Things I Can't Describe

Escrito por Tainara Brandi | Revisado por Flavinha

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  A porta se abriu e eu vi tudo que quis durante muito tempo. Ele nunca demonstrou ser muito ganancioso e por isso não me espantava o ver morando em um albergue para universitários, assim como a cara de surpresa que ele fez a me ver.
  A faixa de luz solar que vinha da porta que acabara de abrir de alguma forma fazia com que seu cabelo se iluminasse, brilhasse como se tivesse luz própria e levasse meu coração num compasso cada vez mais forte. Estava hipnotizada, paralisada, e mal pude perceber o espaço que havia entre nós sendo quebrado.
  Nunca havia me sentido tão completa e ao mesmo tempo tão vulnerável. O vento gelado e cortante que fazia nossos cabelos esvoaçarem nunca atingiria o calor daquela urgência que tínhamos a deixar nossos corpos juntos, mesmo sabendo que falharíamos as tentativas de nos transformarmos em um só.
  Não existiam mais portas de outros quartos, nem mesmo corredor, o frio não desaparecera mas também não fazia diferença a partir do momento que deixamos nossas roupas espalhadas pelo chão. Essa mescla de sentimentos nunca foi tão confusa, não conseguia assimilar o que era desejo, o que era felicidade e agora eu acreditava com veemência que um novo sentimento tinha sido criado. Eu o queria mais perto, eu o queria dentro de mim, eu queria nunca mais ter que sair dali. Nossos lábios se encontravam enquanto sorrisos cansados eram formados, nossos corpos se chocavam e nosso prazer se tornava explícito nas marcas de unhas cravadas na pele e pelos nossos gemidos clamando por mais. O espaço de tempo entre as suas primeiras investidas e seu corpo desabando sobre o meu pareceu voar, mas o que senti durante ele foi indescritível, éramos simetricamente perfeitos um para o outro.
  Seus braços eram macios, sensação que nunca pude sequer imaginar durante o tempo que estivemos separados. Eu sabia que os poucos dias que passaria ali, com ele, não supririam a vontade que senti de tê-lo comigo nos meses anteriores, mas precisava aproveitar cada momento, cada piscar, cada subida que seu peito dava com aquela respiração descompassada.
  Eu não sabia se era mais difícil de acreditar que aquilo tinha acontecido, que eu estava realmente ali, ou se eu realmente estava atraída por alguém que morava do outro lado do oceano Atlântico, alguém que sequer falava o mesmo idioma que eu e que vivia a cinco horas de diferença do meu horário. Eu só conseguia perceber que estava exausta, porém explodindo de felicidade, de paixão.
  - Hey (Ei) - me chamou, com uma espécie de acanhamento na voz, ao mesmo tempo em que passava a mão pelo meu cabelo. Deitada em seu peito, o olhei de baixo o incentivando a continuar sua frase. - You know... you never told me how your name is pronounced.(Sabe... você nunca me disse como se pronuncia seu nome) - Ele sorriu sem graça, me fazendo sorrir de volta em adoração. Ficamos naquilo por um tempo e cada vez eu me sentia mais encantada e envolvida.
  Eu queria me colar nele, não o deixar se mexer nunca mais para não perder aquela faísca de esperança de que eu não teria que partir e não teríamos que nos separar novamente.
  "What light through yonder window breaks? It is the east, and he is the sun!" (Qual é a luz que brilha através daquela janela? É o Oriente, e ele é o sol) - Romeo and Juliet (adapted).

FIM



Comentários da autora

  Geeeeeeente, eai, gostaram? Minha primeira fic no site, porém, não a primeira que eu já tenha escrito.
  Não me matem porque a fic é curtinha, ok? Eu tenho problemas em escrever coisas que são muito longas, acabo sempre abandonando no meio :/
  De qualquer modo, quem sabe não rola uma continuação né? Vamos ver se terei leitoras suficientes pedindo hahahha

  A verdade é que fiquei doida pra escrever algo assim porque isso está acontecendo comigo, menos a parte de ir até lá, claro Hahahah. E obviamente eu aumentei bastante os sentimentos, porque, sinceramente, não me sinto assim por ninguém. Pois é, pois é, tenho problemas com sentimentos também, eu sei que é triste hahahah
  Agoooooora quero agradecer à Carol Rizardi, que como sempre foi lendo e me incentivando, à Priscila Simões que fez a capa, à minha beta e a você que leu, claro! Haha
  Pra quem quiser, meu twitter é @Abadingdong.   Não esqueçam de comentar, é só clicar no link aqui embaixo, ok?

  Beijo gente, muito obrigada!