That Person Who Can Be True
Escrito por Eva Mohn | Revisado por Lelen
Capítulo 1
Londres, 19 de junho de 2011.
- Muito obrigada Londres, vocês são incríveis! – Scott gritou no microfone, fazendo cada pessoa do público gritar o mais alto que seus pulmões pudessem aguentar. – Obrigada por nos terem essa noite, vocês são incríveis, porra! – ele riu enquanto dava alguns passos pra trás.
Scott deu a mão a James e Chris, que por sua vez deram as mãos a e Martin. Eles agradeceram o público e saíram rindo do palco, pegando algumas toalhas com os roadies e jogando sobre os ombros. Eles entraram no camarim e se jogou no chão frio, numa tentativa de se esfriar um pouco.
- Esse foi um puta show dudes. – Christopher disse, abrindo uma garrafa de água e jogando um pouco no cabelo preto e arrepiado, antes de dar um longo gole na mesma.
- Estou acabada, olha como minhas mãos estão vermelhas! – disse erguendo as mãos vermelhas e doloridas.
- Devia ter feito algum exercício com elas antes de ir para a bateria, você sabe que se não fizer fica morrendo de dor depois.
- Eu sei James... – ela revirou os olhos – Às vezes você parece minha mãe. Na verdade, todos vocês.
- Ah , você é a Crossbaby, temos que cuidar de você.
- Já tenho vinte anos Scott! – todos riram e ela se levantou e pegou uma garrafa de água. – E para de me chamar de Crossbaby, odeio esse apelido.
- Foram os fãs que inventaram, agora você aguenta, Crossbaby. - jogou uma toalha molhada em Chris, que jogou-a de volta nele e os dois riram.
era a baterista – e a única mulher – da banda de rock de mais sucesso da atualidade, a Crossword. Ela tinha vinte anos e era a mais nova da banda, ganhando dos fãs o apelido de Crossbaby. Ela tinha longos cabelos pretos que batiam até na cintura e olhos docemente verdes. Apesar de garota, não se deixava de fora das coisas que os garotos da banda faziam: Seu corpo também era coberto de tatuagens e piercings.
Ela tocava junto com Scott (vocalista), Chris (baixista), James (guitarrista solo) e Martin (guitarra base) há quase três anos, quando os conheceu e descobriu que a banda precisava de uma baterista. Ela era amiga da irmã de Scott, então conseguiu fácil entrar na banda. È claro que eles não contavam com a onda de sucesso que os pegou depois disso, mas estavam totalmente satisfeitos.
- Tirem essas roupas nojentas e suadas e vamos pra After Party. Já mandei a Claire arrumar umas fãs bonitinhas para irem também. – Chris disse jogando a mochila de nela.
- A Claire veio?
- Claro que veio . A Claire nunca fica de fora. – Scott revirou os olhos ao se referir à irmã.
- Ok. Vou vestir minha outra roupa, virem de costas. – os garotos riram e ela deu de ombros, se virando de costas e trocando de roupa.
Quando se está acostumada em sair em turnê mundial com quatro caras, a menor das suas preocupações é eles te verem pelada. E, além disso, já estava acostumada com a situação. Eles trocaram de roupa rapidamente e pegou seu celular na bancada, discando um número conhecido e esperando que atendesse.
- Telefone do ! – ela ouviu a voz de um dos amigos dele e suspirou.
- Oi dude, é a ... Por acaso você poderia chamar o pra mim?
- É PRA VOCÊ CARA! – ele gritou e afastou o telefone do ouvido, não querendo ficar surda com o berro do amigo.
- na linha.
- , ONDE É QUE VOCÊ ESTÁ PORRA? – ela gritou com raiva.
- Ah, oi ! ‘To aqui com os caras... – ele riu, completamente bêbado e ela se sentou numa cadeira, massageando as têmporas.
- “Com os caras” quer dizer que você esqueceu de vir ao show... De novo?
- Desculpa amor, não deu! A gente teve uns compromissos...
- Vocês sempre têm compromissos, né ? Você é um escroto.
- Hey, não me chama assim! – ela ouviu um barulho alto ao fundo e julgou que um deles tinha caído.
- Vai se foder . – ela desligou o telefone com raiva e por pouco não o jogou do outro lado do cam.
- Deixe-me adivinhar... Ele esqueceu de novo? – Scott, que era o único que ainda estava no cam perguntou.
- Para variar um pouco a rotina! – ela disse irônica – Eu preciso urgentemente de uma cerveja e a música mais alta que meus ouvidos suportarem.
- É pra isso que a After Party serve... Você precisa se divertir ! Aproveita que o não vai e que vai ter vários fãs... Caia na “gandaia” garotona. – ele disse rindo e ela se levantou.
- Vamos pra “gandaia” então, garotão. – os dois riram e saíram de braços dados em direção aos fundos.
xx
- Mas ele é sempre o mais chato nas turnês, com certeza! – Chris disse a uma garota loira, que ria estupidamente enquanto ele olhava fixamente para seu decote e bufava do lado.
- Você é tão engraçado Chris... – ela disse sorrindo – Vamos lá pra fora dar uma volta? – ele nem sequer respondeu, apenas pegou a mão dela e os dois se afastaram lentamente.
- E, só pra variar, ninguém me deixou sozinha na festa! – falou alto, bebendo um longo gole de sua cerveja e caminhando para o lado de fora da festa, na direção contrária em que Christopher e a loira foram.
Ela avistou um homem sentado na grama e caminhou até ele, sentando-se ao seu lado e puxando seu maço de cigarros do bolso. Pegou um cigarro e o levou a boca, acendendo-o e dando uma longa tragada.
- Se importa? – ela perguntou ao cara, que apenas deu de ombros.
- Nem um pouco. – ela sorriu e estendeu-lhe o maço. Ele pegou um cigarro e ela lhe entregou o isqueiro. – Valeu.
- Não por isso. – ela deu um gole na cerveja e tragou mais uma vez do cigarro.
- Estressada? – ele perguntou, deitando-se na grama.
- Bastante. – ela suspirou e se deitou também – O que está fazendo sozinho aqui fora?
- Pensando.
- Em?
- Coisas.
- Desculpe por me intrometer – ele riu e levou o cigarro a boca de um jeito que julgou extremamente sexy.
- Não está. A proposito sou . Mas pode me chamar de . – ele estendeu a mão meio torta, já que estava deitado, e ela a apertou rindo.
- Sou ...
- . – ele completou – Acha que eu viria a After Party do Crossword sem saber o nome da baterista mais gata do mundo? – ela sorriu sem graça e ele virou a cabeça de lado, encarando-a.
- Hm... Parece que temos um fã aqui. E obrigada pelo elogio. Ah, e, por favor, não me agarre ou dê um daqueles chiliques de fã, estou totalmente sem paciência hoje. – ela riu.
- Eu nunca estragaria minha única chance de conquistar dando uma de louco, como eu faria normalmente.
- Você sabe que eu tenho um namorado, certo?
- Sim... E também sei que ele é um babaca.
- não é um babaca.
- Só o fato de ele não estar aqui já prova que ele é sim, um babaca. – torceu a boca.
- Você até que tem razão... Ele é um babaca ás vezes. – eles riram e ela bebeu o resto da cerveja, jogando a garrafa para o lado.
- Está brigada com ele?
- Sabe, eu não deveria falar da minha vida pessoal com os fãs... Você pode muito bem estar gravando para espalhar na internet.
- Eu nunca faria nada que te prejudicasse... – deu de ombros – Não sei que nem esses fãs babacas que querem dar uma de quem é mais fã.
- E o que você quer então?
- Você. – ela ficou muda por um tempo, sem saber ao certo o que fazer, afinal, ele era um fã.
- Se você não fosse um fã, até teria chances comigo... É bonitinho, simpático e não me quer por causa da fama...
- Esqueceu-se de citar que eu te amo mais que tudo na minha vida.
- É, e tem isso também. – ela disse sem jeito.
- Você nunca ficou com um fã?
- Nunca. Não acho certo... Imagino-me no lugar deles. Se meu ídolo ficasse comigo apenas por uma noite e depois nunca mais sequer nos vessemos... Acho que seria pior do que nunca tê-lo.
- É aí que você se engana... Faz dois anos que todas as noites eu sonho em como seria ter você... Como seria sequer conversar com você. Posso parecer calmo, mas por dentro estou quase entrando em colapso e começando a gritar.
- Desculpe por isso... – ela riu – O que você sabe sobre mim, super-fã?
- Alexia , nasceu no dia vinte e um de julho de mil novecentos e noventa e um, na cidade de Eastbourne. Seus pais são John e ah e você tem uma irmã mais nova chamada Carolyne. Além de bateria, você toca guitarra, baixo, piano e sax, além de cantar divinamente bem...
- Minha voz parece um guaxinim morrendo, .
- Para mim sua voz é linda. – ela sorriu e ele retribui o sorriso – Sua primeira tatuagem foi na nuca, um pentagrama. Você é completamente apaixonada por seu piercing na boca. Seu namorado é , mais conhecido como , do Avenged Sevenfold – ele revirou os olhos -, que é um babaca em minha opinião sincera. Você ama chuva e odeia o verão, além disso, Londres é sua cidade preferida em todo o mundo.
- Porra, você sabe tudo sobre mim... Seu espião! – os dois caíram na gargalhada.
- E eu te amo desde o primeiro dia em que ouvi uma música do Crossword. Seu sorriso é o mais bonito do mundo, principalmente agora que o vejo de perto. – ela sorriu, fascinada com o jeito que ele a descrevia – Eu amo o jeito com que você sempre sorri e fecha os olhos quando está tocando. E as músicas que você compõe descrevem completamente você. E você é a mulher mais bela que já vi um dia em minha vida... – fechou os olhos e suspirou.
- Obrigada. – ela disse sem graça – Você me deixou completamente sem graça.
- È apenas minha tarefa como fã. Posso te pedir uma coisa?
- Claro.
- Me beija? – ela sentiu seu corpo congelar e acabou não dizendo nada, completamente aterrorizada – Quer dizer, não um beijo daqueles, só um selinho. É tipo, meu sonho. – ela se sentiu comovida com as palavras dele. Por que não realizar um simples sonho dele? – Quer dizer, não precisa se você não quiser, e...
- Deixa de ser bobo. – ela se virou e puxou a nuca dele, colando suavemente seus lábios.
deixou os lábios colados nos deles por alguns segundos, não deixando que o impulso de continuar o beijo a dominasse. Os lábios dele eram macios e doces, deixando-a completamente extasiada. Ela se afastou lentamente e sorriu, enquanto ele ainda continuava de olhos fechados.
- Obrigado. – ele disse abrindo os olhos, ainda perigosamente perto dela. – Esse dia é oficialmente o melhor dia da minha vida.
- De nada... E não exagera. – ela riu.
- Não estou. Realizei meu sonho... Obrigada pro isso, .
- Me chama de . Não gosta de nada formal, . – ele sorriu ao ouvi-la pronunciar seu apelido de forma tão doce.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo e então se sentou, olhando para o nada. Apenas pensando em como seria a sensação de beijar de verdade, de estar nos braços fortes dele. Aqueles lábios quentes contornando os seus, e sua língua acariciando a sua...
Ela interrompeu os pensamentos de repente, lembrando-se de que tinha um namorado, e que o amava mais que tudo. Balançou a cabeça e evitou olhar para o lado, não queria olhar mais uma vez para , não sabendo que poderia acabar sucumbindo ao seu imenso desejo de beijá-lo.
- No que você está pensando? – ele perguntou.
- Coisas. – ela respondeu sorrindo, sem olhá-lo. – Apenas coisas...
- Devem ser coisas interessantes, por que você estava completamente concentrada. – ele disse sentando-se ao lado dela.
- É... Eram coisas interessantes. – ela praticamente sussurrou.
- Hey... O que foi? – ele disse colocando a mão no ombro dela.
“Foda-se”, ela pensou.
- Isso.
Ela virou-se para ele e chocou os lábios no dele, fazendo de imediato suas línguas se chocarem e um arrepio percorrer seu corpo. Ele empurrou o corpo contra o dela, fazendo-a se deitar na grama e ficando por cima dela. Em momento nenhum foi um beijo calmo ou romântico, muito pelo contrário. Suas línguas se empurravam com ferocidade e luxúria, seus corpos quase se fundiam por cima das roupas. sabia que era errado, mas não se importava nenhum pouco. Não quando sabia que seu namorado estava por aí enchendo a cara e nem sequer pensando nela.
- Eu não devia ter feito isso. – ela disse por fim.
- Fiquei feliz por ter feito.
- Eu sei... Mas é só que...
Ele não deixou que ela terminasse a frase, encaixando suas bocas mais uma vez, com a mesma ferocidade de antes.
Xx
Londres, 21 de Junho de 2011.
acordou com a claridade quase cegando seus olhos semiabertos. Ela tateou a cabeceira da cama em busca de seus óculos e assim que os colocou olhou a sua volta, vendo a janela com a cortina aberta. Ela se levantou e fechou as cortinas, deixando o quarto com menos claridade, do jeito que ela gostava.
Ela caminhou até a cozinha e abriu a geladeira, pegando uma garrafa de leite e tomando diretamente dela. Leite sempre ajudava a melhorar sua ressaca. Ela fechou a porta da geladeira e se deparou com um par de olhos conhecidos a olhando intensamente.
- ! – ela gritou e por pouco não deixou a garrafa de leite cair no chão.
- Bom dia . – ele disse, dando um selinho nela.
- Bom dia... – ela disse um pouco confusa, andando até a bancada e se sentando na mesma. – Oh merda, eu dormi com você... MERDA! – ela gritou e bebeu um gole do leite. – Nada com você, é só que eu não deveria ter feito isso, por...
- Causa do seu namorado que você ama e etc. – ele completou sorrindo – Eu não ligo, já te disse isso. Foi só... Sexo. Só uma noite.
- É, só uma noite. – ela repetiu – Só... Uma noite. – ela se levantou e caminhou até o quarto, com as suas costas. – Desculpe.
- Por?
- Só uma noite. – ela sorriu sem graça e se sentou na cama.
- Não tem problema. Só de ter acontecido já é o bastante pra mim. – ele afastou uma mecha do cabelo dela e deu selinho delicado em seus lábios. – Sua guitarra é linda. – ele disse apontando para o canto do quarto.
- Obrigada. – ela se levantou e pegou a guitarra, sentando-se de novo – Deixei ela ali por que estava compondo... – ela disse dedilhando a guitarra.
- Posso ouvir? – ela assentiu.
“Common, Common
(Vamos, Vamos)
I wanna see how long it goes
(Eu quero ver o quão longe isso vai)
So many times we hide our feelings
(Tantas vezes nós escondemos nossos sentimentos)
But who lied to you?
(Mas quem mentiu pra você?)
Was your heart? Or your eyes?
(Foi o seu coração? Ou os seus olhos?)
If you keep on mistake
(Se você continuar no erro)
Maybe you can’t come back nevermore
(Talvez você não posso voltar nunca mais)
And this will be…
(E isso vai ser…)
Just another story without a happy ending
(Apenas mais uma história sem final feliz)”
- É linda. – ele sussurrou.
- Obrigada. Ainda não acabei ela… Mas acho que vai ficar boa. Talvez eu peça ajuda ao Scott.
- Vai ficar ótima de qualquer jeito. – ele sorriu e ela escondeu o rosto, levantando-se e guardando sua guitarra num canto do quarto.
Ela ouviu o barulho do seu celular tocando na sala e correu para atender, sem sequer olhar o nome de identificação na tela.
- ?
- ? – ela sussurrou quando ouviu a voz do namorado do outro lado da linha.
- Ah, ! Perdoa-me, me perdoa! – ele disse num tom baixo e desesperado – O Zacky me entupiu de vodka e eu estava totalmente chapado, eu nem sequer lembrei-me do show, e depois você ligou, e eu mal me lembro do que falamos!
- Estou cansada de você esquecer-se de mim e sempre fazendo isso. Minha paciência tem limite, .
- Eu sei! Me perdoa, por favor, . Você sabe que eu não faço por querer! – ela suspirou e se sentou no sofá, deixando uma lágrima escorrer.
- Eu odeio quando você faz isso. – ela sussurrou, limpando a lágrima. – E eu sempre acabo te perdoando...
- Eu te amo tanto... Sou tão estúpido.
- Eu também te amo.
- Café da manhã em dez minutos? – ele disse gentilmente.
- Vou arrumar. Não se atrase. – ela sorriu e desligou o telefone, indo para o quarto trocar de roupa.
Logo ao entrar no quarto, se deu conta de que não estava mais lá. Ela procurou na cozinha e no banheiro, mas não havia nem sinal dele. Ela voltou para o quarto e viu que as roupas dele também não estavam mais no chão, ao lado das suas, como estavam antes. Ela caminhou até a cômoda e pegou um bilhete que havia em cima dela.
“Se precisar, me ligue. 87651258”
Ela sorriu e deixou o bilhete ali, pensando no por que de ter saído sem se despedir. Ela apenas afastou esses pensamentos e trocou de roupa, colocou suas lentes de contato e saiu em direção a Starbucks, onde sempre encontrava o namorado para o café da manhã.
Naquela manhã, sentia muitas coisas. Mas acima de tudo, ela se sentia culpada.
Capítulo 2
Londres, 21 de Julho de 2011.
- Você precisa apertar aqui, seu idiota. – apertou o botão da câmera - Se não vamos apenas ficar tocando pro nada sem a câmera gravar. – disse, rindo do namorado.
- Você não precisa ser grossa assim comigo amor. – ela mostrou a língua e ele olhou maroto pra ela. – Isso merece com certeza um castigo dos grandes, senhorita !
pulou em cima da namorada e começou a fazer cocegas na mesma, que ria incansavelmente, implorando-o para que parasse. Ele também ria, divertindo-se com o desespero dela em tentar parar de rir.
- PARA AGORA, EU NÃO CONSIGO RESPIRAR DE TANTO RIR! – ela gritou, já vermelha de tanto rir e ele parou, roubando-lhe um beijo. – Idiota. – ela disse, tentando se recompor.
- Linda.
- Panaca.
- Fofa.
- Cala a boca.
- Eu te amo.
- Me beija logo, . – os dois riram e ele levou os lábios de encontro aos dela.
Como sempre, ela se sentiu daquele jeito diferente, porém maravilhoso que todas as mulheres apaixonadas se sentiam. Ela já estava acostumada, era sempre assim quando estava com . Não conseguia evitar, ela o amava mais que tudo.
- Feliz aniversário. – ele sussurrou no ouvido dela.
- Obrigada. – eles levantaram e pegou a câmera – Agora temos um registro em vídeo de como você me tortura. Já posso te denunciar na polícia, . – ele riu e pegou a câmera da mão dela.
- Não se eu deletar isso! – ela tentou pegar a câmera da mão dele, mas ele levantou o braço no alto, deixando a câmera alta o suficiente para que ela não a alcançasse.
- Não! Precisamos guardar isso... É tão fofo, podemos mostrar nossos filhos, e nossos netos... – ela disse sorrindo abobalhada.
- Você ganhou. – ele entregou a câmera e ela sorriu – Me ganhou com a parte dos netos.
- Nós vamos ter filhos, não é? – ela disse manhosa, guardando a câmera na gaveta.
- Claro... Quantos você quiser. – ele segurou a cintura dela, dando-lhe vários selinhos e fazendo-a rir. – Agora que já nos atrasamos e sequer gravamos o vídeo, que tal eu ir pra casa arrumar seu presente?
- Vai me abandonar no dia do meu aniversário?
- A surpresa vai compensar. Prometo. – ela sorriu e ele a abraçou. – Esteja pronta as oito da noite, tudo bem?
- Tudo bem.
Ele pegou suas coisas procurou incansavelmente suas chaves, até acha-las no chão e caminhar até a porta, enquanto observava escorada na parede da sala. Ele parou na porta e se virou para ela, sorrindo.
- ?
- Oi?
- Eu te amo. – ele sorriu sincero e ela retribuiu.
- Eu também te amo.
Logo após ele sair, voltou para o seu quarto e se jogou na cama, olhando para o teto enquanto se perdia em pensamentos.
Dia vinte e um de julho, seu aniversário de vinte e um anos. estava falando há dias sobre uma surpresa de aniversário, enquanto os garotos do Crossword prometeram-lhe uma bebedeira no sábado à noite. Ela estava feliz e se sentia realizada: Tinha o emprego dos sonhos de qualquer uma, amigos maravilhosos e um namorado que a amava – e que ela amava-.
Ela nunca mais falou, viu ou sequer se permitiu pensar em .
Ela se levantou da cama e prendeu o cabelo, saindo do seu apartamento e descendo até o térreo para buscar a correspondência. Ela pegou sua pilha de cartas e encostou-se à parede, olhando se havia alguma importante. Contas, contas, cartas de fãs, contas.
- Estou com uma entrega para a Senhorita . – ela ouviu um homem falando com o porteiro e caminhou até ele.
- Eu sou a senhorita . – ela disse e o homem a encarou, entregando-a uma prancheta.
- Assine aqui, por favor, senhorita. – ela apoiou a prancheta na parede e assinou, entregando-a ao homem. – Obrigada. – ele entregou-a uma caixa não muito pesada e ela sorriu, agradecendo.
Ela colocou as cartas em cima da caixa e subiu para o seu apartamento, completamente curiosa a respeito da caixa. Julgou ser algo de e se animou ainda mais.
Entrou como um furacão dentro de seu apartamento e jogou as cartas em qualquer lugar, correndo para a cozinha e pegando uma faca para abrir o lacre da caixa. Ela cortou o lacre e abriu a caixa, deparando-se com uma bela jarra cheia de tulipas, suas flores preferidas. Juntamente, havia uma caixinha de CD e um bilhete.
“Eu sei o quanto você ama tulipas, então resolvi lhe mandar algumas. Feliz Aniversário . Eu amo você. .”
Ela se assustou ao ver de quem eram as flores, nunca em sua vida pensou que ouviria falar de novamente. Mesmo assim, ela sorriu e colocou o vaso de flores em cima da mesa. Pegou a caixinha de CD e a abriu. Se deparando com um DVD escrito “Para ”. Ela foi até a sala e ligou a TV, colocou o DVD no aparelho e esperou até que o conteúdo do DVD começasse.
“Hmm, oi ! É meio estranho estar gravando isso, e eu não sei ao certo o que te dizer. Eu só queria te desejar feliz aniversário e te mostrar uma música que eu fiz pra você. Não é grande coisa, não sou compositor, mas mostra bem o que eu sinto por você.”
One day, I meet a girl
(Um dia, eu conheci uma garota)
And she was so beautiful
(E ela era tão linda)
I couldn’t take my eyes from her
(Eu não conseguia tirar meus olhos dela)
The way she’d walk, the way she’d smile
(O jeito que ela andava, o jeito que ela sorria)
She got me from the very first time
(Ela me teve desde a primeira vez)
But she was so far…
(Mas ela estava tão distante…)
Every single night I dreamed with that girl
(Todas as noites eu sonhei com aquela garota)
I couldn’t take her out of my mind
(Eu não conseguia tirá-la da minha cabeça)
So impossible, but so perfect
(Tão impossível, mas tão perfeita)
I want things I’ll never have
(Eu quero coisas que nunca terei)
She was there, just looking at me
(Ela estava lá, olhando para mim)
I’ll never forget her smile
(Eu jamais esquecerei seu sorriso)
So far away, but so close
(Tão longe, mas tão perto)
I can’t take that girl out of my mind
(Eu não consigo tirá-la da minha cabeça)
Tell me what to do before I freak out
(Me diga o que fazer antes que eu enlouqueça)
When I wasn’t dreaming with her
(Quando eu não estava sonhando com ela)
I was thinking in ways to have her
(Eu estava pensando em maneiras de tê-la)
And I was so jealous of all the people who she haves
(E eu tinha tanta inveja daquelas pessoas que ela tinha)
But what she doesn’t know, were that she was mine
(Mas o que ela não sabia, é que ela era minha)
From the very first time
(Desde a primeira vez)
And I want all her smiles, all her laughs
(Quero todos os seus sorrisos, suas risadas)
I need that girl with me
(Preciso daquela garota comigo)
I’ll just lose my mind…
(Eu vou perder a cabeça...)
So impossible, but so perfect
(Tão impossível, mas tão perfeita)
I want things I’ll never have
(Eu quero coisas que nunca terei)
She was there, just looking at me
(Ela estava lá, olhando para mim)
I’ll never forget her smile
v(Eu jamais esquecerei seu sorriso)
So far away, but so close
(Tão longe, mas tão perto)
I can’t take that girl out of my mind
(Eu não consigo tirá-la da minha cabeça)
Tell me what to do before I freak out
(Me diga o que fazer antes que eu enlouqueça)
Every single night I dreamed with that girl
(Todas as noites eu sonhei com aquela garota)
I couldn’t take her out of my mind
(Eu não conseguia tirá-la da minha cabeça)
Some years has gone now
(E alguns anos se foram agora)
And every single night, I still dream with her
(E toda noite eu ainda sonho com ela)
I ask myself if she remember me
(Eu pergunto a mim mesmo se ela se lembra de mim)
Cause I’ll remember her always
(Por que eu vou lembrar-me dela para sempre)
And i think it’s this what is killing me
(E acho que é isso que está me matando)
I need her just for tonight.
(Preciso dela só por esta noite)
“Bem, é isso. Eu estava tentando acabar essa música há muito tempo, e depois que conheci você naquela noite eu conseguir acabar a música. Todas as noites eu ainda sonho com você... E isso é tão clichê, não? Um fã se declarando para você. Você deve ver isso todos os dias... Mas é diferente... Eu preciso de você. Não é só como fã, é diferente. Eu realmente te amo. Feliz aniversário.”
A imagem da tela se apagou e se pegou com lágrimas nos olhos. Maldito . Como ele podia causar aquele efeito nela? Não era nada justo com nenhum dos dois.
Uma música... Ele havia feito uma música para ela. Uma música muito bonita. Aquilo de alguma forma mexeu com algo dentro do coração dela.
Ela guardou o DVD em uma gaveta e procurou o bilhete que ele havia deixado a ela um mês antes. não sabia bem por que estava fazendo aquilo, mas algo dentro dela praticamente a forçou a fazer aquilo.
“Hey! Hm, aqui é a , você deve se lembrar de mim... Droga é claro que você se lembra! Bom, eu vou passar à tarde sozinha e pensei que talvez você quisesse me ver. Porra, eu não sei por que estou deixando essa mensagem. De qualquer jeito, adeus.”
Ela desligou o telefone, se sentindo completamente idiota. E como da outra vez, se sentindo extremamente culpada. Ela amava ... Então por que se sentia estupidamente atraída por ? É claro, era só atração. Uma atração incontrolável, um desejo incontrolável de estar com ele.
Pouco tempo depois, ela ouviu batidas fracas na porta e correu para atender, com um maldito sorriso lhe estampando o rosto. Aquilo era tão errado.
Xx
- Eu não acredito que fiz isso de novo. – disse, aninhando-se no peito de .
- É, você fez. – ele sorriu e depositou um beijo em seus cabelos.
- Eu não deveria ter feito... Mas eu fiquei feliz em fazer. – ela se virou para ele e selou seus lábios nos dele – Sou estúpida.
- É, você é. Nós dois somos. Eu te amo. – ele sussurrou e ela permaneceu em silêncio. – Poderíamos sair pra comemorar... Afinal, é seu aniversário.
- Onde iriamos? As pessoas iriam me reconhecer.
- Não com o meu plano. – ele disse se levantando e pegando suas roupas no chão. – Venha, se vista. Nós vamos sair.
Os dois vestiram suas roupas e ligou para alguém, sem deixar ouvir. Ela estava extremamente curiosa e animada. Os dois ficaram conversando coisas aleatórias na sala enquanto esperavam algo que não sabia o que era.
descobriu naquele pouco tempo o quão gentil, engraçado e simpático poderia ser. Também descobriu que ele era mais novo – tinha dezenove anos – e tinha acabado de se formar no ensino médio.
A campainha tocou e correr antes que pudesse ir atender e minutos depois voltou com uma bolsa não mão, fazendo arquear a sobrancelha e sorrir.
- E o que é isso?
- Isso, minha cara, é seu disfarce. – ele jogou a bolsa para ela e ela abriu-a, tirando uma peruca de cabelos loiros de dentro e rindo.
Xx
- Não tem como você me convencer a entrar nisso , desista!
- Você vai entrar! Não acredito que você tem medo de roda gigante !
- Sim, eu tenho! – ela disse rindo e dando um tapa nele.
- Vem, eu te protejo de... De qualquer que seja os perigos que uma roda gigante possa ter. – ela revirou os olhos e segurou a mão dele, que estava estendida para ela.
- Eu odeio você . – ele riu e os dois seguiram para o brinquedo.
Depois de maquiada e completamente irreconhecível, foi com até a London Eye. Eles tomaram sorvete e ficaram conversando e rindo, até que decidiu que eles iriam andar na roda gigante: Que tinha pavor.
- Tem certeza de que isso é seguro? – perguntou apavorada, quando eles já estavam dentro da cabine.
- Absoluta. Só relaxa. – ele disse beijando os lábios dela, tentando acalma-la.
- Não funcionou! – ela disse, fechando os olhos com força quando a roda gigante começou a andar. - Ah Meu Deus, me tira daqui. – ela escondeu o rosto no peito dele e ele riu, afagando seus cabelos.
- Você vai acabar gostando... É bom andar de roda gigante.
- Não, não é! A única coisa que melhora essa momento, é eu estar com você.
- Quer dizer então que você gosta de mim? – ele sorriu maroto.
- É, isso quer dizer que eu gosto de você. – ela riu, ainda escondida. – E você, gosta de mim?
- É, pode ser que eu goste um pouco... – ela deu um tapa na perna dele – Ok, eu te amo .
- Canta pra mim? – ela sussurrou.
“So impossible, but so perfect
I want things I’ll never have
She was there, just looking at me
I’ll never forget her smile
So far away, but so close
I can’t take that girl out of my mind
Tell me what to do before I freak out”
Ele cantou em voz baixa a música que havia feito para ela, que ela sorriu.
- Sua música. – ele sussurrou.
- Obrigada. Ela é tão linda.
- É seu presente de aniversário... E as flores também.
- Obrigada pelas flores também. Eu amo tulipas.
- Eu sei que ama. Por isso as comprei... – ele disse.
- Já acabou? – ela perguntou, abrindo os olhos.
- Sim. Já está parando. – ele riu. – Não entendo o porquê desse medo bobo... Não é como se a roda fosse se soltar e nos matar. É completamente seguro e...
- Quem te garante que é seguro, em?
- E quem garante que não?
- Ok, você venceu. Só me tira daqui antes que eu vomite em você... – ela disse se levantando.
Os dois desceram do brinquedo enquanto ria e o olhava com raiva. Eles caminharam até mais a frente e se escorou em um muro qualquer, olhando o céu acima de si. Mais uma vez, aquele sentimento de culpa martelou em sua cabeça e ela soube que era hora de ir embora... Por mais que não quisesse ir.
- ?
- Oi?
- Quantas horas são?
- Seis... Por quê?
- DROGA! – ela gritou, desencostando-se da parede e saindo dali em passos largos, seguida por .
- O que aconteceu ?
- Tenho apenas duas horas pra me arrumar pra minha “surpresa de aniversário”... – ela murmurou enquanto os dois andavam em direção ao apartamento dela.
- Vai sair com seu namorado?
- Basicamente isso... Ele disse que tinha uma surpresa e me pegava as oito.
- Ah, sim. – ele murmurou um pouco incomodado – Acho que a gente se despede aqui.
- Não vai me acompanhar até meu apartamento?
- Não. – ele murmurou seco – Tenho um compromisso.
- Tudo bem... A gente se vê por aí . Obrigada por tudo... Pelas flores, a música e pela tarde maravilhosa.
- Não por isso. Até um dia. – ele beijou de leve os lábios dela e ela sorriu.
- Até. – ela murmurou vendo-o se afastar lentamente, mas sem olhar para trás.
Ela sabia que não era culpa dele ter ficado chateado, afinal, era ela quem estava fodendo tudo. Ou todos... Ela estava estragando tudo. Ela amava - mais que tudo-, mas se sentia incontrolavelmente atraída por . Ela não sabia o que fazer naquele momento, se sentia completamente perdida.
Ela suspirou e continuou andando até seu apartamento, cantarolando uma música qualquer do Avenged Sevenfold.
Capítulo 3
Londres, 21 de Julho de 2011.
olhou-se no espelho pela milésima vez naquela noite e suspirou. Já havia trocado de vestido quatro vezes e ainda não havia se decidido em qual usaria naquela noite. Olhou no relógio da parede e viu que já eram dez para as oito, se ela se trocasse novamente se atrasaria. Olhou-se no espelho novamente e decidiu continuar com o vestido que estava: Um Prada prateado com um cinto fino brilhante na cintura. Calçou sua sandália nova – presente de Claire que ainda não fora usado – e pegou sua bolsa em cima da cama. Ela odiava vestidos e saltos altos, mas no restaurante em que iria ela precisava usá-los. apenas suspirou e apagou as luzes do quarto, indo para a sala esperar chegar para busca-la.
Seu aniversário era com certeza um dos seus dias preferidos no ano, mas naquele ano tudo parecia estar indo errado... Ou talvez certo. Certo demais.
Ela ouviu a porta sendo aberta e se virou, encontrando sorrindo na porta, com um buquê de tulipas nas mãos. Doce ironia.
- Boa noite amor. – ele disse indo até ela e beijando-lhe nos lábios – Trouxe para você... Suas preferidas.
- Obrigada . Vou coloca-las na água.
Ela foi até a cozinha e pegou uma jarra, enchendo-a de água e colocando o buquê dentro. Colocou-o em cima da mesa, ao lado do outro buque. Talvez – só talvez -, o mundo estivesse armando um complô contra ela, pois cada pequena coisa que ela fazia resultava em um forte sentimento de culpa.
Ela suspirou pela milésima vez naquele ensolarado vinte e um de julho e voltou para a sala e sorrindo para seu namorado.
- Podemos ir agora.
- Pronta para a melhor noite da sua vida? – ele sussurrou no ouvido dela assim que eles deram as mãos.
- Eu não seria se não estivesse.
O caminho até o restaurante foi ao som de Nirvana, uma das bandas preferidas de ambos. Não falaram muito, a música falava por eles: Sempre foi assim entre os dois. A química era tão perfeita, suas mentes tão iguais, que palavras não eram o suficiente. Palavras não eram necessárias, apenas um olhar poderia dizer tudo entre dois, quase como telepatia. Talvez isso fosse amor... Quem sabe?
Ninguém conhece ao certo o amor, é um país sombrio e desconhecido. Existem pessoas que passam uma vida pensando que sabem o que é amar, para apenas no final descobrir que nunca foi amor. Existem pessoas que passam uma vida tentando achar o amor, para apenas no final descobrir que o amor sempre esteve ao seu lado.
não sabia em qual desses se encaixava. Será que era realmente seu amor, sua alma gêmea? Se a perguntasse isso um mês e meio antes, ela diria que sim, com certeza. Mas agora, dadas as – malditas – circunstancias, sua resposta seria o silêncio. O vazio, doloroso e assustador silêncio. Ela não sabia, não tinha mais certeza de nada.
O carro parou na porta do restaurante e desceu, abrindo a porta para ela e estendendo-lhe a mão logo em seguida. Ele entregou as chaves para o manobrista e conduziu até dentro do restaurante.
ficou espantada com a beleza do restaurante. Tudo era extremamente verde, havia várias plantas decorando o ambiente e tudo parecia extremamente caro. As pessoas vestiam roupas dignas de um baile da realeza e se portavam como tal.
- Tenho reserva para dois no nome de .
- Podem me acompanhar, por favor.
Os dois seguiram de mãos dadas até a mesa indicada pelo garçom que os conduziu até ela e se sentaram-se à mesa. Após fazerem seus pedidos e já devidamente com suas taças de vinho na mão, os dois se lançaram a uma conversa sobre a nova turnê mundial do Crossword dali a dois meses.
passaria quase dois meses em turnê com o Crossword e o Avenged Sevenfold. Seria um pesadelo para ela passar a turnê inteira sem ver seu namorado, seriam meses e meses de turnê. E uma eternidade sem ele por perto.
Os dois comeram enquanto conversavam naturalmente e já estavam provavelmente na sexta taça de vinho. ria de qualquer bobagem que falava e não conseguia evitar pensar em como tudo era mais fácil com ele. Tão natural... Tão fácil. Não precisava se esforça, não precisava fingir, ela era apenas ela mesma com ele. Ele a conhecia como ninguém e sabia todos os detalhes sobre ela. Sabia seu vinho preferido, seu lugar preferido, o jeito com que mexia no cabelo quando ficava nervosa. Era até idiota o poder que ele exercia sobre ela, o quanto a fazia ficar boba perto dele.
- Vamos dar uma volta lá fora? – ele perguntou estendendo a mão e ela assentiu, segurando-a.
- Vamos.
Ele a guiou até os fundos do restaurante, onde havia um jardim maravilhoso. ficou boquiaberto ao vê-lo, todo iluminado e com um lago reluzente no meio, deixando o clima ainda mais mágico. Ela sorriu para ele, que passou o braço pela sua cintura e a guiou até a margem do lado, onde havia um banco branco.
- Isso tudo é tão lindo... – ela murmurou, fascinada – Obrigada , de verdade.
- Minha surpresa ainda não acabou!
- Ah não, Sr. Misterioso? Que surpresas você ainda guarda para mim? – ele riu e se separou dela. – Está me deixando curiosa.
- ... – ele se ajoelhou na frente dela, segurando sua mão delicadamente – Eu te amo desde o primeiro dia em que te vi. Seu sorriso me encanta, sua voz consegue me hipnotizar e você é tudo para mim. É a dona de todos os meus sorrisos, e é com você que eu quero passar a minha eternidade. É do seu lado que eu quero acordar todas as manhãs... – ele colocou a mão no bolso e tirou de lá uma caixinha preta e pequena – , você aceita se casar comigo?
- Oh meu Deus, ! – ela disse encantada com o anel de brilhantes que ele erguia, segurando a mão dela. – Não acredito que você está fazendo isso... – ela limpou uma lágrima com o dorso da mão.
- E isso quer dizer que...
- Sim, eu aceito me casar com você.
Ela deu seu melhor e mais sincero sorriso enquanto ele colocava o anel em seu dedo e se levantava para beijá-la. Ele apertou a cintura dela com força enquanto ela envolvia o pescoço dele com braços e ainda sorria com lágrimas nos olhos. Seus lábios se tocaram gentilmente, se encaixando perfeitamente. Suas bocas se moviam com uma sincronia perfeita, apenas provando a ambos mais uma vez que eles haviam sido feitos um para o outro. Suas línguas se misturavam e se massageavam com paixão, enquanto eles se abraçavam cada vez mais forte.
- Eu amo você, .
- E eu amo você, Senhora .
Ela sorriu e sentiu algumas lágrimas lhe escaparem. secou-as carinhosamente com beijos e a abraçou com força.
Os dois se sentiam extremamente completos, e ninguém além de ousava invadir os pensamentos de . Não naquela noite.
Xx
Londres, 21 de Setembro de 2011.
- Eu só estou dizendo que se você for dormir lá em casa, vai ficar menos sozinha. Além disso, você sabe que o Scott não liga !
- Não Claire! Está tudo bem, eu sempre durmo sozinha aqui, não vai fazer diferença mais uma noite.
- Eu juro que a cada dia que passa você está mais estranha... Eu só queria que você me contasse o que porra está acontecendo com você. – Claire murmurou com raiva, saindo do quarto e batendo a porta.
bufou e jogou a caixa que estava segurando no chão, secando o suor acumulado em sua testa. É claro que ela não iria dormir fora e muito menos deixar que Claire dormisse em seu apartamento. Ela já tinha companhia.
Quase dois meses haviam se passado e e haviam decidido que já era hora de juntarem as escovas de dente. Os dois compraram um novo apartamento ao norte da cidade, num lugar mais afastado e obviamente com mais sossego para os dois.
Seu apartamento estava lotado de caixas de mudanças e a única coisa que continuava fora das caixas eram seu sofá e seu armário velho com a TV e o DVD.
Naquela noite fria de setembro o Avenged Sevenfold iria se apresentar em uma cidade afastada e não quis acompanha-los, preferindo dormir sozinha – ou nem tão sozinha assim - em seu apartamento. Claire insistia para que ela fosse dormir em sua casa, mas não queria. Afinal, Claire não podia saber sobre . Na verdade, ninguém podia saber sobre .
Desde seu aniversário, passava cada uma das noites em que deveria estar sozinha com , no seu apartamento ou na casa dele. Sim, ela sabia que era errado, mas não se importava nenhum pouco. Ela só sabia que havia algo diferente, além da adrenalina e da paixão, entre os dois. Sabia que se sentia estranha cada vez que ele chegava perto e que cada vez mais queria estar com ele. Ela só não sabia o que fazer com aquele maldito sentimento.
A cada dia, se sentia mais apegada a ele e deixava cada vez mais de se importar com o que era certo ou errado. Mesmo que ela estivesse noiva e em muito breve morando com , ela não queria desistir de .
E o que a incomodava naquele dia era o fato de que na manhã seguinte ela entraria em um avião e só voltaria em meses para Londres. Ela não sabia o que fazer com toda aquela situação, só sabia que algo devia ser feito.
- Droga! Perdi o horário da faculdade, vou chegar no segundo tempo. – Claire disse abrindo a porta de repente. – Tenho que correr , a gente se vê amanhã.
- Tudo bem Claire. Desculpa por ter sido idiota com você.
- Já estou acostumada. – ela piscou e fechou a porta novamente.
tomou um banho demorado e vestiu um moletom velho, sem se preocupar com nada. Aquela era sua última noite com e ela não sabia o que fazer, então decidiu não fazer nada. Nada sempre era uma boa saída para ela.
Quando o quinto episódio consecutivo de Cold Case começou ela descobriu que estava começando a ficar sonolenta e já passavam das onze da noite. Ela começou então a se perguntar se ele realmente viria naquela noite. Talvez ele tivesse encontrado dentro de si a razão e percebido que tudo aquilo era extremamente errado. Ou talvez ele só estivesse atrasado.
Ela desligou a TV e foi para a cozinha beber qualquer coisa que tivesse o teor alcoólico alto o suficiente para que ela não se importasse. Afinal, ela não devia se importar, ele não era ninguém... Ou pelo menos não deveria ser.
A geladeira ainda ligada estava vazia, com exceção de uma garrafa de cerveja perdida. Ela pegou a garrafa já aberta e assim que levou a boca até o gargalo ouviu a porta se abrindo. Ela voltou apressada para a sala e encontrou parado com duas sacolas na mão, sorrindo.
- Boa noite . Perdoe-me pelo atraso... – ele disse colocando as sacolas no sofá.
- Tudo bem. Você está aqui... É só o que importa. – ela o abraçou com força e sentiu aquele cheiro inete que só ele tinha.
- E eu trouxe cerveja, comida chinesa e um filme. – ele disse ainda abraçado com ela, dando um selinho nos doces lábios dela e sorrindo.
- Eu amo comida chinesa...
- Eu sei.
- Às vezes eu me esqueço completamente de que você é um fã... – ela disse rindo e se sentando no sofá.
Os dois se sentaram no chão da sala e colocaram o DVD de Piratas do Caribe para rodar. Ela se aninhou no peito quente dele enquanto os dois comiam e bebiam cerveja.
E mais uma vez, ela parou para pensar sobre como tudo aquilo a incomodava. Ela sabia que não queria desistir daquilo – parecia ser tão real. Era isso que provavelmente a aproximava cada vez mais de , com ele tudo era mais real, mais natural. Ela se sentia apenas como uma pessoa normal, sem fama, sem Crossword... Apenas a . Ele fazia a vida parecer mais real para ela. E é como dizem, todos nós precisamos de alguém que possa ser real para nós.
E não só parecia, era real.
olhou para o lado e percebeu que o olhar de estava perdido em algum lugar longe da TV. Ele parecia absorto em pensamentos e uma vontade súbita de poder decifrar os pensamentos dele a dominou. Algo parecia errado.
- No que você está pensando?
- Coisas.
- Você sempre está pensando em coisas... – ela riu.
- Você realmente o ama, não é? – ele suspirou e ela desviou o olhar, sabendo do que se tratava.
- Sim, eu o amo.
- Se o ama, por que está fazendo isso com ele?
- É... Complicado. – ela concluiu.
- Sempre é complicado quando se trata de você ... Complicado demais.
- O que quer dizer com isso? – ela disse se levantando enquanto ele continuava parado.
- Que talvez isso esteja ficando complicado e errado demais.
- Sempre foi errado, e você nunca ligou! Por que agora? – ela se sentou no sofá e olhou para o lado da porta, sentindo a raiva começando a tomar conta dela.
- Por que eu percebi que eu estava errado. – ele se levantou e sentou ao lado dela, olhando para o chão – Quando começamos a ficar, eu falei para mim mesmo “Eu não ligo se ela está apenas me usando, foda-se, é fucking !”. Mas eu estava errado. Quer saber? Eu me importo sim, e muito.
- Eu não estou te usando.
- Sim, você está. Por quanto tempo você acha que pode sustentar essa mentira ? Em pouco tempo você vai morar com seu noivo e logo vai se casar. Por Deus , SE CASAR! Você não pode fazer isso com o ... Ele ama você. É errado.
- Não parecia ser errado quando estávamos...
- CHEGA! – ele a interrompeu com raiva – , nós não podemos, ok? Como eu disse, eu pensei que não me importava, mais eu me importo! Por que antes, eu te amava como fã. Eu te amava desesperadamente, como um fã ama seu ídolo. Mas agora, não é só mais isso... Eu amo você como pessoa, como mulher. Como alguém que faz parte da minha vida e que eu não quero perder... Mas também não posso continuar com uma mentira assim. Que droga, eu me importo com sua vida!
- Aonde você quer chegar com isso? Quer que eu largue meu noivo pra ficar com você? Por que isso está longe de acontecer.
- Não, por Deus! Eu só quero que você se decida e acima de tudo, seja feliz.
- Eu não tenho opções...
- Sim, você tem. – ela olhou pela primeira vez durante a discussão para ele e suspirou.
- O que você espera que eu diga? Que eu te amo e não quero te perder? Que eu vou lagar tudo pra ficar com você? Por que eu não vou, eu não posso. Eu amo o , eu o amo mais que tudo. E com você... É desejo, paixão, . É algo bom que eu gosto de sentir, que eu não gostaria de perder. Mas eu não posso desistir de tudo o que eu construí nesses anos só por causa de uma paixão, .
- Já ouvi o suficiente. – ele disse se levantando e indo em direção à porta. – Eu vim aqui pra por um ponto final nisso que temos... Nem sei se posso chamar isso de relação, então. Por isso me atrasei, por que não sabia o que eu queria fazer. Acabei de descobrir uma horrível verdade, afinal de contas... Fazer a coisa certa dói mais do que eu imaginava.
- Eu sinto muito. – sussurrou com lágrimas nos olhos.
- Eu também. – ele olhou nos olhos dela por uma última vez e saiu do apartamento sem olhar para trás.
Ela não pode contar quanto tempo após ele sair de lá ela demorou a começar a chorar.
estava terrivelmente certo. Ela não podia estar com ele ao mesmo tempo em que estava com , era muito errado. Ela amava , certo? E com era só paixão. Era só aquele sentimento bom e pronto. Não era como se ela estivesse disposta a desistir de por ele... Ou de sei noivado, sua nova casa, sua nova vida.
Ela pegou a garrafa que estava do seu lado e a atirou com força na parede, descontando toda a sua raiva e tristeza. As lágrimas ainda rolavam pelo seu rosto e soluços lhe escapavam pelos lábios.
Um relacionamento com um fã só a atrapalharia mais ainda sua vida que já era confusa. Ela não estava pronta para aquilo... Mas também não estava pronta para perdê-lo. Naquele pouco tempo, desenvolveu um sentimento muito forte por . Mas ele tinha acabado de deixa-la, apesar de ter feito a coisa certa.
E ela não conseguia parar de pensar em como devia ter doído nele ter dispensado o amor da sua vida apenas por que era a coisa cera. Como ele mesmo disse, passou anos de sua vida sonhando com como seria tê-la, e agora que tinha, a razão tinha sido mais forte. O que nos leva a concluir que não existe dor maior que a verdade.
enxugou as lágrimas e saiu do apartamento com pressa, batendo apressadamente na porta de seu vizinho, Scott. A única pessoa lerda o suficiente para não perceber aquele relacionamento escondido bem debaixo de seu nariz. Ele abriu a porta, sonolento, e se assustou quando viu o estado deplorável em que a amiga estava.
- ? O que aconteceu? – ele perguntou enquanto ela entrava e fechava a porta.
- Ele foi embora. – ela disse séria.
- Quem foi embora? ?
- Não seu idiota, o ! Meu foi embora!
- Quem é ? Do que você está falando? Por acaso está bêbada? – ele disse preocupado, amparando-a e a sentando no sofá.
- É claro que eu não estou bêbada Scott! – ela disse soluçando – Lembra-se daquela After Party em que você me mandou cair na “gandaia”? – ele assentiu – Eu conheci o lá... . Era apenas um fã, e a gente acabou fincado naquela noite. Depois, se passou um tempo sem que eu ouvisse falar dele, mas depois acabamos nos encontrando, e depois, e depois... E agora está tudo completamente fodido!
- Peraí, deixa eu ver se eu entendi... Você tem traído o há meses com um fã chamado ? – Scott perguntou confuso.
- Exatamente isso! E agora o apareceu lá em casa falando sobre como isso era errado e no quanto ele estava mal por não poder ficar comigo de verdade... E eu não fiz nada! Eu não o impedi de ir embora.
- , ele é só um caso, é só um fã. Não há nada que você pudesse ter feito! Não é como se você o amasse...
- MAS QUE PORRA, EU O AMO! É por isso que eu não me envolvo com fãs, é por isso que eu não me envolvo com ninguém a não ser o ! Por que eu me apaixono fácil, por que eu me encontro nas pessoas... Por que eu me encontrei no . Eu o amo... E eu o deixei ir embora! Eu nunca deveria ter ficado com um fã, agora está tudo extremamente fodido, EU NÃO SEI O QUE FAZER MAS QUE PORRA! – ela soluçou ainda mais alto e Scott a abraçou.
- Eu nunca ia imaginar...
- É claro que não ia, ninguém ia. , a CrossBaby, a garota que coloca juízo na cabeça do resto do Crossword, namorada devota de ... Quem ia imaginar que ela o traia? Quem ia imaginar que ela se apaixonaria por outro cara?
- Mas você... Não ama o ?
- Sim, eu o amo! Mais que tudo... Esse é o problema. Eu amo os dois e só agora consigo ver isso. Mas se eu tivesse que escolher, eu não mudaria minha decisão. Meu lugar é com o , sempre foi.
- Se fosse, você não estaria assim.
- Estou assim por que descobri que a verdade dói. Por que fazer a coisa certa acaba com você... Eu não mudaria minha decisão, mas eu me sinto tão culpada por ter deixado o ir daquele jeito... Eu provavelmente nunca mais vou vê-lo...
- Como seu amigo e colega de banda o melhor conselho que eu posso te dar é que você limpe o seu rosto, arrume suas coisas e pegue o avião conosco amanhã. Deixe que o tempo cure as feridas e apague suas lembranças... Por que você tomou a decisão certa. Só precisa de tempo para aceita-la.
- Você está certo. Certo... – ela fechou os olhos e apoiou a cabeça no ombro dele – Posso dormir aqui?
- É claro. Você já é de casa .
- Obrigada... Por tudo.
E por mais que doesse, foi aquilo que ela fez. Pegou o avião sem olhar para trás e deixou que o tempo apagasse todos os seus sentimentos por . O tempo acabou passando mais rápido do que ela pensou, e levou com ele toda a dor e lembranças daquele fã.
Capítulo 4
Londres, 14 de Setembro de 2014.
- Oh meu Deus, você está tão linda! – Claire disse abraçando com força – Parabéns ... Você merece toda a felicidade do mundo. A proposito, bela festa.
- Obrigada! Espero que aproveite a festa.
- Oh, com certeza eu vou... – ela disse olhando para um canto onde vários homens conversam distraidamente. – Nos vemos depois baby.
sentiu o do apertar sua cintura mais forte e se virou para ele, beijando-o levemente e sorrindo. Três anos depois da maior e mais divertida turnê da história do Crossword, e finalmente decidiram se casar. Em uma cerimonia não tão simples os dois finalmente fizeram seus votos de amor eterno.
Agora, estavam tentando aproveitar sua festa de casamento, que já estava pela metade provavelmente. Já passavam das uma da manhã e os dois estavam sentados em uma mesa afastada, recebendo os cumprimentos das pessoas que não conseguiram chegar até os dois na igreja e aproveitando o momento entre si.
- Você está linda, Sra. . Já disse isso hoje? – disse mordendo carinhosamente a bochecha dela.
- Pelo menos umas mil vezes... – ela riu – Mas é sempre bom ouvir.
- Apesar de seu vestido ser lindo, mal posso esperar pra tirá-lo e...
- Hey, hmm, queremos dar os parabéns. – os dois se viraram ao ouvir um pigarreio e logo após uma voz desconhecida.
- Ah sim, desculpe-nos. Estávamos distraídos.
Os dois se levantaram e foram abraçados pelo casal que os chamou. observava os dois com atenção. Algo lhe era familiar, só ainda não havia descoberto o que.
- Parabéns, vocês formam um casal lindo. E , você ficou ótimo nesse terno. – a garota ruiva sorriu e abriu um sorriso.
- Stella! Não acredito que é você mesmo. – ele disse abraçando ela de novo – Quanto tempo!
- Cinco anos, pra ser mais exata.
- Como você mudou! É tão bom te rever... – olhava os dois, curiosa, até que percebeu e riu – , essa é Stella, minha antiga vizinha. Stella, você deve conhecer minha esposa .
- Claro. É um prazer conhece-la pessoalmente . – sorriu de volta para ela e notou a expressão incômoda do homem que acompanhava Stella quando pronunciou a palavra “esposa”. – Ah, , esse é meu noivo. – ela segurou a mão do rapaz e ele sorriu – e , esse é o .
sentiu um vazio indescritível dominá-la ao finalmente entender que aquele homem que desde a primeira vista pareceu familiar para ela era . Tentou não mostrar que se lembrava – ou que sequer se importava -, mas era difícil. O tempo havia apagado muita coisa, mas certos sentimentos nunca morrem. Tem certas lembranças, certas verdade que o tempo não leva jamais.
- É um prazer conhece-los. – disse sorrindo. – Vamos Stella? Preciso ir ao banheiro e fumar.
- Claro amor. A gente se vê por aí , prazer em conhecê-la . – ela acenou gentilmente e os dois saíram do mesmo jeito que apareceram: Silenciosos.
permanecer em silencio, apenas pensando. Nunca pensou que um dia fosse revê-lo, ou que o veria fingir que ela era uma total desconhecida para ele. Noivo... Ele estava noivo da antiga vizinha de seu do. Coincidência? Ou apenas o destino querendo lhe pregar uma lição?
Ela se lembrou da última vez em que falou com ele. Lembrou-se de terem brigado e das tantas coisas não ditas que ele tinha o direito para ouvir. Mas agora era tarde demais.
Não que ela se se arrependesse de sua decisão.
- Vou ao banheiro. Espera-me perto do bufê? – ele assentiu e se despediu com um selinho enquanto ela caminhava em direção à parte de cima de salão de festas.
Mas ao invés de ir ao banheiro, ela saiu do salão e entrou num pequeno jardim no fundo, para fumantes. A única pessoa presente no local podia ser vista de longe, sentado em um banco com um cigarro na mão.
Talvez não fosse tarde demais.
- ? Posso me sentar? – ele assentiu sem olhá-la e ela se sentou. – Há quanto tempo.
- É. Faz tempo. – ele estendeu o cigarro para ela e ela o pegou, dando uma tragada e devolvendo-o.
- O que andou fazendo em todo esse tempo?
- Você sabe... Vivendo. – ele deu de ombros – Trabalhando, estudando, namorando, ouvindo Crossword.
- Você ainda nos ouve?
- Não tenho motivos para deixar de ser fã. Ainda passo uma parte considerável do meu dia lendo notícias e vendo fotos.
- É... Legal saber que você está bem. – ela disse se suspirando e levantando, desistindo de tentar conversar com ele.
- É bom saber que você também está... Você sabe, feliz. – ele olhou para ela pela primeira vez naquela conversa e sorriu, fazendo-a se sentar de novo. – Poxa, três anos. É um bom tempo...
- É. As coisas estão diferentes agora... A Stella é legal.
- É, ela é. Mas ainda sim, não é “A” mulher.
- Por que não seria? Ela parece te fazer feliz. O que há de errado com ela?
- Não. Ela não é você. – ele disse apagando o cigarro no banco e jogando-o no chão.
- Sinto muito pelas coisas que eu disse naquela noite. Não fui gentil.
- Tudo bem. Você tinha razão.
- No fundo... Eu sempre me lembrei de você. Sempre algo me lembrava de você.
- Idem.
- Senti sua falta... – ela disse sorrindo.
- Eu também senti a sua. – ele sorriu e beijou carinhosamente o rosto dela, que se levantou.
- Sabe de uma coisa ? Posso ter me esquecido de te dizer antes, mas sempre te amei. Desde o primeiro dia. – ela sorriu novamente e ele sorriu de volta, observando-a se afastar de volta para a festa.
Nunca é tarde demais quando se trata de amor.
I want things I’ll never have
(Eu quero coisas que nunca terei)
She was there, just looking at me
(Ela estava lá, olhando para mim)
I’ll never forget her smile
(Eu jamais esquecerei seu sorriso)
So far away, but so close
(Tão longe, mas tão perto)
Every single night I dreamed with that girl
(Todas as noites eu sonhei com aquela garota)
I couldn’t take her out of my mind
(Eu não conseguia tirá-la da minha cabeça)
Some years has gone now
(E alguns anos se foram agora)
And every single night, I still dream with her
(E toda noite eu ainda sonho com ela)
I ask myself if she remember me
(Eu pergunto a mim mesmo se ela se lembra de mim)
Cause I’ll remember her always
(Por que eu vou lembrar-me dela para sempre)
FIM
Hello sweeties! Estou aqui, toda insegura mandando essa fanfic. A razão? EU ESTOU INAUGURANDO AS FANFICS DE AVENGED SEVENFOLD AQUI!
Bom, eu espero que tenham gostado e que comentem.
xoxo