This Is Not a Love Story

Escrito por Amanda Silva | Revisado por Thaís

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  Sentada sobre os lençóis finos e frios de cetim, ouvi chorar e murmurar por vezes tristes melodias de Bruno Mars, contando até dez e pedindo a Deus lhe dar forças. Eu sei que não deveria estar ali, sentado ao lado da porta ouvindo suas queixas e pedidos a Deus, mas simplesmente não havia forças em mim para sair correndo dali e a deixando-a sozinha naquele apartamento abafado e deprimente.
  - Sinto muito , mas não aguento mais. – disse entre soluços. – Vá embora, por favor. – faltava-lhe ar, e não pude deixar de me sentir extremamente culpado.
  - ... – encarei suas curvas iluminadas pelos raios de Sol, que entravam pela enorme vidraça que havia em seu quarto. Ela estava apoiada na mesma, observando o céu de Manhattan.
  - Sinto muito – ela deus alguns passos em minha direção e pude ver seu rostinho inchado e borrado pela maquiagem. era a minha pequena e só agora, que estou prestes a ouvir aquelas tristes palavras, me arrependo por não ter lhe dito o quanto a amo. – você sabe, não é? – ela encarou as mãos, e respirou fundo – é hora de cada um seguir a sua vida.
  Aquelas palavras me machucaram tanto quanto um soco no estômago. Observei com atenção a cada detalhe de minha pequena para nunca me esquecer de como amo seu nariz e seus olhinhos brilhantes, que tanto alegravam os meus dias. Beijei sua testa e em silêncio, caminhei até o fim do corredor. E só ali parado, sorri, deixando apenas uma lágrima cair sobre minha pele fria.

  Um ano depois.-
  Liguei o rádio e as batidas lentas Here without you preencheram o carro, não consigo deixar de pensar em .

  

“Estou aqui sem você amor, mas você ainda está em minha mente solitária.”

  Muito jovem e muito burro, para perceber que eu deveria ter sido o seu homem. Deveria ter lhe comprado flores, você sempre disse o quando amava o perfume que deixavam na casa. Ter te levado a festas porque, lembro-me o quanto você amava dançar ao som do Jazz.
  “Anos 20, aspiro anos 20 .” – você sempre dizia isso quando passava algo na TV sobre a década de ouro, a moda, a arte e a música, a melhor década de todas.
  - Tolo! – esmurrei, gritei e chorei. – Tolo! Tudo o que você é . Um estúpido, ela era sua – parei o carro e corri o mais rápido que podia, até cair. Como todos os meus sonhos, no dia em que a perdi.

  O céu límpido, o Sol terno que aquecia meu corpo pouco a pouco, a brisa soprava levemente ao sul, trazendo o perfume das flores da estação. Tomei fôlego e abri os olhos.
  “Doces olhos .” – A ouvir dizer.
  - ? – Sorri, contemplando a oitava maravilha do mundo.
  - Seu bobo, levante logo daí! – sorriu. Não havia magoa, rancor, nada. Era apenas aquela velha boba alegre que tanto amei.
  - Minha pequena! – puxei , entrelaçando-a entre beijos e sorrisos. – Eu te amo . – Disse mais do que depressa. Eu precisava dizer isso a , era algo que não consegui mais guardar dentro de mim. Era a prova do arrependimento por tê-la deixado. Então tudo o que fiz naquele momento foi observá-la, sentir o momento.
  O mundo havia parado por um segundo, pois naquele instante, eu tive a certeza de que estava no paraíso. Ela me olhou com cuidado, como se não estivesse acreditando que estava em meus braços outra vez. Aproximou seu rosto do meu e por fim sussurrou:

- Eu sempre te amei olhos .

FIM



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