These Four Words Don't Come Easy
Escrito por Áurea Almeida | Revisado por Natashia Kitamura
Parte do Projeto Songfics - 8ª Temporada // Música: These Four Words, por The Maine
Não. Não era certo o que eu fazia com ela. Eu tinha plena certeza disso, mas eu simplesmente... Simplesmente não tinha coragem de admitir. Toda vez que eu a via, eu me sentia completo. De um jeito diferente, mas ainda completo. Ela era meu porto seguro. Eu poderia fazer todas as burrices do mundo, mas ela ainda continuaria ali, do meu lado. E era aí que eu estava errando. Ela é linda, perfeita, legal, leal, amiga... Tudo que uma menina, pela qual eu não procurava, deveria ser. Vários homens estão aí, procurando por uma mulher igual á ela, e eu aqui, desperdiçando a minha chance. Mas a gente não escolhe quem vai amar, não é mesmo?! era o reflexo da perfeição, e eu, era o cara horrível; que sempre fazia questão de machucá-la e colocá-la para baixo. Talvez, os amigos dela estavam certos mesmo, desde o começo. O nosso "relacionamento" nunca daria certo. Mas... Cadê a coragem para falar isso á ela. Todas as vezes que eu chegava perto da linda garota, pela qual é apaixonada por mim, as palavras sumiam. Eu não tinha forças para falar tais palavras brutais, que machucaria ela. Mas eu fazia pior. Eu a machucava, eu quebrava ela por dentro, sem saber, ou melhor, sem a coragem de por um ponto final nisso tudo. Eu não colocava um limite, eu deixava ela se aproximar, ficar comigo, como se fôssemos dois namorados apaixonados, e, quando eu não estava com a companhia da mesma, eu iria festejar curtir com os meus amigos, ficar com todas as garotas que apareciam em minha frente. E isso não era certo com ela, mas... Eu não a amo do jeito que ela me ama... E é isso que eu não tenho coragem de dizer, por mais que, provavelmente, ela já saiba. Aquela menininha linda, vulnerável, gentil, delicada que eu havia conhecido, já não era a mesma. Agora, ela vive chorando pelos cantos, quieta, temendo dar de cara comigo e alguma menina, juntos, nas redondezas do colégio.
Flashback.
- ! – Escutei, ao longe, alguém me chamar. Mas estava ocupado demais, apertando a bunda de uma menina qualquer, que havia se oferecido a mim, no canto da escola. Ela arranhava minhas costas, enquanto eu levantava, de leve, sua saia, revelando suas cochas que gritavam para ser apertadas por minhas mãos.
Suspendi a camiseta que a menina usava, e procurei, desesperadamente, pelo fecho do sutiã. Ela continuava a me arranhar, mas, quando percebeu minhas intenções, foi me empurrando para a querida – e amada – dispensa dos faxineiros do colégio. Quando ouvi o toque de minhas costas batendo de encontro com a porta do lugar, tomei consciência de meus atos. Eu estava ali, prestes á comer uma menina que eu mal conhecia, não que isso me importava, mas a poderia me ver á qualquer minuto. . Descolei a minha boca da dela, e olhei mais a frente, lembrando-me do grito que exclamava meu nome. Encontrei chorando, sentada no chão, com duas amigas ao seu lado. Se eu não me engano, uma era a e a outra... Bom, isso não interessa agora. O fato é que... Mais uma vez eu havia machucado a única garota que, desde criança, ficara ao meu lado. Tirei as mãos da Katy – agora eu lembrei o nome dela – e corri em direção à menina desamparada que estava caída no chão. Mas uma das amigas dela me impediu, acho que deve ser a .
- Sai daqui, . A única coisa que ela menos quer agora é que você venha pedir desculpa mais uma vez. Vá terminar de comer aquela vadia e deixa a em paz! Pelo amor de Deus!
Por mais que doía ver a menina que eu amava, em parte, chorar, por minha culpa, eu assenti com a cabeça e me afastei, arrumando minha blusa de frio que Katy havia desarrumado e enfiei minhas mãos no bolso da mesma, aquecendo-as. Quanto mais eu andava, mais ganhava consciência de meus atos. Não era certo o que eu fazia com , minha menina, minha pequena. Eu gostava dela, mas não o bastante para tê-la como namorada. Eu teria que tomar um rumo, e logo. Não poderia criar expectativas para ela, sendo que eu não estava afim.
Flashback Off.
Depois desse dia, que fora ontem, quando eu cheguei em casa, havia uma mensagem no meu celular, era ela: “- , eu sei que você é assim... Não fora feito para ter um relacionamento sério. E eu não o culpo por isso. Eu que fora a tola na história. Eu que me apaixonei pelo meu melhor amigo e agora estou aqui... Sofrendo. Mas... Eu sempre soube que esse relacionamento não daria certo, mas tendo você, pedindo para namorar comigo, eu não tive forças para negar. Todo o tempo que passamos juntos valeu as muitas lágrimas que você me fez derramar. Mas é errando que se aprende e... Eu não quero perder sua amizade. Eu não quero perder você. Eu vou sofrer muito com o nosso rompimento, mas não tanto quanto você me disser que não será mais nada para mim. Eu... Eu te amo, . Eu posso até parecer uma boba, sim, mas... Eu ainda tenho esperança de que você mude... Por mim... Bom, apareça aqui em casa, caso você esteja arrependido. Sei lá. Te amo.”
Chorei. Chorei a ouvindo dizer tais palavras, com a voz embargada pelo seu choro fino e soluços desesperados, como se ela estivesse deixando uma parte de si para trás. Ela me amava com todas as suas forças e eu não fui capaz de retribuí-la.
Todas as vezes em que passamos juntos, a alegria que ela me trazia, o conforto, carinho, amor... Nossa primeira vez... As risadas que ela me fazia dar, nossos momentos de briga, as vezes que eu a via chorando por minha causa, a tristeza nos olhos dela quando me vira traindo-a em seu aniversário de 16 anos... E ontem, quando eu a vi, caída no chão, com suas amigas em sua volta, com o olhar de que eu havia a quebrado novamente... Tudo, tudo passou pela minha cabeça. Solucei. Apertei o botão para repetir o recado, e peguei minha chave do carro. Limpei as lágrimas que caíam desesperadamente em meu rosto e saí de casa. Com a visão embaçada pelas malditas lágrimas, eu dirigi até a casa da minha pequena... Da minha linda menina. Adentrei a casa, dando de cara com sentada na bancada da cozinha, comendo uma maçã e com os olhos pasmos, vermelhos, abaixados... Ela levantou o olhar para mim, e, por um minuto, eu pude perceber que um sorriso singelo renasceu em seus lábios. Aquilo me deixou mais triste ainda. Solucei de novo. Ela largou a maçã e a faca na bancada e correu até mim, envolvendo seus pequenos braços em minha cintura. Na ponta dos pés, encaixou sua cabeça na curva do meu pescoço. Demorei um pouco para realizar alguma ação, mas depois eu a envolvi em meus braços e quase desisti de falar oque vim falar. Chorei ali, abraçado á ela, por, apenas, uns 10 minutos. Talvez ela tenha percebido meus soluços e as lágrimas que caíram no seu pescoço nu, pois ela se afastou de mim e limpou as lágrimas que estavam impedindo-a de ver o vermelhado de minhas bochechas.
- O que houve?
O que houve? Essa era a pergunta exata que martelava em minha cabeça. O que houve? Eu realmente não sei. Não sei como me envolvi com , não sei como a pedi em namoro, não sei como eu consegui traí-la, não sei o que estou fazendo aqui, não sei o porquê de eu ter deixado a mesma sofrer por tanto tempo até eu tomar coragem e falar a verdade, não sei por que irei deixá-la, quando vários, no meu lugar, dariam tudo para ter uma mulher igual á ela. O que houve? O que houve meu Deus? O quê?
- Eu... Eu não sei ! Mas... Não dá. – Passei as mãos pelo meu cabelo, bagunçando-os. voltou a fechar o sorriso. Aquele que eu tanto gostava de colocar em seus lábios, sempre que a mesma ficava comigo. Me senti horrível.
- Você... Você não veio aqui para se desculpar de novo, não é? Veio aqui para terminar comigo, não é mesmo? Vá em frente, eu já aguentei demais, mais uma decepção não vai ser nada, para uma pessoa que vive sendo quebrada.
deixou algumas lágrimas caírem em seu lindo rosto, enquanto colocava uma franja atrás da orelha e abaixava a cabeça. Estava péssimo.
- ... Você estava certa, naquela mensagem que você me deixou. Eu não sou homem para se comprometer, eu não sou digno de ter uma mulher igual á você... Eu não estou preparado. Eu gosto de você, sim, mas não tanto para estabelecer um relacionamento. Me entenda, . Eu quero você ao meu lado, mas ser seu amigo não dá. Eu... Eu vou me afastar. Isso vai ser bom. Para mim e para você...
- Não, não, ! Por favor! – voltou a soluçar, tentando agarrar meu pescoço. – Eu te amo, eu te amo.
- Mas... Eu não, ! – Ela parou. Soltou suas mãos de meu pescoço. Voltou a se posicionar ereta em minha frente e seu olhar foi, de longe, de pura tristeza que, nesses anos todos, eu nunca tinha visto. – Eu não te amo, . Entenda, eu não te amo. – Essas quatro palavras não vieram fácil. Mas fora preciso dizer.