That Feeling When
Escrita por Geo | Revisada por Natashia Kitamura
Um novo amor é algo doloroso, principalmente quando se está em um momento que amar seria a última das opções. Eu me chamo , e venho aqui relatar uma experiência que não considero algo bom, na verdade, eu nunca pensei que aconteceria comigo, mas como assim? Primeiro, não pensem que estou me referindo a se apaixonar por alguém, não mesmo, isso acontece bastante, mas a questão aqui é outra, aconteceu e eu nem sei como, até porque eu estava muito bem sem estar apaixonada por alguém, e olhe que isso é fantástico, não estar apaixonada, no caso. Eu acho que ninguém está entendo nada, podem acreditar, eu também não entendi até hoje, mas ao decorrer desse texto vocês vão entender a coisa toda.
Vamos lá, primeiro que eu não acreditava em paixão à primeira vista, sempre achei algo muito sem sentido, até eu me apaixonar. Eu sei que vocês podem pensar que é exagero dizer que já estou apaixonada, mas é porque eu estou mesmo, não é coisa de momento, e dá para sentir isso, eu não queria, sério mesmo, principalmente porque eu nem conheço ele e nem ele me conhece, nunca nos falamos e só nos vimos uma vez, que foi no grande encontrão que aconteceu no sábado na loja de roupas da Joana; era um evento e como eu trabalho com a Joana, tive que aparecer por lá.
O nome dele é , pelo menos isso eu sei, não conversamos ou fomos apresentados, eu apenas fiquei olhando a Joana falar com ele e apenas isso, ele nem sequer teve a decência de me cumprimentar, eu queria não estar colocando tudo isso nesse papel, mas é uma forma de desabar. Eu não tenho uma pessoa em quem tenha plena confiança para contar isso, e sei que desse papel não vai sair, só se eu resolver publicar ou sei lá, mandar para alguém, ou guardar e ler para meus netos, quem sabe isso não seja uma relíquia no futuro, onde meus netos irão conhecer a história da vovó e do vovô deles? Acho que eu sonho muito.
Deixe eu parar de enrolar e vamos voltar para história: nesse dia do evento na loja eu cheguei em casa e corri para as redes sociais, para ver se eu encontrava o dito e cujo, né? Mas nada, nada mesmo. O menino não tem Facebook, muito menos Instagram, pelo menos eu não encontrei. Fui nos amigos da Joana, nos provavelmente conhecidos em comum, mas não tinha nada, nem sinal do menino, e isso me deixou tão mal, chorei, como chorei! E olhe que eu não choro por garotos, não facilmente. Eu lembro como se fosse hoje, eu me deitei na minha cama e coloquei uma playlist no Spotify que só Jesus na causa, uma playlist bem fundo do poço e, como ironia do destino, começou a tocar uma música, e não era uma qualquer, parecia que ela tinha sido escrita para mim. A música já começava falando que o amor era algo doloroso, fatal, e eu não podia discordar disso, minha cabeça estava a mil.
Eu não sabia o que estava fazendo, nem porquê aquela música estava me descrevendo; estava meio que querendo me envolver e ao mesmo tempo só queria abolir esse tal sentimento de dentro do meu peito, era algo tão sem sentido para mim, algo que no momento estava feliz sem sentir.
Eu nunca tive um namorado, e não nego que pedia a Deus direto pra ele abrir o caminho para eu encontrar alguém, até queria desenvolver algum crush por alguém do trabalho, só para ter mais vontade de ir trabalhar todo dia. Não me julguem, mas chega um momento em que você só está farto de tudo e não aguenta mais nada; pena que eu não nasci rica e preciso muito de um emprego para pagar minhas contas, fora isso, jamais iria trabalhar; enfim, voltando, eu realmente não estava esperando por isso, não vou negar que assim que acordei e lembrei desse encontro, eu logo pensei em arranjar um carinha por lá e tudo mais, só que não foi bem assim, né? O estrago foi feito de outra forma. Agora eu estou aqui, igual uma lesada, escrevendo em um papel um tipo de desabafo, enquanto esse menino tá em algum lugar do mundo sem nem saber quem sou eu, porque já fazem três dias que esse encontro aconteceu e ele provavelmente nem lembra que viu a minha cara naquele dia.
Acho que o que me dói mais é isso, eu esperava que ele também tivesse me notado, por mais que ele nem tivesse falado comigo, mas pelo menos ele me olhou, eu poderia ter chamado sua atenção, e esperava mesmo chegar em casa e encontrar uma solicitação de amizade ou até mesmo uma mensagem da Joana falando que o amigo dela tinha pedido meu número, isso, logo depois um 'oi' de algum número desconhecido que seria exatamente ele, mas não aconteceu, até hoje não aconteceu, por isso estou assim, parecendo que levei um soco bem no centro do meu peito.
(...)
No segundo dia eu acordei meio estranha. Estranha porque eu não estava sabendo lidar com todos aqueles sentimentos que surgiram do nada. Minha mente não parava de trabalhar em pensamentos que envolviam sempre o , e mais uma vez eu me peguei feito louca procurando por algum vestígio dele nas redes sociais. Mas nada. Coragem de perguntar para alguém, eu não tenho, então só me resta sofrer e virar mais uma noite triste, sem entender por que diabos eu cheguei a esse ponto.
No terceiro só foi diferente porque eu parei de chorar à noite, mas em compensação, passei a manhã e a tarde toda ouvindo aquela maldita música e me lamentando por estar pensando nele. Já tinha decorado toda a letra e tagarelava ela para todo lado. Eu estava literalmente obcecada e prestes a surtar com tudo isso, mas foi no quarto dia que minha ficha caiu. Eu acordei para a vida e me vi em uma situação tão estúpida, me deixei levar por uma coisa sem pé, nem cabeça; apenas me deixei levar, fantasiei coisas que jamais iriam existir, até porque o menino nem faz conta de mim. Foi triste cair na real, mas também foi preciso. Eu apenas levantei da cama, fui tomar meu café e, por incrível que pareça, no quarto dia eu não pensei tanto assim nele, já estava ficando difícil conseguir lembrar do seu rosto e foi aí que percebi outra coisa: como esquecemos de um rosto assim, tão fácil? Hoje eu posso dizer que não lembro mais dos seus traços, mas eu adoraria lembrar, quero revê-lo. Eu sei que essa história é meio sem lógica alguma, mas foi apenas um relato do meu platônico amor por um garoto desconhecido, um relato que provavelmente uma pessoa no mundo vai se identificar; acho que não sou a única a passar por isso, e espero não ser a última! Não que eu esteja desejando que alguém sofra por aí por causa de um desconhecido ou desconhecida, eu só estou insinuando, porque certeza eu nunca tenho, que esse fato não é relativamente só meu, deve existir algumas por ai, completamente apaixonadas por algum , e eu espero que, assim como eu, elas pensem em escrever um relato desses, pelo menos para eu não me sentir sozinha.
Se algum dia você estiver lendo isso, em algum blog de auto ajuda, porque eu penso em criar, e for uma perdida sem saber o que fazer, procurando como encontrar o boy que só viu um dia em alguma padaria, ônibus e até mesmo na fila da lotérica, se junte a todas outras Margots e vamos encontrar mais Margots por aí, se não podemos ter o crush da vida, pelo menos vamos nos encontrar para conversarmos sobre nossas desilusões.
#maisamorespara
Obs: , se estiver lendo isso e ainda não for meu esposo, por favor, entre em contato, até hoje espero ansiosamente pelo seu "Oi" no WhatsApp.
I feel it, I'm feelin'
That feeling, that feeling when
Ooh, ooh, when
Ooh, ooh
I feel it now, I need it
That feeling, that feeling when
Ooh, ooh, when
Ooh, ooh