The End

Escrito por Carolina França | Revisado por Bella

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Daqui a alguns anos você estará mais arrependido pelas coisas que não fez do que pelas que fez.

   entrou no quarto. Estava deitada na cama tentando voltar ao meu sono. Abri meus olhos e fechei várias vezes antes de realmente focalizar em seu rosto sorridente. Ele estava me olhando carinhosamente. Nossa noite fora perfeita, como eram todas as vezes. Observei seu gesto. Ele levantou a própria mão e levou a mesma até meu rosto, acariciou levemente e afagou ela em meus cabelos negros e longos. Sorri. Adorava quando ele fazia isso. Sentei-me na cama e pude perceber seu olhar fixado em mim. Dei um selinho rápido no mesmo e me levantei depressa. Estava apenas de calcinha e sutiã, coisa que me incomodava. Dormíamos juntos fazia 1 ano e eu continuava com a mesma sina de não querer olhares sobre meu corpo. Corri para o banheiro e tomei um banho rápido, caminhei até o quarto, coloquei uma roupa qualquer e fui para a cozinha. Ele continuava com a mesma roupa, uma única peça. Adivinha? Ele estava apenas de cueca. Sorri ao olhá-lo de cima a baixo. Voltei meu olhar para o prato apoiado no balcão. Ele tinha cozinhado para mim, novamente. Sorri. Sentei na cadeira e me pus a comer.
  - , você vai para o trabalho ou vai ficar enrolando? - A voz grave dele invadiu meus ouvidos, me deixando arrepiada.
  - Já vou. - Falei com a boca cheia.
  Ele piscou uma ou duas vezes. Por algum motivo, ainda não tinha se acostumado com meu jeito. Olhei-o séria.
  - Rola sexo antes que eu vá? - Fiz uma expressão pervertida.
  - Puta merda, véio. Você algum dia vai tomar vergonha na cara? - Ele riu da minha fala. Geralmente era ele quem sugeria tão descaradamente essas coisas.
  Mordi meu lábio inferior e fiz uma expressão sapeca. Ele observou e decidiu ceder a tentação depois de meros segundos. me puxou para si e me pôs em cima do balcão. Sorri com o gesto e mordi sua orelha, fazendo-o arrepiar. Sua mão direita pegou na parte de trás de meu cabelo, puxando-o levemente para trás ao mesmo tempo que colocava sua mão esquerda entre minhas pernas.
  - Cara, eu não me canso disso. - Ele disse em meu ouvido e sorriu logo em seguida.
  - Nem eu. - Minha voz era abafada.
  Ele acariciou minha coxa e subiu com sua mão para minha intimidade. Sua boca foi ao encontro de meu pescoço e deixou um mero chupão no local. Em seguida, ele passou sua língua delicadamente por meus lábios e logo me trouxe para perto me dando um beijo violento. Sorri entre o beijo. Nossas línguas se entrelaçaram de um jeito estritamente grosseiro e selvagem. Senti sua mão desabotoando minha calça jeans e parando por dentro de minha calcinha, que a este ponto certamente já estava molhada. Suspirei de prazer. Seu toque era quente e vivido, isso me excitava. Sua mão, que antes estava em meu cabelo, desceu até minha cintura e apertou levemente. Ele tirou sua mão de mina calcinha e eu gemi em protesto. Não por muito tempo a decepção pairou em meus pensamentos. arrancou minha calça jeans e minha blusa. Mordi meu lábio inferior e agarrei o pescoço do mesmo, voltando ao beijo. Aproveitou a pequena oportunidade que dei e tirou sua cueca. Mordiscou levemente meu lábio inferior e eu arrepiei em prazer. Minhas mãos desceram para seu pênis e eu comecei a masturbá-lo. Por um instante, parou de me beijar e encostou seus lábios no lóbulo de minha orelha, soltou um gemido abafado. Sorri com o resultado. Eu sabia que a provocação não pararia aí. Uma de suas mãos invadiu meu sutiã, apertou meus mamilos grosseiramente e massageou meus peitos. Sua outra mão desceu mais uma vez para minha intimidade, apenas por um detalhe, não parou pelo meio do caminho. usou seus dedos e massageou meu clitóris. Gemi alto e entrei em êxtase. Logo senti seus dedos me invadindo e fazendo movimentos circulares. Sorri mais uma vez entre os gemidos. Aproximei-me de seu ouvido e sussurrei algo para provocá-lo.
  - Como é que aquela menina do filme disse? - Ri um pouco sem humor. - "Preencha todos os meus buracos". - Tentei imitar o mais odiado e chato filme que eu já vi. Pelo menos serviu para algo.
  - Não seja por isso. - Sua voz era provocante. estava com uma voz abafada e propositalmente sexy.
  Mal terminou a frase e me puxou para que eu ficasse de pé. Me pôs de costas para ele e fez com que eu me inclinasse, apoiando-me no balcão. Realmente estava ansiosa pelo que estava por vir, mas o telefone tocou. Ri em descrença. Era sério? Eu não podia nem fazer sexo em paz? não deu continuidade no pequeno "assunto" que estávamos "discutindo". Atendeu o telefone e depois voltou a vestir-se.
  - Fala sério. Caralho, ... Eu to aqui esperando e você vai me deixar no vácuo, é isso mesmo? - Gritei em protesto.
  - , detesto te lembrar, mas temos uma coisa chamada trabalho. Estou atrasado. - Ele tentou se explicar.
  - Na boa, vai tomar no cu. - Vesti minhas roupas, peguei minha bolsa e saí porta a fora.

  Sexta, 19:30 - Pvo's

  - Eu acho que você deveria pedir ela em casamento. - Eddie disse, em seguida deu uma grande golada em seu whisky.
  - Eu acho que você deveria ser menos exigente. - Ri com a fala dele. É claro que eu não vou fazer isso.
  - Você gosta dela, babaca. - Ele falou sério.
  - E eu gosto de você. - Me fiz de inocente e imitei uma voz feminina (ou tentei).
  - É sério, . Você vai perder ela desse jeito, véio.
  - Não vou pedir ela em casamento, pelo amor de Deus. A gente transa, só transa, entende? - Tentei explicar.
  - Entendo. Também entendo que é só transa porque vocês fazem isso há um ano e consigo entender também que ela tem metade do seu guarda-roupa com roupas dela e vice-versa. Entendo isso tudo, porque é só um caso, não é mesmo, viadinho? - Perguntou ele. Puta que pariu, que saco.
  - Não enche. É uma coisa que aconteceu. Não quero sair da casa dela com roupas esporradas e vice-versa. - Dei um gole enorme na garrafa de whisky.
  - Então tá, cara. Tudo bem, você tá certíssimo. - Ele riu ironicamente.
  - Sei que estou. - Pisquei pra ele. - Você tá muito viadinho, isso sim.

  Pvo's

  Coloquei a colher recheada de fondue com morango em minha boca. Escutei Rachel na cozinha mexendo na panela fondue de chocolate tentando fazer mais.
  - Desiste, Rachel. Você sabe que de nós duas, eu cozinho melhor. - Escondi meu sorriso. Inegável fato.
  - Ah, cala a boca. - Ela protestou. - Mas me fala, como aquele garoto?
  - Que garoto, retardada? - Comi outra colherada de fondue.
  - Aquele lá, o que você estava tendo um caso. - Rachel provocou.
  - Ah... . Não sei, cara. Parece que a gente está empacado no mesmo ponto. Não sei se vai pra frente. - Observei a televisão, estava passando Doce vingança. Puta merda, como adorava esse filme.
  - Olha, vocês estão juntos há, o que, um ano? Não acha que é tempo suficiente pra saber se você vai ou não durar com uma pessoa? - Finalmente desistindo, Rachel veio até o sofá e sentou ao meu lado.
  - As coisas mudam, Rachel. Lembra-se do Michel? Fiquei com ele, o que, quatro anos? Não deu certo. As vezes conhecemos as pessoas menos do que achamos conhecer.
  - Ah, certo, certo. Só que é diferente e você sabe. Desde o início você sabia que Michel não era exatamente o príncipe. - Rebateu Rachel.
  - Ah, tanto faz. - Deitei no sofá e coloquei minha cabeça no colo da mesma, interessada no final do filme.

  Sábado, 9:30 - Pvo's

  - , preciso que você venha me encontrar. - Disse sério.
  - O que houve? Algo errado? - perguntou.
  - Não, mas quero conversar com você. Está ocupada? - Perguntei em dúvida.
  - Não. Vou aí, calma. Você está aonde?
  - No café, num café, no centro da cidade. Aquele em frente à faculdade.
  - Certo.

  Sábado, 11:30

  Vi entrar no local. Finalmente ela tinha chegado.
  - O que foi? - Ela sentou-se na mesa onde eu estava e me olhou preocupada.
  - Porra, to aqui desde 9:30, por quê demorou tanto? - Estava irritado. Muito irritado.
  - Porque eu estava na casa dos meus pais. O que houve? - Ela voltou a fazer a mesma pergunta.
  - Recebi uma proposta de trabalho em uma cidade bem longe daqui. - Disse.
  - Awn, que ótimo! - Ela sorriu. - E quando você vai? - Perguntou animada.
  - Semana que vem. Só tem uma coisa... - Parei no meio da frase. - Você não vai comigo.
  - Tudo bem. - Ela apoiou a maçã do rosto em uma das mãos e olhou-o com o rosto um pouco inclinado. - Já esperava que fosse assim. - Ela sorriu sincera.
  - E você nem tá triste? - Dei um peteleco na testa dela em protesto.
  - Claro que estou. Com quem vou poder fazer sexo agora? - Perguntou com uma voz abafada.
  - Puta merda. - Sorri. Sabia que ia sentir falta desse humor dela.
  - Enfim, eu preciso ir para o trabalho. Você quer carona? - Perguntou ela.
  - Não, obrigado. - Sorri mais uma vez.
  Vi ela levantar e ir sair porta a fora. Olhei para a janela do estabelecimento. As coisas iriam mudar dali em diante, eu só não sabia quanto. Ao mesmo tempo que levantei e coloquei o dinheiro do café na mesa, ouvi um barulho do lado de fora do estabelecimento. Era semelhante a uma batida. Olhei para o lado de fora e não me importei muito. Andei em direção à porta de vidro e cumprimentei a balconista, logo em seguida saí do recinto. No momento em que estava atravessando a rua, tentei dar uma olhada para identificar qual o motivo do acidente. Vi um rosto familiar ao chão e percebi que não era qualquer pessoa. Um desespero invadiu meu peito e corri para ver o que tinha acontecido. estava deitada no chão e uma quantidade considerável de sangue a rodeava. Chorei em desespero.
  - Chamem uma ambulância. CHAMEM UMA AMBULÂNCIA. - Gritei desesperadamente. As pessoas estavam em choque demais para chamar alguém. - Chamem, pelo amor de Deus, chamem alguém. Meu Deus do céu. - Olhei para e me ajoelhei. Nunca fui crente em nada e nem em ninguém, mas queria que existisse um Deus agora. Queria que existisse um Deus para salvar minha pequena.
  Olhei para o céu e implorei em silêncio. Não sei quantos minutos ou horas se passaram, mas em algum momento a ambulância chegou. Vi eles retirarem o corpo dela da calçada e levarem até o veículo, decidi entrar com eles e acompanhá-los até o hospital.
  Passaram-se horas, talvez dias. Eu não contei o tempo, só queria vê-la. Um médico se aproximou de mim e olhou-me com pesar.
  - Ela está bem? - Minha voz era abafada. Provavelmente meu estado estava tão deplorável que eu mesmo não tinha consciência do que estava acontecendo.
  - Está instável. Ela está pedindo para ver você, mas só poderá vê-la amanhã. - O médico tentou explicar.
  - Por quê só amanhã? - Coloquei a palma de minhas duas mãos no rosto e comecei a lacrimejar.
  - Porque ela perdeu o bebê e precisa ficar instável até sabermos que ela não corre mais perigo. - O médico disse sério e se retirou.
  Bebê? Que bebê? QUE BEBÊ? Chorei mais e mais. Minhas olheiras eram profundas. Fechei os olhos e esperei. Esperei até o momento em que poderia vê-la novamente. Eu precisava ver ela.

  Domingo, 13:39

   entrou no quarto de e observou com pesar as máquinas que agora pareciam fazer parte da menina. Ele lacrimejou e puxou a cadeira mais próxima para se sentar perto dela. Passou as costas de sua mão direita no rosto de , fazendo-a acordar. Ele percebeu a dificuldade que ela tinha em abrir os olhos que pareciam inchados, estavam meio roxos. Ela o olhou com dificuldade e tentou se pronunciar.
  - ... - Sua voz saiu baixa, fraca. - , eu... - Ela pausou.
   chorou. Chorou como nunca e continuou a admirar sua beleza, apesar de seu estado. Ele não podia acreditar. Tudo, na mente dele, tudo tinha sido culpa dele.
  - Não se esforce, . - Ele tentou detê-la, mas ela não parecia querer ser impedida.
  - , eu amo você, é sério. - Ela sorriu e fechou os olhos. pegou a mão dela e apoiou sua cabeça nas costas da mão da mesma. Ele agarrava a mão dela com força como se aquilo, na mente dele, a impedisse de ir. Que a fizesse ficar para sempre ao seu lado. Tudo ficou escuro para ele, tudo ficou silencioso. Tudo parecia ter morrido depois que ela fechou os olhos e disse:
  - Desculpe não ter te contado sobre a gravidez. Eu sabia que uma hora ou outra você iria querer ir embora e sabia que eu não podia te impedir, por isso não contei. - A voz tinha saído mais fraca do que antes. - Desculpe, amor, desculpe. - E por fim, a voz falhou.
  Depois que a voz da mesma desapareceu e foi substituída pelo bipe da máquina ao lado dela, ele não se conteve. Chorou mais do que nunca. Ele se levantou com os olhos inchados e abraçou o corpo dela. Os médicos chegaram e tentaram tirá-lo da frente do corpo morto de e ele não saiu. Ele se agarrou a ela e começou a gritar para trazê-la de volta. Ele queria de volta, queria ela de volta a qualquer custo. Em certo ponto, os médicos e enfermeiros pararam e viram que não tinha mais jeito a não ser deixá-lo ali, até o momento em que ele finalmente soltasse da carcaça dela. Ele gritava como nunca.
  - , ... Me desculpe, eu também te amo. Eu também te amo. Eu amo você mais do que tudo. Me desculpe, . Eu amo você e amaria o bebê também, eu amo, sim, amo, claro que amo. , o Eddie estava certo, casa comigo, casa comigo! - Ele tentava trazê-la de volta. - , você me ouviu, não é? - Ele sacudia o corpo dela, tentava esboçar um sorriso enquanto as lágrimas mal o deixavam enxergar. - Você sabe, eu te amo. Amo mesmo. Casa comigo, por favor. - A mandíbula dele tremulava e as palavras não saiam mais nos conformes.
  Os médicos tiraram de perto de . Ele foi para casa e ficou lá, sozinho, por meses. Dormia e acordava com as roupas da mesma em seus braços e chorava todas as vezes ao sentir o aroma dela.

  Um ano depois

  Não importava quanto tempo tinha se passado, nunca saía dos pensamentos de . Eddie pegou um copo, uma garrafa de whisky, encheu o copo até a boca e entregou a . Os dois engoliram o líquido em uma golada e se entreolharam. Riram juntos e observaram a TV enquanto passava um jogo de futebol qualquer.
  - Fala sério, vocês dois estão mesmo juntos? Sério? Você e Rachel? - perguntou indignado.
  - Sério, cara. - Eddie riu e encheu o copo mais uma vez.
  - Ela ao menos é boa de cama? - falou, irônico.
  - Cala a boca. - Empurrou o para fora do sofá. - Mas porra, é, sim. - Riu e engoliu mais um vez o whisky e sentiu sua garganta queimar.
   estava sentada no balcão da cozinha e observava ao longe. Ela sentia falta de seu toque, sentia falta do quanto era bom vê-lo e ele poder enxergá-la. Ela sorriu consigo mesma e andou até a janela da sala, perto do sofá. Encostou no vidro da mesma e não conseguia sentir nada. Não conseguia sentir o vidro gelado. Não sentia decepção e nem felicidade pelo tempo nublado do lado de fora. Era hora de ir. Finalmente, depois de tanto tempo, teria paz. Queria ter certeza antes de ir que estava bem. Sorriu e o olhou uma última vez. Por fim, caminhou até a porta do apartamento e sumiu ao longe.
  - Viu isso? - perguntou, sentindo uma dor muito forte no peito.
  - Não, tá louco? - Eddie se assustou com a reação repentina de .
  - Achei ter visto algo. - E antes que percebesse, seus olhos lacrimejavam. Ele não sabia por quê, mas sabia que era a reação certa. Sacudiu a cabeça por meros segundos e voltou seu olhar ao jogo. Precisava, definitivamente, esquecer e assim ele prometeu que o faria.

Adeus, .

FIM



Comentários da autora

  Essa foi a história mais rápida que eu tenho e a que eu fiz mais rápido também. U_U Me desculpem pelo final triste. T_T E tipo, foi a primeira cena restrita (ou quase restrita) que eu escrevi. Ficou boa? D:
  Antes que me perguntem da onde eu tirei isso, juro que não sei. Eu simplesmente sai escrevendo. Comecei a cena com a intenção de ser fofa e terminar em uma restrita só pra ver se conseguia fazer e ai foi se desenrolando. Bom, fazer o que, né? Será que teria sido melhor se eu não tivesse escrito o resto, depois da restrita. X.X Ai gente, fiquei meio tensa de mandar essa oneshot. :s
  Enfim, obrigada por terem lido e espero que tenham gostado. x.x Beijão. :D
  xx Kaah Brito