The Last Bus of The Night
Escrito por Annelise Stengel | Revisado por Pepper
O ônibus parecia vazio. Provavelmente estava. Era o último ônibus da noite, e o motorista esperava pacientemente caso algum passageiro inesperado decidisse subir. Ele ouvia música em seu celular, algum old hit do Journey ou alguma banda assim, e batucava no volante, parecendo estranhamente animado para uma noite fria. Não parava de lançar olhares para SuHo, que ao ver do funcionário devia ser o tal passageiro inesperado, parado havia alguns minutos na frente da porta aberta do ônibus, observando o nada. Como se decidisse entrar ou não. O motorista não o apressava, esperando dar seu horário de partida do ponto inicial, batucando e cantarolando.
SuHo não estava em seu melhor ânimo. O vento frio balançava um pouco seu cabelo, e ele tentava não encarar o motorista. O rapaz não conseguia decidir se ele pegava o ônibus ou não. Era uma rota de 1h, que no fim acabava ali mesmo, e SuHo não tinha nenhum ponto em qual parar. Ou seja, chegaria ao mesmo lugar, do mesmo jeito. Todavia, parecia tentador entrar no último ônibus da noite e estar em algum lugar, que não era nenhum lugar em específico, mas ainda assim era muitos lugares. Franziu as sobrancelhas com seu pensamento confuso, e então, estremeceu ao ouvir o motor ser ligado.
- Última chance, garoto. - o motorista anunciou com um sorriso. - Se quer só passear e não quer pagar, entre aí. Tenho que fazer o trajeto e é o último ônibus, nunca enche. - ele sorriu simpático.
SuHo, um pouco assustado, decidiu-se e acenou com a cabeça, pulando para dentro do ônibus, murmurando um agradecimento.
- Não se preocupe. Acho que vai ser bom ter companhia dessa vez. - o motorista arrumou a marcha e o veículo começou a avançar. SuHo estranhou o modo como o homem falara, como se não falasse sobre si mesmo, mas ignorou, virando-se para ir até o fim do ônibus, sentar-se.
Surpreendeu-se ao ver uma cabecinha no fundo. Talvez o motorista realmente não estivesse falando sobre si mesmo. SuHo foi avançando lentamente pelo corredor, segurando-se para não desequilibrar, sem tirar os olhos da garota. O ônibus todo estava vazio, mas ele sentia uma vontade aterradora de sentar-se ao lado dela.
Sentindo que a assustaria, seguiu até a última de linha de bancos, em que ela estava sentada numa ponta, e sentou-se na outra, mantendo uma distância de três assentos entre eles. Lançou outro olhar para ela, analisando-a e foi ignorado. Ela não desviou os olhos das luzes e da escuridão do lado de fora da janela, que passavam conforme o transporte se locomovia.
Queria dizer algo para ela, por algum motivo desconhecido. Mas retesou-se, sabiamente. Afinal, o que se dizia nesse tipo de situação? Dois completos estranhos, sentados em lados opostos de um conjunto de assentos, no último ônibus da noite. Provavelmente ela queria ficar sozinha, assim como ele também queria ao concordar em entrar no ônibus. Então por que queria tanto falar com ela?
Decidiu olhar para a janela também e aproveitar a viagem para pensar na própria vida. Costumava estar sempre cercado de pessoas, era parte de sua personalidade, mas agora simplesmente não conseguia encarar ninguém. Preferia ficar sozinho. Sentia que cada dia era uma pessoa nova, por isso, precisava de um tempo para si só para se recompor e voltar a ser um novo SuHo, pronto para o dia seguinte e seus desafios. Ninguém disse que a vida era fácil, afinal.
- Companhia. Que inusitado. - interrompendo os pensamentos que mal haviam se iniciado, uma voz clara, mas baixa, soou ao seu lado, e ele virou a cara. A garota não se mexera, não alterara em nada sua posição, e SuHo perguntou-se se estaria imaginando a voz dela. Pensou que não, que sua mente nunca conseguiria criar uma voz feminina que nunca escutara antes, então ela provavelmente devia ter falado.
- Você vem muito aqui? - viu-se perguntando, e depois sentiu-se idiota. Ainda a olhava, mas mal conseguia enxergar o rosto da mesma no reflexo do vidro. Decidiu que também desviaria seus olhos, e manteve-os fixos à frente, observando o resto dos assentos vazios.
- É bom para ficar em silêncio e acalmar os pensamentos. - ela murmurou. SuHo imaginou se estava falando alto demais, porque a voz dela era estranhamente baixa e calma. Pigarreou. Olhou para os lados.
- Qual é seu nome? - decidiu perguntar, e ela finalmente virou seu rosto para ele.
Surpreendido com o gesto, e com a inesperada sutileza e beleza que ela exibia em suas feições, ele moveu a boca aberta sem emitir sons algumas vezes, mesmo que fosse ele quem aguardasse a resposta.
- Desculpe. Eu venho aqui para ficar em silêncio e acalmar meus pensamentos. - seus olhos se estreitaram, como se ela estivesse irritada, e SuHo concordou silenciosamente com a cabeça. - Não estou interessada em companhia, principalmente agora. - retrucou, na mesma voz calma e baixa que utilizara em toda a conversa, e então voltou seu rosto para a janela, como estava segundos antes.
SuHo sentiu o rosto esquentar, um pouco sem saber o que fazer. Normalmente, para ele, era fácil lidar com embaraços sociais, tinha seu jogo de cintura. Mas talvez, devido aos acontecimentos daquela noite, essas suas habilidades estivessem esgotadas, e ele precisasse de tempo para se acalmar e voltar a ser um novo SuHo, superando o que quer que tivesse acontecido.
Suspirou, e depois limpou a garganta, soltando um "ah" baixo. Percebeu, pelo canto do olho, que a garota mexera-se ligeiramente, provavelmente incomodada com o barulho. Ele não ia conseguir ficar quieto. Só ia atrapalhá-la. Não era ruim demais que uma garota bonita como ela já estivesse se sentindo mal?
Levantou-se, calmamente, como se não quisesse fazer barulho, e parou na frente da porta da saída. Ainda não apertara o botão indicando que o motorista parasse para que ele descesse. Na verdade, SuHo nem sabia aonde estava, e provavelmente acabaria perdido na cidade. Mas talvez isso não importasse, talvez isso fosse o que ele precisava. Não se atreveu a olhar para trás, para a garota sentada no último assento. Entretanto, quando sua mão se dirigiu ao botão, foi impedido novamente pela voz calma dela:
- . - soou, no mesmo momento que o ônibus parava em um semáforo vermelho e tudo ficava silencioso, então ele ouviu perfeitamente o que ela disse. Virou seu rosto para olhá-la mais uma vez. Ele podia ver seu rosto de perfil, já que ela ainda olhava pela janela, mas ao mesmo tempo o reflexo dela perfeitamente visível devido ao contraste de iluminação da noite escura fora do ônibus com as luzes claras dentro do mesmo mostrava em seus olhos que ela estava inquieta, provavelmente perguntando-se por quê estava fazendo aquilo. SuHo deu um passo para o lado, de forma que seu corpo se voltasse parcialmente na direção dela.
- Desculpe? - ele perguntou, apenas para ouví-la dizer de novo. - ele tinha entendido que era o nome dela - apertou os lábios, parecendo incomodada, e baixou os olhos para o colo, sem virar o pescoço.
- Meu nome é . - ela disse, um pouco mais baixo. O semáforo passou para o verde e então eles estavam em movimento de novo. SuHo segurou-se melhor, para que não perdesse o equilíbrio na curva.
- Sou Kim Joon Myun, mas as pessoas me chamam de SuHo. - ele sorriu um pouco. Talvez ter entrado no ônibus acabasse sendo uma aventura.
não disse nada mais por um tempo, voltando a olhar as ruas e as poucas pessoas que passavam por eles. SuHo não sabia bem o que fazer, se descia do ônibus ou se ela responder sua pergunta indicava que ele poderia ficar, e então eles talvez começassem a conversar e tornassem-se amigos. Sorriu sozinho. Era típico pensar imediatamente em tornar-se amigo das pessoas. Aquela garota provavelmente não queria fazer amizade com um desconhecido que embarcara com ela no último ônibus da noite.
- Acho... - novamente foi arrancado de seus pensamentos pela voz dela, e percebeu-se ainda de pé, segurando as barras de apoio e observando o nada, que acabava sendo o rosto dela no reflexo do vidro, quando prestou atenção em onde fixara seu olhar. - Acho que vai ser bom ter companhia, dessa vez. - disse, ainda sem olhar para ele. Seu rosto estava mais corado. SuHo entendeu aquilo como "fique, vamos conversar".
Porém, não se atreveu a voltar ao lugar que estivera sentado. Dirigiu-se a outro assento, cruzado ao dela, mas que estrategicamente conseguiria enxergá-la através do reflexo e observar suas feições e expressões. Ele estava curiosamente atiçado pela garota, e queria conversar e descobrir coisas sobre ela. Quando sentou, já observando o reflexo no vidro, percebeu que ela lhe lançara um olhar breve, mas que depois voltara os olhos para o ponto de costume.
Esperou que ela dissesse algo, só que ela também talvez esperasse que ele dissesse, porque o silêncio reinou no ônibus por longos minutos. Balançando um pé e observando o reflexo dela no vidro, ele decidiu que seria interessante começar um breve interrogatório. Se ela mostrasse sinais de desaprovação, SuHo simplesmente ficaria quieto e terminaria a viagem em silêncio, a menos que ela falasse.
- Por que o último ônibus da noite? - perguntou ao reflexo dela, e ao mesmo tempo ao seu. Por quê? O que estava fazendo ali?
- Porque é quieto, e tranquilo. - ela respondeu prontamente, quase como se estivesse esperando a pergunta. - É um lugar onde eu posso estar em algum lugar, que na verdade não é lugar nenhum em específico, e ao mesmo tempo é muitos outros lugares. - SuHo sentiu os cabelos da nuca se eriçarem levemente, ouvindo a lógica que ele mesmo elaborara alguns momentos antes ser repetida por aquela voz calma e suave. Seria coincidência? Observou-a pelo reflexo e ela mantinha-se impassível. Continuou, sem que ele dissesse nada mais: - É bom para quando estou confusa, ou quando acontece algo ruim que eu preciso esquecer. Eu não sei onde estou, minha mente se perde e, enquanto tento descobrir para onde estou indo, embora no fundo eu saiba, eu descubro quem eu sou novamente. E no momento que piso para fora desse ônibus, meus sentimentos todos estão redefinidos, e é como se eu fosse uma nova pessoa. Tudo fica para trás.
SuHo podia sentir, ao mesmo tempo que ouvia, a necessidade que a garota tinha de compartilhar aquilo. E achou bonito a forma com que ela falava, e via aquela viagem. Então aquele trajeto de uma hora era importante para ela. Sorriu, mas logo deixou seus músculos faciais relaxarem.
- Aconteceu algo ruim? - perguntou, um pouco hesitante, prosseguindo com o interrogatório. SuHo já sabia a resposta. É claro que acontecera. Sempre acontecia. Não só com ela, mas com ele também, como acontecera naquela mesma noite. Acontecia com ele, com ela, com qualquer um. Com todos. Faz parte da vida, esse tal negócio de "algo ruim". Eles não tinham como evitar ou fugir.
O longo silêncio que se seguiu depois de SuHo perguntar aquilo apenas confirmou o que ele pensava. Então, não havia muito o que dizer ou fazer. Ele deixaria que o passeio de ônibus fizesse o trabalho dele, como ela acreditava que fazia, e torcia para que o mudase também. Que o melhorasse.
- Streetlight people, living just to find emotion... hiding somewhere in the night...¹ - SuHo lembrou-se do trecho da música do Journey, Don't Stop Believing, e imaginou a melodia em sua mente, balançando os dedos suavemente.
- Você canta bem. - observou, e ele se tocou que não ecoara o trecho em sua mente, e sim o cantarolara. Corou.
- Desculpe. Você queria silêncio. - disse, e depois percebeu a besteira daquilo. Pelo reflexo, a observou dar seu primeiro sorriso. Percebeu que não queria ver aquilo apenas pelo reflexo, e virou o rosto. Por sorte, o sorriso ainda estava lá.
- É. Mas como diz o Sr. Jagger, "you can't always get what you want"¹. - sua voz parecia mais doce, e SuHo não pôde evitar sorrir também.
- Só esse trecho solto parece depressivo demais. - comentou. Ela franziu as sobrancelhas, mas não o olhou.
- Como assim? - indagou, confusa. SuHo, que agora virara-se no banco de forma que ficasse sentado virado na direção dela, observou a cidade pela mesma janela que ela.
- You can't always get what you want, - ele repetiu, meio no tom da música. Sorriu novamente - but if you try sometimes, you just might find you get what you need...³ - completou o verso. sorriu e finalmente voltou seus olhos para ele. Encararam-se por algum tempo, trocando ondas e sensações de estranhamento e identificação. SuHo sentiu-se bem.
- É estranho. - murmurou, mas alto o suficiente para que ela o ouvisse, o que ela fez, visto que franziu as sobrancelhas. Ele sentiu-se impulsionado a continuar, dar uma explicação. - Don't Stop Believing, do Journey. Que eu estava cantarolando. Essa música parece muito com nós dois agora.
- Eu não a conheço inteira. - Ela confessou. Deu ombros e voltou os olhos para a janela. Pareceu subitamente triste novamente. - Tenho direito a uma pergunta? - mudou de assunto.
- Sugiro que eu lhe conceda duas, já que você acabou de fazer uma. - ele sorriu, tentando ser educado e engraçado, mas ela não reagiu. SuHo sentiu-se de volta ao início do passeio, embora uma meia hora já tivesse se passado. Logo aquele momento acabaria. - Pode perguntar. - decidiu confirmar, já que ela se aquietara.
- Por que você veio hoje? - a voz dela chegou a falhar e SuHo não entendeu o que quis dizer exatamente com aquilo. Ele podia simplesmente responder "porque pareceu interessante" ou diversas outras respostas, todavia, sentia que não era nada certo. Talvez ela estivesse fazendo uma pergunta retórica. Optou por ficar em silêncio por mais alguns segundos, esperando que ela dissesse algo esclarecedor. suspirou, parecendo abalada. - Justo hoje... - murmurou, quase para si mesma. SuHo conseguiu ouvir ainda assim, e encarou-a confuso. Aquilo não era nada esclarecedor.
- Não entendi. - confessou, com uma voz clara. remexeu-se incomodada. Suspirou outra vez e o encarou com olhos um pouco tristes.
- Você parece uma pessoa legal. Um cara bacana, que eu gostaria de conhecer melhor. Mas te encontrar justo hoje... - ela começou explicando, e no fim sua voz soava para dentro. SuHo não soube bem como reagir, estava indeciso entre ficar curioso e triste pelo olhar na face dela.
- Bem... - coçou a nuca, um pouco desconfortável. baixou os olhos para o colo.
- Desculpe. É só que é complicado, hoje. Tanta coisa aconteceu e... quando eu entrei nesse ônibus, eu não queria ver ninguém. Estou cansada de pessoas, queria ficar longe. Por isso não queria que você ficasse aqui a princípio. Depois percebi que poderia ser interessante. E é. Estou feliz de ter te conhecido. Mas ao mesmo tempo não estou, porque te conheci bem no momento que decidi que não queria ninguém. Isso faz de mim uma hipócrita ou o quê? Por que não poderia ter te conhecido um outro dia? - tampou os olhos com a mão, e SuHo não soube dizer se ela chorava. Ele não tinha ideia do que acontecera com ela, e nem por quê ela não queria mais ver pessoas, mas sabia ser suficientemente esperto para não perguntar. Só que ele também gostara dela. Era uma garota extremamente bonita, que sabia boas músicas e parecia precisar de alguém. Como não gostar e querer cuidar dela? sorrira uma vez para ele naquela noite; ele queria ver aquilo acontecer mais vezes, queria fazer acontecer.
Nada aconteceu por alguns segundos, e então ele se levantou. Segurando-se por causa de uma curva que o ônibus fazia, andou até onde ela estava sentada, e sentou-se bem no banco do meio, mantendo uma distância de um banco entre eles.
- Mas está tudo bem, não está? - disse, sem olhar para ela. Sorriu e observou o trânsito à frente, distante. Percebeu que ela se mexera.
- Tudo bem? - havia dúvida em sua voz. Ele inclinou um pouco a cabeça para o lado.
- É. De acordo com o que você disse, quando o ônibus acabar essa volta... você não vai ser mais a mesma pessoa que entrou aqui, nem a que está aqui. - baixou os olhos, um pouco triste com o pensamento. O quanto ela mudaria? O quanto ele mudaria? - Você não vai se importar de me ter conhecido, então, porque tudo vai ter passado. Nós podemos nos apresentar devidamente e começar de novo. Como pessoas novas. - SuHo voltou a sorrir largamente e finalmente a olhou. Os olhos dela, embora um pouco úmidos, não demonstravam ter derramado uma lágrima sequer, e estavam fixos em seu rosto. - Afinal, foi para isso que você e eu entramos nesse ônibus, consciente ou inconscientemente. Acho que eu consigo ver isso agora, ver porquê estou aqui.
"As probabilidades disso acontecer - quer dizer, encaremos: dois estranhos, no último ônibus da noite, ambos querendo esquecer todos e serem esquecidos, se conhecendo. Se gostando e querendo conhecer mais um sobre o outro? Quais as chances de isso acontecer? Que tipo de história bizarra isso seria? É quase um conto de fadas ou uma história surreal. O negócio é que aconteceu. Estamos aqui, está acontecendo, somos a prova disso. Então não adianta pensarmos no que seria ou no que não seria, temos que aproveitar o momento."
SuHo suspirou, desviando os olhos, e podia ouvir a respiração de ao seu lado. O motorista tossiu duas vezes, e o rapaz agora conseguia identificar onde estavam. Estavam quase chegando ao marco inicial, onde tudo começara. ainda mantinha-se quieta enquanto ele falava.
- Mas nós dois somos estranhos no último ônibus da noite... com sentimentos que desejávamos serem tragados pela noite e alterados pela velocidade que o transporte percorria a cidade... E é por isso que é tão incrível, e é por isso que temos esse sentimento em nosso peito. - ele concluiu. Sorriu e voltou a olhá-la. tinha espanto e admiração estampados em seu rosto, em seus olhos, e conseguiu dar um sorriso fraco no rosto.
- Sim. É isso mesmo. - sussurrou, com a voz falha.
Não disseram mais nada, e o ônibus parou. As luzes ficaram acesas e o motor ligado, mas quando olharam para fora da janela, depois de segundos eternos se encarando, perceberam que haviam chegado. Era hora de descer. O motorista virou-se, olhando para os dois, e sorriu largamente.
- Estamos aqui, crianças. Boa noite. - acenou e os dois se levantaram.
desceu antes e SuHo seguiu atrás dela. Ela parou a alguns passos dele, à frente, e ele apenas aguardou. Quem seriam agora? O que aconteceria na história deles?
Depois de algum tempo em silêncio, ela virou-se. O vento balançou o cabelo dela de leve e ela sorriu fraco.
- Oi.
- Oi. - ele respondeu prontamente, um pouco desconfiado. - Sou SuHo.
- Sou . - ela levantou uma mão na altura do ombro, um pouco aberta, como uma saudação.
- Muito prazer. - ele inclinou-se um pouco. Depois, olhou para o ônibus atrás dele, rapidamente. - Acho que você acabou de descer do último ônibus da noite. Sua casa é por perto?
- Não muito, para ser sincera. - respirou fundo, colocando as mãos nos bolsos dos casacos e levantando os ombros. Olhou ao redor.
- Que pena. É perigoso uma moça bonita como você andar sozinha a essa hora, voltando para casa. - ele observou, coçando a nuca. Sorriu. Ela sorriu também.
- Talvez companhia seja bom essa noite. - foi a resposta dela, e SuHo sentiu que já ouvira aquilo antes. O coração, por algum motivo, bateu uma vez descompassado, e correu para voltar a batida original, acelerando um pouco.
- Se importa de eu a acompanhar até sua casa, então? - ofereceu, apontando para a saída da rodoviária. olhou ao redor, estreitando os olhos, como se debatesse sobre o assunto. O leve sorriso que entortava seus lábios, porém, denunciaram a resposta antes que ela os abrisse para emití-la.
- Não. Não me importo. Podemos parar para pegar algo para comer no caminho, o que acha? - opinou, começando a andar. SuHo apertou-se um pouco no casaco e deu dois passos largos e rápidos para alcançar o lado dela.
- Soa perfeito para mim.
Os dois trocaram sorrisos e depois começaram a rir, sozinhos, à noite, entre as luzes da cidade, se afastando do último ônibus da noite.
O motorista, que observava tudo pela janela, sorri satisfeito com a noite que se seguiu. Era isso que ser o motorista do último ônibus da noite significava, pensou enquanto recomeçava a cantarolar sua música e a desligar as luzes do ônibus.
¹ Pessoas de rua, vivendo apenas para encontrar emoção... escondendo-se em algum lugar da noite... (Don't Stop Believing - Journey)
² Você não pode sempre ter o que você quer (You Can't Always Get What You Want - The Rolling Stones)
³ Você não pode sempre ter o que você quer, mas se você tentar às vezes, você pode encontrar o que você precisa (You Can't Always Get What You Want - The Rolling Stones)
n/a: Se eu amo escrever sobre viagens em ônibus? Haha
Estou gostando muito dessa fanfic <3 tirei a ideia de um dorama (Ikemen Desu Ne/ You're Beautiful), não é a ideia principal mas ainda assim *dando créditos*.
Pat, quando te tirei de amiga secreta, apenas entrei em pânico SDIUFHASIUIUFHSAIHFASIUHFSA Eu curto J-pop, maaaaas por motivos desconhecidos não consigo gostar de coreanos e kpop (óia a sorte UAHUAHA). Mas ainda assim tentei fazer algo bom, por isso se ele não estiver muito característico ou sei lá, DESCULPA 3 tive que socorrer à Tanize e Agnes pra me ajudarem, por isso a fanfic também é dedicada pra elas ;-; uahauhaua mas espero que tenha gostado, Amiga Secreta! :D
E se alguém mais gosta de EXO e leu e sei lá, bom, espero que tenha gostado também. Eu gostei das mensagens que passei <3 adoro encher fanfics de viagens de ônibus de mensagem (estou me referindo a Aproveite a Viagem, caso alguém esteja se perguntando huehue :X ) e... é isso.
Sayonara õ/
xx Anne