Tell Me Where You Are
Escrito por Mellancia | Revisado por Flavinha
Tell me where you are
And I'll find you
Tell me what it takes to see this through
Tell me what it takes to get to you
And I'll be there waiting
Waiting for you to come home
Waiting the words were gone
Waiting for you to answer
When I ask you to tell me where you are
tirou os olhos das cordas do violão, colocando os em mim. Seus olhos quando encontravam com os meus, faziam com que eu perdesse o raciocínio momentaneamente. O melhor era que eu gostava disso; Perder-me em suas íris e sentir sensações novas todas as vezes que isso acontecia.
Não há como negar que eu estava apaixonada por , não há duvidas disso. Só que eu sou muito boa em esconder meus sentimentos. Eu torcia para que no fundo, bem no fundo, soubesse que eu o amava, porque talvez nunca fosse capaz de dizê-lo em voz alta, com todas as letras. Já era difícil assumir para mim mesma, quanto mais para outras pessoas.
dedilhou mais algumas nota, quebrando a nossa troca de olhares. Colocou o violão de lado, assim que terminou de tocar, entrelaçando os próprios dedos e os pés começaram a batucar freneticamente. Ele estava nervoso e queria dizer alguma coisa. Era só questão de minutos para que ele falasse e acabasse logo com aquilo.
De repente as palavras que ele havia cantarolado para mim, faziam todo sentido. Ele escrevera essa música única e exclusivamente para mim e ninguém mais. Para ficar mais óbvio que isso, ele precisaria colocar meu nome na música.
"Waiting for you to answer when I ask you to tell me where you are."
Flashes de momentos aleatórios começaram a invadir meus pensamentos e eu comecei a sentir-me culpada.
- Eu não sei o que faço para segura-la mais. - dizia visivelmente desesperado ao . - É a terceira vez que eu durmo com essa semana e é a terceira vez que eu acordo sem ela na cama.
brincava com uma das baquetas, sentado num dos enormes sofás preto da sala onde estavam. estava esparramado pelo sofá, enquanto andava de um lugar para o outro. estava distraído com o celular e fones de ouvido; de acordo com ele, proteção ao surto momentâneo do amigo. estava no computador numa mesa mais afastada dos sofás e ficava entrando e saindo da sala a todo o momento. já havia brigado com ele, inclusive.
falava especialmente para , que aparentemente não fazia nada, só brincava com as baquetas. Mas não estava prestando atenção a uma palavra sequer que falara, prestava mais atenção na música que estava ouvindo no computador, do que no amigo irritado em sua frente.
bufou alto, indo em direção ao baterista. Arrancou de suas mãos as baquetas e jogou em qualquer direção, uma delas acertou o pé de que acabara de entrar na sala e a outra acertou um dos sofás.
arregalou os olhos para o guitarrista e o restante da sala ficou em profundo silêncio. Todos encarando pela atitude que acabara de tomar.
- Foi mal cara, é que... - tentou se desculpar, passando as mãos pela cabeça.
- Tranquilo. - arrumou-se confortavelmente no sofá e analisou as expressões de . - Só acho que quanto mais você pressionar a , mais ela fugirá de você. - Disse pensativo.
observou o amigo que possuía uma feição de "eu sei do que estou falando, acredite em mim" e assentiu saindo da sala onde estavam.
que não estava muito distante da sala e pode ouvir tudo pelo tom de voz de , sentiu a consciência pesar. Ela estava deixando maluco, e sabia muito bem disso.
*~*~*~*
Acordei com leves barulhos e uma leve luz invadindo meus olhos, rodei na cama olhando para o relógio no criado mudo, vendo que marcava 03:35 da manhã. Voltei meu corpo à posição inicial, podendo ver a silhueta perfeitamente desenhada de , enquanto a mesma colocava a calça jeans com certa dificuldade.
O quarto estava iluminado por causa da luz do banheiro, a luz do mesmo estava encostada deixando apenas uma pequena fresta que deixava pouca luminosidade adentrar o quarto. Acho que fez isso pelo fato de não querer me acordar durante a noite.
bufava, reclamava baixo e bufava frustrada por não encontrar o outro sapato, o outro estava em sua mão e ela procurava por todos os cantos iluminados do chão. Ela estava completamente vestida, só faltava essa peça para que pudesse ir embora como sempre, sem nem ao menos se despedir.
Dessa vez seu plano falhara e eu estava acordado. Eu só não sabia o que fazer e como ela poderia reagir a minha atitude. Fiquei em duvida entre continuar dormindo ou levantar, falar alguma coisa. Mas e se não aparecesse mais? O que eu faria agora que estava completamente envolvido com nós dois, por mais que ela não estivesse.
Eu queria falar, perguntar o porque dela partir antes que eu estivesse acordado. Queria saber o porque dela sumir sempre e ninguém nunca saber onde ela está. Eu só queria saber, nada mais.
- Por quê? - Ouvi minha voz.
Eu nem havia pensando sobre o que falar ou pensar e antes de tudo, eu já havia perguntado em voz alta.
Ela parou de procurar pelo chão e olhou em minha direção. Uma de suas mãos estava na cintura e a outra jogava a franja para trás. Um sorriso crescia em seus lábios, depois das feições de choque terem passado e ergueu uma sobrancelha.
Mordi o lábio e sentei na cama observando suas feições e reações. Eu estava com medo do que ela pudesse fazer, mas queria uma resposta para minha pergunta.
- Achei que nunca fosse perguntar. - Ela virou-se de costas pegando a jaqueta de couro na cômoda.
Analisava seu rosto e cabelo no espelho que estava em cima da cômoda. Parecia distraída e distante, mais do que normalmente era.
- Não vai responder? - Indaguei pelo silêncio que se fizera no quarto.
- Não há uma resposta específica. - Respondeu virando o corpo em minha direção. - Eu simplesmente saio antes que acordem.
- E desaparece durante o dia. - Sentia a revolta crescendo dentro de mim.
- Exatamente! - dirigiu seu olhar ao meu e lá permaneceu por um tempo.
Ela olhava-me de uma forma engraçada. Seus olhos pareciam não querer desgrudar dos meus e ela pareceu perder-se em pensamentos.
Balançou a cabeça, recobrando os sentidos que pareciam ter-se perdido em algum lugar e dirigiu-se a porta do quarto, sem dizer mais nada à mim.
*~*~*~*
Desci do táxi decidida do que eu faria essa noite.
Eu estava mais cansada do que nunca pela viagem, mas eu faria o que achava melhor. Pelo menos, nos últimos dias parecia a escolha certa a ser feita.
Eu já não pensava mais por mim mesma e não conseguia tomar minhas atitudes sem pensar em segundos. No caso, . Eu estava tão acostumada a viver minha vida só por mim e para mim, que era realmente estranho pensar o que os outros poderiam achar de mim.
O pior, que não era qualquer outros. Era uma única pessoa. Eu continuava a não ligar para que os outros pensassem, mas o que pensava já era outra história. Eu queria que ele pensasse bem de mim, e sabia que isso era quase impossível depois de tudo que eu fiz, mas mesmo assim, ele estava comigo. Quer dizer, mesmo assim ele queria me ter.
Talvez deixá-lo saber um pouco sobre mim. O mínimo que seja, fosse a coisa certa. Eu não queria contar, mas aqui estava eu, parando em frente ao bar onde eu sabia que ele estaria. Onde nós nos conhecemos. Onde ele me esperava sempre que queria me ver.
Eu havia sumido por mais de quinze dias depois da conversa que tivemos. Quinze longos dias.
Eu realmente não esperava ver ali. Ainda mais depois do que eu havia feito. Sumir era uma tática muito usada por mime e sabia, mas eu nunca sumira por tanto tempo assim.
Eu sempre soube pelos atos apaixonados dele que ele poderia me esperar independente do tempo que se passasse, ainda mais quando ele me disse isso. Mas não imaginava que seria realmente verdadeiro. Normalmente as pessoas dizem que o farão, mas nunca cumprem a promessa.
Mas lá estava ele. Com uma calça jeans escura, tênis largo nos pés, camiseta em V branca e uma jaqueta de couro marrom por cima.
Seus amigos estavam lá, também. Sentados numa das mesas afastadas e dois estavam com ele na entrada. Os dois fumavam e conversavam animadamente, enquanto simplesmente olhava para os lados com as mãos no bolso da calça.
Parei alguns metros em sua frente, distante dele e dos amigos. Só era possível ouvir as risadas. Seus olhos encontraram com os meus e ele não pareceu surpreso pela visita inesperada. Olhei-o significavelmente, chamando com os olhos para que pudéssemos conversar. Ele pareceu entender o recado e entrou no bar.
Achei que todo o discurso que eu havia ensaiado por mais de três horas de viagem tivesse ido por água abaixo. Quando eu estava prestes a sair da entrada do bar, avisto vindo. Ele acenou para alguém atrás dele e pude ver que ele estava com o case do violão nas costas.
veio ao meu encontro com os olhos demonstrando várias coisas, mas seus atos eram frios e calculados. Eu não poderia esperar nada mais que isso dele. Não depois desses longos seis meses.
Seu perfume amadeirado adentrava às minhas narinas e eu sentia uma vontade enorme de aproximação; Eu queria tocá-lo, beijá-lo e sair dali o mais rápido possível. Mas pelo olhar determinado que lançou em minha direção, assim que percebeu os olhares, eu soube que não haveria charme no mundo capaz de tirá-lo do bar para levá-lo para cama.
Ele queria explicações e isso eu não estava disposta a dar. Não mesmo.
Peguei em sua mão e atravessei a rua com ele. Do outro lado do bar, descendo um pouco havia uma torre de eletricidade, e um bom lugar para conversar á sós.
Sentei-me numa pedra de concreto, embaixo de um dos pés da torre, chamando-o para sentar ao meu lado com um aceno de mão. Ele sentou-se rapidamente e cada um ficou preso em seu próprio mundo de pensamentos e divagações.
Nenhuma palavra fora dita. Nem um simples ?oi?. E eu não fazia idéia por onde começar.
- Toca uma música. - Disse para quebrar o silêncio depois de um tempo.
Sorri vitoriosa por achar algo que nós dois achávamos agradável, sem que fossem necessárias muitas palavras.
abriu o case e tirou o violão delicadamente de dentro. Começou a dedilhar uma simples combinação e notas, nada demais. Parou subitamente olhando em minha direção, sorriu de lado e voltou a tocar.
*~*~*~*
Quando começou a cantar, eu simplesmente me perdi em seus olhos. Sua voz e a melodia calma fizeram com que eu me desligasse do mundo e percebesse o quanto estava envolvida em toda essa história.
Fechei meus olhos em alguma parte da música, só ouvindo a voz de . Antes que ele pudesse chegar na última parte, abri meus olhos vendo-o completamente concentrado no que tocava.
Tell me where you are
And I'll find you
Tell me what it takes to see this through
Tell me what it takes to get to you
And I'll be there waiting
Waiting for you to come home
Waiting the words were gone
Waiting for you to answer
When I ask you to tell me where you are
tirou os olhos das cordas do violão, colocando os em mim. Seus olhos quando encontravam com os meus, faziam com que eu perdesse o raciocínio momentaneamente. O melhor era que eu gostava disso; Perder-me em suas íris e sentir sensações novas todas as vezes que isso acontecia.
Não há como negar que eu estava apaixonada por , não há duvidas disso. Só que eu sou muito boa em esconder meus sentimentos. Eu torcia para que no fundo, bem no fundo, soubesse que eu o amava, porque talvez nunca fosse capaz de dizê-lo em voz alta, com todas as letras. Já era difícil assumir para mim mesma, quanto mais para outras pessoas.
dedilhou mais algumas nota, quebrando a nossa troca de olhares. Colocou o violão de lado, assim que terminou de tocar, entrelaçando os próprios dedos e os pés começaram a batucar freneticamente. Ele estava nervoso e queria dizer alguma coisa. Era só questão de minutos para que ele falasse e acabasse logo com aquilo.
De repente as palavras que ele havia cantarolado para mim, faziam todo sentido. Ele escrevera essa música única e exclusivamente para mim e ninguém mais. Para ficar mais óbvio que isso, ele precisaria colocar meu nome na música.
"Waiting for you to answer when I ask you to tell me where you are."
Foi quando eu percebi o mau que eu estava fazendo para ele. E a decisão que eu havia tomado, agora parecia mais certa que nunca.
- Antes que você diga algo. - Cortei-o assim que o vi abrir a boca. - Quero dizer porque eu vim aqui hoje.
Ele pareceu surpreso e engoliu em seco.
Talvez pela determinação em minha voz, ou porque parecia ser algo realmente sério.
- Eu vim para fazer algo que você andou cobrando de mim. - Disse olhando minhas mãos, sorrindo sem ânimo. - Eu vim me despedir.
ficou mudo e estático. Não sabia o que dizer ou fazer. Suspirei e levantei lentamente.
- Me leva até a estação? - Perguntei com uma falsa animação, estendendo minha mão para que ele pegasse.
Levantou meio em duvida se estava fazendo a coisa certa e segurou minha mão fortemente.
- Com prazer. - Sorriu forçado.
FIM
Música, tradução, história da banda, twitter da banda.
E aí o que acharam? Eu ia escrever um monte, tive um monte de ideas. MAS, eu tive uma linda semana de provas ferradas e perdi minha criatividade totalmente, sério; Eu não conseguia escrever uma linha sequer. Daí eu ouvi essa música e fiquei pensando um monte e saiu essa coisa.
Comente, ok. *-*