The Joke

Escrito por Tiffannyk | Revisado por Natashia Kitamura

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Leia a fiction ao som de The Joke da banda Lifehouse

Prólogo

  A senhora Moonre escutou o barulho de vidro se despedaçando quando chegou no quintal dos fundos de sua casa. Ergueu os olhos por cima da cerca e avistou e quebrando garrafas com tacos de beisebol. Imediatamente sua cabeça balançou em negação, achava aqueles meninos tão estranhos, com todas aquelas coisas de computadores e roupas pretas.
Se havia algo que não apreciasse na juventude eram aqueles hábitos estranhos, e se tratando do filho do meio dos , isso piorava ainda mais. O jovem garoto era pouco visto na rua, e quando essa cena rara acontecia, estava sempre com aquele bando de rapazes com aparelhos nas mãos. Fora esse arrepio que tinha ao cruzar com ele por ai, achava-o um bom garoto, sua mãe lhe dizia que era um dos alunos mais inteligentes de sua escola, que não se metia em encrencas e que seu único defeito era ser retraído de mais, por isso quase nunca se afastava da grande tela azul e misteriosa do computador.
  Pode ouvir antes de entrar, que o barulho dos cacos se estilhaçando, cessou. E então passos rápidos subiram a escada de três degraus, e então a porta bateu. Fora a ultima vez que vira aqueles dois meninos.


Capítulo 1

    não podia deixar que sua mochila batesse muito em suas costas ou tudo sairia do controle. Olhou pra e fez um sinal de okay. Ray tinha dado um jeito de limpar a barra para eles, então não foi difícil entrar.
  Ele verificou em seu moleskine para onde deviam seguir, tinha arquitetado aquilo há semanas, mas não podia se dar ao luxo de errar. Deixou o primeiro pacote numa das mesas do refeitório, relaxou um pouco mais, sentindo que sua mochila estava um pouco mais leve. seguiu pelos corredores da ala oeste, deixando os pacotes nos lugares demarcados, ele fora para a biblioteca, deixou o resto das coisas entre as estantes e debaixo da mesa que sempre usava. Encontrou-se com o amigo magricela no portão da saída, foram de lá direto para casa, acessaram seus programas de mensagem instantânea e trocaram nomes, marcando em seus livros de anuário.
  Antes de dormir, marcou mais um nome, era um nome especial: .

  - Bom dia pequeno. - viu sua mãe dizer e beijar a testa de seu irmão menor quando chegava na cozinha. Ele havia acordado mais cedo, ajudara a mãe a preparar o café e conversara com ela um pouco.
  - Bom dia Steve. - disse ao irmão e sorriu fraco. A mãe que estava lavando louça na pia parou e o olhou, sorrindo em admiração logo em seguida.
  - Bom dia. - o irmão lhe respondeu. Os olhos alarmados com a súbita novidade.

  Não que nunca tenha sido amoroso com sua família, mas não era de seu feitio demonstrações claras de afeto. Sempre demonstrara isso sendo obediente e criativo. Havia dias que acordava mais cedo que todos e arrumava o café da manhã para a família. Fazia isso na maioria das vezes aos domingos, ele adorava os domingos. Tinha a oportunidade de jogar videogame com seus irmãos e comer o bolo de cenoura da mãe. Ficava feliz quando o pai parava de ler o maldito jornal e expressava alguma coisa para eles. ?Esses jogos hoje em dia estão cada vez mais violentos crianças, por que não jogam outra coisa? seu pai sempre lhes dizia. Era bom quando falava isso, por que era as raras vezes que lhe dirigiam a palavra.

  - Já acabou ? - a mãe lhe perguntava quando voltou ao ar.
  - Sim. Eu vou para a escola.

  Correu até seu quarto, pegando sua mochila - que arrumara de noite. Vestiu-se com o sobretudo preto e saiu de casa.
  Não morava longe do colégio, e sempre dizia aos amigos que aquilo era uma vantagem, e hoje, mas do que nunca, sabia que fora abençoado por Deus por ter só 3 quadras a percorrer.

Capítulo 2

  Encontrou na entrada oeste da escola, que era um grande instituto de ensino médio. Encarou demoniacamente a roda de meninas que cochicharam sobre eles. Lançou-lhe um gesto obsceno com a mão, as garotas calaram-se. deu um sorriso satisfeito e então entraram na escola. Pararam a porta, observaram o corredor vazio graças à adiantada hora da manhã. Foram até a biblioteca e trancaram as janelas, também fizeram isso com as saídas de emergência, voltaram à biblioteca e pegaram algum dos pacotes deixados ali na noite anterior. Voltaram para a entrada do colégio, deram a volta para ganhar tempo. Faltavam apenas 5 minutos para o começo das aulas, dessa vez optaram por entrar pela ala Leste.
  Bem à frente daquela porta ficavam os armários dos alunos do ultimo ano, inclusive a turma em que os dois estudavam. Não esperaram até entrarem na escola, tinha muita gente marcada no anuário ali mesmo. Não perderam tempo, ainda no jardim sacaram as armas que haviam comprado com um traficante em um bairro bem distante dali, e acertaram pelo menos umas seis pessoas.
  Ainda não era hora de matar muita gente, apenas fazê-las sangrar. Correram para a entrada e enquanto fechava a porta e a trancava, se sentia em um videogame, eliminando todos os monstros.
  Em sua mente os rostos marcados nos anuários iam queimando, e no lugar de suas fotos entrava uma mancha distorcida e escura, tudo isso enquanto eles iam caindo aos seus pés quase mortos. Ativaram uma das bombas. Uma das 4 que estavam no refeitório. As pessoas correram para a saída, eles eram as saídas, e mais rajadas foram disparadas contra os imbecis que sempre os atormentaram. Pelo menos ¾ daquela gente não fazia a idéia de qual eram o nome deles, mas isso não era empecilho para que tirassem onda com a cara deles, que os empurrassem pelos corredores, que o tratassem como um animal. Pois bem, estavam mostrando quem eram os animais agora.
  Escutaram a sirene, correram pelo corredor atirando a esmo. Sua arma descarregara, ele a jogou no chão e correu, trancando as salas onde tinha deixado os explosivos. Explodiu pelo menos 2. Alcançaram o limite entre o corredor Sul e o Oeste.

Capítulo 3

    tirou a pistola de trás de sua calça, olhou o relógio, eram 11:27. Um garoto tentou o desarmar e ele atirou bem no coração dele. Teve de correr, pois acabara de entregar seu paradeiro e seu grande alvo devia estar tentando fugir agora. A encontrou, ela corria pelo corredor oposto com as amigas. Atirou nas duas ao lado dela, ela olhou para trás e ele sorriu sadicamente para ela. Ela correu, ele atrás dela, a pegou pelo cabelo e foi para a biblioteca.
    já estava lá, havia sangue por todo o lado. Ele o parabenizou e jogou no chão ao seu lado. Enquanto os dois se preparavam para o que estava por vir, a menina chorava convulsivamente.
    carregava a arma e olhava pra ela, conseguia nitidamente lembrar-se daquele dia.

  Flashback on

  - Seu nome é né? - ela sentou-se do seu lado. Ele estava atônito, não conseguia falar ou parar de piscar. - O que foi? - ela riu docemente.
  - Na-N-a-da. - gaguejou. ?Sim sou eu. - recuperou-se e conseguiu dizer.
  - Ah ! Você não sabe como preciso da sua ajuda. - ela disse sorrindo, o sorriso mais bonito que ele já vira.
  Era fato de que era a menina que encantava seus sonhos, seus olhos, encantava a tudo. Não era bem apaixonado a palavra que o definia perante ela, mas tinha adoração por aquela garota.
  E depois daquele dia, eles estavam sendo bons amigos, ela sempre o vinha cumprimentar e conversar, ele a ajudava nos trabalhos de física e álgebra. Mas ontem pela manhã? Ontem pela manha ela o magoara.
  Ele havia ido a perguntar como tinha sido a prova, ela estava com os caras do time de futebol, e ela dissera que não era sua amiga, que o usara para tirar a nota que precisava para passar de ano. Ela precisava ter direito de ir ao baile, e como formando ela dissera.
  Josh, o capitão do time fez uma piada. Ela disse que fingira. Ele apenas se afastou e saiu.

  Flashback off

  Aproximou-se dela e acariciou seu lindo rosto, encarando os olhos azuis cheios de medo. Declarou palavras de conforto, mas riu quando viu que não a acalmara.

  - Elas foram para mim, não pra você. - ele disse e riu.
  - Como pretende fazer com ela? - perguntou o comparsa.
  - Quero acabar minha munição nela. - ele riu, e se virou para ela. - A piada agora é sobre você.

  Tentou buscar os olhos dela, mas ela se recusava. Não fazia diferença. Apenas nunca mais sofreria por ela, ou por aquela escola, ou por ninguém.
  A pistola 9mm disparou sete vezes contra a menina, acertando três vezes na região da cabeça, duas no tórax e o resto na parte inferior de seu corpo. Quando o oitavo disparo falhou por falta de munição a arma foi ao chão. se armou de uma arma de grosso calibre e junto com seu amigo, , começam a abrir fogo contra os policiais pelas janelas da biblioteca.

Capítulo 4

  A movimentação dentro da escola havia cessado. Muitos alunos conseguiram fugir, outros se esconder, mas para 20 pessoas era o final do ano letivo, 17 dias antes da formatura da turma do ultimo ano. Para 17 alunos e 3 professores o dia 20 de abril de 1999 havia sido o fim.

  - Ainda bem que chegou agente Wade. - falou a delegada Alice Marcinkiewicz, responsável pela intervenção policial no local. - Eu sou a responsável pelo caso.
  - Houve alguma mudança no perímetro? - perguntou o oficial da SWAT.
  - Eles continuam dentro da escola, e não há mais nenhuma movimentação.
  - Vamos entrar. - disse o agente dando o sinal para que seu pelotão entrasse em forma.

  Haviam se passado quase uma hora e meia desde a troca de tiros na biblioteca. A única coisa que os policiais sabiam é que nenhum dos dois garotos havia sido atingido. Poucos eram as pessoas que se arriscavam a sair do prédio, ninguém sabia onde os dois se encontravam e nem se eles eram uma daquelas pessoas que saiam desesperadas de dentro da escola. Um dos alunos que saiu após a troca de tiros afirmou ter visto a dupla, na ala norte.
  Mesmo com aquela afirmação os agentes da SWAT se dividiram, cercando a escola pelas três saídas que ela possuía. Iam vencendo sala por sala, sem encontrar nenhuns dos dois garotos ou sobreviventes. Muitas das salas estavam vazias. Nas proximidades do refeitório o esquadrão anti-bombas entrou em ação, a área ficou interditada por 30 minutos até que os explosivos fossem desarmados, encontraram muitos feridos. Os sobreviventes achados ali estavam em choque.
  Com mais aquela área ganha os agentes começaram a percorrer o caminho que dava a biblioteca, pelo jeito os dois não tinham nenhum senso de lógica e permaneciam lá.
  Alcançaram a porta, trancada, da sala. Posicionaram-se estrategicamente sobre a entrada, o comandante começou a contagem regressiva para a invasão. Não houve resistência na invasão, os agentes da SWAT se depararam com corpos por todos os lados, muito sangue, além de bombas.

Capítulo 5

  Havia passado 3 horas até que a área da biblioteca fosse liberada para revista, as bombas caseiras que os policiais encontraram ao abrir a sala estavam todas ligadas. Foram tão bem programadas que a equipe especializada em desarmá-las teve trabalho.
  A contagem inicial de 25 corpos caiu para 7, dois deles completamente alvejados de forma que seria difícil alguém os reconhecer. O cenário da biblioteca se resumia em uma televisão ligada num canal de noticiários onde documentava o massacre, sangue, desordem e corpos.
  O Agente Wade vasculhava a cena do crime a procura dos dois. Aproximou-se da onde ficava a pequena sala da bibliotecária, achando mais três corpos, armas e um bilhete. Abaixou pegando o papel ensangüentado e o lendo.

"Não culpem mais ninguém por nossos atos. É assim que queremos partir?.

  - Harry! Os encontrei. - falou Wade em voz alta.
  O perito correu até a pequena sala, com sua câmera em mãos.
  - Dois homens, entre 16 a 18 anos. Disparos a queima roupa na têmpora, morte instantânea. - o perito gravou em seu aparelho. - Mulher, entre 15 a 18 anos. Disparos no tórax, crânio e pernas.

  Foram encontrados os anuários aonde os dois marcaram quem deveria morrer e quem deveria ser salvo.
  A perícia liberou os corpos que se encontravam no pátio para o reconhecimento. A cena do crime ia se desfazendo, bombas iam sendo desarmadas, as listas de vítimas fatais aumentando. A lista de mortos foi transmitida no jornal no dia seguinte, quando foi possível a contagem de todos os corpos. Os nomes e em destaque. A indignação podia ser sentida longe mesmo do memorial as vítimas, longe dos enterros, longe de tudo aquilo. Havia ali uma parte da história americana que nunca ia de ser esquecida.



Comentários da autora


Eu fiz essa história depois de parar e prestar atenção na música The Joke do Lifehouse. Automaticamente eu lembrei da história de Eric Harris e Dylan Klebold, dois alunos da Columbine High school que em 20 de Abril de 1999 entraram em sua escola atirando a esmo em outros estudantes e professores.
Para entender mais a história eu aconselho pesquisar um pouco sobre o Massacre de Culumbine. E que fique bem claro que eu não estou defendendo Eric e Dylan, mas por me interessar pelo caso Columbine, eu já soube de todas as possíveis versões do caso, entre elas o Bullying. E foi nesse aspecto que eu decidi abordar.

"Em memória as 15 vítimas do massacre de Columbine"