The Party Song
Escrito por Erika Lima | Revisado por Mari Alves
Capítulo 1
Acho que sou a única pessoa no globo terrestre que adora o mar, mas odeia a areia. Sério. Isso não é normal, porque pensemos um pouco: se você adora ficar na água, bem, isso é bom. Mas como você vai chegar na água do mar se antes não passar pela praia, exatamente onde fica o quê? A areia. Sem falar que não existe o conceito de mar sem areia, porque, hello! É o mar! E olha, eu já tentei substituir por piscinas de onda, mas não é nem de longe a mesma coisa! Nem tem aquele gostinho salgado na água, gente! Se bem que o sal acaba com meu cabelo, e o cloro da piscina também não fica atrás, mas me diga quem é que liga pra o cabelo? Ok. Eu ligo. Mas tipo, é verão, é calor, é mar. Sem praia. Praia é ruim. Praia tem areia.
Ok, mas parando de me iludir, eu preciso arrumar um lugar urgentemente pra colocar minhas coisinhas e torrar um pouquinho no sol, pra pegar aquele bronze e depois cair na água salgada, natural e quentinha do mar nordestino.
Então ok, um pouco mais conformada com a areia invadindo os cantinhos entre meus dedos, me melequei inteira de bronzeador e fiquei torrando. Tipo, eu odeio bronzeador tanto quanto ficar torrando, mas sabe, uma nordestina branca que nem papel é a coisa mais ridícula que eu vi na vida. E meu reflexo no espelho me refletiu (claro que refletiu, é o que espelhos fazem, acorde pra vida!) assim, mais branca do que uma coisa muito branca, é. Daí eu vim à praia ficar torrando com bronzeador cenoura&bronze, porque eu gosto de cenoura e também gosto de bronze, então achei interessante comprar um bronzeador com o nome de cenoura&bronze. É legal, não é? Tá. Talvez não seja. Mas enfim, eu sei que fiquei lá no sol. Como eu já disse, repeti e repeti mais uma vez: torrando.
Sabe como eu sei que estou no ponto? Credo, parece que eu tô falando de comida desse jeito? Não é? Não parece que eu tô falando de um cozido, ou algo assim? Se bem que, parando pra pensar, seu eu estava torrando eu seria algum tipo de comida. Ai, que horror! Eu não gosto de ser comida de ninguém! Se bem que humanos não comem humanos (pelo menos não no sentido literal da palavra), a não ser que o humano comedor seja canibal. Aí, filho, coitado do ser humano comido, porque vai virar alimento. Mas o que eu tava falando?
Ah, sim! Sabe como eu sei que meu bronze está ok? (Ficou melhor essa pergunta, é sim) É quando eu sinto que minha pele tá quente, quente, muito quente, e eu sinto a necessidade muito louca de sair correndo feito uma louca e desvairada pra água! AAH! Ok, esqueçam o grito. Eu só me empolguei, mesmo. Eu já expliquei pra vocês, eu gosto de mar, não de praia e todo esse blábláblá de gente doente e retardada. É. Mas enfim, eu sinto que saí do assunto, mais uma vez, mas tipo, só sinto...
Enfim, como eu não lembro o que eu estava dizendo antes, vou dizer outra coisa. Eu gosto de picolé. Você gosta também? Picolé é bom, né? É doce e gelado, as duas melhores coisas do mundo NUM LUGAR SÓ! Ok, ficou muito propaganda de sei lá o que, mas enfim. É verão, relevemos. Aliás, eu amo o verão. Tipo, antes eu odiava! Eu odiava sol e calor, mas aí passou. Porque tudo em mim passa, coisa incrível isso! Eu não tenho gostos que duram a vida toda, nunca tive! Mas sabe o que é? Eu sei o que é. Eu sou muito doida! Tipo, eu acho que ao invés de passar na fila da maluquice duas vezes quando eu ainda estava no céu, prestes a nascer, eu NÃO passei na fila da sanidade, entendeu? Até porque acho pouco provável que tenha fila pra pegar maluquice no céu, né? Quer dizer, mano, é o céu! Hello!
Mas enfim, esquecendo toda essa conversa de céu, de fila de maluquice e tudo mais, voltemos ao bronze. Eu estava lá, já me sentindo quente, quase no ponto de sair correndo feito uma louca desvairada, como eu disse anteriormente, quando senti uma sombra, seguida de uma voz:
- , a maínha ligou. - Minha irmã mais nova, .
- O que ela queria? - pergunto sem me mover.
- Ela mandou a gente voltar pra casa que ela tem surpresa. - Minha irmã responde. E então eu abro os olhos, porque quando se fala em surpresa eu sempre abro os olhos. (Mas hein? Que nada com nada é esse que eu tô falando?)
- Qual é? - Pergunto fazendo cara de desenho animado. Sabe como é cara de desenho animado quando tá muito animada e/ou curioso? Pois eu fiz essa carinha mesmo!
- Não sei. É surpresa! - Minha irmã responde, mas eu sei que ela sabe. A é a rádio informação, eu a chamo assim porque ela é a maior fofoqueira da família. Mas não se chateie, é o charme dela.
- Aham. Então não conte. - E aprenda, a tática de fazer ela falar é dizer que não quer saber, então ela conta! Ela doida, assim como eu. Mal de família.
- Ok, eu conto. - Viu! Eu disse! - Ela disse que a gente vai viajar! Tipo, foi de última hora, tu sabe como a maínha é! Daí a gente embarca no voo amanhã de manhã, aliás, de madrugada. Então temos que ir pra casa fazer as malas agora, já!
Eu ia entrar em choque, mas antes de entrar em choque e ficar paralisada, sentar e chorar, a gente faz perguntas. Guia prático de sobrevivência.
- Pra onde a gente vai? - Perguntei com a sensação pré-choque.
- Para os Estados Unidos. - responde casual.
- Tá, mas que estado? Me diz que a gente não vai visitar a família do voínho e que a gente vai pra Califórnia, onde tem praia como aqui no nosso estado mais que nordestino e ensolarado! - Eu já estava naquele meu estágio de gritar e cruzar todos os dedos das mãos e dos pés.
- Na verdade, a gente vai mesmo visitar a família do voínho. A gente vai pra Maryland!
Certo, mataram a agora. Mataram e enterraram. Lá ia eu me enfiar em Baltimore em pleno iverno! Sem praia, sem sol. Só o frio da neve tão branca. Afinal, achei uma comparação para a minha brancura! , braca feito a neve. A branca de neve. Isso não é o nome de um conto de fábulas? Aliás, conto de fadas, que conto de fábulas o quê? Sabe o que é? É que eu pensei em conto de fadas e em fábulas ao mesmo tempo, e aí ficou meio junto, meio separado. Meio doido, meio embaralhado. É.
- MAS EU NÃO QUERO IR PRA MARYLAND! Ai, meu Deus! Eu quero ficar aqui e me bronzear, e surtar com a areia entrando nos meus pés, e mergulhar na água salgadinha quando eu tiver bem quente, quente, quente a ponto de gritar e correr! - comecei a berrar histérica, enquanto minha irmã calmamente recolhia nossas coisas. Quando eu me calei, ela disse:
- Terminou? - Eu não respondi. Em choque demais até pra falar. - Quem cala, consente, então vamos embora, obrigada.
Duas considerações finais: minha irmã é insensível e minha felicidade quase acabou. Tá. Pequena.
Capítulo 2
Não teve jeito, foi todo mundo pra Maryland. Eu, a , minha mãe, meu pai e o cachorro. Mentira, o cachorro a gente deixou na casa do amigo da minha mãe. Eu bem quis trazê-lo, mas sei lá, olha que maldade colocar o cachorro num avião e depois tirá-lo de lá. Quer dizer, não que seja melhor ele lá dentro pra morrer, mas você entendeu o que eu quis dizer! Eu quis dizer que viajar já é estressante pra nós, humanos, imagine pros cachorrinhos, tadinhos! Acho que se meu fofinho viesse com a gente, ia precisar fazer terapia. Aliás, eu nunca entendi como um cachorro pode ir num psicólogo canino. Tipo, cachorros não falam, eles latem. Tipo, eu conheci uma menina que me disse que falava cachorrês. Na verdade, ela disse que falava animalês, tipo, ela conseguia falar com qualquer animal, mas, tipo, ela só tinha cinco anos. Será que ela vai ser psicóloga veterinária? Tipo, médico veterinário... sabe? Tem o médico e o médico veterinário... é. Vou me calar, porque se eu disser 'tipo' mais uma vez, certeza que alguém vai atirar em mim.
- ! - me chamou da porta do quarto que eu estava dividindo com ela.
- O que foi, ? - Pergunto, largando meus pensamentos sobre pscicólogos veterinários de cinco anos de idade.
- Vamos no mercado comigo? A maínha deixou eu ir, mas eu não quero ir só. - Ela responde, vindo me puxar pelo pé, já que eu estava deitada na cama - Bora!
- Tá, tá! Mas deixa eu pelo menos me encasacar até a alma, né! Olha, eu tô morrendo de raiva porque a gente vai passar o resto de férias aqui nesse inverno infernal - Vou me vestindo e reclamando. É um hobbie meu. Eu reclamo o tempo todo.
- Mas, , se é gelado, devia ser algo... gelado, inferno não é quente não, doida! - Minha irmã veste o casaco também e eu procuro o meu sapato.
- Sei lá, ! Não me estresse também, não! Você sabe que no frio eu não me comporto bem!
- Eu sei que você é doida! - Ela diz rindo.
- Também, mas isso é normal. - Digo, achando o sapato.
- Super. Mas, tá pronta? Se você não tiver, eu vou te deixar aí!
- Tá doida? Quem me chamou foi você! - Replico, amarrando o cadarço.
- É, mas se eu não lhe apressar, você fica aí reclamando e a gente só sai daqui amanhã!
- 'Virgi' Maria, que drama! Tô pronta, Zefa! - Apanho só meu celular e acompanho minha imã.
A gente vai andando e falando besteira pelo caminho, porque é isso que eu e ela fazemos de melhor: falar besteira uma pra outra! E o pior é que a gente fica falando, falando e rindo, e rindo. Lá no Brasil as pessoas olham pra gente quando saímos juntas, porque a gente ri muito escandalosamente, somos loucas nada contidas. Aliás, existe louca contida? , por favor, se toque!
- Vamos falar em português? - Peço. Eu fico angustiada de não falar minha língua. Desculpa. Além do mais, eu tava com a minha irmã. E eu sou brasileira. Ela é brasileira. Somos brasileiras. E no Brasil se fala o quê? Isso mesmo, português. Então por que estamos falando inglês uma com a outra? Irracionalmente irracional, isso. Obs: note a repetição de palavras, que é pra dar ênfase à irracionalidade da situação.
- Vamos! Eu não gosto de falar inglês, pareço o Joel Santana! Santo Cristo! - Ela respondeu já em nossa língua nativa.
E nós continuamos o caminho falando baboseira, só que em português, assim ninguém entendia nada. A gente parou no ponto de ônibus, mesmo que não fôssemos pegar um, e ficamos lá do lado das pessoas falando um monte de palavrões com a cara bem simpática.
- Eu vou xingar essa mulher e ela ainda vai sorrir pra mim. - Minha irmã me disse. - Fica vendo.
E ela ficou com aquela cara linda, sorrindo pra moça e falando tanto palavrão, mas tanto que eu nem sei o que foi aquilo. E não é que a mulher começou a rir pra ela? Daí a mulher tentou passar a mão na , e a gente saiu correndo e rindo.
- Meu Deus, fui assediada! - Minha irmã gritava às gargalhadas.
- Quem manda você ficar lá fazendo cara de sedução! A moça não resistiu! - Digo, entrando na mercearia.
- A culpa não é minha, não! - Minha irmã continuava berrando. Ave Maria, é por causa de gente como ela que as basileiras ficam com fama de quê? De camboio, de sei não... Mas de alguma coisa não legal, e a culpa é da minha irmã. Sempre é.
- Tu vai comprar o que, hein? - Pergunto, andando por um dos corredores.
- Sei lá. - Ela responde. - Só queria sair mesmo, vai que eu nem compro nada. Tu tem dinheiro, ?
- Eu não! Eu só trouxe o celular. - Mostro o aparelho.
- Vixe. Então, vamos ver aí o que a gente leva. - A essa altura da conversa, já estamos no fundo da mercearia, aonde ficam os frizzers verticais, sabe? Que tem as cervejas.
- Óia, vamos levar cerveja! - Brinco, pegando uma garrafa. - Boom boom, pull me a beer no pretty drinks! I'm a guy out here!
Lá estou eu no meio do mercado com uma cerveja na mão, fazendo careta e coçando um saco inexistente. Afinal, eu sou mulher, né?
- Eita! Essa música é hilária! - Minha irmã começa a rir da minha performance.
- Mas eu tenho ela aqui no celular. Coloco? - Pergunto, já mexendo no aparelho.
- Bota aí! - se empolga - Tem um espelho ali em cima, óia! - Ela aponta e eu vejo um espelho na forma redonda.
- Tô vendo! - Berro, trazendo os olhos de volta ao aparelho. Quem manda ter 1239810281203981208320 músicas no celular! Quando a pessoa quer achar aquela música que, enfim, quer! Fica um milhão de vezes mais difícil de... - ACHEI! - Berro de novo, só que mais alto.
- Pronto! Bota aí pra tocar! Agora a gente olha pra o espelho e finge que é a câmera! A gente tá fazendo o clipe, tá? - já se prepara e eu dou o play na música.
Imagine a cena: duas doidas fazendo de conta que são manos do gueto, dançando loucamente no meio de uma mercearia. Isso mesmo, numa mercearia. Só sendo um mesmo, viu! E sabe o pior? A gente não tava nem aí! Cantando loucamente, bem a parte de quê? Do palavrão, logicamente!
Dirty dirty dirty dirty dirty dirty sucka
You think I can't get hurt like you, you motherf...
I can do it like a brother
Do it like a dude
Grab my crotch, wear my hat low like you
Só que o motherfucker a gente fazia questão de gritar, né? E estávamos lá, na maior vibe: DO IT LIKE A DUDE, quando um senhor veio cortar nosso barato.
- *Vocês estão fazendo o quê, exatamente? - Ele perguntou.
- *Nada. Só dançando. - Minha irmã responde, com aquele sotaquezinho, né?
- *Vocês não são daqui, não! São mexicanas? - Ele pergunta de cara feia. Eu tava vendo a hora da gente ser expulsa já!
- E eu tenho cara de mexicana, ? Agora foi que deu o bundalêlê! - Minha irmã começou a falar em português, fazendo o homem frazir a testa, e eu comecei a rir! Porque a minha irmã quando se revolta parace aquelas barraqueiras faveladas, se remexendo toda quando fala. - Olha, eu vou xingar ele aqui que ele nem vai saber! - Ela ameaçou com aquele jeitinho "favela aê, favela" de ser.
Eu estava numa crise de riso que nunca acabava e o homem começou a dizer que a gente era doida, que tínhamos que nos retirar do recinto, a fazendo barraco e eu rindo. Pense na confusão, viu!
- Olhe, vamos embora, irmã! Esse mercado não é digno da nossa presença! - Depois de toda a confusão, minha irmã ainda saiu me puxando, de nariz empinado.
Daí, quando a gente chegou na porta, ela disse:
- Pronto, fomos expulsas, mas que besteira! Do it like a dude! - Ela estava se segurando pra não rir também. Mas, mesmo assim, fez cara de macho, colocou o capuz na cabeça e puxou meu capuz também. - Vamo lá, mano.
Sério, quem olhasse de longe ia dizer que eram dois maninhos do gueto saindo do mercado, mas foi só a porta abrir e a gente sair que, minha nossa senhora! Foi uma danação que nem sei! Num momento estávamos na calçada, de repente veio uma manada de gente pra cima de nós! Foi do nada! E foi estranho e assustador! Estava tudo bem, mas de repente estávamos sendo empurradas pra dentro de uma van que estacionou do nosso lado, completamente do vácuo.
O primeiro surto foi da minha irmã, fã de quem? Luan Santana.
- AAAAH, FOMOS SEQUESTRADAS!
O segundo foi meu. Garota antenada que, além de música nacional, também conhece a internacional:
- AAAAH, FOMOS SEQUESTRADAS PELO ALL TIME LOW!
Capítulo 3
- TIRA UMA FOTO COMIGO?! - Era só o que eu conseguia repetir. Detalhe: em português. MAS, eu tenho explicação pra isso. No pedaço do filme Senhor das Armas que eu assisti (sim, pedaço. Eu dormi lá pela metade, porque eu achei aquele filme chato, e aí?) o Nicolas Cage disse que quando a gente tá num momento de muita dor, ou de muito prazer, a gente fala na lígua materna. Tipo, não que seja a lígua da mãe na forma literal da expressão, é a língua que você fala no seu país de origem, aquele em que você nasceu, sabe como é? Então. Eu tava falando em português, mas tem nada a ver com isso. Só citei porque eu queria citar isso em algum lugar someday, somehow (i'm gonna make it alright, but not right now. Tá, não era pra eu cantar aqui, né? Enfim.) Retornando ao curso aqui, enquanto eu ficava gritando em português pedindo uma foto, os coitados olhavam pra mim como se eu fosse uma doida, e eles falavam entre eles que pegaram os dois errados. Ou duas, no caso.
Você não entendeu, né? É. Eu também não entendi muito não, mas o que meu cérebro conseguiu absorver no meio daquela "danação" toda, de gritaria minha e deles, eu entendi o seguinte: aparentemente, eles estavam passando por ali, por algum motivo, e foram resgatar o Rian e o Zack, só que, tipo assim, lembra que eu disse que eu e minha irmã estávamos parecendo duas maninhas do gueto, ou melhor, dois 'manos' do gueto? Daí eles confundiram a gente com os meninos lá. Resultado: estávamos numa van com o All Time Low, ou parte dele, porque, afinal, só estavam o Alex e Jack ali, e eu gritando pra tirar uma foto em português e eles me achando a maior louca da parada de sucessos (?). Mas, como diria um amigo meu, não importa, eu sou top na balada, super 10colada. É siiiiiiiiiiiim...
- Sério, , por que você quer tirar foto com os nossos sequestradores?! SOCORRO! - Essa pessoa que falou foi minha irmã. Coitada! Eu esqueci dela, desculpa. Foi a emoção.
- Menina, acorde pra vida! São o All Time Low! Relô-ou! - Estalo de dedos bem na cara da minha irmã - Relô-ou! - Mais um estalo de dedos - Relooooô-ô-ô-ô-u!
- Se tu num parar de estalar os dedos no meu rosto e ficar falando "relô-ou" que nem uma retardada, eu juro que te bato. - Ela respondeu, carinhosa como sempre.
- Vixe, que agressiva. A nossa mãe não te educou assim não, viu! E que negócio é esse de "que nem". Pf! "Que nem", que nem... "Que nem" o quê, menina?! Fale direito! - Essa sou eu dando aulas de português.
- Olha, , você, por favor, deixe pra me corrigir outra hora! Agora me explique que história é essa de All Time Low! A gente é sequestrada e você ainda dá nome pra quadrilha! Eu vou contar pra maínha!
Notem que eu estava numa discussão fervorosa com minha irmã que, apesar de tudo, eu amo, né? Mas mesmo assim eu ouvi ao longe (mentira, tava pertinho) a outra discussão fervorosa (mentira, tava mais pra desesperada).
- *E o que a gente faz com elas? - Um pergunta pro outro.
- *Sei lá! Eu nem entendo o que elas falam! - O outro responde pro um.
- *É que a gente tá falando português, a não ser que vocês falassem também, então nem tinha como entenderem mesmo. Eu sou , essa é . Ela é meio destemperada mesmo, mas não se preocupem, não é nada patológico, não! Eu só preciso explicar pra ela que vocês são o All Time Low, e aí vai ficar tudo certo, entende?
- *Não. - Eles responderam em uníssono. Eu acho que eu falei rápido demais, meu inglês ficou enrolado, ou se eles não entenderam que minha irmã não é louca de verdade, quer dizer, não num nível psiquiátrico. Eu acho. Ou também... Não sei o que aconteceu não. Achei que sabia, mas não sei e...
- , pára de falar com eles, mano! A gente tem que dar um jeito de fugir! E se eles levarem a gente pra o tráfico de mulheres? Ou de órgãos?! Eu não quero morrer! ALGUÉM ME SALVA! - Minha irmã, de novo, interrompeu meus pensamentos com a sua histeria. Sério, ela tava histérica de verdade. Eu estava vendo o momento em que ela se jogaria no chão e começaria a se debater.
Tá, não. Ela não faria isso, mas sei lá! Eu senti que ela faria, então estapeei o rosto dela. Em parte porque eu queria, e em outra parte porque... é... Eu queria, hihi.
- *Vocês são loucas! - Alex gritou.
- *Nem tanto. - Respondi com um sorrisinho miserável na cara. Olha, vou te contar. A criatura vir pra os EUA pra ser chamada de louca pelo All Time Low, só poderia acontecer... NOS MEUS MELHORES SONHOS!
Ok. Talvez eu seja meio louquinha.
Rapidamente, virei pra quem? Minha irmã, que estava calada pelo choque de eu ter batido nela, né? Senti que me arrependeria por aquilo algum dia, alguma hora, algum momento, mas ignorei o medo da minha irmã.
- , pare e escute - comecei.
- Eu tô parada, sua Zefinha! Tá vendo não?! - A minha irmã, gente, juro! Tava parecendo um siri na lata, vixe, vixe!
- Sim. Agora se acalme pra eu falar, dá pra ser? Ou tá difícil?!
- Eu não quero saber não, ! Você fica aí falando de All Time Low, All Time Low, All Time... - Aí ela calou a boca e ficou com cara de mongol, como se tivesse com o cérebro prestes a derreter porque se deu conta de uma informação importante, tipo bombástica nuclear, "sacomé?" - Porra, mano! - disse uma vez.
- É, eu sei. - Falei com um sorriso arreganhado no rosto.
- Porra, mano! - Ela repetiu - Esse All Time Low é o mesmo em que o Restart se inspirou, né? Né, ?
Agora quem diz "porra, mano" sou eu. Sério mesmo, amo minha irmã, aliás: TE AMO, . Mas tem hora que, sinceramente, viu. Dá vergonha dessa criatura, tanta coisa pra ela associar ao All Time Low e ela me vem com Restart? Af, mana, se corte! Aliás, se corte não que você é doida, mas não patologicamente, como eu disse anteriormente (ih! rimou! o mente do patologicamente com o do anteriormente, hihi).
- *Será que dá pra você voltar a falar em inglês, por favor? - Jack chamou minha atenção, estalando os dedos.
Ok, ele pode ser o Jack, mas eu não sou cachorro.
- Ele tá me chamando de cachorra, é isso mesmo? - Cutuquei minha irmã de lado, falando baixo. Como se eles fossem me entender! Eu disse essa frase em português, oi?
- Ele deve tá pensando que estalar os dedos é tipo um código das nordestinas do Brasil, porque você estava estalando pra mim, lembra? - Minha irmã respondeu baixinho também. Somos idiotas, eu sei. Mas somos felizes, é.
- Mas eles nem sabem que a gente é nordestina. E tipo, só por que a gente fala português não quer dizer que a gente seja do Brasil, porque assim, tem outros países que falam nossa lígua, então tipo-
- *Sério, você poderia falar com a gente? - Dessa vez foi Alex quem apelou.
- *Tá legal, mas parem de estalar os dedos, parece que vocês tão me chamando de cadela ou algo assim. - Respondi.
- *E eu sei falar inglês também, ok? Eu só estava nervosa demais pra falar. - se explicou.
- *Aham, ela achou que vocês estivessem nos sequestrando. - Acrescentei.
- *Sequestro? Não, não! Foi um engano! - Jack se apressou em explicar.
- *É, eu entendi algo como isso, - falei - mas nem liguem pra minha irmã não, é que ela é mais do estilo Cine, Restart, também Michel Teló e o vesgo do Luan Santana, sabe? - claro que não. Estava estampado na cara dos dois garotos à minha frente que eles estavam me achando a maior louca do pedaço, de novo. - Ok. Vocês não sabem, mas é que eles são...
- *Certo, , você explica numa outra oportunidade, mas agora dá pra gente ir pra casa? - disse com desgosto. Jura que ela queria ir pra casa? Aliás, jura que ela disse "numa próxima oportunidade"? Ah, claro! Eu esbarro no All Time Low todo dia, tipo, coisa cotidiana. , amor, vai lá e senta.
- A gente vai pra casa assim que eu tirar um foto com eles. - Falei sacando meu celular do bolso da calça, enquanto o do Alex começou a tocar. Enquanto ele atendia, eis que começa um bate boca com minha irmã, é sempre isso.
- , eu não tô confortável aqui, a gente tem que saber como voltar pra casa!
- Sério mesmo, , a gente vai pra casa, mas não dá pra você esperar só um pouquinho, não? É uma fotinho só e a gente salta da van e vai pra casa!
- *Ok, voltem ao inglês, por favor? - Alex pediu.
- *Fala. - Eu e falamos juntas. Juro que me dá medo quando a gente começa a falar igual assim, mano. Isso é coisa normal de irmã ou é só com a e eu?
- *O Zack e o Rian disseram que pegaram um táxi pra casa, então a gente vai pra lá. E vocês? - Eu tenho certeza absoluta que ele tava mais querendo perguntar algo como "vocês preferem que eu as joguem pela janela ou abra a porta primeiro?"
- *A gente tira uma foto com vocês e vai pra casa também. Tipo, a nossa casa. Minha e da minha irmã.
- Por que diabos você só pensa nessa foto? - revirou os olhos.
- Cala a boca, você tá com inveja, eu tenho uma foto com uma banda que eu amo e você não. Morra. - Debochei. Não foi legal isso. Sério. Minha irmã é doida e descontrolada, oi. Não deboche dela num momento como esse nunca! Abrindo parêntese: como se fosse meio que sequestrada pelo All Time Low todos os dias. Se morra, . Beijos. Fecha parêntese. Sabe o que a linda, tão linda, fez? Não?! Eu conto: ela ficou com raivinha, tomou meu celular, abriu a janela e o jogou lindamente por ela, como quem se livra de um pacote de tablito. Embora eu não tenha certeza por que eu falei em tablito e em pacote de alguma coisa, no caso, o tablito, ela fez exatamente o que eu contei agora. Não é uma cretina?!
- POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? - Eu já vi em minha mente eu me jogando em cima da minha irmã e rasgando a cara dela com as unhas, porque eu sou má, mas fiquei parada, respirei fundo e me acalmei. - O que é seu tá guardado, viu, ? Você me paga!
- *Sério, meninas, quando vocês falam em outra língua eu fico nervoso. - Jack disse.
- *Eu também, fico sem entender o que está acontecendo. - Alex completou.
- *Eu falo português e não tô entendendo o que está acontecendo. - Minha irmã falou. Bonitinha ela, joga meu celular pela janela de um carro em movimento e não entende os acontecimentos, ah, que linda!
Espera aí, carro em movimento?
- *Esse tempo todo a van continou indo pra onde vocês estavam indo antes de sequestrarem a gente? - Perguntei aflita.
- *A gente não sequestrou vocês, mas sim, a van continuou indo.
- Fodeu, ! - Joguei minhas mãos na cabeça e minha irmã ficou confusa.
- Hã? - Ela perguntou.
- *Meninas, em inglês. - Jack pediu.
Sorri cínica. Sabe? Aquele sorriso que você dá, quando tá tudo uma merda e você quer ser sárcástica? Não que estar numa van com parte do All Time Low fosse sinônimo de estar tudo uma merda, mas veja só:
- *Em inglês, não é? Certo então. Nós somos turistas aqui, certo? Sim, certo. Nós não conhecemos nada além do quarteirão onde fica a casa da prima do nosso pai, isso significa o quê, basicamente? Que estamos perdidas, e o único meio de nos comunicarmos com nosso pais seria meu celular, e a não ser que minha doce, linda e inteligente irmã tenha trazido o celular dela, coisa que eu acho difícil, já que ela me disse que deixou em casa carregando, nós estamos perdidinhas em Baltimore. Beijos. Posso sentar e chorar, agora?
- Merda. - disse em choque. - Puta. Merda.
- Pois é.
Capítulo 4
E aí e eu estava perdida. Com a minha irmã. Legal, né? Lindo.
- *E se a gente deixar vocês no bairro, você conseguem se achar? - Alex perguntou apreensivo.
- *Se a lembrar o nome do bairro, beleza. Minha memória é, tipo assim, muito pouca. - Respondi.
- *Eu não lembro, nem sei se perguntei o nome do bairro à nossa mãe, . - disse, cheia de culpa.
Quem mandou jogar meu celular, agora toma! Estamos perdidas, sem saber como voltar!
- *Eu dava tudo pra estar no Brasil agora, mano. - Reclamei. - Nada contra vocês, meninos, mas a gente só se ferra desde que chegou aqui. Primeiro esse frio desgraçado, depois o dono da loja chuta a gente pra fora, e agora estamos perdidas. Vocês certamente vão nos deixar aí, até porque nem são responsáveis por nós mesmo! Então a gente vai ficar perdida aqui pra sempre! - Essa sou eu: esperando o pior, torcendo pelo melhor.
- *Nós não vamos deixar vocês duas na rua, se acalmem. - Jack traquilizou - Toma meu celular, liga pra sua casa.
Ele estendeu a mão com o celular pra mim e eu empurrei na direção da minha irmã.
- *Eu não sei os números de cor. - Expliquei.
Minha irmã pegou o celular e começou a discar. Aparentemente o do pai ia direto pra caixa postal, e o do minha mãe chamava até, finalmente, cair na caixa postal. O número da casa a gente não sabia, então... Não tinha jeito. O incrível é que as pessoas sempre arrumam um jeito de ficar incomunicáveis quando a gente precisa delas. Af! Valeu, mãe e pai.
- *E a gente faz o quê, agora? - Minha irmã tava quase chorando. Eu tive que passar alguma segurança pra ela, né? Tipo, eu sou a mais velha, então...
- Se a gente soubesse o endereço, pediria um táxi, mas a gente não sabe... - Falei abraçando minha irmã. Poxa, a culpa era dela, mas tadinha, né?
- Desculpa, . Eu tava com raiva, aí eu joguei seu celular... - Ela começou a se explicar, e minha irmã tem um problema: quando ela é sensível demais, então quando ela fica chateada com qualquer coisa, a válvula de escape dela é chorar, uma hora ela tava se desculpando, na outra já estava caindo aos prantos.
- Tá tudo bem, . Ou vai ficar...
- *Vocês podem ficar com a gente até essa situação se resolver. - Jack falou daquele jeito que as pessoas falam quando estão tentando reparar algo.
- *É! Uma hora seus pais vão ter que atender os telefones, não é tão ruim assim... - Alex completou.
De certa forma, ele estava certo, não é?
- *Tudo bem pra você, mana? - Perguntei.
Ela balançou a cabeça pra cima e pra baixo, já mais consolada.
- *Vocês estão indo pra casa, isso quer dizer que a gente vai com vocês pra casa, tipo, de vocês? - falou.
- *A gente vai pra casa do Jack, na verdade. Tem problema? - Alex perguntou.
- *Não. - Eu e respondemos juntas. Já disse que eu tenho muito medo quando isso acontece?
E aí veio o silêncio de uma cripta e se instalou em nosso meio. Sou chique e falo "o silêncio de uma cripta e se instalou em nosso meio" HAHA, brincadeira! Na verdade, acabou o assunto mesmo. Tipo, se eu surtasse (como eu queria fazer, aliás) ali, eles iam achar o quê? No mínimo que nós somos psicóticas, e sabe, isso não é uma boa impressão.
- *Então, você disse que queria estar no Brasil... - Jack começou, tentando puxar assunto - Vocês são de lá?
- *Somos. Do nordeste, ainda mais, que tem um sol escaldante o ano todo. - Digo.
- *E lá está em pleno verão, daí a gente vem pra cá, e olha! Neve por todos os lados! - completa.
- *Mas vocês não gostam de neve? Tipo, a maioria das pessoas gosta. - Alex diz.
- *Ah, gostar a gente gosta, mas sei lá. Esse frio todo é meio incômodo. - responde.
- *Entendi... - Parece que o assunto de Jack já tava no fim, hein.
- *As fãs brasileiras são ótimas! - Foi a vez de Alex puxar assunto, então.
- *Aham, todo mundo adora as brasileiras. - Minha irmã diz.
- *É que a gente é mais carinhosa, mais atenciosa, mais enérgica por assim dizer... - Completo.
- *Com enérgica você quer dizer louca? - Alex ri.
- *Mais ou menos. - Digo sem graça - Eu quis mesmo me referir à energia, mas talvez a gente seja só um pouquinho louca.
- *Louca no bom sentido, não é? - Jack ajuda.
- *Isso. - Confirmo num sorriso de agradecimento.
- *Mas vocês são assim com todo mundo ou só com os artistas internacionais? - Alex pergunta.
- *Com todos. - responde - Amar um ídolo incondicionalmente parece que é coisa de brasileiro, só.
- *É que a gente é naturalmente "demais". - Digo.
- *Como assim? - Jack ri.
- *A gente é tudo demais: ama demais, é feliz demais, grita demais. Tudo em excesso! Coisa do Brasil! - Falo.
A van pára.
- *Chegamos. - Alex anuncia. - Vocês vão sambar pra gente?
- *Ah, tá! Vai vendo! - Minha irmã ironiza, descendo da van.
- *No Brasil tem samba, mas tem mais que isso, sabe? - Falo descendo da van também.
- *Bom, enquanto esperamos pelos seus pais, vocês vão ter bastante coisa pra nos contar, então.
Falar do país natal é a melhor coisa do mundo! Você vai falando só das coisas boas, óbvio, as ruim a gente coloca embaixo do tapete e tá tudo lindo. A , assim que a gente entrou no apartamento, já foi pedindo pra usar o computador. A macaquinha já correu no youtube e acessou o "Pagode Versions", que é aquele canal onde o Tulio faz a tradução dos pagodes pra o inglês, sabe qual é? Os meninos só faltaram rolar no chão de tanto rir com a versão em inglês pra Segura o Tchan: Hold The Tchan, na maior vibe Cumpadi Washington Feelings. Eles já começaram a rir, daí, né? Porque nos EUA, Washington é a capital do país, mas aqui no Brasil é o vocalista do É o Tchan, dá licença! HAHA
Mas pra não dizer que eu não falei das flores, fiz minha parte, né? Depois que minha irmãzinha linda falou desse cenário da música popular brasileira, eu fui limpar nossa barra, apresentei as bandas de rock brasileiras - as boas, né?! Principalmente dos anos 90, e depois, só porque eles me azucrinaram muito pra saber do bendito samba, eu mostrei Sérgio Mendes pra eles. E, tipo, eles amaram! Aliás, tem até uma música do Black Eyed Peas com o Sérgio, que chama Mas Que Nada, e é uma delícia de ouvir e de dançar, coisa que, aliás, eu e minha irmã fizemos, porque brasileira que não samba, não dá! E o mais engraçado foi tentar fazer os dois sambarem também, nossa! Os passinhos deles eram hilários!
Mas, como diria Dinho Ouropreto: tudo que é bom dura pouco, e não acaba cedo. Já estava anoitecendo quando minha mãe retornou a ligação. Você nem sabe o quanto ela já estava morta de preocupação! Ela disse que não atendeu o celular porque deixou em casa enquanto saiu com o resto do povo procurando a gente pela rua. E, tipo, sabe como mãe é! Foi só ter certeza que eu e estávamos bem que já veio com um sermão sem tamanho sobre... Sobre o que, mesmo? Nem prestei atenção, HAHA. Daí, antes de desligar, passei o telefone pra o Alex, que explicou o endereço pra prima do meu pai - que conhecia a cidade porque morava nela, oi - vir nos buscar, e foi um fofo explicando pra minha mãe que a culpa foi deles e tudo mais.
Mas o mais legal de tudo foi a despedida. Tipo, eles já amavam as brasileiras, e depois de conhecer a gente só um pouquinho melhor, tiraram da cabeça isso que somos loucas. Aliás, eles sabem que a gente é completamente louca. Mas é louca no bom sentido.
- *Eu queria ter conhecido os outros caras. - Minha irmã choramingou, enquanto abraçava Alex, se despedindo.
- *Você vai trocar o Luan Santana por nós? - Ele perguntou brincalhão.
- *Possivelmente. - Ela respondeu divertida.
- *Então, na próxima vez que vocês duas vierem a Baltimore a gente se encontra e vocês conhecem o resto da banda! - Alex disse.
- *Oba! - Comemorei, batendo palminhas. - Quando forem ao Brasil, passem pelo nordeste, a gente vai amar!
- *Quem sabe... - Jack me abraçou, se despedindo.
Depois trocamos: eu abracei o Alex, depois a abraçou o Jack.
- *Tchau, meninos, se cuidem! - Eu e a falamos juntas, sabe, é assustador mas acontece com mais frequência do que eu gostaria.
- Tchau! - Eles disseram em português, bonitinhos! Mas também foi a única palavra que falavam sem o auxílio de uma ferramenta de tradução da internet (quem não sabe que é o google tradutor, né?), e depois eles disseram:
- Hold The Tchan!
E aí a gente desceu de uma vez, antes que minha mãe subisse e nos arrastasse pro carro.
Capítulo 5
Devo admitir que foram umas férias, tipo, MUITO MELHORES DO QUE EU JAMAIS ESPEREI. E teria sido bem melhor se tudo isso tivesse acontecido debaixo de sol, num dia bem quente! Mas como nem tudo que a gente quer, a gente pode ter (o que eu, aliás, acho uma puta injustiça, pra mim a gente tinha que ter tudo que quisesse, ou pelo menos só querer o que pudesse ter, né não?) eu estou feliz.
Mentira.
EU ESTOU LOUCAMENTE FELIZ, A PONTO DE CUSPIR MEU RIM DE TANTA EMOÇÃO! Mas okay, controlando meus nervos e pensando com calma: quem sabe no próximo verão não podíamos repetir a dose? Eu digo verão no Brasil, e tipo, repetir a dose sem a parte da gente achando que foi sequestrada e eu perdendo um celular, né? Seria mais legal.
- , vamos senão a gente se atrasar pra pegar o avião! - chamou pela 101237013701372130ª vez.
- Tô indo! - Grito do quarto.
Já estavam todos no carro, só minha irmã do lado de fora me esperando.
- Vamos? - Ela chama de novo, impaciente.
- Vou sentir saudades daqui. - Digo.
- Mesmo com o frio? - Ela ri, quase me enfiando dentro do carro à força.
- Do frio não vou sentir falta, não, mas as férias foram legais, não foram?
- Muito. - sorri. - Mas será que dá pra você entrar, ou tá difícil?
Rindo da impaciência dela, eu entro no carro a caminho do aeroporto. Em resumo, o voo de volta pra casa foi bem tranquilo, eu dormi metade do tempo e a outra metade passei tendo aquelas minhas conversas super sem nexo e sem anexo (?) com a minha querida irmã. Então acho que é isso. FIM.
Mas, ah! Posso só dizer uma última coisinha? Assim que a gente pousou, começou a cair o céu inteiro em chuva! Mas que saco, viu! Frio do caramba que me persegue! Mas, enfim, agora é fim mesmo.
FIM
Eu nem ia fazer nota da autora nem nada, mas eu tinha que explicar que os textinhos que começam com asterísco são só pra marcar como as falas que as personagens estão dizendo em inglês, sacou qual é o esquema? HAHA Enfim, espero que tenham gostado, e é isso. xx
Nota da beta: Amei! Ri bagarai, principalmente do Hold the Tchan, haha.