Te Amo

Escrito por Isabelle de Castro | Revisado por Mariana

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  Não acreditava que o pior tinha acontecido, eu amava tanto aquele homem, que no final ele se foi. Os nossos planos para nosso futuro juntos, se foram por agua abaixo. Pessoas a minha volta, vestidas com suas roupas em tons escuros, me olhavam com um olhar de pena, coisa que eu não queria, alguns se aproximavam e soltavam um “sinto muito”, coisa que não iria fazer meu amado voltar à vida.
  O corpo fraco de minha sogra estava ao meu lado, gostava muito dela, era gentil comigo e queria netos, que agora não poderia a dar.
  Estava sentada em uma cadeira, próxima ao caixão de meu (ex) marido, criando coragem de me levantar para ficar próxima ao seu corpo, agora morto e prestes a se tornar cinzas. Sim, o corpo seria cremado. Antes de morrer, ele falava que quando morresse queria que seus órgãos fossem doados, e que fosse cremado, não entendia, mas isso ocorreu, os órgãos foram doados ao hospital próximo de nossa casa e depois de alguns minutos seu corpo se tornaria cinzas.
  Quando me levantei e fui me juntar as pessoas que estavam ao redor do caixão, vi que muitos me olhavam, eles sabiam o quanto eu era apaixonada por aquele homem que estava morto. Seu corpo forte que era moreno, agora fraco e pálido, os olhos verdes que eu tanto amava, agora eu não poderia ver nunca mais. As lágrimas iam caindo de pouco em pouco se aglomerando em meu rosto, eu não queria que isto tivesse acontecido, mas a vida me enganou.
  Depois de alguns minutos ou horas, o corpo foi levado, e foi ai que as lágrimas foram se acumulando em meus olhos e logo apostando uma corrida para o chão. Não estava pronta para aquilo, queria algum tempo a mais com o homem com que passei a melhor parte de minha vida, não queria aquilo. Nosso amigo, que estava próximo de mim no momento em que o corpo era dirigido para fora do saguão em que estávamos, me forçou a voltar para a cadeira que antes eu estava sentada, ele sussurrava palavras de encorajamento para que eu ficasse calma, mas nada adiantava. Não estava esperneando, nem algo parecido, mas o interior de meu corpo se revirava que parecia que a qualquer momento parecia que eu iria desmaiar.
  Sentada, consegui ver pela ultima vez o caixão virando em direção ao local aonde seria cremado, e as palavras que saltaram de minha boca me surpreenderam.
  “Eu te amo, e nunca deixarei de te amar, nos vemos logo.”



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