The Big Bang

Escrito por Joice Souza | Revisado por Pepper

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Parte do Projeto Songfics - 4ª Temporada // Música: Rock Mafia ft Miley Cyrus - The big bang

1º de Setembro de 2013

  Acordar às seis horas da manhã para ir à escola todos os dias não é a coisa mais emocionante do mundo, mas quando a primeira aula de dia é Biologia, com o querido Derik, tudo simplesmente muda. Quem é Derik? Ah, é o professor mais foda do inferno que chamam de escola – isso não significa que eu odeio a escola onde estudo. Ele é motivo obvio pelo qual eu acordo cedo toda segunda feira.
  Meu armário é o último do corredor, infelizmente. Todos os anos eles trocam, mas o meu sempre é o último do corredor. Sempre. Caminho até ele em passou lerdos. Por mais que eu “ame” a segunda, hoje eu estou um caco. Quando chego até o pequeno cubículo embutido, digito minha senha e a pequena porta se abre, um papel cai aos meus pés. Ok, eu não sou desleixada ao ponto de deixar folhas importantes soltas. Então de quem é isso?

  “I don't wanna lie. I'm gonna take what you're giving, 'Cause I know you're willing to take me all the way. You got me right here, combustible. And I can't wait to finally explode.”
  (Eu não quero mentir. Eu aceito o que você quiser dar, porque eu sei que você está disposta a me levar até o fim. Você me trouxe até aqui, inflamável. E eu mal posso esperar para finalmente explodir).

  - Oh, God. Como isso é possível? E não tem assinatura. – balbuciei para eu mesma. Guardei a pequena folha em meu caderno de biologia, e então me lembrei de que estava atrasada para a aula. Porra.

8 de Setembro de 2013

  Sempre que digo que segundas são meus dias prediletos, posso estar mentido. Da última semana para cá, se tornou um inferno. Descobriram que a múmia da escola – que no caso sou eu – recebeu uma carta romântica, que de romântica não tem porra nenhuma. Mas tudo bem, se eles pensam assim...
  Já que eu não estava atrasada mesmo, caminho lentamente até a sala de aula. Quando chego, sento-me em minha cadeira e olho para um papel estirado no chão. Isso não está acontecendo. Não mesmo. Pego o mesmo e começo a lê-lo.

  “Take it from me I don't wanna be mummified. Sometimes I feel so isolated. I wanna die and now take it from me, if you got it. Every time. So baby bring your body here next to mine. Next to mine!”
  (Vai por mim, eu não quero ser mumificado. As vezes, eu me sinto tão isolado. Eu quero morrer, agora tire isso de mim, se você tiver coragem. Toda vez. Então, amor, traga seu corpo aqui, ao lado do meu. Junto ao meu!)

  Olho para os lados à procura de alguma alma viva dentro da sala de aula, mas não vejo ninguém. Ainda bem. Já basta o pessoal ter conhecimento de uma carta romântica, duas já é exagero.
  Logo a aula tão esperada começa. Mas a bendita carta não sai da minha cabeça.

15 de Setembro de 2013

  Desde o dia em que comecei a receber as benditas cartas ou seja lá o que for aquilo, há uma semana atrás, não parei mais de pensar em quem haveria escrito aquilo. Se eu tenho minhas suspeitas? Haha ‘ Não sei de nada ainda, e espero que isso não continue. Ou espero? Ah, não sei.
  Em mais uma segunda-feira, tento eu me contentar com o fato de que estudarei Biomas Mundiais apenas na próxima segunda. Pois é, meu querido – e gato – professor de Biologia faltou. Acho que ele só pode ser um estranho, mas um estranho legal.
  E eu só posso ser problemática.
  Passei o horário vago na biblioteca, onde peguei um livro qualquer e comecei a ler. Não que eu fosse alguém que odiasse leitura, muito pelo contrário, mas hoje eu não estou bem para fazer isso. Virei a pagina dele e o inusitado acontece: um outro papel cai dali de dentro e eu, muito curiosa, o abro.

  “Some people like to talk, but I'm into doing what I feel like doing when I'm inspired. So, if we take a walk down the beach tonight I bet we could light up the sky.”
  (Algumas pessoas gostam de falar, mas eu gosto de fazer o que sinto vontade de fazer quando estou inspirado. Então se dermos uma volta na praia hoje à noite, aposto que poderíamos iluminar o céu).

  Eu realmente cometi algum erro. O que diabos essa pessoa quer numa praia à noite? Morrer? Pois se for isso, que vá sozinho. Obrigada! Hm... Morrer. “I wanna die...”, isso , ligue os pontos nessa cabecinha linha.

21 de Setembro de 2013

  Como toda garota que não tem nada para fazer em um domingo idiota, resolvi pegar as três cartas que me foram enviadas e comecei a lê-las novamente e tentar ver alguma coisa em comum entre elas. Algo em vão. Peguei então meu iPod e colocar que primeira música da lista. Quando os primeiros acordes de “The Big Bang” tocaram, um sorriso apareceu em meu rosto. Como não pensei nisso antes? Uma voz se ecoou por todo o quarto na melhor parte da música, para mim:
  - I don't wanna dream; I just wanna live; So baby, not let's miss this thing… - sorri ao ver quem era. Ele continuou: - The big big bang, the reason I'm alive, when all the stars collide in this universe inside…
  - Derik?
  - Derik não. sim.
  Corro e o abraço.
  - Mas por que ?
  - Não pergunte querida… - beijou minha testa. – Amanhã nós nos vemos.
  E, magicamente, ele some.

  Pensei que minhas segundas-feiras voltariam a ser como eram, apenas com as belas aulas de Biologia sem aquelas cartas românticas. Mas o pior aconteceu; Em homenagem ao Professor Derik Johnson, que morreu nessa noite de domingo, não haverá aula hoje.



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