The Payne's

Bruna Pottorff | Revisada por Mah (até o capítulo 13); Sophie (até capítulo 17); Ponci

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Capítulo 01

  De malas prontas eu esperava o táxi. Estava em minha cidade natal em visita à minha mãe e, com toda certeza, isso me fez bem. Passar uma semana longe daquela cidade barulhenta, longe de toda aquela imprensa e, principalmente, daquela empresa me fez relaxar, mesmo não sendo o suficiente de tempo que tirei pra descansar. Eu teria que voltar, infelizmente. Estava na mesa com minha mãe e minha irmã mais nova, ; ela era uma das pessoas mais doces que eu tinha na minha vida. Não posso me esquecer da minha mãe, que apesar de tudo o que passou pra nos criar era a mulher mais maravilhosa de todas. Ela, como a maioria das mães, eu acho, não apoiava meu namoro com o . Para ela, toda essa fama a nossa volta era muita coisa e que isso algum dia acabaria me fazendo mal. Eu seguia todos os seus conselhos, mas esse eu não consegui. Eu amava o demais e não conseguiria deixar ele. Nos apaixonamos aos 16, quando ganhei uma bolsa no mesmo colégio que ele. Eu, como sempre, nunca acharia que isso aconteceria comigo; uma garota simples do interior namorando com o filho do empresário mais rico do país. Não se apaixonar seria impossível, sem dúvidas ele era o mais gato do colégio, e não era capitão do time, mas mesmo assim as meninas praticamente se jogavam aos pés dele.
  Passando-se vinte minutos, pude escutar a buzina do táxi. Com um pouco de lágrimas nos olhos me despedi das duas. Elas me acompanharam até lá, me ajudando com a mala. Antes que eu entrasse no carro, me despedi mais uma vez, abracei elas o mais forte que consegui e, para evitar mais lágrimas atrevidas, dei as costas e entrei no carro. Na verdade, eu odeio despedidas, mas com elas era necessário, pois sabia que as veria novamente. Passei o cinto pelo meu corpo e logo pluguei os fones no meu celular. Esquecer-me do mundo parecia uma ótima ideia naquele momento, mas infelizmente não seria possível. O motorista deu a partida rumo ao aeroporto, sendo assim mandei uma mensagem para o avisando que já estava indo.

  Enfim cheguei à mansão dos Payne’s. Para ser sincera, aquela casa era tão grande que dava a parecer que Nova York em peso caberia lá, sem apertos. O táxi rodeou pelo chafariz que ficava bem em frente à porta, parou e eu saí, torcendo para não chegar já escutando as gracinhas da Isabel ou me sentir incomodada com os olhares do meu sogro. Isso me causava certo medo, me dava o parecer de que ele não ia nem um pouco com a minha cara. Sempre achei que fosse pelo fato do seu filho ter escolhido uma menina nada rica e com hábitos simples ao invés de uma das filhas do seu amigo Harry Styles, que também é dono de uma grande fortuna. Eu não suportava sua esposa, Anabel Watson, cheia das frescuras e que fazia de suas filhas umas bonecas. Estava escrito bem na testa delas o quanto elas odiavam quando sua mãe as faziam andar no salto e outras coisas mais. Abri a porta lentamente e ninguém estava na sala. Glórias! Subi rapidamente até o meu quarto e me tranquei lá. Soltei o ar que estava prendendo e fui logo ao banheiro tomar um banho e trocar minhas roupas antes que Liam e Isabel vissem e desse um surto. Me despi, deixando as roupas pelo caminho e logo estava no banheiro; liguei a torneira e o chuveiro para encher a banheira. Enquanto isso estava em frente ao espelho tirando minhas joias nada necessárias. Banheira cheia e tudo pronto para relaxar, entrei fazendo cair um pouco de água e logo me ajeitei na melhor posição que tinha e pude relaxar. Alguém bateu na porta do meu quarto e, pelos meus conhecimentos, essas batidas eram de . Me levantei rapidamente, me enrolando na toalha e indo em direção a porta.
  — Sim. — Abri uma frecha da porta.
  ― Me avisar que chegou seria ótimo. — Seu cotovelo estava escorado na parede e seu rosto em sua mão.
  ― Me desculpa, não vi ninguém na sala e estava doida pra tomar um banho. — Suspirei.
  ― Eu fiquei preocupado. — Ele arqueou uma das sobrancelhas.
  ― Já pedi desculpas. Me deixa terminar meu banho. — Sorri de canto.
  ― Como quiser. — Sua respiração se alterou enquanto me beijou.
  Fechei a porta e voltei para terminar meu banho. Já era quase 20h30 e o jantar estava prestes a sair. Terminei o mais rápido possível e fui me vestir. Coloquei um vestido azul claro básico, uma sapatilha, o colar que me presenteou, meu relógio e meu anel também presenteado pelo . Penteei meus cabelos, deixando eles soltos por completo, e não passei nada de maquiagem. Não entendia o porquê de todos nos arrumarmos pra jantar como se fosse algo que faríamos fora daqui. Não tem um dia se quer que algum deles estejam desarrumados, principalmente a esposa do Liam, a Sophia. Se deixassem, ela se arrumaria até pra dormir. Em algumas ocasiões ela era um amor de pessoa, mas em outras era insuportável e nojenta. Eu sinceramente não sei por que aceitei morar com eles, definitivamente eu não aguentava mais esse lugar.

  Desci as escadas com pressa e logo fui para a sala de jantar, onde todos já estavam sentados. Pensei ter chegado atrasada, mas não. Me sentei ao lado de e Liam, cruzei as pernas arrumando meu vestido e logo tomei postura.
  ― Boa noite. — Disse a todos.
  ― Boa noite, cunhadinha. — Isabel disse ironicamente.
  ― Boa noite, . — Sophia disse educadamente.
  ― Boa noite, querida. — Liam me fitou com os olhos.
   apenas me beijou e sorriu. O silêncio tomava conta naquela sala de jantar e isso me deixava entediada. Estava com fome e apenas bebia meu suco na esperança de amenizar a fome, mas nada adiantava. Isabel estava mexendo em seu celular e Sophia em seu iPad; brincava com a borda do copo enquanto eu apenas respirava. Senti uma mão em minha coxa e logo um arrepio. Suspirei e logo olhei para o , que estava com as duas mãos completamente à mostra. Suspirei mais uma vez, tentando manter a calma, e logo olhei para o Liam, que estava com as mãos para baixo, fora do alcance de vista de qualquer outra pessoa. Fechei a cara rapidamente quando senti um aperto, abaixei minhas mãos e tirei a dele de cima da minha coxa com raiva. Eu não suportava esse assédio que ele fazia comigo, e o pior é que eu não podia falar nada e tinha que aguentar tudo calada. Sim, ele era um homem muito lindo, seu corpo era escultural e aquela barba mal feita o deixava mais irresistível; o único problema era o fato de que ele era casado e eu ser a namorada do seu filho. Os empregados anunciaram o jantar e logo nos serviram. Todos pararam o que estavam fazendo para comer. Nunca gostei tanto dessa hora — só assim para eles começarem a conversar.
   estava contando como foi na empresa — aparentemente uma das funcionárias de cargo maior brigou com uma estagiária que bateu nela, foi uma confusão só. Isabel, por sua vez, disse sobre seu encontro com o Louis, filho do sócio do Liam. Pra falar a verdade, ele era perfeito, tinha uns olhos azuis lindos e um belo corpo. Sophia não se pronunciou, fazendo o Liam a fazer o mesmo que ela. O que restou foi eu falar o quanto meu reencontro com minha mãe e minha irmã foi ótimo; ainda disse que queria voltar a morar com elas, o que causou alegria para Isabel e espanto para os demais.

  Senti uma imensa vontade de ir ao banheiro. Pedi licença e me retirei. Subi as escadas lentamente, pois não estava com nenhuma pressa de voltar para mesa. Andei pelo corredor imenso até chegar em frente a porta do banheiro, entrei e, logo que ia fechando a porta, alguém a empurrou. Quando vi, fervi de raiva. Liam entrou e trancou a porta, escorando nela. Ele me olhava e sorria ao mesmo tempo. Eu respirava fundo tentando conter meus punhos, que no momento queriam voar na cara dele. Me afastei dele até escorar no box. Ele continuou imóvel na porta me encarando, assim quebrando o silêncio.
  ― Por que foge tanto de mim, ? — Senti ironia em sua voz.
  ― Pelo simples fato de você ser meu sogro. — Cruzei os braços.
  ― E daí? Não sou tão velho assim e nem você é uma criança, podemos lidar muito bem com a situação. — Sua mão foi até seu bolso.
  ― Liam, me poupe. Isso nunca vai acontecer, você é um cara casado. — Respirei fundo.
  ― Você sabe que você me atraí, não sabe, ? — Sua voz foi suave.
  ― Não, e prefiro não saber. — Desviei o olhar.
  ― , não esconda o que você sente também. Isso faz mal, sabia? — Sua risada foi sarcástica.
  ― Será que dá pra você sair daqui? — Falei com raiva.
  ― Não até você admitir que sente o mesmo que eu. — Ele deu alguns passos até mim.
  ― Não, eu não sinto o mesmo que você. Agora vai embora, por favor. — Levantei o braço pra indicar a saída e ele o segurou.
  ― , não seja má. — Ele me puxou, colando nossos corpos. Arfei. — Eu sei que você me deseja o mesmo tanto que eu desejo você. — Seus lábios estavam próximos aos meus.
  ― Liam... — Dei uma pausa pra respirar. — Tenho que descer. — Tentei me soltar, mas foi em vão.
  Sua mão passou pelas minhas costas, chegando até os meus cabelos, me causando arrepios. Apertei seus braços musculosos já arfando. Não, eu não poderia fazer aquilo. Desviei meu rosto, tentando escapar do beijo que ele estava prestes a me dar, mas novamente foi em vão. Ele virou meu rosto com sua mão e, antes que eu pudesse dizer algo, colou nossos lábios. Um calor percorreu minha espinha quando senti sua língua participando do beijo. Queria muito não estar caindo naquela tentação, mas não conseguia. Envolvi minha língua com a dele e logo elas estavam na sincronia perfeita. Ele me empurrou, me encostando na parede e segurando minhas duas mãos no ar com uma das suas. Com sua outra mão, ele percorreu meu corpo, chegando até a alça do meu vestido, abaixando-a. Seus lábios passaram pelo meu pescoço, chegando até os ombros expostos e os beijando. Me encontrava arfando novamente e sem forçar para fazê-lo parar. Ele soltou minhas mãos e assim pude tentar empurrá-lo. Sua outra mão abaixou a outra alça do meu vestido, fazendo com que eu ficasse só de sutiã na sua frente. Tentei me retomar e subi as alças de novo e então ele me imprensou mais na parede com seu corpo e sua mão foi subindo pela minha coxa até chegar na minha calcinha.
  ― Liam, pare, por favor. — Pedi já sem ar.
  ― Você gosta, não gosta, ? — Meu nome saiu como um sussurro no meu ouvido.
  ― Não, não gosto dessa ideia de você abusar de mim. — Minha voz soou rouca.
  ― Não minta. — Senti sua mão em meu íntimo. — Você já está toda molhada. — Arregalei os olhos.
  ― Liam, me deixe descer. — Me contraí, tirando suas mãos de lá.
  ― Tudo bem. — Ele se afastou lentamente. — Mas ainda não terminamos nossa conversa. — Seu sorriso foi malicioso.
  ― Nem vamos. — Escorei na pia, retomando meu ar.
  Ele me deu um último beijo, abriu a porta e saiu. Mas que filho da puta! Me provocar desse jeito sabendo que não consigo me defender foi muita sacanagem. Passei uma água no meu rosto e na minha nuca e me arrumei pra não parecer que tinha feito algo. Antes de abrir a porta, respirei fundo várias vezes e desci. Quando cheguei lá, todos me olharam, menos o Liam, o que me deu certo alívio. Me sentei novamente e respirei fundo, me preparando pra ouvir às perguntas.
  ― Por que demorou tanto? — perguntou, acariciando meu braço.
  ― Senti um mal estar enquanto subia as escadas, parei um pouco pra retomar o ar. — Olhei sem graça.
  ― Você está vermelha. Está tudo bem mesmo? — Ele parecia preocupado.
  ― Sim, não se preocupe, amor. — Sorri para ele e o beijei.
  Liam me lançou um olhar e logo em seguida um sorriso. Não sei o que se passava pela sua cabeça naquele momento, mas eu só queria era sair dali e ir dormir.

Capítulo 02

  O sol batia em meu rosto, me despertando calmamente. Acordar assim era a melhor maneira de se acordar, só de não ter que ouvir o barulho irritante do despertador. A empregada ainda estava no quarto, abrindo as cortinas das janelas. Dispensei ela e logo me levantei. Fui ao banheiro, joguei uma água no rosto para ver se acordava e logo que me vi ― estava um espanto ― corri para o chuveiro para me banhar e tirar a cara de morta. Terminei meu banho e parei em frente ao espelho, peguei minha bolsa de maquiagem e comecei a arte. Não passei muita, pois passar o dia com o rosto sobrecarregado de maquiagem não é muito bom. Penteei meus cabelos, deixando eles soltos novamente, passei meu batom vermelho que adorava e estava pronta.
  Voltei para o meu quarto e abri meu guarda-roupas a procura do que vestir. Hoje era dia de ir até a empresa, então não poderia ir de qualquer jeito. Peguei um vestido, meu sapato branco, coloquei meu relógio e minha corrente de ouro, peguei minha bolsa e agora estava totalmente pronta. Desci na esperança de não encontrar com ninguém lá. Assim que cheguei na sala, estava sentando na poltrona me esperando; ele vestia uma camisa manga longa preta, uma calça jeans colada e seu vans. Logo ao me ver ele se levantou e veio ao meu encontro, me dando um belo beijo e um sorriso.
  ― Bom dia, princesa. ― Seu sorriso alargou de orelha à orelha.
  ― Bom dia. ― Sorri de canto.
  ― Você está maravilhosa hoje. ― Ele pegou na minha mão, me fazendo dar uma voltinha.
  ― Estou lisonjeada, senhor James. ― Me curvei.
  ― Boba! Vamos que estamos quase atrasados. ― Ele apertou a ponta do meu nariz.
  ― Agora. ― Gargalhei e saímos.

   era daquele tipo de cara que faria de tudo por alguém que ele ama. Era bem pacato e, na maioria das vezes, as besteiras que fazia eram por conta de Liam, que jogava muita responsabilidade pra ele, que tinha apenas vinte anos. Uma de suas mãos estavam no volante e a outra na minha coxa, sempre me dando sorrisos, e eu o respondia da mesma forma. Alguns minutos depois estávamos na empresa, aquela torre enorme com as janelas todas de vidro, gente entrando e saindo a todo momento... É, como eu adoro isso. estacionou o carro e logo saiu, abrindo a porta pra mim. Não precisava disso, mas ele era teimoso e nunca me escutava. Saí arrumando meu vestido e ele travou o carro, entrelaçou sua mão na minha e fomos sentido ao elevador.
  Já no nosso andar, íamos passando pela recepção onde ficava Emily, a única com quem eu tinha uma amizade lá dentro; ela era uma menina muito sincera e profissional, gostava bastante dela. Cumprimentei ela, que me respondeu com um belo sorriso, e passei pelo enorme corredor onde ficavam as salas das pessoas mais importantes da empresa ― contador, presidente, vice-presidente e donos.
   foi até a sala de seu pai, fazendo o favor de me levar junto. Na verdade, eu não estava nem um pouco afim de encontrar com ele depois do acontecido no jantar de ontem. Assim que entramos na sala, Liam parou imediatamente o que estava fazendo e nos encarou. Seu olhar passou pelo meu corpo todo e me senti incomodada. Desviei meu olhar enquanto foi até a mesa pegar alguns papeis.
  ― Bom dia, . ― Seu sorriso foi irônico.
  ― Bom dia. ― Olhei para ele rapidamente.
  ― Já tomou café? ― Ele quis prolongar o assunto.
  ― Eu já tomei, pai. A não. ― respondeu inocentemente.
  ― Ok, daqui a pouco eu passo em sua sala pra você descer comigo, . Não quero ir sozinho. ― Falou sério.
  ― E a Sophia? Isabel? ― Perguntei intrigada.
  ― Elas só virão no horário da tarde hoje. ― Ele sorriu.
  ― Tudo bem, pai. Vamos, amor. ― encerrou o assunto pegando em minha mão e saindo da sala.
  Passamos pela sala de George, pai de Louis e sócio do Liam. Ele nos cumprimentou com a cabeça e sorriu. Chegamos até a nossa sala ― sim, nossa sala, pois eu também trabalhava lá. Eu fazia parte do setor financeiro, junto com a , filha de Harry e Anabel, que tinha tanto dinheiro, mas nem parecia; ela era uma menina bem simples e não gostava muito do jeito que sua mãe a obrigava a se vestir. Sentei-me em minha mesa, que ficava ao lado da de , e logo vi aquela montanha de papeis para eu calcular e conferir, o que era mais chato de se fazer. , como presidente, estava analisando alguns currículos e fichas de empregados. Estávamos precisando de um novo funcionário e também dispensar alguns.
  Iniciei meu trabalho em silêncio; não queria atrapalhar o e nem atrapalhar a mim mesma. Tinha muitas coisas a fazer, então quanto menos conversa, mais rápido eu acabaria. Ouço alguém bater na porta e responde que podia entrar. Era Liam, e eu tinha me esquecido do café que tinha que tomar com ele. Me levantei da mesa e fui até o , o beijei e saí. Liam estava com um sorriso diferente nos lábios, o que me assustou muito.
  ― Como passou a noite, querida? ― Sua voz soou calma.
  ― Bem, muito bem. ― Respondi logo.
  ― Bom saber disso. ― Ele sorriu.
  ― Por que não chamou ou Emily, ou qualquer outra pessoa, para tomar café com você? ― O encarei.
  ― Porque você é minha nora, oras. E, além do mais, também faz parte dessa empresa. ― Ele sorriu e logo apertou o botão do elevador.
  ― Ninguém merece. ― Revirei os olhos e bufei, entrando no elevador.
  O meu medo maior naquele momento era de que ele desse a louca e me agarrasse lá dentro do elevador. Não seria legal se ele parasse e, quando abrisse a porta, algum funcionário visse. Fiquei do outro lado do elevador enquanto ele via seu reflexo no espelho na parte de trás; ele arrumava seu cabelo e me lançava umas olhadas maliciosas. A porta se abriu e eu logo saí na frente. Ele puxou minha mão, me fazendo ficar ao seu lado, e fomos andando até a lanchonete da empresa. Eu me sentei enquanto ele ia buscar o café. Meus dedos batiam na mesa, já impacientes com a demora dele. Tentei ao máximo manter minha respiração normal quando vi que ele estava voltando. Eu não queria demonstrar que ele me deixava nervosa, isso faria com que ele continuasse me assediando. Ele chegou com dois copos de café expresso e uma caixinha de donuts. Peguei meu café e dei logo um gole; não quis comer e ele não se importou.
  ― Então. ― Ele disse enquanto mordia um pedaço do donut. ― Tem muito trabalho a fazer hoje?
  ― Sim. Como você pôde ver quando me chamou. ― Encarei meu copo.
  ― A gente não raciocina direito de barriga vazia. ― Ele riu. ― À propósito, você não vai comer?
  ― Não estou com fome, só o café já me enche. ― Sorri ironicamente.
  ― Que pena, você não sabe o que está perdendo. ― Terminou com o donuts numa bocada.
  ― Vai te dar uma bela dor de barriga. ― Sorri.
  ― Tomara que não. ― Ele fechou a cara e logo depois riu.
  ― Bom, tenho que voltar ao trabalho. ― Me levantei e saí antes que ele pudesse me impedir.
  Que alívio! Andei o mais depressa possível para chegar ao elevador, mas antes fui até a Emily pedir pra que ninguém me incomodasse pois queria terminar meu trabalho. Também pedi para que ela mandasse ir até a minha sala. Cheguei ao elevador e, para minha sorte, a porta tinha acabado de abrir.

[...]

  O relógio na parede marcava exatamente 18h, hora de ir embora. ainda não havia terminado e eu resolvi ajudá-lo; faltavam poucos papeis, então deixei ele terminar o que ele já estava fazendo e peguei o resto das fichas para analisar o que faltava. Não demorando muito, terminamos e logo arrumamos nossas coisas para ir embora. Pegamos as fichas pra entregar à Emily, mas antes de descermos até ela passamos na sala de Louis. Assim que entramos, vimos Isabel sentada na quina da mesa conversando com ele. Arqueei uma de minhas sobrancelhas ao ver a cena e logo desviei o olhar.
  ― À que lhe devo a sua presença? ― Louis perguntou, entrelaçando suas próprias mãos.
  ― Vim saber se já terminou os relatórios que te pedi. ― respondeu.
  ― Ah, sim, estão aqui. ― Ele abriu a gaveta e pegou uma pasta.
  ― Obrigado. ― Ele pegou a pasta. ― Bel, aonde está a mamãe? ― Se virou para ela.
  ― Foi na frente com o papai. ― Seu tom de voz foi seco.
  ― Beleza, vou indo. Tchau. ― Ele acenou com a mão e eu fiz o mesmo.
  ― Não suporto ver minha irmã com ele. ― Ele revirou os olhos e suspirou ao sairmos da sala de Louis.
  ― Não queria ter que concordar, mas... ― Ele me olhou e riu.

[...]

  Enfim em casa, no meu quarto e jogada na minha cama. O dia foi exaustivo e eu queria apenas descansar. entrou no quarto e se sentou na ponta da cama, massageando meus pés enquanto eu ficava o olhando. Me sentei em frente a ele e dei um beijo doce. Ele sorriu e apertou a ponta do meu nariz, sorrimos e logo depois nos abraçamos. Tinha toda razão quando disse que o é uma boa pessoa, não poderia ter me apaixonado por outro. Não seria igual é com o .
  Alguém bateu na porta e ele pediu para que entrasse. Era Rosana, nossa empregada, que veio me dizer que Liam pedia minha presença em seu escritório imediatamente. Não acredito nisso! O que ele queria dessa vez? Desci descalça mesmo, ainda com a roupa que tinha ido trabalhar, deixando no meu quarto. Fui o mais depressa. Se foi pedido imediatamente, tinha que ser algo urgente. Bati na porta e ele disse para eu entrar.
  ― Tranque-a, por favor; não quero que ninguém nos atrapalhe. ― Fiz o que ele pediu e logo engoli seco.
  ― Sim. ― Encarei minhas mãos e meus pés descalços.
  ― Sente aqui. ― Ele apontou para a cadeira.
  ― Pode dizer agora? ― Me sentei, um pouco nervosa.
  ― Eu queria te fazer uma proposta. ― Ele escorou seus cotovelos na mesa.
  ― Qual? ― Perguntei desinteressada.
  ― Quero que você seja meu braço direito na empresa. Me acompanhar em reuniões e outras ocasiões do tipo. ― Sua expressão era séria.
  ― Mas eu não posso. Não quero sair da área financeira e deixar a sozinha. ― Me alterei um pouco.
  ― Você não vai deixar ela sozinha. Ela vai estar com você, mas você será uma vice-presidente da empresa. ― Meu coração disparou. Era isso mesmo que eu estava ouvindo?
  ― Vice? Eu acho que é muito pra mim, não sei se daria conta. E, afinal, Isabel me comeria viva. ― Retraí.
  ― E o que Isabel tem a ver com minhas decisões? ― Ele arqueou uma das sobrancelhas.
  ― Ela é sua filha e eu simplesmente sua nora. ― Cruzei os braços.
  ― Porque quer. ― Ele jogou suas costas no encosto da cadeira.
  ― Sim, exatamente, mas esse assunto não vem ao caso. ― Desviei o olhar.
  ― Você, como sempre, está fugindo. ― Ele riu.
  ― Liam.. ― O encarei. ― Pois então, no momento não vou aceitar. Tenho que pensar, e ficar o tempo todo com você não é uma boa opção.
  ― Por que não? ― Ele se levantou.
  ― Porque a gente já fica perto um do outro aqui dentro dessa casa, e ficar na empresa não dá. ― Me esquivei.
  ― , você tem que aceitar. ― Sua risada foi sarcástica. ― Você é excelente no que faz. ― Ele sentou na ponta da mesa, de frente pra mim.
  ― Não, Liam, prefiro ficar onde estou. ― Desviei o olhar novamente.
  ― Tudo bem. Se você quer assim... ― Achei que seria mais difícil.
  ― Ok, já vou indo. Preciso tomar banho. ― Me levantei.
  ― Se fosse comigo, não seria uma má ideia. ― Sorriu malicioso.
  ― Não comece com seus pensamentos sujos. ― Dei as costas e senti ele puxando meu braço.
  ― Pensamentos os quais você também tem. ― Nossos corpos agora estavam colados.
  ― Liam, não! ― Suspirei. ― Eu não posso, e muito menos você. ― Tentei me afastar.
  ― Nós podemos, você é quem dificulta as coisas. ― Ele contornou meus lábios com a ponta do dedo.
  ― Não podemos. É difícil entender? ― Arfei.
  ― Muito. ― Sua mão puxou meus cabelos.
  Nesse momento me vi arfando novamente. Eu não poderia deixar que isso acontecesse, mas algo dentro de mim me enfraquecia quando se tratava do assédio de Liam. Ele puxou meu cabelo, inclinando minha cabeça para trás, e depositou vários beijos em meu pescoço. Contorci meus pés e sua outra mão envolveu minha cintura, colando ainda mais nossos corpos. Senti um leve arrepio; ele me olhou dentro dos olhos e avançou, me beijando. Fomos andando até encostar na parede, fazendo com que ele me imprensasse nela. Suas mãos passeavam pelo meu corpo, me mandando alertas para que eu o impedisse. Parte de mim desejava seu toque e outra parte o negava. Meus pensamentos se voltaram para e eu logo empurrei Liam, mas não adiantou ― ele era bem mais forte que eu e tentá-lo afastar de mim seria completamente em vão. Ele me pegou no colo e minhas pernas laçaram sua cintura. Fomos até a mesa e ele empurrou tudo o que estava em cima com uma das mãos, me posicionou em cima e ficou entre as minhas pernas. Sua respiração estava ofegante e seu cabelo bagunçado. Suas mãos então alisaram minhas coxas, me fazendo tremer, e ele subiu meu vestido, deixando minhas pernas totalmente à mostra; seu sorriso malicioso surgiu e logo senti um calor tomando conta de todo meu corpo quando sentia seu toque. Seus lábios beijavam minha boca, passando para o meu pescoço e logo para meu ombro. Sua mão o acariciou e logo abaixou a alça, me fazendo desviar o olhar com vergonha. Suspirei, levantei meu olhar pra ele novamente e tomei consciência do que estava fazendo, logo me despertando e o afastando. Pulei da mesa e logo me ajeitei, saindo antes que ele pudesse falar algo.
  Subi as escadas correndo e logo estava no meu quarto. ainda estava lá, sentado, e sorriu ao me ver, mas me olhou sem entender o motivo da minha respiração ofegante.
  ― O que aconteceu? Viu um fantasma? ― Ele riu.
  ― Não, é que vim correndo. ― Sorri sem graça.
  ― O que meu pai queria?
  ― Me fazer uma proposta. ― Me sentei na cama ao lado dele.
  ― Ele quer tirar você de mim? ― Ele me olhou espantado.
  ― Mesmo se quisesse, não conseguiria. ― Sorri. ― Ele quer me tornar vice-presidente.
  ― O quê? Isabel vai ficar louca quando souber. ― Ele gargalhou.
  ― Por isso não aceitei. E, afinal, estou bem no meu setor e não quero sair de perto de você. E muito menos deixar sozinha. ― Deitei minha cabeça em seu ombro.
  ― Se quiser aceitar, tudo bem. Eu gostaria de ter você tomando decisões também. ― Ele beijou minha testa.
  ― Melhor não, não quero ser mais odiada do que já sou. ― Bufei.
  ― Pode ser odiada por alguns, mas por mim você é a mais amada de todas. ― Ele me fez cócegas e começamos a rir.

[...]

  Todos à postos na sala de jantar e, por um milagre, ninguém estava arrumado; estavam todos com roupas normais, inclusive Sophia. O jantar já estava servido e eu estava sem fome. Comi por educação, mas não comi muito. O estranho é que estavam todos quietos, até mesmo Isabel, que sempre contava como foi seus encontros com os caras da alta sociedade. Rosana chegou com o telefone na mão e o entregou a Liam, que mudou de expressão na mesma hora. Não sei se ele estava feliz ou triste, mas parecia ser alguém muito importante para ele. Ele entregou o telefone à Rosana, que se retirou, e então escorou seus cotovelos na mesa e respirou fundo. Sophia acariciou seu braço, tentando entender, e ele se pronunciou.
  ― , Isabel e Sophia. ― Me excluiu, ainda bem. ― E claro, . ― Droga!
  ― Sim. ― Sophia respondeu calmamente.
  ― Meu irmão chega aqui sexta-feira e irá passar alguns dias conosco. ― Ele estava sério.
  ― Que irmão? ― Isabel perguntou.
  ― Zayn. ― Todos ficaram com cara de assustados e eu sem entender.
  ― Essa não. ― disse entre dentes e segurou minha mão.
  ― Vou ter que aguentar a Sarah mesmo? ― Sophia perguntou irritada.
  ― Felizmente, não. Ela não virá com ele dessa vez. ― Liam disse e ela suspirou aliviada.
  ― Ainda bem. ― Isabel deu um gole em seu suco.
  ― Estão todos avisados, então se preparem. ― Ele se retirou da mesa.
  ― O que tem de mais nele pra vocês se espantarem tanto? ― Perguntei ao .
  ― Ele é muito sério e não atura certos tipos de brincadeira. E, também, sua namorada é repugnante. ― Ele revirou os olhos.
  ― Que horror! Agora fiquei com receio de conhecê-lo. ― Meu olhar foi de medo.
  ― Não se preocupa com isso, vamos tentar fugir dele. ― Ele beijou minha cabeça e nos retiramos.

  Já estava indo até o meu quarto quando escutei alguém me chamar. Olhei para trás e vi Liam escorado na parede, em frente às escadas. Pestanejei ao ter certeza de que aquilo estava acontecendo e fui até ele.
  ― O que você quer agora? ― Revirei os olhos.
  ― Que você não fique dando trela pro meu irmão. ― Ele disse sério e não contive o riso.
  ― Me poupe, né?! Olha minha cara de quem faz essas coisas. ― O encarei.
  ― Só estou avisando. Ele é ótimo com as palavras e te leva na lábia fácil, fácil. ― Senti que ele estava irritado.
  ― Era só isso? Estou indo. ― Estava saindo quando ele me puxou.
  ― Espera! E o meu beijo de boa noite? ― Ele sorriu.
  ― Vai à merda. ― Me soltei de sua mão e andei depressa até o meu quarto.

  Me deitei, pensando em como seria esse irmão dele. Será que era tão bonito quanto ele? Ou mais do que ele? Me perdi em meus pensamentos e logo adormeci.

Capítulo 03

  Já era sexta feira. Eu estava calculando algumas contas do mês com a e estava em uma reunião de última hora com seu pai e Isabel. Já se passavam das 11h e já estávamos terminando. Louis abriu a porta e veio em nossa direção. O mal educado nem bateu antes de entrar.
  ― O que deseja? ― Perguntei, o encarando.
  ― Você. ― Ele sorriu.
  ― Muito engraçado, Tomlinson. ― Bufei.
  ― Brincadeira. Vim aqui buscar algumas fichas e também preciso falar com a . ― Ele a encarou.
  ― Comigo? ― Ela perguntou assustada.
  ― Sim. Por que o espanto? ― Ele se inclinou, escorando os cotovelos na mesa.
  ― Porque você nunca foi de falar comigo. ― Ela revidou.
  ― Só queria saber se quer sair comigo hoje. ― Ele sorriu.
  ― Tá louco? Isabel me comeria viva. Não, obrigado. ― Ela sorriu ironicamente.
  ― É um galinha mesmo, né? ― Não contive o riso.
  ― Fica quieta, Baker. ― Ele gargalhou. ― Vamos lá, , eu não tenho nada com a Isabel, nunca vou ter. ― Ele segurou na mão dela e ela corou.
  ― Vai amiga, só uma vez. ― Cutuquei ela.
  ― Ah, tá bom, enjoados. Mas se você me der um bolo, Louis, você vai se ver comigo na segunda. ― Ela cerrou os olhos.
  ― Não se preocupe, lindinha. ― Ele beijou sua mão. ― Te pego às oito. ― Ele acenou com uma das mãos e ia saindo.
  ― Louis. ― O chamei, com a pasta de fichas na mão.
  ― Ai, Deus, já ia esquecendo. ― Ele voltou rindo.
  Gargalhamos enquanto ele pegava a pasta e logo em seguida saiu dando uma corridinha. Eu e nos entreolhamos e começamos a rir, sem acreditar no que tinha acabado de acontecer. Louis Tomlinson chamando a pra sair ao invés da cobra da Isabel. Por mais que eu achasse inacreditável, eu ainda estava pensando na possibilidade de haver algum plano maléfico da parte da Isabel. Terminamos nossos cálculos e logo descemos pra almoçar. Fomos num restaurante próximo, a fim de fugir dos olhares do pessoal da empresa.
  Estávamos sentadas na mesa e já tínhamos feito nossos pedidos. Nós conversávamos sobre coisas aleatórias. No momento, ela me contava o quanto ela odiava quando a mãe dela mandava ela vestir as coisas e do quanto ela detestava sua irmã de falsidade pro seu lado. Depois que terminamos de comer, eu me levantei e fui até o banheiro, deixando ela na mesa. Não sabia muito bem onde era o banheiro e temi ficar perdida. Fui andando em direção ao balcão e, sem querer, esbarrei em um rapaz, derrubando o líquido que ele mesmo tinha no copo em cima dele.
  ― Me desculpa, moço. ― Disse, envergonhada com todos olhando. ― Eu sou uma desastrada mesmo. ― Lamentei.
  ― Não se preocupe, era só água. ― Ele disse se secando.
  ― Mesmo assim, agora você está todo molhado. Nossa, perdão. ― Coloquei a mão sobre o rosto.
  ― Calma, não foi nada. ― Ele sorriu e me olhou. Uma mecha de sua franja caía sobre seu olho enquanto todo o resto do cabelo estava penteado para trás. Ele era realmente lindo. ― Não sou de açúcar, isso não fará mal.
  ― Posso fazer algo por você? Pra me desculpar, sei lá. ― Passei a mão sobre meu cabelo, o jogando para trás.
  ― Poderia almoçar comigo, já que aqui está lotado e não tenho mesa. ― Ele sorriu de canto.
  ― Oh, sim! Tenho um lugar vago na minha mesa, vamos. ― Me esqueci que queria ir ao banheiro e o acompanhei até lá.
  ― , ele vai sentar com a gente. ― Ela olhou com uma cara de espanto e logo assentiu com a cabeça. ― Agora, se me dão licença, preciso ir ao banheiro. ― Sorri sem graça e saí.
  No caminho até o banheiro eu fiquei lembrando do olhar daquele ser. Ele era realmente muito lindo, e só poderia ser brincadeira aquilo ter acontecido. Fiquei escorada com as mãos na pia e me olhando no espelho. Meus olhos estavam mais verdes do que nunca, e isso só acontece quando eu estou nervosa. Passei as mãos sobre o rosto, buscando me acalmar, e respirei fundo. Arrumei meus cabelos e saí, indo em direção à mesa. Ele e estavam rindo e não pararam quando cheguei.
  ― O que houve? ― Me sentei.
  ― Zayn estava contando quando ele foi jogar o sal para trás e acertou na cabeça do cara. ― Eles gargalharam.
  ― Zayn? ― Me assustei.
  ― Sim. Por que o espanto? ― Ele perguntou.
  ― Por um acaso você tem algum irmão chamado Liam? – engasgou com a própria saliva.
  ― Dono da empresa Payne’s? ― Ele riu. ― Sim, o conhece?
  ― Sim. ― Respirei fundo.
  ― Trabalham lá? ― Ele perguntou.
  ― Também. ― Desviei o olhar.
  ― Como assim? ― Ele escorou os cotovelos na mesa.
  ― Sou nora dele. ― Senti que corei.
  ― Então você é a famosa ? Prazer em conhecê-la. ― Ele pegou minha mão e a beijou.
  ― Não sou famosa, mas tudo bem. ― Sorri sem graça.
  ― Você é bem mais bonita do que te descreveu. ― Ele deu um gole em seu suco.
  ― Ah, obrigado. ― Eu realmente estava sem graça.
  ― Então, já estamos atrasadas... ― apontou pro relógio.
  ― Oh, realmente! Vamos. ― Disse me levantando.
  ― Estão voltando para empresa? ― Zayn perguntou.
  ― Sim, temos muitas coisas a fazer ainda. ― respondeu logo.
  ― Eu levo vocês até lá, deixa eu só acertar a conta. ― Ele se levantou rapidamente e foi até o caixa.
  Sem deixar que a gente pagasse a conta, ele foi e logo voltou. Fomos até o carro dele, que era uma bela BMW 6 SERIES prata, daí pude crer que a família toda de Liam era bastante rica e me senti um pouco pobre. Não quis ir na frente com ele, então mandei a e me sentei no banco de trás enquanto ele dava partida. Chegamos na empresa em menos de 5 minutos. Desci do carro, indo em direção à portaria o mais rápido possível. Não queria que ninguém me visse saindo do carro com o irmão do dono da empresa. Tarde demais! estava indo em nossa direção e sorriu ao me ver, logo me beijando e passando o braço pela minha cintura.
  ― Vejo que já conheceu meu tio. ― Ele disse entre dentes.
  ― Foi numa situação nada agradável. ― Sussurrei.
  ― E ele ainda te deu uma carona. ― Senti que ele estava com ciúmes.
  ― Esbarrei nele no restaurante e derrubei água no seu terno. Logo depois descobri que ele era seu tio. ― Falei um pouco nervosa.
  ― Hm. ― Ele olhou pra frente e cumprimentou Zayn.
  ― Sobrinho querido, quanto tempo! ― Eles se abraçaram.
  ― Para de me chamar assim, você tem idade para ser meu irmão. ― Eles riram. E como assim irmão?
  ― Nem tanto. Cadê seu pai? ― Zayn perguntou, arrumando o terno.
  ― Está na sala dele. Vamos? ― fez um gesto com a mão.
  ― Claro. ― Ele sorriu e seguimos caminho.
  Sem querer, acabei deixando para trás. segurou minha mão e não quis mais soltar, parecia que queria mostrar que eu era totalmente propriedade dele. Sim, era verdade, mas não precisava disso tudo. Chegamos na sala de Liam e a porta estava entreaberta. a empurrou, tirando Liam de sua concentração. Na mesma hora Liam me fitou e umedeceu os lábios. Logo sua atenção era toda para o Zayn, que o encarava. Ele se levantou da cadeira e nós nos aproximamos. Zayn sorriu e abraçou forte Liam, que não fez uma cara muito boa.
  ― Irmão querido, quanto tempo! ― Deu-lhe dois tapinhas nas costas.
  ― Longos e bons tempos. ― Sorriu ironicamente.
  ― Quanto amor. ― disse rindo.
  ― Não imagina o quanto. ― O tom de voz de Liam não foi de empolgação. ― Vejo que já conheceu a nossa querida . ― Arqueou uma das sobrancelhas, me encarando.
  ― Sim. Por acaso, no restaurante ela esbarrou em mim, derrubando água no meu terno. ― Ele riu. ― Ela é adorável.
  ― Minha namorada é maravilhosa. ― completou, me puxando pela cintura.
  Fiquei sem graça com todos aqueles elogios e fitadas. Liam parecia estar muito nervoso pelo elogio de Zayn, mas eu na verdade não estava nem aí pra ele. Sophia e Isabel chegaram na sala e cumprimentaram Zayn e, enquanto conversávamos, eu ficava pensando tentando descobrir a sua idade. havia dito que ele tinha idade pra ser o irmão dele. Ele só poderia ser mais novo, ter a mesma idade ou alguns anos a mais que ele... Fui despertada dos meus pensamentos quando Liam me fez uma pergunta à qual pedi para que ele repetisse, pois não havia escutado.
  ― Eu perguntei: o que você achou do Zayn? ― Sua voz soou calma.
  ― Nada parecido com você. Qual sua idade, Zayn? ― A pergunta saiu sem querer.
  ― Me daria quanto? ― Ele se virou para mim.
  ― Vinte e um. ― Cruzei as pernas.
  ― Alguém te contou, não foi? ― Ele sorriu. ― Não é possível você ser tão esperta assim.
  ― É possível. ― respondeu. ― Ela é muito inteligente.
  ― Não é questão de inteligência e sim de observação. ― Isabel rebateu.
  ― Eu, na verdade, chutei. ― Respondi.
  ― Boa de chute. ― Liam sorriu maliciosamente.
  ― A conversa está muito boa, mas Liam, temos que terminar os balancetes e irmos embora. ― Sophia se pronunciou.
  ― Realmente. ― Ele olhou para o relógio. ― As horas passaram voando.
  ― Zayn, vamos até a minha sala e de lá vamos para casa. ― disse e torci para que ele não aceitasse.
  ― Claro, vamos. ― Ele sorriu para Liam e Sophia e nos acompanhou.

[...]

  Estava tomando banho. Íamos jantar fora para comemorar a chegada de Zayn, que pelo parecer não foi nada que eles queriam. A expressão de Liam era de quem estava torcendo para ele ligar dizendo que cancelou a viagem. Não sei o porquê disso. Zayn parece ser um cara bem bacana e sua namorada também, eu acho. Terminei meu banho e fui me aprontar. Fiz a maquiagem e passei meu batom vermelho que tanto gosto, meus cabelos totalmente soltos, passei meu perfume e estava pronta. Abri a porta, indo em direção ao quarto de , e me deparei com Liam passando de toalha pelo corredor, seguindo até o seu quarto. Virei o rosto rapidamente e ele veio até mim.
  ― Fica esperta com o Zayn. ― Disse próximo ao meu ouvido.
  ― Não sei por quê. E, quer saber? Me deixa. ― Dei as costas e saí andando.
  Abri a porta do quarto de e ele estava terminando de colocar a camisa. Me sentei na ponta da cama e o observei. Ele terminou, veio até mim e me beijou. Sorri e ele logo se pronunciou.
  ― Você está maravilhosa, como sempre. ― Seu sorriso se alargou.
  ― E você também, Mr. Payne. ― Sorri.
  ― Prefiro James. ― Ele fez bico e me beijou.
  ― Vamos, acho que todos já estão lá embaixo. ― Disse.
  ― Sim. ― Ele entrelaçou nossas mãos e descemos.
  Assim que chegamos à sala, arrancamos olhares de todos que estavam lá ― no caso Zayn, Sophia e Isabel. Fiquei sem graça com isso. Sentamos para esperar Liam, que por um milagre não havia sido o primeiro a se arrumar.
  ― Você está bonita, cunhada. ― Isabel disse. Espera, elogios vindo dela?
  ― Obrigada, Isabel. ― Sorri.
  ― Bonita? Ela está é linda. ― Sophia disse empolgada.
  ― Ah, que isso, gente! ― Fiquei sem graça.
  ― Está maravilhosa. ― Zayn sorriu de canto.
  ― Tirem o olho! A dama já tem um vagabundo. ― fez cara de esnobe e me abraçou.
  ― Vamos? ― Uma voz vindo das escadas atrás de nós soou.
  ― Até que enfim, mocinha. ― Sophia disse se levantando.
  Liam estava completamente lindo. Nada de ternos! Ele usava uma jaqueta preta e uma blusa branca lisa por baixo, uma calça preta colada e um vans. Parecia um jovem de vinte anos. Era estranho vê-lo vestido com essas roupas ― pelo menos para mim, que o via de terno e roupas sociais o tempo todo. Ele deu uma pausa no último degrau da escada e me olhou de cima a baixo; sem perceber, mordeu os lábios. Ele veio andando até nós e entrelaçou seu braço com o de Sophia e Isabel. Zayn me olhou e eu imaginei que o que passou na mente dele fosse que eu fizesse o mesmo que o Liam, mas rapidamente desviei o olhar e peguei na mão de . Cada um foi no seu carro, menos Isabel, que preferiu ir com o Zayn. Ficar sozinha com o é a melhor coisa, ele me fazia rir e esquecer dos problemas. No momento ele me contava uma de suas aventuras que fez seu pai ficar muito nervoso. Suas histórias eram as mais engraçadas e ele sem querer tocou em um assunto que nunca tinha me falado.
  ― Como assim? ― Perguntei curiosa.
  ― Sério, nunca tive interesse nessas meninas que se jogavam pra mim. Poderia até ter dado uns beijinhos, mas namorar nunca. ― Fiquei perplexa.
  ― Nossa, eu achava que você pegava todas. ― Ri sem graça.
  ― Não, a única que me apaixonei de verdade até hoje foi você. E a próxima vai ser nossa filha. ― Ele sorriu meigamente.
  ― , para de me deixar sem palavras. ― Dei um soquinho de leve em seu braço.
  ― Não. ― Ele fez bico e me beijou.
  Passando-se mais ou menos uns dez minutos, chegamos ao restaurante. Por fora era muito bonito. parou o carro em frente à entrada e entregou a chave para o manobrista. Olhei para o lado e vi Liam fazer o mesmo, logo me lançando um olhar ameaçador. Desviei o olhar e entrei com . Zayn e Isabel já estavam lá. Fomos até eles e sentamos. Fiquei entre e Zayn o que me causou um certo incomodo. Liam, ao ver que eu estava sentada no meio dos dois, logo fechou a cara e se sentou ao lado de . O garçom chegou e logo nos trouxe o cardápio; escolhemos nossos pratos e ele se retirou. Ficamos alguns minutos nos olhando até eu receber uma mensagem. Era da .
  “Amiga, olha para trás e da um sorriso para mim, rsrs”
  O quê? Não acredito que estávamos no mesmo lugar! Me virei e a vi acenando para mim. Sorri e me virei para frente. Logo pensei na fera que Isabel iria virar ao ver a cena. Todos me olharam como se quisessem saber para quem eu ri e me senti na obrigação de responder.
  ― Era a , ela está jantando aqui com o Lo... O amigo dela. ― Respirei fundo.
  ― Por um acaso esse amigo dela se parece muito com o Louis de costas. ― Isabel disse, olhando para a mesa deles.
  ― Para de paranoia, Isabel, esquece esse cara. ― disse.
  ― Ah, , não enche. ― Ela bufou.
  ― Discussão de vocês dois aqui não, hein?! ― Sophia disse com autoridade.
  ― Deixa os dois, Sophia. É engraçado. ― Zayn disse rindo.
  ― Não. Quando esses dois começam, eles quase saem na porrada. ― Liam disse estralando os dedos.
  ― Assim que é legal! Eles se parecem com nós dois quando brigávamos. ― Ele riu de novo.
  ― Nem um pouco. ― Liam ironizou.
  ― Espera aí... ― Isabel se levantou. ― É o safado do Louis! Vou lá agora! ― Sophia segurou seu braço e a fez sentar.
  ― Isabel, para de infantilidade! Ele é um rapaz livre e pode sair com quem quiser. ― Disse entre dentes.
  ― Mas mãe, é comigo que ele deveria estar! ― Ela rebateu.
  ― Se fosse com você, ele teria chamado você e não ela. ― respondeu logo.
  ― Já chega, . ― Liam pediu.
  ― Adoro isso. ― Zayn disse empolgado.
  ― Zayn, por favor. ― Liam disse nervoso.
  Zayn continuou rindo em silêncio e me olhou encantado. Uma de suas mãos foi parar na minha coxa, o que me fez sentir um arrepio. O encarei e ele tirou a mão, deslizando sobre minha coxa. Suspirei e mantive a concentração. Os garçons chegam com os pratos e assim demos inicio ao jantar.

  Precisava ir ao banheiro para retocar o batom e, claro, tinha necessidades. Me retirei da mesa com a licença e fui andando até lá. Para a minha sorte, o banheiro estava vazio, assim pude me olhar e me arrumar em frente ao espelho sem ter gente me encarando. Tirei o batom da bolsa de mão e o retoquei. Dei uma arrumada no cabelo e pronto. Guardei o batom e fui andando em direção à porta. A ida ao banheiro era um enorme corredor, um pouco afastado do salão. Estava quase na metade quando vi Zayn. Travei e respirei fundo para manter a calma. Ele se aproximava sorrindo e eu continuei andando, na esperança de que ele passasse direto e tivesse saído da mesa só para ir ao banheiro. Quando ia passando ao seu lado, senti ele segurando meu braço. Estremeci por dentro e por fora.
  ― O que quer? ― Perguntei sem encará-lo.
  ― Conversar com você. ― Ele riu pelo nariz e me virou de frente para ele.
  ― Podemos conversar na mesa. ― Cruzei os braços.
  ― É uma conversa que ninguém pode ouvir. ― Ele riu.
  ― Mais um não... ― Pestanejei e olhei para o chão.
  ― Mais um o quê? ― Ele perguntou sério.
  ― Esquece. Agora tenho que voltar para a mesa. ― Dei um passo e ele me segurou novamente, me puxando para o final do corredor. ― Zayn, quer parar? ― Entramos na lateral, onde estava escuro e não passava ninguém.
  ― Você é muito linda. ― Ele me empurrou na parede, acariciando meu rosto.
  ― Aposto que sua namorada é bem mais. ― Fechei a cara.
  ― Se fosse, eu não estaria falando isso pra você. ― Ele se aproximou mais.
  ― Zayn, para. ― Arfei. ― Não posso fazer isso e muito menos você. ― Fiquei nervosa. Isso não poderia estar acontecendo.
  ― Você quer? ― Ele roçou a barba no meu rosto.
  Não. ― Empurrei ele.
  ― Tem certeza? ― Ele me olhou com malícia.
  ― Sim. Me deixe ir. ― Respirei fundo.
  ― Você quem sabe. ― Ele levantou as mãos, em forma de rendimento.
  ― Exatamente. ― Ia saindo, mas antes parei e respirei fundo, procurando calma.
  Estava de volta ao corredor e, sinceramente, não acreditei no que vi quando levantei a cabeça. Pestanejei e entrei correndo pro banheiro. Ouvi o barulho da porta e vi Liam entrando ― sim, no banheiro feminino.
  ― O que faz aqui você também? ― Perguntei, já nervosa.
  ― Como assim “também”? Não me diga que Zayn já veio aqui atrás de você. ― Ele ficou vermelho.
  ― Se você já sabe a resposta, por que perguntou? ― Cruzei os braços.
  ― , não me responda desse jeito. ― Ele se aproximou, segurando em meus ombros.
  ― Já estou cansada desses assédios. ― Bufei.
  ― Eu te avisei pra ficar longe dele, . ― Ele passou a mão no rosto, procurando calma.
  ― Ele quem veio atrás de mim, se é que você tenha prestado atenção. ― Falei nervosa.
  ― Eu prestei atenção, por isso vim atrás de você. ― Ele se aproximou.
  ― Lembre-se que você está no banheiro feminino. Agora se retire, por favor. ― Apontei para a porta.
  ― Só saio depois de você. ― Sua expressão mudou.
  ― Sendo assim. ― Fui andando e ele me puxou, colando nossos lábios. Logo senti um choque correndo pelo meu corpo.
  ― Liam, para de fazer isso comigo. ― Sussurrei.
  ― Você gosta. ― Sua mão passeou pela minha bunda.
  ― Liam, preciso voltar. Já demorei muito aqui. ― Me afastei.
  ― Tudo bem, mas em casa você me espera na sauna. ― Ele sorriu.
  ― Não. ― Dei as costas e saí rapidamente.

  Já na mesa, todos me encaravam, principalmente Zayn. Me sentei, me ajeitando, e logo me olhou nervoso por conta da minha demora. Isabel ria ironicamente ao ver a cena e isso me deixou irritada.
  ― Teve um piriri, cunhada? ― Ela riu.
  ― Não te interessa. ― Rebati.
  ― Por que demorou tanto? ― perguntou, me encarando.
  ― Estava ao telefone com minha mãe. Parece que minha avó está doente. ― Sussurrei.
  ― Oh, meu Deus! Melhoras pra ela. ― lamentou e beijou minha bochecha.

  Liam chegou passando as mãos no rosto e se sentou. Ele respirava fundo e encarava Zayn com raiva, enquanto Zayn fazia o mesmo. Por um momento cheguei a achar que eles sabiam o que eles queriam comigo e me senti envergonhada. Eu não podia ficar com nenhum dos dois, eu não podia fazer isso com , que é um namorado perfeito. Suspirei e segurei a mão de por baixo da mesa; ele me olhou com brilho nos olhos e acariciou minha mão. A sobremesa chegou e não demoramos muito a comer. Alguns minutos depois Liam tinha ido fechar a conta.

[...]

  Já em casa, todos estavam dormindo. Acordei de madrugada e desci até a cozinha para pegar água. Ainda sonolenta, estava andando arrastando os pés. Cheguei à cozinha e abri a geladeira em busca de algo para beber; peguei um suco, fechei a porta e me virei pra pegar um copo. Assim que coloquei o suco no copo e ia levando até a boca, levei um susto. Zayn estava escorado na porta, me olhando. Ele estava com uma calça de moletom e sem camisa, pude ver todas as suas tatuagens à mostra. Coloquei a mão no peito, me retomando do susto, e pude ver ele rindo.
  ― Acha legal assustar os outros de madrugada? ― Perguntei, escorando na bancada.
  ― Desculpa, mas é que você fica linda com esse blusão de dormir e esse cabelo bagunçado. ― Ele cruzou os braços.
  ― Nossa, belo jeito de me elogiar. ― Dei um gole no suco.
  ― O que o Liam tanto quer com você? ― Engasguei com o suco.
  ― Como assim? ― Fiquei perplexa.
  ― O jeito que ele te olha, ele indo atrás de você no banheiro, o jeito que ele me encarou depois... ― Ele veio andando na minha direção.
  ― Ué, ele não quer nada comigo. Isso é coisa da sua cabeça. ― Desviei o olhar.
  ― Não parece. Ele parece te desejar muito. ― Ele se sentou em um dos bancos da bancada.
  ― Que viagem. ― Tentei ficar calma e me sentei no banco, na outra ponta da bancada.
  ― Se eu tivesse uma nora como você, eu também sentiria o mesmo desejo que ele. ― Ele riu e passou as mãos no cabelo.
  ― Zayn. ― O encarei. ― Para de me falar essas coisas, não sei reagir a esses tipos de elogios. ― Fechei a cara.
  ― Não precisa. ― Ele me olhou e abriu um sorriso. ― Eu vou parar...
  ― Que ótimo. ― Suspirei aliviada.
  ― Mas só depois que eu conseguir um beijo seu. ― Ele completou, me fazendo estremecer.
  ― Eu não posso e nem se eu pudesse... Você é comprometido e, no lugar de sua namorada, eu não gostaria de saber que fui traída. ― Terminei o suco e me levantei, indo até a pia.
  ― Ela não precisa saber. ― Me virei e ele estava cara a cara comigo.
  ― Olha, eu preciso dormir. ― Levei minhas mãos até os meus cabelos e fiz um coque.
  ― São lindos soltos. ― Ele soltou o coque e eu bufei.
  ― Tchau. ― Quando ia saindo, ele me puxou pela cintura e senti seu membro um pouco acima das minhas costas.
  ― Só um beijo, . ― Ele sussurrou no meu ouvido.
  ― Zayn, me solta! ― Arfei.

  Ele me virou de frente pra ele e mordeu os lábios. Sorriu e se aproximou pra me beijar. Virei o rosto, mas ele o virou de volta, deixando nossos lábios rentes. Ele se aproximou mais um pouco e me beijou. Senti um calor percorrer todo meu corpo. Arfei. Me entreguei, envolvendo minha língua na dele. Escutei um barulho e logo o soltei, avisando que tinha alguém vindo. Rapidamente saímos correndo pela outra porta da cozinha e subimos para os nossos quartos. Me joguei na cama e retomei o ar que tinha me faltado enquanto eu estava correndo. Eu não acredito que fiz aquilo.

Capítulo 04

  Em pleno sábado 9h23AM e eu acordada, na boa, estava irritada, não havia dormido direito e isso me irritou mais ainda. Estava tomando café na cozinha, não queria ficar na mesa dessa vez, ainda estava com minha roupa de dormir e com os cabelos presos para não assustar todos quando me vissem, estava sentada no banco, na ponta da bancada, comia uma torrada com nutella bem concentrada que nem percebi quando entrou lá, só levei um baita susto depois.
  ― Quer me matar do coração? – Disse com a mão no peito.
  ― Desculpa amor, você anda muito assustada ultimamente. – Ele se sentou no banco ao lado.
  ― Só ando distraída. – Mordi mais um pedaço da torrada.
  ― O que te distrai? – Ele acariciou minha bochecha.
  ― A empresa. – Suspirei para a mentira parecer mais convincente.
  ― Jura? Se quiser pode ter uma semana de folga. – Ele sorriu.
  ― Claro que não, , já fiquei uma semana fora e não farei isso de novo, e a proposito, não deixaria a sozinha. – Disse brava.
  ― Obrigado pela parte que me toca. – Ele disse com marra.
  ― Você eu posso ver a hora que eu quero, ela não, eu tenho pena dela. - Lamentei.
  ― Por quê? – Bebericou seu suco.
  ― Anabel parece ser uma monstra pelo o que ela fala e sua irmã também. – Brinquei com a borda do copo.
  ― Ela é, você não imagina o quanto. – ele respirou fundo. – Mas mudando de assunto, vamos para piscina? O dia está lindo e todos vamos aproveitar. – Ele sorriu.
  ― Ficar de biquíni na frente de vocês? Nem pensar. – Fechei a cara.
  ― Vai sim, que fique só para mim então. – ele me beijou e saiu andando. – Estou te esperando. – Atravessou a porta da cozinha e estava sozinha novamente.
  Me voltei para as torradas e o suco me lembrando das coisas que aconteceram na madrugada com o Zayn, eu gostaria muito que aquilo tudo tivesse sido só um sonho, eu não podia me envolver com ele, aliás com ninguém, eu tenho namorado e fui uma fraca. Cair nas garrar de Liam já era ruim, agora cair na de seu irmão era pior ainda, e o pior de tudo é que esses dois eram um pedaço de mal caminho, daqueles pedaços gigantes em que você se perde fácil, fácil. Terminei meu café e me levantei para guardar as coisas, estava indo em direção a pia quanto escutei alguém coçar a garganta, me virei rapidamente e estremeci.
  ― Ah essa hora da manhã e já tenho que ver você. – Revirei os olhos.
  ― Fala sério, isso não é tão ruim assim. – Ele riu vindo até mim.
  ― Como se fosse a melhor coisa do mundo né, Liam? – Perguntei ironicamente enquanto lavava meu copo.
  ― Pare de lavar isso, temos empregada para isso. – Ele tirou o copo cheio de sabão da minha mão e colocou de volta na pia.
  ― Você não manda nas minhas escolhas e no momento eu escolhi lavar o meu copo. – Peguei o copo novamente.
  ― Teimosa. – ele bufou. – Você não vai para piscina? – Disse enquanto se escorava na pia.
  ― Prefiro ficar trancada em meu quarto. – O encarei e pude perceber que ele estava sem camisa e só de bermuda.   ― Tem vergonha? – Seu sorriso foi malicioso.
  ― Só não estou afim. – Desliguei a torneira e sai andando em direção ao armário.
  ― Você fica linda com essa roupa de dormir. – Me fitou de cima abaixo.
  ― Mais um. – Bati a porta do armário e sai indo em direção ao meu quarto.

  Olhando para meu guarda-roupas estava pensando se ia ou não para a piscina, fui até a janela e pude ver Sophia e Isabel tomando sol enquanto e Zayn rebatiam uma bola dentro da piscina, Liam estava sentado em uma das cadeiras lendo jornal. Nossa, como isso parecia estar divertido, pensei na ironia, escuto meu celular tocar, corri para atender e era , com certeza era para me contar sobre seu encontro com o Louis.
  Ligação:   ― Sim.
  ― Eu não acredito que ele fez isso, me conta isso direito. – Perguntei perplexa.
  ― Foi isso mesmo, ele me disse o quanto não suportava a Isabel e que ela não saia do seu pé, achando que os dois teriam algo e logo depois ele disse que sempre foi afim de mim, mas nunca teve coragem de dizer, ai nós nos entreolhamos e ele me beijou. – Seu tom de voz era de empolgada.
  ― Mentira, amiga me passa que estou amarrotada. Bem feito para Isabel, odeio aquela cobra, você precisava de ver a cara que ela fez quando viu vocês juntos lá. – gargalhamos.

  Ficamos mais alguns minutos conversando e escutei alguém bater na porta, pedi que esperasse só um minuto para que eu abrisse a porta e quando vi quem era desliguei rapidamente.
  ― Eu não mereço isso. – bufei. – O que você quer?
  ― Posso entrar? – O olhei de cima abaixo e ele estava completamente molhado.
  ― Assim? – o encarei. – Tá, entra. – Abri mais a porta para que ele pudesse entrar.
  ― Não vai descer? A água esta uma delicia. – Disse se enrolando no roupão.
  ― Não quero ir, Zayn, queria deitar e dormir até segunda feira. – Me joguei na cama.
  ― Você parece cansada e com problemas. – Sacudiu seus cabelos com as mãos o deixando perfeitamente sexy.
  ― Exatamente isso, só queria um descanso. – Deitei a cabeça sobre meus braços.
  ― É o Liam, não é? – Ele sentou na ponta da cama.
  ― Não, por que cisma tanto com isso? – Levantei a cabeça agora escorada nas mãos.
  ― Porque eu sei o que ele sente por você, ele já deixou escapar uma vez. – O encarei curiosa.
  ― Como assim? Me explica isso direito. – Falei brava.
  ― Não posso, não aqui e não agora. Talvez quando estivermos sozinhos, eu mesmo preciso te mostrar. – Desconfiei.
  ― Isso tudo deve ser mentira, nunca que vou ficar sozinha com você nessa casa. – Desviei o olhar.
  ― Está sozinha comigo agora, por que não confia em mim? – Sua voz soou calma.
  ― Porque você é igualzinho ao seu irmão. – Cruzei os braços.
  ― Então você admite que ele te assedia? – Ele olhou nos meus olhos.
  ― Não... Ah, esquece isso. Vamos para piscina? – Mudei de assunto.
  ― É para já. – Ele se levantou e ficou me olhando.
  ― É... Zayn... - ele balançou a cabeça. – Preciso me trocar.
  ― Ah sim, me desculpa. – Ele sorriu sem graça e saiu.

[...]

  Zayn, e Liam estavam agora na piscina, eles rebatiam a bola e implicavam um com os outros, Isabel e Sophia continuavam tomando sol e eu estava apenas deitada na cadeira lendo uma revista. Foleando as páginas achei uma matéria sobre o Louis, não contive o riso ao ver o que dizia nela.

“Louis Tomlinson, filho do rico empresário George Tomlinson pode ser uma promessa para a empresa Payne’s. O jovem de apenas 23 anos já tem um cargo alto na empresa e promete fazer da empresa a melhor e com filiais espalhadas por todo o mundo. Parece que seu romance com Isabel James, filha de Liam Payne, está dando o que falar, os dois engataram causando muita confusão com as ex pretendentes de Louis[...]”

  Romance com Isabel? Só pode ser brincadeira, ele não estava nem ai para ela e parecia que ela não enxergava isso e na verdade isso estava me cheirando a plano dela para que ninguém mais desse em cima dele, fechei a revista afim de não ver mais aquilo e resolvi entrar na piscina com eles, me senti um pouco envergonhada quando me levantei e todos me olharam, sem delongas andei o mais depressa possível para chegar na piscina e pular. Eles continuaram me encarando e eu olhei sei entender nada, peguei a bola que no momento boiava na água e joguei para o , eles se despertaram e começaram a jogar comigo também. O jogo ficava cada vez mais engraçado, Liam já havia acertado a bola na cara de Zayn várias vezes e isso me arrancava gargalhadas, as vezes sentia como se eu estivesse em um quadrado amoroso, não que eu diga que fosse amor o que eu sentia pelo Zayn e pelo Liam, era apenas uma atração mais forte, Liam mexia comigo e Zayn por mais que não tenha nem dois dias que chegou também mexeu comigo, pensando novamente, o que eu precisava mesmo era me afastar dali. Escutei umas vozes vindo da entrada e quando vi era Harry, Anabel, e Elisa, sorri ao ver a e logo revirei os olhos ao ver Anabel.
  ― Bom dia, queridos. – Harry disse levantando os braços.
  ― Bom dia, Harry. – Liam disse saindo da piscina.
  ― Bom dia, amiga. – Disse para .
  ― Ótimo dia. – Ela sorriu malicioso e olhou para Isabel, não contive o riso.
  Sai da piscina e fui cumprimentar eles, afinal, por mais que eu odiasse a Anabel eu ainda me lembrava da educação que me minha mãe me deu, me sequei e fui de encontro a elas, Anabel não era de muito toque com as pessoas portanto nosso cumprimento não passou de um aperto de mão. Sai de perto delas e puxei comigo, queria conversar com ela a sós, sei que não podia, mais eu precisava desabafar com alguém e a minha única amiga era ela. Fomos até o jardim e nos sentamos no banco qualquer, respirei fundo várias vezes antes de contar para ela o que estava acontecendo e ela já me olhava assustada.
  ― Desabafa. – Ela disse passando a mão no meu ombro.
  ― Você tem que jurar que isso não sairá daqui. – Olhei aflita.
  ― Eu juro. – Ela levantou o dedo mindinho.
  ― Ok. – respirei fundo mais uma vez - O Zayn me beijou ontem de madrugada. – Fechei os olhos.
  ― O quê? – ela sussurrou. – Como assim?
  ― Eu tinha ido beber água e quando me virei ele estava lá, dai veio com uns papos e depois me beijou, foi tudo muito rápido e quando vi já estava no meu quarto. – Tentei resumir.
  ― No seu quarto? Como assim? – Ela arregalou os olhos.
  ― Você está ficando surda? Não fui para o meu quarto com ele, eu corri para o meu quarto fugindo de quem estava indo para a cozinha. – Pude ver a expressão de alivio dela.
  ― Mas e depois? Como ele te tratou hoje?
  ― Super normal e nem tocou no assunto. – Dei de ombros.
  ― Que ótimo, sinal de que ele deve estar arrependido. – Ela encarou suas mãos.
  ― E o pior não é isso. – Abaixei a cabeça.
  ― O que houve? – Ela disse preocupada.
  ― É o... – Fui interrompida pelo Liam me chamando.
  ― O que é? – Respondi nervosa.
  ― Preciso falar com você. – Ele disse incrédulo.
  ― Tem que ser agora? Se você não viu estou ocupada. – O encarei.
  ― Sim, para já. – Seu tom foi autoritário.
  ― Esse é o meu problema. – Sussurrei para que olhava perplexa.
  Me levantei e fui seguindo o Liam, ele ia por um caminho desconhecido por mim, e sinceramente estava começando a sentir medo, ele continuava em silencio e mantendo o foco no caminho, realmente aquela mansão caberia Nova York inteira. Chegamos a uma casinha pequena, poucas janelas e apenas uma porta, parecia mais um quartinho do que uma casinha, Liam abriu a porta e me puxou para dentro junto com ele, senti como se meu coração fosse sair pela boca, ele me pegou no colo e me jogou em cima da cama e logo sentou na mesma.
  ― Liam, pode me dizer o que esta acontecendo? – Perguntei assustada.
  ― Por que você beijou o Zayn? – Ele parecia nervoso.
  ― O quê? Ficou maluco? – Tentei disfarçar.
  ― Não minta para mim, , você acha que eu sou idiota? – Ele se virou me encarando.
  ― Liam, eu não.. – Ele soca o colchão com força.
  ― Porra, , eu disse para você tomar cuidado com ele. – Ele estava vermelho.
  ― Liam, você não manda em mim e eu não faria isso nem com ele, nem com você, meu dono é o e você não tem nada que se meter na minha vida. – Rebati.
  ― Você não é de ninguém, você é minha. – Ele riu sarcasticamente.
  ― Você está achando que sou seu brinquedo? – Gritei nervosa.
  ― Não, , você não é meu brinquedo, você é apenas minha. – Ele veio se aproximando.
  ― Liam, não chega perto, se não eu vou gritar. – Me esquivei.
  ― Grita, mais grita o mais alto que conseguir, nem assim eles escutarão. – Ele gargalhou.
  ― Você acha isso engraçado? – Já estava fervendo de raiva.
  Ele apenas me olhou e mordeu os lábios, estremeci, ele me puxou pelas pernas me fazendo ficar embaixo dele, suas mãos passeavam pelo meu corpo me causando arrepios, seus lábios vinham de encontro com os meus e eu virei o rosto, ele o virou de novo com uma das mãos e me beijou logo, sem que eu pudesse me defender novamente. Eu não queria, eu não podia me entregar a aquele beijo, mais algo dentro de mim era mais fraco e sempre se rendia aos toques e beijos de Liam, enrosquei minha língua na dele o fazendo ficar com mais desejo ainda, finquei minhas unhas nas suas costas e desci até o cós da sua bermuda. Ele parou o beijo e me olhou com cara feia, pegou minhas duas mãos e colocaram elas para cima prendendo-as para que eu não pudesse arranha-lo mais, eu queria fazer aquilo para que depois ele se entendesse com a Sophia mais ele me impediu. Sua língua agora passeava pela minha barriga e subiu até os meus seios, estava de biquíni o que facilitou que ele tirasse ele e deixasse meus seios totalmente a seu mercê. O que me espantou foi que ele não fez isso, ele apenas sorria com malicia para mim enquanto eu já estava toda em suas mãos, o calor me tomava conta e meu intimo já pedia ele, eu realmente não queria que isso acontecesse, mas era inevitável, ver liam sem camisa e me provocando não era fácil. Ainda mais com minhas mãos presas, tentei empurrar ele com o corpo, apenas inclinei a cintura para tirar ele de cima de mim, mas parece que ele entendeu de outra forma.
  ― Já quer que eu tire sua calcinha? – Seu sorriso foi malicioso.
  ― Não, quero que você saia de cima de mim e me deixe ir. – Falei já arfando.
  ― Não vou deixar você sair daqui. – Ele gargalhou.
  ― Liam, todos sentirão nossa falta e afinal a viu você me tirando de lá. – Tentava retomar o ar.
  ― E dai? Ela é uma boa menina, não é? Ela não dirá nada. – Sua risada foi maléfica.
  ― Liam, por favor... – Implorei enquanto ele passava a língua envolta do meu umbigo.
  ― Você me quer, não quer, ? – Ele me olhava com malicia.
  ― Não. – Respondi sem olhar para ele.
  Um tapa se estalou em minha coxa, mordi o lábio para não gritar.
  ― Não quer, ? – Ele disse firme.
  ― Não. – Virei o rosto e levei mais um tapa e sem querer deixei escapar um gemido.
  ― Vamos, garota, só basta dizer sim. – Ele alisava aonde acabara de dar um tapa.
  ― Liam, pare, eu não quero. – Fechei os olhos mordendo os lábios e mais um tapa forte estala em minha coxa.
  ― Quer mesmo ficar marcada? Então tudo bem. – Ele me virou para ele com minha bunda rente ao seu membro já avantajado.
  ― Por favor. – Pedi sussurrando.
  ― Diga que me quer. – Sussurrou no meu ouvido.
  ― Não te quero. – Tentei me soltar e senti um estalo agora na minha bunda, gemi.
  ― Você gosta disso, não é? – Sua mão puxava meus cabelos.
  ― Chega, eu não aguento mais ficar aqui, se tiver algo a fazer, que faça logo. – Gritei.
  Ele gargalhou me puxando para mais perto e logo beijando meu pescoço.
  ― Você acha que sou assim tão fácil? – Sussurrou me causando reação em meu intimo.
  ― Filha da puta. – Apertei seu braço com as unhas.
  ― Ah, , tão lindinha e tão frágil. – Ele me soltou e pude sair da cama.
  ― Você é um cachorro, isso sim. – Ele manteve a gargalhada.
  ― Pode ir, mas esconda suas pernas e sua bunda, minhas marcas estão nelas. – Ele se levantou ajeitando sua bermuda.
  Fechei a cara e sai rapidamente dali, fui andando até aonde eu estava com a que permaneceu sentada lá e logo se espantou ao me ver.
  ― O que aconteceu? – Disse olhando minha coxa.
  ― Eu te disse do meu problema. – Abaixei a cabeça envergonhada.
  ― Você não pode deixar que ele faça isso com você, você tem que reagir. – Ela falou brava.
  ― Não posso. – Lamentei.
  Ela me olhou confusa e apenas assentiu com a cabeça logo me abraçando. Voltamos para a piscina e tentei disfarçar a vermelhidão da coxa e da bunda, pulei logo na piscina para que ninguém visse, mas Zayn se aproximou de mim me olhando de um jeito diferente. Não dei muito assunto para ele e fui nadar até a outra ponta da piscina, pude ver vindo atrás de mim e dele eu não podia evitar, me escorei na borda e respirei fundo.
  ― Está tudo bem? – Ele perguntou com uma voz doce.
  ― Sim, só não quero ficar lá com eles. – Bufei.
  ― E aqui comigo? Você fica? – Seus olhos brilharam.
  ― Fico até o mundo acabar. – Sorri e ele me abraçou forte.
  ― Eu te amo tanto. – Sussurrou.
  ― Eu te amo mais. – Sussurrei de volta e o abracei mais forte.

[...]

  Meu relógio marcava 19h34PM, estávamos decidindo para onde íamos e Isabel sugeriu balada, eu realmente só queria dormir, e Zayn concordaram e então fomos nos arrumar. Coloquei uma roupa que mais gostava, me maquiei, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e não poderia esquecer do meu batom, coloquei o sapato e estava pronta. Desci e todos já estavam lá, iriamos todos no carro de Zayn, então nos dirigimos até lá.
  Estávamos em uma das boates mais badaladas de NY, hoje era dia de um Dj top tocar e logo me animei, foi bom eles terem vindo para cá, assim pude esquecer um pouco dos problemas e pude me divertir. Fomos até o bar e pedimos uns drinks exóticos que tinha, eu não bebia e hoje seria a primeira vez, não saberia o que poderia acontecer, quando dei o primeiro gole e senti que o liquido desceu queimando minha garganta, eu pensei em parar por ali, mas lembrei que só queria me divertir e tentei não me importar. Primeira rodada de drinks já tinha acabado então pedimos outra e fomos para a pista de dança, aquilo estava lotado e quase não dava para passar, segurei na mão do para não me perder dele e paramos em um lugar menos cheio, começamos a dançar lentamente até pegar o ritmo e nos soltarmos, Isabel já estava de olho em um rapaz que dançava na nossa frente, não demorei muito e logo empurrei ela fazendo com que ela ficasse cara a cara com ele, rimos e logo vi que estava apenas com o Zayn e o , tentei manter meus pensamentos em ordem para não cometer nenhuma burrada.
  Cada gole que eu tomava, eu me soltava mais, as batidas eletrônicas estavam me contagiando e não tinha como ficar parada, havia ido buscar mais bebida e fiquei sozinha com o Zayn, que logo tratou de pegar minha mão e dançar comigo, não me importei afinal, era só uma dança. Alguns minutos depois já estávamos rindo atoa e dançando para caramba, ao contrário do que eles disseram, Zayn era um cara bacana sim, ele sabia se divertir e sabia como fazer alguém se divertir também, chegou com as bebidas e logo saiu para ir ao banheiro, Isabel tinha sumido com o jovem e eu fiquei completamente sozinha nas mãos de Zayn.
  ― Você dança bem. – Ele gritou no meu ouvido devido a musica alta.
  ― Você é quem dança, mestre dos passos. – Gargalhei.
  ― Espera só tocar uma musica lenta que te ensino a dançar coladinho com você. – Continuava rindo sem entender o que ele tinha dito.
  ― A música está boa. – Peguei em sua mão e dancei.
  Ele colou meu corpo com o dele me despertando e logo o encarei, sua mecha atrevida caia sobre seu olho e sua respiração estava alterada.
  ― A minha vontade é de te beijar aqui na frente de todos. – Ele sussurrou no meu ouvido.
  ― Não podemos e você não seria doido. – Debochei.
  ― Não deboche de mim, , você não me conhece. – Seus lábios desceram pelo meu pescoço.
  ― Zayn, pode chegar a qualquer momento. – Tentei me afastar.
  ― Então venha. – Ele se afastou e segurou minha mão afim de me levar em algum lugar.
  ― Zayn, não. – Eu estava tonta.
  ― Zayn, aonde quer levar ela? – o interrompeu.
  ― Ela está tonta, precisa sentar. – Ele mudou de assunto, safado.
  ― Esta tudo bem, amor? – acariciou meus braços.
  ― Sim, meu bem, só quero dançar. – Sorri para ele e dei mais um gole da bebida.
  Zayn me olhou confuso e logo voltou a dançar comigo, e a noite apenas tinha começado para mim e os pensamentos insanos de Zayn Malik.

Capítulo 05

  Já não escutava mais a música, já não enxergava mais direito e tudo o que eu queria no momento era ar, se eu continuasse ali dentro daquele forno eu passaria mal, Isabel ainda não tinha voltado e eu continuava com os dois sozinha. Disse ao que iria lá fora tomar um pouco de ar e não demoraria a voltar, fui abrindo caminho entre aquele monte de gente que parecia não ter fim, consegui ver a porta e andei mais depressa tentando não tropeçar em meus próprios pés, cheguei na porta e sai finalmente, o vento do lado de fora estava forte e gelado, bem melhor assim para poder refrescar. Escorei em um dos carros ali estacionado e inclinei minha cabeça para cima sentindo a brisa forte em meu rosto, estava de olhos fechados e relaxei por um momento.
  ― Bem melhor aqui. – Uma voz soou ao meu lado e imediatamente eu me virei para ver quem era.
  ― Ah, é você. – Suspirei e levantei a cabeça de novo.
  ― Como é ficar bêbada pela primeira vez? – Ele riu.
  ― Horrível. – Minha voz falhou.
  ― Imagino, você precisa de água agora, um bom banho e dormir. – Sua mão acariciou minha cabeça.
  ― Exatamente, Zayn. – Olhei para ele e sorri.
  Seu braço passou pelo meu ombro me puxando para mais perto dele e me abraçando, deitei minha cabeça em seu ombro e ainda de olhos fechados mantive a respiração controlada. Senti ele segurar em minha mão e me levar para algum lugar, despertei rapidamente, ainda tonta e tentava enxergar para onde eu estava indo.
  ― Zayn, pare. – Minha voz estava embriagada.
  ― Confia em mim. – Sua voz soou calma.
  Um minuto depois ele parou e eu não fazia nenhuma ideia de onde estávamos, via tudo embaçado e estava fraca.
  ― O que eu faço com você em ? – Ele me imprensou na parede contornando meus lábios com a ponta do dedo.
  ― Só me tira daqui. – Sussurrei.
  ― Não vou deixar essa oportunidade passar. – Seus lábios roçaram minha bochecha.
  ― Que oportunidade? – Eu realmente não fazia ideia do que ele estava falando.
  ― De ter você todinha para mim. – Ele sussurrou no meu ouvido me fazendo arrepiar.
  ― Zayn, não podemos, entenda. – Pedi.
  ― Uma vez não vai fazer mal. – Sua voz foi intensa.
  ― Zayn. – Tentei olhar nos olhos dele.
  Vi ele sorrindo e logo senti seus lábios colando nos meus, sua respiração se alterou e suas mãos que estavam na minha cintura me apertaram, mais uma vez fui fraca e me entreguei ao beijo envolvendo minha língua na dele, não podia negar que seu beijo era bom, tão bom quanto o do Liam e , suas mãos subiram pelas minhas costas me causando um calor, seu corpo imprensou mais o meu, me fazendo arfar, minhas mãos estavam em seu cabelo, puxando-o de acordo com a intensidade do beijo. Ele deu uma pausa, mordendo meu lábio, me fazendo suspirar, olhei para ele, ainda via tudo embaçado mais pude ver seu olhar de malicia, tentei o afastar mais não deu certo, olhei em volta e estávamos em um beco sem saída totalmente escuro, ninguém passava e senti um certo medo. Naquele momento me lembrei de quando Liam me disse para tomar cuidado com o Zayn, sim, ele estava totalmente certo, esse homem é um belo pedaço de mal caminho e estava me fazendo trair o mais uma vez com toda sua sensualidade. E não, eu não conseguiria resistir a isso tudo, ou eu cedia as tentações, ou eu explodia e contava tudo para todos o que me causaria muito mais problemas, olhei para o Zayn novamente que acariciava minha bochecha e segurei pelo colarinho de sua jaqueta o puxando para o beijo, ele sorriu e me correspondeu. O calor estava aumentando e nem se quer estava me lembrando que deixei lá dentro sozinho, no momento estava sendo fraca e pecando beijando o tio do meu namorado, que a proposito era um filha da mãe gostoso. Ele parou de me beijar e me virou de costas para ele, arfei só de pensar no que ele iria fazer, minhas mãos estavam na parede e ele se aproximou de mim beijando minha nuca e pescoço, me arrepiei e soltava alguns suspiros, o calor em mim só aumentava, eu estava disposta a fazer qualquer coisa naquele momento só para ter o Zayn ali comigo. Senti meu corpo reagir por dentro me mandando alertas e fazendo meu intimo reagir, era inevitável não sentir tesão com as provocações dele, suas mãos passeavam pela minha coxa subindo meu vestido e assim chegando na minha bunda dando um leve tapinha.
  ― Zayn. – Sussurrei.
  ― Você gosta disso, não gosta? – Sussurrou no meu ouvido e meu intimo reagiu mais uma vez.
  ― Adoro. – Me odiei por ter sido safada daquele jeito.
  ― Eu sei, baby. – Pude sentir ele sorrindo.
  Senti mais um tapa estalar em minha bunda e soltei um gemido espontâneo, suas mãos alisaram-na e logo chegaram até a minha calcinha de renda, ele brincou, ameaçando tira-la fazendo meu intimo reagir de novo e ele logo encostou seu corpo todo em mim, pude sentir seu membro avantajado encostando em mim, arfei só de imaginar de que tamanho seria, Oh God, não poderia estar pensando nisso, sem perceber empinei encostando mais ainda nele, uma de suas mãos não estavam mais em meu corpo e logo depois pude escutar um barulho de plástico, eu continuava intacta e suspirando e escutei o zíper de sua calça se abrindo.
  ― Zayn, não podemos fazer isso aqui no meio da rua. – Despertei.
  ― Ninguém virá aqui, confia em mim. – Ele sussurrou.
  ― Tenho medo e se vir atrás da gente? – Ele tapou minha boca com uma de suas mãos e com a outra abaixou minha calcinha.
  Não conseguia falar e muito menos me mexer, minhas pernas estavam sem forças e meus braços também, maldito álcool que me fez ficar assim, suas mãos ainda alisavam minha bunda e pude sentir o membro de Zayn encostando nela, estava quente, como se estivesse pegando fogo, senti sua mão em meu intimo e foi ai que fiquei mais molhada ainda, pude ouvir ele rasgando o papel laminado e alguns segundos depois senti ele entrando em mim. Puta merda, não acredito que estava fazendo sexo com Zayn, ainda mais no meio da rua, enquanto eu pensava nisso sentia suas estocadas, pela posição que estávamos eu estava sentindo um incomodo que não demorou muito a passar me deixando com um enorme tesão. Comprimi os lábios para não gemer, porque não me controlaria e ele sairia alto demais e o pouco que eu gemia entre suspiros já era o suficiente para deixar ele com mais vontade e dar as estocadas com mais força. Não, eu não poderia fazer isso, pestanejei em pensamentos tentando retomar minhas forças e sair dali, um tapa forte se estalou em minha bunda me fazendo gemer mais alto.
  ― Porra, Malik, não faça isso. – Pedi.
  ― Eu não consigo. – Ele estava arfando.
  Senti ele indo mais depressa e com mais força, minhas pernas já estavam bambas e eu não iria conseguir aguentar mais, meu corpo já estava mandando alertas para todo ele e eu já não respirava direito, entre uma de suas estocadas fortes eu me vi desmanchando nos braços dele, minhas pernas tremiam e eu estava ofegante, ele me envolveu com seus braços me segurando enquanto retomava minhas forças. Senti ele entrando em mim novamente e logo arfei imaginando que ele não estava satisfeito, não sei se aguentaria outra, acho que iria desfalecer em seus braços, sim eu queria mais, eu queria ele em mim, mais eu não aguentaria, seus lábios beijavam minha nuca e logo desciam pelas minhas costas, minhas mãos estavam firmes na parede e minhas pernas ainda bambas, suas estocadas ficaram mais fortes e rápidas e eu já não respirava direito mais.
  ― Vem para mim, . – Ele sussurrou no meu ouvido.
  ― Vem você para mim, Zayn. – Sussurrei de volta suspirando.
  ― Assim que eu gosto. – Seu braço envolveu minha cintura a apertando e ele foi mais rápido ainda.
  ― Oh, Zayn. – Gemi.
  Ele me apertou mais e logo senti uma ultima estocada forte e me desmanchei com ele novamente, eu não tinha mais forças, estávamos ofegantes e retomando as forças. Zayn saiu de mim e logo tirou a camisinha a amarrando e colocando de volta no pacotinho, subi minha calcinha e me arrumei, respirei fundo várias vezes até ficar normal, por incrível que pareça, o efeito do álcool tinha até passado um pouco. Olhei para ele que fechava o zíper da calça e tinha os cabelos totalmente bagunçados e colados na testa, sorri ao ver a cena e logo me lembrei de .
  ― Zayn, o . – O olhei assustada.
  ― Oh, tinha me esquecido, você vai na frente. – Ele jogou os cabelos para trás.
  Apenas assenti e sai andando o mais depressa que consegui, entrei na boate e o movimento era o mesmo, encontrei dançando descontraído, me aproximei dele que nem notou que eu tinha chegado, que bom, assim eu poderia dizer que estava ali já a algum tempo.
  ― . – O chamei.
  ― Ah, oi, você estava aqui, me desculpe, nem percebi. – Disse empolgado.
  ― É que já está tarde e eu estou cansada. – Falei em seu ouvido.
  ― Oh, sim. – ele olhou para o relógio. – Nossa, já passa das 3 da manhã, vamos. – Ele segurou em minha mão.
  ― Onde está Isabel? – Perguntei preocupada, por um milagre.
  ― Ela que se vira depois para ir embora. – ele saiu andando e me puxando. – Aonde está Zayn?
  ― Lá fora. – Respondi sem olhar para ele.

[...]

  Que baita dor de cabeça, meu estomago estava se revirando e eu logo lembrei o motivo que me fazia não beber, não que eu já tenha bebido antes, mas é que minhas amigas já passaram por isso e eu procurava evitar, meu relógio marcava 10h10AM, primeira vez que acordo tarde assim, minhas janelas ainda estavam com as cortinas fechadas, sinal de que Rosana não tinha entrado lá, me espreguicei e quando olhei para o lado me assustei ao ver o deitado ainda dormindo, não me lembro disso e muito menos de ter feito algo, olhei por debaixo das cobertas e ainda estava vestida com a mesma roupa, suspirei de alivio e me levantei devagar para não acordá-lo. Corri para o banheiro, doida para tirar logo aquela roupa e tomar um banho, me despi e liguei a torneira afim de encher a banheira, desamarrei meu cabelo e fui tirando os acessórios, coloquei tudo em cima da pia e logo entrei na banheira. Enquanto me banhava, flash da noite de ontem tomaram conta do meu pensamento, minha ida com o Zayn para aquele beco, eu desfalecendo em seus braços por duas vezes, eu não sabia que era capaz de tanto, tentei parar com esses pensamentos e terminar meu banho logo. Liam tomou meus pensamentos, me fazendo bufar ao lembrar de sua raiva ao saber que eu beijei o Zayn e dos seus tapas por eu não querer ele, acho que se ele soubesse do que fiz com o Zayn, ele piraria de vez. Me retomei e terminei meu banho, sai da banheira me sequei e sai enrolada na toalha, estava dormindo ainda e eu tive que o acordar.
  ― Amor. – o cutuquei. – Acorda.
  ― Hã? Que horas são? – Perguntou esfregando os olhos.
  ― Quase dez e meia. – Sorri.
  ― Nossa, dormi demais e estou com uma puta dor de cabeça. – Tapou o rosto com as mãos.
  ― Não é só você. – Fui andando até o guarda roupas.
  ― Vou me levantar e ir tomar um banho, te vejo lá embaixo. – Ele veio até mim e me beijou.
  ― Tudo bem. – Sorri.
  Ele saiu e eu tranquei a porta, me joguei na cama tentando esquecer o que havia acontecido ontem e me retomar, eu precisava agir normal na frente de todos. Me troquei e logo desci para tomar café, estavam todos na mesa, inclusive Isabel que quando me viu fechou a cara.
  ― Bom dia. – Disse.
  ― Bom dia. – Disseram em conjunto, Liam e Zayn me encararam.
  ― Obrigada por me deixarem para trás. – Isabel disse irritada.
  ― Nós te procuramos, mas não te achamos, dai disse que depois você viria. – Desviei o olhar.
  ― A sorte dele que o rapaz tinha carro. – Ela rapidamente olhou para o Liam que a encarou.
  ― Ih, vai começar. – Zayn disse dando um gole do seu café.
  ― Como foi a noite ontem? – Sophia perguntou quebrando o clima.
  ― Foi irado, bebemos e dançamos muito. – Zayn respondeu empolgado.
  ― Beberam? Você também ? – A expressão do Liam foi de raiva.
  ― Sim, queria saber como era. – Dei um gole no meu café.
  ― E a dor de cabeça, querida? Já tomou remédio? – Sophia parecia preocupada.
  ― Sim, obrigada pela preocupação. – Sorri e ela sorriu de volta.
  ― Bom dia, família. – chegou beijando a cabeça de Sophia e logo a minha.
  ― Bom dia, querido. – Ela respondeu.
  ― Cara, que dor de cabeça, bebi demais ontem.- Ele se sentou logo pegando uma torrada.
  ― Eu imagino. – Liam respondeu.

  Terminamos nosso café e logo depois fui para a varanda aonde estava a rede e me deitei lá afim de terminar de ler o meu livro, mas como sempre fui interrompida por alguém, olhei para ver quem era e era o Zayn.
  ― Diga. – Respondi logo.
  ― Queria saber se está bem. – Sua voz soou rouca.
  ― Estou, eu acho. – Respondi timidamente.
  ― Você foi incrível ontem. – Ele sorriu.
  ― Zayn, não fale isso alto, por favor. – Pedi.
  ― Me desculpe. – Ele corou.
  ― Posso conversar com você, ? – Uma voz soou por trás do Zayn.
  ― Estou ocupada. – Desviei o olhar.
  ― Desocupe, eu preciso falar com você. – Insistiu.
  ― Não, Liam, eu estou ocupada. – Rebati.
  ― Liam, deixa ela terminar de ler, chato. – Zayn revidou.
  ― Zayn, não se mete, o assunto é entre eu e ela. – Seu tom de voz foi ignorante.
  ― Não, eu me meto sim, já estou cansado de ver você achando que pode mandar nela. – Zayn se levantou se aproximando do Liam.
  ― Não vamos discutir isso aqui agora, né? – Liam riu sarcasticamente.
  ― O Liam não manda em mim. – Respondi perplexa.
  ― Você merece uns belos de uns tapas por me responder assim. – Liam se aproximou de mim.
  ― Liam, não. – Zayn interviu. – Se você encostar nela mais uma vez eu conto tudo para a Sophia. – Disse apontando o dedo para cara dele.
  ― Quem é você para mandar em mim? – Arqueou uma das sobrancelhas.
  ― Seu irmão que pode destruir com sua vida. – Ele riu.
  Me levantei e ia saindo devagar, mas Liam me puxou pelo braço.
  ― Você fica e você sai. – Apontou para o Zayn.
  ― Tudo bem, mas se acontecer alguma coisa com ela, eu vou ficar sabendo. – Ele fechou a cara e saiu.
  ― Liam, eu não acredito que você contou para ele. – Disse irritada.
  ― Ele descobriu, não pude mentir. – Disse um pouco triste.
  ― O que você quer comigo? – Perguntei logo.
  ― Quero você, você perto de mim, você comigo, só isso. – Falou dengoso.
  ― Ah, Liam, me poupe. – Debochei.
  Senti um tapa estalar em meu rosto e logo fiquei perplexa.
  ― Nunca mais deboche de mim. – Ele disse nervoso.
  ― Liam eu não acredito que você fez isso. – Respirei fundo.
  ― Você merecia muito mais por ter debochado de mim e acima de tudo ter ficado amiguinha do meu irmão. – Quase gritou.
  ― Foda-se, eu viro amiga de quem eu quiser e você não tem que se meter. – Gritei.
  ― Grita de novo. – Foi quase que uma ordem.
  ― Tchau. – dei as costas e ele me puxou de novo. – Me solta.
  ― O que está acontecendo? – disse se aproximando.
  Liam o olhou nervoso e parecia que ia expulsar ele da própria casa, nos encarava sem entender e quanto mais demorávamos a responder mais vermelho ele ficava, Liam não tinha me soltado ainda o que fez o ficar mais vermelho ainda.

Capítulo 06

   continuava a olhar para nós esperando alguma resposta, Liam estava como uma estatua e ainda não havia soltado meu braço. Resolvi me mexer e puxar meu braço me soltando dele, o fazendo despertar.
  ― Eu perguntei, o que está acontecendo? – repetiu.
  ― Fala para ele, Liam. – Me virei para ele.
  ― Ela ia me bater. – Respondeu logo.
  ― Eu o quê? – Gritei.
  ― Algum motivo tem, né? – Ele o olhava sério.
  ― Ela é louca. – Liam gaguejou.
  ― Acabei de crer que o louco daqui é você. – Revidei e sai correndo.
  ― . – me chamou, mas não dei ouvidos.

  Subi correndo chorando até o meu quarto e me tranquei lá, no momento estava me detestando por estar chorando por um idiota, mas ao mesmo tempo sentira raiva dele e pensando bem, eu poderia ter contado tudo para o só para ver a reação do Liam, mas falando eu deixaria a Sophia magoada o que eu não queria, me joguei na cama ainda chorando e pestanejando a mim mesma. Escutei batidas na porta, mas não respondi, as batidas insistiram, continuei sem responder, o que não adiantou muito.
  ― Vai embora. – Gritei.
  ― sou eu, me deixa entrar. – Era Zayn.
  ― Vai embora, já disse. – Respondi.
  ― Não vou sair daqui até você me deixar entrar. – Me levantei bufando e abri a porta e voltei correndo para cama.
  ― Veio me chamar de louca também? – Ironizei.
  ― Não, claro que não, o que aconteceu? - Ele fechou a porta e se sentou na ponta da cama.
  ― Eu odeio o Liam. – Minha voz estava embargada.
  ― O que aquele idiota fez? – Ele disse nervoso.
  ― Ele me bateu e depois chegou na hora e ele disse que eu era louca. – Tirei as mãos do rosto e ele ficou perplexo ao ver minha bochecha vermelha.
  ― Eu não acredito que ele bateu na sua cara. – Ele passou as mãos no rosto buscando calma.
  ― Para você ver a que ponto chegou, por mim eu iria embora agora, não aguento mais esse lugar. – Comecei a chorar novamente.
  ― Ei, não chora, não gosto de te ver assim. – Ele me abraçou acariciando meus cabelos.
  ― Eu não consigo Zayn, esta ficando muito chata essa situação. – Disse entre soluços.
  ― Ignora ele, quando ele te chamar, finge que não escutou, foge dele, o desprezo vai ser a melhor coisa a se fazer agora. – Ele disse calmo.
  ― Não é tão fácil, ele é autoritário, ah. – suspirei. – eu odeio esse lugar, preciso conversar com o . – Enxuguei as lágrimas.
  ― Tudo bem. - ele enxugou uma lágrima também. – Mas se precisar de mim eu estarei aqui. – Ele sorriu e beijou minha testa.
  ― Obrigado Zayn, obrigado mesmo.
  ― Agora sorri e me de um abraço bem apertado. – Seu sorriso se alargou de orelha a orelha e o abracei apertado.
  ― Agora é bom você descer, se chegar aqui não quero mais confusão. – Disse triste.
  ― Tudo bem, mas se precisar, grita. – Ele depositou um beijo em minha bochecha e saiu.
  Me joguei para trás respirando fundo tentando ficar mais calma, não sei porque, mas me sentia bem quando o Zayn conversava comigo, ele tinha um dom de me deixar calma e por mais do que tinha acontecido, ele fingiu que nada aconteceu, o que me deixou mais surpresa ainda, ainda bem que não dei ouvidos ao Liam quando ele me disse para não ficar perto de Zayn. Ouço a porta se abrir e me levanto assustada para ver, era e ele estava vermelho, parecia muito nervoso, ele trancou a porta e veio na minha direção me abraçando forte e eu sem entender, ele me soltou e acariciou meus cabelos.
  ― Você está bem? – Sua voz soou doce.
  ― Sim e você? – Brinquei com as mãos.
  ― Agora sim, meu pai é louco, eu sei que você não fez nada com ele. – Ele suspirou.
  ― Esquece isso, se lembrar só vai se irritar mais, eu já estou bem. – O acalmei.
  ― Ele as vezes me tira do sério, é por isso que faço besteiras para irrita-lo.
  ― Esquece isso meu amor, já passou. – Sorri e abracei ele de novo.
  ― Por isso te amo, você me acalma como ninguém. – Ele me apertou mais.

[...]

  Já na sala, estávamos todos sentados esperando o jantar, Isabel lia uma revista de fofocas, Sophia estava em seu iPad, Zayn estava em seu celular e e eu estávamos conversando. Liam não havia descido, Sophia disse que ele estava com mau estar, para mim isso era show pelo acontecido de hoje cedo. Continuei conversando com o quando recebo uma mensagem em meu celular, o peguei rapidamente e bufei ao ver quem era.
  SMS*
  Liam: Estou te esperando na casa, em menos de 5 minutos.
  Eu: Não, me deixa em paz!
  Liam: Não me faça ir ai te puxar pelo braço, .
  Eu: EU TE ODEIO!
  SMS**
  Me levantei com a desculpa de que iria ao banheiro e sai pela porta dos fundos, tentei me lembrar do caminho por dentro do jardim e estava com um pouco de medo, estava tudo escuro e em silencio, o tempo estava fechado, ameaçando chover, me apressei um pouco e logo avistei a casa, pestanejei a mim mesma por estar indo até lá e parei a alguns metros antes da porta, respirando várias vezes para manter a calma e não arrebentar a cara do Liam. Vi um vulto passar na janela e fui andando logo até lá, dei duas batidas na porta e logo escutei um “entra”, girei a maçaneta lentamente, com calma e logo o vi escorado na entrada do corredor me encarando, tremi e entrei logo trancando a porta e indo em direção a ele que continuava me encarando, cruzei os braços o olhando de cima a baixo, ele estava uma tentação.
  ― Senta. – Disse ele com autoridade.
  ― Me fala logo o que você quer? – Rebati.
  ― , quer me desobedecer de novo?
  ― Você não manda em mim, eu já disse. – Disse brava.
  ― Não me faça repetir. – Ele se aproximou e eu acabei sentando.
  ― Já disse que te odeio? Você é um imbecil. – Quase gritei.
  ― Não, você me ama mais ainda não sabe. – Ele riu.
  ― Me diz logo o que quer? – Mudei de assunto.
  ― Suas mãos. – O encarei confusa e logo as levantei.
  Ele tirou um par de algemas do bolso e quando tentei tirar minhas mãos, ele já tinha segurado e prendido uma delas, ele me puxou até o centro da cama, prendendo o outro lado da algema na cabeceira. O olhei assustada e ele prendeu minha outra mão também, estava realmente com medo do que ele iria fazer, seu sorriso estava de orelha a orelha e isso me assustava mais ainda, minhas pernas estavam livres, então eu podia o chutar a qualquer momento, ele foi até o cômodo do lado e voltou com um chicote de couro, isso só podia ser brincadeira, pestanejei mentalmente a mim mesma por ter vindo até aqui e logo voltei os pensamentos para ele. Ele rodeou a cama passando o chicote pela lateral do meu corpo, me causando arrepio e medo ao mesmo tempo, comprimi meus lábios para não responder a nada, pela primeira vez eu estava com medo dele me bater, desviei o olhar enquanto ele subia na cama, ele tirou minha sapatilha e jogou-as para o lado, seus lábios tocaram meus pés de leve, fazendo cócegas e subindo pela minha perna até, chegar em meu shorts, ele se posicionou sobre minhas pernas abrindo o botão do shorts.
  ― Liam, não. – Pedi.
  ― Quieta. – Ele disse colocando a ponta do chicote na minha boca.
  Assenti com a cabeça e comprimi os lábios novamente, suas mãos deslizaram pelas minhas pernas junto com o meu short, agora estava de calcinha e blusa, droga, eu não poderia deixar aquilo acontecer, com o chicote ele colocou por dentro da minha blusa e foi levantando-a, quando chegou na altura dos seios ele parou se inclinando e a tirando me deixando agora só com as roupas intimas, contrai as pernas para ver se ele saia de cima delas e não deu certo, o chicote passeou pelo meu corpo mais uma vez fazendo meu intimo reagir não sei porque, ele então ficou cara a cara comigo e me deu um beijo feroz, cheio de vontade e eu me entreguei ao beijo também, uma de suas mãos apertava meu peito o massageando e me causando reações ainda maiores, paramos para retomar o ar e ele foi descendo com a língua até a minha barriga, ele foi com as mãos para abrir meu sutiã mais percebeu que não dava porque minhas mãos estavam presas, senti ele furioso e logo vi ele rasgando meu sutiã me fazendo arfar, com suas duas mãos ele segurava meus seios o apertando e sorrindo com malicia, senti sua língua os tocando e logo suspirei. Ele brincava com meus seios enquanto eu me contorcia ao sentir a reação do meu intimo, querendo ou não, Liam sabia como me deixar totalmente caidinha por ele, ele desceu com a língua novamente chegando no meu umbigo e brincando com ele. Suas mãos deslizaram até minha cintura, logo abaixando minha calcinha.
  ― Não é justo, tira sua bermuda também. – Pedi.
  ― Está com pressa de quê? – Gargalhou.
  ― Te odeio, Payne. – Joguei minha cabeça para trás.
  Pude escutar sua risada e logo estava sem calcinha, me odiava por me render aos prazeres do Liam, esse homem mexia comigo de uma forma que nem eu mesma entendia, arfei quando senti sua língua em meu intimo, puxei minhas mãos afim de segurar seu cabelo mais não conseguia, pois estava presa, sua língua fazia um movimento de vai e volta e logo depois de entra e sai, senti espasmos por todo o meu corpo e me contrai, Oh Deus, aquilo era tão bom, meus gemidos começaram a sair altos demais fazendo Liam se levantar e pegar algo para me amordaçar, esse homem queria me deixar louca. Ele parou na minha frente abrindo sua bermuda e a deixando cair, sua box era preta e não destacava muito o volume de seu membro, ele se ajoelhou encima da cama ainda de box e engatinhou até mim, se ajeitou entre as minhas pernas e senti seu dedo penetrar meu intimo.
  ― Assim que eu gosto. – Ele sorriu com malicia e tirou sua box fazendo seu membro pular para fora.
  Ele se levantou e rodeou a cama, pegando o chicote, tremi ao vê-lo e sem esperar senti um estalo em minha coxa, gritei mesmo amordaçada, o olhei e vi ele fazendo sinal de silencio e logo desviei o olhar, ele rodeou até o outro lado da cama e mais um estalo se pousou sobre minha outra coxa me fazendo gritar novamente.
  ― Quanto mais gritar, mais chicotadas vai levar. – Ele disse sério.
  Assenti com a cabeça e pude sentir uma lágrima escorrer, ele parou em minha frente e passou o chicote pelo meu intimo, me fazendo contrair, não, ele não poderia fazer aquilo, lancei um olhar de medo para ele que deu risada, mordi o pano que me amordaçava e senti mais uma chicotada se instalar em minha vagina, gritei e outra lágrima escorreu. Não sei ao certo mais sentia dor e prazer ao mesmo tempo, e o mais incrível foi que meu intimo reagiu de forma inesperada e boa, já estava suando e arfando mais do que nunca, torcendo para que ele acabasse logo com aquela tortura e me penetrar com ferocidade, senti uma chicotada em meu seio e me contorci com o prazer que senti com aquilo, meu subconsciente gritava por Liam e ele me torturava demais. Pude ver ele colocando o chicote de lado e subindo na cama, se encaixando entre as minhas pernas as posicionando, ele tocou mais uma vez em meu intimo e logo pude sentir sua glande me penetrando e me fazendo arfar, Oh Liam, finalmente, seus movimentos ainda lentos já me deixavam louca, gemia bem baixinho por conta do pano amarrado em minha boca, senti suas estocadas começarem a ficar mais forte, me deixando com um tesão enorme, segurei com força as correntes das algemas que prendia minhas mãos, elas eram minhas únicas saídas já que não podia tocar no Liam. Suas estocadas agora estavam mais fortes do que nunca, fazendo meu corpo mandar espasmos para todo ele, sentia que iria me desmanchar a qualquer momento, o prazer estava intenso e não conseguiria me segurar.
  ― Oh... Assim, , tão gostosa. – Ele sussurrou no meu ouvido.
  Filho da puta, me provocando desse jeito, gemi um pouco mais alto com tamanho prazer sentido, ele estava entrando e saindo de mim, brincando com sua glande em meu grande lábio, isso era muito bom e eu não aguentava mais me segurar, senti ele entrando em mim novamente e não aguentei mais uma estocada se quer me desmanchando com ele dentro de mim, minhas pernas tremeram como nunca e um gemido um pouco mais alto saiu de mim, ainda suspirando e com as pernas bambas, ele continuou com as estocadas, me causando espasmos novamente, meu intimo estava sensível e isso me causava dor e prazer ao mesmo tempo.
  ― Eu ainda não fui para você, , geme para mim. – Sussurrou no meu ouvido, puxando meu cabelo.
  Gemi de espontâneo e ele tirou o pano da minha boca me deixando livre finalmente, suas estocadas ficaram mais fortes e meu corpo estava reagindo novamente, parecia que eu não conseguiria andar mais, minhas mãos estavam dormentes e os gemidos de Liam estavam me deixando mais louca ainda.
  ― Oh Liam, eu não vou aguentar. – Sussurrei choramingando.
  ― Então vem para mim de novo, . – Ele sorriu.
  Suas estocadas foram diminuindo de velocidade e pude sentir uma ultima forte e foi a que me fez desmanchar com ele dentro de mim de novo, dessa vez foi um esguicho, não sabia que era capaz disso, minhas pernas estavam totalmente bambas que Liam teve que segura-las, respirei fundo varias vezes e senti ele saindo de mim e retomando a respiração.
  ― Você é incrível, querida. – Ele acariciou meu rosto.
  ― Só me desprende daqui, minhas mãos estão dormentes. – Disse entre suspiros.
  Ele me beijou e logo se levantou, me desprendendo, pude sentir um alivio quando massageei aonde tinha ficado a marca das algemas. Me sentei na ponta da cama e pude olhar minhas pernas com a marca do chicote, pestanejei ao tentar arrumar uma explicação bem convincente para quando me visse daquele jeito, me levantei e fui me vestir, afim de sair logo dali, peguei minhas roupas do chão e meu sutiã rasgado joguei fora lá mesmo, me vesti e sai sem falar com o Liam.
  Pela porta de trás, entrei em casa e subi correndo até o meu quarto, me trancando lá, me escorei na porta respirando fundo e quando me virei tomei um susto vendo Zayn me encarando de uma forma assustadora.
  ― Como entra no meu quarto assim? Sem me avisar? – Disse suspirando.
  ― Vim ver o que tinha acontecido e não te vi, então resolvi te esperar. – Ele me olhou de cima abaixo.
  ― Não faça mais isso, por favor. – Disse com a mão no peito.
  ― Que marcas são essas na sua perna? – Arqueou uma das sobrancelhas.
  ― Jardim, estava lá falando ao telefone com a . – Sorri para parecer mais convincente.
  ― Acha mesmo que vou acreditar nisso, ? – Seu tom foi preocupante.
  ― Por que não acreditaria? Essa é a verdade. – Desviei o olhar andando até o espelho.
  ― Mentira, estava com Liam, não estava? – Engoli seco.
  ― Não. – Respondi logo.
  ― O que eu faço com você, hem? – Olhei pelo espelho ele vindo em minha direção.
  ― Zayn não, eu preciso dormir. – Me virei esticando o braço.
  ― Eu iria te abraçar. – Seus olhos brilharam.
  ― Sendo assim. – Abri os braços e ele me abraçou forte depositando um beijo em minha testa.
  ― Você está com cheiro de Liam. – Não respondi.
  Escutei alguém bater na porta e sem duvidas era o , Zayn se assustou e se escondeu embaixo da cama rapidamente, me enrolei no roupão, cocei meus olhos um pouco e baguncei o cabelo, abri uma greta da porta e coloquei metade do rosto para fora.
  ― Sim? – Minha voz saiu quase que um sussurro.
  ― Por que não desceu mais? Fiquei preocupado. – Ele me olhava espantado.
  ― Não estou me sentindo muito bem. – tossi. – Estou com dor de cabeça e muito sono, preferi dormir e não descer.
  ― Oh, sim. – ele sorriu de canto e me beijou. – Então boa noite, durma bem. – Deu as costas e saiu.
  Fechei a porta soltando o ar que prendi e logo vi Zayn sair debaixo da cama rindo.
  ― Suas mentiras são tão boas que até eu acredito. – ele gargalhou. – Só que nunca.
  ― Idiota, vá já para o seu quarto. – Apontei para a porta.
  ― Não. – Respondeu logo.
  ― Zayn, anda, quero tomar um banho e dormir. – Me espreguicei.
  ― Não, não e não. – Ele veio até mim e me pegou no colo.
  ― Zayn, me solta. – Sussurrei.
  ― Só depois que me der um beijo. – Ele sorriu e me roubou um beijo.
  ISSO NÃO PODERIA ESTAR ACONTECENDO.
  ― Zayn, não. – afastei. – Não posso continuar com isso.
  ― Tudo bem. – Ele me colocou no chão e sorriu.
  ― Boa noite. – Abri a porta.
  ― Boa noite, princesa. – Ele sorriu e saiu.
  Finalmente tranquei a porta e corri para o banheiro para tomar um banho e me livrar daquele cheiro de Liam que dominava meu corpo todo.

Capítulo 07

  Não conseguia me concentrar no trabalho, as cenas do acontecido de ontem me deixaram perturbada e por alguma razão eu estava me sentindo um lixo, estava em uma reunião com Louis e apenas eu e estávamos na sala. Enquanto eu batia a caneta na mesa, observava a concentrada e ao mesmo tempo desajeitada com a montanha de papel que estava na mesa e a minha não estava muito diferente, ouvir ela bufar e logo jogar as costas para trás da cadeira segurando os cabelos, sorri ao ver a cena e ela logo sorriu de volta.
  ― As vezes me da vontade de jogar tudo para o alto, só não faço isso porque vou ter que catar depois. – Gargalhei.
  ― Você é demais, . – Ela sorriu e me olhou preocupada.
  ― Posso saber o que você tem? Mal tocou nos papeis hoje. – Joguei a cabeça para trás bufando.
  ― Várias coisas, vários sentimentos e, ah, queria só sumir daqui. – Escutei alguém bater na porta. – Entre!
  ― Com licença.. – ele abriu metade da porta. – está? – Pude ver metade de seu rosto e seus belos olhos azuis e cabelos loiros.
  ― Ele está em uma reunião de emergência, me desculpe. – lamentei. – É algo muito urgente?
  ―Só queria entregar um curriculum para ele. – ele disse meio sem graça. – Emily disse que eu poderia vir até aqui.
  ― Oh, claro, entre por favor. – Ele abriu o restante da porta e se direcionou até mim.
  ― Aqui está. – Ele estica o braço com o envelope amarelo na mão, estava de calça jeans, vans e uma camisa branca, estilo .
  ― Obrigada, deixarei aqui em cima e assim que ele chegar, ele já vai ver. – sorri. – Seu nome?
  ― Niall James Horan. – Ele corou.
  ― Mais um James? Ual. – suspirei. – Se for contratado, que seja bem vindo. – Sorri.
  ― Obrigada. – ele sorriu. – Bom, vou me retirar, obrigada novamente e tenha um bom dia.
  ― Eu que agradeço, até breve. – Dei tchau com a mão e ele saiu.
  ― Que graça. – disse rindo.
  ― Sim, mas chega de James na minha vida pelo amor de Deus, vamos trabalhar. – Gargalhamos e nos voltamos para as pilhas de folhas.

  Estava quase na hora do almoço quando Emily me liga dizendo que Liam me queria na sala dele, só podia ser brincadeira, eu não estava nem um pouco afim de ver ele na minha frende depois do acontecido, mas enquanto eu trabalhava para ele eu teria que obedecer ordens dentro da empresa. Deixei os poucos papeis de lado e me levantei, o corredor estava vazio e o que me deixou mais tensa, da minha sala até o final do corredor eu fui respirando fundo tentando me preparar para o que vinha e antes que eu pudesse abrir a porta já escutei ele me autorizando.
  ― Mandou me chamar? – Disse ainda na porta.
  ― Sim, entre e feche a porta, por favor. – Educado? Oi?
  ― Diga. – Me sentei na cadeira em frente a mesa.
  ― Queria te dizer uma coisa sobre ontem a noite. – bufei e revirei os olhos. – Mas, antes que me interrompa, eu queria que tomasse isso. – Ele abriu a gaveta e me entregou uma cartela pequena de remédio.
  ― O que é isso? – Olhei confusa.
  ― A pílula D. – Ele desviou o olhar.
  ― Como assim, Liam? – olhei assustada. – Não me diga que... Droga. – Apoiei os cotovelos sobre a mesa abaixando a cabeça.
  ― Me desculpe. – ele lamentou. – E isso não vai mais se repetir, te juro. – Seu tom de voz foi calmo.
  ― Assim espero e não quero mais ser alvo de seus assédios. – Falei sério e peguei o remédio.
  ― Certo. Nosso assunto está encerrado. – Ele se voltou para os papéis que analisavam.
  ― Passar bem. – Disse educada e sai.
  Andei até a porta e ele não disse mais nenhuma palavra, melhor assim, não pensei que seria tão fácil acabar com isso, entrei em minha sala e já estava lá, escondi o remédio e escondi no bolso da minha calça sem que ninguém visse e fui andando até a mesa de e o cumprimentei com um beijo.
  ― Oi amor, aonde estava? – Ele perguntou sorrindo.
  ― Fui levar alguns papéis para Emily. – sorri. – E a proposito, tem esse curriculum aqui para você, ele parece um bom menino. – Eu e gargalhamos.
  ― Ok, deve ser o Niall, né? Conheci ele em uma cafeteria. – Disse olhando para o curriculum.
  ― Oh, que legal. Bom, então... Você almoça comigo hoje?
  ― Claro, você vem, ? – Ele perguntou se levantando.
  ― Hoje vou com a Emily, combinei com ela mais cedo. – Ela sorriu simpática.
  ― Tudo bem, então até daqui a pouco. – Nos despedimos.

  Fomos em um restaurante um pouco longe dali, mudar de ares seria bom naquele momento, sentamos em uma mesa mais afastada de todos e pedimos nossos pratos e ficamos esperando. Conversamos durante o almoço todo e isso me fez perceber o quanto ele era lindo e o quanto eu estava arrependida de ter traído ele, realmente não existia motivos nenhum para isso ter acontecido. Terminamos de almoçar e havia ido pagar a conta, eu esperava em frente ao carro, passei as mãos pelo bolso e senti algo, droga, me lembrei que não havia tomado o remédio, tirei ele do bolso e o destaquei rapidamente juntando saliva e o engolindo antes que chegasse, assim que joguei a cartela fora, chegou sorrindo e abrindo a porta do carro para que eu entrasse.
  Voltamos para a empresa e logo demos de cara com a Isabel, ela discutia com o porteiro, não sei por qual motivo, ignoramos ela e fomos direto para a sala. não estava mais lá, então ficamos sozinhos, resolvi terminar de revisar alguns papeis para passar o tempo, ficou de ligar para o Niall para fazer a entrevista com ele, que seria ainda hoje e não demorou muito para Emily ligar avisando que ele havia chegado.

[...]

  ― Você está contratado, seja bem vindo. – se levantou estendendo a mão para Niall.
  ― Muito obrigado, Mr. James. – Ele sorriu empolgado.
  ― Pode me chamar de , não gosto muito de formalidades. – Eles gargalharam.
  ― Tudo bem. – Niall assentiu.
  ― Você inicia amanhã, as oito.
  ― Ok, obrigado, te vejo amanhã. – Ele sorriu e saiu.
  ― Ele parece ser um menino muito bom. – Disse indo até ele.
  ― Sim, vamos ver daqui para frente. – Ele coçou a cabeça e logo depois me abraçou, me beijando.
  ― Está cansado? – Perguntei arrumando seu cabelo.
  ― Muito, só queria dormir agora. – Ele beija minha testa.
  ― Bom, já está dando a nossa hora, né? – Perguntei olhando para o relógio em meu pulso.
  ― É mesmo, vamos? – Ele se virou para a mesa e arrumou as coisas.
  Guardamos tudo o que tinha para guardar e saímos, antes passamos na recepção e entregamos o curriculum do Niall para que ela elaborasse a ficha dele. Chegamos no estacionamento e logo entramos no carro, passei o cinto pelo meu corpo e ele logo deu partida. Paramos no Starbucks um pouco e pedimos uns cappuccinos e tomamos lá mesmo, já se passavam das 19PM e não estávamos com nenhum pouco de pressa, nosso assunto foi sobre o novo empregado e a que cargo nos encaixaríamos ele, já que pelo o que ele disse, sabe de tudo um pouco. Assim que terminamos, ficamos lá mais alguns minutos e logo saímos, estava alegre como eu nunca vi antes e isso me deixava feliz também, pode parecer mentira, mas nunca passei tanto tempo apenas com ele igual hoje, foi maravilhoso.
  Chegamos em casa e ninguém estava na sala, subi para o meu quarto e tranquei a porta jogando a bolsa na cama e logo correndo para o banheiro afim de tomar um banho, me despi pelo caminho deixando minhas peças de roupas pelo chão e assim chegando até a banheira. Girei o registro e esperei um pouco até que enchesse e logo entrei, a água estava morna o que me deixou relaxada, por um momento achei que se eu dormisse lá dentro não iria ser uma má ideia. Terminei me secando e logo me enrolando no roupão, olhei para o relógio e já eram quase 21h30, que ótimo, havia perdido a hora do jantar, vesti minha roupa de dormir e prendi meus cabelos de qualquer jeito e desci para ir comer algo, já que minha fome não era muita.
  Sim, já estava com sono e comia um pedaço de torta sentada no balcão da cozinha, parecia que eu iria dormir ali mesmo de tanto sono que estava, meus olhos estavam pesados e senti que não ia aguentar mais, escorei meu cotovelo no balcão e logo meu rosto na minha mão, com a outra mão eu ainda levava o garfo com pedaços de torta até a minha boca, senti um peso enorme nas minhas pálpebras e logo fechei os olhos.
  ― Não se dorme na cozinha, . – Senti alguém massagear minhas costas.
  ― Hã? Eu nem estava dormindo. – Abri os olhos imediatamente e esfreguei as mãos no rosto.
  ― Estava orando, então? – Olhei para o lado e vi Zayn que no momento debochava de mim.
  ― Sim, algum problema? – Rebati.
  ― Nenhum. – ele gargalhou. – Porque não vai para cama? Deixa que eu guardo isso para você. – Sua mão acariciou meu ombro e ele logo depositou um beijo sobre meus cabelos.
  ― Faria isso por mim? Eu realmente estou com muito sono. – Praticamente sussurrei. – Me cansei bastante hoje.
  ― Estou percebendo isso. – ele tirou o prato do balcão. – Vá, baby, você precisa descansar. – Olhei para ele que sorria para mim.
  ― Tudo bem, obrigado, obrigado mesmo. – suspirei e levantei do banco dando um tropeço que me levou ao chão. – Ah, que ótimo. – Resmunguei.
  ― Você está bem? – Ele veio depressa em minha direção me levantando.
  ― Sim, é só o sono. – sorri. – Qualquer outro que visse acharia que eu estou bêbada. – Gargalhamos.
  ― Você é demais, baby, vamos. – já em pé suas mãos estavam em meu ombro me acompanhando até o quarto. – Isso é só para garantir de que você não vai cair de novo.
  ― Engraçadinho. – Fiz voz de deboche.
  Chegando em meu quarto ele me levou até na cama e assim que sentei ele me soltou me olhando por um tempo até que eu me pronunciasse.
  ― Vai ficar aqui me vendo dormir?
  ― Eu bem que queria, mas eu também preciso dormir e não gostaria nada disso. – Ele riu.
  ― Pois bem, então pode ir. – indiquei a porta com o dedo. – Tenha uma boa noite, Malik. – Sorri.
  ― Boa noite, anjo. – Ele depositou um beijo em minha testa e logo se retirou.
  Me deitei apagando o abajur e sem demora adormeci.

[...]

  Acordei no susto e quando olhei para o relógio já eram 8h40, que ótimo, estava bastante atrasada, não havia escutado meu celular despertar e ninguém tinha vindo me acordar, o que foi mais estranho ainda. Dei um pulo da cama correndo para o banheiro, lavei meu rosto e bem, estava com uma cara péssima, passei pouca maquiagem só para disfarçar a cara de sono, fiz um rabo de cavalo e corri para me vestir, coloquei uma calça jeans e uma blusa simples, meu vans, meu relógio, meu cordão, peguei meu óculos e meu celular e desci as escadas correndo. Passei na cozinha perguntando a Rosana porque ela não tinha me acordado, ela disse que foi ordens de Zayn para não me incomodar, bufei ao saber e logo peguei uma maça verde e sai com pressa, Baltazar estava lá fora e pronto para me levar até a empresa.
  Alguns minutos depois já estava na empresa e todos me olharam diferente, deveria ser a minha roupa que não estava nada igual as que eu vestia, passei pela recepção sendo parada por Emily me entregando a ficha do Niall que já estava pronta, agradeci e sem paciência para esperar o elevador subi as escadas correndo e logo estava no meu andar, antes de entrar bati na porta e escutei a voz de , entrei e ele me olhou surpreso.
  ― Bom dia, bela adormecida. – ele gargalhou. – Achei que não viria.
  ― Por que não me acordou? Vim correndo igual a uma doida. – Disse ainda ofegante.
  ― Zayn me disse o que havia acontecido ontem, então queria deixar você dormir o bastante. – Pude ver ele prendendo o riso.
  ― Era só o que me faltava, eu vou matar o Zayn. – me sentei na ponta da mesa e só assim pude perceber que Niall estava lá dentro quieto. – Oh Niall, me desculpe, não vi você ai, bom dia. – Sorri sem graça.
  ― Bom dia, . – Ele sorriu.
  ― Eu prefiro você com roupas assim. – disse me olhando da cabeça aos pés.
  ― Eu também prefiro, mas vai explicar isso para sua mãe e sua irmã. – Revirei os olhos e sentei em minha cadeira.
  ― Não dê ouvidos a elas. – Ele veio até mim e me beijou.
  ― Bom, em que setor Niall irá ficar? – Perguntei realmente curiosa.
  ― Por enquanto ele ficara aqui com você, ele será nosso contador junto com , logo depois colocaremos a mesa dele na sala dela e assim você mudará de função. – Olhei assustada.
  ― Tudo bem, está pronto Niall? – Sorri transmitindo segurança para ele.
  ― Acho que sim. – Ele coçou a nuca sem graça.
  ― Vamos lá. – Gargalhamos e logo demos inicio ao trabalho.

  Primeiro mostrei a empresa para ele, para que ele soubesse o lugar certo onde deveria levar as coisas, enfim fomos até a sala de arquivos buscar as pastas que iriamos trabalhar hoje o que não foi pouca. Durante nosso trajeto pela empresa pudemos conversar e ele me contou um pouco sobre ele, ele era da idade de Zayn e tinha uma namorada chamada Eliana Russel, ele veio da Irlanda o que o tornava mais interessante. Voltamos para a sala de e demos inicio ao trabalho, ensinei ele como fazia e o deixei fazer sozinho e sempre que ele precisava de ajuda, ele me chamava, não demorou muito e ele já tinha aprendido bastante coisa.
  Já estava na hora do almoço e dessa vez almoçamos na empresa mesmo, estava eu, , Niall e Louis na mesa, precisou sair com seu pai e George. Estava escutando Louis contar sua história enquanto comia, ao contrário do que eu pensava, ele era bem divertido, respirei fundo quando vi Isabel furiosa vindo em nossa direção, torci mentalmente para que ela não fizesse nenhum barraco, mas foi em vão. Ela gritava com Louis e o refeitório todo podia ouvir, a expressão de Louis não estava nem um pouco de pessoa calma, previa o pior acontecendo e me surpreendi com o que ele disse.
  ― Como? – Ela repetiu a pergunta nervosa.
  ― Isso mesmo, Isabel, eu não quero ficar com você e nunca quis. – Ele respondeu calmo dessa vez.
  ― Louis, você não pode... – Ele a interrompeu.
  ― Posso sim, sou um homem solteiro e saio com quem eu quiser, agora tchau. – Ele deu as costas.
  Pude ver o quão nervosa ela saiu dali e batendo os pés ainda por cima, Louis se sentou como se nada tivesse acontecido e continuou a contar a sua história. Já estava sem apetite e apenas brincava com o garfo em meu prato quando senti alguém tocar em meu ombro, me virei rapidamente e me deparei com o Zayn sorrindo para mim. Soltei o ar que tinha prendido com o susto e me levantei o cumprimentando com um abraço que foi retribuído forte, sorri para ele e ele já foi logo falando.
  ― Está melhor? – Seu sorriso estava de orelha a orelha.
  ― Sim. – dei um soquinho em seu braço. – Isso foi por ter mandando eles não me acordarem.
  ― Ué, pelo jeito que você estava ontem seria péssimo você acordar cedo... – ele deu uma pausa me analisando. – E afinal, que roupa é essa?
  ― Foi a primeira que vi na minha frente, estava com pressa porque alguém mandou ninguém me acordar. – Debochei.
  ― Para de reclamar, tampinha. – Ele deu um peteleco em minha testa me fazendo franzir o cenho.
  ― O que te trás aqui? – Me afastei da mesa.
  ― As pernas. – Ele respondeu logo.
  ― Merece palmas pela resposta criativa. – Bati palmas.
  ― Para com isso, eu queria conversar com você, mas tem que ser fora daqui. – Isso soou um pouco sério.
  ― Tudo bem, deixa eu só avisar para que estou indo. – Ele assentiu e fui até a mesa para falar com ela.

  Segui até o Zayn e fomos andando até ao estacionamento, ele não disse nenhuma palavra e quando chegamos lá demos de cara com Liam que não gostou nada do que viu, ele veio até nós e pude ver que ele estava nervoso.
  ― Bom dia, irmão. – Zayn disse na ironia.
  ― Ótimo. – sua resposta foi seca. – Aonde estão indo?
  ― Preciso mostrar algumas coisas para ela. – Zayn respondeu logo.
  ― ? – Ele se virou para mim.
  ― O que tem eu? – Me fiz de desentendida.
  ― Você está em seu expediente, não pode sair assim. – Sua atenção estava toda em mim e ele estava bastante sério.
  ― Não irei demorar. – Desviei o olhar.
  ― Não importa, continua estando em seu expediente. – Ele segurou em minhas mãos.
  ― Liam, não vai começar com isso agora, vai? – Zayn tirou a mão dele da minha.
  ― Zayn não se intromete, afinal, nem sei o porque veio aqui, você não deveria estar dentro do avião agora? – Encarei ele sem entender.
  ― Cancelei meu voo para amanhã. – Respondeu rápido.
  ― Como assim voo? Vai para onde? – Perguntei brava.
  ― Para casa. – respondeu cabisbaixo. – O pai de Sarah morreu, ela precisa de mim.
  ― E por que adiou o voo? Se ela precisa de você, você tem que ir imediatamente. – Briguei.
  ― Não podia ir embora antes de falar com você, mas Liam esta dificultando as coisas. – Ele se virou para o Liam o fuzilando com os olhos.
  ― Zayn, ela não poderá sair agora, se quiser espera até o expediente dela acabar. – Liam me puxou pelo braço e me levou junto a ele.
  Fomos até o elevador onde entramos e ele logo o travou apertando um dos botões.
  ― O que foi agora? – Perguntei já nervosa.
  ― Não quero mais você de papo com o Zayn, quantas vezes terei que repetir? – Disse apontando o dedo para mim.
  ― Você não manda em mim e afinal, achei que você iria parar com isso. – Suspirei.
  ― Não dá, , você me tira do sério. E por que esta vestida assim? Sabe que não pode. – Ele me fitou da cabeça aos pés.
  ― Isso não vem ao caso no momento, eu só quero que você pare com essa paranoia comigo e me deixe viver em paz, eu não aguento mais Liam, já chega. – O empurrei para longe de mim e ele me imprensou na parede do elevador logo depois me dando um abraço apertado. – Liam me solta.
  ― Eu preciso de você comigo, preciso cuidar de você. – Senti insegurança em seu jeito de falar.
  ― Não, Liam, você não precisa. Você tem a Sophia, que cuida de você. – Rebati.
  ― Você não entende, querida. – Ele me soltou acariciando meu rosto.
  ― Você é quem não entende, Liam, as vezes acho que você é completamente louco. – tirei sua mão do meu rosto. – Agora destrava esse elevador que preciso subir.
  ― Um dia você entenderá, . – Seus olhos encheram de lágrimas.
  ― Liam, você está querendo chorar? Para de cena. Você fala que precisa cuidar de mim desse jeito? Me batendo com chicote? Quase me engravidando? – Debochei.
  ― Como eu disse, não consigo me controlar. – Sua voz já estava embargada.
  ― Olha para mim já chega. – Bati a mão sobre o botão para destravar o elevador e ele me olhou triste e foi se afastando.
  ― Eu não consigo dizer. – Ele praticamente sussurrou.
  ― Dizer o quê? Que é louco? – Com os braços cruzados batia os pés impaciente.
  ― Que eu a... – fomos interrompidos pela porta do elevador se abrindo com entrando.
  ― Oh, vocês estão ai, estava querendo falar com você amor. – Ele me beijou.
  Liam nos olhou e fungou tentando não deixar as lágrimas escorrerem, sem nem olhar para trás, ele saiu do elevador indo em direção a sua sala.

Capítulo 08

  Fazia quase dez minutos que eu estava andando de um lado para o outro na sala, sentia que a qualquer momento o chão iria afundar de tanto vai e vem que eu estava fazendo, impaciência era o que eu tinha no momento, aflição também fazia parte, receber a noticia de que Zayn iria embora não era nada legal, logo agora que me apeguei a ele. Ele era o melhor amigo que alguém poderia ter e tinha se tornado o meu melhor amigo, eu não queria que ele fosse embora, não agora, ele era o único que me fazia esquecer dos problemas e também o único que me salvava das garras do Liam. Por outro lado, eu entendia a necessidade dele ir embora, Sarah precisava dele naquele momento delicado em sua vida, perder um pai não é fácil, porque eu já passei por isso. Ouço alguns passos vindo atrás de mim e me viro de imediato, Zayn descia as escadas com sua mochila nas costas e sua mala na mão, sua expressão estava triste, não sei ao certo se era por estar indo embora ou pela Sarah. Corri até aonde ele estava o abraçando forte, o mais forte que consegui, pude ouvir seu suspiro e senti ele correspondendo ao meu abraço apertado na mesma intensidade.
  ― Ah, baby. – soltou o ar que prendia nos pulmões. – Não queria deixar você aqui, sozinha, nas garras do meu irmão. – sua voz estava embargada.
  ― Você tem que ir, meu bem, Sarah precisa de você. Eu vou ficar bem. – massageei suas costas tentando o deixar aliviado, mas ele não me soltou.
  ― Eu sei que não vai ficar bem, baby, tenho medo do que Liam possa fazer. – nos afastamos e pude ver seus olhos brilhando. – Zayn, não... – acariciei sua bochecha arrancando um breve sorriso.
  ― Ei... – sorri. – Não se preocupa comigo, ok? O Nick está aqui para cuidar de mim. Pense na Sarah agora, ela precisa de você. – passei o dedo sobre uma lágrima que caiu de atrevida de seu rosto.
  ― Eu nem a amo de verdade, eu terminei com ela antes de vir para cá. – o encarei e ele caminhou até o sofá se jogando.
  ― Como é que é? Por que fez isso? – cruzei os braços e bati os pés esperando por uma boa resposta.
  ― Porque eu não a amo, já disse. Estou indo para dar uma força, somos amigos e nada a mais. E, afinal, já estou cansado da Inglaterra. – senti alivio em suas palavras.
  ― Zayn, eu não acredito. – caminhei pela sala respirando fundo. – Você é louco. – sorri nervosa. – Até quando esconderia isso? – pousei minhas mãos sobre as costas do sofá em frente ao que o Zayn sentava.
  ― Até o dia que eu me mudasse para cá. – disse cabisbaixo sem sequer me olhar nos olhos.
  ― O quê? – disse espantada. – Como assim? – perguntei novamente.
  ― Olha, , agora não adianta mais, já esta tudo terminado e os papéis assinados, pronto. – deu de ombros.
  ― Olha, Zayn, dessa vez estou surpresa. Liam já sabe disso? – ele me cerrou com os olhos e rapidamente sua expressão mudou.
  ― Está vendo como você envolve ele em tudo, é por isso que é refém dele, aceita isso tudo. Estou vendo que tentar te ajudar foi em vão. – ele se levantou e jogou sua mochila no chão nervoso.
  ― Zayn, você entendeu errado. Eu disse isso porque ele não gostou nada de você ter vindo para cá e se souber que você comprou uma casa aqui, ele pira de vez. – rebati.
  ― Ele não manda em mim, acha que só porque sou mais novo tenho que obedecer ele. – ele chutou sua mochila. – Que se dane o Liam. – disse furioso.
  ― Aconteceu alguma coisa, tio? – chegou tentando entender o porque do nervosismo de Zayn.
  ― Não muita , mas agora vou indo. – se abaixou para pegar sua mochila e sua mala e foi andando em direção a porta principal juntamente com o .
  ― Zayn... – ele se virou para trás, corri no impulso e abracei ele novamente. – Vou sentir sua falta. – minha voz se embargou.
  ― Eu também, baby, mas não demorarei a voltar. – sua voz saiu quase que um sussurro. – Se cuida. – depositou um beijo em minha testa e logo sorriu de canto.
  Observei-os de longe e pude ver quando o abraçou, podia parecer que não, mas ele também estava triste com a ida de Zayn, ao contrário de seu pai, Zayn dava total atenção para e Isabel, Liam era um completo ignorante em relação a isso. Pude ver o ultimo sorriso de Zayn para mim e logo vi ele atravessando aquela porta e indo embora para voltar sabe-se lá quando. veio até mim e me abraçou, me deu um lindo sorriso e um beijo, caminhamos até o carro logo após e seguimos caminho para a empresa. Não sei se iria conseguir trabalhar direito hoje, sabendo que o Zayn foi embora e que não estaria mais ali para me fazer rir era o Ó.

[...]

  Todos apostos na grande mesa de jantar apenas esperando para comer, hoje era um daqueles dias no qual tínhamos que nos arrumar para apenas jantar, queria fazer um comunicado deixando todos e, principalmente a mim, curiosos. Liam estralava os dedos impaciente, Isabel não parava de beber o vinho que havia em sua taça, Sophia não saia de seu iPad e quanto a mim, apenas observava ao redor. Vi se levantar e logo passar a mão sobre o cabelo, respirou fundo e se pronunciou, fazendo todos manter a atenção totalmente nele.
  ― Bom... – ele coça a garganta e solta o ar que prendia os pulmões. – Como sabem, queria fazer um comunicado e para isso precisava de todos reunidos. – Liam o fitava atentamente. – Infelizmente tio Zayn não está aqui conosco, mas ele ficará sabendo logo, logo.
  ― Diz logo, meu filho. – Sophia se pronunciou.
  ― Então... – a encarou um pouco nervoso. – , pode se levantar, por favor? – abaixou a cabeça olhando para mim esperando que me levantasse, levantei sem graça e agora Liam fitava a mim atentamente. – Eu e ... – fez uma breve pausa. – Vamos nos casar. – completou fazendo Liam se levantar imediatamente.
  ― Casar? – praticamente gritou enquanto encarava com raiva.
  ― Sim. – ele afirmou na maior calma, logo tirando do bolso de sua calça uma caixinha, presumi que fosse o par de alianças. – Você aceita ser minha esposa, querida ? – seu sorriso tomou conta de todo seu rosto.
  ― C-claro que sim. – não pensei duas vezes antes de responder, ainda por cima gaguejei nervosa pelos olhares de Liam.
  ― Você não acha que está cedo demais para isso, não? – Liam interrompeu enquanto colocava a aliança em meu dedo.
  ― Acha quase três anos pouco? Não sei porque acha, se casou com a mamãe com um ano e meio. – ele rebateu.
  ― Meu filho, te desejo toda felicidade do mundo, você fez uma boa escolha, tanto de casar, quanto da noiva. é uma menina maravilhosa. – Sophia rodeou a mesa vindo até nós para nos abraçar.
  ― Obrigada, Sophia. – disse em meio ao abraço.
  ― Parabéns e felicidades para vocês dois. – Isabel disse seca.
  ― , temos que conversar. – Liam ainda estava furioso.
  ― Não, pai, já esta decidido, não tem conversa. – sorriu ironicamente fazendo Liam se retirar da mesa.
  ― Não ligue para seu pai, querido. – Sophia disse beijando .
   não se importou muito pela fúria de Liam e logo se sentou para podermos jantar, o clima estava normal o que me deixou mais aliviada. Só de não escutar piadinhas da Isabel, já estava ótimo, estava com um sorriso diferente no rosto o que me deixou feliz também e tinha até me esquecido desse pequeno, ou melhor, grande detalhe, eu vou me casar. Ao terminar o jantar me retirei da mesa afim de atender meu celular que tocava desesperadamente, estava na varanda quando consegui ver na tela o nome do Zayn, um sorriso surgiu em meu rosto quando atendi.
  ― Que alivio. – soltei o ar que prendi naquele momento e pude ouvir a risada nasal de Zayn. – Como foi de viagem? – me empolguei na pergunta.
  ― Foi tudo bem, cheguei bem, mas... Ainda sim queria estar ai. – seu tom de voz foi de alegre para triste.
  ― Já, já você volta, você mesmo não disse isso? – rebati.
  ― Sim, o mais breve possível. – sua voz saiu quase que um grito. – Me conta, como está meu querido irmão, Liam? – sua risada foi sarcástica.
  ― No momento, bem furioso. – gargalhei.
  ― O que aconteceu agora? Eu nem estou mais ai. – pude escutar ele prendendo o riso.
  ― Na verdade... – fiz uma breve pausa. – Foi com a noticia que deu. – comprimi os lábios, não queria dizer isso a ele.
  ― Que noticia? – seu tom foi de curioso.
  ― Do nosso casamento. – sem perceber estava sussurrando.
  ― O quê? – ele parecia surpreso. – Meus parabéns, posso ser padrinho? – confesso que fiquei surpresa com a resposta dele.
  ― Eu adoraria. – sorri.
  ― Ótimo, agora tenho que achar alguém para ir comigo. – gargalhamos.
  ― Você arruma rapidinho, você é lindo. – bocejei.
  ― Quem me dera, baby... Bom, já esta tarde e você precisa dormir, certo? E eu também preciso descansar. Amanhã nos falamos mais, tenha uma boa noite de sono, meu anjinho. – pude escutar o estalar de seus lábios indicando barulho de beijo, sorri ao imaginar a cena.
  ― Tudo bem, estou com sono também, boa noite gato, te adoro. – desliguei o celular e segui em direção ao meu quarto.

  Passei pelo quarto do para desejar boa noite e logo fui para o meu, estava doida para tirar aquelas roupas e tomar um banho e ter uma bela noite de sono, como disse Zayn. Abri a porta entrei e logo a tranquei, pronto, agora eu poderia fazer o que eu quisesse, dei um passo para ir até a cama e quando levantei a cabeça me deparei com Liam sentado na ponta da mesma. Senti meu coração acelerar e sabia que iria escutar gracinhas, mas eu não podia deixar assim, eu tinha que reagir, logo fechei o semblante e o cerrei com os olhos.
  ― Saia daqui, por favor. – pedi ainda educada.
  ― Não até você me explicar que palhaçada é essa de casamento. – seu tom era raivoso.
  ― Você não tem nada a ver com isso, Liam, e afinal, você entendeu muito bem. Agora por favor, se retire. – apontei para a porta desviando o olhar.
  ― Você não quer isso, não é? – sorriu sarcasticamente ao final da pergunta.
  ― Quero, quero muito me casar e sair de dentro dessa casa logo, sair de perto de você e das suas manias de achar que manda em tudo. – rebati.
  ― Eu não acho, , eu realmente posso mandar em tudo, mas isso não vem ao caso no momento então não fuja do assunto. – ele se prontificou na minha frente acariciando meu rosto.
  ― Liam, já chega, você disse que isso iria acabar. – afastei-me.
  ― Mas eu nem fiz nada. – ele gargalhou. – Ainda. – franzi o cenho e logo fui abrindo a porta quando ele a trancou de novo.
  ― Liam, por favor. – pedi quase chorando de nervoso.
  ― Calma, tá legal? Eu preciso te dizer uma coisa que você não me deixou dizer ainda. – seu dedo contornou meus lábios e sem querer já me encontrava arfando.
  ― Não quero saber, só quero que vai embora. – comprimi os lábios para que ele parasse de acaricia-los.
  ― Fica quieta, ao menos um minuto. – disse entre dentes.
  ― Não, Liam, você precisa mes... – fui interrompida por ele selando nossos lábios em um beijo quente e selvagem, tentei me afastar mas foi em vão, seus braços envolviam meu corpo me prendendo, me impedindo de qualquer ação. – Liam... – disse quando consegui afastar nossos lábios.
  ― Seus lábios me tiram do sério, . – seu sussurro aos pés do meu ouvido me fez sentir arrepios por todo o corpo.
  Nossos lábios se colaram novamente me deixando sem saber o que fazer, ainda me prendendo em seus braços, caminhamos até a minha cama, assim deitando na mesma, eu estava por baixo de seu corpo que agora estava completamente fervendo. Uma de suas mãos apertava minha cintura enquanto a outra passeou pelo meu corpo até chegar em meu rosto, temi ao que ele poderia fazer e já pensei logo em uma reação, virei o rosto tentando desviar de seus beijos, mas foi inevitável, seus lábios desceram pelo meu pescoço, mas não chegou até os meus seios. Minha respiração vacilava várias vezes me deixando nervosa, eu não queria ter esse tipo de reação perto dele, não queria mais isso. Seus braços me envolveram novamente, mas dessa vez, como forma de abraço, nos sentamos e ele ainda me abraçava forte, me espantei com sua reação e logo me afastei dele o olhando incrédula.
  ― O que está acontecendo com você? – ainda não estava entendendo.
  ― Eu não posso mais fazer isso, querida. – seu semblante mudou para triste.
  ― Ah, de novo isso não, Liam, ou você me explica o que está acontecendo ou você vai embora daqui. – disse nervosa.
  ― Eu preciso só cuidar de você, não te maltratar. Você é minha, minha preciosa, apenas minha. – passou as mãos sobre seu rosto respirando fundo.
  ― Como assim, Liam? Ainda não te entendo. – tomei a liberdade de tocar em seu ombro para chegar mais perto.
  ― Porque eu... não posso. – ele se levantou e rapidamente saiu do quarto batendo a porta.

  Droga, o que será que ele queria me dizer? Primeiro o nos interrompe no elevador, agora ele sai sem mais nem menos daqui? Ai tem coisa. Respirei fundo procurando calma e logo fui tomar meu banho, relaxar no momento me faria muito bem, eu ainda queria ter uma boa noite de sono.

Capítulo 09

  Faz uma semana que tenho trabalhado em paz e sozinha, e Liam haviam viajado a negócios junto com George, Anne pode ficar comigo e com Niall, que ainda estava em treinamento. Louis também não saia de lá, afinal, seu novo amorzinho trabalhava comigo, Isabel nem se quer apareceu na empresa, o que me deixou bastante aliviada e assim podendo trabalhar em paz. Já era hora do almoço, então me apressei descendo antes pois estava morta de fome, apertei o botão do elevador várias vezes impaciente até que a porta se abriu, entrei com pressa e torcendo para que ele chegasse lá embaixo logo. Enfim no refeitório, fui até a cantina fazer meu prato, que por sinal parecia um de um peão de tão cheio que estava, virei-me para procurar uma mesa de longe e logo vi uma bem no canto afastada de todas, deixei meu prato lá e voltei para pegar um suco, escolhi um de frutas vermelhas que era o que eu mais gostava, de volta a mesa, me sentei e dei inicio a refeição. Mastigava calmamente até escutar uma voz vindo por trás de mim.
  ― Queria saber para onde vai esse tanto de comida. – uma voz suave ecoou no meu ouvido.
  ― Para minha barriga, ‘uai. – dei uma pausa e me virei para ver quem era. – Ai meu Deus! Não acredito. – me levantei logo abraçando Zayn, sem acreditar que era ele mesmo que estava ali.
  ― Que saudades de você, baby. – seu abraço foi forte e aconchegante.
  ― Eu senti mais, achei que fosse demorar mais para voltar. – nos afastamos e ele logo se sentou a mesa junto a mim.
  ― Não aguentava mais ficar longe de você. – ele sorriu de canto. – Afinal, não vou precisar ficar mais longe. – isso me soou um pouco suspeito.
  ― Como assim? – o encarei curiosa.
  ― Já estou morando aqui, em um apartamento bem perto. – o sorriso tomou conta de seu rosto.
  ― Sério? – falei empolgada. – Agora fiquei feliz. – sorri de canto.
  ― Por que está sozinha hoje? – comprimi os lábios.
  ― , Liam e George viajaram a negócios e como estava com muita fome vim primeiro que Anne e Niall. – dei um gole em meu suco.
  ― Passa fome. – gargalhamos.
  ― Senti sua falta, sinceramente, ficar sem você aqui para me fazer rir estava difícil. – nos entreolhamos e ele sorriu.
  ― Agora estou aqui, para te perturbar todos os dias. – ele apertou a ponta do meu nariz me arrancando sorrisos.

[...]

  Hora de ir embora, minhas coisas já estavam arrumadas, hoje voltaria com o Zayn ao invés de voltar de taxi, iria ver aonde ele morava e logo depois ele me deixaria em casa, estava curiosa para saber como era. Passei pela portaria correndo afim de chegar logo no carro e lá estava ele, escorado no mesmo, tragando um black, coisa que eu não sabia que ele fumava, apressei os passos e logo cheguei até ele. Uma ultima tragada e ele jogou o cigarro fora e logo sorriu abrindo a porta para mim entrar, gentil como sempre, entrei logo me sentando e passando o cinto pelo meu corpo, sem demora ele já estava lá dentro e logo deu partida.
  Na rádio tocava Stay With Me – Sam Smith, no momento ela me fez sentir saudades de casa, me lembro de quando minha irmã cantava ela para mim sempre antes de dormir, mamãe não era diferente, funguei várias vezes para não deixar lágrimas atrevidas caírem e deixar o Zayn ver, mas foi meio que impossível.
  ― Oh, won't you stay with me? 'Cause you're all I need ... – sua voz era perfeitamente linda e suave, o que me arrancou sorriso.
  ― Ela me da saudades de casa. – suspirei engolindo o choro.
  ― Imaginei que fosse algo assim, mas não fica assim, eu estou aqui por você e para você. – a ultima frase saiu como um sussurro.
  ― Obrigado, Zayn, por tudo. – respondi ao seu sorriso.

  Sem demora chegamos ao enorme prédio onde ele agora morava, seu andar era o 13º, apartamento 733, ainda bem que tinha elevador, porque subir escadas não seria legal, deixamos o carro no estacionamento e logo subimos. Assim que chegamos, ele já foi tirando a jaqueta e se jogando no sofá, o apartamento era um luxo e bastante aconchegante, me sentei no outro sofá e soltei um suspiro. Zayn estava com uma cara de sono e percebi que ele dormiria já, já, me levantei indo em direção a cozinha, estava com fome e fui fazer algo para gente comer. Tinha muitas coisas, mas fiquei com o mais simples, macarronada ao molho branco, peguei um avental e coloquei a mão na massa. Zayn ainda estava na sala, presumi que já tinha cochilado, terminei o que estava fazendo e logo depois fui até lá, realmente ele dormia, parecia um anjo, suas bochechas estavam levemente coradas, seu topete bagunçado o que se tornou um charme, me aproximei e dei um leve sopro em seu rosto o fazendo abrir os olhos lentamente e sorrir.
  ― Dormi muito? – sua voz soou rouca.
  ― Tempo suficiente para que eu terminasse... Digamos, nosso jantar. – nos entreolhamos e ele se levantou.
  ― Não precisava se incomodar, mas agora vamos que estou faminto. – gargalhou passando a mão na barriga e andando até a cozinha.

  Nos sentamos e logo começamos a comer, no momento ele fazia palhaçadas e gargalhávamos, não imaginaria que Zayn me deixaria tão alegre assim, o se parece muito com ele, o jeito de sorrir e tudo mais. Terminamos de comer e logo limpamos a bagunça, ficamos um pouco ali na cozinha conversando, ainda escorada no balcão ele se aproximou de mim me fazendo estremecer, mordeu o lábio e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, com a ponta do dedo acariciou minha bochecha e senti que fiquei corada, minhas batidas cardíacas aceleravam de acordo com a proximidade que íamos tendo, minha respiração já estava vacilando, minhas mãos suavam como nunca e quando menos esperei senti nossos lábios colarem, arfei, só de ter pensamentos impuros novamente com ele um calor percorreu meu corpo. Minhas mãos envolveram seu pescoço puxando-o para mais perto de mim, suas mãos estavam em minha cintura e com uma força a mais me levantaram, me colocando em cima do balcão, agora ele se encaixava perfeitamente no meio de minhas pernas, sem pensar muito tirei sua camisa e suspirei ao ver todas as suas tatuagens a mostras para mim, deslizei minhas mãos do seu ombro até sua cintura apertando-a de leve, sua mão passeou pela minha coxa subindo meu vestido e rapidamente meu intimo reagiu. Me afastei tentando recuperar o folego e a consciência, mas vê-lo sem camisa na minha frente era impossível.
  ― Zayn, não posso. – lamentei.
  ― Tem razão, eu que me apressei demais. Desculpa. – segurei-o quando ele ia se afastando mais.
  ― Espera. – comprimi os lábios e logo sorri. – Vê-lo assim me deixa completamente louca.
  ― Baby. – ele deu uma breve pausa. – Você será minha presa essa noite. – ele mordeu meu lábio inferior me causando arrepios.
  Demos inicio ao beijo novamente, dessa vez com mais voracidade, senti suas mãos em minhas costas puxando meu zíper para baixo, passou as mãos pelos meus ombros junto com as alças do vestido, suas mãos foram até minha cintura e agora eu estava nua da cintura para cima, com minhas mãos eu desabotoei sua calça e logo a abaixei, sua box era azul e seu membro já avantajado estava a mostra, minha respiração falhou e meu coração acelerou mais. O beijo estava ficando mais quente e parar naquele momento não daria, senti ele me pegando no colo e andando comigo até seu quarto, me jogando na cama.

“Oh tenho um corpo cheio de licor com um pouco de cocaína
E estou me sentindo como se fosse um metro mais alto
Então deite, deite...”

  Tirei meu vestido e o joguei para o lado, ele subiu em cima de mim e tirou minha calcinha me deixando completamente nua, agora ele tirava sua box fazendo seu membro pular no momento em que estava saindo da box. Já em cima de mim seus lábios beijavam meu pescoço, com a língua ele foi descendo até chegar em meu umbigo me causando reações em meu intimo, me contrai ao sentir sua língua em meu grande lábio, isso era muito bom, ela fazia movimentos circulares o que me deixava mais louca. Minhas mãos estavam em seu topete o puxando de acordo com seus movimentos.

“Sim, tenho um punhado do seu cabelo
Mas você não parece estar assustado
Porque você está só sorrindo...”

  Sua mão pegou algo dentro da gaveta de sua cômoda ao lado da cama, era a camisinha, ele a colocou e logo veio por cima de mim, um beijo se instalou em meu pescoço e logo senti ele entrando dentro de mim, seus movimentos estavam lentos, ele se ajeitou em cima de mim novamente e segurando uma de minhas pernas junto a si seus movimentos foram ficando mais rápidos. Senti sua mão entre meu cabelo o puxando com força e suas estocadas cada vez mais forte. Sem delongas meu corpo já mandava espasmos por todo ele, minhas unhas cravadas nas costas de Zayn arranhando-a o dava mais prazer, sentia mordidas em meu pescoço e isso me fazia arfar.

“Olha, o que você tá fazendo, olha o que você fez
Mas nessa selva você não pode fugir
Porque o que eu tenho pra você
Eu prometo é matador, você vai explodir em meu peito...”

  Não iria conseguir me segurar por muito tempo, meus espasmos estavam constantes e estava prestes a explodir, suas estocadas estavam mais fortes do que nunca e sua ultima foi o fim, minhas pernas ficaram tremulas e pude escutar seu gemido de prazer, explodimos juntos, seus braços me envolveram e logo depois ele se deitou do meu lado. Nos entreolhávamos retomando o folego que nos faltava e logo cai na real do que eu tinha feito, no momento o que me passou pela cabeça fora de terminar com e ficar com Zayn, mas fazendo isso eu machucaria mais a mim mesma e Liam não gostaria nem um pouco.
  ― Você é incrível, baby. – ele me beijou.
  ― Você é também. – sorri e logo me levantei indo até o banheiro.
  ― Tem toalha no armário. – ele sorriu e se levantou também.
  Assenti com a cabeça e logo entrei no banheiro trancando a porta imediatamente. Fiquei me perguntando porque tinha que ser assim, Zayn era exatamente igual a em todos os sentidos, já Liam, era um tremendo ogro, ignorante e repugnante, o pior de tudo era que eu gostava dele, o desejo que tinha pelo Liam era maior que eu, era por isso que eu sempre cedia aos seus pedidos e suas vontades. Liguei o chuveiro e me joguei embaixo dele, deixando a água percorrer pelo meu corpo, me relaxando, mil pensamentos passavam pela minha mente e eu agora estava completamente confusa. Eu não poderia deixar isso acontecer novamente, ou eu era de , ou eu não era de ninguém, fazer isso só me fazia se sentir um lixo e sempre ter arrependimentos depois. Eu só queria voltar para minha mãe e não sair de lá nunca mais, lá sim eu ficaria longe dessas tentações que Nova Iorque e a mansão dos Payne’s me trouxeram.
  Escutei Zayn bater na porta e logo me apressei para terminar o banho, peguei uma toalha no armário, me enxuguei e abri a porta, ele estava sentado na ponta da cama e sorriu ao me ver.
  ― Use isso. – ele me entregou uma de suas camisas. – Acho que é melhor para você dormir.
  ― Zayn, eu não posso dormir aqui. – desviei o olhar.
  ― Já está tarde para você voltar, uma vez não irá fazer mal. – peguei a camisa de sua mão e logo fui atrás da minha calcinha para a vestir também.
  ― Eu acho que tomei uma decisão. – sentei-me do outro lado da cama o encarando e ele fez o mesmo.
  ― Qual, baby? – ele me olhava curioso.
  ― Eu não vou me casar com o . – disse rapidamente o fazendo me olhar assustado e sem dizer nenhuma palavra se quer pelo espanto.

Capítulo 10

  Acordei com o sol batendo em meu rosto pela greta da janela, me espreguicei e cocei os olhos, olhei ao redor e percebi que não estava no meu quarto, num pulo me levantei e olhei para o lado vendo Zayn no que parecia estar em um sono profundo, olhei para meu corpo e me vi vestida com uma de suas camisas, um flashback me veio em mente da noite passada e droga, o que eu fiz? Corri até o banheiro procurando minhas roupas e não achei, voltei para o quarto e as vi dobradas em cima da cadeira, não me lembro de ter dobrado, peguei e as coloquei rapidamente, abri a porta lentamente para não fazer barulho e fui até a cozinha. Resolvi fazer um café, fiz algumas torradas e peguei uma fruta, enquanto eu comia, me lembrava de tudo o que aconteceu e ainda não estava acreditando que disse que não iria mais me casar com o , por outro lado, eu não poderia continuar com isso ou eu continuava apenas com o ou eu acabava de vez com isso e ia embora ficando longe de todas as tentações que essa família me trouxera.
  ― Caiu da cama? – A voz de Zayn ecoou em meus ouvidos me despertando dos pensamentos.
  ― Quase. – sorri sem graça. – Dormiu bem?
  ― Muito bem e a senhorita? – Ele se sentou em um banco ao lado e pegou uma torrada.
  ― Ótima. – Dei um gole em meu café.
  ― Quer conversar? – Ele me olhava sério.
  ― Sobre o quê? – Eu já sabia do que se tratava, mas queria ter certeza.
  ― Sobre a decisão que tomou ontem, quero saber se esta certa do que quer fazer. – Engoli seco, não queria conversar sobre isso, não com ele e seu charme que me fazia perder a concentração.
  ― Eu tenho que pensar nisso, sozinha. – Terminei meu café em um só gole.
  ― Tudo bem, baby, você realmente tem que pensar, não quero me intrometer nisso. Acho que já atrapalhei demais. – Ele se levantou indo até a geladeira.
  ― Não, Zayn... Você nunca atrapalhou, você é o único que me entende e me ajuda com as coisas e acho que já estaria completamente lo... – fui interrompida quando escutei meu celular tocando, peguei rapidamente e vi que era . – Um minuto, preciso atender. – me retirei da cozinha indo em direção a sala.

  *Ligação
  ― Bom dia, amor. – sua voz era suave e sonolenta. – Como está?
  ― Bom dia, meu bem, estou bem e você? – Respondi logo.
  ― Estou um pouco cansado, louco para ir embora, não vejo a hora de te abraçar e poder sentir seu cheiro e ver você. – Seu tom de voz foi de alegre para triste em questão de segundos.
  ― Eu também e também preciso conversar com você. – Disse secamente.
  ― Nossa. – ele fez uma pausa. – Aconteceu alguma coisa? – disse preocupado.
  ― Quando você chegar a gente conversa, agora eu preciso ir. – Pude escutar sua respiração profunda.
  ― Tudo bem, chego hoje as vinte horas, beijos, te amo. – Desliguei antes que ele dissesse mais alguma coisa.

  Voltei para a cozinha para me despedir de Zayn, ele sem entender nada me deu um abraço forte e suas doces palavras ecoaram em minha mente por longos minutos “Vai ficar tudo bem”, cada coisa que Zayn me falava, acatava para mim como forma de avisos, nunca sei o que poderia acontecer e nunca saberia se Zayn estaria lá para me ajudar. Liguei para o taxi e sem demora ele já estava na porta do condomínio, me apressei e logo entrei indo direto para a empresa, aparecer com a mesma roupa lá não seria nada fácil de se explicar, principalmente para a Isabel que percebendo que não dormi em casa iria me encher de perguntas. Meu celular apita e era uma mensagem de Liam, tremi ao ler a sua ultima frase que dizia ”Temos que ter uma bela conversa, dona , parecia que ele estava prevendo as coisas que iriam acontecer, ignorei e guardei meu celular na bolsa.
  Assim que cheguei na empresa fui direto para minha sala, agradeci mentalmente por não ter esbarrado com Isabel ou qualquer que fosse, queria ficar sozinha para pensar sobre a decisão que acabara de tomar, abri a porta logo a fechando rapidamente e quando me virei encontrei Niall me encarando assustado, parecia que tinha visto um fantasma. Uma brisa forte adentrou a janela derrubando os papéis no qual Niall mexia, o fazendo despertar e tirar os olhos sobre mim.
  ― Bom dia, Mrs. Baker, como vai? – Sua voz era doce.
  ― Bom dia, Niall, está tudo bem sim. – sorri de canto. – Aonde está a ? – Rodeei os olhos pela sala toda a procura.
  ― Está na sala de arquivos. – Ele ainda catava os papéis do chão.
  ― Ah sim, deixa que eu te ajudo. – abaixei-me para ajuda-lo pois estava todo atrapalhado. – Algum recado para mim? – Me levantei colocando os papéis de volta na mesa.
  ― Só do , disse que assim que você... A senhorita chegasse aqui era para retornar a ligação. – Pude ver suas bochechas ferverem.
  ― Pode me chamar de você. – sorri. – Muito obrigado. – Rodeei a mesa e sentei-me.
  Niall me fitou atentamente logo comprimindo os lábios, por alguma razão ele sabia que eu não estava bem, por outra, ele era bastante tímido para perguntar qualquer coisa a mim. Minha mesa estava cheia de pastas e fichas para analisar e eu não estava nem um pouco paciente para fazer aquilo, minha cabeça estava a mil e não sabia no que pensar, adentrou a sala sorrindo, parecia que falava com alguém, alguns passos a frente que ela deu, pude ver Louis entrando junto a ela e logo que me viram ficaram sérios e com cara de assustados igual a Niall. Eu já não estava entendendo mais nada e não dei assunto nenhum, batia meus dedos impacientemente na mesa tentando pensar em algo que me deixasse mais calma, mas era meio impossível sendo alvo de três olhares intimidadores.
  ― Chega, preciso ir para casa. – me levantei bruscamente assustando a todos. – você consegue dar conta? – Minha voz estava se embargando.
  ― , vem aqui comigo um minuto. – Peguei minha bolsa e a segui para fora da sala.
  ― Diz. – O nervosismo e o tremor tomou conta de meu corpo digamos que 100%.
  ― O que aconteceu ontem? Você saiu com o Zayn e não voltou mais, me ligou igual a um doido atrás de você, tive que dizer que você estava comigo e já estava dormindo. – Ela pareceu preocupada.
  ― Aconteceu tanta coisa, . – suspirei. – Eu só preciso ir para casa e sei lá, chorar até me sentir desabafada. – Funguei para não deixar as lágrimas caírem.
  ― O que Liam te fez? Foi ele, não foi? – Disse com raiva.
  ― Não só ele.. – respirei fundo. – Preciso ir, qualquer coisa me liga, estarei em casa. – dei-lhe um abraço forte e apressei meus passos até o elevador antes que ela me fizesse mais perguntas.
  ― Se cuida. – Pude escutar um pouco baixo.
  As portas se abriram e entrei com pressa, só queria sair logo dali.

[...]

  A água gelada escorria pelo meu corpo me causando arrepios constantes, me sentia mais relaxada se não fosse pelos meus pensamentos que não me abandonavam em momento algum, meu medo maior era de magoar e eu tinha plena certeza de que isso iria acontecer, escutei algumas batidas na porta, presumindo que fosse Rosana a mandei entrar, terminei meu banho e sai mesmo de roupão. Ainda enxugando os cabelos fui andando para o quarto e quando joguei a toalha em cima da cama avistei sentado na ponta da mesma, meu coração disparou como um carro de formula um, eu não sabia o que fazer e percebi que realmente não estava preparada para conversar com ele. Ele me olhava surpreso, olhei para o relógio na parede e ainda era cedo demais, me perguntei mentalmente porque ele havia chegado mais cedo do que o previsto, temi que o pior acontecesse e fui logo me pronunciando.
  ― Que surpresa. – Sorri de canto.
  ― Bastante, né? Consegui pegar o voo mais cedo. Esta tudo bem? – Seu tom de voz era sereno.
  ― Bom, um pouco, precisamos conversar. – Comprimi os lábios desviando o olhar.

“Diz pra mim, o que eu já sei,
tenho tanta coisa nova pra contar...”

  ― Eu preciso te contar uma coisa. – Ele veio até a minha direção e me abraçou.
  ― Sim. – Minha voz soou quase rouca.
  ― Já comprei a nossa casa. – Seu sorriso se alargou de orelha a orelha, senti meu coração apertar.
  ― Oh, ... Ainda está cedo para isso. – Me afastei dele.
  ― Por que cedo? Você não quer sair daqui? ,E afinal, me conta o que está acontecendo, você está estranha. – Seu olhar era de aflito.
  ― Eu não... – pestanejei a mim mesma por estar fazendo isso, mas eu não poderia continuar com essa traição. – Eu não posso me casar com você. – me afastei mais dele que me olhava sem saber o que responder.
  ― Como? – senti o tremor tomar conta do meu corpo. – O que aconteceu nessa semana que te fez mudar de ideia? , olha para mim. – Seu tom de voz se elevou.
  ― , não é dessa semana, nem desse mês, nem desse ano. – rebati. – Eu sinceramente não aguento mais, me sinto um lixo. – uma lágrima caiu dos meus olhos o fazendo correr para me abraçar.
  ― conversa comigo. – ele beijou minha testa enxugando minhas lágrimas. – Me conta o que está acontecendo, isso não pode acabar assim. – Sua voz já estava embargada.
  ― , é o seu pai. – falei o principio de tudo. – Eu não aguento mais os assédios dele. – As lágrimas caiam descontroladamente.
  ― O que ele faz com você? Olha para mim, calma. – Senti que ele estava ficando nervoso.
  ― Ele me assedia, de todas as formas, me ameaça, me bate e me sinto um lixo por aceitar tudo isso. – Ele me cerrou com os olhos.
  ― Aceitar? Por um acaso sente algum desejo por ele? – Ele me olhava incrédulo.
  ― As vezes. – Desviei o olhar tentando me afastar.
  ― ... – ele se afastou aos poucos. – Como pode? – suas lágrimas rolaram. – Eu não acredito nisso. – Sua expressão foi séria.
  ― , por favor. – Sem me escutar ele saiu do quarto batendo a porta.
  Me praguejei várias vezes mentalmente por ter feito isso nesse momento, mas eu não podia continuar, nem mais um minuto, me troquei e desci as escadas correndo atrás do Liam, a minha vontade na hora era de socar a cara dele até ficar deformada, literalmente, ele destruiu a minha vida, mesmo as vezes eu cedendo a tentação. Passei por Sophia correndo pelas escadas, minha fúria se aumentava a cada minuto que passava e eu não encontrava o Liam, escutei alguns gritos vindo da varanda e fui até lá ver, e Liam discutiam no fim da varanda, corri até lá, sentindo meus punhos pesarem e formigarem, respirei fundo e dei um soco na cara de Liam, o fazendo cambalear para trás.
  ― Você é louca? – Ele perguntou enquanto massageava sua bochecha.
  ― Você destruiu a minha vida, eu te odeio Liam e já estou cansada de dizer isso para você e você sempre ignorar. – Tentei não chorar.
  ― , me deixa a sós com ele, por favor. – disse me afastando. – Preciso que nos deixe.
  ― , eu estou indo. – Dei alguns passos para trás e escutei sua voz.
  ― Não. – Sem olhar para trás eu me retirei.
  Subi as escadas novamente correndo e fui até meu quarto, peguei uma bolsa qualquer e joguei minhas roupas dentro, peguei meu celular e sai, quando passei pela sala escutei Sophia me chamando, mas não dei ouvidos, só queria sair daquele lugar. A única pessoa que me veio a mente foi o Zayn, liguei para ele, sem resposta, duas, três, quatro e na quinta vez ainda estava sem respostas, peguei um taxi e fui até o condomínio dele para saber se ele estava em casa. Peguei o elevador e apertei o botão do andar dele, batia os pés no chão impaciente, parecia até que o elevador tinha travado. As portas se abriram e eu fui correndo até a porta de seu apartamento, apertei a campainha insistentemente e nada de respostas, me sentei em frente a sua porta e esperei até que ele me atendesse.
  Abracei meus joelhos sem conter as lágrimas, aproveitei a solidão para me afogar nas minhas próprias lágrimas, ainda não acreditava no que tinha feito e com certeza estava me arrependendo. não merecia isso, não dessa forma, não com seu pai, estava pensando como o Liam estava se sentindo agora, depois de saber que eu finalmente tive coragem de contar e por ter levado um belo soco na cara, ao mesmo tempo que me sentia aliviada, me sentia culpada. Meus soluços não paravam mais, deitei a cabeça em minha mochila e sem perceber adormeci.

[...]

  Sentia cheiro de chá de erva cidreira, abri os olhos lentamente e passei os olhos pelo local, estava na casa de Zayn, mas como vim parar aqui? Me levantei indo atrás dele, o achei na cozinha, seu sorriso se alargou quando me viu, adiantei os passos logo o abraçando forte, o mais forte que consegui, funguei algumas vezes tentando não chorar novamente, seus braços me envolveram de forma aconchegante, me senti segura e então soltei o ar que ainda prendia.
  ― Está melhor? – um beijo se instalou em minha testa. – Quando cheguei do mercado encontrei você dormindo na minha porta, toda encolhida e com os olhos inchados. – comprimiu os lábios.
  ― Eu contei tudo ao , acabou. – Dei as costas indo até o armário pegar uma xicara.
  ― Como assim? Não acredito que você fez isso. – Ele me olhava espantado.
  ― Sim, não aguentaria guardar isso mais, estava me fazendo mal. – Suspirei aliviada.
  ― E agora? – Ele colocava o chá em minha xicara.
  ― Seria muito chato ficar aqui por uns dias? Até que eu compre a passagem para a casa da minha mãe. – Dei um gole em meu chá.
  ― Se quiser pode ficar aqui para sempre, você sabe disso. – Seu sorriso foi meigo e confortante.
  ― Não sei nem como agradecer, por tudo o que você tem feito por mim até agora, não sabia que seria assim. – Sorri de canto e dei mais um gole no chá.
  ― Você pode sempre contar comigo, para tudo. – sorrimos. – O que quer comer? – Ele me perguntou alegre.
  ― Vamos inventar algo. – Dei de ombros e abri os armários pegando algumas coisas.
  ― Você quem manda. – Gargalhamos e fomos fazer algo para comer.

  Estávamos na sala jantando, analisando o Zayn comer, ele parecia mais uma criança, se sujava todinho e era uma cena engraçada de se ver, não estava com muita fome, quase não toquei na comida, os flashback da briga voltavam na minha cabeça a todo momento, inibindo totalmente meu apetite, eu realmente não deveria ter feito aquilo. O celular de Zayn toca e quando ele olha para a tela sua expressão muda, seus olhos se arregalaram quando olharam para mim, ele virou a tela do celular para mim e pude ver o nome de na mesma, essa não.
  ― Oi sobrinho. – Ele agiu naturalmente, coisa que eu não conseguiria fazer.
  ― Oi tio, você sabe de alguma noticia da ? – No momento a ligação estava no viva voz, fiz que não com a cabeça.
  ― Não, por quê? O que houve? – Ele respondeu rápido.
  ― A gente brigou e ela saiu sem dizer aonde ia, minha mãe a viu saindo com uma mochila... – ele fez uma pausa e suspirou. – Eu estou realmente preocupado.
  ― Nossa, mas... , eu estou na Inglaterra, como ficaria sabendo dela? – Rebateu.
  ― Vocês eram quase melhores amigos, achei que ela ligaria para você. – Senti meu coração apertar.
  ― Talvez a saiba, elas sim são melhores amigas. – Assenti que sim com a cabeça.
  ― Ok, obrigado, se souber, me liga.
  ― Ok, até mais. – Ele desligou rapidamente.
  ― Ele está preocupado, o que você fará? – Zayn me encarava esperando resposta concreta.
  ― Não voltarei, não enquanto a ameaça maior estiver por perto. – Respondi rápido.
  Ele me olhou e logo abaixou a cabeça, jogou seu celular de lado e voltou a comer, dessa vez, meu celular vibra, com uma mensagem de Liam, mas que droga, porque não desliguei o celular? Sua mensagem me assustou e eu não sabia o que fazer, ela dizia “Edificio Stewart? Quando você menos esperar estarei ai” mostrei a Zayn que se assustou, não era possível, ele deve ter rastreado pela minha conta do iCloud. No momento me levantei e fiquei andando de um lado para o outro sem saber o que fazer, por um lado ele não saberia que andar era, desliguei meu celular rapidamente para parar a localização.
  Minutos depois pude escutar o interfone tocar, seria Liam ou o porteiro? Zayn atendeu rapidamente, pude escutar vários nãos e por fim ele desligou.
  ― Ele está subindo e agora? – Sua cara era de espanto.
  ― Vou ter que me esconder. – Olhei em volta rapidamente catando minhas coisas que estavam espalhadas e indo se esconder no quarto de hospedes.
  Algumas batidas na porta foram o suficientes para me fazer estremecer por completo, pude escutar a voz de Liam, ele parecia estar furioso e não sossegaria até me achar.

Capítulo 11

  ... Algumas batidas na porta foram o suficientes para me fazer estremecer por completo, pude escutar a voz de Liam, ele parecia estar furioso e não sossegaria até me achar.
  De onde eu estava, consegui ouvir a voz alta de Liam, que gritava como se o mundo estava acabando, meu coração ainda estava acelerado, dentro do guarda-roupas, me encolhi o máximo que pude tentando não deixar minha respiração ofegante escapar fazendo com que ele me achasse. Ouvi portas bater e senti que ele estava mais próximo de me encontrar e fazer picadinhos de mim.
  ― Zayn, não adianta mais você esconder ela, eu vou a achar querendo ou não. – Sua voz era de furioso.
  ― Você vai perder seu tempo, Liam, já disse que ela não está aqui. – Zayn se manteve pacifico.
  ― Vamos apostar que ela esta aqui? – Escutei a porta do quarto de onde eu estava bater.
  ― Já tentou ir até a casa da ? Elas são melhores amigas. – O silencio tomou conta.
  Ouvi passos e não consegui saber se estava vindo até mim, me encolhi mais ainda, o nervosismo tomou conta de mim por completo e a vontade que me dava era de chorar e nada mais. Me senti tão culpada de ter tomado certas atitudes, que as vezes achava que seria melhor eu enfrentar as consequências ao invés de fugir delas. Os passos foram se aproximando e agora eu sabia que estava perto de mim, não sei se aguentaria me esconder por muito tempo, respirei fundo me enchendo de coragem e resolvi encarar meu próprio medo, era hora de acabar com isso de uma vez.
  ― Pronto, já achou o que queria. – Disse abrindo a porta do guarda-roupa e me prontificando em sua frente.
  ― Eu sabia. – Ele se glorificou.
  ― Olha, Liam, eu não aguento mais você, não aguento mais sua casa, não aguento mais os seus assédios, já estou cansada de tudo. – Ele segurou meu braço com força me puxando para mais perto.
  ― Eu sei, , eu sei, mas você precisa voltar, o está abalado. – Sua voz soou quase que um sussurro.
  ― Não fale do como se você se importasse com ele. – Tentei me soltar mais foi em vão.
  ― Eu me importo, ele é meu filho. – seu tom de voz se alterou. – Ah, , tão tolinha. – Uma risada sarcástica tomou conta do mesmo.
  ― Liam, solta ela. – Zayn se pronunciou chegando mais perto. – Você não tem esse direito, ela é livre para fazer o que ela quiser. – Suas mãos seguraram o ombro de Liam tentando afastar ele de mim.
  ― Zayn, desde que você chegou eu avisei para não se meter, mas você preferiu escolher essa opção. – Seus olhos cerraram os de Zayn.
  ― Não importa, Liam, ao contrário de você, eu não maltrato ela como você faz. Agora você vai embora da minha casa ou vamos ter que resolver da pior forma. – Disse nervoso.
  ― E qual seria a pior forma, Zayn? – Ele se virou bruscamente ficando agora cara a cara com Zayn.
  Vi os olhos de Zayn ficar em chamas, seus dedos se estralarem e sua postura tomar forma de alguém que poderia atacar a qualquer momento, Liam o encarava nervoso, esperando a tal pior forma de Zayn, foi quando vi um soco estalar no olho de Liam, foi questão de segundos até uma briga entre os dois começar e praticamente rodar pelo quarto todo. Eu estava assustada e ao mesmo tempo pensando em como acabar com aquilo, ambos estavam bastante machucados e eu não queria que isso piorasse, apesar do Liam merecer, mas eu tinha que acabar com isso. Usei minha força para me colocar entre os dois e antes que eu pudesse dizer algo, o soco de Liam me acertou bem no rosto.
  ― Olha o que você fez! – Zayn gritou nervoso.
  ― , me desculpa, eu não queria acertar você... – seus braços me envolveram. – Olha para mim, você está bem? – Sua mão agora estava em meu rosto massageando-o.
  ― Liam me solta por favor. – assim foi feito. – Eu só quero que vocês dois parem de brigar, olha o estado de vocês. – os dois se entreolharam e deram de ombros. – Vocês são irmãos, parem com isso. – Disse ainda com a mão no rosto.
  ― Foi ele quem escolheu assim. – Zayn rebateu tirando o sangue que havia em sua boca.
  ― Não interessa, vocês foram infantis. E além do mais, Liam, vai embora, se quiser pode falar para Deus e o mundo que estou aqui, mas saiba que a decisão que eu tomei foi a certa e que não voltarei atrás. – Os deixei dentro do quarto e sai indo em direção ao banheiro.
  Minha bochecha queimava e estavam bastante vermelhas, nunca levei um soco e também não imaginaria que seria daquela forma. Lavei meu rosto para aliviar um pouco e fui até a cozinha em busca de gelo, passando pela porta do quarto pude ver os dois sentados conversando civilizadamente. Achei uma bolsa de gelo no congelador e a coloquei na minha bochecha, senti um alivio enorme só delas não queimarem mais, me escorei no balcão ainda com a bolsa de gelo e esperei até que um dos dois descesse. Minutos depois Liam desce vindo até a cozinha, ele para na minha frente e seu olhar para mim era triste.
  ― Me perdoe , eu não queria isso. – Sua expressão era realmente lamentável.
  ― Não se preocupe com isso, eu só quero mesmo é que você me deixe em paz. – Respondi logo.
  ― Eu até tentei, tentei muito, mas meu amor por você falou mais alto. – O encarei deixando a bolsa de gelo cair o chão.
  ― Amor? Desde quando isso? Porque parece mesmo que o você tem por mim é possessão doentia. – Disse incrédula.
  ― Desde quando meu te levou a nossa casa para você nos conhecer, você tão menininha, senti como um dever de cuidar de você a todo momento. – seu olhar desviou do meu. – Comecei a me sentir um monstro quando vi que sentia desejo em você, tive sonhos com você e tudo mais, talvez eu possa ser um doente, mas eu apenas te amo. – Sua fisionomia tomou um tom triste.
  ― Liam, eu não vou acreditar nisso, sei que esse papo é para mim sentir pena de você. – Me mantive rígida.
  ― , você acha que minhas perseguições por você foram atoas? E também, me senti horrível depois daquele fetiche com você... – ele fez uma breve pausa. – Nossa como me senti um lixo por ter te maltratado daquela forma. – Seus lábios se comprimiram.
  ― Está passando da hora de você ir embora. – Desviei o olhar.
  ― Tudo bem, eu te entendo, mas não. Sugiro que converse com ele, ele esta péssimo. – Seus passos foram se adiantando.
  ― Liam. – O chamei por impulso pestanejando a mim mesma por isso.
  ― Sim. – Seus olhos estavam brilhando, por alguma razão eu acreditara no que ele tinha dito.
  Não o respondi, apenas fui em sua direção e o abracei, eu não queria ter feito aquilo, mas eu devia, querendo ou não ele era uma pessoa boa, no fundo, mas era.
  ― Eu também te amei, não sei se esse sentimento ainda existe em mim ainda depois de tudo o que aconteceu. – Sussurrei em seu ouvido.
  ― Eu sei, , se não me amasse, não suportaria tanto, me perdoe, mas agora tenho que ir. – Seus braços já não apertavam mais meu corpo.
  Nossos olhares ficaram fixados alguns segundos e sem eu esperar ele selou nossos lábios, sentia que seria o ultimo beijo e resolvi parar por ali. Me afastei dele saindo de sua vista, eu não podia ter feito aquilo e com certeza me arrependeria depois.
  Ouvi a porta bater e pude me jogar no sofá aliviada por tudo aquilo ter acabado, eu acharia que a confusão seria maior e tudo sobraria para mim como sempre, meu nariz começou a arder e meus olhos a lacrimejar, eu não poderia estar com vontade de chorar por conta disso, eu não deveria. Funguei várias vezes para não deixar nenhuma lágrima cair, mas não deu muito certo, as lágrimas rolaram como numa cachoeira, senti os braços de Zayn me acolhendo e minhas lágrimas desceram mais descontroladas ainda.
  ― Baby, não fica assim, já passou e eu estou aqui com você. – Suas mãos acariciavam meus cabelos me acalmando.
  ― É muita coisa para uma pessoa só, Zayn, se eu soubesse que seria assim eu não teria aceitado ir morar lá. – Disse entre soluços.
  ― Esquece isso, o importante é que já passou. – Depositou um beijo em minha testa.
  ― Olha para mim. – seu rosto estava com alguns cortes e machucados. – Você está horrível, deixa eu cuidar disso. – Me levantei enxugando minhas lágrimas e fui pegar alguns remédios e utilitários de primeiros socorros.
  ― O Liam se desculpou? – Perguntou enquanto preparava algo para limpar o sangue de seus machucados.
  ― Sim, pelo menos isso ele tinha que fazer. – Passei o gases com um pouco de álcool no corte em sua sobrancelha.
  ― ‘Uuuuh, isso arde. – Seu bico foi engraçado.
  ― Fique quieto que não arderá mais. – Continuei limpando os outros machucados.
  ― Você é incrível, sabia? Eu adoro você. – Seu sorriso se alargou de orelha a orelha.
  ― Só tenho a você agora e terá que me adorar mesmo para me aturar. – Gargalhamos.

  A campainha toca e achamos estranho, não estávamos esperando ninguém, me levantei para atender quem quer que fosse e no momento que eu abri a porta, desejei não ter me levantado para fazer isso. O que eu senti no momento foi desespero e aperto no peito ao ver.
  ― ? – disse surpreso.
  ― Oi. – Comprimi os lábios respirando fundo.
  Ele ficou me encarando sem reação nenhuma e eu no momento queria mesmo era correr, já não basta o Liam, e agora ? Muita informação em uma noite só.

Capítulo 12

  ... ele ficou me encarando sem reação nenhuma, e eu no momento queria mesmo era correr, já não basta o Liam, e agora ? Muita informação em uma noite só.
  ― O que faz aqui? Pensei que estaria em qualquer lugar menos aqui. – ele me olhava incrédulo.
  ― Sim, eu pensei em vários lugares, nenhum bom o suficiente quanto aqui. – respondi logo.
  ― Posso entrar? – suas bochechas queimaram.
  ― A vontade. – abri mais a porta para que ele pudesse passar.
  ― Nossa tio, você está horrível, o que aconteceu? – apressou os passos até o Zayn, o analisando da cabeça aos pés.
  ― Seu pai fez isso comigo. – seus lábios se comprimiram.
  ― Ele já está passando dos limites. – disse furioso, se voltando para mim. – Será que podemos conversar? – seus olhos me cerraram de forma medonha.
  ― Claro. – dei as costas, caminhando até o quarto de hospedes.
  Assim que entramos tranquei a porta, sei que Zayn não nos incomodaria, mas achei melhor assim. Sentei na cama, ficando de frente para ele, que estava sentado na cadeira, ele encarava seus dedos numa forma de fugir de tudo aquilo que estava acontecendo, seus olhos logo percorreram os meus, me deixando nervosa e com medo do que estava por vir a frente. Seus lábios ficaram úmidos e logo se abriram na pronúncia de algo.
  ― Pode me explicar o princípio disso tudo? – seus cotovelos encostaram em suas pernas e seu rosto em sua mão, ele me encarava esperando resposta.
  ― Não quero falar nisso, por favor, , vamos encerrar isso? – quase implorei.
  ― Não, >, eu quero entender tudo isso, eu quero entender porque meu pai fez isso, quero entender porque você cedeu a isso, entender o que meu tio tem haver com isso. >, você não vê? Estou mais perdido que cego em tiroteio, e sem você pra me explicar vou ficar perdido o resto da vida. – suas bochechas queimaram novamente, me deixando balançada.
  ― não exagera também, eu só não estou um momento propicio a falar sobre isso. Eu acabei de presenciar uma briga entre seu pai e seu tio, acabei de levar um soco bem no rosto, de ouvir uma ‘pá de coisas e estou mais confusa do que você. – revidei.
  ― Um soco? Foi meu pai, não foi? – sua cabeça se abaixou e suas mãos passearam pelos seus cabelos.
  ― Foi um acidente, ele não queria. – desviei o olhar. – O que veio fazer aqui?
  ― Vim falar com Zayn, mais te vi aqui e aproveitei para conversar com você. – seus olhos percorreram meu corpo. – Por favor, me explica? – seus olhos imploravam por uma explicação.
  ― Olha, , seu pai sempre teve desejo por mim desde que me apresentou a família, o jeito de se aproximar de mim foi me assediando e em partes eu acabei desenvolvendo um sentimento por ele e, enfim, deu no que deu e agora não quero mais isso pra mim, não acho certo estar com você e ele ao mesmo tempo. – encarei meus dedos, temendo olhar para ele.
  ― Quantas vezes isso aconteceu? – seus olhos continuaram a me fitar.
  ― Muitas. – senti um leve calafrio.
  ― E quanto ao Zayn? – senti meu corpo petrificar completamente, eu realmente não queria responder isso.
  ― Apenas amigos, nunca aconteceu nada. – mais uma vez mentindo para ele, sinceramente minha vontade era de sumir.
  ― Muito bem, e como você acha que estou me sentindo agora? – sua expressão era séria.
  ― Com raiva, como mais estaria? – respondi logo.
  ― Não, sabe o pior de tudo, >? É que eu consigo te amar depois de tudo isso, não consigo sentir raiva ou coisa do tipo, isso me dói mais do que saber disso tudo.- senti meu nariz dar uma leve ardência e meus olhos encherem de lágrimas.
  ― , me perdoe, mas eu não posso voltar pra lá sabendo que isso pode voltar a acontecer e me sinto um lixo por isso. Me desculpe. – não contive as lágrimas.
  ― Eu te perdoo, , mais não sei se vou aguentar ficar longe de você. – seus olhos brilharam.
  ― Me dê um tempo, preciso descansar a mente. – segurei em suas mãos e ele logo apertou as minhas, forte.
  ― O tempo que você quiser, meu amor. – seu sorriso se estendeu de orelha a orelha. – Agora vou indo, fica bem. – ele se curvou e me deu um beijo de surpresa.
  ― ... deixa.
  Me levantei e sorri de canto para ele, seus passos calmos foram até a porta, mas ele parou e se virou, podia jurar que ele queria me dizer algo, mas virou-se novamente, adiantando os passos para ir embora, acenando apenas um tchau para Zayn, abriu a porta com velocidade e o vi sumindo. Me joguei no sofá ao lado de Zayn, apoiando minha cabeça em seu ombro e soltando um suspiro de desabafo. Olhei em seus olhos que estavam cansados por conta do sono, ou pelo remédio que eu o dei para dor que sentira, umedeci meus lábios, soltando mais um suspiro, seus braços me envolveram com conforto, me deixando aliviada.
  ― Não sei o que eu estaria fazendo se não fosse você pra me ajudar. – acariciei sua mão.
  ― Vou estar sempre aqui baby, você sabe disso, agora se acalma que tudo isso vai passar. – depositou um beijo sobre minha cabeça.

[...]

  O ribombar de um trovão é o meu despertador, olhei no relógio e já eram quase 7 A.M, me levantei percebendo que havíamos dormido no sofá e logo senti uma dor terrível nas costas. Uma brisa forte e gelada percorreu o cômodo, me fazendo sentir arrepios, corri até a janela para fecha-la entes que a chuva invadisse a sala, fui até o quarto de Zayn e peguei uma de suas blusas de frio, vestindo-a para me aquecer. Já na cozinha, arrumei algumas coisas que estavam fora do lugar e logo preparei um café, ainda podia sentir meus olhos pesados por conta de tantas lágrimas que derramei naquela noite, minha bochecha já não doía mais e evitei o máximo possível me lembrar dos acontecimentos.
  Escorada na entrada entre a sala e cozinha, observava Zayn dormindo, todo encolhido no sofá, seu cabelo emaranhado e sua boca entreaberta, sua barriga fazia movimentos lentos, sua respiração parecia estar profunda, suas mãos estavam entre as pernas encolhidas. Caminhei até ele sentando na ponta do sofá, passei minha mão em seus cabelos o fazendo suspirar e abrir os olhos lentamente, não queria o acordar, apenas queria que ele fosse para cama, mais não deu muito certo. O sorriso tomou conta de seu rosto e logo sumiu ao ouvir mais um estrondo do trovão.
  ― O que tem contra trovões? – perguntei, rindo.
  ― Tudo, não gosto deles, eles me assustam. – seu olhar era amendrontado.
  ― ‘Oh, não sabia disso, mas não se anima, pois parece que essa chuva não vai parar tão cedo. – lamentei e ele sorriu.
  ― E o que vamos fazer nesta sexta-feira chuvosa? – sua voz soou dengosa.
  ― Podemos ver filme, ou você pode perder de mim no vídeo game, podemos jogar twister ou podemos jogar banco imobiliário. – sua gargalhada soou doce. – Ou, podemos sair tomar um banho de chuva e entrar molhados nas lojas, o que você acha? – gargalhamos juntos dessa vez.
  ― Eu acho que você é uma doida, e também, acho melhor ficarmos em casa vendo algum filme, pois tomar banho de chuva não é uma boa opção, além de que ficar resfriado é horrível. – mais um susto ele tomou com o trovão.
  ― Bem pensado. – senti um cheiro de fumaça e me lembrei do café e sai correndo para a cozinha.

  Na minha opinião, ter um café da manhã com o Zayn do lado era muito bom, ele alegrava qualquer um que estiver em sua companhia, ele fazia suas palhaçadas e as vezes me perguntava se sua idade era mesmo vinte e um, pois ele parecia ter uns dezesseis. Assim que terminamos o café, eu fui tomar um banho enquanto ele fazia o mesmo, porém em seu banheiro, não gastei meu tempo no banho para refletir sobre as coisas, minha noite já havia sido turbulenta demais e eu não queria que meu dia fosse também.
  Terminei o banho e logo fui me vestir, com um blusão e uma calça moletom me senti a vontade como na casa da minha mãe, penteei meus cabelos e fui até a sala, sentei no sofá a espera de Zayn e procurei alguns filme para vermos. A lista era enorme e eu estava indecisa entre comédia ou terror, Zayn chegou e acabamos com a nossa dúvida, iriamos assistir terror em plena sexta-feira de chuva forte e trovões estrondosos. Preparamos a pipoca e nos preparamos para o filme que se chamava “A Filha do Mal”, senti medo apenas pelo nome, imagina quando começasse o filme. O filme era como um documentário, o que aumentava mais a minha aflição. Falava sobre uma filha que visitou sua mãe em uma clinica psiquiátrica em busca de seu exorcismo, os trovões fortes aumentavam ainda mais nosso medo e Zayn quase desistiu de ver o filme por conta disso.

  Assim que o filme acabou ficamos paralisados no sofá, não queríamos nem por os pés no chão, ouvi meu celular tocar, mas não queria atender, vai que era algum demônio que havia incorporado. Levantei-me depressa e quando vi na tela era minha mãe, sorri ao ver e atendi com pressa.
  ― Oi mãe, que saudades. – disse empolgada.
  ― Oi minha filha, também sinto sua falta. Como estão as coisas por ai? Como vai o ? E o casamento? – era como se ela já soubesse de tudo o que havia acontecido.
  ― As coisas vão bem, ele vai bem, tudo está bem. E por aí? – fugi do assunto.
  ― Alice está com pneumonia, ficou internada no hospital da cidade, felizmente seu quadro de saúde está estável. – sua voz não estava muito boa e senti como seu me faltasse o chão.
  ― ‘Oh mãe, eu vou até ai, preciso ver vocês. – respondi.
  ― Não precisa minha filha, se algo piorar eu te ligo avisando, não se preocupe. – ela manteve a calma.
  ― Não precisa mesmo, mãe? Tem certeza? – insisti.
  ― Sim, agora vou indo, se cuida meu bem, te amo. – sem que eu pudesse responder a ligação caiu.

  Zayn me encarou, esperando que eu dissesse algo, sentei-me ao seu lado e contei o que havia acontecido, seus braços me envolveram, e suas palavras “vai ficar tudo bem” me mantiveram calma o resto do dia.

  Enquanto fazíamos o almoço, Zayn parou e ficou me encarando algum tempo, fiquei sem entender o motivo disso e o encarei também, pensei ser algum tipo de brincadeira idiota dele, nas quais eu sempre caia, mas não foi bem assim. Pude ver seus lábios se abrirem várias vezes secos para dizer algo, mas alguma coisa o impedia. Comecei a ficar preocupada e confusa, não sei o que ele queria e também não queria perguntar por medo do que ele iria dizer. Voltei minha atenção para o que eu estava fazendo e logo escutei o som da sua voz calma e rouca.
  ― Preciso te dizer uma coisa baby. – senti meu coração congelar.
  ― Achei que estava com problemas, abriu a boca dez mil vezes e não disse nada. – gargalhamos.
  ― Não baby, é sério. – sua expressão mudou rapidamente.
  ― Então diz meu bem, estou toda a ouvidos. – sorri.
  ― Eu terminei com Sarah por sua causa. – o vi umedecer os lábios e eu engoli seco.
  ― ‘Oh meu Deus, destruí um relacionamento. – me senti aflita.
  ― Não, não foi você, bom, na verdade por partes. – seus braços se cruzaram e seus olhos me fitaram.
  ― Me explica tudo de uma vez, estou ficando nervosa. – o encarei de volta.
  ― Tudo bem, é que eu meu apaixonei por você e quando soube o que Liam fazia com você, eu senti ódio dele. Baby, me desculpe te falar isso agora, mas é que eu precisava desabafar. – ele se aproximou, colocando as mãos em meus ombros enquanto eu o encarava estática.
  ― Me sinto mais perdida que os atores de Lost, Zayn, você me confunde. – respirei fundo.
  ― Me desculpe por isso, mas vamos fingir que nada aconteceu e começar tudo de novo? – um sorriso surgiu em seu lábios, me fazendo sorrir instantaneamente.
  ― Tudo bem, mas não ouse falar disso novamente. – soltei um suspiro e logo me surpreendi com o beijo veloz que Zayn me deu.

Capítulo 13

  O telefone toca, são 3:45 A.M , me levanto indo até a sala atender, mas Zayn já havia feito isso, me sentei no braço do sofá e o esperei, chovia desde semana passada, olho para ele que não está com uma expressão muito boa, passando a mão sobre a cabeça. ele desliga o telefone perplexo e sem reação.
  ― O que foi? O que aconteceu, Zayn? – perguntei me aproximando dele.
  ― O meu tio Mark morreu. – fiquei sem saber o que fazer.
  ― Oh, meu Deus! Meus pêsames. – abracei ele de imediato e senti que ele estava chorando. – Como aconteceu? – o ver chorando era de partir o coração.
  ― Ele dirigia bêbado, desviou de um animal na pista e capotou o carro. – enxuguei uma lágrima que caia de seu rosto. – Eu sempre disse para ele que isso acabaria mal. – sua voz já estava bastante embargada.
  ― Ei calma, pense que agora ele está em um lugar melhor. – o acalmei fazendo carinho em seus cabelos.
  ― Eu preciso ir pra Inglaterra, o velório será amanhã cedo. – ele correu até seu quarto.
  ― Mas agora? Não tem voo a essa hora, meu amor. – corri atrás dele.
  ― A gente dá um jeito, peço algum jatinho para nos levar. – abriu a porta do guarda-roupas a procura de uma camisa.
  ― Tudo bem, vou me trocar. – corri até meu quarto para vestir uma roupa.

  Me arrumei em menos de dez minutos, Zayn já estava na sala e falava ao telefone, pelo que entendi, o jatinho iria nos pegar na garagem dos Paynes, pois iria levar todos da casa de Liam também, no momento nem me preocupei com as brigas, era um momento delicado e eu evitaria o máximo trazer confusões para ambos os lados. Zayn pegou a chave de seu carro e descemos direto para a garagem buscar o carro, fomos o mais rápidos que pudemos porque o jato não demoraria muito a chegar lá.
  Alguns minutos depois já estávamos na garagem, Zayn estacionou o carro e segurando minha mão correu para dentro do jato e já estavam todos lá. Isabel abraçava e chorava bastante, Liam estava com a cabeça deitada no ombro de Sophia e parecia bastante abatido, abracei , Isabel e Sophia, Liam me cerrou com os olhos e eu apenas apertei a sua mão para não ser mal educada. Todos já estavam com os cintos pronto para que o piloto pudesse decolar, sentei entre e Zayn, que seguraram minha mão ao mesmo tempo quando o jato decolou.
  Senti alguém me cutucar, já estávamos na Inglaterra, tirei meus cintos e me levantei, me ajeitando, desci logo depois de Isabel, o carro da família já nos esperava do lado de fora da pista de decolagem e pouso. Ainda estava com bastante sono, dei alguns tapinhas em meu rosto para me despertar e segui caminho até o carro.

[...]

  Os Payne’s eram uma família grande, com muitos tios e tias, primos, irmãos, se eu fosse contar todos ficaria o dia todo, além da família, os amigos da família também se encontravam no local. A medida em que fomos nos aproximando, os olhares de todos se voltaram para nós, como se só nós faltássemos para chegar ao velório, eu me sentia uma intrusa, afinal, eu não era mais da família. Ao ficarmos cara a cara com os pais de Liam e Zayn, pudemos ver a tristeza em seus olhares, todos se cumprimentaram e abraçaram-se e a mãe dele já foi se pronunciando.
  ― Muito obrigada por ter vindo, você é a? – perguntou, se referindo a mim.
  ― Sou , uma a... – fui interrompida pelas palavras estúpidas de Zayn.   ― Minha namorada. – sua mão envolveu minha cintura, me puxando para mais perto.
  ― Mas não era do ? – Isabel perguntou.
  ― Sim, agora é minha. – tirei as mãos de Zayn da minha cintura e sai dali o mais depressa possível. – ! – ele me gritou, mas não dei ouvidos.
  ― Zayn, você está ultrapassando de todos os limites. – pude escutar Liam dizer com raiva, não quis ficar lá para saber o final disso.   Zayn estava ficando completamente louco, ele sabia o que isso daria e sabia muito bem que era mentira, sai correndo em direção a saída da mansão da família e fui me afastando cada vez mais, chega, eu não queria mais passar por tudo isso, eu precisava tomar uma atitude inteligente. Tomei o primeiro táxi que vi na frente e pedi para que me levasse ao aeroporto, ia dar um jeito de comprar uma passagem direto para a casa da minha mãe.

  Parecia até uma cena de filme, estava com a cabeça escorada no vidro da janela do carro, chorando como criança quando não ganha doce, as ruas estavam bastante movimentadas, muita gente bonita, queria muito poder ficar para conhecer o lugar, mas dessa vez Zayn fez questão de estragar as coisas, pela primeira vez não foi Liam que fez algo. Alguns longos minutos depois estávamos no estacionamento do aeroporto, paguei ao motorista e logo entrei no aeroporto, procurando aonde comprava a passagem.
  Comprei uma passagem só de ida para minha cidade, estava me sentindo muito bem com isso, o voo sairia as 10 A.M, e ainda eram 8:23 a.m. Andei a procura da praça de alimentação, estava com bastante fome, afinal não havia tomado café. Fui em uma cafeteria que havia ali, fiz meu pedido e esperei em uma mesa, meu celular tocava sem parar, as vezes era ou Zayn, mas nenhuma de Liam. Desliguei meu celular a fim de ter sossego, meu pedido havia chegado e tudo o que eu queria era comer, parecia que não comia a anos de tanta fome que tinha.
  ― Não comeu antes de sair? – uma voz bastante conhecida soou atrás de mim, me virei de imediato.
  ― Eu sabia que tinha algo de errado em você não me ligar. – seus olhos estavam vermelhos como os de quem levou um soco.
  ― Sou o único que ao invés de te ligar que nem louco, te rastreio pelo celular, isso é tão simples. – deu um breve sorriso. – Você e Zayn não estão namorando, estão? - estava começando a achar que ele e Zayn caíram na porrada novamente.
  ― Claro que não Liam, eu não acredito que você teve coragem de me perguntar isso. – me virei, voltando a morder meu folhado.
  ― Me desculpa, mas é que eu fiquei confuso com isso tudo e ah. – suspirou passando a mão sobre seu rosto levemente machucado e reclamou logo após.
  ― Brigaram de novo, não é? – levantei seu rosto pelo queixo, analisando-o.
  ― Sim. – sua voz soou rouca.
  ― Vocês não tem jeito mesmo, parecem duas crianças. – dei um gole em meu café.
  ― Olha, me perdoe por tudo o que te fiz, acho que você sabe o porquê disso e... isso é tão confuso e ridículo. – senti que ele estava nervoso. – Não vai embora, por favor, eu prometo te deixar em paz, eu compro um apartamento pra você morar sozinha, ser livre como sempre quis, mas por favor não se afasta... – o interrompi.
  ― Liam, chega, você acha que pode me comprar? Acha mesmo que eu vou conseguir ter paz sabendo que tenho vocês perto de mim? Eu já estou cansada disso tudo, eu vou embora pra minha cidade e pretendo nunca mais voltar. – cuspi tudo aquilo sem arrependimento. – Vocês só me trouxeram um inferno em minha vida, isso que é a verdade. – bati a mão na mesa, chamando atenção de algumas pessoas.
  ― , chega, tudo bem, está tudo bem. Não vou insistir mais, vou embora, vou deixar você seguir livre, acho que será melhor assim pra você, certo? – apertou a ponta do nariz, procurando calma.
  ― Assim está perfeito. – sorri com êxito.
  ― Tudo bem. – ele comprimiu os lábios, pude ver seus olhos se enchendo de lágrimas.
  ― Liam... – minha voz soou fraca, estava sentindo como se estivesse caindo, meu corpo todo estremeceu, eu já não enxergava mais nada e muito menos ouvia, sem mais forças senti que desmaiei.

[...]

  Acordei sem saber onde estava e o que havia acontecido, olhei a minha volta e não via ninguém, apenas cortinas brancas que me cercavam, em minha mão havia uma agulha que com ajuda de um tubinho levava soro para minhas veias, minha boca estava seca e eu precisava de água. Vi uma campainha um pouco acima da minha cabeceira, me esforcei um pouco mais e consegui apertar, sem demora já havia enfermeiro ao meu lado.
  ― O que estou fazendo aqui? – perguntei ainda fraca.
  ― Você desmaiou, ficou por muito tempo assim, dai seu pai, eu acho, te trouxe para o hospital. - dito isso, logo me deu um sorriso de canto.
  ― Meu pai? Meu pai morreu faz dez anos. – rebati, achando estranho.
  ― Então... agora fiquei confuso, vou chama-lo aqui. – ele saiu com passos apressados.
  Estava sentindo muita dor, me encolhi na cama tentando achar alguma maneira de fazer a dor cessar, assim que me virei vi Liam vindo com um sorriso ao me ver acordada, eu acho.
  ― Ei, como está se sentindo? – sua mão acariciou meus cabelos.
  ― Bem, eu acho, o que aconteceu? – perguntei novamente, não satisfeita com a resposta do enfermeiro.
  ― Você desmaiou lá no aeroporto, como demorou muito para acordar resolvi te trazer para o hospital mais próximo, eles estão fazendo um exame em você, já, já sai o resultado. – olhei para a agulha em minha mão novamente.
  ― Por quanto tempo fiquei desmaiada? – perguntei sem olhar para ele.
  ― Uma hora mais ou menos. – o encarei, achando isso estranho.
  ― Isso incomoda, não posso tirar? – disse me referindo a agulha.
  ― Por enquanto não. – ele lamentou. – Você quase me matou do coração, meu amor, como fiquei preocupado. – sua expressão se transformou em tristeza, desviei o olhar tentando não me abalar com algumas palavras.
  Ele se afastou, sentando-se em uma poltrona que havia ao lado da cama.

  Alguns longos minutos depois, já havia acordado do cochilo que tirei por conta do remédio, logo o enfermeiro veio até nós com alguns papeis na mão e sorridente, pelo visto foi só um susto, ainda bem, já poderia ir para casa e me ver longe de todos. Me sentei na cama pronta para esticar a mão para que ele tirasse o soro de mim, Liam se levantou, chegando mais perto. O enfermeiro se pronunciou:   ― Enfim, felizmente isso foi apenas um susto, uma queda de pressão muito normal em seu estágio.
  ― Que estágio? – Liam e eu perguntamos ao mesmo tempo.   ― Você não sabia? – o enfermeiro respondeu.
  ― Sabia do quê? – Liam deu alguns passos até ele.
  ― Você está gravida de um mês e meio. – senti o mundo caindo a minha volta, Liam me olhava sem acreditar no que o enfermeiro havia dito, não podia ser possível.
  ― GRÁVIDA?

Capítulo 14

  Liam andava de um lado para o outro com uma das mãos em sua testa, enquanto ele pensava e repensava sobre isso em pé, eu quase entrei em colapso sentada na cama. Ainda no soro, esperava o médico me dar alta, eu ainda queria ir embora e, agora mais do que nunca, precisava da minha mãe, eu precisava contar tudo a ela. O médico se aproxima com algumas folhas em sua prancheta, creio que seja minha alta, trocou algumas palavras com Liam e logo nos liberou. Andei depressa deixando um Liam para trás que me alcançou quando eu já estava na entrada do hospital de braços cruzados esperando um taxi.
  ― Não vou deixar você ir embora sozinha. – o ignorei. – , estou falando com você.
  ― Liam, eu já estou confusa demais eu preciso ficar sozinha.
  ― Eu não vou deixar você, eu vou com você para a casa de sua mãe. Não ficarei em paz até saber que você está bem durante esse percurso. – seus braços me envolveram me apertando como um abraço.
  ― Tudo bem Liam, mas assim que chegarmos lá, quero que você vá embora.
  Ele assentiu com a cabeça e fomos em direção ao carro, já havia perdido a hora do voo no qual tinha comprado a passagem, Liam então decidiu que íamos com o jatinho da família. Apressamo-nos antes que mais alguém pudesse chegar e nos ver, eu não queria mais confusão do que tudo o que já causei. Sentei um pouco longe de Liam, queria pelo menos pensar sem sentir o seu cheiro que sempre me tira do sério.
  Enfim Bronxville, senti a brisa gelada tocar em meu rosto assim que desci do carro, estava parada em frente ao portão da casa da minha mãe, senti certo medo ao entrar, mas não hesitei entrando na frente de Liam.
  ― Mãe? – a chamei enquanto terminada de abrir a porta. – Mãe? – mais uma vez e sem resposta.
  ― Será que não tem ninguém? – Liam disse vindo logo atrás de mim.
  ― ? – uma voz soou de algum cômodo.
  ― Mãe. – apressei meus passos indo até onde ela estava dando um abraço bem forte nela.
  ― Oh minha querida, que saudades. – ela me olhava e me beijava no rosto. – Como você está? Está de férias? Quero saber de tudo. – a cada palavra dela meus olhos já iam se enchendo de lágrimas.
  Eu não queria desabar agora, não perto dela, e muito menos na frente de Liam que nos observava na porta.
  ― Precisamos conversar mãe. – funguei algumas vezes para não deixar a lágrima cair.
  ― Claro. – ela me abraçou novamente avistando Liam a porta. – O que ele está fazendo aqui? – sua feição mudou completamente, ela não gostava do Liam.
  ― Ele me trouxe até aqui, é uma longa historia mãe. Podemos ir até a cozinha? – ela assentiu e caminhou até lá. – Vem, Liam.
  Caminhamos até a cozinha, minha irmã não estava em casa, presumo que estivesse na escola, nos sentamos à mesa, mamãe passava o café. Liam não disse nada em momento algum apenas observando atentamente a tudo o que conversávamos. Assim que minha mãe sentou junto a nós, eu respirei fundo e tomei a liberdade de contar o que aconteceu nessas últimas vinte e quatro horas em que estava em Nova York/Inglaterra.
  ― Sinto muito pelo seu tio, Liam. Espero que fiquem bem. – as mãos de minha mãe tocaram as de Liam em forma de carinho.
  ― Obrigado, espero o mesmo. – Liam abaixou a cabeça, sem querer encostando onde estava machucado reclamando em seguida.
  ― O que aconteceu com seu rosto, querido? – minha mãe se preocupou de certa forma.
  ― Briguei com meu irmão. – ele estava sem graça com tudo isso.   Senti meu estomago embrulhar com o cheiro do café, isso não podia acontecer em frente a minha mãe, como eu iria explicar? Era só algo que comi estragado? Não seria uma má ideia, mas eu não conseguiria mentir para ela, aprendi a contar a verdade desde criança. Não aguentei segurar por muito tempo, corri em direção ao banheiro trancando a porta, a ânsia era muito forte e era quase impossível não fazer barulho. Quando voltei para cozinha minha mãe cuidava do ferimento de Liam, escorei na entrada observando aquela cena, ela não conseguia ser ruim, isso posso dizer que puxei dela. Os dois conversavam sobre algo e quando me viram logo se calaram, não gosto de segredos.
  ― Do que vocês falavam? – sentei-me ao lado de Liam.
  ― Esse rapaz te ama minha filha. Eu sinceramente não sei o que dizer. – ela se afastou indo até a lixeira.
  ― Liam, eu não acredito que fez minha mãe acreditar nessas mentiras. E afinal, você me disse que iria embora.
  ― me desculpa, mas eu precisava dizer isso. Ela precisa saber o real motivo de eu estar aqui com você, ela precisa saber que eu te amo e tenho que cuidar de você, ainda mais nesse seu momento delicado. – minha mãe me encarou, ela ainda não sabia da gravidez.
  ― Como assim momento delicado? o que me esconde?
  ― Você é um idiota Liam. – o cerrei com os olhos voltando para minha mãe. – Mãe eu não sei como dizer isso. – esfreguei minhas mãos em minha calça secando o suor. – Eu acabei de descobrir que estou grávida de um mês e meio. – desviei o olhar temendo sua reação, que foi a mais improvável possível.
  ― Eu vou ser avó? – um sorriso tomou conta de seu rosto. – já sabe disso? – ela me abraça feliz.
  ― Então, é ai que vem a parte complicada. – me afastei.
  ― Como assim? – Liam nos olhava sem reação, mas pronto para intervir em qualquer coisa.
  ― O filho não é do . – comprimi os lábios fechando os olhos pronta para ouvir qualquer coisa.
  ― Eu não estou entendendo . – ela se sentou.
  Ouvi um barulho da porta se abrindo e uma voz suave, era , chamei fazendo-a correr até mim me abraçando. Senti minhas lágrimas escorrerem ao abraçá-la e lembrei-me de quando ela estava no hospital doente. Ela olhou para Liam e o abraçou, sua inocência me encanta, Liam deu um breve sorriso a pegando no colo enquanto minha mãe nos encarava ainda aguardando respostas.
  ― vá tomar banho minha filha, mamãe precisa conversar com . – assentiu indo para seu quarto. – Ainda espero sua resposta.
  ― O filho é meu. – Liam se pronunciou me deixando surpresa.
  ― Como? – eu e minha mãe dissemos juntas.
  ― Pode dizer a ela. Mais cedo ou mais tarde ela ficaria sabendo, não vamos prolongar essa espera. – ele falou o mais calmo possível.
  ― Você já foi longe demais. – disse nervosa.
  ― Eu só quero a verdade. – minha mãe disse nos encarando. – Vocês são lindos juntos, mas, Liam, você é casado, tem uma família formada, uma estabilidade financeira, e iria querer mesmo ver seu rosto sendo estampado em todos os jornais por conta de um filho com a namorada de seu filho? – não sei de onde ela tirou isso tudo, mas eu me senti intimidada por ela.
  ― Eu faria qualquer coisa pela , eu a amo e não deixaria ela escapar. – o encarei novamente surpresa.
  ― Mesmo Liam? Você tem idade para ser o pai dela, e não um marido ou namorado. Você assumiria mesmo isso tudo? Largaria sua esposa por ela? Deixaria tudo para trás? O que você construiu? – Vi Liam abaixar a cabeça, suas bochechas coradas.
  ― Sim, eu realmente a amo e largaria tudo por ela. – sentei-me sem acreditar naquilo tudo.
  ― Bom , agora é com vocês. – minha mãe sai da cozinha, me deixando sozinha com Liam que me olhava esperando alguma resposta.
  Escorei meus cotovelos na mesa apoiando as mãos em meu rosto, eu tentava digerir tudo aquilo que Liam e minha mãe acabaram de discutir, eu sinceramente nunca imaginaria isso. Pensei em Zayn, eu não queria ter que me afastar dele por causa do Liam, e o , como eu diria isso tudo a ele? Mas pensei na Sophia e Isabel, em como elas ficariam furiosas com isso. Eu não estava preparada física, mental e psicologicamente, eu não queria isso agora. Esse filho não era de Liam, eu sentia isso dentro de mim, eu não queria ter esse filho, não nesse meio confuso que minha vida está agora. Pego meu celular que vibra dentro do bolso de minha jaqueta, era Zayn, atendo de imediato saindo até a frente da casa, queria conversar sem que ninguém ouvisse.
  ― Olha só, você é idiota ou o quê? Como você teve coragem de dizer aquilo na frente de todos, como você estraga minha vida assim? Eu te odeio. – disse tudo de vez sem que ele pudesse dizer algo.
  ― ? – minhas lágrimas rolaram de raiva. – Me desculpa, está tudo bem? Estou preocupado com você, eu tive um pressentimento ruim, preciso saber como você está. Liam te fez algo? fala comigo. – Podia ouvir o desespero dele do outro lado da linha.
  ― Zayn, acabou. – disse entre soluços. – Minha vida, acabou.
  ― O que? Como assim baby, me explica isso direito? Onde você está? Eu preciso te ver, te pedir perdão.
  ― Você não vai mais me ver Zayn, eu não voltarei mais. Vou criar meu filho aqui em Bronxville sozinha.
  ― Filho? Como assim? ? – minha vontade foi de desligar o celular.
  ― Estou grávida Zayn, e confusa. Infelizmente fui burra me deixando levar pelo desejo e agora não sei quem é o pai. – me senti um lixo por isso.
  ― , me fala onde você está meu amor? – sem escutar o que ele disse, desliguei o telefone.
  Entrei enxugando as lágrimas, Liam estava no sofá encarando suas mãos, minha mãe ainda estava no quarto com , me sentei em frente a Liam o encarando. Não sabia o que fazer, não sabia ao que recorrer, eu estava completamente perdida em um caminho que talvez não tivesse volta.
  ― Estou disposta a uma coisa. – disse fazendo com que Liam voltasse a atenção a mim.
  ― Atenderei a qualquer que seja sua escolha.
  ― Certo. – respirei fundo tomando coragem, eu estava mesmo disposta a isso, iria me arriscar. – Eu quero tentar ficar com você e se isso for um sacrifício pra você, eu desejo desde agora que você vá embora.
  Seus olhos brilharam, eu não sabia ao certo descrever qual a emoção que ele sentia quando ouviu isso, mas sua reação foi me abraçar e me beijar imediatamente.

Capítulo 15

  Na casa dos Payne’s, eu arrumava todas as minhas coisas e colocava-as em malas, aquele quarto não iria me pertencer mais, nem algo daquela casa, as minhas mãos estavam trêmulas, não sei bem o porquê, mas acho que era pelo fato de ver que tudo isso iria acabar, eu não veria mais o , nem Zayn, que apesar de tudo, eu ainda considerava meu melhor amigo. Quando o último item estava dentro da mala, escutei Liam abrir a porta e vir em direção a mim, me abraçando pela cintura, suas mãos envolveram minha barriga em sinal de carinho, e por um momento, eu realmente estava com medo dele não ser o pai, mas eu não saberia até fazer o exame.
  ― Eu queria te dizer uma coisa. – ele sussurrou com seu queixo escorado em meu ombro.
  ― Diz.
  ― Essa casa toda será nossa, você não precisava arrumar tudo, só se for para levar para o nosso quarto. – senti um pesar nas palavras “nosso quarto”.
  ― Não dormirei em um quarto onde você viveu com a Sophia. – rebati.
  ― Não sua boba, teremos o nosso quarto, aquele ficará para hóspedes. – me afastei um pouco pensando por um momento, eu não tinha certeza se realmente queria isso.
  ― Liam, eu ainda tenho medo de você dar o braço a torcer, isso pode acabar com sua reputação.
  ― Eu não ligo, , a quanto tempo estamos nisso? Eu não quero mais brigar por conta disso, não quero mais me esconder, eu cansei de fazer as coisas por debaixo dos panos. – um sorriso surgiu em seu rosto enquanto ele me beijava. – Agora será só eu e você.
  ― E seja o que Deus quiser. – murmurei para que só eu escutasse enquanto sorria fraco para Liam.
  Parei de arrumar minhas coisas seguindo Liam até onde seria nosso novo quarto, eu ainda estava nervosa, parecia uma coisa nova, parecia que eu tinha acabado de conhecê-lo. Ao ver a porta se abrindo, vi um quarto enorme e lindo, as paredes eram num tom champanhe, umas partes da parede era como rendas, a cama era grande o suficiente para nós dois, digamos que caberia umas cinco pessoas nela, na cômoda ao lado tinha um porta retrato com um foto que tiramos em um jantar de família no Natal.

  “... Estava uma correria, todos me chamavam para tirar fotos, eu estava um pouco tonta, mas já havia parado de beber. Senti alguém puxar minhas mãos me levando há algum lugar, vi todos sorrindo a volta, estavam felizes assim como eu.
  ― Vamos , tire uma foto comigo? – Liam me perguntou sorrindo, seus olhos brilhavam e ele parecia estar tonto também.
  ― Claro, vem. – seu braço envolveu minha cintura me apertando de certa forma, sorrimos como crianças e eu estava realmente feliz.
  ― Digam “Feliz Natal”. – o fotógrafo disse e assim fizemos.
  Não nos importamos muito em como havia ficado a foto, era festa, era um momento de alegria e só queríamos nos divertir...”

  ― Eu me lembro desse dia perfeitamente. – ele sorriu enquanto olhava a foto.
  ― Estávamos felizes. – murmurei para mim mesma.
  ― Temos tudo pra ser agora, vou fazer de tudo pra ser perfeito.
  ― Sem perfeições Liam, tudo que é perfeito um dia acaba, quero coisas simples, gestos simples, por favor. – senti meu estômago revirar. – E você ainda precisa falar com todos, não se esqueça disso.
  Ele apenas assentiu saindo lentamente do quarto e mais uma vez eu senti um peso em minhas costas. De certa forma eu amava o Liam, mas estava com muito medo do que poderia acontecer, todos passariam a me odiar mais do que já me odiavam.

**

  Escutei as portas baterem e uma gritaria vir de encontro ao meu quarto, eu não estava preparada para discutir agora, mas talvez seria necessário, meu coração batia forte ao escutar a voz de , isso foi o fim, abri a porta indo em direção aos gritos e me deparei com Isabel jogando tudo nas suas malas, Sophia estava calma, o que eu estranhei muito, e chorava, bastante.
  ― Hm, oi. – disse de cabeça baixa, não ousei olhar em seus olhos momento algum.
  ― Não. – o analisei e no momento ele apenas deixou que as lágrimas corressem. – Não acredito que fez isso. Como eu pude ser tão idiota a ponto de não perceber? – disse entre soluços e senti um bolo em minha garganta. – Não seria mais fácil ficar com meu tio? Doeria menos.
  ― , olha, eu... – Sophia chegou perto de mim e eu tremi, não sabia o que me aguardava.
  O bolo em minha garganta só piorava e eu não conseguia mais falar nada, apenas sentia as lágrimas rolarem na minha bochecha, estava completamente sem reação e mais nervosa ainda pelo olhar de Sophia sobre mim. Era uma mistura de ódio e dó, e eu daria tudo para poder saber o que ela pensava no momento. Minhas vistas já estavam embaçadas e a única coisa que senti foi um tapa estalar em meu rosto e palavras saírem da boca de Sophia.
  ― Você é um lixo, e sinto lhe informar, que foi a mim que ele amou primeiro. – suas palavras caíram como uma ancora sobre mim.
  ― M-m d-desc... – ela me interrompe.
  ― Pode ficar com isso tudo para você, eu tenho muita sorte de realmente não precisar disso. Minha família é bem rica, se foi por isso que você engravidou do Liam. – vi se levantar e sua feição mudar de choro à raiva.
  ― Grávida?
  ― Não foi por culpa minha, eu juro. – digo entre soluços.
  ― Já chega, parem de atazaná-la, vão embora eu já não pedi? – Liam chega gritando fazendo com que eles se assustassem.
  ― Vou com prazer e juro nunca mais por os pés nesse lugar. Venha meu filho, você não merece passar por isso. – suas mãos pegaram na de levando-o para longe da gente.
  Isabel desceu logo depois se despedindo de Liam, a única, me olhando com desdém, mas não me direcionou nenhuma palavra. Todos se foram, não sei para onde, não fazia ideia nenhuma e não queria saber, agora seria eu e Liam, e esse bebê que estava por vir que nem sabia quem era o pai.
  ― Venha aqui meu bem. – disse ele limpando as lágrimas que ainda escorriam pelo rosto. – Ninguém mais vai te machucar. – seus braços me envolveram em forma de carinho e isso era tudo o que eu precisava agora.
  ― Ninguém nunca vai entender. – suspirei sentindo meu estomago embrulhar. – Agora não querido, não é o momento. – disse olhando para minha barriga e Liam sorriu.
  Corri até o banheiro colocando tudo para fora, o que aconteceu na sala me deu enjoo, realmente, e talvez assim eu ficasse melhor.

  A noite chega, Liam havia pedido que eu me arrumasse, pois iríamos sair para jantar. Pela primeira vez, era só nós dois sem olhares nos intimidando. Eu ainda estava pensando na questão da empresa, tinha certeza que Isabel e Sophia colocariam em tudo quanto é jornal e se tornaria um inferno. Não queria nem pensar nessas coisas para não acontecer, na maioria das vezes tudo o que você pensa acontece. Eu estava sentada na ponta da cama, olhando as mensagens desesperadas de Zayn em meu celular, eu não iria respondê-lo, eu não poderia fazer isso, senão mais uma vez ele e Liam cairiam na porrada e eu não suportaria ver Liam ou Zayn machucados novamente.
  , por favor, me dê algum sinal, eu estou preocupado com você.”
  “Aonde você estaaaa? Eu vou matar o Liam!!!”
  “Não faça isso comigo, meu amor, não fique com ele.”

  Eu li todas e apenas apaguei, eu precisaria mudar de número, e teria que passar somente para minha mãe e Liam, não sei ao certo se passaria para , eu ainda não conversei com ela e não sei como ela reagirá a isso. Era como se ela soubesse que eu queria conversar com ela, meu celular toca, seu nome na tela, não hesitei e logo atendi.
  ― Amiga pelo amor de Deus, você já entrou na internet hoje? – seu tom foi preocupante.
  ― Não... hm... Oi , eu não quero ver, já imagino o que seja. – engoli seco, eu não queria realmente falar sobre isso agora.
  ― Então é verdade? , precisamos conversar. Você está bem?
  ― Acho que sim. – suspirei vendo Liam entrar no quarto já pronto. – Preciso desligar agora, depois nos falamos. Beijos. – desliguei antes de escutar o que ela disse.
  ― Pronta? – sua voz soou calma.
  ― Sim. Hm Liam... – sua atenção se voltou totalmente para mim, seus olhos brilharam. – Você já entrou na internet hoje?
  ― Não, e nem quero, deixe que falem, o importante somos eu e você, lembre-se disso meu amor. – estremeci ao ouvi-lo me chamando de amor.
  Olhei-o e sorri de canto, antes que pudéssemos sair, eu precisava contar a ele sobre o Zayn, já que vamos tentar dar certo, precisaria jogar limpo, tanto eu quanto ele. Minhas mãos tremiam, eu respirava fundo tomando coragem e decidi, já perdi tanta coisa nesses últimos dias, que não ligaria se perdesse isso.
  ― Liam, já que vamos tentar, precisamos jogar limpo, certo? – o vi assentir com a cabeça e então continuei. – Bom, eu preciso te dizer algumas coisas, não sei como você vai reagir a elas, mas enfim, vamos lá. – comprimi os lábios respirando fundo mais uma vez antes de falar. – Eu fiquei com o Zayn, no primeiro dia que ele chegou aqui ele me agarrou na cozinha, depois disso, nós acabamos transando quando fomos à boate com e Isabel. Eu estava bêbada e... Isso aconteceu novamente quando fui conhecer seu apartamento, e por causa desse dia eu estou em dúvida entre quem é o pai dessa... Desse bebê.
  Ele estava imóvel, me olhava cerrando os punhos, ele não me bateria, mas aposto que queria fazer isso com Zayn, pelo simples motivo de sempre: sempre me pediu para me afastar e eu nunca dei ouvidos. O encarei aflita, eu não queria que ele fizesse nada, e se quisesse, eu não permitiria. Depois de alguns minutos respirando fundo e se acalmando, ele me respondeu.
  ― Isso foi passado certo? Então, eu não direi nada. Sendo dele ou meu, tanto faz, o que importa é que estamos juntos, só isso. Vamos viver o agora. – meus olhos se arregalaram sem acreditar no que acabara de ouvir, sim ele realmente disse isso.
  ― Obrigado. – foi a única coisa que eu consegui dizer antes de me levantar e abraçá-lo forte.
  ― Eu te amo . – ele murmurou baixinho retribuindo o forte abraço.
  ― Bom, vamos?
  ― É pra já senhorita. – suas mãos se entrelaçaram nas minhas firmemente.
  Sorrimos e nos beijamos, e acho que hoje é a primeira vez que fizemos isso com sorrisos e felizes de certa forma. De hoje em diante, não quero deixar que nada nos atrapalhe. E lutarei para que isso dê certo, assim como Liam lutará comigo.

Capítulo 16

  Dois meses se passaram desde que eu e Liam resolvemos ficar juntos. As coisas na empresa estão indo bem, assim como nosso relacionamento. Não vimos mais a Sophia e nem a Isabel, parece que elas foram passar um tempo na Califórnia junto à família de Sophia. Já continua conosco, nós somos amigos, grandes amigos, ele aprendeu a aceitar o fato de que seu pai e eu realmente nos gostamos, até conheceu uma garota nova, mas não quer nada sério por agora. Enfim, Zayn voltou para a Inglaterra, não me ligou mais e nem deu notícias, cheguei até mesmo a ficar preocupada e ainda sinto falta dele, de suas brincadeiras, seus carinhos, ele é uma pessoa dez.
  Estava em minha sala junto com que se matava para somar as despesas da empresa nesses dois meses, foram muitas. Liam resolveu trocar quase todos os funcionários, o que gerou prejuízo para a gente. Niall agora era braço direito de Liam, o acompanhava em reuniões e tudo mais, e George continuava como sócio. Eu não conseguia me concentrar muito, não hoje, meu enjoo estava insuportável, eu não costumo sentir muito, mas hoje bateu a cota.
  ― , quer ajuda? – ela ergueu o olhar para mim balançando a cabeça em negativa, e depois afirmando.
  ― Eu vou ficar doida, tem um calculo que não esta batendo, está faltando alguma coisa. – ela resmungou.
  Ouvi alguém bater na porta e logo abri-la, era Louis com umas pastas na mão.
  ― Amor, desculpa chegar agora com isso, mas esqueci dessas contas aqui. – ele disse com receio entregando a pasta para ela que já estava roxa de nervosa.
  ― Deixou eu me descabelar pra estar com você? Obrigada mesmo amorzinho. – ela foi irônica e eu ri abafado.
  ― Desculpa mesmo, mas depois você vê isso, vamos almoçar. – ele a puxou e logo se virou para mim. – , Liam pediu para te chamar, ele está na sala dele. – sorriu.
  ― Tudo bem Lou, obrigado. – sorri amigavelmente.
  Os dois se retiraram e eu peguei meu celular e sai em direção à sala do Liam. Antes que eu pudesse chegar lá, senti vontade de vomitar e fui para o banheiro. Passei uma água sobre a nuca e retomei o ar, quando ia saindo eu esbarrei em quem eu não queria, talvez quisesse, mas não aqui e não nesse momento.
  Minha primeira reação foi abraçá-lo, meu coração bateu forte e eu nunca tinha ficado assim antes, ele estava diferente, havia cortado mais o cabelo, feito mais tatuagens e colocado um piercing no nariz, continuava lindo.
  ― Me desculpa por tudo o que fiz a você. Eu sinto sua falta, não quero te perder de novo. – sua voz soou trêmula e já embargada.
  ― ‘Tá tudo bem Zayn, eu senti tanto a sua falta, às vezes queria correr até você, por ser o único capaz de me entender. – sussurrei.
  ― Eu voltei, e pode ir me visitar quando quiser agora, ‘tá bom? – seu olhar era triste, seu sorriso quebrado. – Agora eu preciso ir, os seguranças estão atrás de mim, Liam barrou minha entrada aqui... Eu ainda te amo , se cuida. – ele me deu um beijo na testa e saiu antes que eu pudesse me despedir.
  Fiquei parada ali alguns segundos até me lembrar de que Liam me esperava, meu coração estava a mil e eu precisava agir normalmente.
  Abri a porta da sala de Liam que estava sentado sobre a mesa falando ao telefone. Ao me ver esboçou um sorriso e logo desligou sem ao menos dar importância para quem estava do outro lado da linha.
  ― Demorou ein, o que houve? – ele perguntou me beijando.
  ― Tive um leve enjoo, precisei ir ao banheiro. – murmurei.
  ― Ah sim, quer almoçar por aqui ou quer ir para casa? – suas mãos envolveram minha cintura e ele me olhava encantado.
  ― Amor, temos médico hoje, temos que pegar o resultado do exame. – seu olhar foi de espanto.
  ― Havia me esquecido meu bem, pedirei ao John para te levar lá, terei reunião daqui a pouco e terei que almoçar aqui. – assenti e o beijei delicadamente.
  ― Então, vou indo, acho que não precisa do John me levar. – rebati.
  ― Você está bem pra dirigir? – ele perguntou preocupado.
  ― Sim, deixe-o aqui caso precisar. – o beijei de novo e sai.
  ― Se cuida, eu te amo. – ele disse e sorriu.
  Sorri para ele de volta e sai da sala.
  Fui até a minha sala pegar minha bolsa, não tinha hora certa para pegar o exame então não me apressei. Eu queria fazer uma coisa, então dispensei o John porque não queria que ninguém soubesse disso.
  Já dentro do carro, dirigi até duas quadras longe da empresa, parei o carro pegando meu celular tomando coragem para ligar para Zayn, sei que não é certo, mas eu precisava conversar com ele. Sei que talvez não tivéssemos outra oportunidade.
  Disquei seu número e apertei em ligar, a cada chamada que dava meu coração pulava.
  ― Alô? – sua voz soou calma.
  ― Malik. – sussurrei e pude ouvir sua respiração se ofegar.
  ― Quem está falando? – não acredito que não reconheceu minha voz.
  Desliguei o telefone sem responder mais nada, respirei fundo e ia ligar novamente, mas decidi fazer algo melhor. Liguei o carro e arranquei com ele até o apartamento de Zayn. Passei pela portaria sem me identificar e pedi para que o porteiro não dissesse nada, peguei o elevador e logo estava em seu andar sem demora, em frente a sua porta. Pensei em bater, mas estava travada, tocar a campainha não rolava, nem sequer chamá-lo. Liguei mais uma vez e dessa vez ele atendeu depressa.
  ― Quem é? – ele disse um pouco inquieto.
  ― Só... Abre a porta, preciso te ver. – dito isso, desliguei e esperei.
  Ouvi passos e logo vi a maçaneta girar, era como se fosse a primeira vez que eu o vi, nunca senti isso antes.
  Seus olhos foram de encontro aos meus, logo senti a ponta do meu nariz arder e vi um sorriso em seu rosto, o abracei forte novamente e entrei antes que alguém visse e criasse confusão. Caminhamos até o sofá e nos sentamos do lado um do outro, minhas mãos tremiam. Isso era engraçado de certa forma.
  ― Eu sabia que viria. – ele sorria como criança. – Eu não sei nem o que dizer.
  ― Eu senti sua falta cara, como foi difícil não conversar com alguém como você. – suspirei o analisando.
  ― Eu fui um idiota em ter agido daquela maneira, fui visto como o destruidor de lares pela família. Liam sempre foi o queridinho, ninguém se importou quando ele deu a notícia de que amava a nora dele. – sua voz se embargou. – Sabe , eu nunca tive a atenção de ninguém, tudo sempre foi voltado para ele, eu sempre fiz as coisas tentando ser notado, e dava certo, mas sempre era notado como o errado. Eu sofro com isso até hoje. – senti um aperto no coração e o puxei para mais perto.
  ― Eu imagino como isso é ruim, mas você tem a mim, apesar dos pesares, você sabe que sempre pode contar comigo, não sabe? – apertei sua bochecha de leve, mas ele não sorriu.
  ― Sim, eu sei, foi por isso que alarguei a corda. – o olhei sem entender e vi lágrimas caírem de seus olhos.
  ― Como assim? Que corda? – perguntei assustada.
  ― Eu tentei me matar , eu simplesmente havia me cansado de tudo isso, de sempre ser julgado, e queria acabar com isso de uma vez. Tentei me enforcar, mas eu me lembrei de você e mantive firme as minhas esperanças, porque o seu amor é tudo o que eu já conheci. – não consegui segurar minhas lágrimas e o abracei forte.
  ― Me desculpe por não corresponder do jeito que você esperava. – resmunguei.
  ― Não se preocupe com isso, eu só preciso ficar perto de você. – ele sussurrou calmo.
  O encarei enquanto ele pegava cada lágrima que corria pelas minhas bochechas e logo senti seus lábios colarem nos meus. Meu coração acelerou de tal forma que me assustou, nos envolvemos no beijo e logo me afastei.
  ― Não posso, não mais. – disse desviando o olhar.
  ― Eu sei, sei que seria o último, por isso o fiz. – ele sorriu sem graça.
  ― Tenho que ir, preciso ir ao médico buscar o resultado do exame. – me levantei me recompondo.
  ― Que exame? – ele perguntou curioso.
  ― De DNA. – respondi sem graça. – Eu não queria, mas Liam insistiu.
  ― Como sempre duvidando da sua capacidade. – ele revirou os olhos. – Vá lá ruiva, boa sorte e se precisar estarei aqui.
  ― Se cuida meu bem, beijo. – sorri e acenei caminhando até a porta e assim saindo.

  Suspirei ao sair dali, senti um alivio e um aperto no peito ao saber de tudo aquilo, eu nunca imaginei que Liam fosse o queridinho e o Zayn o, digamos, sofredor. Para mim todos eram tratados iguais. Entrei no carro indo em direção ao laboratório, eu não estava nem um pouco a fim de pegar este exame, já sabia que era do Liam, não sei por que ele esta com essa paranoia.

[...]

  Esperava a recepcionista chamar meu nome quanto mexia no celular, já estava impaciente e com fome, queria ir embora. Vi um médico ir até a recepção e logo a menina olhar para mim e sorrir, me levantei e fui até lá pegando o exame, agradecendo e saindo sem demora.
  Quando já estava no carro resolvi abri-lo, queria acabar com isso de uma vez por todas, puxei os papeis que estavam dentro do envelope e comecei a folhear até achar onde havia o resultado. Eu não acredito! Algo aqui deve estar errado, acho que iria ter um infarto e minha confiança toda foi para o ralo. Como vou explicar isso agora? Estou morta.
  Peguei o telefone e rapidamente disquei para o último número que eu acabara de ligar, não sei se eu conseguiria falar isso, mas eu precisava. Sei que isso não acabará bem novamente, mas desta vez não posso fugir e contar mentiras.
  ― Oi anjo. – ele disse com a voz calma.
  ― O filho... É seu Zayn. – foi tudo o que eu consegui dizer.
  ― O quê? – o ouvi gritando do outro lado da linha.
  Eu não sabia o que fazer, para onde correr e o que Liam acharia disso, eu só sei que a coisa está feia.

Capítulo 17

  Não consegui voltar para casa ainda, estava trancada dentro do carro sem acreditar no que tinha acabado de acontecer, isso não podia ser verdade – ou poderia, se eu tivesse lembrado de usar camisinha naquele dia - burra! Como pude ser tão burra a ponto de me descuidar assim? Que droga!

  Meu telefone toca, era Zayn novamente, já era a quinta vez que ele ligava e eu não atendia, não estava preparada para isso. Eu estava trêmula e precisava comer antes que eu desmaiasse ali, sem ninguém pra me ajudar. Revirei minha bolsa atrás de um biscoito que havia guardado lá, mas não achei. Meu celular tocou mais uma vez e eu atendi um pouco nervosa.
  ― Oi. – disse, soltando um suspiro.
  ― , me explica essa história direito. – ele parecia eufórico. – O filho é meu?
  ― Sim, Zayn. Não tem como ser de outra pessoa, pois não fiz nada com o durante esse tempo, e... – senti meu nariz começar a arder.
  ― E agora? Como você vai contar isso pro Liam? Caralho, tô ferrado. – pude escutar seu suspiro.
  ― Ele disse que não se importaria de quem fosse. Torço pra que ele mantenha essa palavra. – disse já chorando. – Ai Zayn...
  ― Ei amor, não chora. Onde você está? Quer que eu vá ai? – ele parecia preocupado.
  ― Não precisa, tenho que ir pra casa. Vou desligar agora Zayn, qualquer coisa eu te ligo, beijos... – desliguei antes de ouvi-lo.
  Me acalmei um pouco e arranquei com o carro seguindo para casa, sei que Liam está me esperando lá, e não podia demorar. Estava pensando em várias formas de tentar não dizer isso para ele, vai ser difícil, mas eu teria que tentar. Minha cabeça já estava doendo e eu precisava comer, já estava chegando em casa e correria direto para a cozinha, assim teria mais tempo pra pensar.
  Estacionei o carro de qualquer jeito e corri entrando pela porta de trás tentando não fazer muito barulho, fechei a porta e quando me virei dei de cara com o Liam sem camisa, comendo uma fruta sobre a bancada – droga – senti meu coração bater em minha garganta e engoli seco, colocando minha bolsa sobre a bancada e respirando fundo.
  ― Oi amor, demorou, hein? – ele se aproximou, me beijando. – Já almoçou?
  ― Nem tive tempo de comer, tinha muita gente lá no laboratório, estou faminta. – abri a geladeira, tentando disfarçar o nervosismo.
  ― Está tudo bem? Parece tensa. - ele disse.
  ― N-não, está tudo bem, meu amor... – suspirei, me afastando. - Estou apenas cansada, só isso. - deixei ele sozinho e caminhei até as escadas.
  ― , você pegou o resultado? - ele parecia ansioso.
  Encarei ele por alguns segundos tentando achar um jeito de escapar da resposta, eu não podia esconder, mas também não queria mais uma briga com dele com o Zayn novamente. Respirei fundo, tomando coragem para enfrentar a situação, eu precisava contar, e eu iria fazer isso.
  ― S-sim, peguei. – disse, um pouco nervosa. - Olha Liam, posso te mostrar depois? Preciso tomar um banho, estou cansada. - dei um beijo nele, me afastando em seguida.
  ― Nada disso, onde está? Eu preciso ver, ele conseguiu ver o sexo do bebê? Anda , mostre. - ele pulava feito criança.
  ― Como vou te dizer isso... – sussurrei, o encarando. - Espero que você ainda mantenha sua promessa.
  ― Como assim? Não me diga que... - ele respirou, fundo buscando calma. - Tudo bem, é do ? - ele estava vermelho de raiva.
  ― Sobre o , nunca fizemos nada sem cami... você sabe. É do Zayn. - disse com vergonha e seu olhar foi surpreso.
  ― Aquele desgraçado. - ele deu um soco na parede, logo reclamando de dor. - Eu prometi não me importar, certo, isso que irei fazer. - o encarei com medo e ele me abraçou, afagando meus cabelos e me beijando em seguida.
  ― Está tudo bem? Mesmo?
  ― Sim, eu... eu estou bem. - ele suspirou. - Não vou deixar que isso nos atrapalhe, nunca.
  ― Muito bem, vou me banhar, já desço para almoçar. - disse com alivío.
  Ele apenas assentiu e eu subi as escadas correndo para o quarto. Me tranquei no quarto e não contive o choro, porquê tinha que ser assim? Eu realmente queria que esse filho fosse dele, seria um problema a menos, mas se o destino quis assim, quem sou eu pra mudar? Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Zayn.
  "Zayn.. Hm.. Preciso que você tome cuidado a partir de agora, Liam já sabe que o filho é seu, e não sei se ele realmente não vai ir atrás de você, se cuida, por favor."
  Joguei o celular em cima da cama e fui em direção ao banheiro, precisava relaxar, tomar um belo banho e, claro, comer depois, estava faminta.

  Já na cozinha, Rosana havia deixado algo preparado para mim, eu adoro ela, sempre sabe o que preciso. Peguei meu prato e fui para a sala, Liam não estava em casa, liguei a TV e coloquei em um canal qualquer, comia sem prestar atenção no que passava na tela até escutar falando sobre Isabel Payne. Foquei na TV, aumentando o volume, eu não estava acreditando no que estava passando ali, queria que alguém me beliscasse naquele momento.
  "Isabel foi pega assaltando um banco com uma amiga, não se sabe ao certo a quantia que elas conseguiram levar.. Esse já é o segundo escândalo que Isabel, filha do empresário Liam Payne, dono de uma das empresas que estão no topo das mais bem sucedidas da capital, faz. Isabel foi pega a dois quarteirões do banco e foi presa imediatamente, logo mais vocês irão acompanhar a nossa repórter que está na delegacia onde Isabel se encontra..."
  Precisava ligar para o Liam, peguei meu celular, discando o número dele, que já atendeu furioso. Ele já sabia, e estava indo com John até lá para resolver isso. Garota estupida, sempre quis chamar atenção e conseguiu de um jeito mais sujo. Meu celular apita e quando vejo era uma mensagem do Zayn.
  "Preciso te ver, pode vir aqui?"
  Será que ele já estava sabendo sobre Isabel? Subi para trocar de roupa e ir até o apartamento dele.

  Não sei porque diabos estava tendo trânsito aquela hora, era só pra me atrasar em tudo. Peguei um atalho que sairia bem próximo ao edifício, e sem demora cheguei lá. Passei pela portaria apenas acenando para o porteiro que já sabia para onde iria. Já em frente aporta do Zayn, eu não escutava nada, dei algumas batidas e nada de respostas, tentei ligar para o celular dele, mas estava dando desligado, então resolvi abrir a porta. Aparentemente não havia ninguém, mas estava uma bagunça, alguns vidros quebrados e móveis fora do lugar, o que eu logo pensei foi que ele e Liam haviam brigado novamente - droga - fui andando com cautela até o quarto do Zayn, onde eu escutava barulho de água, abri a porta e o que eu vi foi o quarto completamente molhado, a água vinha do banheiro e já estava começando a ficar desesperada.
  ― Zayn? Você está aí? - o chamei, mas não obtive respostas.
  Corri para abrir a porta do banheiro e naquele momento eu não sabia o que fazer, lágrimas caíram dos meus olhos, e eu estava perdendo minhas forças. Zayn estava dentro da banheira, um pouco roxo, havia sangue e meu desespero me impossibilitou de fazer algo. Peguei o celular e liguei para emergência. Me aproximei dele tentando tira-lo de dentro da banheira, ele não estava respirando, o arrastei até a sua cama, tentei fazer respiração boca a boca e não deu certo. Minha visão já estava turva de tantas lágrimas, eu me sentia culpada, porque não cheguei antes? Eu poderia ter evitado isso, mas que droga!

  Escutei batidas na porta e corri para atender, era a emergência, eles entraram correndo, colocando-o na maca e o levando para a ambulância, peguei as chaves do apartamento e fui com eles. Eu não podia estar passando por isso, eu ainda corria riscos, mas eu não deixaria o Zayn sozinho, eu precisava saber o que havia acontecido, e na real, se Liam tivesse feito algo, eu não perdoaria ele.

Capítulo 18

  Eu estava sentada na recepção esperando que algum médico aparecesse, eu já estava impaciente e com dor de cabeça. No meu celular já haviam cinco chamadas perdidas do Liam, eu estava chateada demais e não queria falar com ele. Em minha mente se passavam mil coisas que poderia ter levado Zayn a fazer isso, eu realmente estava muito preocupada e não queria que ele ficasse em estado grave, na verdade eu queria que tudo fosse apenas um pesadelo. Vi um médico - ou enfermeiro não sei - se aproximar com uma prancheta na mão, meu olhar para ele foi de aflição, era tudo o que eu estava sentindo no momento.
  ― Zayn Malik James, é com você? - ele direcionou o olhar para mim.
  ― Sim, eu mesma. Como ele está? - perguntei logo.
  ― A senhorita pode me acompanhar, por favor? - apenas assenti e o acompanhei.
  Entramos na sala da assistente social, e a cara deles não estava nem um pouco boa, me sentei como o enfermeiro indicou e logo senti o tremor e o suor tomarem conta das minhas mãos.
  ― Bom, você é algum parente próximo dele? - a mulher loira perguntou.
  ― Sim, sou cunha... Mãe do filho dele. - precisei dizer isto ou caso contrário não me diriam nada.
  ― Ok. Pelo diagnóstico, o paciente está apresentando sinais de depressão, e pelo o que vimos não é recente, parece estar sofrendo com isso há um bom tempo. - ele fez uma pausa e eu só senti as lágrimas escorrendo. - Para uma pessoa chegar a pensar em suicídio, o estado da depressão estava bem avançado. Ele precisará ficar aqui para fazer um acompanhamento com nossos psicólogos e também por conta dos remédios, ele não poderá ficar sozinho momento algum, senão ele tentará se matar novamente.
  Senti uma dor enorme no peito, eu não sei por que, mas era como se estivessem arrancando meu coração de mim, meu Zayn, porque não me disse que estava com depressão? Eu poderia ter ajudado, mas fui burra demais para perceber isso. Agradeci a ela e fui direto para o quarto onde Zayn se encontrava, eu caminhava lentamente apenas chorando, sentia um peso sobre meus ombros e muita culpa nisso tudo. Peguei o elevador, andar quatro, ele estava no quarto 437, minhas mãos tremiam a cada andar que se passava, tentei engolir meu choro assim que a porta se abriu. Caminhei pelo enorme corredor a procura do quarto, até que enfim o achei. Respirei fundo algumas vezes antes de abrir a porta e ter que encarar ele naquela situação, frágil, e o pior de tudo e mais triste: necessitado de amor e carinho, coisa que poucos deram para ele.
  Abri a porta lentamente colocando metade do rosto para dentro, ele dormia, entrei fechando a porta com cuidado para que não fizesse barulho algum, caminhei até a cadeira ao lado de sua cama e fiquei o observando. Seus braços estavam com faixas devido aos cortes, seus lábios estavam roxos ainda e seus olhos inchados, em seu nariz haviam tubos com oxigênio e ver isso me cortou o coração completamente e mais uma vez comecei a chorar.
  Ouvi sua voz falhada sussurrar algo, olhei atentamente para ele que tentava abrir os olhos e levantar as mãos, acariciei sua cabeça e vi um breve sorriso em seu rosto.
  ― Zayn, querido, como está se sentindo? - perguntei ainda fazendo carinho.
  ― ... Me perdoa. - sua voz falhava muito enquanto tentava completar as frases. - Eu não sabia como te contar, eu.. Eu, sinto muito mesmo. - ele começou a chorar e eu o abracei imediatamente.
  ― Ei não precisa, eu estou aqui agora, e não vou mais deixar você. - beijei sua testa. - Olha pra mim? Eu vou cuidar de você, não importa que aconteça. Estarei aqui. - segurei em sua mão firme, elas estavam gélidas.
  ― Desde quando precisei ir embora, quando nos afastamos, eu não fiquei bem, não me alimentava direito, chorava todas as noites, encarava os remédios todos os dias tomando coragem para tomá-los e me livrar dessa dor finalmente. - ele me olhou nos olhos. - A dor de não ter você, de não poder pelo menos falar com você, a dor que Liam me causou, sempre querendo se mostrar melhor que eu, sempre me pondo para baixo, sempre sendo agressivo. - ele tornou a chorar. - Eu nunca entendi o porquê disso sabe? Somos irmãos, somos do mesmo sangue, temos a mesma condição financeira, e eu realmente não entendo o porque dele me tratar assim, com desprezo, ódio.
  O olhei aflita por alguns segundos e isso me fez ver o quanto Liam sempre foi assim, ele realmente nunca mudou, com Sophia e até mesmo com seus filhos ele era rude, com algumas atitudes que tomava em relação a mim. Liam parece ter algum distúrbio, algum problema de colapso nervoso ou seus pais nunca o deram amor suficiente. Só agora pude perceber que o que realmente me atraiu no Liam foi apenas seu rostinho belo para um cara já mais velho, seu corpo bem definido e sua postura, seu dinheiro nunca me interessou, e não sei, talvez eu tivesse feito novamente a pior escolha da minha vida.
  ― Olha, tudo isso vai acabar, e eu prometo, mas agora quero que fique bem, eu voltarei em breve para te buscar, só precisarei de um tempo para resolver umas coisas, pode ser? - sorri de canto para ele que sorrindo assentiu com a cabeça. - Tudo bem, preciso ir. Se cuida por favor, eu voltarei. - beijei sua testa e logo fui me afastando sem deixar que nossos olhares se encontrassem.

  Fui até a sala da assistente social pedir para que ela não fale nada sobre mim ao Zayn, pedi que ela apenas dissesse que eu voltaria, ela assentiu e eu logo saí dali.
  Entrei no carro e segui rumo ao apartamento do Zayn, eu estava com as chaves e queria fazer algo lá, ouvi meu celular tocando mais uma vez, era a mamãe, coloquei o celular no viva voz para que eu conseguisse conversar melhor com ela.
  ― Ei meu amor, como você está? - ela perguntou com a voz doce.
  ― Ei mamãe, estou bem eu acho, mas também acho que vai melhorar. E a senhora, como está? Como está a ? Estou com saudades de vocês. - disse enquanto prestava atenção na rodovia.
  ― Estamos bem, como vai a minha netinha? Estou tão ansiosa. - ela parecia empolgada.
  ― Está tudo bem mãe, e aproveitando que a senhora ligou, queria te dizer que o bebê que estou esperando é do Zayn, o irmão do Liam lembra? Então, não vou esconder isso da senhora, me desculpa se te decepcionei, como filha, mas é que as coisas aqui não foram nada fáceis esse ano, e não sei o que vai ser de mim daqui pra frente. - senti um alívio ao cuspir tudo aquilo.
  ― Filha, como assim? Eu não entendo. - ela disse espantada.
  ― Agora não dá mãe, eu te amo, fica bem. - desliguei o telefone antes que ela dissesse mais alguma coisa.

  Já estava no edifício do Zayn, no caminho do térreo a seu apartamento eu liguei para um serviço de faxineiras e pedi uma para que limpasse a bagunça que estava no apartamento dele, eu precisava de tudo limpo, pois teria algo a fazer, e seria algo muito importante.
  Em alguns instantes a mulher já estava lá, permiti que ela entrasse e expliquei o que eu queria, claro que iria ajudá-la, mas não poderia com muito esforço por conta do bebê. Mãos à obra, já estava pronta, prendi meus cabelos e iniciei o trabalho pela cozinha que estava uma bela bagunça. Lavei o que tinha para lavar, guardei as louças e outras coisas mais, deixei tudo limpo e organizado e fui até o outro quarto no qual ficava trancado e eu nunca quis saber o que tinha lá, essa era a hora. Com o molho de chaves nas mãos, testei chave por chave até achar a que abria a porta, era a menor chave que tinha ali, girei a maçaneta lentamente com receio do que haveria lá, passei a mão pela parede ao lado a procura do interruptor para que eu pudesse acender a luz. Quando a luz se acendeu eu me surpreendi com o que vi, as paredes do quarto estavam todas pintadas, digamos que pichadas, haviam sprays de tinta espalhados pelo chão, os desenhos eram lindos e bastante coloridos, mas havia um que me chamou atenção e que tomava conta totalmente de parte da parede, era um desenho meu, sim, meu rosto pintado perfeitamente na parede. Soltei um breve sorriso ao ver aquilo, eu nunca imaginaria que alguém faria isso por mim, e isso foi lindo. Fiquei mais alguns segundos olhando para a pintura e logo saí dali trancando a porta novamente e voltando a ajudar a faxineira com o resto do apartamento.

  Estava tudo pronto, tudo arrumado e nos seus devidos lugares, era hora de executar o plano, fui até o quarto do Zayn achando algumas roupas minhas que ainda estavam lá desde quando passei uns dias por aqui. Fui tomar um banho e logo troquei as roupas, fiquei alguns minutos pensando em tudo o que faria para ter certeza, e acho que nunca estive tão certa em toda a minha vida. Peguei meu celular e liguei para Liam, o mesmo qual não havia atendido as ligações.
  ― Alô, oi.. Até que enfim hein, onde você se meteu? - ele perguntou eufórico.
  ― Oi, tudo bem? Como está a Isabel? Já resolveu os seus problemas? - perguntei seca.
  ― Ah.. - ele bufou. - Essa daí só me dá trabalho, consegui pagar a fiança dela e tirá-la de lá. E estou bem, apenas com saudades de você, onde você está? - seu tom de voz mudou de tenso para aflito.
  ― Hum, eu? Estou aqui no apartamento do Zayn. - deixei que ele escutasse meu riso abafado. - Você pode vir aqui? - pude escutar sua respiração ofegar, ele estava ficando nervoso.
  ― O que faz aí na casa desse... Desse otário? - ele estava nervoso.
  ― Não importa, eu só quero que venha até aqui, estarei aguardando. - desliguei o telefone na cara dele.
  Agora era só aguardar Liam chegar.

  Alguns minutos depois escuto alguém bater na porta, já sabia que seria ele, eu estava calma por incrível que parecesse, e hoje quem perderia a cabeça seria ele.
  Caminhei até a porta a abrindo lentamente e sorrido ao vê-lo, ele ao contrário não deu nenhum sorriso, apenas respirava fundo e estava bem nervoso. Ele entrou e apontei que ele sentasse, ele assim fez, tranquei a porta e me sentei do outro lado do sofá o encarando, apenas esperando ele dizer qualquer coisa. Seus olhos cerraram de raiva, e não demorou muito para que ele começasse a falar.
  ― Pode me explicar que palhaçada é essa aqui? - ele murmurou.
  ― Posso sim, mas primeiro, onde está o Zayn? - perguntei desentendida.
  ― Deve está escondido em algum canto daqui, ouvindo tudo, aquele imbecil. - pude vê-lo cerrando os punhos e então soltei uma breve gargalhada.
  ― Não, ele não está aqui. - fiz uma pausa e o encarei. - Seu irmão, sim, seu querido irmão Zayn, filho da mesma mãe e do mesmo pai que você, que tem o mesmo sangue que o seu correndo pelas veias, é seu irmão, está internado nesse momento. - pude ver a repulsa que ele me olhou quando disse todas aquelas palavras.
  ― Deve ter bebido e se drogado nas boates por aí com prostitutas e foi parar no hospital, bem capaz. - ele permaneceu totalmente frio.
  ― Na verdade, não foi isso não. - me levantei rodeando o sofá lentamente. - Ele estava com depressão, você sabia disso? - ele me pareceu surpreso.
  ― Não sabia não, eu não converso com ele. - fez pouco caso.
  ― É incrível como você expressa um ódio por ele não é? Por que hein Liam? Eu quero saber. - escorei os cotovelos sobre o sofá o encarando.
  ― Ele sempre foi o queridinho, isso me irrita. - ele fez cara de nojo e isso me deixou com nojo também, mas nojo de Liam.
  ― Não, eu não acredito em você. Zayn esta no hospital por sua causa, estava com depressão por sua causa, você sabia? - ele negou com a cabeça. - Mas é claro que não vai saber, você nem liga pra ele, não se importa, nunca se importou na verdade, sempre o tratou mal, com ódio, desprezo, e tudo isso pra quê? Por ser o queridinho? Liam, presta atenção, seus pais amam vocês todos iguais, e não deixariam de amá-lo menos por causa do Zayn. - o vi abaixar a cabeça com vergonha. - O que você fez a vida toda foi errado, e sinceramente eu não posso conviver com uma pessoa que tem ódio no coração com o próprio irmão, uma pessoa que já demonstra um comportamento agressivo.
  ― de novo isso não. - ele se levantou irritado.
  ― De novo isso sim, Liam! Eu recebi uma mensagem do Zayn pedindo para que eu viesse aqui, e quando cheguei aqui estava tudo quebrado, corri até seu quarto e havia água por todo o chão, e quando abri a porta do banheiro Zayn estava lá, já roxo, com sangue por toda a parte, dopado de remédios, quase morto e tudo por culpa sua. - gritei apontando o dedo para ele e vendo seus olhos enchendo de lágrimas.
  ― Eu não sabia... - ele deixou que uma lágrima caísse.
  ― E foi assim a vida toda... Agora eu te pergunto: e se seu irmão morresse? O que você faria? - cruzei os braços esperando resposta.
  ― Eu não sei... Me desculpa , prometo me importar mais. - ele quase se pôs de joelhos implorando.
  ― Não Liam, já chega, eu achei que você mudaria completamente, eu acreditei nisso e vi que não mudou. - desviei o olhar me afastando e vi ele vindo em minha direção.
  ― não, você é minha, eu larguei tudo por você, você não pode fazer isso. - ele já estava cara a cara comigo.
  ― Posso sim, você não é meu dono. - falei fria e quando menos esperei senti um estalar em meu rosto, e realmente não estava acreditando que ele havia feito isso novamente.
  ― Sabe o que você é? Uma vadia, você agora não tem mais nada, vai voltar a morar na sarjeta com sua mãe, e enquanto suas coisas eu jogarei tudo fora. - ele disse com repulsa.
  ― Era isso que eu precisava ouvir para realmente ter certeza de que você é uma pessoa mal amada e que nunca vai pra frente com ninguém se continuar agindo feito idiota assim. Adeus Liam, nunca mais me procure, eu vou ficar muito bem sem você e suas ordens. Mexa seus pés e vá pra bem longe daqui. AGORA! - gritei em lágrimas, não de tristeza, mas sim de raiva.
  ― Eu vou mesmo. - ele fechou o semblante e saiu batendo os pés e também a porta.
  Corri até ela para trancá-la e logo me abaixei chorando, eu não acreditei no que eu escutei, eu não imaginei que ele fosse fazer isso. Percebi que ele nunca mudaria, apenas no dia que sentisse uma perca muito grande em sua vida, e ele ainda vai perceber isso.

Capítulo 19

  Zayn ainda estava no hospital, prestes a receber alta, eu ainda não havia ido visitá-lo, pois queria fazer surpresa. Enquanto isso eu estava resolvendo algumas coisas em relação ao apartamento dele e até mesmo coisas pessoais, com essa correria toda até mesmo me esqueci de ir ao médico para o pré-natal do bebê, o que era importante.
  Estava agora na loja trocando meu número, não queria receber ligações mais de ninguém da parte do Liam, as coisas passaram dos limites e infelizmente eu acabei deixando que isso acontecesse. Número trocado, eu estava de partida, precisava ir ao mercado comprar umas coisas mais saldáveis, tanto para mim quanto para Zayn que agora precisará se alimentar bem. Saí do shopping em direção ao estacionamento a procura do carro de Zayn que estava comigo, já que Liam havia mandado que levassem o meu precisei usar o de Zayn. Assim que ia me aproximando vi alguém escorado no carro, com um moletom e touca, estava de cabeça baixa e não conseguir ver quem era até estar cara a cara; era .
  — ? Oi... o que faz aqui? – Perguntei confusa.
  — Eu fiquei sabendo do que aconteceu, vim ver se você e meu tio estão bem. – Ele respondeu meio seco.
  — Ah, eu estou bem, seu tio vai ficar bem. – Sorri de canto.
  — Você vai mesmo ficar com ele? – O encarei sem acreditar que ele iria fazer isso mesmo.
  — Olha , não estou afim de discutir sobre isso. Não tenho mais nada a ver com a sua família em relação a você ou seu pai, eu gosto muito de você, você é uma pessoa maravilhosa, portanto não quero acabar por discutir com você por uma coisa meio boba no momento. – Destravei o carro abrindo a porta afim de entrar.
  — Tudo bem, eu entendo. Espero que seja feliz. Boa sorte, ! – Ele deu um sorriso curto e saiu.
  O observei por mais alguns segundos e logo entrei no carro dando partida com pressa. < br />   Assim que cheguei do mercado fui até o apartamento guardar as coisas lá, a moça que havia chamado para me ajudar a limpar estava lá, acabei por contratá-la de vez, é uma boa pessoa. Ela me ajudou com as compras e logo havia dito que ligaram do hospital avisando que Zayn recebeu alta. Pedi para que ela fizesse um almoço que logo ele chegaria, peguei a chaves do carro, uma muda de roupas para ele e fui rumo ao hospital.

[...]

  — Vim buscar Zayn Malik. – Disse à recepcionista que pediu para que eu aguardasse.
  — Pode subir senhorita, lembra onde fica? – Perguntou.
  — Sim, obrigada. – Dei as costas dando uns passos largos para que chegasse logo.
  Já lá em cima, abri a porta lentamente e o vi sentado na cadeira ao lado da cama, estava vendo TV e com aquela roupa horrível de hospital, dei um curto sorriso e caminhei até ele roubando sua atenção e logo um sorriso.
  — Você... você veio. – Ele disse surpreso e o vi começar a chorar. – Achei que me deixaria aqui, achei que me veria sozinho de novo. – Disse entre lágrimas.
  — Não chora meu bem. – Me agachei em sua frente limpando as lágrimas que caiam de suas bochechas. – Eu estou aqui, e prometo nunca mais te deixar. – Levantei um pouco seu rosto pelo queixo e sorri o beijando.
  — Você me beijou... hum, Liam não vai gostar disso. – Disse sem graça.
  — Ele não tem que gostar mais de nada, eu não sou nada dele. Ele é apenas um babaca que eu desejaria nunca ter conhecido na minha vida. – Suspirei e logo me levantei pegando a roupa que trouxe para ele. – Vista isso, precisamos ir.
  — Rápido, preciso da minha cama. – Disse ele se levantando e indo trocar de roupa.
  Alguns minutos depois ele volta já pronto, o médico nos aguardava na porta e Zayn só precisava assinar uns papéis a respeito da alta dele, feito isso seguimos para casa.
  No caminho ficamos em silêncio, não sei se eu estava um pouco tímida ou se era Zayn, não estávamos acostumados a ficar tanto tempo juntos assim. Na avenida, os carros começaram a parar e eu não acredito que estava trânsito a essa hora, vi alguns carros de polícia e ambulância passando e então descobri o motivo dos carros parados.
  — Deve ter sido algum acidente grave pelo visto. – Zayn disse se ajeitando no banco.
  — Paciência agora né Malik, sua cama vai ter que esperar alguns minutos. – Sorri baixo e ele sorriu de volta.
  Ficamos ali por volta de uns quinze minutos até chegarmos onde estava o acidente, passei lentamente olhando para o carro completamente destruído, as ambulâncias não estavam mais lá, e torci para os envolvidos no acidente terem sobrevivido, a situação estava feia.

  Chegando na casa do Zayn, deixei que ele abrisse a porta, ele logo ergueu a cabeça sentindo o cheiro que vinha da cozinha, o vi sorrir e apressar os passos até lá, fechei a porta e caminhei até a cozinha também, a TV estava ligada e passava sobre o acidente, peguei o controle e aumentei mais um pouco para que eu escutasse da cozinha. Deixei a bolsa por cima da bancada e me sentei olhando o Zayn beijando os móveis e rindo, ver ele feliz assim me deixava feliz também.
  — Coitado deste rapaz que morreu nesse acidente hoje. – Escutei a menina dizer.
  — Morreu? Nossa, eu estava ainda torcendo para que ficassem vivos, porque o acidente foi feio. – Lamentei e então escutei os nomes na TV.
  “Foi lamentável o acidente que aconteceu nesta manhã levando um a óbito na hora e mais dois feridos. Testemunhas contam que o carro preto estava em alta velocidade e não freou a tempo assim batendo no carro da frente, com o impacto forte os airbags não foram o suficiente, fez com que o motorista identificado por James Payne, nada mais nada menos que filho do empresário e dono da Payne’s, quebrasse o pescoço e morresse na hora...”
  Apenas isso foi o suficiente para meu corpo todo entrar em choque e eu não saber o que fazer. Novamente o sentimento de culpa tomou conta de mim, ele tinha acabado de ir falar comigo e no outro momento estava morto, era muita coisa para minha cabeça e eu já não poderia suportar mais.
  — , calma, vem cá. – Ouvi Zayn dizer e me abraçar em seguida enquanto eu estava em lágrimas.
  — Por que Zayn? Tudo ao meu redor está desmoronando. – Disse entre lágrimas. – Eu o vi hoje de manhã, ele veio perguntar se estávamos bem, se eu realmente ficaria com você, e eu o tratei um pouco mal.
  — Não foi sua culpa meu amor, se acalma. Vamos ligar para saber sobre o velório. – Ele disse e eu neguei.
  — Não Zayn! Eu não irei, se quiser você pode ir. – Respirei fundo me afastando. – Não quero mais confusão na minha vida. O se foi e eu só preciso ficar sozinha.
  — , me deixe ficar com você? – Ele perguntou me abraçando novamente.
  Afundei meu rosto em seu ombro e comecei a chorar mais, eu sentia como se eu fosse a destruição daquela família, que desde que comecei a fazer parte coisas ruins vinham acontecendo, minha vida completamente de cabeça para baixo e agora o pior, a vida do Liam de cabeça para baixo.

Capítulo 20

  Eu não fui ao velório do , eu não conseguia acreditar que ele estava morto, eu não consegui aceitar isso e muito menos consegui não me sentir culpada. Eu andei esses últimos dias calada, assim como também estou hoje, sentada em uma das poltronas na varanda, olhando para a rua com a cabeça longe. É cedo, Zayn ainda dorme, ele também não consegue dormir direito esses dias, anda tendo pesadelos e eu preciso toda noite levantar e dar o remédio para que ele durma. Pego meu celular, penso em ligar para , olho por alguns minutos e penso em quantas perguntas ela poderia me fazer, sei que se ignorasse ela não insistiria, mas eu precisava mesmo conversar com alguém, e só tinha ela.
  — ? – Pergunto na esperança.
  — Quem fala? – Sua voz era sonolenta, mas ela não deveria estar na empresa?
  — Sou eu, ! Está podendo falar? – Pergunto um pouco envergonhada.
  ? Sim, claro que posso, como você está? Você sumiu, não consegui mais falar com você, o que houve? – E lá vem ela com as perguntas.
  — Sumi, troquei de número, isso tudo que aconteceu me deixou confusa, eu precisava de um tempo, e aí vejo o jornal e... – Respiro fundo pretendendo não chorar. – É muita coisa para mim. – Desabafo.
  — Eu imagino, a empresa está fechada durante essas duas semanas, o Liam não se importou se fosse cair o rendimento ou algo do tipo, ele está desolado, no velório Sophia e Isabel não mostraram compaixão por ele. – Ela deu uma pausa e logo continua. – Me desculpe, eu acabo me empolgando.
  — Está tudo bem, e quanto a você e Louis, como estão? – Pergunto fugindo do assunto.
  — Estamos bem, tivemos algumas brigas, mas nada que não possa ser resolvido. – Ela ri e posso escutar sua boca abrindo para dizer algo, mas ela não diz.
  — Pode perguntar, sei que iria dizer algo. – Digo e rio.
  — E você e o Zayn? Estão, tipo, namorando? – Sorrio com sua pergunta, já imaginava que seria isso.
  — Ah... – escuto alguém bater na porta e peço para que ela espere um segundo para que eu fosse até lá. – Deve ser a empregada, ela sempre chega esse horário. – Digo para que apenas ri.
  Abro a porta direto sem olhar através do olho mágico, sussurro ao telefone para que depois a ligo de volta e desligo, isso só podia ser brincadeira. Olho para a imagem do homem ali, pálido, com os olhos negros com olheiras, magro, em situação de piedade, a que ponto ele chegou?
  — O que faz aqui, Liam? – Pergunto ainda incrédula.
  — Eu preciso falar com o Zayn, e com você, se me permite. – Ele diz educado.
  — Zayn está dormindo, ele toma remédios e acorda tarde. – Rebato.
  — Tudo bem, eu posso me sentar aqui no carpete do corredor e esperar. – Dito isso ele se senta com as mãos segurando seus joelhos, feito uma criança.
  — Entre. – Digo e abro mais a porta para que ele passe.
  Ele se senta e eu ofereço a ele um café, ou uma água e ele não aceita.
  — Bom, se me der licença, irei trocar de roupa. – Ele balançou a cabeça e eu me retirei.
  O que será que ele quer?
  Entro no quarto e vejo Zayn se mexer e resmungar algo, me sento em sua frente e massageio seus ombros para que ele acorde, eu não queria fazer isto, mas também não queria Liam aqui por muito tempo. Zayn abre os olhos e me dá um sorriso, sorrio de volta e selo nossos lábios com carinho, espero ele despertar mais enquanto eu troco de roupa.
  — Vai aonde? – Sua voz soou rouca.
  — Liam está na sala, quer conversar conosco. – Olho para ele e pude ver o medo em seus olhos quando falo o nome do Liam e agora não sei se seria uma boa ideia eles terem uma conversa. – Tudo bem?
  — Tudo, é só que, tenho medo do que possa vir a acontecer. – Sua voz sai baixa e me sento ao seu lado colocando minha blusa.
  — Se ele fizer algo, nós chamamos a polícia, ok? – Digo e ele concorda.
  Ele se levanta preguiçoso e vai até o banheiro lavar seu rosto, o analiso quando entra lá, ele ainda tem traumas, pequenos, porém o suficiente para provocar algumas alucinações nele. Está tudo bem, saio do quarto e vou para a sala, onde Liam está encarando a mesa de centro e nem percebe que estou ali.
  — Zayn já está vindo. – Digo e me sento no sofá do outro lado. Ele apenas concorda.
  Zayn vem andando lentamente passando as mãos sobre os cabelos, ele estava de calça moletom e uma regata preta qualquer, fiquei o observando e vendo como ele é lindo quando acorda. Seus passos ficam lentos a medida que vai se aproximando de Liam, ele senta ao meu lado e escora os cotovelos sobre os joelhos, abaixa a cabeça e olha para seus pulsos ainda marcados, sua respiração se desregula e ele então fala.
  — O que te trouxe aqui? – Ele perguntou seco.
  — Primeiramente, desculpe por estar aqui tão cedo. – Ele suspira. – E segundo, estou aqui para pedir perdão a vocês por tudo que fiz um dia.
  Senti uma ponta de tristeza em seu olhar, será que isso era realmente sério?
  — E por que isso agora? – Pergunto eu desta vez.
  — Eu percebi o quão estúpido eu fui, por não ter dado mais atenção aos meus filhos, por sempre ter te tratado mal, Zayn. – Zayn o encara. – Por tudo que fiz a você . – Sua voz sai trêmula. – Por tudo que fiz a todos, ficar sozinho me fez refletir, o quão egoísta eu sou e fui esse tempo todo, aquela empresa, a mansão, os carros, tudo isso me subiu à cabeça e me tornou esse monstro que eu admito ser. Eu sempre me senti com raiva quando você nasceu Zayn, era o xodó da casa, e eu fui assim com você porque me senti um pouco de lado, fui idiota. Idiota a ponto de achar que nossos pais não me amavam mais, por isso saí cedo de casa, e fui conquistando. Achei que poderia ter tudo o que quisesse, mas uma coisa que sempre quis e não tive até hoje foi a felicidade.
  Sinto como se ele estivesse retirando um peso de suas costas.
  — Eu te perdoo, Liam. – A voz de Zayn ecoa na sala.
  — Jura? – Os olhos de Liam brilham, como nunca vi antes.
  — Sim, eu sempre gostei de você, te via como exemplo, sempre quis ser como você, tanto que me tornei o que sou hoje, tenho tanto dinheiro quanto você, mas minha personalidade não mudou. Infelizmente você se deixou levar pelo dinheiro e se tornou assim, eu perdoo você, mas não serei capaz de ter nenhum vínculo com você pelo fato de eu ainda ter traumas e pesadelos com você. – Zayn diz e se levanta indo até a cozinha.
  — Eu te entendo, me perdoe mesmo. – O brilho nos olhos de Liam diminui e ele se volta para mim. – E você , como eu fui um grosso, eu me arrependo até hoje por ter agido daquela forma, o te amava e olha o que eu fiz, olha onde ele está hoje. – Vejo uma lágrima correr em sua bochecha.
  — Liam, não precisa falar sobre isso. Eu te perdoo, mas assim como Zayn, não quero vínculo com você. Apesar de tudo, ainda tenho medo que você possa mudar da água para o vinho. – Me levanto junto a ele.
  — Eu entendo vocês, me sinto mais leve agora. Já posso ir embora. Sejam felizes. – Ele diz um pouco alto para que Zayn escutasse.
  Caminho com ele até a porta e aceno com a cabeça e ele vai embora. Volto para a cozinha atrás de Zayn que estava sentado no banco com os cotovelos sobre a bancada esperando o seu leite ficar morno no micro-ondas. O encaro e sorrio com a cena e ele me retribui, não quero falar sobre Liam, e agora felizmente esse assunto está definitivamente encerrado.
  — Como foi a noite? – Pergunto enquanto tiro a tigela do Zayn do micro-ondas.
  — Bem, eu acho, tive algum pesadelo? – Pergunta.
  — Sim, te dei o remédio e você dormiu bem. – Ele bufa.
  — Sempre te acordo com isso né? Você precisa descansar, nosso bebê precisa dormir bem. – Ele sorri.
  — Eu cochilo a tarde, se esqueceu? – Ponho o cereal na tigela e entrego a ele que agradece.
  — O que vamos fazer hoje, baby? – O encaro por alguns segundos e penso em algo.
  — Que tal dermos uma volta no shopping hoje? Aproveitamos e vamos ver algumas roupas para o bebê. – Digo empolgada.
  — Parece ser ótimo, vamos. – Ele me dá um sorriso caloroso.
  Sorrio de volta e pego um pedaço do bolo que Mary fez ontem, está divino, me sento ao lado do Zayn e ele beija meu ombro e me sinto confortável. A porta se abre e vejo Mary entrando e sorrindo ao nos ver, ela nos dá “bom dia” e logo se ajeita para começar os seus serviços. Limpo a sujeita que fiz na cozinha junto com Zayn e logo caminho até o quarto, Zayn está deitado na cama vendo TV, assim que fecho a porta ele me encara e dá um sorriso.
  — Sua barriga, já está ficando mais redonda. – Seus olhos brilham.
  — Você acha? Já tenho quase quatro meses e ela nem apareceu muito. – Resmungo.
  — Eu estou louco para saber o sexo logo. – Ele diz empolgado.
  — Se for menino eu escolho. – Digo primeiro e ele faz beicinho.
  — Se for menina se chamará Samantha. – Ele diz com orgulho.
  — Ethan, se for menino, eu adoro esse nome. – Digo e me sento na cama.
  Ele faz uma careta estranha e caímos na gargalhada, me deito ao seu lado enquanto ele faz carinho em meus cabelos, eu adoro o jeito que o Zayn é carinhoso comigo, a minha vida deu tanta reviravolta que eu nunca me imaginei aqui agora com Zayn. Não estou com ele pelo nosso filho, estou com ele porque ele me conquistou, desde que chegou àquela mansão monótona e trouxe alegria para aquele lugar. Eu gostava do sim, mas gostava muito mais do Zayn. Eu não sei por que aceitei ficar com Liam, e acabei por fazer ele se separar da família dele, Sophia não merecia isso de certa forma. Paro um pouco com esses pensamentos e me volto a Zayn, ele estava concentrado no programa de TV e eu sorrio com isso, estamos bem, e não há nada que vá nos atrapalhar. Percebo por um segundo o Zayn inquieto e penso que talvez ele esteja vendo ou ouvindo algo.
  — Está tudo bem? – Pergunto preocupada.
  — Sim, eu só... queria te dizer algo. – Ele perecia nervoso.
  — Pode dizer, sou toda ouvidos. – Me sento em frente a ele e vejo o quão nervoso ele está, suas mãos tremem. – Diga Zayn.
  — A muito tempo venho pensado nisso, digo, desde que soube que você iria se casar com o , eu até pensei em arruinar o casamento. – Franzo a testa e ele segura minha mão. – Eu não tinha certeza se acabaria comigo, no fundo torcia para o filho ser meu, sei que o Liam não seria descuidado se fizesse algo com você, mas isso não vem ao caso agora. – Ele respira fundo e continua. – O que eu estou tentando dizer é que, eu... você quer se casar comigo?
  Eu travo diante dessa pergunta, eu estava tão feliz com isso que nem consegui responder, vejo o desespero nos olhos de Zayn e pulo para te dar um beijo e o abraço.
  — Sim, sim! Claro que eu quero. – Ele suspira aliviado e me beija com delicadeza.
  — Eu não tenho nenhum anel aqui agora, mas eu te prometo, que comprarei um com o brilho dos teus olhos e do seu sorriso. – O olho com amor e o abraço novamente.
  — Só você já é o suficiente para mim. – Sussurro.
  Ele me abraça mais forte, seu abraço é confortante e apertado, fico ali mais alguns segundos e logo me afasto.
  — Eu te amo . – Ele diz tímido.
  — Eu te amo Malik. – Sorrio para ele e posso ver a felicidade em seus olhos.

Epílogo

  Um ano depois. [Casamento]

  — Calma, , tudo vai dar certo, respira. – tenta me acalmar.
  — E se eu desmaiar? E se borrar minha maquiagem? Eu não sei, estou nervosa. – ando de um lado para o outro inquieta.
  — É só ter calma, ok? Nada de errado vai acontecer. – ela me segura e me encara logo arrumando minha tiara.
  — Onde está o ? – pergunto preocupada.
  — Sua mãe está com ele, se acalma mulher. – ela bate o pé e me encara e não consigo segurar a risada.
  — Eu acho que nunca fiquei tão nervosa assim na minha vida. – digo enquanto me olho no espelho.
  — Relaxa, mais uma vez te peço. Hoje é seu dia e você tem que estar bem. – ela me abraça forte e eu retribuo da mesma forma.
  Alguém bate na porta e corre para abrir, era Niall avisando que já estava na hora. Concordei e comecei a me sentir mais nervosa ainda. Olhei pela janela e o gramado estava cheio, e eu tomando coragem para isso. Vejo já no início do tapete e sinto meu coração acelerar, ela está linda e não posso acreditar que estou me casando. Me casando com Zayn. Depois de tantas confusões e frustrações, traições e infelizmente morte, hoje estamos aqui já com nosso filho com apenas dois meses de nascido e feliz, agora no nosso casamento. Desço com e em certo ponto ela me deixa e vai para o seu lugar lá na frente como madrinha. começa sua caminhada até o altar e logo atrás eu vou segurando meu buque vermelho e junto a ele minhas lágrimas.

[...]

  — Parabéns aos noivos. – Louis nos cumprimenta com um abraço.
  — Obrigado, cara. – Zayn diz sorrindo.
  — Obrigado, Louis. – o abraço.
  Louis não foi o primeiro a vir falar conosco e nem foi o último, ainda haviam muitas pessoas e a festa também estava rolando. Liam estava aqui, e desde quando tivemos aquela conversa ele veio se mostrando uma pessoa melhor, ele sempre nos visitava, mandava alguns presentes para o nosso filho e realmente havia mudado e também encontrado uma mulher. Seu nome era Cheryl Cole, ela é uma pessoa boa e pelo que tenho visto faz ele bastante feliz.
  Minha mãe se aproxima com em seu colo e logo me entrega ele, não contei como ele se parece um tanto com Zayn. Seus cabelos nasceram claros, os olhos verdes iguais aos meus, mas os outros traços são todos do Zayn, a boca, o nariz. Fomos para nossa mesa com a família e podemos descansar depois de falar com todos.
  — O que tenho a dizer aqui algumas pessoas já sabem, outras não e têm coisas que não contei que realmente surpreenderá a todos. Eu sempre me achei um cara que nunca iria precisar me apaixonar por alguém, ou que nunca precisaria casar. Eu sempre achei que minha vida seria festa o tempo todo, e foi. Mas sabe aquele momento que chega e você sabe que nada vai ser como você planejou? Esse momento chegou para mim quando conheci a , quando a vi pela primeira vez. Eu me lembro até hoje quando conheci ela sem nem mesmo saber de quem se tratava. Ela estava lá na sua hora de almoço, um pouco séria e desastrada, mas sempre linda. Ela andava desligada, tão desligada que não me viu em sua frente e esbarrou em mim fazendo com que eu derramasse a água em meu terno. Ela ficou completamente envergonhada e desesperada querendo me ajudar de qualquer forma, e foi aí. Nesse momento em que vi seus olhos eu sabia que era o momento. E depois desse dia eu nunca mais parei de pensar em você, em momento algum. Nós fomos nos aproximando e nos tornando mais amigos a cada dia e eu tive que partir, mas foi por uma boa causa, foi porque percebi que não conseguia mais ficar longe de você e então eu precisava me mudar para mais perto. você foi a gota de esperança que me restava, você foi quem me ensinou muitas coisas da vida, me ensinou que a vida não é só curtição, isso passa longe de felicidade. Minha felicidade era você e sempre foi, o motivo de estar de pé todos os dias era por saber que eu iria ver você e quando ficamos afastados isso me doeu muito. Foi a pior coisa que me aconteceu. Sei que o que fizemos foi errado, mas a gente não escolhe de quem gostar, e meu coração escolheu você. Ele escolheu você para amar, cuidar, ajudar, proteger e fazer feliz acima de tudo. E para minha felicidade você também me escolheu, mesmo depois dos erros, você me escolheu e o destino nos confirmou que era para ficarmos juntos com o melhor presente que alguém possa ter: um filho. Você não sabe o quanto eu fiquei feliz, , hoje eu posso dizer o que você significou para mim. Você mudou a minha vida, me ensinou a viver, me ensinou a ser feliz e ainda me deu um presente maravilhoso. Eu queria que soubesse que eu amo você e o nosso filho , se vier mais um filho irei amar também, porque não tem dinheiro no mundo que pague a felicidade que vocês me proporcionam. Eu vou amar você para sempre minha querida , eu prometo. E se um dia eu falhar, eu começo tudo de novo e vou sempre me lembrar o porquê eu te amei, porque você me fez acreditar que nesse mundo em que vivemos ainda existe felicidade. E minha felicidade é você. Eu te amo sempre e para sempre.
  Depois dos discursos todos começaram a se divertir mais, não havia mais nada para fazer além disso. Todos foram para a pista de dança e aproveitamos a festa como se fosse a última de nossas vidas. Vida nova a partir de agora.
  Nossa viagem de lua de mel foi para a França e não poderia ter sido melhor. Ficamos duas semanas por lá e foram as duas melhores semanas da minha vida. Visitamos vários lugares, tiramos muitas fotos para o novo álbum da família – sei que é clichê, mas eu realmente amo isso. Zayn continuou perfeito como sempre foi, eu não poderia ter me casado com alguém melhor do que ele. Eu não me arrependo de ter ficado com ele, me arrependo de ter demorado demais a aceitar que eu realmente o amava. E se eu tivesse demorado mais um pouco, talvez eu não estaria tão feliz quanto estou agora.

  Dois anos depois.

  — Amor me ajuda aqui. – grito para Zayn e vejo ele caminhar até mim lentamente.
  — Não grita tão alto assim, acabou de ir dormir. – ele sussurra e logo me beija.
  — Graças a Deus esse garoto dormiu. – digo rindo e Zayn se junta a mim.
  — Brinquei com ele até ele cansar também, se não dormisse teríamos que achar o botão de desligar. – ele caminha até a geladeira pegando as verduras. – Quer que eu corte o quê?
  — Pode ser cenoura. – respondo.
  Zayn pega a faca e começa a cortar as cenouras para me ajudar com o almoço. Zayn tem trabalhado em casa para me ajudar a cuidar do , esse parece ser ligado no duzentos e vinte, porque sempre quer brincar e nunca se cansa. Zayn não poderia estar mais feliz, passa a maior parte do tempo com ele enquanto eu cuido da casa. já vai fazer dois anos e já está terrível, correndo pela sala o tempo todo e querendo subir nas coisas.
  Depois que ele começou a aprender a engatinhar nós resolvemos nos mudar para uma casa, o apartamento poderia ser perigoso, além de que precisaríamos de mais espaço também. A casa não fica muito longe do antigo apartamento, e ela é bem grande. Tem um quintal gramado gigante e isso é ótimo. Minha mãe se mudou para cá, ela mora no antigo apartamento de Zayn e ela também vem nos visitar sempre. Tudo tem ocorrido bem até agora e tende só a melhorar.

  “Zayn, nessa carta venho te dizer o sentido que você deu à minha vida. Desde que te conheci, desde que tivemos aquela aproximação inexplicável, eu te amei. Te amei desde quando você estava ali para me ajudar de todos os problemas que eu enfrentei e te amei mais ainda na primeira vez que você foi embora. Eu vim te amando em segredo, e ficar sem você para mim foi horrível. Eu não via graça em nada, nem no céu, nem nas pequenas coisas que antes me deixavam feliz, porque quando você foi, levou contigo a minha felicidade. Mas você voltou e desta vez era para ficar e eu te amei. Você não me desamparou quando mais precisei, você foi meu amigo, meu confidente, meu cumplice e foi meu amor. Você foi a pessoa que puxou minha mão quando eu estava no último segundo do meu afogamento. Você foi quem me salvou daqueles que queriam me fazer o mal. Você foi guerreiro e enfrentou com a cara e a coragem todos os problemas que nem eram seus, mas você esteve lá por mim. Eu me lembro quando achei que te perderia, quando te vi naquele estado, e foi ali que descobri que eu te amava completamente. Cada segundo, cada minuto e cada dia que se passou eu te amei mais ainda, cada sorriso, cada lágrima, cada abraço e a cada beijo, eu te amava cada vez mais. E agora juntos estamos mais felizes e com mais uma felicidade conosco: nosso filho. Zayn eu te agradeço por ter estado sempre comigo, quando precisei e quando não precisei. Te agradeço por cada sorriso, por cada palavra dita, por cada decisão tomada, eu te agradeço por tudo, foram esses detalhes que me fizeram te amar mais. Eu te agradeço por ser esse marido maravilhoso que você tem sido para mim, te agradeço por ser esse pai perfeito que tem sido para nosso filho, e te agradeço pela felicidade que você me faz sentir todos os dias, desde o momento em que acordo até o momento em que vou dormir. Eu te amo e jamais me cansarei de dizer isso, seja lá para quem for. Eu te amo e não há ninguém nesse mundo que mudará isso. É você, Zayn, é você quem eu amo, é você a minha felicidade, é você o homem da minha vida.
  Com amor, de sua querida .”

Fim!



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