There is Nothing Holding me Back
Escrito por Fe Camilo
Shawn estava sentado há pelo menos meia hora aguardando que os alunos chegassem e ocupassem seus lugares no ônibus. Irritado, só pensava no quanto se arrependia em ter dado ouvidos à sua mãe que insistiu que ele fosse ao passeio da escola, o último antes da graduação. “Você precisa se enturmar mais, e essa será a última chance de ter uma experiência significativa com seus colegas”.
Das poucas certezas que o rapaz tinha na vida, uma delas era o fato de que aquele passeio era a pior ideia do século. Ele não tinha amigos e os poucos conhecidos com os quais tinha uma relação amigável não iriam ao evento. Com alívio reparou quando a Sra. Smith finalmente anunciou a partida do ônibus, mas o barulho de batidas na porta fez com que o motorista parasse o veículo que mal se movera e entrasse uma garota apressada que correu para se sentar no primeiro lugar que encontrou disponível, ao lado do de Shawn.
A primeira coisa que o rapaz reparou foram os cabelos , e imediatamente ele soube que nunca a vira antes. Ela estava com fones de ouvido gigantes e parecia não ouvir – ou simplesmente ignorava - os protestos ao redor. A curiosidade fazia com que o garoto arriscasse alguns olhares furtivos em direção à garota, mas o receio de ser percebido o fazia tentar evitar olhá-la a todo custo. Ainda assim, havia algo na atitude displicente da jovem que prendia sua atenção de uma maneira diferente.
Em uma de suas tentativas de observá-la, ela se virou em sua direção, permitindo que ele realmente reparasse em seu rosto lindo. Shawn imediatamente tentou desviar o olhar, as bochechas vermelhas entregando a vergonha que sentia por ter sido pego a encarando, mas ela abriu um sorriso despreocupado, tirando o fone de ouvido e o encarando de volta.
- Você é o garoto do coral, né? – ela perguntou, fazendo com que suas bochechas corassem ainda mais ao lembrar da humilhação que havia vivido. Dois anos atrás – quando entrara na banda da escola – o professor achou que seria uma boa ideia colocá-lo para cantar uma das músicas principais no festival anual de primavera, e o nervosismo fez com que ele desafinasse horrendamente na frente de toda a escola, o tornando um meme ambulante por pelo menos um ano. Ele esperava que todos já tivessem se esquecido do incidente. – Relaxa, é cientificamente comprovado que todas as pessoas vão passar por pelo menos uma humilhação publica na vida.
Shawn não conseguia decifrar se ela falava sério, e não entendia se o sorriso em seu rosto era de deboche ou para confortá-lo de fato. Ela pareceu perceber a indecisão do rapaz e ofereceu a mão para cumprimentá-lo.
- Eu sou a .
- Shawn. – ele respondeu simplesmente, apertando a mão macia da garota. Quanto mais ele a olhava, mais percebia quão bonita ela era.
A viagem não foi longa até a primeira parada – Cataratas do Niagara – e voltou a colocar seu fone de ouvido e seguir a viagem com os olhos fechados como se estivesse dormindo. Shawn aproveitou para observá-la melhor e ficar se perguntando como era possível que nunca a vira antes, ela era o tipo de garota que não passaria despercebida mesmo em meio a uma multidão.
Todos observavam atentamente a paisagem magnífica a frente, alguns já conheciam e faziam comentários sobre a última visita que haviam feito, trocando informações com a Sra. Smith, que dava informações geográficas e históricas sobre o local. Shawn tentava prestar atenção, apreciando a paisagem a frente, embora seu olhar se desviasse a todo instante para , que parecia não se importar nem um pouco com a vista incrível das cachoeiras.
A garota se afastava aos poucos do grupo, parecendo caminhar despretensiosamente pelo ambiente, mas quando seus olhos cruzaram com os de Shawn ela abriu um sorriso largo e fez um gesto o chamando para acompanhá-la. Ele titubeou, preocupado com a reação da professora por sua ausência, mas quando notou que ela estava ainda mais distante, não pôde conter a vontade de segui-la. Shawn só conseguiu alcançar quando ela já chegava em Clifton Hill, e ele imediatamente reconheceu a roda gigante que caracterizava o lugar temático. notou sua presença e pegou sua mão, o guiando.
- O que exatamente estamos fazendo? – ele questionou confuso.
- Se divertindo. – respondeu simplesmente, olhando ao redor a procura de algo que chamasse sua atenção.
- A Sra. Smith vai nos procurar... – o garoto começou a dizer antes de ser interrompido por .
- Ela nem vai notar que não estamos lá. E logo todos estarão aqui, de qualquer maneira, então vamos aproveitar enquanto há tempo.
Shawn pensou em protestar, mas havia alguma lógica em seu argumento. Ele poderia virar as costas e voltar para o grupo de estudantes a alguns minutos de distância, mas a vontade de estar perto da jovem era maior, e por isso se permitiu ser levado.
O primeiro lugar que ela decidiu ir foi a Casa Abandonada mesmo sob os protestos do rapaz, que não tinha o menor interesse em gritar feito uma garota perto dela quando se assustasse com alguma criatura qualquer. Ainda assim, suas tentativas de dissuadi-la logo foram para o espaço e ela o convenceu a acompanhá-la pelo caminho obscuro e medonho.
No fim das contas, o passeio não foi tão assustador, e apesar de ter se assustado algumas vezes conseguiu manter boa parte da compostura. Provavelmente, a presença de – que parecia não se assustar com nada – tenha o ajudado a manter a calma.
- Viu? Nem foi tudo isso, já fui em casas bem mais assustadoras. – ela comentou quando saíram da atração. – Você gosta de altura?
- Hã... não diria que é a minha maior ideia de diversão. – respondeu sem querer parecer um covarde completo.
- Vem comigo. – ela o puxou para a roda gigante, e como o local ainda estava vazio pelo horário, conseguiram uma capsula só para os dois. – Você tem uma voz bonita.
Shawn a olhou confuso, novamente sem saber se ela falava sério ou estava simplesmente debochando do seu histórico.
- Tô falando sério. Apesar do que houve, eu lembro que você estava indo bem até o nervosismo te atingir. Você deveria investir na carreira. – ela explicou, notando Shawn ficar um pouco mais tranquilo ao seu lado.
- Obrigado. Eu realmente melhorei nos últimos dois anos, só não quero passar por algo como aquilo novamente. – ele afirmou se recordando da vontade de cavar um buraco no chão e sumir.
- Mas devia. – ela sugeriu com um sorriso com o qual o rapaz estava se acostumando até demais. – Você só vai perder esse medo se enfrentá-lo de vez.
- E eu presumo que você não tenha medo de nada. – Shawn retrucou, tentando caçar qualquer informação que fosse da garota. Ela apenas sorriu daquele jeito misterioso que parecia ser sua marca registrada.
- Olha. – ela apontou para fora da capsula. – A vista daqui é muito melhor.
Shawn se virou na direção que ela mostrou e se surpreendeu ao ver as Cataratas do Niagara da altura em que estavam, a visão parecia surreal de tão linda. Dessa vez, diferente de quando estavam junto ao grupo, Shawn notou que realmente prestava atenção na paisagem, um sorriso encantador em seus lábios. Os dois passaram os últimos minutos da volta reparando em tudo que podiam olhar, compenetrados em absorver a sensação de ver tudo lá de cima.
Quando estavam novamente no chão, Shawn imaginou que voltariam para o grupo que deveria estar prestes a ir naquela direção, mas tinha outros planos e seguiu confiante até o estacionamento. O rapaz a acompanhou um tanto confuso, mantendo uma pequena distância. Reparou quando ela abordou uma família que entrava em um carro com um sorriso empolgado, e poucos minutos depois ela acenou para que ele se aproximasse.
- Shawn, esses são os O’Brien. Pessoal, esse é o Shawn. – ela os apresentou, e ele estendeu sua mão para cumprimentar o casal simpático e sua filha púbere. – Eles concordaram em nos dar uma carona.
Shawn a olhou como se ela tivesse um chifre na testa, completamente perdido no que a garota pretendia. , como de costume, não se abalou com o olhar do rapaz e seguiu como se tudo fosse parte do plano.
- Carona para onde? – ele sussurrou em seu ouvido assim que percebeu que ela não se explicaria.
- Já vimos tudo que tinha de interessante por aqui, precisamos de aventuras maiores. – respondeu como se fosse a coisa mais natural do mundo.
- Você está falando sério? – ele questionou.
O casal já havia entrado no carro e aguardavam pacientemente enquanto ambos se mantiveram em uma troca de olhares intensa. Shawn imaginava que a garota só poderia ser uma doida completa e talvez esse fosse o motivo pelo qual nunca a vira na escola, ela deveria estar internada em algum hospital psiquiátrico. , por outro lado, pensava em como poderia convencê-lo a ir com ela. Por mais que ela não fosse admitir em voz alta, gostava da companhia do rapaz.
- Ok. Eu vou sozinha então. – ela disse por fim. – Mas saiba que se algo acontecer comigo e você descobrir pelo noticiário que eu estou desaparecida ou morta amanhã de manhã, você vai se arrepender por toda sua vida.
Golpe baixo, ela sabia. não conhecia Shawn por mais do que algumas horas, mas já o conhecia o suficiente para saber que ele tinha aquela personalidade de “bom moço” que se sentiria mal por deixá-la ir embora com desconhecidos para um destino qualquer, e ela estava completamente disposta a usar essa informação a seu favor. Ele cruzou os braços, imaginando que ela deveria estar blefando, e tendo certeza de que já havia feito decisões estúpidas suficientes por um dia e não estava disposto a fazer mais uma.
Porém, quando ela lhe virou as costas e entrou no carro como se a companhia dele não fosse um fator decisivo, ele só pode agir no impulso, adentrando o carro ao lado dela.
Vinte minutos depois os dois caminhavam a pequena trilha até a praia de Ryerson Park. Ao menos Shawn se tranquilizava em saber que não estavam tão longe dos outros estudantes, apenas alguns quilômetros de distância os separavam das Cataratas.
- O que exatamente estamos fazendo aqui, ? – ele perguntou, pondo fim à greve de silêncio que fizera desde que entrara no carro.
- Shawn, alguém já te disse que você precisa relaxar um pouco? – ela retrucou, ignorando sua pergunta.
- Alguém já te disse que você é louca e imprevisível?
- O tempo todo. - ela riu, pegando sua mão e o puxando consigo quando finalmente avistaram a praia. Ainda era cedo, e não havia ninguém além dos dois por ali. Ele riu também a acompanhando, embora nem entendesse o motivo. Uma parte do garoto estava curiosa em saber até onde aquilo iria, e ele ainda não tinha tido o suficiente da companhia dela. A cada minuto que passavam juntos, ele sentia suas inibições desaparecendo, e a vontade de ficar perto aumentando.
Assim que chegaram na pequena faixa de areia, começou a se despir, sem se preocupar com quem estivesse olhando.
- O que você está fazendo? – Shawn sentiu as bochechas esquentarem ao reparar no corpo da garota, ela estava apenas em uma lingerie da cor dos seus cabelos.
- O que parece que estou fazendo? – ela disse antes de correr em direção à água como uma criança quando vê doces.
Shawn pegou as roupas que ela havia jogado displicentemente no chão e as ajeitou, colocando sobre uma pedra para que não enchesse de areia antes de se sentar e observar como ela se divertia pulando na água como se aquele fosse seu lugar favorito. Apesar das poucas horas de contato, ele já sentia que a conhecia melhor: ela era aventureira, corajosa e – aparentemente – amava o mar. Um pequeno sorriso se apossou dos lábios do rapaz, e quando seus olhos se cruzaram à distância fez um gesto o chamando.
- Vem, Shawn! – a ouviu gritar. Ele apenas balançou a cabeça em negativa. Não havia a menor chance de ele ficar só de cueca e entrar na água, não trouxera toalhas ou roupas de banho e sequer sabia se aquela praia era própria para uso. – Qual é, não seja um estraga-prazeres!
- Você parece estar se divertindo muito bem sem minha ajuda. – ele gritou de volta, o sorriso ainda presente no rosto.
Era evidente a dinâmica que haviam criado inconscientemente, tinha uma ideia completamente maluca e Shawn se recusava a segui-la até que ela o manipulasse em fazer exatamente o que ela queria. E dessa vez não foi diferente.
- Qual é a pior coisa que pode acontecer, Shawn? Você se divertir demais? – ao ouvi-la, o garoto realmente parou para pensar sobre quais seriam as consequências de acompanhá-la e a ideia começou a parecer menos absurda, mas logo dissipou os pensamentos, ele não se deixaria ser manipulado dessa vez.
Shawn continuou observando tranquilamente enquanto ela nadava com maestria, e reparou quando ela pareceu ter algo a puxando para baixo d’água. A princípio, ele imaginou que não fora nada, mas após alguns segundos em que ela não voltou a superfície o desespero começou a bater em seu peito. Imediatamente, ele se levantou e se jogou mar adentro, sem se preocupar em molhar a roupa que vestia. Em pouco tempo estava no local onde havia sumido e mergulhou a procurando pelo tato. Quando não conseguia mais segurar o ar, subiu novamente e avistou os cabelos da garota a alguns centímetros de distância, e viu com perplexidade quando ela voltou a superfície como se nada tivesse acontecido, o sorriso misterioso habitual em seus lábios.
- Que merda foi essa, ? Eu achei que você estava se afogando! – ele gritou irritado.
- Como assim? Eu estava apenas mergulhando. – deu de ombros como se nada tivesse acontecido.
Shawn estreitou os olhos em sua direção, ainda claramente aborrecido, mas ao invés de discutir simplesmente voltou a seguir de volta até a faixa de areia.
- Espera! – ela gritou segurando sua mão. – Não vá, eu só queria que você viesse comigo.
O rapaz se virou e notou a sinceridade no olhar de , e tão rápido quanto veio a raiva se dissipou. Ela queria a companhia dele tanto quanto ele queria a dela, e isso era o suficiente para encher seu peito de alguma emoção estranha que ele não sabia ao certo nomear. estava acostumada a ficar sozinha, e não costumava se importar em fazer tudo por conta própria, mas a presença de Shawn lhe mostrou que não era uma má ideia ter alguém com quem compartilhar suas aventuras.
Ele concordou e saiu da água apenas para tirar as roupas e estendê-las sobre as pedras, expostas ao sol para secarem, antes de voltar para o mar. Os dois se divertiram sem pensar no tempo, aproveitando a manhã e conhecendo mais um do outro. Shawn revelou que nunca mais havia cantado em público depois daquele fatídico dia, e optou por praticar violão na banda ao invés de canto tamanho foi o trauma. confidenciou que havia se mudado para outro país nos últimos dois anos, e voltara fazia pouco tempo, por isso eles ainda não haviam se encontrado pelos corredores.
- Você faz isso sempre? – perguntou Shawn enquanto ambos boiavam – sair por aí, pegar carona com desconhecidos e ir para lugares aleatórios?
- Esse não é um lugar aleatório. Eu costumava vir aqui praticamente todo final de semana antes de me mudar. – ela respondeu – e o que poderia acontecer comigo pegando carona com uma família em passeio?
- Faz sentido. É uma forma de ver a vida. – comentou.
- É a melhor forma de ver a vida. – ela retrucou com seu sorriso largo – Uma vez que você percebe que as consequências nem sempre são tão assustadoras, você passa a ter menos medo e viver mais.
Shawn ficou pensativo, refletindo sobre o que ela dissera. Ele conseguia entender sua filosofia, especialmente depois de ter passado toda uma manhã com a garota, se rendendo aos seus caprichos.
- Vamos apostar corrida? – ela sugeriu.
Os dois se posicionaram e começaram a nadar na direção apontada por , decididos a vencer. Quando notou que Shawn ia vencer, puxou sua perna o fazendo perder o equilíbrio e afundar na água, aproveitando a vantagem para avançar na corrida. Porém, o rapaz se recuperou rápido o suficiente para puxá-la também, e logo a competição foi esquecida quando ela pulou sobre suas costas, tentando evitar que ele continuasse sua vingança. Ambos pareciam dois velhos amigos apesar de terem se conhecido poucas horas antes, e assim permaneceram até que o ronco da barriga de fosse audível.
- Acho melhor irmos comer algo. – Shawn sugeriu.
- Vamos, garoto do coral. – ela concordou lhe oferecendo o braço.
Shawn não conhecia tão bem a região, então aceitou de bom grado o conhecimento de e a seguiu fielmente até o que parecia ser um pub. Eles se sentaram em uma mesa e pediram pelos combos de hamburguer, fritas e refrigerante. Alguém cantava no palco decorado que se destacava no centro do local, e Shawn imaginou que era a atração do dia, embora ele não soasse nada bem.
- Viu? Essa pessoa claramente tem zero noção de afinação e ainda assim está cantando em público para todos ouvirem. Você deveria fazer o mesmo. – sugeriu com um sorriso.
- O que posso dizer? Algumas pessoas têm menos bom senso do que outras. – ele respondeu inabalável. Shawn já havia entendido como lidar com , ele precisava retrucar seus comentários com a mesma dose de confiança e indiferença que ela sempre mostrava.
- O que você chama de bom senso eu chamo de covardia. – ela desafiou.
- Tudo para você se resume entre ser covarde e ser corajoso? – questionou o rapaz sentindo uma irritação crescente.
- Bom, no meu ponto de vista, se você deseja algo de verdade, não pode deixar que o medo te paralise de conseguir o que quer. Então, aqueles que não vão atrás dos seus sonhos são covardes. Simples assim.
Shawn não poderia negar que a carapuça lhe servira. Apesar de ter desistido de cantar na banda, ele continuava treinando sozinho em seu quarto todos os dias, e sabia que havia melhorado, assim como tinha total consciência do bem que lhe fazia cantar, mas o receio de ser ridicularizado de novo ainda lhe paralisava.
- Hey. – colocou a mão sobre a do rapaz ao notar que ele parecia chateado, perdido em pensamentos. – Só imagina que tá todo mundo pelado, é cientificamente comprovado que funciona.
Ele riu da bobeira da jovem, se sentindo grato pelo apoio. Shawn notou o rapaz que cantava voltando a se sentar enquanto uma mulher tomava seu lugar no palco. E só então ele entendeu que era um “mic open”, e qualquer um poderia apresentar seu talento.
- Você realmente deveria ir. – ela o encorajou novamente. – Você nunca vai saber se não tentar, não é mesmo?
Shawn deu de ombros, sem saber como responder à pergunta. Tentou analisar o lema da garota “qual o pior que pode acontecer?”, e após perceber que não havia de fato muito o que pudesse perder se levantou de sobressalto ao notar a mulher no palco finalizando, caminhando decidido até o Dj e escolhendo sua música. bateu palmas e gritou empolgada com a decisão de Shawn, declarando-se sua grande tiete. O rapaz tentou ignorar todas as outras pessoas no local, e focou seu olhar apenas em assim que os primeiros toques da música começaram a tocar.
- Oh, there she goes again. Every morning it's the same. You walk on by my house. I wanna call out your name. – enquanto olhava nos olhos da garota que parecia ter o poder de fazê-lo se livrar de todos os seus medos, Shawn nem se importava em errar ou que o julgassem. - ... in my dreams you're with me. We'll be everything I want us to be. And from there, who knows? Maybe this will be the night that we kiss for the first time. Or is that just me and my imagination?
Sem perceber, notou que a letra da música parecia destinada à , e ela também se moveu desconfortável na cadeira pela intensidade no olhar do rapaz. Shawn não só cantava bem como ela se lembrava, mas também interpretava a letra com tanta verdade que era impossível não cogitar que ele estava realmente se declarando para alguém.
- We walk, we laugh, we spend our time walking by the ocean side. Our hands are gently intertwined. A feeling I just can't describe. – ao olhar ao redor Shawn notou que todos pareciam de fato interessados em ouvi-lo, atentos à sua apresentação. - I keep craving, craving, you don't know it, but it's true. Can't get my mouth to say the words they wanna say to you.
Assim que ele finalizou, todos se levantaram batendo palmas e assobiando, o parabenizando pela performance. Ele precisou se segurar para não chorar de emoção pela reação do público, e por não só ter a coragem de enfrentar seu medo e fazer aquilo que amava, mas também ser ovacionado por isso. Quando ele chegou na mesa em que estavam o surpreendeu com um abraço apertado.
- Estou orgulhosa de você, isso foi incrível, Shawn!
- Obrigada por me incentivar. – agradeceu honestamente, sabendo que jamais teria feito se não fosse a habilidade que ela tinha de conduzi-lo.
- Eu sabia que você ia arrasar. – ela concluiu.
Os seus lanches chegaram e ambos almoçaram conversando animadamente. Shawn contou um pouco mais sobre sua paixão pela música e confessou seu sonho de viver como um músico. o incentivou veemente, e contou sobre sua paixão por natação, afirmando que estava pensando sobre tentar entrar para o time de natação da escola ainda que houvesse pouco tempo até a graduação, em que o rapaz também a incentivou.
Quando ambos estavam cheios e extremamente felizes com o inesperado encontro que tiveram naquele passeio que estava fadado ao fracasso, decidiram que era melhor voltar ao grupo antes que a Sra. Smith chamasse a polícia. Dessa vez pegaram um ônibus circular e chegaram nas Cataratas em menos de vinte minutos, correndo para se misturar aos outros estudantes espalhados pela Clifton Hill.
- Hey! – o segurou pela camiseta, o puxando para mais perto antes que estivessem próximos o suficiente para serem ouvidos por um dos colegas. – Obrigada por me fazer companhia.
Shawn abriu um sorriso verdadeiramente feliz antes de passar o braço pelo ombro da garota, a puxando consigo para que caminhassem pelo mar de pessoas que procuravam pela próxima atração do lugar.
- Obrigada por querer minha companhia.
Fim
Curiosidade: Na minha percepção, as linguagens do amor se referem não somente ao amor romântico, por isso na história não fica claro se eles serão um casal ou apenas dois melhores amigos.