adeus vida.
  - , eu vinguei sua morte! - eu sorri me sentando ao chão.
  Fiquei durante um bom tempo observando os corpos no chão. Eu tentava sentir o alívio e o sentimento bom que eu pensei que logo viria, mas nada aconteceu. Apenas um remorso começou a me corroer com facilidade. Antes que eu fizesse algo contra mim mesma, larguei a faca ali, a depositando nas mãos de e sai correndo sem destino outra vez.
  Exatamente como no início. Outra vez correndo sem destino, outra vez cheia de ódio e agora sem ter de quem se vingar.

Epílogo

  A ira, um sentimento que é capaz de deteriorar todos os sentimentos bons que uma pessoa possa ter dentro de si; Eu amava , mas ele marcou a minha vida naquele dia. Sendo assim, eu quis marcar a dele e assim o mandei para o inferno onde era o seu lugar, junto com .
  O problema era que depois sempre vinha o sentimento de culpa; Obviamente comigo não foi diferente, mas eu não deixei que esse sentimento me dominasse. Tinha me vingado por toda a dor causada, todo o sofrimento, todas as noites mal-dormidas. Não tinha porquê sentir remorso.
  Se eu tivesse outra chance, se eu faria isso de novo? Sim, eu mataria - apesar de amá-lo, mas acertaremos nossas contas no inferno - e novamente, e de novo, de novo e de novo. Porque não há palavra que explique o quanto essa vingança fora doce...

FIM



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