The Call...

Escrito por Rayanni | Revisado por Babbi

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Capítulo I – The Call...

  Sabe quando você não tem nada para fazer? Quando parece que só tem você no mundo, não tem tecnologia, lugares para você ir para se distrair ou pessoas para falar? Pois é, eu estou me sentindo assim, ou seja, estou no tédio.
  Era minha folga hoje, mas por incrível que pareça, não tenho nada para fazer, se eu sair, encontro paparazzi, ou melhor, eles me encontram. Além disso, estou em NYC, mês de Novembro, a neve não para de cair lá fora.
  Na falta de coisa para fazer, decidi fazer uma coisa que fazia antes de ser famoso; discar um número aleatório no celular e falar com a pessoa que atenter, mesmo sem conhecê-la.
  Se é perigoso? Talvez, mas você pode falar o que quiser, desabafar com essa pessoa e ouvi-la, se ela quiser falar também. Isso tudo se a pessoa aceitar falar com você,claro.
  Disquei um número qualquer, depois de dois toques a pessoa atendeu, era uma garota,não devia ser muito velha, a voz não demonstrava isso.
  - Alô? Quem fala? – Me perguntavam do outro lado da linha.
  - Oi, é o Justin Bieber. – Respondi, podia falar a vontade quem eu era, ela não ia saber se era verdade.
  - Claro... – Ouvi ela rir. – É a Demi, JB. Tudo bem? – Eu conhecia a voz da Demi, tinha o número dela, com certeza essa garota não tinha acreditado em mim.
  - Tudo e com você?
  - Estou bem. Me diz o que deseja de mim, “Justin Bieber”? – Havia irônia na voz dela ao dizer meu nome.
  - Só conversar. Você pode ficar falando comigo?
  - Bem, eu tenho coisas muito mais interessante que fazer, tipo lavar a roupa, limpar a casa, lavar a louça... Mas acho que tenho um tempinho para você. – Ouvi ela rir.
  Tive o presentimento que ia me dar bem com ela, mesmo que seja só hoje, nesse momento de tédio. Já estavamos falando há quase 4h, quando fui ver as horas já eram 9:15pm, nem vi as horas passar, ela era tão boa de conversa e eu estava me divertindo.
  - Bem “JB”, - novamente a ironia ao dizer meu nome. - o papo ‘tá bom, mas eu tenho que desligar, amanhã tenho que levantar cedo e eu ainda tenho algumas coisas para fazer antes de deitar, visto que me “raptaram” pelo celular. – Ela riu, nessas poucas horas o riso dela já se tinha tornado meu calmante.
  - Você não acredita mesmo que eu sou o Justin, né? – Eu ri. Não queria desligar, estava tão bom.
  - A probabilidade de eu estar no maior tédio e receber uma chamada do Justin Bieber são tipo 0,0000000000000001%, por isso, não me culpe por duvidar. – Eu ri e ela faz o mesmo. – Mas agora é sério, com quem estive falando esse tempo todo?
  - Já te disse, com o Justin. E eu estive falando com quem?
  - Eu também já te disse, com a Demi. – Ela disse isso das últimas 100 vezes que eu perguntei o seu nome.
  - Não vai mesmo me dizer o seu nome?
  - Só se você disser. E não adianta dizer que é o Justin. – Ela parecia estar chateada, mas logo riu e eu percebi que era brincadeira.
  - Eu estou dizendo qual é o meu nome, você não acredita...
  - Eu desisto. Então, meu querido “Justin”, vou desligar. – Acho que ela tinha percebido que eu só estava puxando conversa para ela nao desligar.
  - Está bem, mas antes, me diga só uma coisa...
  - O quê? – Ela perguntou serenamente.
  - Eu... Vou poder falar com você outra vez? – Senti meu coração bater mais depressa.
  - Só se você me ligar... Porque eu não tenho o seu número. Você ligou como restrito.
  - Eu ligarei. – Percebi que estava sorrindo. – Obrigado por me ter feito companhia nessa tarde que estava sendo tão entediante.
  - Eu que agradeço, a minha também não estava interessante. Boa noite, JB. – Dessa vez não havia irônia era como se ela acreditasse em mim.
  - Boa noite, princesa... – Foi a última coisa que disse antes dela desligar.   Eu tinha vontade de ligar novamente para ela, me sentia só agora, a experiencia tinha sido boa, eu tinha voltado a ser “Justin, o garoto”, eu tinha sido eu mesmo.
  Aquela garota tinha algo de diferente. Quando disquei, não imaginava encontrar alguém como ela. Na verdade, quando se disca um número aleatoriamente, você nem sabe que tipo de pessoa vai atender, pode ser um criminoso, pessoas de idade, no meu caso, fãs malucas, ou você pode ligar para um número que nem existe.
  Ela era simplesmente... diferente. Durante nossa conversa pude conhecê-la melhor, descobri que ela gosta de todos os gêneros de filmes, menos ficção cientifica, gosta das “estações intermédias”, como ela disse, Primavera e Outuno, tinha um preconceito com a sua altura, por ser muito baixinha, mas agora gosta da sua altura porque diz que é mais fácil para arrumar namorados. Quando perguntei qual era o seu gênero de música preferida, ela praticamente gritou “POP”, eu ri nesse momento, perguntei se ela gostava do Justin Bieber, sim, eu fingi que eu não era eu. Ela disse que preferia os One Direction, mas que gostava das músicas dele, quer dizer, das minhas músicas, e não podia dizer nada da pessoa que ele era porque não o conhecia. Eu queria que ela me conhecesse e eu queria conhecê-la ainda mais.
  Fui tomar um banho e me deitei. Fiquei pensando nesse “encontro telefonico”, se é que posso chamar assim. Fiquei pensando nela, imaginando como ela seria através das caracteristicas que ela me disse ser dela e, para mim, ela era simplesmente perfeita.
  Passado um tempo adormeci e, para minha surpresa, sonhei com ela.
  Acordei às 7:00am, fiz minha higiene matinal, tomei o café da manhã e fui para uma entrevista numa das rádios de NY. Scooter e a minha mãe passaram o caminho todo até a rádio perguntando porque eu estava mais contente, eu apenas dizia que tinha dormir bem a noite passada. Eu sei que minha mãe não acreditou nessa desculpa, pois ela fez uma careta como se dissesse “Me engana que eu gosto, Justin.”
  Acabou a entrevista por volta do meio dia, fui almoçar, teria uma sessão fotográfica mais tarde, depois um M&G e só depois poderia descansar. Tinha tanta vontade de falar com a “Demi”, se é que me entendem, que não resisti e mandei-lhe uma mensagem.
  “Boa tarde linda, espero que tenha dormido bem. Xx Justin Bieber.
  P.S: Agora já tem o meu número.

  Terminei de almoçar e a “Demi” não tinha respondido ainda, a cada 5min eu olhava para o visor do meu celular e nada dela responder. Durante a sessão fotográfica, vi a minha mãe fazendo sinais para mim e apontava para o celular, eu ria da cena e o fotógrafo aproveitava para tirar fotos mais espontâneas. No final, escolhi as fotos que eu mais gostava e, por incrível que pareça, as tais mais “espontâneas” foram as minha preferidas. Peguei meu celular e vi que tinha uma chamada não atendida e uma mensagem, o remetente era “ Fake Demi”, sim eu tinha guardo o número dela com esse nome, em minha defesa, acho que faz sentido.
  “Boa tarde, “Justin”. Dormi bem sim, falar ontem com você me fez bem, estava precisando de uma pessoa paciente para me aguentar. :P Xx .
  P.S.1: Já guardei o seu número.
  P.S.2: Já sabe o meu apelido.
  P.S.3: Não respondi mais cedo porque estava trabalhando.
  P.S.4: Desculpa tantos p.s’s.

  Devia ter um sorriso bobo na cara, porque minha mãe me perguntou logo o nome da minha felicidade. Eu ri e disse o nome dela.
  - , esse é o nome dela, mãe. – Nem olhei para minha mãe, estava ocupado mudando o nome atual de “Fake Demi” para “”.
  - Vai trocar de roupa, apaixonadinho, porque você tem mais coisas para fazer. – Ela sorriu e eu beijei a bochecha dela, indo logo em seguida me trocar.

Capítulo II – The invitation...

  Hoje fazia um mês que falei com ela pela primeira vez. Falei com ela todos os dias durante esse último mês, mesmo estando viajando por outros estados, a verdade é que nós nos apaixonamos um pelo outro, o mais incrível é que ela se apaixonou pelo que eu sou e não por quem eu sou. Ainda não nos vimos, falamos pelo skype, mas sempre que peço para vê-la ela fala que é muito feia. Quando eu adicionei ela, ela pensou que eu tinha feito a conta do skype de propósito para fingir que sou o “Justin”, sim, ela ainda não acredita que eu sou “eu”.
  Tinha acabado de chegar em casa quando ouvi meu celular tocar no bolso do meu casaco. Olhei para o visor e vi o nome dela, sorrir instintivamente.
  - Hey, my love. Tudo bem? – Eu ia para o quarto enquanto esperava ouvir a voz dela.
  - Hey darling. Tudo e com você? Estava com saudades da sua voz. – Ela fazia uma voz manhosa do outro lado da linha, o que me fez sorrir.
  - Eu estou bem melhor agora. Eu também estava com saudades da sua. Como foi o dia? – Me sentei na cama e peguei meu note, ligando-o quase imediatamente.
  - Chato como sempre. Não tinha você para me animar com a suas bobeiras. – Ela riu. – E o seu como foi? Cantou muito? – Lá estava a linda irônia dela.
  - Por acaso cantei sim, minhas beliebers adoraram.
  - Sei... Vou ficar com ciúmes das suas “beliebers”. – Eu ri.
  - O que eu posso fazer para você acreditar que eu sou mesmo o Justin?
  - Bem você pode cantar em um dos “seus concertos” a música Fall do Justin, quer dizer, a sua música. – Ela riu.
  - Se eu fizer isso, você acredita em mim?
  - Acredito.
  - Então vou te mandar um bilhete para o MEU concerto que vai ser no dia 15 em Connecticut. – Eu dei ênfase no “meu” e ouvi ela rir.
  - Você é doido, Justin. Mas, se você me mandar o bilhete, eu vou, não tenho planos mesmo...
  - Posso passar no seu trabalho e deixar o bilhete? – Ela tinha me dito onde trabalhava, mas nunca me deixou ir visitá-la.
  Ela dizia que, se nos encontrassemos, eu ia me decepcionar com a aparência dela e ela não queria que essa magia acabasse. Apesar de não acreditar nela, eu respeitava a sua escolha.
  - Até pode, mas eu não vou te receber, você sabe o que eu penso sobre nos encontrarmos.
  - Garota, você me deixa doido com os seus joguinhos. – Eu ri. – Quando vou poder te ver, sentir seu cheiro, te tocar, te beijar?
  - No seu tal concerto... – Ela fez uma risada maléfica e logo caiu na gargalhada.
  - Isso é maldade, .
  - Eu sei. Você estava no skype e nem me disse nada, né?
  - Para quê? Eu já estou te ouvindo, é melhor do que ler o que você escreve.
  - Perfeitinho. Você existe mesmo?
  - Se você me deixasse ir te ver, você ia saber que sou real.
  - Nem vem... Amor, já vou deitar, amanhã tenho que trabalhar. – Ela fez uma voz triste.
  - Tudo bem, linda. Eu também vou. Falamos amanhã e te vejo daqui a 3 dias?
  - Sim, lindo. Kisses. Sweat dreams.
  - For you too, baby. Kiss.
  Tomei um banho, fiz um lache e fui dormir, pelo menos assim podia “ver” a , já que ela nao me deixa ver ela pessoalmente, mas daqui a 3 dias eu ia ver a minha princesa, toda essa tortura irá acabar, finalmente.

  ’s POV

  Um mês atrás recebi uma chamada de um numéro não identificado, não pretendia atender, mas minha mãe podia ter mudado de número sem avisar e, já que ela está no Brasil, não ia arriscar a ficar sem falar com ela, a saudade já era um pouco grande apesar de nos falarmos um vez por semana. Para minha surpresa, era um rapaz, sim, ele não parecia ter voz de homem, tinha voz de jovem.
  Ainda bem que atendi, aquele rapaz faz os meus dias terem outro brilho, é quase impossível de acreditar que ele existe, ainda mais por ele dizer que é o “Famoso Justin Bieber”.   Apesar dele não me dizer quem ele é realmente, eu gosto dele, da sua personalidade, basicamente é a única coisa que conheço dele, não deixo ele me conhecer pessoalmente. Mas parece que isso vai mudar dentro de 3 dias, por um lado estou ansiosa para conhecer ele pessoalmente, por outro me assusta a hipótese dele ser totalmente o contrário do que diz ser.
  - ! - Fui tirada dos meus devaneios pela minha melhor amiga.
  - Oi ?
  - Estou te chamando faz meia hora e você está aí rindo igual uma boba. – Ela jogou o pano sujo, com o qual estava limpando a mesa em mim.
  - Estava no meu mundo, tá? – Segurei o pano. – O que você quer?
  - Falou com o seu príncipe ontem? – Ela se dirigiu para trás do balcão.
  - Tal como todos os dias... – Sorri timidamente.
  - Adoro ver você assim, depois do que você passou com aquele outro otário, você merece ser feliz. – olhou para o nosso gerente, sim ele era o tal otário.
  - Obrigada, . – Sorri em sinal de agradecimento.
  - Vocês duas podem parar de falar e atender os clientes? – O chato do Jared, nosso gerente, nos chamou a atenção.
  - Vamos trabalhar, antes que ele faça de nós os batidos mais famosos da Starbucks. – brincou.
  Esqueci de dizer, eu trabalho na Starbucks, tenho o gerente/ex mais chato e a melhor amiga mais legal que alguém pode ter, sem ela, nem sei se sobreviveria aos dias de trabalho.
  O tão esperado dia tinha chegado, estava louca para sair do trabalho, me arrumar e ir para o concerto, nem parecia que eu tinha 19 anos, estava me sentindo como uma Belieber de 12. Não sei como o “Jus” conseguiu o tal bilhete, mas conseguiu e me mandou por correio, já que eu não deixo ele ir no meu trabalho.
  - Já escolheu a roupa?
  - Tenho alguns conjuntos prontos, mas estou em dúvida. Acho que vou enloquecer. – Eu fiz uma careta para a .
  - Calma, vai correr tudo bem. – Ela sorriu. – Falta só 2 horas para acabar o seu turno e depois você pode ir se arrumar para o tal encontro no estado do lado. – Ela riu e eu nao resisti e ri com ela.
  - Felizmente, estou quase morrendo de ansiedade. – Sussurrei enquanto atendia um cliente.
  - , pode vir aqui? – O Jared me chamou.
  - Sim, estou indo. – Terminei o pedido do cliente e fui falar com o meu gerente.
  - Preciso que você faça o turno da noite, a Claire vai ter que faltar.
  - Eu tin... – Ele não deixou eu terminar.
  - Só tenho você disponível, por favor, faz esse favor. – Eu apenas consenti.
  Voltei para o balcão e a percebeu meu desanimo. Apenas olhou para mim como se perguntasse o que tinha acontecido. Apenas mexi os lábios “dizendo” eu ia ter que ficar até as 10pm. Ela perguntou sobre o concerto e eu dei de ombros como se dissesse que já não ia. Aquele idiota tinha que estragar a minha vida, como sempre, por que não pediu a outra pessoa?
  Esperei pelo meu intervalo e mandei uma mensagem ao Jus.
  “Hey baby, lamento te avisar, mas não posso ir no concerto. Lamento muito. :( xx Love ya.”
  Em menos de 2 minutos meu celular tocou, era ele.
  - Hey princess, o que aconteceu? – A voz dele demonstrava desanimo.
  - Meu chefe pediu para eu fazer o turno da noite porque uma colega vai ter que faltar, ele nem me deu a hipótese de recusar. – Ele não falava nada, com o silêncio pude ouvir alguns gritos bem ao fundo. – Jus... Desculpa, com certeza teremos outra oportunidade.
  - Não tem problema, só fiquei um pouco triste. Tenho que ir, o concerto vai começar. Bye.
  - Justin... – Falei antes que ele desligasse, ele apenas me respondeu com um “hum”. – Bom concerto, desculpa de novo. Kiss, love ya. – Ele não respondeu, apenas desligou.
  Depois de 4h acabei o trabalho, o idiota do Jared veio todo sorridente me agradecer e eu simplesmente o ignorei. Troquei de roupa, peguei minha bolsa e fui para o carro, antes de começar a dirigir, pensei em mandar uma mensagem para o Jus, ele costuma me mandar mensagem de duas em duas horas,mas hoje depois do telefonema não me mandou nenhuma. Escrevi a mensagem, mas não tive coragem de enviar, talvez ele tenha encarado a realidade e não queira mais saber de mim, não vou correr atrás.
  Dirigi o caminho todo pensando nele, cheguei em casa e não tinha nenhuma ligação dele, entrei no skype e ele estava offline. Procurei no tumblr e no youtube videos e gifs do concerto desta noite, encontrei vários. Mas o que eu estava fazendo? Ele não é o Justin, só diz que é para me conquistar, só não entendo porque. Fui dormir pensando nisso e consequentemente NELE.

Capítulo III – Let’s Try Again

  Justin's POV
  Passei uma semana sem falar com ela, tentando esquecer ela, o jeito como ela ria no telefone, como fazia uma voz manhosa quando eu tinha que desligar, os nomes carinhosos que me chamava, tentando esquecer a esperança que eu tinha de vê-la, de sentir seu cheiro, de tocar sua pele, tudo isso. Enfim tentando esquecer que a amo, o que para mim é inevitável tal como eu respirar, ou seja, eu não quero ela, eu PRECISO dela para viver.
  - Justin, meu filho, você não vai comer? – Minha mãe mais uma vez tentava me fazer comer, ela fez eu vir ficar com ela depois que desmaiei num concerto.
  - Estou sem fome... – Eu falava olhando para o celular pela 9415118515514 vez essa semana.
  - Você tem que comer, filho.
  - Hey Shawty Mane, concordo com a sua mãe. – Alfredo estava dando uma de mamãe também.
  - Vocês tem razão, eu tenho que comer, por isso que vou ao Starbucks. – Levantei rapidamente do sófa.
  - Vai atrás da garota que está te deixando assim? Esquece... – Não deixei o Alfredo terminar.
  - Só esqueço ela quando deixar de respirar. Essa semana sem falar com ela foi uma tortura para mim, você sendo meu amigo devia saber isso. – Não queria ser rude com ele, mas não consegui evitar.
  - Desculpa, você tem razão. Te dou a maior força, se quiser até vou com você. – Ele colocou a mão sobre o meu ombro e piscou, eu consenti.

  Me troquei rapidamente, peguei minhas coisas, dei um beijo na testa da minha mãe e sai com o Alfredo. Ele ia dirigindo, eu estava nervoso demais para isso. Chegamos na loja a qual eu nunca tinha visto, a única coisa que conhecia era o endereço, porque ela o tinha me dado para mandar os bilhetes. Alfredo segurou no meu ombro e me abanou como se quisesse me acordar e ao mesmo tempo me passar confiança. Respirei fundo e sai do carro. Entrei na loja e por incrivel que pareça estava com pouco movimento, talvez por ser nove da manhã.
  Sentamos numa mesa longe das janelas,  mais perto do balcão, e fizemos o pedido, pedimos duas Ham & Swiss Panini e  dois Coffee Frappuccino® Blended Beverage.
  A cada menina garçonete que passava por nós meu coração batia mais depressa. Nosso pedido demorou a chegar e enquanto esperávamos, uma garota passou correndo por nós, provavelmente uma garçonete atrasada, não consegui ver o rosto dela, apenas ouvi um rapaz, suponho que seja o gerente, dizendo algo como "Está atrasada ..." a menina apenas respondeu "Não volta a acontecer...". Ao ouvir aquela resposta sussurrada meu coração bateu mais rápido, meu estômago começou a embrulhar, de repente eu não sentia os meus membros, meus sentidos estavam quase todos desligados, menos a visão que observava a simplicidade e ao mesmo tempo beleza daquela menina, da minha menina.
  Voltei ao planeta terra com uma moça me entregando o meu pedido.
  - É ela, Alfredo...
  - Qual? A que entregou o pedido? – Ele olhava para a menina que se dirigia para o balcão.
  - Não, a baixinha de 1,60m que passou correndo aqui. – Eu olhava na direção que ela tinha ido.
  - Vai falar com ela então.
  - Falo o quê? – Senti minhas mãos transpirarem, tentava mantê-las secas, em vão.
  - Olá, sou o Justin e na última semana não consegui dormir, comer e pensar por sua causa. O que acha? – Ele olhou para mim com um sorriso enorme, de deboche.
  - Ela vai em achar louco...
  - E você não é?

  ' s POV
  Ótimo, acordei atrasada, meu "querido gerente" vai me matar. Peguei a primeira roupa que encontrei, fiz minha higiene matinal e sai correndo para o trabalho.
  Corri pelo estabelecimento até chegar ao balcão, onde encontro meu chefe com cara de bunda.
  - Isso são horas? Você está atrasada, .
  - Não volta a acontecer... – Tentei não demorar muito ali, afinal se entrei mais tarde vou sair mais tarde.
  Estava colocando minha roupa de trabalho quando a entra pelo banheiro.
  - VOCÊ VIU QUEM ESTÁ LÁ FORA? – Ela quase estorou os meus tímpanos.
  - Vi sim, um chefe superirritado com cara de bunda querendo meu coração servido numa bandeja.
  - Além desse... – Mexi a cabeça negativamente. - O Justin está lá fora.
  - Que Justin? Algum namorado novo?
  - NÃO, O SEU JUSTIN. O BIEBER! – Ao ouvir isso deixei minhas coisas cairem no chão.
  - E... Eu não tenho Justin nenhum. – Não consegui conter a emoção, minhas palavras saiam trêmulas, eu gaguejava, meu coração batia mais forte e eu... Odiava essa sensação. – Vou trabalhar.
  Sai do banheiro e veio atrás de mim, assim que cheguei no balcão vi-o. Nossos olhos se encontraram e de repente não havia ninguém nem nada a nossa volta. Os movimentos das poucas pessoas presentes tornaram-se mais lentos como se o tempo estivesse parando aos poucos, suas silhuetas agora não passavam de borrões, as  suas vozes tornaram-se imperceptíveis, e eu ouvia apenas os meus batimentos cardíacos que por incrível que pareça tornaram-se estáveis assim que o vi.

  Justin's POV
  Avistei-a atrás do balcão, até de uniforme ela ficava linda, ela era simplesmente perfeita. Ela parecia ter saído de uma pintura, seus traços, o formado dos seus olhos a cor dos mesmos, o tom de pele, a forma como algumas mexas de cabelo caíam sobre o seu rosto, e o que ela tanto criticava, sua altura parecia ideal para todo o resto, tudo nela era como se tivesse sido feito com todas as medidas exatas.
  Sorri para ela, surpreendentemente ela retribuiu o sorriso, não sei se ela acredita que eu sou aquele rapaz que ela tratava por nomes carinhosos e que contava como tinha sido o seu dia, se ela não acreditar eu farei ela acreditar.
  Terminei de comer, assim como Alfredo e fomos pagar a contar, para minha sorte acho que ela conseguiu convencer a colega a nos atender.
  - Então foram duas Ham & Swiss Panini e  dois Coffee Frappuccino® Blended Beverage, certo? – Ela perguntou sorrindo, sua voz era mais linda pessoalmente e definitivamente seu sorriso era perfeito.
  - Sim, é isso. – Eu sorri de volta.
  Ela imprimiu o recibo da máquina e pôs em cima do balcão, percebi isso porque o Alfredo me deu uma cotovelada na costela para me acordar, pois até o momento eu estava admirando ela. Tirei o dinheiro, paguei o meu e o Alfredo fez o mesmo.  Demos as costas e saímos. No preciso momento que passei pela porta senti um vazio enorme, como se eu tivesse acabado de deixar o meu mundo dentro daquele estabelecimento. Voltei a entrar no estabelecimento e fui direto ao balcão onde ela estava arrumando as comidas.
  - Amanhã vou ter um concerto na Pennsylvania, queria que você viesse comigo. – Ela me olhava surpreendida.
  - Como assim? Você pode ser famoso, mas eu não te conheço... – Ela fez uma cara de lamento.
  - Sou o mesmo rapaz com o qual você falou durante esse mês que passou.
  - Pode me contar como ele te convenceu a fazer isso?
  - Digamos que ele está loucamente apaixonada por você, tal como eu. – Sorriu sem graça.
  - Justin, não sei se vocês são muito amigos, mas acho que eu preferia se fosse ele a vir falar comigo.
  - O que posso fazer para você acreditar? – Eu segurei na mão dela, porém ela se afastou.
  - Acho que nada, ele pode muito bem ter contado tudo para você.
  - Como eu iria saber que é você se ele nunca te viu antes?
  - Não sei...
  - Eu sou ele. Você me pediu para cantar Fall para você no concerto que você não foi. – Ela parecia perplexa. – Você me deve esse concerto, por favor, se quiser eu venho te buscar e te trago.
  - Desculpa, eu não sei se você é mesmo ele. Não posso. – Ela fez uma cara triste.
  - Eu entendo. Valeu a pena tentar. – Eu sorri de lado. – Boa sorte para a sua vida, .

  Sai de lá o mais rápido possível, pois sabia que em pouco tempo as lágrimas de tristeza com um misto de raiva iriam começar a cair. Raiva de mim, por pensar que ela acreditaria que eu era o rapaz que ela tem vindo a falar todo esse tempo.
  Estava me dirigindo para o carro, peguei o celular no bolso, era definitivo, eu ia apagar o número dela, ia seguir minha vida. No momento em que eu ia selecionar o delete recebo uma chamada. Ao ler o nome que aparecia no visor meu coração bateu mais depressa, era ela.
  - Alô? Quem fala? – Era bom ouvir a voz dela pela última vez, da mesma forma como começou, por uma chamada inesperada.
  - Oi... É o Justin... Bieber. – Ela sabia que era eu, por que estava perguntando?
  - Então liguei para o número certo. Sabe essas ligações aleatórias nunca dão certo. – Pude ouvir ela rir. E eu sorri. – Então Justin Bieber, queria saber se você queria sair comido depois do meu turno. – Eu olhei para trás, ela estava parada na porta do estabelecimento, sorrindo, eu sorri de volta.
  - Eu não te entendo, sabia? Meio minuto atrás você me deu um pé na bunda. – Nesse momento, já estávamos indo em direção um ao outro.
  - Está preparado para aguentar a minha bipolaridade? – Estava a dois passos dela, mesmo assim ela continuava falando no telefone comigo.
  Desliguei o meu telefone, peguei o dela e fiz o mesmo.
  - Acho que posso tentar, afinal o que não fazemos por amor...  – Ela riu e pela primeira vez eu ouvi e vi o riso dela.
  - Desculpa não ter acreditado em você. – Ela me abraçou, me assustando.
  - Só desculpo com uma condição. – Eu  dei um sorriso malicioso.
  - Qual? - Ela me olhou confusa.
  - Vai amanhã no meu show. – Ela sorriu e afirmou com a cabeça.
  Beijei o topo da cabeça dela e fiquei observando ela voltar para o trabalho. Finalmente os ventos estavam soprando ao meu favor novamente. Amanhã ela será minha e para sempre se depender de mim.

FIM!



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