There's No One Like You
Escrito por Tatye | Revisado por Naty
Prólogo
A mulher continuava concentrada corrigindo os trabalhos de biologia do último ano enquanto o garoto a olhava com o rosto quase pendurado na mão e um sorriso lerdo e idiota na cara. Os amigos o chamavam de louco, mas o que ele poderia fazer se tinha uma queda grande pela professora de Biologia? Aquela era, sim, a mulher dos seus sonhos e que habitava seus sonhos mais obscuros e profundos. não contava quantas vezes ela já tinha lhe perturbado em seu sono e por mais que fosse julgado pelos hormônios, o garoto de 17 anos não tinha culpa se a mulher era completamente linda e simpática com ele, o deixando completamente encantado.
Por ela, ele pegaria detenção pelo resto do ano.
- ? – a chamou e a mulher levantou a cabeça levemente, olhando confusa pra ele por ter sido chamada pelo primeiro nome.
- Sim, mas me chame de Mrs. Di Angeli, . – A mulher riu com a atitude do garoto e viu o sorriso dele se alargar ainda mais.
- Por quê? Seu nome é tão bonito. – Ele abriu um sorriso de canto tentando usar um charme que no máximo só atingia as garotas da sua idade e a mulher prendeu a risada. – E você me chama pelo primeiro nome.
- Tudo bem, Mr. . – riu com a petulância dele e voltou a sua atenção para os trabalhos que não se corrigiriam sozinhos, sem ver a careta do garoto ao ser chamado pelo sobrenome.
- Meu pai é o Mr. , não eu. – Ele resmungou fazendo uma leve careta e a professora riu baixo novamente. – Pra onde você vai depois daqui, ?
Ela suspirou impaciente com a insistência dele em chamá-la pelo nome, e vendo que não daria jeito naquilo tão cedo, encostou o rosto nas mãos encarando o garoto que abriu ainda mais o sorriso.
- Eu vou pra casa, . – Ela respondeu de forma óbvia e o viu soltar uma risada levemente nasalada.
- Você gosta de sorvete? – O garoto deu um sobressalto animado, e por mais que soubesse que levaria um não bem redondo na cara, não custava nada tentar. – Sei lá, a gente poderia...
- Eu não vou te liberar da detenção, . – disse convicta daquilo, e como se fosse possível, ele abriu ainda mais o sorriso claro.
- Eu peguei detenção justamente porque era você quem ia estar aqui. – O garoto riu como se fosse a coisa mais normal do mundo e a mulher arqueou as grossas sobrancelhas. – Sério, há três semanas eu venho conseguindo vitoriosamente uns minutos com você depois da aula. – Ele disse com um sorriso idiota que só fez a mulher rir e balançar a cabeça negativamente. Ele só poderia estar de brincadeira.
- , eu vou ser bem direta com você. Eu sou sua professora, eu tenho o dobro da sua idade, sou casada e tenho um filho de três anos. E não gosto desse tipo de brincadeira. – A mulher foi séria e ele soltou uma risada desesperada.
Não que ele não soubesse, mas estava mais do que confirmado de que ela seria sua apenas em seus sonhos. respirou fundo e umedeceu os lábios, olhou pro relógio em cima do quadro negro e vendo que faltava menos de um minuto pra o sinal tocar, decidiu tentar mais uma vez. O rapaz levantou da carteira em frente à mesa e se escorou com os dois braços no birô de madeira, como se quisesse intimidar a professora que continuou com a expressão de tédio olhando para ele.
- Pra mim não interessa se você tem o dobro da minha idade, é casada ou se tem um filho. – Ele deu de ombros. – Isso não é brincadeira, eu nunca disse que era. Eu sou louco por você, . Apaixonado, completamente apaixonado. E eu só posso ter 17 anos, mas sei muito bem o que sinto, como também sei você ainda vai casar comigo um dia, pode escrever. – O garoto se declarou ali, na frente dela, fazendo a mulher arregalar os olhos meio surpresa com as coisas que haviam saído da boca dele e com a verdade que ele expressava naquilo, mesmo prendendo a vontade de rir.
O garoto era certo da cabeça?
O sinal avisando o fim da detenção tocou e o garoto sorriu meigamente, ajeitou a mochila nas costas e a viu abrir a boca mais uma vez:
- Deu sua hora, Mr. . – apontou pra porta da sala rindo e vendo o garoto rir junto.
- Te vejo na próxima semana, Mrs. Di Angeli. – piscou sinuosamente e saiu da sala deixando sua professora mergulhada em uma crise de riso.
- Garoto abusado. – riu alto negando com a cabeça e levantou da mesa juntando suas coisas na intenção de chegar logo em casa.
Part One
- Gregory Di Angeli! – O garoto ouviu os gritos e enterrou o rosto nos braços postos na mesa de uma das cadeiras. Ah, ele estava bem ferrado.
- Ai merda, fodeu. Corre! – Ele arregalou os olhos para o professor que estava na sua frente o fazendo rir alto com a expressão do garoto. – É sério, Mr. , corre ou também vai sobrar pra você!
- Você está na detenção, moleque. – O homem riu vendo o garoto de 15 anos fazer uma careta de tédio pra ele. Não era como se precisasse ressaltar aquilo mais uma vez, Gregory sabia que estava preso naquela sala até sua mãe aparecer. – Mas acredite, eu já passei muito por isso. – ele disse como se fosse um segredo e o garoto riu em desespero.
- Você não se torna menos chato e dedo duro por isso. – O ruivo acusou fazendo o homem rir divertido e imediatamente os dois olharam juntos pra porta da sala que havia sido aberta por uma mulher enfurecida.
Gregory respirou fundo sabendo que muito provavelmente estaria em um castigo sem fim até segunda ordem e nisso se incluía nada de jogos eletrônicos, sair de casa durante a noite e se muito ficasse, seria com o celular. Ferrado, ele estava bem ferrado.
Ao passo que o homem só faltou encostar o queixo no chão de tão surpreso estava, ele olhou para Gregory que estava amedrontado e depois pra mulher que tinha expressões bem sérias de irritação, mas era ela. Claro que era ela, o cabelo estava diferente, ela estava completamente diferente, mas ao mesmo tempo não tinha mudado praticamente nada dentro daqueles treze anos. Ele ainda poderia ver sua ex-professora meiga e divertida ali. Mesmo vendo a mulher furiosa e com as expressões de alguém que poderia matar uma pessoa a qualquer momento.
- Você não tem jeito, moleque! – Ele acordou dos devaneios com a fala furiosa da mulher olhando para o filho.
- Mrs. Di Angeli? – a chamou como se a tirasse da bolha que fazia o garoto quase vomitar nas próprias roupas de tão verde e o olhou assustada.
- Oh desculpe. – Ela suspirou sacudindo a cabeça. – Mr.?
- . – Ele deu um sorriso fechado, com os dedos entrelaçados em cima da mesa, quase na esperança que ela se lembrasse de qualquer coisa, mas deu graças aos Céus quando viu a mulher afirmar com um aceno seguro de cabeça, não dando a mínima aparência de ter lembrado qualquer coisa. Melhor pra ele, assim sua ação vergonhosa estava guardada no passado. – Bom, o Gregory estava compartilhando a prova com um colega.
suspirou enfurecida com a audácia do filho e deu um tapa na cabeça dele, fazendo o garoto resmungar baixo e depois esfregar a cabeça.
- Olha o que você me faz passar, garoto! – Ela ralhou indignada com a atitude do filho e o garoto se limitou a soltar um sorriso completamente culpado e que mais parecia de dor. – Desculpe, Mr. , prometo que esse tipo de coisa não irá mais acontecer. – A mulher pediu um tanto envergonhada pela atitude do filho, que não era de fazer aquele tipo de coisa e não percebeu o discreto sorriso do homem ao ouvir “Mr. ” novamente depois de 13 anos. – O que você tem a dizer? – Ela encarou o filho, que coçou a cabeça dando um sorriso de gases.
- Nada em minha defesa, mãe. – Ele suspirou fazendo a mãe rolar os olhos.
- Desculpe, mas você é professor de? – Ela estreitou um pouco os olhos, direcionando sua atenção pra e ele sorriu.
- Biologia.
- Ah, Gregory, tenha a santa paciência. Isso é inadmissível. – A mulher parecia furiosa enquanto o garoto se encolhia na cadeira por aquele projeto de bronca. – Biologia? – Ela perguntou indignada, já que aquela era a sua área de ensino e ele sabia que poderia tirar qualquer dúvida com a mãe.
arregalou um pouco os olhos, querendo rir com a atitude da mulher, mas preferiu ficar calado.
- Eu sei. – o adolescente fez cara de choro. – Eu não vou mais fazer esse tipo de coisa, Mr. . – Ele assegurou antes que sua mãe mandasse e se posicionou para levantar da cadeira. – Vamos, mãe. – Gregory chamou baixo, sabendo que levaria a bronca do ano e respirou fundo, levantando da carteira onde estava, pegou a mochila e jogou contra as costas, como se não aguentasse o próprio peso do corpo por pura preguiça e olhou pra mãe como se a chamasse pra sair logo de lá.
- Vou conversar com seu professor. – cruzou as pernas se acomodando ainda mais na cadeira e viu o filho suspirar, depois afirmar.
- Espero você no carro. – Gregory baixou a vista e parecia envergonhado pelo que tinha acabado de acontecer, logo se direcionando pra fora da sala onde o tal professor queridinho entre as garotas faria sua caveira para sua mãe.
É, ele estava bem ferrado, muito ferrado. Maldita hora em que aquele homem tinha ido ensinar naquele colégio. A mulher suspirou, passou a mão no rosto se acomodando mais na cadeira e voltou a falar:
- Desculpe pelo transtorno que o Greg causou hoje, ele não é garoto desse tipo de coisa. – tentou explicar e viu o homem afirmar com um sorriso.
- Gregory é um garoto muito inteligente, ele realmente se destaca na sala, eu não entendi os últimos acontecimentos. – disse com um sorriso leve no rosto, enquanto era sincero com as considerações sobre o garoto.
- Eu sou professora também, eu sei como é complicado lidar com adolescente dentro de sala de aula. Mas prometo que o Gregory não vai se meter mais em encrenca. – Ela pediu por mais uma chance para o filho, que a cumpriria mesmo que não quisesse.
- Eu sei que você é professora. – disse rindo e a mulher vincou um pouco as sobrancelhas, mas Greg haveria de ter falado. – Fui seu aluno. – O homem riu mais e a viu arregalar os olhos, como se não acreditasse.
- Você foi meu aluno? – A mulher arqueou as sobrancelhas, duvidosa com o que ele dizia e o homem riu, mas afirmando. – Eu não estou tão velha assim. – Ela resmungou, mas audível o bastante e os dois riram, enquanto fez uma careta, nem ele era tão velho, se ele tinha 30, ela deveria ter no máximo 45, isso se chegasse nos 45.
- Ah não, . Eu não acredito que você se esqueceu de mim tão rápido assim. – usou de toda a sua indignação fingida, abrindo os braços e logo encostando o rosto na mão. A mulher arregalou ainda mais os olhos, entrando em uma crise de riso incontrolável.
- ? – Ela escondeu a boca com uma das mãos se mostrando incrédula e ele riu, depois levantou o punho. – Meu Deus...
- Eu! – O homem abriu um sorriso trincado e a viu gargalhar, sabendo exatamente do que ela lembrava. Ai, droga! Por que ela lembrava daquilo? Ele sentiu as bochechas esquentarem mesmo não sendo mais tão frequente e escondeu o rosto nas mãos, rindo. – Não acredito que você ainda se lembra disso. – passou a mão no cabelo.
- Não tem como não lembrar. – respondeu ainda entre risadas com os olhos marejados e fungou, passando os dedos embaixo dos olhos, sacudiu a cabeça negativamente, também rindo.
Ela sentiu seu telefone vibrar na bolsa.
Greg: Mãe, você não vem? Já estou preparado psicologicamente para a bronca.
Greg: Esse cara é um exagerado e dedo duro 🙄😒
: Já estou indo, moleque. E acho bom estar preparado mesmo.
- É o seu filho que tinha pouca idade? – perguntou sobre o garoto que havia acabado de sair da sala, ainda se recuperando da crise de riso.
- Sim. – A mulher esboçou um sorriso apaixonado. – Meu rapazote. Que inclusive, está me perturbando aqui, preciso ir. – Ela riu levemente, pendurou a bolsa no cotovelo, pegou a chave do carro e o celular, depois levantou da carteira. – Foi um prazer revê-lo, . – Ela esticou a mão para o moleque petulante que havia virado um homem feito.
Ele sorriu satisfeito por ela ter se lembrado dele, mesmo depois de um certo empurrãozinho e da lembrança do pedido de casamento mal feito que causou uma crise de riso nos dois, mas ainda não era uma total mentira na atual conjuntura. Afinal, algumas paixões acabam não sendo esquecidas totalmente com o passar do tempo. levantou da cadeira e esticou a mão apertando a dela em cumprimento.
- Da mesma forma, Mrs. Di Angeli. – O homem sorriu usando do mesmo tom cativado na adolescência e a mulher riu.
Ele parecia não ter mudado nada, mas de uma coisa ela tinha absoluta certeza, aquilo era apenas brincadeira da parte dele.
sacudiu a cabeça, andando pelos corredores daquele colégio pendendo a bolsa no vão do cotovelo e ouvindo seus saltos baterem secos no chão encerado, enquanto recordava-se da época em que trabalhara ali. A mulher adentrou o estacionamento do colégio vendo seu carro grande estacionado em uma das vagas e com Gregory parecendo emburrado dentro. Ao andar pelo grande pátio com o sol batendo em seu rosto, viu uma moto que puxou totalmente sua atenção, fazia anos que ela não via uma Harley daquela, na verdade, fazia anos que ela não pilotava uma. Ela riu sacudindo a cabeça e tratou de entrar logo no SUV.
- Como você me apronta uma dessa, Gregory Di Angeli? – A mulher perguntou enfurecida batendo a porta do 4x4 e o garoto arregalou os olhos de uma vez, assustado pelo barulho seco.
- Mãe, só pra senhora ficar sabendo, eu não estava colando! – O rapaz disse agoniado, mexendo as mãos freneticamente e viu a mãe com uma das sobrancelhas arqueadas. – Eu estava passando à prova para o meu amigo. – Ele tentou se defender e aumentou ainda mais a cara de tédio.
- E foi pego do mesmo jeito, Gregory! – Ela disse indignada vendo o garoto esboçar uma careta completamente confusa.
- Espera, você está brigando comigo porque eu fui pego? – Ele deu um grito esganiçado vendo a mulher afirmar irritada com a situação.
- Óbvio, Gregory! – Ela rolou os olhos, ligando o carro e suspirou mais uma vez. – Da próxima vez vê se aprende a passar cola direito, pelo amor de Deus. Eu não quero ter que aparecer no colégio de novo por causa disso, tá me ouvindo?
- Sim, eu só não sei se entendi direito, mas garanto que ouvi. – O garoto riu ainda amedrontado com aquela conversa esquisita da mãe, afirmou e riu baixo esfregando o rosto, ao menos ele tinha se livrado de um castigo grande.
- Nada de vídeo game e a coisa toda por umas duas semanas. – A mulher estendeu a mão pedindo o celular e ouviu um grunhido esganiçado do garoto.
- Que? Mas você disse que...
- Eu sei o que eu disse, mas isso não te livra do castigo. O celular, Gregory. – Ela continuou com a mão estendida e ouviu um barulho de choro forçado, recebendo o celular e o colocando no porta moedas do carro.
- Eu supero. – O garoto suspirou fazendo uma tremenda cara de choro e ela riu. Como se ficar sem o celular fosse tirar a vida dele. – O que você falava tanto com o professor? – Gregory mordeu a boca fazendo uma careta e ela riu mantendo sua atenção na estrada.
- Pedindo desculpas pelo que tinha acontecido e ele te elogiou. – Ela deu um sorriso bonito e satisfeito, orgulhoso tanto dos elogios pelo filho, quanto pelo ex-aluno que havia ido longe como ela havia apostado um dia. – Disse que você era um garoto muito inteligente, focado, brilhante e que ia longe. – A mulher bagunçou o cabelo ruivo do filho que rolou os olhos, mesmo querendo rir com a cara de boba da mãe.
- Ele só estava de conversa com você porque você é bonita. – O garoto retrucou a fazendo rir alto pelo elogio forçado e acabou rindo junto com ela.
- Primeiro, obrigada pelo elogio. Segundo, não, não era por isso. – riu. – Ele realmente te elogiou e parece ser um professor legal, você deveria dar um crédito ao rapaz. – Ela ouviu o filho suspirar e fez uma careta confusa.
- Legal ele é mãe, só é metido demais. – Gregory rolou os olhos se afundando no carro e a mulher percebeu que aquilo era puro ciúme por chamar atenção demais dentro da sala de aula, afinal, ele era um homem bonito.
- Metido? – perguntou prendendo a risada.
- É. – O garoto rolou os olhos. – Cheio de pernas pro lado das meninas. Me poupe, ele é velho! Deveria procurar alguém da idade dele!
- Gregory! – soltou um grito esganiçado pelo “ele é velho” e viu o garoto arregalar os olhos assustado com o surto. – Ele foi meu aluno quando tinha a sua idade! E eu não sou tão velha assim! – Ela abriu bem os olhos dividindo a atenção entre o filho e o trânsito, e o garoto empalideceu.
- Você não é velha, mãe! Você é linda! – O garoto tentou remedar. – Ele que é um metido! – Ele rolou os olhos mais uma vez e a mulher soltou uma gargalhada.
- Tudo isso é ciúme, Greg? – Ela mordeu a boca tentando prender as risadas que saíam sem qualquer aviso e o garoto ficou vermelho se afundando no banco, o que confirmou ainda mais as suspeitas dela. – Ai não, meu amor, para com isso. – A mulher apertou a bochecha dele. – Você é um ruivinho incrível, nenhum chega aos seus pés, beleza? – Ela esticou a mão pra soquinho e o garoto completou rindo. – Só tente ser mais amigável com ele, tudo bem? Ele é seu professor.
- Obrigado, mãe. – Gregory riu ainda meio envergonhado. – E eu prometo tentar.
- Fico feliz em saber disso. – sorriu largamente e os dois seguiram pra buscar Milena no colégio.
- Não, John, hoje não. Eu estou morto! – riu com a insistência do irmão em querer fazê-lo sair. – Cheguei do colégio quase agora.
- Tempo suficiente pra se arrumar e ir beber com a gente, meu irmão. É sexta feira, cara! – O mais novo voltou a insistir e riu alto abrindo a porta de casa. Jonathan era um ser sem jeito mesmo. – , para de ser velho! – Ele ouviu um grito da namorada do irmão e riu mais ainda.
- Não posso parar de ser velho, Meg! Eu sou velho. – o homem disse rindo e ouviu a garota rir. – Se divirtam por mim, aproveitem e bebam muito. – ele passou a mão nos cabelos e jogou as coisas no sofá, indo na direção da cozinha ver o que tinha pra comer. – Nem quero pagar de vela. – prendeu o telefone entre a cabeça e o pescoço fazendo careta por não ver nada de futuro dentro da geladeira.
- Você não é velho, cunhado! – a garota disse rindo. – E não vai ficar de vela, eu tenho muitas amigas! – Meg disse como se aquela fosse uma proposta irrecusável e riu. – Ele só quer de 40 pra lá, Meg. – Jonathan riu, debochando do irmão e rolou os olhos.
- Ai Jonathan, você é um saco. – o homem suspirou. – Nada contra você, Meg, mas garotas novinhas demais não me prendem com tanta facilidade assim e hoje eu não estou pra passar o rodo, então eu vou comer e dormir. – disse rindo e quase pode ver o bico na cara dos dois.
- Acho que tem alguém virando a casaca... – ele ouviu o irmão zombar mais uma vez e não ficou calado.
- Ao menos eu não sou broxa... – usou do mesmo tom e ouviu alguns palavrões como rebate.
- Meu Deus, vocês parecem duas crianças. – a voz mergulhada no tédio da garota pode ser ouvida e logo depois algumas risadas dos dois s. – Tchau, . Vou arranjar uma quarentona pra você. – a garota disse rindo.
- Arranja que eu quero. – ele entrou na brincadeira e a garota riu mais. – Boa saída e usem camisinha, vocês não têm idade pra ter filho. – o homem recomendou rindo e ouviu um “panaca” baixo da garota antes de desligar o telefone, o fazendo cair na gargalhada.
entrou no quarto, jogando o celular em cima da cama e fez careta ao ver quantas caixas ainda estavam por ali, talvez ter aceitado a ajuda de sua mãe com casa não tivesse sido má ideia, a menos ele não iria ter que organizar aquilo tudo sozinho. O homem coçou a cabeça fazendo uma careta e foi questão de segundos até tomar a decisão de que aquele não era o dia pra arrumar nada.
Ele saiu desviando de algumas caixas, enquanto desabotoava a camisa até o banheiro e deu de cara com uma que chamou sua atenção mais do que o esperado. High School era o que tinha escrito em caneta permanente preta, ao longo da lateral. riu com as “coincidências” daquele dia e sentou na borda da cama pegando anuário do colégio. Há eras que ele não se interessava em ver aquilo, mas o reencontro de mais cedo parecia ter aflorado algumas coisas a mais do que apenas a alegria de reencontrar uma antiga professora. O livro continha fotos de todas as datas comemorativas e importantes do colégio, desde algum campeonato de esportes à maratona acadêmica, sem falar nas fotos de todos os alunos com suas respectivas informações, sonhos e frases de efeito, mas era na última página daquele anuário onde guardava uma de suas lembranças mais simbólicas.
- Dança comigo. – o garoto insistiu perto da professora, onde estava mais uma vez e a mulher riu. Ele não ia desistir nunca?
- Não, . – a mulher disse rindo ao invés de se estressar com aquilo. Sabia que se irritar não ia fazê-lo lhe perturbar menos. – Você está perdendo seu baile, sabia? – ela perguntou inclinando um pouco a cabeça pro lado e ele riu.
- Estou desfrutando da sua preciosa companhia, então não, não estou perdendo meu baile. – ele deu um sorriso meigo e colocou as mãos no bolso da calça social.
-Claro que está, você se arrumou todo, sua mãe deve ter tirado milhões de fotos. – ela enumerou nos dedos e viu o rapaz rolar os olhos, com certeza reprovando a atitude exagerada da mãe. – A sua acompanhante deve ter se largado na pista dançando com alguém e você aqui plantado, sem falar nas suas colegas todas que devem estar loucas pra dançar com você. – a mulher deu um sorriso divertido e o viu negar com um aceno de cabeça. – Vai se divertir, garoto.
- Você não quer dançar comigo. – deu de ombros e soltou uma risada baixa. riu com a negação dele.
- Você não desiste. – riu baixo.
- É meu último ano, , poxa. Você deveria facilitar. – Ele fez cara de choro, enquanto a mulher já tinha desistido de insistir que ele a chamasse pelo sobrenome.
- Você precisa de uma namorada, . – a mulher falou com certo deboche no desespero do garoto e o ouviu rir alto.
- Você é casada, tem o dobro da minha idade e ainda é minha professora. – ele fez um bico realmente lamentando aquilo e a mulher riu alto. – As coisas não estão tão favoráveis assim pra mim. Mas quer saber? Tira uma foto comigo e eu paro de te encher o saco, prometo! – olhou duvidosa pra ele e o garoto fez cara de cachorrinho. – É uma promessa, eu não sei se vou te ver mais. Me deixa guardar uma foto de lembrança com a professora mais linda e legal de todo o ensino médio? – A mulher riu relevando todos os elogios e negou com um aceno enquanto ria, sem acreditar que cederia àquilo.
- Apenas uma, Mr. . – Ela levantou um dedo e viu o garoto comemorar com um pulinho e de punho erguido a fazendo gargalhar.
- Posso tirar como eu quiser? – O rapaz agarrou a mão dela, perguntando astuto, alegre e eufórico, fazendo a mulher arquear as sobrancelhas.
- Óbvio que não. – riu enquanto era levada pelo salão na direção onde o fotografo estava.
Os dois chegaram onde estava montado o painel temático do baile, juntamente com o fotógrafo e uma fila de alunos esperando para tirar as fotos mais tradicionais e que com certeza iriam para o anuário. se perguntava porque estava ali atendendo aos pedidos de um aluno, um garoto abusado que havia lhe feito rir por grande parte do ano letivo. Enquanto estava um tanto nervoso com a situação toda, afinal, ela já tinha lhe tirado todas as esperanças, mas havia dado direito a uma foto. Aquilo era legal e alguma recordação da sua paixão de adolescência ele iria ter.
- Próximos! – o fotógrafo chamou, tirando o garoto dos seus pensamentos e os fazendo perceber que era a sua vez.
puxou a professora para o local onde as fotos estavam sendo tiradas e ao longe poderia observar todos os seus amigos olhando incrédulos pra ele. Aquele filho da mãe tinha conseguido mesmo? O fotógrafo torceu um pouco o nariz ao ver quem acompanhava o garoto, estranhando a situação, mas continuou seu trabalho. Era normal os alunos quererem fotos com os professores que mais lhe agradavam durante o ano que havia passado.
- Juntem mais, por favor. – o homem pediu e aquela foi a brecha que o rapaz arranjou para abraçá-la mesmo que desajeitadamente.
Dando graças aos céus que o homem baixinho de cabelo escuro tivesse mandado os dois juntarem. ajeitou a mão livre no bolso da calça e deu o seu maior e mais brilhante sorriso, sentindo todo seu peito encher. , achando divertida a reação do garoto, entrou no personagem e incorporou a acompanhante de baile dando um sorriso largo. Depois do flash ela riu e o soltou, bagunçou o cabelo do garoto e por fim saíram de lá para não obstruir o fluxo.
- Satisfeito? – ela riu vendo o sorriso dele se iluminar, enquanto o garoto afirmava veemente.
- Pra ficar melhor, só com um beijo. – ele piscou em mais uma óbvia brincadeira que a fez abrir a boca incrédula com a atitude dele.
- Mas você é muito abusado, mesmo. – sacudiu a cabeça com os olhos estreitos e o viu rir levantando as mãos em rendição.
- Nem na bochecha? – fez bico e a mulher rolou os olhos.
- Não, Mr. . – ela riu incrédula com a petulância dele, não que já não estivesse acostumada. – Mas você é um garoto de ouro, inteligente, centrado e vai longe. Tem um grande futuro pela frente. – a mulher piscou, o elogiando com toda a sua sinceridade e foi a primeira vez que o viu ficar de bochechas vermelhas durante todos aqueles anos. sorriu largamente, orgulhosa pelo aluno que tinha, sabendo que ele iria longe, principalmente quando deixasse aquela obsessão de adolescência por ela e começasse a realmente viver a vida dele. – Só use essa cabecinha para o bem, ok? – ela riu levemente.
- Ainda vou te deixar orgulhosa, Mrs. Di Angeli. – ele disse com um sorriso largo e feliz pelo que tinha acabado de ouvir pela professora. Ela sorriu satisfeita em ouvir aquilo, afinal, sabia que o garoto cresceria por si só, mas ser usada como impulso moral não era nada mal.
- Espero. – a mulher ainda sorrindo, piscou e bateu continência, voltando para seu posto, deixando o garoto plantado no salão com um sorriso determinado e o coração batendo forte.
viu uma mão colocar um café em sua frente e olhou vagarosamente para saber quem tentava lhe cortejar, fazendo uma careta que mais se caracterizava como uma risada presa ao ver quem era.
- Não é legal ficar sozinha nesses lugares, pode aparecer algum cara querendo te cortejar. – Ela riu com o tom divertido que havia usado pra frase e fechou o livro que estava em mãos, o encostando num canto.
- Obrigada. – Ela agradeceu pelo café e recebeu um lindo sorriso em troca. – O que você me sugere? – A mulher perguntou rindo e levantou para cumprimentá-lo, recebendo um meio abraço e um leve beijo na bochecha.
- Eu posso ocupar essa cadeira. – riu sentando à frente dela ao mesmo tempo em que a mulher sentava na cadeira que estava. – Aí nós conversamos sobre o que não deu tempo naquele dia e você me diz por que continua tão linda mesmo depois de 13 anos. – O homem esboçou um sorriso bonito fazendo a mulher rir. Ele não tinha perdido a mania ainda? – Falo sério, Mrs. Di Angeli, fiquei curioso em saber como você está.
- Por favor, apenas , sem tanta formalidade assim. – Ela disse de modo leve e o viu abrir um sorriso largo e até satisfeito. – Então quer dizer que você virou professor? – A mulher perguntou com um sorriso orgulhoso e o viu afirmar alegremente.
- Segui seus passos. – Ele deu uma piscadela rápida e tomou um gole do café. – Ainda leciona? – perguntou curioso.
- Sim. – A mulher sorriu encantada. – Mas agora lido com adultos, dou aulas na universidade daqui. – sorriu brevemente e bebericou do café trazido por ele.
- Você sempre se supera, mulher. – riu a fazendo se segurar pra não rir alto.
- Nada demais, . Você ainda chega lá antes da idade que eu cheguei. – Ela deu uma piscadela como se ele ainda fosse aquele garotão de 17 anos e os dois riram.
- Você fala como se fosse alguém no fim da vida. – O homem sacudiu a cabeça a fazendo rir alto e logo depois tapar a boca para não chamar atenção na cafeteria em que estavam.
- Há mais de 20 anos nessa vida. – Os dois riram.
- E você continua a mesma, só que mais bonita. – abriu um sorriso galanteador e a viu rir com uma ponta muito pequena de vergonha pelo elogio, mas satisfeita.
- Ai, . – Os dois riram. – E você, estudou fora? – Ela sorriu degustando o café quente.
- Passei uma temporada nos Estados Unidos, nada demais. – O homem riu dando de ombros como se aquilo não fizesse muita diferença e a viu abrir um sorriso orgulhoso. – Fiz faculdade e o mestrado por lá.
- Sério? – perguntou mansa, com um encanto evidente e o homem abriu um sorriso largo afirmando, orgulhoso de si mesmo.
- Eu procurei sair daqui, precisava me ajeitar na vida. – Os dois riram baixo e o homem balançou a cabeça levemente se condenando pelo que tinha acabado de falar. – Voltei faz uns meses, no início do ano letivo. – Ele encostou o rosto na mão olhando ternamente pra ela. – E você, ? Já saiu daqui?
- Para começo de história, eu não sou daqui. – Ela riu ao ver a cara dele de completa surpresa.
- Não? – Ele soltou um gritinho esganiçado que a fez rir mais.
- Não, eu vim pra cá cursar licenciatura em Enfermagem, acabei cursando tanto bacharel como licenciatura de uma vez só. – Os dois riram. – Depois fiz mestrado em docência e acabei ensinando Biologia e Programa de Saúde, como você sabe. – Ela soltou uma risada leve. – Eu sou francesa, mas estou morando aqui há mais de 20 anos. – disse rindo da cara de espanto dele. – Eu sou quase canadense, para com isso!
- Foi uma enxurrada de informações em cima de mim, mulher. – soltou uma risada morta, passando a mão entre os cabelos e os dois riram. – E eu sempre achei que você fosse canadense.
- Mas agora eu sou! – Ela deu um sorriso trincado que o fez rir abertamente.
- Me fala, só o Greg de filho? – Ele encostou o rosto na mão olhando diretamente pra ela. tomou um gole do café com creme que havia ganhado.
- Não. – A mulher abriu um sorriso completamente apaixonado. – Tenho mais uma menina de oito anos, Milena. A Milla. – Ela deu um sorriso gigante ao se lembrar da filha mais nova. – E você? Casado, com filhos?
- Nops. – Ele se escorou mais nos braços. – Sem filhos e sem esposa. – riu.
- Por quê? – A mulher perguntou em um quase esganiço o fazendo rir.
- Você não quis casar comigo, poxa. – Ele fez um bico e na intenção certa, a fez rir. – Mas falando sério, eu estava noivo até uns meses atrás. Nós terminamos, não deu muito certo. – O homem deu de ombros como se aquilo não fosse nada demais, mas no fundo, era uma fase que ele preferia não lembrar.
- Não? – A mulher perguntou em tom de pesar e ele soltou uma risada nasalada.
- Ela queria casar e eu, comprar uma bicicleta. Não deu muito certo. – Ele fechou um dos olhos, enrugando o nariz e a mulher soltou uma gargalhada larga e espontânea o fazendo ficar preso e encantado na risada dela, com um sorriso bobo na cara. – E você, Mrs. Di Angeli? – perguntou rindo e brincando com o sobrenome sempre tão cobrado em sua época de adolescência. A mulher fez uma careta pelo sobrenome e engoliu as risadas.
- Primeiro, pare de me chamar de Mrs. Di Angeli. – Ela ralhou como se desse uma bronca em um garoto e o homem levantou as mãos em rendição, se desculpando. – . – A mulher frisou o sobrenome e o faz arquear uma das sobrancelhas. – Ou melhor, apenas . Por Deus, . – Ela riu o vendo ainda confuso, mas com um sorriso de canto. – Você não é mais meu aluno, muito menos um garoto. Somos adultos o bastante para nos chamarmos pelo primeiro nome.
- ? – não conseguiu conter a confusão pelo sobrenome diferente que lhe era tão familiar e muito menos o sorriso pela declaração da mulher sobre os dois serem adultos o bastante para se tratarem pelo primeiro nome. Quando ele tinha voltado a ser um adolescente bobo novamente?
- Sobrenome do meu pai. – Ela riu pela confusão dele. – Separei faz uns cinco anos. – meneou a mão mostrando que aquilo era assunto passado e não valia à pena e nem ela queria trazê-lo de volta.
- Tudo bem, . – sorriu, a fazendo sorrir junto. – Miss . – O homem piscou e a mulher se dividiu entre rir e rolar os olhos.
- Vai começar com essa putaria de novo? – perguntou com uma indignação fingida e o homem riu alto.
- Não, não vou. – riu e passou a mão no cabelo enquanto encarava a mulher a sua frente.
- Olha só! – Ela disse surpresa o fazendo ficar confuso com o sobressalto. vincou as sobrancelhas em uma careta que a fez rir baixo. – Não é que você aprendeu a conversar com uma mulher. – apontou como se mostrasse orgulho e o homem deu de ombros rindo.
- Aprendi muita coisa com o tempo, . – piscou dando muito mais sentidos, do que apenas um, àquela frase e ela arqueou a sobrancelha, puxando um sorriso de canto nos lábios.
- Galanteador como sempre. – Os dois riram com a frase da mulher e deu de ombros.
- Não posso perder o costume. – O homem abriu um sorriso bonito, depois deu um sobressalto da cadeira por ter se lembrado de algo. – Você não sabe o que eu achei esses dias. – disse com os olhos arregalados, sacando o celular do bolso e a deixando curiosa.
- Não sei. O quê? – perguntou ansiosa pela resposta e o viu levantar da cadeira que estava, lhe entregando o celular. A mulher o pegou esboçando uma careta confusa e abriu um sorriso ao ver o que tinha lá. – Onde você conseguiu essa foto? – Ela riu vendo o quanto os dois tinham mudado, mesmo sem perceber o quanto o sorriso dele se parecia com o da fotografia em questão.
- Encontrei o anuário em uma caixa ontem e decidi reviver o tempo de colégio. – O homem riu achando bonitinho o jeito que ela olhava encantada para a imagem no celular. sorriu e viu a tela do aparelho apagar pelo tempo de inatividade, depois aparecer um letreiro com o horário que a fez arregalar os olhos. – Que foi? – O homem perguntou assustado pela reação dela.
- Estou atrasada pra aula. – Ela riu e lhe entregou o celular o vendo respirar em alívio. – Foi ótimo te ver de novo, . – disse pegando suas coisas e o viu sorrir largo. – Obrigada pelo café.
- Da mesma forma, Miss ! Gosto muito desses encontros, espero que se repitam. – ele disse vendo-a rir e levantar de uma vez da mesa, parecendo realmente apressada. A mulher abriu a boca para se despedir de vez e ele a interrompeu: – Seu telefone? – Ele jogou uma pergunta mais fundada na afirmação e a viu rir, depois puxar um guardanapo de papel e escrever algo com uma caneta.
- Não perca. – riu enquanto estendia o pequeno papel branco a ele e viu surgir um sorriso que há anos ela não via. Parecia o mesmo garoto bobo quando ganhava qualquer recompensa.
- Já estou descendo! – A mulher gritou enquanto apressava o passo até a porta de casa, onde alguém já havia batido duas ou três vezes e parecia não sossegar. – Gregory! – Ela gritou já na sala da casa. – Você poderia largar esse computador e atender a porta de vez em quando! – reclamou andando rápido na direção da porta.
- Estou indo mãe! – O garoto gritou do andar de cima. – É pra mim!
rolou os olhos. Quando ela já estava no andar de baixo era que ele respondia? Gregory não tinha jeito e provavelmente iria demorar algum tempo pra criar. Ela riu sacudindo a cabeça de leve e abriu a porta, dando de cara com um moreno sorridente que conhecia há bastante tempo. olhou pra ela e não conseguiu segurar a risada por tê-la escutado brigar com o filho.
- ? – fez uma das caretas mais confusas que conseguia, percebendo o quanto ele havia se tornado um homem.
Um verdadeiro homem. A estatura, o corpo, os ombros. Ai merda, os ombros e as costas largas. Mas ele era um moleque, certo? Não, ele não era mais um moleque e era inevitável perceber aquilo. havia crescido e muito bem, diga-se de passagem. Ela sacudiu a cabeça se livrando daqueles pensamentos e o viu abrir a boca:
- Eu! – ele deu um sorriso divertido e tomou a liberdade de cumprimentá-la com um beijo na bochecha como tinha feito dias antes, pegando a mulher de surpresa com um meio abraço que foi retribuído. – Tudo bem? – perguntou com um sorriso bonito.
- Sim, claro. – riu e retribuiu o cumprimento do beijo na bochecha. – Estou ótima, mas o que você faz aqui? – Ela fez uma careta e viu o sorriso dele engrandecer, ela escorou no batente da porta e viu a Harley que havia tomado sua atenção outro dia no colégio. – É sua? – ela apontou rindo e percebeu que era uma pergunta idiota ao ver o capacete na mão dele. riu.
- Vim ajudar o Greg com umas coisas. Ele estava com umas dúvidas e me disponibilizei pra ajudar. – O homem deu um sorriso que marcava suas bochechas e sorriu junto. – E sim, essa belezinha é minha. – Ele soltou uma risada olhando pra moto
- Sem necessidade... – a mulher riu e ele deu de ombros. – O Greg ir te aperrear com isso.
- Nah, incomodo nenhum. O garoto é esperto, dá gosto em ajudar. – O homem disse com o sorriso mais largo, fazendo o sorriso dela ficar meio encantado, afinal, ter o filho sendo elogiado nos estudos era uma das melhores coisas.
- Entra. – deu espaço pra que ele entrasse na sala de casa. – Ele está lá em cima, preso no computador. – Os dois riram. – Vou chamar. Fica à vontade. Coloca o capacete aí, não tem problema. – A mulher sorriu e ele afirmou também com um sorriso.
- Obrigado. – agradeceu andando pra perto do estofado de cor escura e colocando lá sua proteção de cabeça.
sorriu fechando a porta da casa, enquanto estava plantado no meio da sala, observando-a ir até o pé da escada e se perguntando como ela conseguia ficar mais linda a cada ano, sem falar no espírito de garota rebelde representado pelas incríveis camisetas de bandas, como a do Scorpions que ela usava naquele dia. A mulher tinha bem mais que trinta, e um corpo de dar inveja a qualquer garota de vinte, principalmente as pernas, sempre fora o que mais chamava atenção no antigo garoto, que agora era um homem. A morena sempre tivera belas pernas grossas que ficavam ainda mais bonitas dentro de um jeans, juntamente com uma bunda de dar inveja, fazendo classificá-la como uma quarentona gostosa. Ah, merda! Ele estava fodido, bem fodido. Não era mais um garoto entupido de hormônios querendo ser solto a qualquer momento, mas uma certeza ele tinha, voltaria a lhe atormentar à noite.
- Greg! – Ele acordou dos devaneios com o grito dela pelo filho. – está aqui, desça!
- Estou indo, mãe! – A voz do garoto ficava mais perto ainda e ele apareceu como um furacão na sala da casa, acompanhado de uma garotinha dos cabelos escuros. – Hey, ! Tudo bem? – Gregory disse animado, acenando para o professor enquanto andava até ele e o homem fez o mesmo.
- Hey, moleque! E aí? – disse animado como se tivesse voltado a ter 15 e cumprimentou o garoto com um toque de mão, depois um abraço. Ele viu a garotinha que parecia curiosa ao pé da escada e logo deduziu que se tratava de Milena. – Oi? – ele acenou sorrindo e ela deu um sorriso banguela de volta.
- Oi! – A garotinha acenou freneticamente sorrindo. – Meu nome é Milena! – Ela se apresentou fazendo a mãe rir com a simpatia da criança.
- Oi, Milena. – andou até onde ela estava e abaixou no chão, na intenção de ficar da altura da menina. – Meu nome é . – Ele deu um sorriso bonito e viu a garotinha sorrir junto.
- Você é amigo do Greg? – A menina perguntou um tanto eufórica e ele respondeu com um aceno de cabeça na mesma maneira.
- Sim, eu sou amigo do Greg. – Ele disse ouvindo rir e abaixar, beijando a cabeça da filha. – Você é muito linda, sabia? – elogiou encantando com a reação da garotinha, que esboçou o mesmo sorriso da mãe, só que faltando alguns dentes.
- Como a gente diz? – perguntou com uma risada baixa fazendo a garota olhar pra cima.
- Obrigada. – Milena agradeceu com um sorriso largo que fez quase babar de tão encantado na criança.
- . – Gregory riu chamando pelo professor e o homem acordou pra vida. – Aonde vamos? – O rapaz perguntou animado colocando a aba do boné pra trás.
- Tem cesta de basquete aqui? – perguntou rindo pela afobação de Gregory e levantou do chão olhando pra ele.
O rapaz riu afirmando enquanto sorria um tanto encantada com a cena que via e tinha acabado de presenciar, ela não imaginava que fosse tão cuidadoso com crianças e também há tempos não percebia o filho animado com as coisas do colégio daquele jeito.
- Quintal. – Gregory riu apontando para a direção da cozinha onde tinha uma grande porta de vidro que dava pro quintal.
- Então vamos! – bagunçou o cabelo do garoto e os dois riram, ele acenou pra Milla mais uma vez e saíram rindo pra lá.
Os dois chegaram ao fim do grande espaço, onde pregado ao do muro da casinha de tranqueiras, estava à cesta de basquete, esporte que acompanhava o garoto daquela família desde muito cedo, influenciando também na escolha dentro do colégio. Gregory era um dos melhores jogadores e todos tinham plena consciência daquilo.
- Gostei da camiseta. – apontou pra camisa do garoto com a estampa que remetia ao The Offspring, enquanto quicava a bola no chão e o viu rir. – Você escuta mesmo, ou é só...
- Você já viu o gosto musical da minha mãe? – O garoto perguntou rindo. – Meu amigo, tudo que eu gosto de ouvir hoje, foi pura influência dela e é uma das coisas que eu mais me orgulho. Sinceramente, ela é praticamente um Jukebox com os melhores sucessos guardados. – Gregory disse rindo e viu o professor afirmar rindo muito.
- Já, eu já vi sim. Sua mãe tem um gosto musical muito foda, e isso me influenciou pra caramba também. – O homem riu e jogou a bola alaranjada fazendo uma cesta. Greg riu alto.
- Você conhece minha mãe bem demais, . – O garoto alfinetou roubando a bola e correndo pra longe, desarmando de um jeito súbito.
- Oi? – parecia perdido demais pela afirmação do garoto e soltou uma risada. – Ela foi minha professora, Greg. – Ele riu e o garoto arqueou as sobrancelhas sibilando um “algo me diz que não é só isso”. – A gente acaba se influenciando por quem marca a nossa vida. – O homem disse astuto e roubou a bola do garoto rindo.
- Quê? – O ruivinho perguntou esganiçado pelo “quem marca a nossa vida” e fez uma careta. Aquele cara era abusado demais. – Como é?
- Nada! Foca na bola. – jogou a bola pra ele, mesmo com vontade de rir da reação do garoto. – O assunto de hoje é histologia. – Ele disse rindo e sem esperar qualquer reação adversa do garoto, começou uma aula dinâmica que envolvia biologia, basquete e alguns pontos marcados.
olhava através da grande porta de vidro sem entender muito bem como os dois tinham engajado em uma amizade tão rápido, claro que assim como o filho tinha prometido, ele havia sim se aproximado mais do professor, o que era bem visível nas últimas semanas, principalmente pelo contato que insistia em manter com ela. Mas também era fato que Gregory era fechado com as pessoas que acabava de conhecer, não dando muita bola até pra tal popularidade no colégio que supostamente ela ouvia pela boca dos outros que ele tinha, porque se dependesse do garoto, ela não ia saber nunca. Ele precisava ser cativado e demorava certo tempo para aquilo acontecer. Despertando mais a curiosidade de em como tinha conseguido aquilo de forma tão rápida e confiante.
- BU! – Ela tomou um susto com o grito da cunhada, virando de uma vez e desencostando do balcão.
- Ai, credo! – arregalou os olhos com a mão no peito, vendo tanto a cunhada, como a sobrinha rirem alto com o susto dela. – Quer me matar? – A mulher perguntou rindo, enquanto mostrava uma pose de defesa.
- Você que tá distraída demais! – Camila alegou e fez uma careta, depois cumprimentou as duas como sempre costumava fazer.
- Eu. – mordeu a boca e olhou pro quintal, onde e Gregory jogavam basquete parecendo animados com àquilo e até Milla já tinha entrado na brincadeira, fazendo cestas de vez em quando, mesmo que fosse ajudada pelos dois. Certeza não se tratava mais de estudo. – Estava vendo o Greg. – A mulher mordeu a boca olhando para a dupla no meio da sua cozinha e encontrando pares de sobrancelhas arqueadas.
- Só o Greg, tia? – Megan soltou uma risada vendo a tia enrugar o nariz e rolar os olhos em seguida.
- Cadê o Seb? – A mulher desviou do assunto, enquanto perguntava pelo irmão vendo as duas rirem.
- Carro. Não desvia! – Camila riu sentando em um dos bancos da cozinha e Megan se debruçou mais ao balcão. – Quem é?
- Professor do Greg. – A mulher mordeu o que restava da unha e viu a sobrinha arquear a sobrancelhas, bem duvidosa com a resposta. Professor do Greg? Em um dia de sábado e jogando basquete? Aquela história estava bem mal contada. – Que foi, Meg? – A mulher perguntou rindo alto.
- Nada! – A garota de 20 anos levantou as mãos em rendição e Camila apontou pra filha, sabendo bem onde ela queria chegar com àquilo.
- Aula no sábado? – a Mrs. perguntou bem desacreditada e fez uma careta enrugando o nariz.
- Ele é professor do Gregory. Também não entendi direito. – Ela olhou para a cunhada e sobrinha realmente perdida com a situação. – Ele quem apareceu! – mordeu a boca.
- Apareceu? Do nada? – Camila arqueou ainda mais a sobrancelha. – Qual é, !? – Ela reclamou a cunhada. – Conta quem é o cara e o que ele faz na sua casa jogando basquete com seu filho!
- Ele é professor de Biologia do Greg! Juro! – disse de forma óbvia com os olhos um pouco arregalados. – Apareceu aqui hoje de manhã, do nada. – A mulher mordeu a boca e mesmo assim ainda era desafiada com o olhar das duas, que não deixavam absolutamente nada passar.
- Só isso, ? – Camila perguntou prendendo uma risada pelo embaraço da cunhada e a mulher suspirou.
- Ele foi meu aluno. – ela enrugou o nariz. – Aquele moleque abusado. – completou a frase e viu Camila ficar ainda mais confusa, como se tentasse lembrar de qualquer coisa. – Que disse que ia casar comigo, Camila! – A professora soltou um grito esganiçado e viu a cunhada cair em uma gargalhada escandalosa, enquanto a sobrinha arregalou os olhos, incrédula.
- NÃO CREIO! – A mulher gritou rindo, ainda sem acreditar que ali se tratava do tal garoto.
- O quê? – Megan perguntou altamente desacreditada fazendo as duas mulheres rirem. – Como assim, tia? Conta isso direito!
- É Camila, é ele. – riu alto assim como a cunhada. – Meg, querida. Tapa o ouvido. – A mulher disse rindo como se a sobrinha fosse nova demais pra ouvir certas coisas e a garota rolou os olhos. – Tá um puta homão, né? – A mulher estreitou um dos olhos e assim como Camila, inclinou a cabeça olhando pro quintal da casa onde estavam os três jogando basquete.
- Com certeza! – A outra assegurou rindo e ouviram a resposta de Meg para a pergunta feita:
- Concordo! – A mais nova afirmou veemente e as duas riram alto. – Agora me diz dessa coisa de te pedir em casamento.
- Ele era um fedelho, Meg. – riu alto com a lembrança e a garota arqueou as sobrancelhas. – Tinha 17 anos na época.
- E era muito obstinado! – Camila assegurou rindo. – Ele insistia que eles iriam se casar um dia! – A mulher prendeu a risada olhando pra cunhada e acabaram rindo juntas.
- E está jogando basquete com o Greg no quintal daqui. – Megan arqueou suas sobrancelhas bem delineadas. – Eu acredito em acaso. – A garota levantou o braço como se aquilo fosse preciso pra que ela fosse escutada.
- Eu concordo com minha filha! – Camila repetiu o gesto da sua primogênita, fazendo rir alto com a cena. – , o moleque apareceu na sua vida de novo, não pode ser só coincidência! – A mais velha deu de ombros sabendo que de uma forma ou de outra, a cunhada iria concordar com aquilo.
- Moleque? – perguntou dando uma risada morta e as duas afirmaram, entendendo bem em qual ponto ela queria chegar. De moleque ali não tinha mais nem o cheiro. – Ele não é um moleque! – Ela verbalizou o pensamento conjunto. – E não, não apareceu na minha vida. Ele era um adolescente, pelo amor de Deus! – A mulher reclamou rolando os olhos como se o assunto fosse absurdo.
- Ele vai ser seu tio, Meg! – Camila disse as gargalhadas, fazendo a garota rir alto junto.
- QUÊ? – gritou em completa indignação. – Sai pra lá, que eu não vou criar! – A mulher empurrou a cunhada com o quadril, provocando uma crise de riso na cozinha. – Sébastien morreu dentro desse carro? – Ela perguntou pelo irmão e as duas riram mais uma vez.
- Ele parece uma moça pra se arrumar ou pegar qualquer coisa. – Megan assegurou aumentando ainda mais a crise de riso. – Mas voltando ao meu futuro tio, ele é gato, tia, investe. – A garota riu dando um leve tapinha na tia e riu alto.
- Ele é mais novo 15 anos, Megan! – A mulher assegurou mesmo não acreditando que idade fizesse qualquer diferença.
- Isso quer dizer nada! – Mãe e filha deram de ombros e rolou os olhos. Era oficial, ela estava sendo jogada pra cima do moleque.
- Justamente! – Camila apontou. – Ele não é mais um moleque e você não é mais casada, dá pra investir! – A Mrs. deu de ombros fazendo enrugar o rosto em uma careta e se Camila a conhecia bem, sabia que a cunhada estava seriamente considerando a possibilidade de pegar o tal garotão.
- Ele tá gostoso. – A reflexão saiu alta demais, causando mais algumas risadas.
- Tarada! – Camila declarou rindo alto e abriu a boca em pura indignação.
- Eu não sou tarada, eu sou realista, é diferente! – A mulher se defendeu fazendo a cunhada rir ainda mais. – E ele só está ajudando o Greg com umas coisas. Apenas. – movimentou as mãos como se desse o assunto por encerrado e as duas arquearam as sobrancelhas.
- Como você sabe que é só isso? – Camila cruzou os braços se mostrando bem duvidosa.
- Espero muito que seja! – piscou rindo e as duas negaram com um aceno, enquanto também riam.
- Espera nada! – Camila rebateu como uma criança mimada.
- Shiu! – forçou o dedo indicador contra os lábios pedindo silêncio. – E eu espero, sim.
- Pelo amor de Deus, tia! – Megan reclamou saturada com os rebates que muito provavelmente não chegariam a qualquer acordo, como sempre. – Ele te quer!
- Ela sabe! – Camila arregalou os olhos pra filha. – não é burra, ela sabe o que ele quer.
- Ele continua incisivo. – A mulher mordeu a boca confirmando as suspeitas da cunhada e Megan riu alto com a declaração da tia. – Abusado!
- Então pronto, . Vai fundo! – Camila riu dando um tapa nas costas da cunhada que fez uma careta.
- Ah, não, eu não quero complicação pra minha vida! – riu baixo e apontou pro filho que corria no quintal com a bola presa nos braços, enquanto e Milla corriam atrás.
- O Greg? – Camila perguntou mais séria dessa vez, mordendo a boca um tanto pensativa. – Você acha que ele vai complicar?
- Tenho certeza! – respondeu convicta daquilo e as duas fizeram careta, realmente considerando a possibilidade do garoto fazer qualquer escândalo.
- Tia. – Megan chamou e tanto a tia, como a mãe voltaram à atenção pra ela. – Não precisa casar. Só pega ele! – Ela disse de forma óbvia e ouviu uma gargalhada estridente de Camila e outra de , que parecia vermelha com a declaração.
- MEG! – A mulher repreendeu a sobrinha que só conseguia rir com a reação das duas. – Onde você aprende essas presepadas? – A garota rolou os olhos sem acreditar no que ouvia. Qual é? Ninguém era criança ali e ela sabia muito bem que a tia estava cogitando a ideia.
- O cara é bonito, gostoso e da em cima de você. – Megan enumerou nos dedos e deu de ombros com a maior naturalidade existente. – Aproveita! – Ela arregalou os grandes olhos azuis herdados do pai e ouviu uma gargalhada estridente da mãe.
- A menina tá certa! – Camila abraçou a filha de lado e a garota fez um bico meigo. riu alto. – Eu sei que ele fez o pedido, mas não precisa casar, só aproveita e vê no que vai dar! – As duas deram de ombros rindo.
- Vai te catar, Camila! – disse rindo alto.
- E eu não acho que Greg se incomodaria! – Ela mordeu a boca. – Meg? – a mulher recorreu à filha para que ela desse sua opinião sobre o assunto.
- Eu acho que o Greg não tem nada que se meter onde não deve. – Megan disse segura. – A vida é sua, a boca é sua e o crush também. – ela deu de ombros e riu alto.
- Crush, Meg? E eu lá tenho idade pra ter crush? – apontou pro peito vendo a sobrinha rir alto com a declaração.
- Você, eu não sei, tia, mas ele, pelo que eu estou sabendo. Tem sim um crush em você!
- Sinceramente, Seb tá bem ferrado com vocês duas! – riu alto e as duas mostraram a língua.
- Não vejo o por quê! – A mulher empinou o nariz e a filha repetiu o gesto.
- Opa, bom dia, moças bonitas! – Sébastien entrou na cozinha sorridente. – Qual o assunto? – O homem abraçou a irmã beijando a cabeça dela e foi esmagado em um abraço de urso, ficando abraçados em seguida.
- Você nem vai querer saber. – Camila soltou uma risada de deboche e viu a cunhada arregalar os olhos pra ela como se a mandasse se calar. Megan riu alto.
- Amiguinho novo do Greg? – Sébastien perguntou irônico sobre o cara ocupando o quintal da casa e a garota riu ainda mais sem se aguentar com o pseudociúme do pai.
- Amiguinho novo da , isso sim! – Camila disse como quem não queria nada e Sébastien arqueou bem a sobrancelha olhando pra irmã.
- Conversa da sua mulher! – acusou a cunhada e elas riram. – é professor do Gregory! – A mulher assegurou aumentando ainda mais a pose de defesa do irmão.
- Que foi influenciado por você, a virar professor! – Camila rebateu vendo a cunhada rolar os olhos.
- O que aconteceu com os pronomes de tratamento, Ms. ? – Sébastien perguntou com uma risada, mas após a declaração da esposa, arregalou os olhos pra irmã. – Tá namorando, ?
- Não ainda, pai! Mas falta de pretendente é que não é! – Megan deu sua alfinetada deixando o pai mais confuso ainda.
- Espera, influenciado por você? – Sébastien arqueou ainda mais as sobrancelhas, bem confuso com aquela conversa.
- Ele foi meu aluno no colegial. – A mulher fez uma careta enrugando o nariz.
- Aquele que pediu ela em casamento! Lembra? – Camila arregalou os olhos, extremamente animada com o assunto e viu o marido entrar em uma crise grande de riso.
- Aquele moleque? – Sébastien perguntou preso nas gargalhadas que faziam ainda mais sua cópia feminina rir.
- Ex-moleque! – Camila levantou o indicador.
- Ex-moleque. Olha isso! – virou o rosto do irmão para o lado do quintal onde brincavam, , Greg e Milla.
- Quero olhar pra nada, papa-anjo! – O homem tirou a mão dela do rosto e ainda rindo, beijou a cabeça da irmã.
- Credo, Sébastien! Sai pra lá! – disse rindo e o empurrou com o quadril pelo “papa-anjo”, vendo o irmão rir mais ainda.
- Para de empatar a vida da tua irmã! – Camila fingiu ralhar fazendo a filha rir e negar com a cabeça, depois prestar atenção na movimentação no quintal, ela conhecia aquele cara de algum lugar.
- Eu estou empatando nada, mulher! Ela faz da vida dela o que quiser. – O mais velho dos deu de ombros fazendo a irmã rir. – Mas continua sendo papa-anjo. – Ele piscou fazendo a irmã rolar os olhos.
- Eu não sou papa-anjo. Não tenho nada com ele, Sébastien. – arqueou uma de suas sobrancelhas e foi abraçada com mais força pelo irmão.
- Shiu, nem é tão novo! E é bonito! – Camila assegurou convicta com a situação e cutucou a filha que parecia perdida observando algo.
- Ele é novo. – os irmãos falaram juntos quase como um coral, o que fez Camila suspirar e rolar os olhos.
- Espera... – Megan disse com a voz relativamente alta, puxando a atenção dos três adultos dentro da cozinha. – Tia, qual o sobrenome dele? – A garota perguntou, logo arregalando os olhos ao ver direito quem estava naquele quintal.
- . – respondeu confusa, vincando as sobrancelhas em uma careta e viu a cunhada também arregalar os olhos com a declaração. Ai Merda! Qual era a droga do problema com o cara?
- SOCORRO! – Megan soltou um grito esganiçado e começou a rir. – É meu cunhado! É o , mãe! Irmão do John! – Ela disse com uma euforia contida.
- OI? – arregalou os olhos como se não tivesse ouvido direito e se engasgou na pergunta, sendo acompanhada pelo irmão.
- Meu Deus! Verdade! – Camila estava eufórica assim como a filha, afinal, ele já era quase da família. Meio caminho andado, certo?
- Ai merda! – soltou uma risada morta e meio desesperada. – Eu preferia ter ficado sem saber disso. – Ela realmente parecia atordoada com a notícia e viu o irmão rir alto, ela o empurrou de lado soltando do abraço.
- Meg, seu cunhado namora minha irmã? – O homem perguntou a filha enquanto não se aguentava rindo e sentiu um tapa no braço. – Ai, ! – Ele reclamou de olhos arregalados.
- Ninguém namora aqui, Sébastien! – Ela retrucou rolando os olhos.
- Olha a coincidência! – Camila soltou um sorriso satisfeito e muito provavelmente maquinava algo. – E ninguém namora ainda. – Ela piscou.
- Não vai fluir! – alegou sobre tudo que havia descoberto nos últimos minutos, o irmão colocou a mão na cintura arqueando a sobrancelha pra ela.
- E você quer que flua? – O homem perguntou à irmã, segurando o peso do corpo em uma das pernas e ouviu a gargalhada da filha.
- Sébastien para com isso. – Camila fez careta pela pose suspeita do marido e deu um tapinha na perna dele o fazendo ajeitar a postura, gesto que causou risadas.
- Mas é óbvio que eu quero que flua! – rebateu o irmão. – O cara é gostoso, solteiro e eu também sou. – Ela enumerou nos dedos e deu de ombros mostrando que não tinha o menor problema, mesmo que não passasse da mais pura brincadeira.
- E ele é bem mais velho que o John, Sébastien. Para! – Camila riu abraçando o homem pela cintura e sendo abraçada de volta. – Claro que ela quer que flua, amor!
- Uns cinco ou seis anos. – Megan assegurou sobre a diferença de idade dos irmãos e soltou um sorriso maldoso. – E vai fluir! Nem que eu tenha que me meter nisso! – Ela assumiu uma postura convencida que fez a tia rolar os olhos e os pais rirem.
- Meg, vai lá buscar seu cunhado-quase-tio! – Camila disse animada igual a uma criança, fazendo o marido rir alto com a declaração.
- Quase tio uma ova! – retrucou com o indicador levantado e os quatro riram.
- Estou indo! – A loira de olhos claros bateu palminhas parecendo uma foquinha, o que declarava mais do que tudo que ela era, sim, filha de Camila.
- Eu nem sei se rola mais aquela obsessão toda. – arregalou os olhos vendo que as duas queriam mesmo envolvê-la no assunto.
- Megan, vai! – A mãe da garota apontou pro quintal e ela riu saindo da cozinha.
- Pelo amor de Deus, ele tinha 17 anos. Megan! – A mulher gritou vendo que era sem sucesso, já que a garota corria animadamente até o fim do quintal.
- Se não rola, vai rolar. – Camila deu um ultimato e ganhou um beijo na cabeça.
- Olha, , estão te chamando de encalhada. – Sébastien disse rindo da irmã. – Querendo te empurrar um bebezão!
- Seb, shiu! Não se mete! – Camila disse rindo e empurrando o marido de leve.
- Vou mudar seu contato pra papa-anjo! – Ele disse rindo enquanto sacava o celular do bolso e viu o pulo que a irmã deu de onde estava, tentando arrancar o aparelho de telefone da mão dele.
- Vai nada! Sai daqui! – ria tentando pegar o celular do irmão. – Eu não sou papa-anjo! – A mulher soltou um grito esganiçado e avistou ao longe, cumprimentando Megan como se há tempos não a visse, depois avisando aos meninos que logo voltaria para a brincadeira. – Ai droga. – Ela arregalou os olhos. – Agora ela vai trazê-lo. – deu um tapa em Camila a fazendo rir.
- Era a intenção! – A Mrs. deu uma piscadela e rolou os olhos.
- Sem a menor necessidade. – A mulher suspirou se escorando ao balcão de mármore da cozinha, ficando exatamente de frente para a grande parede de vidro. – Deixa ele lá, tá ótimo vendo jogar com os meninos. – fez um bico vendo o casal rir e logo viu e Megan se dirigirem à cozinha da casa conversando animadamente.
- Hey, ! – Camila o cumprimentou assim que os dois entraram na cozinha e o homem sorriu animado.
- Hey, Camila, Sébastien!
- A mesma parte da família. – Megan apontou para os três dentro da cozinha. – Minha tia que você já conhece. – A garota apontou pra e o viu sorrir. – Minha mãe e meu pai, que você também conhece. – Ela apontou e foi cumprimentá-los.
Apertou a mão de Sébastien, abraçou brevemente Camila e repetiu o mesmo gesto com , mas colocando um leve beijo na bochecha ao pacote, mesmo que aquilo não fosse realmente necessário.
- Tudo bem? – Camila perguntou animada, ainda abraçada ao marido.
- Tudo, tudo sim! – deu um sorriso bonito e bagunçou o cabelo escuro. – Que coincidência. – O homem se escorou a bancada perto de e olhou dela pra sobrinha. – Nunca liguei o sobrenome de vocês. – Ele riu fazendo a mulher rir junto e afirmar com um aceno.
- Pois é, né? Ótima coincidência, inclusive! – Camila soltou um sorriso sugestivo pra cunhada, que não passou despercebido por , o fazendo prender a vontade de rir. – não era mais há muito tempo. – A mulher meneou a mão e os dois afirmaram rindo.
- Mrs. Di Angeli. – soltou uma risada de puro deboche com o sobrenome e a mulher rolou os olhos.
- Exatamente! – Camila quase deu um pulo animada com a situação e foi apertada pelo marido pra conter os ânimos, depois fez uma careta pra ele.
- Para, moleque! – ralhou rindo e o homem levantou as mãos em rendição, fazendo Megan sorrir de canto, sabendo exatamente onde aquilo ia dar. – Já mandei parar com essa putaria, Di Angeli aqui só o Greg e a Milla! – Ela disse meneando a mão e riu em seguida.
- Tudo bem, Ms. . – usou do mesmo tom, soltando uma risada e ela enrugou o nariz.
- ! – A mulher corrigiu rindo.
- Ok, . – deu um sorriso de canto, escorado com um dos cotovelos no balcão mostrando estar soltinho demais na situação.
- . – Megan corrigiu o amigo, vendo todos na cozinha voltarem à atenção pra ela. – Chama a tia de .
- Posso? – perguntou com uma risada leve.
- Tanto faz. – meneou a mão como se não desse tanta importância, mas rezando pra que lá no fundo ele pareasse de lhe chamar por qualquer sobrenome. – Dando certo com o Greg lá fora? – Ela perguntou interessada pelos possíveis estudos e sorriu largo.
- Claro! Já estudamos, estávamos só jogando junto com o Ben. – Ele sorriu para os pais do garoto como em um elogio. – Os dois são de ouro, vão longe. – piscou pra , dizendo exatamente o que havia escutado da boca da mulher anos antes e a viu rir afirmando. Ah, ela lembrava, e como lembrava.
- Leva água pra vocês, esse sol é de matar. – disse com um sorriso fechado e ele afirmou, olhando discretamente pra bunda dela, quando a mulher virou pra abrir a geladeira em busca das garrafinhas.
- ! – Camila chamou o tirando do transe, o fazendo olhar pra ela imediatamente e se impedir de ficar vermelho com o flagra. – Aonde você vai depois daqui? – Ele riu aliviado por não ser repreendido, mas via na cara da Megan a vontade de rir.
- Eu? Casa. Organizar umas coisas pra aula de segunda. – deu um sorriso bonito.
- Você vai morrer por trabalhar tanto! – Megan reclamou o cutucando nas costelas e o homem riu se encolhendo, depois a abraçou de lado.
- Eu gosto do que faço, loirinha. – Os dois riram. – Quando a gente gosta, nada é obstáculo. – O homem deu uma piscadela e a garota afirmou se dando por vencida.
- Ah, não, vamos fazer um jantar em família! A aula você vê depois! – Camila disse empolgada fazendo o marido rir e quase engolir as três garrafas de água que segurava junto do corpo. – Meg, meu anjo, liga pro John e pra sua sogra! – Ela disse e a garota bateu continência, sendo solta do abraço do cunhado.
- Jantar em família? – mordeu a boca um pouco confuso com o convite, afinal, o irmão dele quem era quase da família. – Acho que dá. – o homem deu de ombros rindo.
- Claro! – Megan assegurou com um porte convencido. – Já ligo pros dois. – A garota sorriu meiga, os fazendo rirem juntos.
- Que ótimo! – A Mrs. soltou animada, enquanto a única vontade de era matá-la com um só golpe.
- O que eu levo? – perguntou prestativo com um sorriso bonito, recebendo as quatro garrafinhas de água, para ele, os meninos e Milena.
- Doce! – Megan soltou um grito como uma criança escandalosa. – Torta de nozes!
- Você cozinha? – perguntou completamente incrédula com a informação. Desde quando ele cozinhava?
- Megan! – Camila tentou repreendê-la, enquanto ria alto.
- é quase um chef! – A garota beijou a ponta dos dedos como se aquilo afirmasse que ele cozinhava divinamente bem e riu alto.
- Sou nada, mulher! Para de ser exagerada! – Ele negou com um aceno. – E sim, . Eu me arrisco na cozinha. Sempre gostei. – O homem deu um sorriso largo e bonito, fazendo repreender uma risada morta.
- Eles são exímios cozinheiros. – Camila elogiou o genro e o irmão, o presente apenas negou com um aceno rindo baixo.
- Nós gostamos de fazer alguma coisa de vez em quando. – O homem deu de ombros mostrando que aquilo não era nada demais.
- Minha filha achou o cara certo! – Camila colocou a mão no peito se referindo a Jonathan e eles riram levemente.
- Ah, a Meg está muito bem na vida! – bagunçou o cabelo da cunhada e a garota riu. – Escolheu certo, loirinha! – Os dois fizeram high Five e ela piscou. – E sobre a torta, qualquer dia eu trago pra você, . – Ele abriu um sorriso endiabrado e a mulher arqueou as sobrancelhas com a questão que ele fazia em pronunciar seu apelido.
- Já me prometeu, . Vai ter que cumprir. – A mulher apontou rindo divertida e o viu dar de ombros, enquanto Camila segurava a risada assim como o marido.
- Se quiser eu venho fazer aqui. – disse com um arquear de sobrancelha e a mulher também arqueou as dela.
- Certeiro. – Megan fingiu um tossido e o homem riu, depois ouviram gritos vindos do quintal, onde Greg e Milla chamavam pelo mais novo “amigo”.
- Deixa eu ir. – Ele riu apontando pra porta de vidro que dava no quintal. – Foi ótima a coincidência. – O homem riu sugestivamente fazendo prender um sorriso enquanto rolava os olhos. – A água! – lembrou de uma vez, pegando as quatro garrafas em cima da bancada e lançando mais um sorriso de canto pra , que apenas o retribuiu. – Qual horário mais tarde, Camila? – Ele perguntou antes de sair da cozinha.
- 20h acho que está bom. Pode ser? – A mulher perguntou olhando da cunhada para , esperançosa que finalmente a amiga desencalhasse.
- Por mim está ótimo. – abriu um sorriso agradecido e satisfeito. – E pra você, ? – O homem perguntou direcionando o olhar a ela que riu baixo.
- É coisa de família. – A mulher disse meneando a mão como se não fizesse parte daquele convite.
¬ -A sua está incluída, mulher! – Camila fingiu ralhar impaciente e a mulher riu.
- Se ela não te chamar, eu te chamo. – disse rindo e deu uma piscada rápida, usando de um tom brincalhão, mas que no fundo se construía em verdades.
- Então está marcado! – Camila disse animada.
- Marcado! – e responderam juntos como se tivessem combinado qualquer coisa e o homem sorriu largamente, saindo do quintal em seguida, sendo acompanhado por Sébastien que preferia não estar no meio daquele assunto mais uma vez.
- Ah moleque! Tá no papo, tia! – Megan foi direta ao assunto e riu alto assim como Camila que aproveitou o embalo e deu high Five com a filha.
- Vocês estão jogando o cara pra cima de mim! – arregalou os olhos, se mostrando esganiçada e as duas deram sorrisinhos sugestivos, depois deram de ombros.
- Que cara? – A pergunta surgiu do nada, puxando a atenção das três pra porta da cozinha. Anny ria com a situação e queria saber por que a amiga estava tão nervosa.
- Anny, querida. – Camila disse animada cumprimentando a amiga e as duas se abraçaram.
- Finalmente, Fletcher. – disse rindo ao ver que a amiga tinha chegado da breve viagem e as duas se abraçaram. – Chegou quando? Nem Lisa, muito menos o Tom souberam me dizer quando você chegava. – Ela riu fazendo as outras três rirem.
-E homem lá sabe responder qualquer coisa? – Anny fez uma pergunta retórica. – Cheguei hoje pela manhã, aí fui organizar a casa, minha vida e matar a saudade do meu marido. – A morena disse rindo e abraçou Megan, que recebeu um beijo na bochecha da “tia”. – Agora vim aqui e fico sabendo de uma dessas. Quem é o cara, mulher? – Ela perguntou curiosa mais uma vez e rolou os olhos fingidamente. – Meio velho pra ser amigo do Greg, não? – A Fletcher disse soltando uma risada e rolou os olhos enquanto Camila e Megan riam.
- Mas na idade certa pra ser amigo da . – Camila insinuou rindo e juntamente com Anny, amiga de longa data das duas mulheres, arqueou as sobrancelhas pra que já estava “saturada” de tanta insistência.
- Opa, será que dessa vez vai? – Anny riu como se analisasse o dito cujo no quintal. – Investe, eu apoio.
- Vocês são loucas. – suspirou como se o assunto não tivesse importância. – Não é só assim, ele é professor dos meninos e é um amigo! – A mulher assegurou vendo a sobrinha a olhar duvidosa.
- Tia, a olhada que ele deu pra sua bunda, não foi coisa de amigo, não. – Megan mordeu a boca prendendo a risada e ouviu a gargalhada de Camila e Anny, enquanto arregalou os olhos, mas acabou rindo junto.
- E você não pode jantar com o seu amigo? – Camila usou de cinismo vendo a cunhada fazer uma careta enrugando o nariz. – Qual o problema?
- Espera, jantar? – Anny se escorou ao balcão completamente interessada na conversa. – te chamou pra sair?
- Você conhece? – Camila riu.
- Ele é professor da Lisa. – Anny riu afirmando.
- Eu disse. – apontou pra amiga de longa data, mostrando que era professor dos meninos. – E não, ele não me chamou pra sair.
- Não, ainda, na verdade. – Megan riu baixo.
- Ele é cunhado da Meg. – mostrou a sobrinha vendo Anny afirmar pra que ela continuasse. – E a ilustre Mrs. , inventou de fazer um maravilhoso jantar de família, me metendo no assunto. – Ela fez uma pose completando a explicação e elas riram.
- Você vai, . – Anny apontou pra amiga. – Preciso ver o quão bom esse cara é pra fisgar essa criatura arisca. – A mulher apontou pra que riu espontaneamente jogando a cabeça pra trás. Ela não tinha sido fisgada, e na verdade, nem ia ser.
- Eu não fui fisgada. – A irmã caçula dos piscou maliciosamente e ainda rindo.
- Ele quem foi, tia Anny. – Megan disse convicta e a mulher abriu a boca em um o, se escorando ainda mais no balcão.
- Primeiro de tudo, confirmada nossa saída na próxima sexta? – A Mrs. Fletcher perguntou empolgada sobre o programa que já era sagrado para os cinco amigos e e Camila bateram continência, confirmando a pergunta. – Agora me conta direito o que você fez pra o cara gamar tão rápido. – Anny riu alto com a careta que fez.
A mulher deu um suspiro longo e fingido, se preparando pra contar uma das histórias que mais lhe fazia rir, mais uma vez.
A casa dos havia sido o ponto principal naquela noite, o jantar tinha seguido o mais agradável que poderia acontecer, algumas conversas paralelas e interligadas sobre qualquer coisa que não fosse relacionada à problemas, fazendo risadas espontâneas ressoarem pelo ambiente aconchegante da grande casa.
havia feito a brilhante questão de sentar perto de , sendo cavalheiro e sorridente como sempre, esboçava sorrisos abertos e largos a cada coisa que lhe agradava nos assuntos que rolavam, mostrando a mulher que ele havia aprendido certamente a flertar e se tornado um homem interessantíssimo. Após o jantar, quando os e os , juntamente com , Megan e Jonathan, se juntaram na varanda da casa para dar continuidade a conversa que havia tomado o jantar. E enquanto Milla e Greg estavam perdidos pela casa, com certeza presos ao vídeo game, continuava a degustar o vinho que vinha tomando desde o início da noite, enquanto organizava o que podia na cozinha, fugindo propositalmente da conversa familiar.
- Olá Mrs. Di Angeli! – A voz grave que entrou pela grande cozinha da casa fez virar de uma vez com os olhos um pouco arregalados, depois suavizou as expressões em um sorriso.
- , , por favor. – Ela o corrigiu rindo e o viu levantar as mãos em rendição como se pedisse desculpas. – Achei que você tivesse ido junto com o John. – A mulher cruzou os braços embaixo do peito, deixando a taça de vinho pender sobre seus dedos.
- Tudo bem, tudo bem. – deixou um sorriso bonito se formar em seus lábios e andou mais um pouco na direção dela. – E não fui junto com o John, porque ele ainda está aqui!
- Meg tem um poder persuasivo muito grande. – A mulher disse rindo e tomou um gole do vinho, ato que fez olhar diretamente pra boca dela.
- O cara vai ganhar mais nenhuma na vida! – Ele disse se situando e soltou uma risada. – Mas quando a gente gosta, acaba cedendo. – O homem deu de ombros encarando a mulher na sua frente, que pareceu não perceber a encarada dele.
- Touché! – piscou, fazendo um movimento engraçado com a mão e colocou a taça seca em cima da bancada, depois de tomar o ultimo gole. – E é claro que ele ganha! – Os dois riram.
- Claro que não! – disse mais do que convicto, fazendo a mulher rir um pouco mais. – Megan vem com aquela carinha de anjo e o cara se perde todo!
- Você não perdoa! – cobriu o rosto enquanto ria.
- Realista! – Ele soltou um sorriso bonito, encantando com a reação espontânea e solta da mulher a sua frente, ela parecia se desarmar cada dia mais em relação a ele. – E a Meg é exatamente assim. – confirmou fazendo a mulher rir mais e afirmar. – Acho que seu irmão também não manda muita coisa por aqui. – O cara olhou de um lado por outro como se confirmasse suas suspeitas e ouviu a gargalhada frouxa da mulher, o fazendo sorrir satisfeito.
- A Meg sabe que tem esse poder todo, seu irmão está ferrado. – disse rindo e viu o homem esboçar um sorriso mordido. – O Seb? Seb manda em nada, a mulher e filha são exatamente iguais. Ele só concorda e pronto. – Ela fechou os olhos, convicta, e os dois riram alto. – Elas conseguem o que querem, na hora que querem.
- Agora sei de onde saiu a Meg! – afirmou convicto e segurou o peso do corpo em uma das pernas mirou a pia, vendo que poderia de fato ajudar . – Fisicamente ela é a cópia do pai, mas então na personalidade ela é a mãe? – Ele perguntou se aproximando da pia.
- Exato! – deu um sorriso bonito e até orgulhoso, com os olhos brilhantes. – A mistura perfeita dos ! – afirmou também sorrindo pelo sorriso dela e apertou os dedos.
- No que eu ajudo? – Ele perguntou de uma vez, vendo as expressões da mulher se tornarem confusas.
- Oi? – fez uma careta enrugando o nariz e o canto dos olhos.
- Lavo ou seco? – Ele perguntou prestativo.
- Ah não, não precisa. – Ela negou com um aceno frenético de cabeça. – É rápido aqui, não precisa se incomodar. – deu um sorriso bonito e grato.
- Não perguntei se precisava, ! – deu uma risada leve. – Estou dizendo que vou. O que é rápido, fica mais rápido ainda! – Ele ainda esboçava um sorriso bonito quando deu uma piscadela.
- Você não veio pra isso... – ela fez um bico misturado à cara de choro o vendo sorrir mais, divertido com a situação.
- Não, sem essa, eu sou quase da família por tabela. Família se ajuda. – O homem disse rindo e ouviu a risada alta de . – John é quase genro dos . – tentou explicar, mas só a fez rir mais. – Mas eu lavo, porque não sei onde guarda. – Ele riu arregaçando as mangas da camisa de botão e arregalou os olhos.
- Não, não, não. – A mulher tomou a frente dele como se pudesse o impedir de chegar até a pia e o viu rir.
- Sim, sim, sim! – Ele andou na direção da pia e sentiu o choque sutil do corpo dos dois, o fazendo fechar os olhos, enquanto ainda estava na esperança de fazê-lo desistir.
- Sério, ! – Ela o segurou pelos ombros totalmente sem sucesso, o fazendo abrir os olhos.
- Sério, digo eu, mulher! – riu tentando disfarçar o pequeno embaraço pelo que havia passado e quando cogitou a ideia de segurá-la pela cintura pra tirá-la de sua frente, deu um passo pro lado tombando praticamente em cima da pia. – Deixa eu fazer as coisas! – Ele riu meio morto.
- Não deixo! – riu, tentando puxar as mãos dele pra fora da pia enquanto os dois riam. – Me obedece! Para de ser teimoso. – Ela disse indignada pela teimosia recorrente dele e o homem riu, fazendo , por fim, se dar por vencida.
- Não estamos no colégio, não preciso obedecer! – mostrou a língua e os dois riram. – E a teimosia sempre vai me acompanhar! – O homem piscou.
- Você é um moleque teimoso! – o acusou, com um divertimento explicito na voz. – Precisa, eu ainda sou mais velha. Tira a mão da pia. – Ela deu um tapinha na mão dele que estava molhada e o homem a sacudiu em cima dela, fazendo a mulher se encolher e dar um gritinho agudo pelas gotas de água. riu.
- Teimoso, sim, moleque, não mais! – Ele piscou fazendo-a dar de ombros com um sorriso construído em uma pontinha de malícia. – Sou um homem crescido de 30 anos e você não vai me convencer. Esquece, ! – riu baixo.
- Okay, homem crescido de 30! – levantou as mãos em rendição, se divertindo com a postura dele. deu de ombros também rindo e no impulso, se esticou, dando um beijo rápido na bochecha dela. – Era mais fácil te persuadir. – Ela riu e começou enxugar as louças.
- O moleque era mais influenciado pela professora gostosa! – A frase saiu com a maior naturalidade existente da boca dele e a mulher arregalou levemente os olhos virando o corpo na sua direção.
- ! – Ela ralhou como se ele fosse ainda um moleque, mesmo sabendo que não era, nem de longe.
- O quê? – Ele riu da reação dela. – Não é mentira! – deu de ombros mostrando que não voltaria atrás nem a pau. – Atualmente preciso de um pouco mais pra me influenciar. – O homem puxou no canto dos lábios um sorriso completamente libertino e pervertido, fazendo-a estreitar os olhos.
- Você tinha mais filtro na época! – riu alto e ele deu de ombros, mostrando que concordava. – Meu Deus, me admira você não ter filho por aí! Vou deixar o Gregory longe de você. – Ela debochou rindo e rolou os olhos.
- Eu sei me cuidar, mulher! – Ele “reclamou” a fazendo rir. – E não sou má influência!
- Vai saber! – abriu os braços. – Vai que meu bebê obceca por uma professora? – A mulher fez uma careta enrugando o nariz. – Não sei lidar, . – Os dois riram e ela andou na direção da geladeira em busca de algo doce.
- Não se preocupe, não existe mais nenhuma que valha à pena. – O homem disse propositalmente e sabia que tinha arrancado um sorriso dela, mesmo sem vê-lo.
- Isso me conforta. – riu levemente, depois tirou um pote de sorvete da geladeira. – Hm sorvete! Quer?
- Quero!
- As coisas hoje em dia não são mais como eram. – Ela colocou o pote na bancada vizinha a ele e pegou duas taças de sobremesa, colocando uma boa porção do sorvete em cada uma.
- Realmente. – O homem sacudiu a cabeça levemente, soltando uma risada nasalada. – Obrigado! – Ele a encarou com um sorriso bonito que fez sorrir junto.
- Era capaz do meu filho ser assediado. – A mulher fechou os olhos com força, sem querer nem pensar na possibilidade e ouviu uma gargalhada de . – Claro, eu sei que o Greg não é santo, mas... – ela arqueou as sobrancelhas e deu de ombros.
- Greg é assediado pelas colegas! – assegurou a fazendo rir alto.
- Ah meu Deus. – A mulher cobriu a boca ainda rindo com a informação. – Quem diria, Gregory Di Angeli? – Ela sacudiu de leve a cabeça e suspirou. – Mas ele é um ruivinho muito lindo. – usou todo o seu convencimento de mãe orgulhosa e viu rir junto. – Para! Ele é lindo, sim. – Ela reclamou rindo mais ainda. – Lembra que você também era assediado pelas colegas? – A francesa perguntou em um sobressalto e viu fazer uma careta confusa, depois negar com um aceno.
- Não lembro, meu foco era outro, ! – piscou a encarando.
- Focado, focado demais! – Ela fechou um dos olhos fazendo careta e ele segurou o sorriso bobo que queria sair. – Obstinado, como diria Camila. – A mulher fechou os olhos como se aquilo tornasse suas palavras mais firmes.
- Concordo com a Camila! – O filho mais velho dos riu levemente.
- A gente sempre pode dar um jeito. – deu de ombros e continuou focada em seu sorvete, não sabia se era pelo vinho, ou talvez pelo fato de o cara ter realmente “crescido”. Mas dar qualquer chance não era má ideia.
sentiu o corpo congelar completamente pelo que ela havia acabado de falar e arregalou os olhos castanhos, virando o corpo completamente pra mulher, quase engasgando por ter entendido o que ela queria dizer com aquilo.
-O que? – ela riu achando bonitinha a reação dele. – Você disse que ele parou de ser influenciado pela professora. Agora quem sabe. – Ela se escorou de vez na bancada o encarando, enquanto mexia a pequena colher entre os dedos.
- Não brinca com coisa séria, ! – soltou uma risada construída em nervosismo e até em incredulidade, passando a mão entre os cabelos explicitando ainda mais seu nervosismo.
- E por acaso eu lá sou mulher de brincar, ? –Ela riu encontrando seu mais novo passatempo, que com certeza era deixá-lo perdido daquele jeito. sabia que poderia ser um demônio quando a situação demandava e talvez, só talvez, aquela fosse perfeita. – Vai, concentra na louça. – A mulher riu e deu dois tapinhas no ombro dele, antes de colocar a taça na pia.
- Claro que não, mas o moleque ainda tá aqui, poxa! – Ele reclamou e respirou fundo a fazendo rir.
- Tá aí ,nada, você mesmo disse que era um homem crescido de 30 anos. Que inclusive deve dar muito orgulho a mamãe. – Ela disse prendendo uma gargalhada pelo deboche e o viu fazer uma bela cara de tédio.
- Não ri e não manda concentrar. – suspirou. – Não dá! – Ele disse com um desespero e frustração aparente. – E não me zoa, mulher!
- Concentra. – riu e se aproximou dele, dando mais um leve tapa no meio das costas do homem, depois subiu a mão vagarosa e sinuosamente por cima da camisa de botão que ele usava, tendo como destino a nuca. sentiu o corpo arrepiar inteirinho e enrijecer quando a ex-professora começou massagear sua nuca vagarosamente. Ai merda! Aquela mulher era endiabrada. – E filho sempre vai dar orgulho à mãe, independentemente da idade que tem, ou qualquer outra ciosa. Greg vai ser sempre meu bebê, Meg vai ser sempre o bebê da Mi e você e o John são os bebês da Louise. – Ela destoava o assunto enquanto a mão trabalhava o deixando completamente perdido.
- Não faz isso! – se encolheu fechando os olhos com força. Não ia ser prudente e responsável colocar ninguém na bancada da casa dos outros. E o que ele mais queria naquele momento era colocar naquela bancada e mostrá-la que ela não podia brincar com ele daquele jeito.
- O quê? É verdade! – A mulher riu. – Pergunta a ela. Pergunta a Mi.
- Não, isso! – disse impaciente com o cinismo dela em achar que nada estava acontecendo. – Me larga ou eu não respondo por mim! – Ele disse completamente agoniado e sentiu um alivio lhe tomar, quando ela parou de apertar sua nuca, embora a vontade era que continuasse.
- Ok, parei. – Ela passou a mão pelas costas dele e as rendeu em seguida. – Desculpe, não sabia que mexia tanto.
- Sabe, sim! – acusou com as sobrancelhas vincadas.
- Sei? Como sei, exagerado? – Ela riu. – Eu não sei de tudo!
- Sabe, porque eu falo do efeito que você tem em mim, desde os 17! – Ele disse irritado e até meio bravo pela situação, mas o nervosismo era o que mais lhe tomava no momento.
- Ai meu Deus, ainda nisso? Nós mudamos, eu mudei, você mudou! – tentou explicar com os olhos mais arregalados. – Treze anos depois, ! – Ela soltou uma risada nasalada.
- Algumas coisas nunca mudam, ! – O homem suspirou com as sobrancelhas um pouco vincadas.
- Não precisa ficar nervoso. – riu levemente e o viu rolar os olhos. – Só respira. – Ela disse levando à mão mais uma vez até os cabelos dele. – Respira, . – A mulher mordeu levemente a boca por vê-lo fechar os olhos com força e bagunçou o cabelo dele. – Você que está nervosinho me chamando de .
- Não encosta, mulher! – Ele disse completamente agoniado e nervoso com a mão dela passeando em seus cabelos daquele jeito e se afastou levantando as mãos em rendição.
- Não encosto. – Ela assegurou.
- Obrigado. – suspirou impaciente, querendo que seu corpo voltasse logo ao estado de normalidade.
- Mi dispiace. – Ela usou do seu italiano, dando mais uma vez uma de suas desculpas mais fingidas e o viu esboçar uma careta de dor. – Você não dava curto desse jeito. – disse rindo baixo, tentando fazê-lo sair daquela tensão toda.
- E você não me tentava! – tentou ralhar, mas riu com a frase desesperada que havia saído de sua boca, fazendo a mulher gargalhar espontaneamente.
- Você tinha 17 anos e eu era muito bem casada. Agora não tenho nada melhor pra fazer. – Ela escorou de lado na bancada, ainda rindo e vincou as sobrancelhas sem acreditar no que ouvia. – Não é como se você não desse abertura pra tal, .
- O moleque apaixonado pela professora ainda existe! – Ele sacudiu a cabeça sem acreditar no que tinha acabado de falar e a mulher riu meio desesperada. Quando ele ia botar na cabeça que aquilo não era paixão?
- Isso nunca foi paixão, . – Ela tentou explicar, ou pelo menos enfiar aquilo na cabeça dele. – Era coisa de adolescente. Por algum motivo você prendeu sua atenção em mim.
- Não diz o que você não sabe! – disse com uma segurança fora do comum enquanto a encarava. – Eu sei dos meus sentimentos, ok? – Ele suspirou um tanto frustrado. – Sim, eu era extremamente encantado por você, não nego. Mas se fosse coisa de adolescente, tinha passado! – O homem disse impaciente.
- Tinha? – arregalou os olhos, incrédula com o tempo verbal que ele havia usado na frase.
- Tinha. – assegurou e a mulher estacou no lugar. – Eventualmente seria superado. Mas a vida não é como a gente quer! – Ele suspirou frustrado e mordeu a boca, voltando a lavar o resto de louça que tinha por ali.
- Você tem noção do que está falando? – A mulher perguntou em uma quase indignação pela brincadeira. Se ele queria pagar de galã, tudo bem, mas brincadeira tinha limites. parou de uma vez depois de ter terminado tudo e olhou pra ela, a encarando com a maior seriedade que conseguia.
- Que eu ainda sou apaixonado por você? Tenho consciência, sim.
sentiu seu corpo enrijecer e parar completamente ao ouvir aquilo, era sério mesmo? Ele só poderia ter ficado louco.
- Você disse que ficou noivo! – A mulher soltou um gritinho esganiçado, movimentando as mãos freneticamente, tentando argumentar que aquilo não passava de tesão.
- Eu ter tentado seguir a vida não é sinônimo de superação de sentimentos! – retrucou, já irritado pela garra dela em contradizê-lo. Ele sabia muito bem o que sentia! – E sim, eu achei que eu tinha superado. Achei mesmo. Até eu te ver de novo passando por aquela porta e aí ferrou legal o meu psicológico!
- Ei, ei calma. – foi mansa, mexendo as mãos calmamente, mas sem saber se aproximava-se dele ou não. – Respira um pouco, tá? Calma.
- Eu estou calmo!!! – disse nervoso, contradizendo totalmente a sua fala e a mulher arregalou os olhos.
- Não, você não tá. – A mulher riu baixo, decidindo de vez afagar o braço dele na intenção que ele se acalmasse. – Não me ataca. – Ele afirmou e suspirou, respirando fundo.
- Eu estou calmo. – repetiu, mas dessa vez mostrando que estava realmente. – Desculpa, eu me exaltei. – Ele passou as mãos entre os cabelos. – Esquece, por favor.
- Vou fazer o possível. Tudo bem? – Ela perguntou com uma leve risada e bagunçou o cabelo dele, o arrancando um sorriso murcho.
- Terminei aqui. Mais alguma coisa? – respirou fundo se afastando dela em um passo.
- Terminou? – perguntou confusa e com as sobrancelhas vincadas.
- A louça. – O homem apontou para a pia completamente limpa, a fazendo olhar pra lá. Depois enxugou as mãos em um pano de prato.
- Ah, obrigada pela ajuda. – deu um sorriso largo e grato, depois puxou o rosto dele com as mãos, gesto que fez o homem sentir o coração gelar e o corpo tremer pela puxada repentina. fechou os olhos com a atitude brusca dela e sentiu um beijo apertado ser depositado em sua bochecha. – Obrigada de verdade. – Ela lhe deu um sorriso meigo e largo.
- Por nada. – A frase saiu baixa, enquanto ele ainda tentava se situar caminhando pra porta da cozinha. Ótimo, , você com trinta anos nas costas e ainda se perdendo por causa de mulher?
- Não vai se despedir, Mr. ? – perguntou rindo e ouviu a risada baixa dele, antes do homem se virar e voltar para onde ela estava.
- Tchau, ! – O homem beijou-a na bochecha, vendo a mulher satisfeita como se tivesse orgulhosa de uma criança obediente e riu.
- Tchau. Até qualquer hora. – Ela piscou acenando e o viu bater continência, depois sair de vez da cozinha como se fosse o diabo correndo da cruz.
As três mulheres aproveitavam do tempo pela manhã para fazer os exercícios diários e conversar sobre diversos assuntos comuns as três, mas naquele dia apenas Anny e Camila pareciam embaladas na conversa, enquanto estava dispersa demais, rindo de vez em quando e afirmando algumas coisas que lhe eram perguntadas.
- Que foi, cunhada? – Camila perguntou de uma vez, percebendo a desatenção da cunhada quando pararam para alongar e vincou as sobrancelhas pra ela, vendo Anny também confusa.
- Oi? – perguntou a ela, voltando pra realidade.
- Acorda, mulher. Parece que está dormindo ainda! – Anny riu, sacudindo a amiga e fez as duas mulheres rirem.
- Você está aérea. – Camila apontou. – Eu quero saber o que houve. – A mulher fez uma careta e suspirou.
- A Mi tem razão, tem dois dias que você parece no mundo da lua. Pior que seu irmão e o Tom. – Anny riu alto com a cara de indignada que Camila fez.
- Seb não vive no mundo da lua. – A mulher reclamou, mas gargalhou ao receber um olhar duvidoso de Anny. – Tudo bem, Anny, é, ele vive sim. – As três riram. – Diz, . Mario enchendo o saco outra vez? – Camila direcionou a pergunta.
- Mario é passado. – Anny resmungou, rolando os olhos só em lembrar o tipo de cara que ele era e o que tinha feito com a amiga. riu alto. – Sinceramente, aquele projeto de homem não merece nem moral.
- Sim, o Mario é passado. – riu apontando pra Anny. – Também concordo sobre a moral e sim, é coisa resolvida que não vai mais voltar a me atormentar. – Ela assegurou firme. – O problema é com mesmo. – A mulher riu baixo e suspirou sacudindo a cabeça. Na verdade ainda se sentia culpada por não poder fazer muita coisa por ele.
- ? – Anny e Camila perguntaram ao mesmo tempo.
- Naquele dia no jantar, ele jogou muita coisa na minha cara e eu não sei como seguir. – A mulher suspirou frustrada e passou a mão no cabelo. – Eu não quero machucar ou decepcionar ninguém.
- Machucar? – Anny fez uma careta completamente confusa e viu a amiga afirmar, mas bem frustrada.
- Disse o quê? – Camila perguntou também confusa com a situação. – E por que você acha que ele vai sair machucado?
- Que ainda era apaixonado por mim e tinha plena consciência disso. – jogou a frase de uma vez, fazendo as duas mulheres arregalarem os olhos completamente surpresas. – E eu garanto que não sinto a mesma coisa, atração, sim. – Ela suspirou. – Mas não chega a ser mais do que isso. – A mulher terminou e como se conseguissem, Camila e Anny estavam com os olhos ainda mais arregalados.
- A-apaixonado? Sério? Ainda? – Camila perguntou sem conseguir acreditar mesmo naquilo. Era loucura! – Você tem certeza?
afirmou com um suspiro e esfregou a mão no rosto, quando as três pararam na clareira do parque para alongar.
- Eu achei que era brincadeira, sabe? – disse se esticando. – Afinal, ele sempre gostou desse tipo de coisa, bancar o galanteador. Mas foi, ele jogou na minha cara que eu ferrei o emocional dele depois que me viu, que tentou seguir a vida, mas mesmo assim não me esqueceu. – A mulher disse completamente frustrada.
- ! – Anny gritou um tanto esganiçado fazendo a amiga arregalar os olhos.
- Meu Deus do céu! – Camila soltou completamente pasma.
- Vocês duas parem de grito. – reclamou entre dentes. – O quê? Ele estava nervoso, muito nervoso. – A mulher tentou explicar o surto do cara e as duas arquearam a sobrancelha. – Eu não imaginava que fosse por causa disso e passei dos limites com uma brincadeira.
- O que droga você fez, ? – Anny balançou a cabeça como se tivesse dando uma bronca na própria filha e Camila tomou o mesmo porte em relação a .
- Sinceramente, dez anos depois e o cara ainda gosta da mesma pessoa que ele gostava aos 17. – Camila suspirou digerindo as informações. – O que foi que você aprontou?
- Primeiro de tudo, isso me assusta. – A mulher levantou o indicador e suspirou. – Depois, eu nunca dei um mínimo de esperanças quando ele tinha 17 anos, isso é loucura! Eu não sei de que buraco, tirou essa suposta paixão. – soltou esganiçada e as duas amigas arregalaram um pouco os olhos.
- Nós sabemos que você não deu esperanças. – Anny e Camila falaram praticamente em coro, mas ainda meio incrédulas com a história toda.
- Só que sei lá, ele interpretou errado. Você sempre foi assim. – Anny apontou pra ela. – Alegre e simpática, vai ver o garoto... – a mulher deu de ombros tentando achar uma desculpa que justificasse aquilo e apontou pra ela.
- Ok. – Camila levantou a mão como se as mandasse se acalmarem. – Ele ainda é apaixonado e você sente nada por ele. A situação é complicada, mas também muito simples. – A Mrs. deu de ombros, vendo a interrogação praticamente se pintar sozinha na testa da cunhada.
- Simples? – perguntou com bem confusa com a declaração, enquanto Anny esperava a ideia mirabolante da amiga.
- Simples, ! – Camila voltou a assegurar.
- Simples? De onde você tira isso? – fez uma careta gigante. – Ele vai continuar enfiado na minha vida por causa do Greg e eu me sentindo a vaca da situação.
- Anny! Me ajuda. – Camila riu meio suplicante pra amiga que estava confusa.
- Ajudaria, mas não entendi como isso pode ser simples. – A Mrs. Fletcher deu uma risada.
- Ele realmente não vai sair da sua vida, mas sua postura deve continuar a mesma. Distância segura. – Camila mal terminou de falar e foi cortada por .
- No máximo rola um amasso pra vê se ele supera isso. – A mulher se esticou e ouviu a gargalhada de Anny, olhando imediatamente pra ela e entendendo o porquê da risada alta. Camila parecia transtornada com a ideia do amasso pra superar.
- SEM AMASSO, ! – A mulher gritou em alerta vendo a cunhada rir alto.
- Essa é a que eu conheço! – Anny riu dando um tapinha na amiga, o que fez o trio rir alto.
- Mi, sinto muito dizer, mas já extrapolei os limites dessa distância segura. – A mulher deu um sorriso trincado e culpado, vendo a amiga rolar os olhos.
- , pelo amor de Jesus, sem iludir o cara! – A morena ralhou vendo-a levantar as mãos em rendição.
- Eu não quero iludir ninguém! – A mulher em questão fez careta e suspirou. – Eu nunca fui de fazer isso, não é agora que vai ser. – ela mordeu a boca receosa.
- Qual a merda da vez, ? – Anny cruzou os braços, como se desse uma bronca bem dada em uma criança e Camila suspirou. As três se conheciam há mais de vinte anos, então sabiam bem quando algo estava sendo escondido.
- Que joça você fez, mulher? – Camila também cruzou os braços.
- Eu meio que aticei ele sem querer, querendo. – abriu um sorriso trincado e completamente culpado como se fosse uma criança travessa que precisasse de correção. As duas mulheres rolaram os olhos e bufaram. – É engraçado vê-lo nervoso e perdido!
- Tapada! – ouviu as reclamações e sentiu alguns tapas. Credo, quando ela tinha virado uma adolescente de novo?
- Sem agressão! – Ela impôs. – E eu não sou tapada, ele começou com isso tudo. Eu não fiz droga nenhuma, não sozinha, então, pronto. – passou as mãos nos cabelos quando as três voltaram a correr pelo parque. – Ninguém é santo na história toda. Mas eu vou me manter longe.
- Agora ferrou de vez! – Camila disse segura e convicta.
- Quê? – perguntou esganiçada.
- Ferrou, . – Anny repetiu a afirmação enquanto amarrava os cabelos em um rabo de cavalo.
- Claro que não ferrou! E não vai ferrar, eu não quero problema pra minha vida, principalmente agora com o Greg melhorando consideravelmente a postura. – A mulher suspirou apertando o nariz na junção dos olhos. – Vocês sabem que ele se fechou pra caramba nos últimos cinco anos.
- Ele anda amigo do ? – Anny perguntou com mais curiosidade que o normal, lhe atingindo.
- Sim, essa semana os dois estavam jogando basquete outra vez no quintal. – suspirou. – Eu não quero problema pra minha vida, quero que ele pare com essa tara reprimida.
- Você provocou, . – Camila olhou-a de soslaio. – E se você provocou, é porque quer, ainda que secretamente. E isso, minha cara, é o que ferra tudo.
- Secretamente? – Ela riu com a sobrancelha arqueada. – Você já viu o homem? Acha mesmo que eu estou incumbindo segredos? – As três riram alto. – Eu só não quero que ele crie esperanças onde não existem. Minha meta é fazer ele parar com isso! Vê que é só tara de adolescente que foi reprimido e pronto! – A mulher fez um gesto com as mãos como se demonstrasse o fim daquilo e as outras duas afirmaram.
- Só cuidado pra ele não confundir as coisas, é um cara muito legal e não merece ser machucado. – Camila defendeu o cunhado da filha e fez uma careta afirmando.
- Eu sei de tudo isso!
- Ele é crescido, não vai morrer se não der certo. – Anny disse e as duas afirmaram.
- É só vocês estabelecerem limites e nada vai sair dos trilhos. – Camila assegurou.
- Que o juízo tenha ido pro lugar nesses últimos anos. – levantou as mãos pro céu, como se agradecesse ou pedisse algo e as três gargalharam continuando com a corrida matinal e voltando aos assuntos aleatórios.
Era sexta-feira e, como sempre, os cinco amigos, , Sébastien, Camila, Anny e Thomas, estavam juntos no Pub de costume. O BreWskey* era o melhor lugar na opinião dos cinco, afinal, Sébastien havia conhecido Camila naquele lugar em sua época de faculdade, enquanto o mesmo havia acontecido com Anny e Thomas. Sendo apelidado de “O casamenteiro” pelos cinco, o Pub poderia não ser o melhor da cidade, mas era o melhor lugar para o quinteto.
Sair as sextas durante à noite era uma forma de livrar dos problemas da vida adulta e ao menos tomar uma boa cerveja pra espairecer a cabeça, aquela era a noite que eles tentavam esquecer que tinham filhos, mesmo que grandes, esperando em casa, mesmo que fosse impossível, afinal ser pai ou mãe, ou até mesmo os dois, era algo a carregar pro resto da vida. Mas naquela noite eles eram apenas os amigos, que precisavam de uma boa dose de álcool pra calibrar a vida, se lembrar dos jovens inconsequentes da época de faculdade que adoravam uma boa competição de KegStand*, mesmo que anos depois ficassem apenas na torcida.
A garrafa rodava apontando quem seria o próximo a beber uma boa dose de vodka, quando Camila distraiu a atenção pelo lugar, vendo que alguém estava sozinho e até meio desamparado perto do balcão.
- Opa! Parece que alguém não vai ficar sozinha, hoje. – Ela alfinetou olhando da cunhada pro balcão e vice-versa, fazendo e Anny olharem na mesma direção.
- Não acredito que você chamou o cara e o deixou esperando ali, . – Anny fingiu ralhar indignada e a mulher riu baixo, até meio surpresa pela presença dele lá. – Por que não trouxe pra cá? Nossa mesa sempre cabe mais um, principalmente, se estiver com você! – Ela foi convicta e Camila apontou pra amiga mostrando que ela estava certa.
- Eu não chamei ninguém. – Ela disse com a atenção presa nele que estava de costas e parecia conversar algo com o barman.
- Então vai lá e chama pra cá. – A Mrs. proferiu sua ideia genial ao se aconchegar mais no abraço do marido e os dois homens riram.
- Prometo que não vamos amedrontar ele. – Thomas disse rindo, fazendo algumas risadas tomarem à mesa e fez careta.
- Prometemos. Não confia no seu irmão? – Sébastien cutucou a cabeça dela, soltando uma risada e a mulher mostrou a língua, mas já levantava da cadeira, ajeitando o vestido no corpo.
- Ela vai! – Anny deu um gritinho animado e completou um high Five com Camila.
- Eu bebi, então não me responsabilizo por muita coisa. – A mulher soltou uma risada e viu os quatro na mesa darem joinha, seguido de um “Perde a linha!” coletivo.
andou o pequeno espaço até o balcão onde estava e parecia entretido com qualquer coisa, quase como se desfilasse no meio do Pub, com uma segurança que sempre havia lhe pertencido e ao chegar bem perto do homem, tapou os olhos dele com as duas mãos, querendo fazer surpresa de quem estava ali.
- Acho que tem alguém que não está se divertindo o bastante. – riu baixo, arrancando um sorriso gigante dele ao ouvir a voz da mulher.
- Pois é, talvez preciso de ajuda nesse aspecto. – riu tirando as mãos delicadas dela de seu rosto e aproveitando a deixa, puxou a mulher para que pudesse vê-la. – Conhece alguém confiável? – Ele brincou, descendo os olhos pelo corpo dela e preferiu não tê-lo feito, devido ao decote que cortava o vestido.
- Talvez sim. – soltou uma risada espontânea e lhe beijou a bochecha como cumprimento. – Tudo bem? – Ela perguntou com um sorriso bonito.
- Melhor agora! – O homem deu um sorriso esperto e levantou prontamente do banco, abraçando-a com força e lhe dando um beijo na bochecha. abriu um sorriso esperto ao sentir o perfume amadeirado que ele usava e abriu a boca:
- Pronto pro crime. – Ela disse com uma risada baixa, fazendo rir junto.
- Só preciso de uma parceira! – O homem piscou com um sorriso safado ao liberá-la de seus braços, mesmo sem a mínima vontade.
- Sozinho de verdade? – perguntou rindo e pediu duas tequilas ao barman que passava de um lado para o outro, se virando em 30 para atender todos ali. deu uma risadinha e afirmou com um aceno.
- Ninguém quis, vim sozinho. – O homem deu de ombros, puxando completamente a atenção de pra eles.
- Que peninha. – A mulher fez um bico. – Quer se juntar ao museu? – Ela apontou pra mesa em que estava sentada anteriormente e olhou acenando para os que estavam lá, ganhando acenos de volta. – Só tem velho, mas garanto que somos velhos legais. – Os dois riram alto.
- Claro! Depois a gente vai. – abriu um sorriso largo e completamente brilhante. – Obrigado pelo convite! – Ele pegou o copinho em cima do balcão e o virou goela abaixo de uma vez, como se aquilo fosse lhe dar toda a coragem possível para o que estava por vir. arregalou os olhos um tanto assustada com a reação dele.
- Ei! Vai com calma! – Ela riu segurando o braço de e ele meneou a mão, mostrando que aquilo não tinha tanta importância e era até recorrente.
Depois o homem fechou os olhos e em um ímpeto, a puxou pela cintura, fazendo o corpo dos dois praticamente grudar pelo movimento brusco. arregalou os olhos um tanto confusa e até ansiosa pela proximidade dos dois, sentindo o corpo arrepiar por completo quando sentiu a respiração dele quase em seu pescoço.
- , . – Ela advertiu como se aquilo fosse extremamente errado.
- Que? – O homem usou de cinismo, a segurando ainda mais firme contra seu corpo.
- Não brinca com fogo, tira a cara daí. – Mordeu a boca, sentindo aquela sensação gostosa ir tomando seu corpo aos poucos.
- E se eu não tirar? – Ele sussurrou com um tom completamente malicioso e beijou o pescoço da mulher a fazendo suspirar audivelmente.
- Você é muito abusado. – soltou uma risada incrédula, usada apenas para atiçá-lo ainda mais.
- Qual o problema? – perguntou baixo, descendo a mão para o limite da coluna da mulher. – Nós dois somos solteiros e amigos! – Ele beijou o pescoço dela mais uma vez. – E ser abusado é uma das minhas maiores qualidades! – O homem soltou uma risada grave exatamente ao pé do ouvido dela. fechou os olhos com certa força, sentindo seu corpo inteiro se eriçar e apertou com força os ombros do mais novo, fazendo questão de suspirar pertinho do ouvido dele. soltou um suspiro desesperado, enquanto sentia o meio das suas pernas formigar e no reflexo, apertou sem tanta delicadeza, a cintura da mulher.
- Você não deveria fazer esse tipo de coisa comigo. – Ela sussurrou ao pé do ouvido dele, ainda com os dedos cravados em seus ombros.
- A recíproca é totalmente verdadeira. – Ele disse com certo desespero presente, começando a se perder como havia acontecido na casa de Camila no outro dia.
- Eu não sei brincar, moço. – falou como se fosse um gato pronto pra brincar com o novelo de lã e agarrou levemente alguns fios de cabelo da nuca dele, fazendo prender a respiração de uma vez, coisa que ela percebeu por não sentir mais o ar quente batendo em seu ombro. – Então você não deveria me atiçar assim.
- O problema... – o homem encostou os lábios na orelha dela. – É que eu gosto. – Ele apertou-a mais uma vez contra seu corpo e a viu morder a boca com um sorriso malvado, prendendo completamente sua atenção.
- O que foi, ? – perguntou em uma confusão fingida ao ver os olhos dele, presos em seus lábios.
- A praga do efeito que você tem em mim que só aumenta cada dia! – Ele foi sincero e respirou fundo olhando pra cima, ao mesmo tempo em que a perna parecia ter ganhado vida, se mexendo freneticamente e mostrando que ele estava nervoso.
- Você me atiçou, . Agora não finge que não fez isso. – A mulher disse rindo com a reação dele e lhe deu um tapa na lateral coxa, como se o mandasse parar com aquilo. – Para essa perna. – Ela riu baixo.
- Não ri! Não é legal! – Ele reclamou como se fosse uma criança emburrada e mordeu fortemente a boca, se concentrando pra não perder a linha. – Eu provoquei e sei disso. Mas é involuntário, droga! A culpa é toda sua! – suspirou não aguentando mais tanta pressão e passou a mão nos cabelos, mais um sinal de nervosismo. – Tinha que ficar mais bonita e gostosa a cada dia que passa? Mulher, isso é injusto! – Ele acenou com a cabeça meio desesperado e ela alargou ainda mais o sorriso malvado.
- Fiquei é? – sussurrou bem perto do ouvido dele e sentiu seu corpo ser apertado mais uma vez.
- Ficou. Só ainda não sei se isso vai ser bom ou ruim pra mim. – disse baixo, sabendo que estava completamente à mercê dela.
- Podemos fazer de tudo pra ser ótimo pra você. – A mulher riu e o encarou com um sorriso de canto. , mesmo sem querer, arregalou os olhos com aquela declaração. – Você não quer? Achei que quisesse. – Ela deu de ombros e tentou se soltar pela falta de resposta dele, mas foi segurada prontamente.
- O-oi? – queria se matar por estar gaguejando na frente de uma mulher depois de tanto tempo. Tapado!
- Achei que você quisesse depois de todos esses anos. – abriu um sorriso esperto.
- Mulher, não me ilude! – Ele coçou a nunca um tanto agoniado, rindo desesperadamente.
- Não estou iludindo ninguém, . – fez questão de movimentar exageradamente os lábios avermelhados pelo resto de batom. – Você que parou no meio do caminho. – Ela deu de ombros subindo as mãos pelos braços dele. – Achei que fosse continuar. – A mulher mordeu a boca o fazendo ter vontade de mordê-la também.
abriu um sorriso completamente satisfeito, mas que estava construído em malícia e acomodou a mão grande no rosto dela, no limite da mandíbula, alcançando mesmo que ainda pouco, a mandíbula dela. A ansiedade lhe invadia o peito, ele finalmente beijaria aquela mulher e não era sonho, não era mesmo, era a mais pura verdade que fazia seu coração bater forte e nas orelhas. beijou levemente embaixo da orelha a fazendo tremer com o toque tão cuidadoso dos lábios dele, depois seguiu beijando a linha da mandíbula na intenção de por fim beijá-la a boca, mas sentiu o corpo enrijecer quando os dedos da mulher se agarraram puxando os fios da sua nuca.
- A boca, . – Ela sussurrou sentindo a mão dele quase se fundir em suas costas, como se tentasse se impedir de qualquer coisa.
- Você é muito apressada, mulher. – Ele riu baixo e lhe deu um beijo sugado, mas ainda sim carinhoso no canto da boca, na tentativa de fazê-la pagar ao menos 10% do que fazia com ele.
mordeu-a devagar no lábio, gratificado em saber que finalmente poderia fazer o que queria. Ele emaranhou delicadamente a mão dentro dos cabelos dela e a beijou de vez, colando completamente o corpo dos dois enquanto sua mão ainda procurava o melhor lugar pra se acomodar, pegar, ou até mesmo apertar. O homem não conseguia entender como aquela mulher lhe deixava tão vulnerável daquele jeito, mas tinha certeza de que todos os seus sonhos mais sujos e sem jeito durante a adolescência, seriam superados enquanto estivesse com ela. E mesmo sabendo que aquele se tratava apenas de um beijo. Os cheiros, os gostos e os toques, principalmente o jeito gostoso que ela mexia com a ponta dos dedos em sua nuca, lhe entorpeciam e causavam reações que eram fora do comum, o fazendo querer continuar com aquilo a noite toda e se ela permitisse, mais uns anos a fio.
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