They Say I'm Up And Coming

Escrito por Bianca | Revisado por Laura Weiller

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  Cherry Red Records, Tower Bridge, Londres, Reino Unido. Eu já estava cansada da vida de garçonete, vivendo em um apartamento de dois cômodos e quase chegando ao ponto de vender meu almoço para ter dinheiro pra jantar. E meu primeiro passo para sair dessa vida foi procurar um novo emprego. Entreguei currículos em todos os lugares possíveis que talvez me pagassem um salário um pouco melhor e agora me encontro na recepção de uma gravadora. Nem eu sei muito bem o que me levou a entrar aqui, mas não deve ser necessária muita experiência para ser recepcionista, não? Eu já estava esperando na recepção fazia alguns minutos, quando a loira no balcão chamou pelo meu nome. Naquela pequena sala de espera também estavam mais uma garota e um rapaz ruivo, meio baixinho. No tempo que fiquei esperando, reparei que seus olhos eram claros e seus braços tinham algumas (muitas) tatuagens. Me levantei, indo até o balcão da recepção, onde a loira havia me chamado.
  - , nossa gerente de RH vai vê-la agora. Pegue o elevador no corredor à sua direita, 18º andar.
  - Obrigada. – Agradeci a recepcionista com um sorriso e me dirigi até o elevador, meus saltos fazendo barulho pelo chão de mármore. O indicador luminoso dizia que o elevador se encontrava no 26º andar, me perguntei quantos andares tem nesse prédio. Enquanto o elevador descia, ouvi a tal loira chamar outra pessoa.
  - Edward Sheeran? – O ruivo provavelmente se levantou – Olá, tudo bem? O senhor Smith disse que você já pode subir. Vai levar um single, não? Certo, vá até o 21º andar, segunda sala à esquerda. Boa sorte.
  Ela definitivamente foi mais simpática com o tal Edward, mas não posso julgá-la, eu também seria. Não foram só as tatuagens ou os olhos claros de Edward que me chamaram a atenção, mas também a cor de seus cabelos. A queda que eu tenho por ruivos não é nem um pouco saudável. Eu ainda estava olhando para o letreiro do elevador, que agora me indicava que o mesmo se encontrava no 10º andar e continuava a descer. Percebi que Edward havia se juntado a mim quando seu perfume invadiu meu olfato. Aquele silêncio constrangedor começava a incomodar, quando Edward se pronunciou.
  - Levando um single também? – Sua voz e o sorriso que vi quando me virei em sua direção não me ajudavam com o meu abismo por ruivos. Até me surpreendi um pouco quando percebi que meu cérebro não tinha travado.
  - Ah, não... Procurando emprego. – Sorri de volta para ele, comprovando que era realmente difícil não ser simpática com ele.
  - Seu sorriso é lindo, duvido que não consiga. – O que me segurou para não enfiar a cabeça no chão como um avestruz, foi o fato de que as portas do elevador finalmente se abriram. Entrei sem olhar para trás, apertando rapidamente o botão do meu andar. Ele entrou em seguida, com as mãos no bolso e o sorriso nos lábios. Também apertou o botão pro andar dele e se encostou a uma das paredes do elevador. – Ah, e meu nome é Ed.
  - . – Eu provavelmente estava mais vermelha que um pimentão, mas com sorte ele não perceberia – Mas pode me chamar de .
  - ... Gostei. – Ele brincava com uma caixinha de CD nas mãos.
  - Você está levando um single? – Indiquei com o olhar a caixa de CD que ele carregava.
  - Sim... Já levei em algumas gravadoras, mas até agora nada. – Sua expressão era um pouco incomodada, como se ele não quisesse estar naquela gravadora em especial.
  - Hum... Você não queria trazer o single pra cá? - Arrisquei perguntar, não queria que a conversa acabasse tão cedo. Ainda estávamos no décimo andar, se não perdi a noção do tempo.
  - É... O cara daqui não tem fama de que é muito justo com os artistas que contrata. Mas é isso, ou ninguém ouve minha música, não é? – Ele já sorria de novo e me impressionou como ele se preocupava mais com a música do que com o dinheiro.
  - Sei que você vai conseguir. Aposto que sua música é ótima e... – Naquele momento, as luzes do elevador se apagaram e voltaram em seguida e com um tranco, o elevador parou entre o décimo segundo e o décimo terceiro andar. Nos olhamos ao mesmo tempo, com a mesma expressão assustada no rosto. Tirei meu celular do bolso, mas de nada adiantou, pois não tinha sinal nenhum. – Não tem sinal. – Ed foi até o painel do elevador, tentando fazer contato com a recepção pelo botão de alarme que tinha ali.
  - Não fez barulho nenhum, não deve estar funcionando. Deve ter acabado a energia. – Eu não entendi porque ele disse que a energia havia acabado, já que as luzes ainda estavam acesas. Quando olhei para o teto, percebi que aquela era a luz de emergência.
  - Bom, então eles devem saber que o elevador parou, não? – Eu estava um pouco apavorada, mas minha voz parecia controlada. Apesar de morar em um apartamento pequeno, eu sofro com uma certa claustrofobia (o que é meio irônico), e minha respiração já estava um pouco descompassada.
  - Sim, mas vamos ter que esperar a energia voltar, de qualquer jeito. – Eu fechei os olhos, respirando fundo. – Você está bem, ?
  - Hm, sim... Só um pouco de calor. – Eu precisava me controlar, a situação já não estava boa, e não ia melhorar se eu surtasse. Abri os primeiros botões da camisa social que eu vestia, abrindo também o casaco que vinha por cima da camisa. Eu já tinha a impressão de que o ar entrava com mais facilidade nos meus pulmões e encostei minha cabeça no espelho que estava às minhas costas, tentando controlar meus batimentos cardíacos. Quando reabri meus olhos, fixei-os em Ed, só para ver que seus olhos estavam fixos na pele recém-exposta. Minha reação imediata seria cobrir meu colo o mais rápido possível, mas meus braços não obedeciam minha mente. Fiquei apenas olhando enquanto ele continuava encarando o decote que eu havia acabado de criar. Minha respiração fazia meus seios subirem e descerem e eu não melhorei a situação quando comecei a respirar pela boca. Ed olhou em meus olhos, notando que eu percebi onde sua atenção estava até então.
  - Er, hm... Você não parece bem, . – Ele se aproximou um pouco, passando a mão direita pela minha testa. – Você está suando.
  - É, talvez eu tenha claustrofobia... – Dei uma risada fraca, olhando pro teto novamente. – É horrível. Eu tenho a impressão que as paredes vão se fechar em cima de mim. Que o ar vai acabar e... – Minha respiração voltou a se acelerar, e eu fechava meus olhos com força. Senti as mãos de Ed na minha cintura, apertando de leve enquanto ele me puxava para mais perto de si, me abraçando.
  - Nada disso vai acontecer. Logo vão nos tirar daqui. – Me acomodei no abraço dele, tentando novamente controlar minha respiração e batimentos cardíacos, ambos acelerados demais. – Você ainda está com calor? – A voz de Ed estava próxima ao meu ouvido, eu conseguia sentir sua respiração se chocando contra a pele sensível atrás da minha orelha. Uma de suas mãos descansava em minha cintura, enquanto a outra passava levemente sobre meus cabelos e minhas costas.
  - Um pouco... – Assim que a resposta deixou meus lábios, as duas mãos do ruivo foram para os meus ombros, descendo o cardigã preto que eu usava. Suas mãos acompanharam a peça de roupa até os meus pulsos, nunca perdendo o contato com a minha pele, resultando em um cardigã no chão e arrepios por todo o meu corpo.
  - Melhor? – A voz de Ed não passava de um sussurro rouco, sua boca estava mais próxima de meu ouvido e eu conseguia sentir a vibração de sua voz.
  - Um pouco. – Minha respiração ainda se encontrava acelerada, mas agora por outro motivo. O toque dele era como uma corrente elétrica, meu corpo respondia sem que eu controlasse.
  - Talvez se... Eu também tirasse a sua camisa? – Ele ia desabotoando os outros botões da minha camisa, revelando meu sutiã, depois parte do meu tronco, meu umbigo, por fim abrindo a camisa completamente. Eu apenas observava o caminho que suas mãos traçavam, olhando em seguida para seu rosto. Sua expressão era de concentração misturada com a luxúria. Sua língua passava por seus lábios, enquanto eu mordia o meu. As mãos de Ed voltaram para o meu ombro, agora levando consigo minha camisa, que logo se juntou ao cardigã no chão. – E agora? – Dessa vez, ele não se conteve, mordendo de leve o lóbulo da minha orelha esquerda.
  - Agora eu não consigo respirar por culpa sua. – Ele riu fraco, ainda muito próximo da minha orelha, me arrepiando um pouco mais. Em seguida, Ed juntou sua testa com a minha, as pontas de nossos narizes quase se encostando, assim como nossos lábios. Nossas respirações se chocavam, e eu me encontrava perdida no azul de seus olhos. – Ed... É sério, você não ‘tá facilitando.
  - Uma vez eu li que a gente precisa distrair pessoas claustrofóbicas, pra evitar o surto. – Ele roçou os lábios nos meus, que estavam entreabertos, procurando mais oxigênio pros meus pulmões. – Sabe, acho que vão demorar um pouco pra conseguir nos tirar daqui... Eu preciso te distrair. Ninguém aqui quer um surto, não é? – A boca dele estava próxima demais da minha para que eu pudesse ter pensamentos coerentes.
  - Não, nada de surtos...
  Minha voz não passava de um sussurro, a urgência era quase palpável. Minha atenção passou de seus olhos para seus lábios, a barba em seu rosto e a proximidade que eu me encontrava de tudo aquilo. Ele pareceu sentir a minha necessidade, me beijando assim que as palavras deixaram minha boca. Era um beijo calmo, mas pude perceber que a necessidade era recíproca. Ele tinha gosto de menta. Eu achei que toda a minha mente se focava no beijo, mas percebi que estava atenta a todo o resto quando a mão dele subia pelas minhas costas já descobertas. Seu toque era leve, completamente oposto ao beijo, que ficava mais voraz à medida que o tempo passava, mas tinha um objetivo. Seus dedos pararam sobre o fecho do meu sutiã, como se pedisse permissão. Minha primeira reação seria ceder, mas um choque de realidade me atingiu. Interrompi o beijo, encostando minha testa na do ruivo à minha frente, ainda com os olhos fechados e a respiração ofegante.
  - Ed, não... As câmeras. – De repente, senti que estava nua demais, levando minhas mãos sobre meu tronco, tentando esconder meu corpo.
  - Não tem energia, ... Sem energia, sem câmeras. – As mãos dele voltaram para a minha cintura, acariciando levemente. O toque dele era a minha perdição.
  - Você tem certeza? – Perguntei apenas para não parecer que ele tinha me convencido tão fácil, o que realmente tinha acontecido. Minhas mãos deixaram de me cobrir e eu as coloquei no cós da calça de Ed.
  - Não. – Não fiz nada além de rir, agora segurando a barra da camiseta preta que ele usava.
  - Muita roupa... – Eu me sentia um homem das cavernas que não é capaz de formular uma frase completa.
  Ed apenas deu um pequeno passo para trás, me dando total liberdade para tirar sua camiseta. Logo nossas bocas se encontraram novamente, a voracidade presente como se não tivéssemos interrompido o beijo por nem um segundo. Minhas mãos se encontravam emaranhadas nos cabelos ruivos do rapaz à minha frente, as mãos dele voltaram ao fecho do meu sutiã, agora sem pedir permissão. Nem preciso mencionar que logo a peça foi ao chão, juntando-se ao resto de minhas roupas. Ed começou a empurrar meu corpo, prendendo-me entre seu corpo e a parede de espelho do elevador. Ele interrompeu o beijo, suas mãos foram para minhas coxas, impulsionando-me para cima. Entendi o recado, rapidamente prendendo minhas pernas em volta de sua cintura. Minhas mãos percorreram seus braços, seguindo os desenhos de suas tatuagens. Meus dedos quase coçavam de vontade de tocá-las desde que as notei, ainda na recepção do prédio. A atenção dele se direcionou ao meu pescoço, uma das mãos ainda na minha coxa, a outra já massageava meu seio esquerdo. Naquele momento, o mundo se resumia em beijos, lambidas, mordidas e os gemidos baixos que eu não conseguia reprimir. Sua boca ia descendo, logo alcançando meus seios, onde sua mão já se aventurava. Como se fosse automático, assim que sua boca tocou meu seio direito, os gemidos se tornavam mais difíceis de reprimir. Ele continuava a sessão de lambidas, beijos e leves mordidas, enquanto uma de minhas mãos já se encontrava puxando levemente seus cabelos.
  - E-Ed... – Olhei para o teto, tentando clarear a mente e conseguir falar.
  - Hm? – Ele não se deu ao trabalho de desocupar a boca para me responder e aquilo só me excitou mais.
  - Mais... – Olhei novamente em sua direção, só para encontrar seus olhos me encarando, sua boca ainda prendendo meu seio. Aquilo era a visão do paraíso.
  Ele finalmente soltou meu seio, apenas para sorrir e começar uma trilha de beijos em direção ao meu umbigo. Ed me deixou de pé novamente, e tive que me concentrar para não deixar minhas pernas virarem gelatina. Enquanto seus beijos continuavam a trilha, sua mão subia a barra da minha saia. Em poucos segundos, minha saia se resumia a um emaranhado de tecido entre meu umbigo e minha calcinha. Agora, Ed se encontrava ajoelhado à minha frente, esqueçam o que eu disse, essa era a visão do paraíso. Fui pega de surpresa quando senti a língua de Edward acariciar toda a extensão entre a minha abertura e meu clitóris, ainda por cima do tecido fino da minha peça íntima. O grito que saiu de meus lábios fez Ed rir e eu pude sentir a vibração de seu riso entre minhas pernas, o que quase me fez perder o equilíbrio sobre meus saltos. Não precisava ser muito esperta para saber que logo minha calcinha se juntaria às roupas largadas no chão do elevador. Eu não ameaçava olhar para baixo, com medo de minhas pernas cederem de vez com a imagem da língua de Ed brincando com o meu clitóris. A sensação já era entorpecente o suficiente. A língua dele ia da entrada da minha vagina até meu clitóris, onde ele sempre se demorava mais. Foi questão de tempo até que seus dedos se juntassem à sua língua. Primeiro um dedo me penetrou, depois dois, enquanto sua língua se ocupava em massagear meu clitóris. Meus gemidos já eram incontroláveis, minhas mãos estavam emaranhadas em seus cabelos, como se garantissem que ele não tiraria a boca dali tão cedo. Minhas pernas começaram a perder a força, eu sentia que uma hora desmoronaria, quando Ed tirou os dedos de dentro de mim, também afastando sua língua de meu clitóris. Suspirei, inflando completamente meus pulmões com oxigênio, olhando em seguida na direção dele. Seus lábios estavam avermelhados, seus olhos ainda mais brilhantes. A imagem que veio a seguir destruiu o resto de sanidade que ainda resistia em minha mente. Ed levou os dois dedos que antes estavam dentro de mim até a própria boca. Parecia que eu tinha esquecido como se respirava.
  Fiz com que ele se levantasse, beijando-o com ferocidade. Meu gosto impregnava sua boca. Ed mordeu meu lábio inferior, me fazendo sorrir. Empurrei-o contra a parede de espelho, me ajoelhando em seguida. Ele pareceu entender a minha intenção. Eu parecia funcionar em piloto automático, meu cérebro trabalhava rápido demais, e logo a calça jeans de Ed estava em volta de seus tornozelos, e ele apenas a chutou para longe. Olhei em seus olhos enquanto minhas mãos desciam a boxer preta que ele usava. Poucos segundos foram necessários para que ela também se juntasse ao monte de roupas no chão. Segurei na base de seu pênis, passando minha língua pela glande. Pude ouvir o gemido baixo que Ed deixou escapar e assim suas reações guiavam meus movimentos. Passei minha língua por toda a sua extensão, olhando em seus olhos azuis ao mesmo tempo e aquilo pareceu acabar com seu controle. As mãos de Ed fizeram um rabo de cavalo com o meu cabelo, dando a ele total controle dos movimentos da minha cabeça. Entendendo o que ele queria, abri minha boca e deixei que seu pênis entrasse.
  Dali pra frente, Ed guiou todos os movimentos, enquanto eu apenas deixava minha língua passear por toda a extensão de seu pênis. Os gemidos de Ed iam se tornando cada vez mais altos, então de repente ele parou os movimentos, me fazendo levantar. Seu olhar era quase selvagem, animalesco, mas eu duvido que eu estivesse muito diferente. Estávamos completamente fora de controle e se o elevador tivesse voltado a funcionar, eu provavelmente não perceberia. Ed atacou o meu pescoço, já devia ter percebido que era meu ponto fraco. Enquanto ele se certificava de deixar sua marca (literalmente), ele nos girava, me deixando novamente de costas pra parede de espelhos. Nós estávamos em um tipo de sintonia, e ele não precisou falar nada para que eu prendesse minhas penas em torno de sua cintura, como antes. Nossos sexos entraram em fricção assim que Ed segurou em minhas coxas para me dar apoio, me fazendo soltar um gemido rouco. Olhei naquela imensidão azul que os olhos de Ed traziam, enquanto ele começava a me penetrar. A expressão de prazer no rosto de Edward, com a boca entreaberta e os olhos fechados, foi a última imagem que minha mente registrou antes que meus olhos se fechassem involuntariamente, minha cabeça tombando para trás até se encostar no espelho. Minha voz se esvaiu, e tudo o que saía da minha boca eram grunhidos cada vez mais incompreensíveis. A sensação era como se ele fosse o meu encaixe, como um lego. Não na concepção romântica da coisa, mas sim a carnal e literária, era realmente um encaixe perfeito. Ele se movimentava devagar, e eu o ajudava a sustentar meu peso segurando em seus ombros.
  Logo as mãos que eu usava apenas como apoio começaram a arranhar a pele exposta do ruivo, pedindo por mais e ele rapidamente entendeu e atendeu, intensificando os movimentos. Aquele elevador se resumia a gemidos, suor e alguns gritos abafados. Alguns minutos depois percebi que Ed vinha perdendo a força, então soltei minhas pernas de sua cintura, fazendo o máximo pra me manter de pé, ainda em meus saltos altos. De início, ele não entendeu minha súbita parada, mas assim que notou que eu virava minhas costas para ele, sua mente clareou. Suas mãos foram para a minha cintura, enquanto eu inclinava meu tronco para baixo, empinando minha bunda em sua direção. Logo ele me penetrou novamente, agora com estocadas ainda mais intensas e rápidas, esgotando o pouco de sanidade que ainda me restava. Meus gritos ecoavam pelo pequeno espaço do elevador e provavelmente também pelo grande fosso por onde o elevador se locomovia. Talvez alguém estivesse nos escutando, não que isso me fizesse parar. Na verdade, a possibilidade nem passava pela minha cabeça. A realidade é que nada coerente passa pela sua cabeça quando você está fazendo sexo em uma adaptação de um “dog style” de pé em um elevador com Ed Sheeran. A mão direita dele, que até o momento estava na minha cintura, escorregou até meu clitóris, piorando a intensidade dos gemidos que eu deixava escapar. Foi questão de tempo até que aquela sensação de você está prestes a explodir começasse a me atingir. Minhas pernas tremiam, fazendo eu me segurar mais forte naquele tipo de barra de apoio que tinha no elevador, e então com uma última estocada precisa de Ed, eu me libertei. O gemido que deixei escapar parecia não ser meu, a sensação de alívio era devastadora. Pelo espelho, vi que os olhos de Ed estavam fechados, o suor escorrendo por sua testa, e senti seu aperto se intensificando em minha cintura. Logo, ele também alcançou o orgasmo, depois soltando o aperto na minha pele e sorrindo ao perceber que eu o olhava pelo espelho. Me levantei, para ver Ed sentando no chão do elevador e me chamando para me aconchegar em seus braços. Como dizer não? Sentei-me entre suas pernas, encostando minha cabeça em seu ombro. Ele me abraçou, depois de afastar os fios de cabelo colados em minha testa pelo suor.
  - Acho que consegui controlar seu surto, não? – Ele havia encostado a cabeça na parede do elevador, sorrindo enquanto olhava para a luz de emergência ainda acesa no teto.
  - Você deve ter curado a minha claustrofobia. – Ele riu e eu o acompanhei. Ficamos alguns minutos apenas em silêncio, abraçados, recuperando o fôlego. O elevador deu outro tranco, a luz de emergência apagou e a luz tradicional se acendeu. Quase entrei em pânico. – Meu Deus, a energia voltou!
  Me levantei, começando a pegar e vestir minhas roupas, começando pela saia que ainda estava em meu corpo e só precisei ajeitá-la. Uma voz masculina veio do lado de fora, quase me fazendo gritar.
  - Oi, tem gente aí no elevador né? A energia voltou, os técnicos já estão aqui, logo vocês vão poder sair! – O desconhecido gritava, por não saber a que distância o elevador se encontrava.
  - Tudo bem, obrigado! – Edward respondeu, porque eu estava paralisada. Comecei a me vestir mais rápido, e ele também começou a pegar as próprias roupas e vestir. Quando eu estava nos últimos botões da minha camisa, o elevador voltou a se movimentar. Os fechei com mais pressa e as portas se abriram no décimo terceiro andar e por sorte, apenas o técnico do elevador e mais um rapaz estavam nos esperando. Meu cabelo um pouco bagunçado teria me entregado, mas Ed foi mais rápido.
  - Preciso me encontrar com o senhor Smith, leva ela pro banheiro, ok? Ela é claustrofóbica e quase teve um surto enquanto estávamos presos. – O rapaz me segurou pelo braço, como se eu fosse desmaiar a qualquer momento. Agradeci Ed mentalmente. – Bom, tchau, . Foi bom te conhecer.
  Ele pegou novamente o elevador, agora funcionando normalmente e subiu para o outro andar. Acompanhei o tal rapaz que me deixou no banheiro e lá dentro, pude arrumar meu cabelo e ficar novamente apresentável, afinal, ainda precisava entregar meu currículo. Enquanto eu esperava o elevador, senti que alguma coisa estava faltando. Quando mexi minhas pernas para entrar no elevador, percebi que estava sem a minha calcinha. Sabendo que era inútil, olhei para o chão do elevador. Nada. Fui até o 18º andar certa de que seria recebida pela gerente do RH com uma sex tape minha e também a minha calcinha. Porém, tudo correu bem, ninguém aparentava desconfiar de nada e saí do prédio confiante de que conseguiria o emprego. Durante todo o caminho e também o resto do dia, o tal ruivo tatuado não saiu da minha mente, assim como o paradeiro da minha peça íntima. Já no conforto do meu projeto de lar, enquanto eu jantava uma tigela de cereal matinal com leite, meu celular apitou. “Tem algo seu comigo. E quero te mostrar a música que vou gravar. Amanhã, Starbucks, 9:30.” No final da mensagem, um daqueles emoticons de celular com o desenho de uma pata de cachorro.

  “They say I’m up and coming, like I’m fuking in an elevator” – You Need Me, I Don’t Need You. (Ed Sheeran)

FIM



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