The Book Of Me And You
Escrito por Michele Garcia | Revisado por Maah
Prólogo - I thought I had my girl but she ran away.
Eu poderia dizer que ela tem o sorriso mais lindo do mundo.
Poderia gritar ao mundo, mesmo que isso soasse meio gay, que ela me petrifica quando me olha desse jeito.
Ou até mesmo poderia dizer diretamente a ela o quanto ela é linda quando ri daquele jeito.
Poderia dizer todas as suas qualidades se ela ainda fosse minha.Porém hoje ela é meu passado.
Um passado distante e... Impossível de se dizer o contrário, mesmo que fossem por elogios.
Ela é distante de mim, e por mais que eu negue aos quatro ventos que não a percebo mais, eu sei que ela ainda esta atrás de mim.
Ela sempre foi difícil de perder, jamais admitiu uma derrota, e não seria diferente dessa vez.
Ela não é só meu passado, minhas insônias e as brigas atuais.
Ela é minha ex-namorada.
One - She loves music but she hates my band.
Abri lentamente os olhos e pude notar que não estava sozinho. O lençol jogado sob meu corpo era dividido com outro alguém.
Virei meu corpo e notei que Rachael respirava levemente. Me levantei e fui tomar banho.
Ao sair do banheiro notei que ela ainda dormia. Provavelmente a noite anterior que fora de briga - novamente - fez com que ela dormisse aqui, após eu a convencer que não havia motivos para se preocupar. Ela sempre tinha seus argumentos.
Peguei meu celular que estava jogado no canto do quarto e vi que tinham 6 chamadas perdidas. Passei os olhos pela lista e vi que além de , e Tim, as duas últimas eram dela. Sempre foram dela.
Incrível como jamais me deixou em paz. Ela era difícil, não se dava por vencida, sempre queria mais, era difícil lidar com ela. Acho que foi um dos principais motivos que terminamos. Um dos principais - não o principal.
Não sei como, mas não consigo perdoá-la. Não posso evitar ao fechar os olhos, de ver aquela cena pouco amigável na minha mente.
já me pediu perdão por inúmeras vezes, eu aceitei.
Ela me pediu perdão infinitas vezes, eu a desprezei.
É difícil você ser traído pelo amor da sua vida, ou aquela que você julgava ser a mulher para casar e ter filhos - sim, pensei nisso ao lado dela. - te trair dessa forma. Com seu melhor amigo. Ou parceiro de banda.
alegou na época que fora atraído pela beleza dela, caiu na armadilha de e se arrependeu de tudo no final.
Fácil dizer, afinal o trouxa da historia fui eu. E como todos - repito todos - me olhavam com pena, para mudar essa idéia de corno sofrido me dei por amigo do ao final das contas.
Incontável o numero de agradecimentos que ele me mandava todos os dias de ensaio.
Não sei se ele foi de fato o culpado, mas teve sua mancha de participação no que houve. Mas eu conhecia mais do que ela mesma. Sabia das suas ações e dos seus limites, era bem provável que ela se desse a esse fato. Trair-me com meu melhor amigo não foi o único motivo pra que terminássemos, mas as inúmeras brigas que tínhamos por eu não aceitar sua vida.
era atriz, não atriz de filmes e seriados. Ela era atriz de vídeos para bandas. Aquelas que os caras contratam para fazer parte do novo vídeo clipe, ou campanha do tipo lançamentos de cd?s e singles. Ela era isso e mais um pouco.
Você deve estar me achando um possessivo idiota por estar com ciúmes desse trabalho, não vê problema.
Mas não era só isso. Além dela gravar para as bandas que a contratavam, ela acabava de certa forma se envolvendo com um dos integrantes.
Fácil de dizer, você é contratada por uma banda famosa que sempre gostou, faz parte do clipe dos caras, fica famosa, e sai com um deles para uma noite de sexo, bebidas e risadas. Nada mais.
Pelo contrário, aquela maldita magia que ela exalava por cada poro, de certa forma hipnotizava os caras, eles ficavam de quatro por ela. Sempre ligavam, iam atrás dela, mas ao saberem que ela era ?comprometida? - sim, entre aspas porque nosso lance naquela época era aberto - não a perseguiam mais, nem ligavam, mas percebia-se que eles ainda continuavam atrás dela, nem que fosse com um olhar.
Por essa magia, truque, feitiço que ela jogava nos homens que a conheciam, ela era tão desejada. Não só por ser extremamente linda, simpática, alto astral e gostosa - me permito dizer ainda ?, mas por tudo isso e seu maravilhoso sorriso que prendia-nos a ela.
Nosso lance foi ficando mais sério, ela não saia com os caras das bandas famosas depois de trabalhar no clipe deles, mudou ate o rumo da sua profissão, dedicando-se a comerciais e campanhas fotográficas internacionais, sua beleza chamava o mundo aos seus pés. Com nosso lance mais sério, tomou um rumo na carreira, não saia mais com ninguém além de mim e essa prioridade aumentava meu orgulho masculino. Até o dia em que eu peguei ela na cama com outro. Ou melhor, meu amigo.
na cama com .
É, deve-se notar como meu ego se jogou ao chão. Como eu me senti enganado e usado.
Foi por ai mesmo, exceto pelo fato de que eu sabia que no fundo ela tinha tido sua recaída de novo. Mas não, eu ainda podia me sentir o mesmo usado de sempre, eu poderia ir até ela e aceitar suas desculpas de novo, suas palavras jogadas a mim, implorando meu perdão como ela fazia aquele dia. Mas minhas desculpas foram restritas ao , que depois de meses sem falar com ele estando na mesma banda, eu fiz.
Ela de certo modo, disse que não ia me deixar. Ia me procurar todo dia, e ela cumpre isso até hoje.
Dois anos depois ela ainda me encontra nos lugares, na rua, em clipes, em festas da The Maine.
Me encontra ao lado da minha atual namorada. - Rachael - e mesmo assim se atreve a vir falar comigo.
Rachael a odeia, com certa razão. Mas mesmo apesar de tudo, eu ainda consigo achar algo útil nessa coragem dela de referir o olhar a mim. É petulância demais, e é isso que eu gosto nela.
Pensei em deixá-la se humilhar por mim, mas não bastava. Eu queria mais, queria vê-la sofrer por estarmos longe.
Mas pelo jeito isso não a agradava, e não fazia as coisas que não a agradavam.
Ela era assim, decidida e petulante. Não iria me deixar em paz.
Se eu gostava disso? Vê-la sempre foi uma tentação pra mim, aqueles olhos, aquela boca, aquele corpo que um dia foram meus...
Mas Rachael é meu presente, se resume ao passado, na qual eu luto pra esquecer, enquanto ela luta pra permanecer em meus pensamentos.
- Esta olhando o que? - foi a voz de Rachael me distraindo dos pensamentos.
- Em nada, estava esperando você acordar - menti abrindo meu maior sorriso. Outra briga não iria dar certo.
Ela sorri para mim, me puxando para mais perto dela e selando nossos lábios em um pequeno beijo.
Não eram os lábios de , mas eu poderia senti-la sem estar ali.
Two - She's got a way of making things okay.
Mês de gravação do novo clipe da banda. andava de um lado para outro, e quem pensa que ele é calmo se engana. Aquele filho de uma mãe me deixava nervoso demais.
- Hey Nickelsen. - ele me chamou pela vigésima sétima vez aquela tarde. - Você já pensou na nossa proposta?
Revirei os olhos de novo. - Já pensei sim, , mas não estou disposto a isso. - Os caras, incluindo o filho da mãe do Tim queriam chamar a pra participação do clipe, o que me irritava demais. Pensem no meu caso, como eu aceitaria isso numa boa? Já que ela é minha ex-namorada, possessiva, louca, que corre atrás de mim, ela iria contracenar com - o que me irritava mais ainda. - e, além disso, tudo, eu teria que revê-la.
Palmas pro Tim, a idéia foi dele e daquele projeto de humano que é o !
ainda me olhava na esperança de eu aceitar, e após longos minutos dos quatro me olhando, e do Tim também estar contando nos dedos para eu parar de ser... Como ele mesmo disse? Um corno revoltado? Isso mesmo. Para eu parar de ser um ?corno revoltado? e aceitar a idéia, já que eram cinco contra um.
Sem escolhas, cedi.
- Vocês me pagam. - foi o que eu disse ao receber um tapa no ombro, de .
me olhou sem demonstrar reação e sorriu amarelo em minha direção. Já vi que isso ia dar merda.
E incrível como dessa vez - de novo - eu era o protagonista.
entrou no estúdio na semana seguinte para a gravação do novo clipe - Give It To Me - ela usava uma calça jeans rasgada nos joelhos, seu companheiro All Star amarelo e a mesma blusa da época em que nos conhecemos - aquilo só poderia ser sacanagem dos Deuses comigo.
Anos atrás, ao nos conhecermos, estava sentada nas caixas de som de um show qualquer que resolvi ir, ela usava calças rasgadas nos joelhos, all star vermelho e uma blusa - que me chamou a atenção - de zumbis.
Todos sabem o meu amor por zumbis. Devoção, paixão... E ela conseguiu resumir tudo naquela blusa.
A mesma blusa que ela usava hoje. Não sei se foi pro acaso, mas vindo de era tudo calculado. E ao vê-la entrar daquela forma me fez sorrir sem querer. Sorriso percebido por ela.
Por ora achei que ela viesse ate mim, como sempre fazia. Mas não, ela desviou o percurso e foi até que animadamente - até demais - a abraçou e ficou por longos minutos conversando com ela.
Marc Bourns, o produtor do vídeo e diretor, começou a gritar algo lá no meio do set. Tive que voltar minha atenção a ele.
- Vocês vão fazer o seguinte, será a protagonista que contracenará com , você já leu seu papel? - Ela assentiu para ele. - Então, a historia do clipe é passado em uma boate, a banda estará cantando e você - ele apontou pra ela que mantinha seu olhar nele - estará assistindo normalmente até que durante o clipe você e conversam e trocam palavras, e por fim acabam ficando - Marc finalizou, riu de lado e eu já poderia imaginar o motivo.
Incrível como ela não veio até mim, como antes fazia, se jogando aos meus braços e dizendo que ainda me amava e que estava arrependida de ter me traído e blá blá blá... Toda aquela mesma ladainha de sempre. Dessa vez ela apenas me fitou, sorriu e seguiu com a gravação. Não sei o que deu nela, mas tentei manter o foco no clipe, e fiz o trabalho de hoje.
Gravamos por mais de cinco horas e ela não dirigia a palavra a mim, nem a presença, já que a maioria das cenas dela eram gravadas com , que se me permite observar, estava muito animado com essa gravação.
Acabamos a gravação de hoje, e amanhã seria a próxima e ultima. se dirigiu aos bastidores para trocar de roupa e eu fui atá os caras que estavam acompanhando Tim ao falar sobre o clipe.
Dei meia volta e fui ate o local onde ela entrara. Não sei o que deu em mim, só a segui e me permiti entrar numa espécie de quarto, cheio de figurinos. Uma leve melodia vinha de uma das cabines, além de tudo a mantinha uma voz maravilhosa, ela sempre tinha algo a me mostrar. Foquei em meus passos em direção onde ela estava e percebi quando jogou uma roupa por cima da cabine e destrancou-a saindo de dentro vestida como chegara.
Seus olhos fitaram os meus e eu pude perceber que ela não se assustara ao me ver ali, apenas mantinha sua boca entreaberta e seus olhos nos meus. Sua respiração estava normal, ao contrario da minha que estava rápida.
Abri minha boca pra falar, mas ela se fechou. tomou a palavra e começou.
- Achei que estivesse me evitando ao máximo - ela afirmou abrindo seu sorriso, aquele sorriso.
- Eu estou - as palavras saíram da minha boca inutilmente. percebeu meu nervoso e riu ironicamente de lado.
- Não é isso que parece, você está aqui. - ela afirmou de novo. Essa confiança dela me irritava.
- Eu estou te evitando, sempre te evito. Você que vive correndo atrás de mim, sempre. - Tomei a confiança de novo.
Ela colocou o cabelo atrás da orelha como sempre fazia, buscando uma resposta.
- Acho que isso te perturba de alguma forma não é, Nickelsen? - meu sobrenome fora ouvido da boca dela. Algo estava errado.
- De jeito nenhum, mas Rachael não está muito feliz com isso, . - disse a ela. Sabia o quanto ela odiava Rachael, percebi isso ao ver seu sorriso desaparecer. Eu sabia ser filho da puta quando queria.
- Ah sim, como me esquecer da Rachael. - ela soltou uma risada irônica e olhou para o alto antes de voltar-se a mim. - Achei que ela se garantisse com você.
sabia retrucar quando queria.
- Ela esta se garantindo muito, ao contrario de você que foi a primeira a me trair. - O sorriso dela não saiu do rosto dessa vez, ele permaneceu inalterado, embora seus olhos perdessem o brilho da ironia que ela mantinha.
- Você jamais se perguntou dos meus motivos não é mesmo? Nem ao menos se perguntou como eu me sentia naquela espécie de relacionamento que você julgava certo para nós, nunca se importou com nada. Não sei por que ainda corri atrás de você. Não sei por que ainda me senti sendo julgada por você.
- Não se faça de coitada ! Você nunca foi desse tipo! Sempre achava a oportunidade certa pra escapar do relacionamento, sempre achou que eu era uma segunda opção pra você. Agora, me trair com o meu melhor amigo é algo que eu não perdoarei nunca! - cuspi as palavras a ela. apenas mantinha o frio olhar em mim.
- Por um momento, ao te ver tocar - ela começara com os olhos baixos. Soltou um riso frouxo ainda mantendo os olhos no chão. - Eu achei que você fosse quem eu queria que fosse - ela riu-se sozinha, baixo. Como se falasse para si só. - E você sabe como eu amo te ver tocar, cada sintonia. E por esse momento, essa fração de tempo, eu tive esperanças que eu ainda mantivesse algum sentimento por você. Mas agora, vejo que não. Foi um erro ir atrás de você. - ela levantou seus olhos aos meus. Sentia-me frio por dentro. Mas a raiva era maior ainda.
- Acho que seus olhos pousaram no , não em mim tocando. - ri ironicamente a ela. - Isso explica a vagabunda que você é, não mudara nunca.
fitava com seus olhos profundos, algum ponto dos meus olhos. Sua respiração subia e descia, ela apenas mantinha sua boca entreaberta. Seu sorriso não existia mais, não existia mais brilho no seu olhar. Não existiam mais sentimentos naquele olhar.
- Adeus, Nickelsen.
Ela disse antes de me fitar pela ultima vez e seguir seu caminho para fora do estúdio, me deixando ali. Acreditando que o que ela dissera sobre sentimentos eram verdades.
Ela não me amaria de novo. E eu nem ao menos saberia se isso era bom, ou era uma perda para minhas esperanças.
No dia seguinte ao chegar no estúdio para o ultimo dia de gravação, não a vi. Marc disse que a cena de e foram gravadas mais cedo, eles tinham cenas juntos em outro lugar, só os dois. O restante do dia ia ser gravado entre nós cinco mesmo, nada dela.
As gravações do clipe fora finalizadas, logo mais Give It To Me estaria em divulgação, e haveria uma festa para o lançamento do vídeo.
Saímos do estúdio e resolvemos comemorar, deu a idéia de irmos a um pub perto do estúdio.
Aceitei achando que seria a melhor opção para esquecer ela, porque sim, eu pensei nela na gravação toda. O motivo dela não ter ido, dela ter gravado antes, de não ter me dito. O motivo de ter sido um estúpido com ela no dia anterior.
- Hey cara, - era Kannedy - pensando em que?
- Em nada. - apenas respondi.
- Se for em quem eu estou achando que é - lá vinha o com essas confusões dele. - não esquenta não cara, eles não estão juntos.
- Como?
- e , eles não estão juntos. - ele afirmara de novo.
- Não estava pensando nisso, man. - respondi. Lógico que eu estava.
- Eu te conheço muito e sei que estava. - ele me disse de novo. - Larga disso zumbi, logo mais você a esquece, já se passaram dois anos. Eu sei que é linda demais pra se esquecer, sei que tiveram um lance legal, mas convenhamos que guardar esses sentimentos não te fará bem. E além do mais - ele pousou as mãos no meu ombro. ?, tem a Rachael cara, ela te ama e você deve amá-la também.
- Eu amo a Rachael, . - respondi. riu-se.
- Não é isso que parece, não quando se trata de em seus olhos. - ele me disse, isso soou um pouco gay, man.
- Não se trata de , se trata do ódio que eu tenho dela.
- Ódio? Não sei ao certo se é isso, cara. - ele riu de novo. - Mas isso quem decide é você e espero que se decida a tempo.
Não entendi o que disse, mas afirmei com a cabeça.
Saímos dali com o restante dos caras e fomos até o pub. Rachael me encontraria lá.
E assim que chegamos, ela já veio me cumprimentar com seus conhecidos beijos dominadores. Essa era a diferença entre ela a .
Rachael era rápida demais, odiava esperar, sempre queria dominar a relação. Já era diferente, ela adorava quando ficávamos sem idéias pra ter o que fazer, curtindo só a nossa presença, ela nunca quis dominar nada, e embora ela tenha errado demais - sim, muito - ela ainda mantinha uma boa vantagem em relação à Rachael. Mas isso fica entre nós.
Ficamos juntos a festa toda, e de certo modo ela me sufocava. Queria saber de tudo. E esse tudo sempre incluía .Talvez ela fosse esse tudo, meu tudo.
Three - Just feel the music, fuck what they're saying.
Lançamento do Give It To Me, Rachael tagarelava de um lado pro outro em indecisão de que roupa ir.
Isso não me importava de nada, ela poderia ir de calça jeans com uma blusa de zumbis que eu agradeceria, mas me lembrei que esse modelo era dela se vestir. Era de , e mesmo que Rachael tentasse copiá-la - o que não aconteceria antes de uma guerra mundial - nunca seria a mesma.
A festa de lançamento estava ótima, os caras estavam animados, Tim estava orgulhoso e Marc não parava de falar da sua produção.
não havia chego, me perguntei se ela tinha confirmado presença, mas Tim me afirmou que sim.
Faltam poucos minutos pra estréia do clipe e nada dela chegar, comecei a andar em círculos perto do bar, fazia isso quando estava nervoso. Rachael veio ate mim no seu vestido rosa pink nada chamativo e me perguntou:
- Ta assim por que, bebê? - ela me abraçara. - Sabe que vai dar tudo certo com o lançamento.
- Não é sobre isso, sei que vai. - ela não me conhecia mesmo.
- É sobre o que então?
Não a respondi quando fitei uma figura adentrar o salão. entrou da forma mais elegante e simples possível, se era possível misturar essas duas maneiras. Usava um vestido preto, sem mangas e tamanho médio.
Seus cabelos estavam soltos e nada de penteados extravagantes como Rachael fazia, os de estavam naturais.
Ela entrou no salão e logo os olhares se voltaram a ela. Rachael me soltou percebendo que não a respondia e olhou a garota entrando.
Podia rolar sangue naquele lugar, mas estava mais preocupada em focar seus olhos em mim, do que na raiva de Rachael.
Eu poderia lembrar de tudo que tivemos se ficasse a olhando assim, poderia rever eu cantando no ouvido dela, nossas juras de amor, nossas brigas, as traições, as ofensas.
Podia perceber que seu olhar estava absorto em qualquer pensamento que fosse, mas todos se resumiam a mim.
Ela caminhou lentamente até onde eu estava e quando pensei que ela viria falar comigo e soltar qualquer que fosse sua ironia, me enganei. desviou e ao encontra-se com , este a cumprimentou e assim eles seguiram até o bar, sem olhar para trás.
- O que ela faz aqui? - a voz de Rachael me despertou do meu transe.
- Ela é a atriz do vídeo. - respondi calmamente.
- Não acredito que vocês a contrataram! Eu sou atriz também Garrett! E além do mais, sabendo de toda a situação vocês deveriam ter evitado ela ao máximo. - sua voz parecia mais alterada.
- Foi idéia do próprio produtor, Rachael. - expliquei, tentando manter a calma. - Não a escolhi sozinho, como todos conheciam o trabalho dela foi inevitável eu argumentar.
Rachael bufara.
- Parece que essa vadiazinha está andando com o - afirmou ela, aquilo me incomodara.
- Não sei, não me disse nada sobre isso. - tentei fingir que não me importava com a ofensa dela.
- Julgando pelo que eles já tiveram, não seria estranho se eles tivessem algo. - Rachael tocara de novo no assunto proibido: a traição.
Não tive tempo de responder, Marc Bourns subiu ao palco e tomara a atenção de todos. Nos chamou até lá, também.
- É com grande satisfação que estreamos mais um clipe: Give It To Me! - disse dando inicio ao clipe na enorme tela.
Ela estava incrivelmente linda nas cenas, todas as gravadas com , cada gesto era visto de forma dolorosa.
era sim, meu passado, mas de qualquer forma ela fazia parte de uma grande etapa da minha vida, e embora eu mesmo julgue que ela foi errada ao me trair com , eu sabia que no fundo ela jamais iria gostar dele da mesma forma que gostava de mim, e isso era recíproco.
Não podia trair meu orgulho a perdoando, uma porque estaria indo contra Rachael e ela jamais me perdoaria.
Rachael era legal comigo, ela sempre fora uma boa companhia, mesmo que não me completasse ao menos ela não me traia.
Come on and give it to me....
Fui surpreendido pelos aplausos com o final do clipe.
Os caras vieram até mim e nos abraçamos. abraçava , logo ela virou-se a mim e nossos olhares se encontraram.
Pude ver seus passos lentos até mim, ela vinha em minha direção para me cumprimentar, ainda pude perceber seu sorriso em direção a mim, mas este fora interrompido antes mesmo dela me abraçar.
Rachael veio atá mim antes, tirando qualquer que fosse o sorriso de do rosto.
- Ops, acho que cumprimentos a você não são bem vindos. - ela dissera a que a fitava - Sinto muito, querida. - Rachael enroscou-se de forma possessiva em meu pescoço.
limitou-se a abaixar a cabeça ao chão e voltar seus olhos a mim antes de virar e sair dali sem nada dizer.
Sem nada dizer aos outros, a mim ela disse tudo com apenas um olhar.
Aquele olhar.
Four - And I still remember how your lips taste.
Se passaram cinco meses desde o lançamento do ?Give It To Me? e eu não recebia mais as incansáveis ligações de ou suas desculpas, implorando perdões. Para falar a verdade eu não a vi mais desde aquele dia. A última vez que a vi foi no vídeo do All Time Low, atuando em That Girl.
Agora o novo assunto era a idéia repentina de Rachael em se casar. Já estávamos juntos a dois anos de três meses, eu sei que era muito, mas de uns tempos pra cá eu não sei se tenho certeza dos meus sentimentos e o motivo disso ainda se resumia a ela: .
- Poderíamos começar a marcar a data, o que você acha? - Rachael falava deitada em meu peito enquanto víamos a qualquer coisa que passava na TV.
- Por mim não há o que escolher, você pode ver isso. - disse sem rodeios.
- Garrett! É o nosso casamento, faz parte de uma etapa da nossa vida, você poderia ao menos fingir que se importa - ela disse ofendida, me voltei a ela.
- Eu me importo, amor. Só não lido bem com esse tipo de coisas, mas estou me importando com tudo sim. - disse tentando parecer convincente.
- Não parece, você não tocou no assunto em meses. Não me diga que tem algo a ver com ela?
- Não tem nada haver com ela, Rachael. - tentei explicar, mas vi que Rachael, inutilmente, tentava absorver qualquer índice de respostas no meu olhar. Ela não era para isso.
O celular tocou indicando a chamada de . Provavelmente era sobre a reunião de mais tarde.
Me despedi de Rachael e um tempo depois saí de casa em direção ao estúdio.
Encontrei os guys lá e depois da reunião com Tim ficamos por lá mesmo bebendo qualquer coisa e comendo.
- E a vida de comprometido, Garrett? - me perguntou.
- Normal, vida de comprometido não tem novidade caro . - ri com ele.
- A próxima novidade pode ser um casamento. - chegou, sentando-se ao meu lado.
- Nem me fale, Rachael esta com essa idéia e pior ainda, ela quer minha total atenção na organização.
- Vixe. - riu . - Já era, mais um perdido nesse mundo. - dei um tapa nele.
- Mas já escolheram a data?
- Não, ela quer a minha ajuda pra isso também. - bufei e joguei minha cabeça pra trás.
- Garrett. - chamou-me . Olhei para ele. - Você tem certeza que deve se casar com ela? Digo, você a ama para fazer isso? Casamento é algo sério, cara.
Recebi as palavras de e a resposta me faltou.
- Não sei, acho que meu lance com Rachael ficou muito estável, não tem mais novidades, acho que virou monotonia. - desabafei.
- Você não está feliz nesse relacionamento, e se não está feliz não vai ter futuro. - foram as palavras de a mim. Refleti.
- Não sei o que fazer... - foi tudo o que eu disse, e era a verdade. Me sentia perdido.
- E a ? - perguntou.
- Não falei mais com ela desde o lançamento do clipe. A vi semanas atrás no clipe do All Time Low.
- Vi o clipe deles também, ela se saiu ótima, não é? Cada vez melhor.
- Pois é, ela é uma ótima atriz. - disse mais para mim mesmo.
- Acho que você deveria falar para ela isso tudo. - a voz de chegou até nós.
- Falar o que?
- Que você a ama, a perdoa e a quer de volta. - comecei a rir.
- Não é para tanto, . - pausei - Não posso perdoá-la depois de tudo o que ela fez comigo. - senti minha garganta embargar.
- Não é porque você não pode, é porque você não quer. E toda essa historia de ?o que ela fez comigo? não é tudo isso Nickelsen. Você já parou pra pensar que na época vocês não estavam tendo nada sério? Já pensou que você não daria a ela uma relação estável? Você nem sequer quis assumir seu lance com ela ao saber que ela era atriz de bandas! E, além disso, ela não fez nada sozinha, também tem culpa na historia e... Vejam, ele, você perdoou. - riu irônico. - Aí esta a diferença entre poder perdoá-la e querer perdoá-la.
se calou. Fiquei pensando em tudo que ele me disse, mas nenhuma resposta me veio. Eu sabia que ele tinha razão, e o pior ainda, sabia que eu ainda a amava, mesmo assim o maldito orgulho não me deixava perdoá-la.
Eu deveria.
- Você tem razão, - disse por fim. - Vou falar com ela, antes de resolver tudo com a Rachael. - sorri.
deu um tapa nas minhas costas, assentiu com a cabeça indicando que era isso o que eu deveria fazer.
- E além do mais - começou - não gosto mesmo da Rachael, prefiro muito mais a , ela é um amor, linda, e convenhamos que ela é gos...
- Pode ir parando por ai, ! - fingi brigar, ele riu-se. - Vou falar com ela, quem diria hein, eu indo atrás de um amor.
- As coisas mudam caro Nickelsen. - disse rindo.
Ficamos ali até chegar animado. ? Animado? Lá vem!
- Ei caros amigos! - ele disse abrindo os braços. - Como estão?
Ninguém nada disse, ficamos olhando pra ele com aquela cara de otário.
- Preciso contar uma novidade a vocês! - ele continuava animado.
- Lá vem coisa. Quem você pegou dessa vez? - perguntou recebendo um pedala de .
- Não é exatamente isso, é quase... - ele começou. - Agora sou um homem de uma mulher só.
Nos olhamos em descrença, começou uma crise de riso junto com .
revirou os olhos e recomeçou.
- É sério seus otários. - ele riu-se - Agora vou firmar um lance sério com ela.
- E quem é a coitada... Digo, sua amada? - perguntou.
- . - engasguei com a resposta dele.
- O QUÊ? - perguntei, sem entender direito.
- Pois é, estamos juntos há um mês e agora vamos dar ênfase no nosso lance e espero que não seja um problema a você, Garrett? - ele me olhou. LOGICO QUE É! SEU FILHO DA PUTA, LOGO AGORA QUE EU IA ATRAS DELA, SEU TRAIDOR!
- Não... Que isso cara. - menti tentando manter a integridade.
- Que bom, Garry! - ele veio até mim. - Devo tudo isso a você, obrigado, isso faz toda a diferença!
Five - Oh God, I did the wrong thing to the right girl.
e ainda estavam mantendo um relacionamento. Meloso, se me permite dizer. Agora ele a levava para as festas na sua casa, e nossas viagens as vezes. Era torturante vê-la com ele. E pior que tudo, o que eu sentia por ela mudou, agora além de admirá-la, não conseguia sentir raiva pelo lance dela com . Eu a abandonei, eu a deixei sem chão naquela festa. E por mais que eu não gritasse aos quatro ventos que a amava, eu não podia negar esse sentimento.
Rachael me pressionava cada vez mais com essa historia de casamento, e eu notei que nos últimos dias ela estava estranha, pode ser apenas impressão minha, mas ela havia mudado.
- Já marquei a data do nosso casamento já que você não quis ir comigo. - ela me disse ao entrar na sala do meu apartamento.
- Não tive tempo Rachael. - dei a mesma desculpa de dias atrás. - E para quando é? - perguntei.
- Daqui a dois meses. - ela disse, engasguei com a água que bebia. - Não tinha outra data.
- Está perto hein? - respirei nervosamente.
- O quanto mais cedo melhor, amor. - ela veio até mim. - Logo teremos nossa família. - dizia enquanto acariciava meus cabelos.
- Ah sim... - disse sem ânimo. - Vou até o estúdio, volto no final da tarde, ok? - Rachael revirou os olhos.
De uns tempos pra cá não consigo ficar muito na presença de Rachael, ela ficava possessiva e só falava de casamento. Não que eu não quisesse me casar, mas eu não via o porquê me casar com ela. Não se eu não a amava.
Cheguei ao estúdio e vi lá, ela estava sentada em um dos sofás da pequena sala na entrada e lia algo em um papel.
- Oi. - disse por fim, depois de longos minutos ali parado.
- Oi Garrett. - ela disse sorrindo. - Como vai?
- Bem... - suspirei. riu.
- Quer desabafar? - Como ela me conhecia assim?
- Se tiver tempo. - me rendi sentando ao seu lado.
- Tenho sim, podemos dar uma volta, o que acha?
Aceitei. Saímos andando pela rua e acabamos indo para a casa dela.
Tudo era como na época em que namorávamos, as mesmas cores, decoração e as fotos no mural na sala, nossas fotos. Havia uma foto dela com , mas nada como as nossas fotos.
- Quer beber algo? - ela perguntou adentrando o local.
- Um whisky, por favor. - Pedi recebendo um tempo depois, o drinque.
Ficamos juntos e conversamos por um tempo. Contei a ela a pressão que Rachael me fazia para casar e todas as minhas incertezas. Era estranho estar conversando sobre sua atual relação com sua ex-namorada.
- Mas você não quer casar com ela, por que não fala isso a ela, Garrett? Você não pode ir contra seus princípios!
- Eu sei , mas não sei o que fazer, ela me pressiona com isso e... Eu não sei o que fazer.
- Você a ama? - ela me perguntou com seus profundos olhos em mim.
- Não, não da mesma forma que achei que a amava. - revelei e pude perceber um suspiro aliviado nela.
- Então não case, não faça isso. - ela me aconselhou. - Não se iluda achando que isso um dia mudará, você não poderá amá-la depois.
Assenti com a cabeça e a fitei.
Fiquei olhando para ela por um tempo, mantinha os olhos fixos em mim, e ao notar nossa proximidade ela corou.
- Você sabe que eu sinto sua falta? - soltei.
- Também sinto a sua falta. - me assustei com sua afirmação.
- E você e ?
- Não sei no que vai dar, não nos completamos, entende?
- Entendo bem isso. - ela riu-se. A fitei e percebi que queria o mesmo que eu, alguém que a completasse. Ver ela ali parada na minha frente com aquele olhar me fazia sentir outro. E eu precisava daquilo... Ela precisava daquilo.
Comecei beijando delicadamente, como se fosse algo sensível, e era.
Ela era.
Nosso beijo começou a ficar um pouco mais possessivo e assim acabamos no quarto dela e após algum tempo senti o peso de sob meu peito. Era como se fosse a nossa primeira vez juntos, diferente de tudo. Agora eu acariciava seus cabelos e trocava pequenas frases com ela.
Após algum tempo, percebi que já era tarde e com certeza os caras iam ficar me ligando.
- Não me arrependo de nada que fizemos hoje. - ela me disse se virando pra mim e beijando-me.
- Muito menos eu, sentia falta disso. - sorri para ela.
Meu celular despertou nossos pensamentos e eu amaldiçoei a sétima geração de Tim.
- Vou matar aquele animal! - bufei ao vestir a roupa.
- É seu trabalho, e já esta tarde. - ela me beijou. - Depois falo com você, ok?
- Ok... - disse abrindo a porta da sala dela a beijando. - E , obrigada por isso. - dei um selinho nela antes de sorrir.
Entrei no estúdio me sentindo outro, sabia que era traição com Rachael e com , mas mesmo assim era como se ela fosse minha.
- Tava aonde seu idiota? - Tim deu um tapa na minha cabeça.
- Por aí, mas já cheguei certo? - cortei o assunto.
- Ok, vamos lá guys, ensaiar a nova música.
Ensaiamos até a noite chegar. E por mais cansativo que fosse eu me sentia muito bem, como se tivesse realizado por anos, mas essa sensação passou ao ouvir a voz de Rachael invadindo meus ouvidos.
- Demorou hoje. - ela disse ao me ver entrar em casa.
- Muita gravação. - respondi depositando as chaves na bancada. - Tudo bem por aqui? - ela assentiu.
- Tenho que conversar com você. - me disse ajeitando a postura no sofá. - Urgente.
Lá vem merda.
- Sobre?
- Nós. - ela respondeu. A conversa ia ser longa pelo visto.
- Posso tomar banho primeiro? - perguntei me sentindo exausto. [n/a: Garrett e banho? Isso mesmo produção? HAHA ?q]
- Claro.
Após meu banho - no qual eu fiquei pensando no que ela teria a me falar ?, fui para a sala e encontrei Rachael.
- Bom, qual é o assunto? - perguntei me sentando.
- Garrett... - ela pausou. - Eu estou grávida.
Meu mundo se abriu aos meus pés. Como assim?
- Grávida? - perguntei tentando somar um mais um.
- Sim, grávida. - ela afirmou.
- Quando descobriu isso?
- Há uns dias, mas confirmei hoje.
Fiquei sem saber o que dizer, a fitei por longos minutos e a conversa que eu tive com mais cedo me veio a tona. Agora eu não poderia acabar com Rachael, não agora com essa gravidez.
Respirei fundo e forcei um sorriso a ela. Rachael não era culpada da minha mudança de sentimentos e muito menos esse filho.
- Você será pai, Garrett! - foi tudo o que ela me disse.
Six - When I look into her eyes I see the blue and green.
Depois da gravidez de Rachael me senti obrigado a dedicar-me mais ao casamento, ou minha mãe iria surtar de novo, incluindo queimar meus livros de zumbis.
Havia se passado um mês e os preparativos do casamento estavam quase prontos.
Além disso tínhamos um CD a fazer e uma música seria escrita por mim, e a inspiração? Bem, não estava sendo Rachael.
- Já escreveu a musica Nickelsen? - me perguntou.
- Não, ainda vou começar.
- Não sendo sobre fraldas e casamento está ótimo - zombou .
- Não enche ! - ri.
- Mas e agora Nickelsen, vai mesmo se casar? - perguntou-me .
- Vou, já te mandei o convite, seu lerdo. - revirei os olhos.
- Eu sei, vou ser seu padrinho junto com esses três lerdos - ele disse rindo. - Digo, vai mesmo abrir mão da ?
- Ela já sabe da gravidez da Rachael e entendeu meu caso, além do mais, ela está com . - disse, eles não sabiam que eu e tivemos uma relação.
- É mesmo, melhor é cada um seguir com seu caminho agora. - aconselhou-me .
- Eu ainda acho que deveria haver separação e o Nickelsen ficar com . - disse . Só ele achava isso?
- O que tem a ? - entrou na sala perguntando.
pigarreou.
- Nada man, e ai como vai a sua música?
- Quase pronta, tenho uma ótima inspiração agora. - ele riu. É SEU OTARIO, VOCÊ ROUBOU MINHA INSPIRAÇÃO!
- Qual? - perguntou .
- . - ele afirmou.
- Ah novidade! - ironizou .
- Ela esta grávida agora! - ele abriu um sorriso de orelha a orelha com a revelação. Legal, já podem me sacrificar!
- Grávida!? - foi a minha vez de perguntar.
- Sim! Ela descobriu há uns dias, cara eu estou nas nuvens! - ele me olhava feliz, com cara de otário.
- Parabéns, man! - o abraçou.
- Obrigada cara!
- Essa banda é muito estranha, dois pais, um casamento - enumerava nos dedos. - Me sinto sortudo por não ser preso.
Todos riram. Menos eu. A idéia de grávida me assustava, ainda não conseguia imaginar a idéia de perdê-la, mesmo tendo que me casar com Rachael eu ainda cultivava a maldita esperança.
- Agora seremos pais! - a voz de me despertou.
- É cara! - bati em suas costas. - Quem diria.
Ele sorriu pra mim.
- E o casamento?
- Já está quase tudo pronto, e vocês serão os padrinhos.
- Não me esqueci disso man, e você será o padrinho do meu filho ou filha. - ele abriu o maior sorriso. Gelei.
- Eu? - gaguejei.
- Sim, você. Eu e já havíamos pensado nisso.
- Porra man! Fico muito feliz por isso - disse sem saída.
- Não poderia ser ninguém além de você, foi você que me perdoou e me deu a chance de ter algo com . - ele me disse, e o máximo que eu disse foi.
- Pois é.
O mês se passou rápido demais, já era o dia do meu casamento e o maior nervoso que eu sentia era por estar me casando com a noiva errada.
Como escolhido, , e foram meus padrinhos. E acompanhava no altar. Contra a idéia de Rachael, mas a decisão foi minha.
Na noite anterior eu havia falado com ela, sobre nos e além do mais sobre... Sobre desistir de tudo.
Flashback on. Xx
- Eu não sei como, mas eu me sinto insegura. - me dizia sem tirar os olhos de mim. Notava-se a insegurança em seu olhar.
- Não nos resta nenhuma outra opção mesmo? - eu suspirei a ela.
- Não. - ela riu-se. - Rachael esta grávida de você. Acho que não podemos mudar isso.
- Eu só quero que saiba que mesmo sendo assim o meu futuro, eu ainda te amo. - disse a ela. me abraçou.
- Eu também. Não me sinto sua ex-namorada dessa forma. - afoguei meus dedos em seus cabelos.
- Mudei meu conceito de ex-namorada. - ela riu gostoso antes de me dar o ultimo beijo.
Flashback off xX
E agora eu estava indo pro meu casamento. Não era com a minha ex-namorada, estranho dizer isso, mas era o que eu estava sentindo. Rachael chegou com seu vestido branco extravagante. Começou a cerimônia e meus olhos bateram por último em meus padrinhos. estava engraçado de smoking e segurava o riso ao ver que estava se sentindo apertado dentro daquela gravata borboleta.
e estavam ali também.
Pois é Nickelsen, chegou a hora.
Seven - Fist fights turn into sex.
Aquele papo de amor em que o padre se referia já estava começando a me irritar.
- Se houver alguém contra essa união, fale agora ou cale-se para sempre. - o padre disse. Senti aquele silêncio como nos filmes.
- Eu tenho. - foi a voz de que ecoou pela igreja.
- Como? - perguntei sem entender. Ouvia-se murmúrios. Não poderia ser uma brincadeira dele, não agora.
- Tenho que confessar uma coisa. - ele começou - Não posso te deixar casar agora Garrett, há um tempo tenho que te falar isso, não sei porque me segurei até agora. - pausou e aquilo me indicava merda pela frente. - Rachael e eu nos relacionamos faz algum tempo, eu sei que te decepcionei pela segunda vez, mas precisava te falar isso. Eu tenho um caso com ela.
Senti meu mundo acabar ali não pelo fato de ser traído de novo, mas por tudo que iria vir.
- Então esse filho é seu? - perguntei me referindo ao filho que Rachael esperava.
- Não. - ele disse. - Ela não esta grávida.
Murmúrios. Uma sensação de raiva e alivio percorreram meu corpo. me olhava sem falar nada.
- Você mentiu pra mim esse tempo todo? - perguntei fuzilando Rachael ao meu lado. A minha sorte era que aquela cerimônia era entre os nossos amigos e parentes, nada de muitas pessoas.
- Não é bem assim Garrett... - ela começou a falar mas eu a pausei.
- É assim! Não quero mais olhar na sua cara! Você me iludiu esse tempo todo, me fez ficar com você por estar grávida!
- Você ia se casar comigo por amor!
- EU NÃO TE AMO! Nunca houve amor! E agora o que me resta por você é desprezo.
- Espero que me perdoe man, isso foi há algum tempo... - começara, mas foi mais rápida e com um único tapa na cara dele o fez calar-se.
- Cala boca ! Você é patético! - ela voltou seus olhos a Rachael. - E você nunca mais me ofenda, sua piranha. - mais um tapa. - Tenho pena de você, causa uma falsa gravidez para segurar alguém, é uma mal amada mesmo.
Rachael nada disse, ela sabia que era verdade, eu sabia. E a única coisa que eu fui capaz de fazer foi segurar em meus braços e beijá-la.
Como se fosse me fazer esquecer tudo e de todos. Agora eu estava livre, para ela.
Passado algum tempo desde o desastre que foi o meu quase casamento, eu ainda estava sem falar direito com , este que terminou sua relação com Rachael. Ela saiu da minha casa, já era de se esperar isso. E quanto a , ela terminou com .
Estava em casa, era sexta-feira e eu me sentia exausto. Todas aquelas cargas dos meses anteriores já me refletiam.
Me sentia bem por acabar com Rachael, e melhor ainda por estar livre e também.
A campainha tocou, era ela.
- Oi pequena. - a beijei na testa e depositei um beijo na sua barriga que agora estava maior.
- Vim conversar com você... - ela me disse.
- Que ótimo! - sorri sincero para ela. - Sente-se.
sentou-se e após eu oferecer algo a ela, retomou a conversa.
- Garrett eu preciso falar uma coisa você que eu não tive tempo em meio a esses acontecimentos. - ela me olhava. - Minha relação com acabou-se há muito tempo, não havia mais sentimento entre a gente, nada mesmo, nem sexo se me entende. - assenti. - E eu sabia de tudo que estava tendo com Rachael e não queria atrapalhar como já fiz muitas vezes no passado. - ela riu-se nervosa. - Então desde um tempo eu já sabia disso, e devo te contar porque é o certo. Esse filho que eu estou esperando não é do . - ela me olhou e segurou em minhas mãos. - É seu.
O máximo que eu fiz foi sorrir de imediato. Era tudo o que eu queria, tudo o que faltava para eu estar com de novo e o nosso filho. Meu filho cara! MEU!
- Você não cansa de me fazer o cara mais feliz do mundo? - perguntei, fazendo ela rir. - Ei filho - dizia a ele igual o pai babão ?, papai esta aqui.
riu.
- To até vendo que você vai ser um bobo com essa criança.
- Sem dúvidas! - rimos. - Foi naquela relação que tivemos na sua casa. - afirmei mais do que interroguei. Ela apenas me olhava.
- Agora as coisas mudaram um pouco...
- Eu estava esperando por isso há anos. - disse sincero.
Ficamos ali por algum tempo. então retomou a conversa.
- E você e ?
- Estamos na mesma, eu ainda estou decepcionado com ele.
- Se eu te pedir pra voltar a falar com ele, você voltaria?
- E por que você me pediria isso?
- Porque vocês são da mesma banda, Garrett. - ela começou. - Precisam estar juntos e com esse clima não vai dar certo.
- Vou pensar no seu pedido. - sorri pra ela. - Essa sua preocupação comigo é incrível. Você é linda. - a olhei. - E agora nada nos impede de ser feliz.
nada disse, sua resposta veio em meio de um beijo que eu esperei por tempos, e ela também.
Agora tudo ficaria bem.
Eight - She had the most amazing? smile.
O dia mais feliz da minha vida se aproximou, iria dar a luz ao nosso filho. Estávamos juntos como um casal desde que ela revelara a mim aquele dia.
O médico dizia que passava por uma gravidez de risco e embora ela fosse saudável, o parto seria difícil.
Para evitar qualquer quadro clínico grave o médico indicou que fosse parto normal. Cirurgias poderiam ser piores.
E lá estava eu, ao lado de na sala de parto prestes a ver minha filha - sim, era uma menina - chegar.
Fiquei o tempo todo ao lado dela. Segurava sua mão e a via olhar para mim.
usava minhas mãos para buscar força, o parto estava difícil.
E foi tudo em questão de minutos, um choro invadiu a sala e sorriu ao ver nossa filha linda presente no ambiente. E eu? Eu estava mais radiante que tudo.
Porém os batimentos cardíacos de se alteraram, uma hemorragia começou e médico começou a aplicar algo nela. Foram poucos minutos de ação, uma enfermeira levou minha filha para um banho. estava fraca, segura em minhas mãos e com sua voz rouca disse:
- Garrett... - eu a olhei segurando em sua face. - Acho que vou partir, promete que cuida da nossa pequena pra mim? Por favor.
- Não fala isso pequena, você vai ficar bem, não faça esforços. - eu suplicava a ela, lágrimas invadiam o meu rosto.
chorava.
- Promete pra mim Garrett?
- Prometo meu amor, prometo.
- Ela tem os seus olhos. - sorriu. - Cuide dela pra mim, vocês são tudo o que eu tenho. - soltou um suspiro e minhas mãos tentaram prende-la a mim. - Eu te amo Garrett Nickelsen e obrigada por ser minha vida. - foi tudo o que disse antes de partir levando com ela parte da minha vida. A outra metade ela deixou comigo. Minha filha.
E como prometido a ela eu cuidaria da nossa vida.
Lagrimas não eram as únicas que saiam de mim ao repousar minha cabeça no corpo de . Não queria deixar ela ir, eu queria ir junto com ela, mas a minha outra vida precisava de mim. Era o que me mantinha vivo.
Fazia um ano desde a ida de . Eu jamais conseguia esquecer seu rosto. Talvez o único motivo de eu não chorar todos os dias era ver o sorriso de no rosto da nossa pequena Emma.
Como mesmo disse, Emma tinha os meus olhos azuis e o sorriso pertencia a . Era linda, minha pequena. Além de tudo, Emma agora era o xodó da banda. , o qual eu havia voltado a amizade há muito tempo, era um grude com a minha filha.
, e disputavam a atenção da pequena.
- Filha, sai de perto desses perdidos. - disse a Emma que olhava para .
- Não vem não Nickelsen, Emma é minha afilhada. - dizia pegando ela no colo. - Faz parte da banda agora, é a sexta Maine. - rimos juntos e Emma sorriu para nós.
Com os acontecimentos recentes a banda estava antecipando as gravações e CDS novos. A minha musica do CD ainda estava inacabada.
Em casa, após colocar Emma no berço, sentei na poltrona ao seu lado e peguei o caderno com a letra começada da musica.
Rabisquei inúmeras vezes o papel até conseguir escrever algo. E em minutos estava pronto.
O dia seguinte chegou rápido, acabei levando Emma comigo ao estúdio, ela deveria estar presente nesse dia.
Peguei um violão e ia mostrar a nossa composição aos caras. Tim me olhava satisfeito por saber que finalmente consegui escrever a musica esperada.
- Chama-se Book Of Me And You. - disse a eles. [n/a: Gente, pensem que BOMAY foi composição somente do Garrett nessa historia, obg]
Comecei a melodia no violão. Emma voltou seus olhos azuis em mim.
Here we are, spinning in circles again
We are young enough to think that we can
But nobody is to blame, funny how things don't change at all
But I keep thinking maybe we'll be good someday
And we have to find a window with a different point of view
And we'll wake up here tomorrow expecting something new
We'll all be thinking, "Are we really thinking this through?"
This is just another chapter in the book of me and you
Yeah the book of me and you
I turn the page, thinking I can turn this around
The page, every wall that said must come down
Funny how it never does, trying to make it like it was on word
But I keep thinking time will make us strong enough
And we have to find a window with a different point of view
And we'll wake up here tomorrow expecting something new
We'll all be thinking, "Are we really thinking this through?"
This is just another chapter in the book of me and you
I keep on looking back and every place I go, seems you were there
It makes me laugh that we're still crashing into nothing
And I swear, we always wound up where we started
Here we are
And we have to find a window with a different point of view
And we'll wake up here tomorrow expecting something new
We'll all be thinking, "Are we really thinking this through?"
This is just another chapter in the book of me and you
Yeah the book of me and you
Yeah the book of me and you
It's the book of me and you
Encerrei a melodia e senti uma lagrima invadir a minha face. Não a contive, deixei que ela rolasse. Sentia saudades de , saudades do tempo em que perdi longe dela mantendo a idéia de não perdoá-la. Saudades depositadas no fundo do meu peito, que hoje doíam como balas perdidas em mim. Doía muito estar sem ela. E nunca mais vê-la presente ao meu lado, não sentir mais o gosto do seu beijo, o cheiro dos seus cabelos, e o seu abraço quente. Não poder mais conversar com ela enquanto eu estivesse sem chão, não rir mais ao seu lado e compartilhar do seu sorriso.
Não poderia mais nada disso, e muito menos poderia ter a chance de correr atrás dela de novo, porque agora ela estava longe de mim, para sempre. Longe nas circunstâncias da vida, mas estava dentro de mim a todo instante, eu poderia senti-la ao meu lado e isso aumentava a minha vontade de derramar mais lágrimas por ela. Pela saudade que eu estava dela.
Senti os pequenos braços de Emma tentarem envolver minhas pernas. Sorri para ela e a peguei no colo.
Seus olhos azuis estavam marejados, ela chorava.
Talvez só nos dois pudéssemos sentir a falta que fazia. Mesmo Emma sendo pequena, ela sabia o espaço que a mãe dela preenchia no seu pequeno coração.
Beijei sua cabeça e sequei suas lágrimas. Emma me olhando passou seus pequenos dedinhos em minhas bochechas secando minhas lagrimas.
Os caras nos olhavam emocionados, ninguém poderia conter uma lagrima naquele momento, e Emma era minha única razão, minha única esperança em acreditar que ainda estava comigo.
Contida no sorriso da minha filha, e me olhando através daqueles intensos olhos azuis.
- Vai ficar tudo bem filha, papai está com você. - foi tudo o que eu disse a ela. Emma encostou sua cabeça em meu peito e me abraçou passando para mim o carinho que eu precisava sentir.
Ela estaria comigo, e eu não a deixaria cair jamais.
Epílogo - Lovers lost in space searching for our saving grace.
Hoje, cinco anos depois da ida de , Emma completa seus cinco anos de vida.
Cinco anos que ela ilumina minha vida e me faz seguir em frente por ela. Me dá razão.
Olhei nos profundos olhos de Emma, que sorria para mim ao apagar sua velinha em cima do bolo.
a depositou em meu colo e sorriu para ela.
- Fez seu pedido minha princesa? - perguntei a ela.
- Fiz sim papai. - ela riu.
- Vai se realizar. Papai fará de tudo. - ela se voltou a mim e sorriu.
- Já esta acontecendo papai, vou contar só a você o que eu pedi. - assenti e sorri a ela. - Pedi que você sempre esteja comigo e mamãe não nos deixe e nunca pare de cuidar de nós lá aonde ela está. - Emma apontou ao céu azul da tarde. - Ela esta conosco papai.
Sorri para ela, Emma me surpreendia mais uma vez. Beijei seu rosto delicado e disse:
- Ela está com a gente, filha. Sempre estará. - abracei minha pequena e voltei meus olhos ao céu.
Sentia que o vazio em meu peito se fora com as palavras de Emma, e tudo poderia ficar bem.
Eu tinha a maior riqueza da minha vida comigo. O único fruto do meu amor com .
E isso ninguém poderia mudar, estava escrito nos olhos dela.
Agora éramos nós três, contidos em minhas melodias, em cada nota.
Emma e estavam na minha melodia.
Elas eram a minha melodia.
Emma era o capítulo mais importante do livro escrito pela historia minha e de .
O final feliz desse livro. E isso não era conto de fadas.
Era realidade.
Era nosso livro.
Particularmente escrever essa fic foi uma tentação pra mim. Ex-namorada é um tema muito contraditório e eu adoro essas ambigüidades. ÇSPLAPSLAS. Bom, espero que tenham gostado, fiz de coração. E não me ataquem por eu ter matado a leitora no final, fazia parte da historia, para ter aquele ?momento?. E como a fic é Nickelsen, devo ressaltar que escreve-la foi a melhor experiência que eu já tive com fics, já que sou totalmente in love por esse zumbi.
Agradecimentos especiais aos meus ajudantes na escrita da fic ? que por sinal foi a mão ? eles me deram uma grande ajuda quanto a trama toda. Obrigada @jbraway e @_sofis_ (:
Ser Nickelsen é mesmo uma surpresa no final, ÇPSAÇS.
Não esqueçam de comentar!
This is just another chapter in the book of me and you xx @coisadebarakat.