That's What Makes You Beautiful
Escrito por Julia Kind | Revisado por Natashia Kitamura
- FINALMENTE. - resmungou ao descer do avião. - Essas viagens me deixam extremamente cansada.
- Com certeza. - Concordou . - Argh, meu ouvido tá me matando. - Continuou, mexendo a boca.
- Cara, não acredito que chegamos. - sorriu ao olhar o lugar.
Há meses planejavam essa ida ao Havaí. Agora que haviam terminado a escola e estavam de férias, não havia muito que as impedisse. Apenas as três, sem nenhum adulto dizendo o que elas deviam ou não fazer.
Na verdade, foi contra o Havaí no começo. Uma palavra: praia. Por mais que adorasse o mar e o sol, não gostava muito da areia. E não costumava se sentir confortável com tão pouca roupa. Mas como viu que as amigas não iriam mudar de ideia tão facilmente, acabou cedendo.
- ? - tirou a garota de seus devaneios. - Vamos pegar um táxi logo? Essas malas estão pesadas.
- Você sabe fazer alguma coisa além de reclamar, ? - A mesma sorriu em resposta, enquanto a outra estirava a língua. se limitou apenas a revirar os olhos.
- Eu estou com a mala de sapatos que, por sinal, pesa uma tonelada. - Ela tentou levantar uma imensa mala preta.
- É o Havaí, gente. Não sei pra quê vocês insistem em tantos sapatos.
- Falou a garota com seus dez pares de óculos de sol, né ? - olhou irônica.
- Óculos de sol. Havaí. Praia. - respondeu pausadamente.
- Sapatos são importantes! Assim como bolsas! Você continua com...
- Gente! O táxi! - começou a andar. - Vamos logo.
As três saíram rindo do aeroporto.
- . Acorda. - cutucou o amigo. - Chegamos no hotel.
- Ahn? - abriu os olhos, sonolento.
- Chegamos. - repetiu. - Limpa essa baba e vamos logo.
- Idiotas.
Mas ele ficou sentado até que os outros quatro tivessem descido da van. Sendo o último a descer, sobravam menos malas para carregar.
- Pra que tanta mala? Parecem até garotas. - resmungou.
- Metade delas são suas, dude. - omitiu um riso. - Vou fazer o check-in.
A banda havia acabado de chegar ao Havaí. Estavam de férias, pelo menos por três semanas. E por que não passar esse tempo numa praia ensolarada ao invés da cidade?
- Um quarto pra cinco? - A recepcionista perguntou.
- Não, cinco quartos individuais. - repetiu.
- Sim senhor. - Ela digitou. - Infelizmente não temos todos os quartos no mesmo andar. Algum problema?
- Não, não. Desde que? - Ele hesitou, ao ver uma garota sorridente entrando no elevador com duas amigas. - Eu conheço aquela garota. - Murmurou.
- Como? - A mulher levantou as sobrancelhas.
- Nada. Andares diferentes não são um problema. - Ele sorriu. - Você pode me dizer quem é... - Ele apontou para o elevador, mas a porta já havia fechado.
A recepcionista o encarou esperando o fim da pergunta.
- Hm, acho que eu estava vendo coisas. - Ele deu de ombros enquanto ela terminava de digitar e lhe entregava as chaves das suítes.
- Aqui estão. Dois no quarto andar, um no sexto e mais dois no nono. - Ele pegou os cartões e foi até os garotos. Bem, talvez os quartos separados pudessem trazer alguma privacidade, pra variar.
A quem ele queria enganar? A palavra 'privacidade' não tem valor nenhum quando se junta viagem de férias com melhores amigos.
Ao abrir a porta do quarto, foi a primeira a jogar a malas e pular na imensa cama de casal.
- Que cama booooa. - Disse, com a cara afundada no travesseiro.
- Definitivamente. - seguiu o exemplo da amiga, que resmungou ao ter que dividir uma parte da sua preciosa cama.
- Saaai de cima de mim!
- Você que resolveu ficar embaixo, agora agüenta.
- Hm, a cama de solteiro é minha, tá? - interrompeu. Ao ver que ambas assentiram, declarou. - Eu preciso de um banho.
- Banho? - levantou a cabeça. - Eu louca pra ir à praia e você quer tomar banho?
- Quero chegar lá limpa; algum problema?
- Deixa de frescura e coloca logo o biquíni. Eu vou fazer o mesmo assim que essa aproveitadora de espaços resolver sair de cima de mim. - O comentário fez rir e rolar ainda mais para cima da garota. - AAAAAI! SAI LOGO SUA MANÍACA!
Ela recebeu um empurrão e foi parar no chão, mas ainda sem parar de rir. começou a rir também, e logo saiu do banheiro, com um biquíni azul e uma toalha em mãos.
- Gente? - Ela perguntou e as duas pararam de rir.
- Vou me trocar. - anunciou.
ligou o som, enquanto se dirigia até a janela.
- Hey ! Estamos com sorte! - Por favor, ela pensou, que isso não signifique que a praia está cheia. Não há nada pior do que uma praia lotada. - Não tem quase ninguém! Só uns garotos.
Ao ver que a amiga nada respondera, ela continuou.
- E eles são bem gatinhos. - Disse, em tom convidativo.
suspirou e caminhou até a janela.
- Tem uns cinco ali. Bem, é melhor mesmo com pouca gente. - Ela deu de ombros.
- Eles são incrivelmente familiares. - continuou. - Você conhece algum?
- Hm? - se aproximou, mas não conseguia ver os rostos direito. - Talvez.
As duas continuaram em silêncio observando a praia, deixando apenas a voz do Alex Turner preencher o local.
- O que vocês estão olhando? - falou, aparecendo do nada e assustando as duas. - Gatinhos na praia?
- Que medo, ! - deu um tapa na mesma, que voltou a rir. - Talvez, disse que eles pareciam familiares. Reconhece algum deles?
Sim, eles pareciam. E um deles chamou sua atenção, mas ela não tinha certeza se seria ele mesmo, então resolver não falar nada.
- Só vamos descobrir se formos até lá. - Ela olhou para . - , você tem dez minutos. Demore mais e vamos sem você. - A garota se fingiu ofendida, mas soltou uma risada e foi até o banheiro. Tudo bem que quatro da tarde não é o melhor horário para ir até a praia, mas quem se importa? Era pra isso que elas estavam ali, afinal.
Os garotos da One Direction descansavam deitados na areia.
- De quem foi a ideia de virmos pra praia numa hora dessas? - perguntou. - Tá completamente vazia.
- Vê se relaxa um pouco, . A praia fica ótima vazia. - deu de ombros.
- Mas umas garotas cairiam bem agora, né.
- Tanto faz, tudo o que eu quero são algumas férias. - Disse . - Mas tem aquelas garotas ali que acabaram de chegar.
Os cinco olharam na direção delas. logo reconheceu a garota do hotel que estava no elevador com suas amigas. Tentou lembrar-se de onde a conhecia, mas elas logo perceberam que todos olhavam pra aquele lugar fixamente, e a garota revirou os olhos de uma maneira nada amigável quando colocou os olhos em , fazendo menção de sair dali. Então o garoto congelou ao lembrar.
- Você conhece alguma delas? - perguntou, olhando para garota com um rabo de cavalo. - Porque a do meio é extremamente familiar.
- Quem se importa? - se levantou. - Eu vou até lá, preciso de uma agitação. - Ele caminhou até as garotas, sendo seguido pelo resto.
As garotas, por outro lado, pareciam extremamente surpresas com a atitude tomada. e tinham uma expressão confusa, já parecia completamente satisfeita.
- Hm, posso ajudar? - Ela sorriu para os cinco.
- Só viemos dar um oi. - respondeu amigavelmente. - Sou .
- . Essas são e .
- Esses são , , e...
- Oi . - completou, fazendo todos virarem para encará-la. - Quanto tempo, não?
Depois do choque parcial, tudo o que conseguia pensar era: 'Não. Essa não pode ser a '.
era a única que não estava surpresa, mas todos os outros alternavam entre olhar para e para .
- S-sim. - Ele respondeu. - Muito tempo.
- Você não se lembra de mim. - Ela afirmou sorrindo, como se previsse aquela reação.
- Claro que lembro. - Ela levantou uma sobrancelha. - Bem, é que eu só conhecia uma , e ela estudava comigo quando a gente tinha uns onz... ! NÃO ACREDITO QUE É VOCÊ! - Ele deu um abraço nela, que ria. Ou outros, porém, permaneciam com a mesma expressão perplexa de antes.
- É uma longa história. - Ela começou. - Antes de eu me mudar para os Estados Unidos, eu morava perto do .
- É, a gente estudava na mesma escola.
- Não acredito que você nunca me contou isso! - exclamou. - E você, por que não está surpresa? - Olhou pra .
- Eu meio que? já sabia. - Ela deu de ombros.
Todos se entreolharam sem entender o que estava acontecendo.
- E por que você nunca mencionou o fato de conhecer um cara da One Direction? - repetiu.
piscou. Por um momento havia esquecido que eles eram uma banda parcialmente famosa.
- Bem, é porque eu e o - a gente- bem- - Ela hesitou em busca de melhores palavras. Simplesmente não pensava nele como , da One Direction, mas como , o cara bonitinho do outro lado da rua. , o garoto que ela tinha amizade desde sempre.
- , não esperava te ver por aqui. - interrompeu, recebendo um obrigada silencioso de .
- Nossa, me sinto super bem-vindo depois dessa, . - Ele deu um sorriso e ela rolou os olhos, irritada.
- Espera, quem conhece quem aqui? Porque eu estou completamente confuso. - levantou as sobrancelhas.
- É, parece que minhas amigas têm omitido boa parte do histórico da vida delas dos últimos anos. - deu uma ênfase desnecessária na palavra amigas.
- Não omiti. Só que não era algo importante para ser comentado. - deu de ombros.
- Ouch. - fez cara de magoado. - Bom ver você também.
continuou encarando o povo.
- Bem, a estudava comigo.
- E eu e o nos conhecemos. - Todos encararam em busca de mais explicações. - Desde algum tempo atrás, quando passei uns meses na Inglaterra numa espécie de intercâmbio.
- Mais alguém? - perguntou.
Eles se encararam, pensando o quão constrangedor o rumo que aquela conversa estava tomando.
- E estamos todos no mesmo local, na mesma época e no mesmo hotel. Que coincidência. - ironizou.
- Hm, pois é. - deu de ombros e tirou a canga que usava. Provavelmente já tinha se desfeito do choque inicial. - Tudo que eu sei é que eu preciso experimentar aquela água.
- Somos dois então. - seguiu a garota.
- Três. - foi atrás.
Os cinco que sobraram se entreolharam.
- Eu estou com sede alguém quer alguma coisa? - perguntou.
- Não, obrigada. - sorriu e negou com a cabeça.
- Eu quero. - se levantou e foi atrás dela, ignorando os resmungos sobre como aquilo era uma 'pergunta retórica'.
- Hm, então... Como você tem passado? - quebrou o silêncio que ali se instalara.
- Bem. - Ele sorriu. - E você?
- Melhor, agora que finalmente terminei o ensino médio. - Ela riu.
- A vida fica mais alegre quando os dias da escola terminam. - Ele sorriu torto. - Sabe quem eu encontrei um dia desses? Lembra de professora de matemática?
- Aquela que tinha uma dicção horrível e vivia cuspindo a cada palavra que dizia?
- Essa mesma.
- Onde você a encontrou?
- Eu e o precisávamos de leite, aí a gente foi até o super...
- Por mais que seja divertido ficar fora da conversa, tá tão quente e eu realmente preciso mergulhar um pouco. - se levantou.
- Desculpe. - sorriu.
- Não se preocupem comigo, voltem a conversar. - sorriu sarcástico e dessa maneira viu que ele estava só brincando.
e eram amigos há muito tempo. Quando ela se mudou para os Estados Unidos eles tentaram manter o contato, mas viram logo que isso não era fácil. Diferença de fuso horário e coisas assim da vida de ambos impediram.
- Quer seguir o exemplo deles e ir nadar um pouco? - deu um meio sorriso e - garota recuou desconfortável.
- Ahn... Eu acho melhor não.
- Você veio pra praia e não quer nem ao menos entrar no mar?
- Não é bem assim... É que eu não costumo me sentir... Deixa pra lá.
- Se você não quiser, podemos ficar aqui mais um pouco. - Ele levantou as sobrancelhas. Alguma coisa está errada, pensou enquanto dava uma rápida olhada no corpo da garota. Ela tinha mudado muito nesses últimos anos.
- Obrigada. - Ela murmurou. - Então, como a vida de músico vem te tratando?
- Nem comece. - Ele riu. - Muito bem até. Se bem que eu nunca vou me acostumar com pessoas me parando na rua.
- Como se isso fosse uma coisa ruim. - Zombou.
- Até parece, . - E logo a tarde se passou. Eles só saíram dali algumas horas mais tarde, com a insistência de .
Pena que eles estavam no mesmo hotel.
- Alguém viu meu top rosa? - Indagou , na manhã seguinte.
- Esse aqui? - levantou um pedaço de pano.
- Não.
- Esse? - Ela pegou outro perto da mala de sapatos.
- Não.
- Talvez seja ess...
- Ele é ROSA! Isso é laranja!
- Não se exalte! - Exaltou-se . - Eu preciso encontrar meu cinto. Aquele da Gucci. Alguma de vocês viu?
- Acho que é esse aqui. - pegou um cinto preto e entregou a ela.
- Eu disse Gucci, isso é Chanel! Tem certeza de que não viram?
- Posso ajudar a procurar depois que achar meu top. - perambulava pelo quarto apenas de sutiã.
- É por isso que eu separo minhas coisas na noite anterior. - se intrometeu, já cansada daquela bagunça. - Eu estou pronta há uns 15 minutos, e morta de fome.
- Calma, senhorita estressadinha. Vamos estar prontas assim que acharmos nossas coisas. - Disse , trocando de blusa pela milésima vez.
- Vocês esperam achar o quê por aqui? Está uma completa zona. Não dá nem pra ver o chão direito! - começou a tirar umas peças do chão, colocando-as em cima da cama. - Temos que manter o quarto no mínimo arrumado para passarmos as próximas semanas.
As duas a ignoraram, continuando a busca pelas coisas.
- Então tá né. - deu de ombros. - Eu vou tomar café, to levando minha chave. - Ela saiu pela porta.
Ao chamar o elevador, suspirou. Não era a garota mais organizada do planeta, mas todo mundo tem seu limite de bagunça.
se aproximou da garota, novamente com o cabelo preso, que devorava um prato de waffles.
- Posso sentar aqui?
- C-claro. - Ela sorriu em resposta. - Como foi sua noite?
- Hm, boa. E você? Pensei que ia dormir até mais tarde.
- Quem me dera. Estou dividindo o quarto com as duas pessoas mais barulhentas desse planeta. - riu. - Era descer mais cedo ou ficar num lugar que mal dava pra ver o chão de tanta roupa.
- Acho que fiz uma boa escolha ficando num quarto individual. - Ele sorriu torto e sentiu o estômago dar um pequeno pulo. Como ela havia sentido falta daquele sorriso.
- Não, ainda prefiro ficar com elas. - Respondeu, comendo mais um waffle. - Seja um bom menino e pegue mais um copo de suco pra mim.
- O quê? - Ele riu.
- Eu quero mais um copo de suco. - Ela deu de ombros. - O senhor popstar não pode levantar e pegar uma coisa para sua amiga?
- Quem sabe, talvez eu até... Não. - Ele levantou as sobrancelhas, um claro sinal de ironia.
- Vamos lá, ! Pela sua querida amiga que você não vê há anos? - Tentou ela mais uma vez.
- Tá bom. - Ele cedeu.
- Aproveita e pega mais alguns waffles? E umas torradas?
- Não abusa, né. - Ele riu, e em alguns minutos estava de volta com o que ela havia pedido.
- Não tantos waffles! Você quer me engordar, não é, seu monstro?
- Você ainda não sabe quando é a hora de parar de reclamar. - Ele revirou os olhos, sorrindo. Mas por dentro pensava: quando ela ficou tão preocupada com a aparência física? Já era a segunda vez que ela fazia uma menção indireta sobre isso. - Mas então, eu estava pensando, que tal se a gente...
- , a guardou nossos lugares! - apareceu, sentando-se na cadeira do lado de . - Oi .
- ? - apareceu, sentando-se ao lado do garoto. - não está por aqui, né?
- Oi. - Ele sorriu pras duas.
- Não se incomodem em falar comigo, a melhor amiga que guardou o lugar de vocês. - fez um bico.
- Não fique com ciúme! - a abraçou, se levantando e fazendo o mesmo. As três se separaram rindo enquanto mandava um olhar estranho. - Eu já mandei você soltar esse cabelo!
- Você fica muito melhor com ele solto. - concordou, e puxou o elástico da cabeça de e longos cabelos lisos e levemente ondulados que começaram a cair pelos seus ombros. arregalou os olhos.
- Ahn, eu acho melhor eu ir. Nos vemos depois na praia?
- Hm, ok. - sorriu, e estava claramente insatisfeita com o fato de, se estivesse na praia, também estaria lá.
- Interrompemos alguma coisa? - perguntou maliciosamente assim que estava fora de vista.
- É, você e o pareciam suuuper à vontade... - provocou.
Quem me dera, pensou . Seria bom demais se tivesse algo a ser interrompido ali.
- Somos amigos. - Ela deu de ombros.
- As meninas acordaram? - perguntou para , assim que o mesmo estava saindo do quarto.
- Já, encontrei a no café-da-manhã. As outras chegaram depois.
- Ah. Bem, a gente vai vê-las na praia né? - Ele insistiu, enquanto chamava o elevador.
- Sei lá, acho provável. Por quê?
- Elas são legais.
- Sei, legais. - riu. - Você mente muito mal. Admite logo que está interessado.
- Bem... - Ele começou e a porta do elevador abriu, com dentro.
- Bom dia! - Disse ele. - Eu ia vir chamar vocês, mas...
- , você não é o único. - continuou rindo. - , qual o problema que a tem com você?
- O quê? - Ele se fingiu de desentendido.
- Eu encontrei a no café...
- ? - repetiu. - E essa intimidade?
- E quando chegou e me viu ficou procurando por você. - Ele completou, ignorando o .
- Ah. Acredite, não é nada demais. - deu de ombros. - Às vezes não vale a pena ficar relembrando o passado.
bem sabia. Mas achou melhor não fazer nenhum comentário a respeito.
e não tinham uma história das melhores.
- Então, você vai me contar o que aconteceu naquela viagem há dois anos ou eu vou ter que usar meus métodos pra descobrir? - perguntou na semana seguinte, quando as três estavam no quarto. Todos os dias elas faziam alguma coisa com os garotos, e sempre era o mau humor de quando ela e estavam no mesmo recinto que estragava tudo.
- Na verdade não aconteceu nada e... - A expressão dela desabou ao ver a cara de . Sabia que, se não falasse, a amiga encontraria meios de descobrir por conta própria. - Por que não falamos sobre você e o , hein ?
- Não precisamos falar disso de novo. - Ela se defendeu.
- De novo? - perguntou. - Alguma de vocês notou que eu não sei de nenhuma das histórias? Que tipo de amigas são vocês?
- Já sei, vamos falar sobre você e o , então. - deu de ombros.
- Isso, me parece uma ótima ideia. - alfinetou.
- Eu o ? - forçou uma risada. - Tem um abismo imenso aí no meio.
- Ahã. - As duas disseram em uníssono.
- Ah, só por causa de ontem, não significa que...
- Vamos falar. As três. - interrompeu-a. - , você começa. Depois eu conto sobre . E você - Ela apontou pra - vai contar todos os detalhes sobre o que aconteceu naquela viagem.
Todas concordaram.
- Nada demais, sério. - repetiu. - Tipo, a gente só conversa. - De alguma maneira, eles sempre tinham o cuidado em deixar os dois sozinhos. Como também tinham o cuidado em nunca deixar e sozinhos.
- E nessas conversas, o que acontecem? - quis saber.
- A gente fala da vida em geral, eu falei de vocês, ele falou dos meninos...
- Você falou da gente?
- E ele me disse umas coisas fofas. - Ela ignorou . - Tipo... Como foi mesmo? 'Se eu pudesse reorganizar o alfabeto, colocaria o U e o I juntos.' - Ela corou.
- Hmmmmmmmm. - As três riram. - Alguém tem um pretendente por aqui.
- Como se eu fosse a única, né. - rolou os olhos, irônica. - , sua vez.
falou rapidamente, omitindo a maior parte dos detalhes. Claro que sabia da maioria, mas não via nenhuma razão para mencioná-los naquele momento. Afinal, a história não era nada muito interessante ou empolgante. Apenas dois velhos amigos que se separaram e agora se reencontraram.
- Bem, é isso. - Ela finalizou. - Eu disse, não era muita coisa.
- Como assim? - exclamou. - Claro que é! Pelo que você me contou deu pra notar que você está caidinha por ele. - Comentou, fazendo a garota corar.
- e em cima da árvore K-I-S-S... - cantarolou.
- Cala a boca. - Ela murmurou, rindo. - Quantos anos vocês têm; sete?
- Talvez. - concordou
- , sua vez. - voltou a ficar séria.
deu um suspiro e começou:
- Minha casa era na mesma rua do . Não demorou muito pra que virássemos amigos. E, bem, uma coisa leva a outra...
- Vocês ficaram? - interrompeu.
Na verdade, não. O que acontecera foi que se apaixonara, e logo muita gente já sabia, incluindo o próprio. Como era esperado, ele foi até ela e começou um diálogo sobre 'somos apenas amigos'. Ela ficou chateada no início, mas logo não pensava mais no assunto. Gostava de ter como apenas um amigo.
Então chegou o dia de voltar.
- Eu estava no aeroporto. Meu vôo saía em duas horas. - Ela continuou. - Então, de repente...
Toc toc.
- De repente? - incentivou.
- De repente...
TOC TOC TOC TOC TOC.
- JÁ VAI! - levantou estressada. - NÃO TÁ VENDO QUE A GENTE TÁ OCUP... Ah, oi . - Ela sorriu, enquanto e se acabavam de rir.
- Então, a gente tava querendo chamar vocês pra irem... MINHA NOSSA! - Ele exclamou assim que viu o estado do quarto e , atrás dele, não teve uma reação diferente. Que ótimo, pensou .
- O que aconteceu aqui? Uma briga de bratz selvagens? - perguntou.
- Hm, eu já estou pronta, por que vocês não esperam comigo ali fora? Enquanto as meninas se arrumam?
- Mas , você não está de biquíni. - falou, mas já empurrava os meninos pra fora do quarto.
A porta se fechara e as garotas que ainda estavam no quarto se entreolharam, com o mesmo pensamento. Hoje fariam pelo menos entrar na água.
Mal elas sabiam que isso era uma missão praticamente impossível.
- Não acredito que vocês me obrigaram a vestir isso. - murmurou, puxando a bainha do vestido para baixo.
- Não! - exclamou. - Não mexa no vestido.
- Acho que talvez ficasse melhor com aquele outro sapato. - opinou.
- Não, esse está perfeito. - sorriu, satisfeita.
- Mas por que eu tenho que estar toda arrumada? Não é nenhum encontro nem nada do tipo. Todos nós vamos jantar.
- Mas é um jantar num restaurante chique. O que me faz lembrar, o disse que cuidava da mesa, mas é melhor você ir antes. Sabe, ele é um completo inútil com esse tipo de coisa.
- Claro, por que não? Chegar antes de todo mundo, super divertido. - sorriu de forma irônica. - Mas tudo bem, eu vou. - E saiu.
Como isso começou? Simples.
FLASHBACK (algumas horas atrás)
- , não é normal uma pessoa vir pra praia e deitar na areia para ler um livro.
- Talvez eu não seja uma pessoa normal, . - Ela respondeu no mesmo tom.
- Sim, isso eu já notei. - Ele murmurou, enquanto sentava ao lado dela. - Já faz duas semanas que estamos aqui, você ainda nem entrou no mar.
- E...?
- Posso pelo menos saber por quê? - Ele perguntou, fazendo-a tirar os olhos do livro.
Ao ver a hesitação da garota, ele continuou:
- Você não sabe nadar?
- Claro que sei. - Ela disse entre dentes. - Sou campeã de natação.
- Ahã. - Ele sorriu irônico.
- Sou sim! - Ela exclamou.
- Duvido.
- Eu sou bem melhor do que você, isso eu posso afirmar.
- Uma aposta? - Ele sorriu novamente. não recuava diante de um desafio, e ele sabia disso. Nada que uma psicologia reversa não resolva.
- O que você tem em mente? - Ela perguntou, já se levantando e fechando o livro.
- Um jantar. O vencedor escolhe o lugar e o perdedor paga. - Ao notar dela, ele emendou. - Para todo mundo.
- É bom que você tenha bastante dinheiro, então. Vai aprender a lição por duvidar de mim. - Ela tirou sua saída de banho e soltou o rabo-de-cavalo.
O queixo de caiu. Aquela não era mais a garota de sete anos atrás. Esse ato definitivamente o pegou de surpresa.
- Tá tudo bem? - Ela perguntou, fazendo piscar e voltar à realidade.
- Claro. - Ele sorriu ao ver que ela sorria. O tipo de sorriso que o deixava sem chão.
- Ótimo, pena que você não vai ficar com essa felicidade por muito tempo. - Ela riu e saiu correndo em direção a água, sendo acompanhada pelo garoto.
Eles chegaram, fazendo uma pequena pausa para respirar. Afinal, era mais alto e cada passo dele dava dois do dela. Isso era meio injusto, ela pensou.
- ? O que faz aqui? - perguntou enquanto murmurava:
- Finalmente ela se dignou a agir como uma pessoa normal.
- Pronto? - Ela perguntou, ignorando os dois.
- Nado livre? - Ele perguntou.
- Não me diga que está apostando natação com a . - se intrometeu.
- Péssima ideia, . - concordou,
- Nado livre. Ida e volta. - Ela apontou para um ponto específico e ele concordou. - Alguém podia ajudar a gente?
- Eu. - se pronunciou.
- Eu quis dizer alguém imparcial.
- Eu vou. - se aproximou e fez um bico, fingindo decepção. Mas todos sabiam que me menos de dois minutos ele estaria rindo de novo. - Um, dois, e vai!
Os dois começaram, com uma vantagem de velocidade. Mas não demorou muito para ser ultrapassado por . Dois minutos depois eles estavam de volta, ele chegando quinze segundos depois dela e quase morrendo sem fôlego.
- Eu avisei. - Ela riu. - Hey gente, novidades! Vamos jantar no restaurante mais caro da cidade! Por conta do , óbvio.
Todos se entreolharam. e com pena e , , e com um sorriso malicioso.
Ia ser uma noite e tanto.
FLASHBACK OFF
chegou ao restaurante, que estava lotado. Assim que ela perguntou por uma reserva no nome do , o garçom a levou até uma mesa, onde o próprio já se encontrava sentado.
- ? - Ele parecia surpreso. - Cadê o resto do povo?
- No hotel. - Ela admitiu. - me mandou mais cedo por que ela não queria que a falta de competência do estragasse tudo.
riu e convidou a garota a se sentar. As mesas não eram juntas e cada um era pra apenas duas pessoas, de modo que eles estavam sentados com mais três mesas vazias.
- Você está linda. - Ele comentou, casualmente.
- Ahn, obrigada. - Ela enrubesceu. - Você está ótimo também.
Silêncio na mesa.
- Pelo menos não parecemos tão ridículos. - Ela comentou, fazendo na face de uma expressão confusa. - As mesas. É sempre estranho quando tem apenas duas pessoas numa mesa para oito. - Ela explicou. - Dessa maneira, apenas parece...
Que estavam num encontro, completou em pensamento.
- Mas, enfim. Temos um tempo até eles chegarem. - Ela foliou o cardápio. - Escolheu alguma coisa?
- Cheguei à conclusão de que você é má. - Ele sorriu. - Pagar um jantar pra oito pessoas nesse lugar vai me levar à falência.
- Pensei que o senhor popstar estava acostumado a comer em lugares assim. - Ela comentou, omitindo um riso.
- Realmente, eu não consigo comer se o restaurante não tiver cadeiras aveludadas. - Fez uma cara de esnobe. - E todos os pratos precisam ter bordas de ouro.
- Nossa, desculpe. - Ela riu. - Não se esqueça dos guardanapos.
- Sim, guardanapos com fios egípcios. - Os dois caíram na risada, e recebeu uma mensagem: ' não consegue encontrar o que vestir, vamos demorar pelo menos mais uma hora. Tudo certo por aí? Xx L'
- disse que elas ainda vão demorar. - Disse, ao mesmo tempo que checava o próprio celular.
- E disse que estava com câimbra do jogo mais cedo. Pediu pra esperar pelo menos uma hora. - Ele sorriu, como quem se desculpa.
- Pelo menos nós dois estamos aqui. Vamos pedir?
- Nossa, faz muito tempo que eu não como uma lagosta tão boa! - exclamou, colocando mais um pedaço na boca.
- Me dá um pedaço? - pediu.
- Não, é minha lagosta.
- Eu estou pagando pela sua lagosta! - Ele riu da teimosia da garota. - Vou pegar assim mesmo.
Já fazia uns quarenta minutos que eles estavam ali. Riam e se divertiam como se os anos que passaram separados nunca tivessem existido.
- Tá ótima mesmo. - Ele disse, enquanto mastigava.
- Já avisei para não duvidar de mim. - Ela ameaçou.
- Eu sei, aprendi da maneira difícil. - Os dois riram. - Será que eles ainda vão vir?
hesitou. Ela havia esquecido que os outros também deviam estar ali.
- Não sei. - Ela disse, enfim. - Tipo, a gente já está comendo.
- De qualquer maneira, temos vinte minutos. Se a gente comer bem rápido...
- Não, . - Ela riu. - Vamos terminar de comer e esperar por notícias.
- Sim, senhorita . - Ele piscou e ambos voltaram a rir.
Passaram-se mais do que apenas vinte minutos. e comiam tão devagar enquanto conversavam que os garçons teriam expulsado os dois dali se ele não fosse um vocalista da One Direction.
- , eu acho melhor pedirmos a conta. - Ela sussurrou. - A gente avisa que eles demoraram tanto que perdemos a fome e fomos embora.
- É uma boa ideia. Você quer voltar direto pro hotel?
- Na verdade não. - Admitiu. - Quer fazer alguma coisa?
- Hm, a gente podia andar por aí em busca do que fazer. Topa?
- Parece ótimo. - Ela sorriu em concordância.
Os dois continuaram a conversa, e assim que a conta chegou começou:
- Sabe, eu achei ótimo rever você.
- Eu também.
- E bem, tem uma coisa que eu tenho tentado te dizer há alguns dias...
- Sim...? - Ela incentivou-o a continuar.
- Olha, essas semanas foram simplesmente... - Ele olhou para um ponto atrás dela. - ?
- ? - perguntou, confusa. - As semanas foram ?
- Não, é o ali! - Ele apontou pra um garoto que caminhava pra fora do restaurante, mas deu meia volta.
- Oi? ! ! Finalmente encontrei vocês!
- Tarde demais, cara. Já estamos pagando a conta. - deu um sorriso culpado e procurou pelo resto. Estava quase perdendo as esperanças quando viu o cabelo de . Ela reconhecia esse cabelo em qualquer lugar. - Vocês demoraram muito. Bem, agora eu estava indo com a até...
- Não se preocupe comigo, . - Ela sorriu, interrompendo. - Acho melhor voltarmos pro hotel.
- Mas você disse...
- Obrigada pelo jantar. Foi maravilhoso. Que tal amanhã irmos pra piscina do hotel em vez da praia? Ótimo, nos falamos depois. - Ela deu um beijo na bochecha do , se despediu do e saiu do restaurante o mais rápido possível.
- Vocês armaram isso, não foi? - perguntou pra e quando elas entraram no quarto.
Havia passado o caminho em silêncio. Pretendia voltar pra o hotel sozinha, mas as garotas magicamente apareceram ao lado dela quando chamou o primeiro táxi.]
- Claro que não. - Disse ao mesmo tempo em que murmurava:
- Talvez.
revirou os olhos.
- E por que vocês não me avisaram?
- Você merecia um tempo sozinha com o , ué. - deu de ombros.
- E não olhe desse jeito pra mim, a ideia foi toda dela e do .
- ? - perguntou surpresa.
- Eu resolvi dar uma chance a ele. Sabe, passado é passado. - Ela deu de ombros.
Isso não era bem verdade. Depois do que contara, a parte que não fora mencionada naquela noite, devido a interrupção, sabia que ela não conseguia resistir nem ao sorriso do garoto.
- Tudo bem, vocês queriam me deixar sozinha com o . Mas por que mandar o acabar com todo o clima?
- Hmmmmmmm, tinha um clima, é? - As duas perguntaram ao mesmo tempo.
revirou os olhos.
- O não devia ter ido até lá. - começou. - Ele devia ter ficado quieto junto com a gente.
- Vocês estavam me observando? - ficou indignada.
- Na verdade, a gente tinha acabado de comer. - tentou consertar o que a amiga havia dito. - E resolvemos dar uma passada lá pra ver como estavam as coisas. Mas o disse que precisava ir ao banheiro e...
suspirou.
- Eles voltam semana que vem. Tinha esperança que alguma coisa acontecesse hoje, mas... - As amigas a abraçaram e foram interrompidas por uma batida na porta.
- ? - A voz de soou do lado de fora. - Pode vir aqui um instante?
- Ahn... C-claro! - Ela exclamou enquanto procurava desesperadamente alguma coisa para vestir. - Oi?
- Oi. Está tarde demais para darmos uma volta? - Ele sorriu torto. olhou pra e e ambas assentiam com a cabeça, assegurando que ela devia ir.
- Não. Queria mesmo falar com você. - Eles deixaram o quarto e pegou o telefone.
- ? Deu certo. Eles acabaram de sair.
- Você saiu rápido de lá. - Ele começou.
- É, eu acho que... Precisava voltar, sabe. - Ela deu de ombros. - Você quer me dizer alguma coisa?
- Bem, eu ia, mas fomos interrompidos, então...
Nesse tempo, tropeçou. conseguiu segurá-la a tempo, antes de caísse de cara no chão. Eles ficaram um tempo nessa posição, até que um grupo de garotas, com uma expressão horrorosa de surpresa no rosto.
- Elas devem estar se perguntando porque você está com alguém como eu. - falou indiferente soltando o braço do garoto.
- . Chega disso tá?
Ao ver que ela o encarava confusa, ele continuou.
- Você é linda, mas parece que nem ao menos nota isso! - Ele exclamou. - Eu fico me perguntando o porquê dessa sua insegurança. Tipo, parece que todo mundo enxerga, menos você! - Ela ia interromper, mas ele fez um gesto e ela se calou. - Você é linda. Fica maravilhosa com o cabelo solto, precisa parar de usar rabo-de-cavalo 24 horas por dia! E quando você sorri... eu simplesmente fico sem chão. - Ele sorriu, mas continuou. - Se você pudesse ao menos ver... Acho que talvez entendesse. Agora, pode dizer que essa foi a coisa mais gay que eu já disse.
- Isso... isso é verdade? - Ela perguntou, com a voz fraca.
- Claro que sim.
- Então, você gosta de mim?
Ele hesitou.
- Sim. - Disse finalmente.
- E por que não me beijou ainda? - Ela tinha uma expressão divertida no rosto.
Eles ficaram juntos, caminhando, conversando e se beijando durante a noite toda. Quando ela perguntou como faria quando eles tivessem que voltar, ele apenas disse: "Já ficamos longe uma vez, não é? Agora que voltamos a nos ver isso não vai ser um problema."
Uma coisa e tinham razão. O Havaí definitivamente foi uma excelente escolha.