Take My Heart

Escrito por Isadora Mariano | Revisado por Jaqueline Rocha

Tamanho da fonte: |


Capítulo 1

  Saíram correndo pela rua, nem ligavam se o sinal de pedestre estava verde ou vermelho, estavam atrasadas para a entrevista de emprego.
  - Corre, já é a terceira vez que estamos atrasadas para alguma entrevista, sua lesma. - disse para a , que havia parado para respirar.
  - Ai, tá legal. - voltou a correr e, sem querer, esbarrou em um homem.
  - Qual seu probl... - ele não terminou a frase, ao se distrair com ela.
  - Desculpe-me, estou atrasada para uma entrevista de emprego. - ela disse, encantada com o sorriso do moço.
  - Ah sim, tudo bem, foi minha culpa também. - ele ajudou a pegar suas coisas do chão e sorriu. - , e você?
  - , mas pode me chamar de . - ela retribuiu o sorriso.
  - TÁ LEGAL DONA , VAMOS LOGO. - estava impaciente.
  - Eu, ahn, eu posso te ver de novo? Sei que parece estranho mas... - ele foi interrompido.
  - Claro, me espere exatamente aqui, assim que a entrevista acabar eu venho. - ela disse correndo em direção à amiga.

  Durante todas as perguntas que fizeram a elas, não conseguia pensar em nada além de . Em seus olhos penetrantes, seu sorriso perfeito, em sua voz. Ficava olhando fixamente para o chão, e nem prestava atenção em suas respostas.
  - Sua retardada, a mulher viu que você nem estava prestando atenção e achou que eu seria assim também. Não conseguimos, parabéns. - disse irônica, dando-lhe um empurrão amigável.
  - Ai foi mal, mas não deu pra evitar. Você viu aquele cara que eu esbarrei na rua? Ele é muito perfeito! - ela riu.
  - É verdade, eu não resistiria... A propósito, olhe lá quem está te esperando. - apontou para do outro lado da rua. - Vou ali "comprar um cachorro quente".
  - Tudo bem. - riu. - Vê se não chega do nada, ele pode estar falando algo importante, se é que você me entende. - ela completou indo falar com ele.
  Conversa vai, conversa vem. Ficaram horas falando, até voltara para casa sozinha. Descobriram muito um do outro. Os dois tinham muitas coisas em comum e não sabia, mas também estava encantado com seu sorriso e seu olhar.
  - Preciso ir, tenho que ensaiar com a minha banda. - ele disse sem querer ir embora, mas precisava.
  - Você tem uma banda? Qual o nome? - sorriu e seus olhos brilharam, ela sempre achou músicos irresistíveis.
  - Hot Chelle Rae. Eu e mais três amigos. - ele disse sem graça.
  - Que legal! Quero conhecê-los e ouvir vocês um dia!
  - Claro, é só marcar. - ele respondeu animado.
  - Que tal sábado?
  - Sábado tinha marcado de ir no boliche com os caras, mas posso cancelar e... - ele fora interrompido novamente.
  - Nada disso. Posso chamar minhas amigas e vamos todos no boliche! O que acha? - disse, com um sorriso tímido.
  - Perfeito. Te encontro sábado então. Pode anotar seu número no meu celular? - disse entregando o aparelho para , que anotou sem hesitar.

Capítulo 2

  A primeira coisa que fez ao chegar em casa foi correr para seu quarto e ligar para . Subiu as escadas ignorando o jantar na mesa.
  - Não vai acreditar! - ela disse animada.
  - O gato te chamou pra sair, né? - riu com a amiga.
  - Não só isso, ele tem uma banda! E você, a e a vão sair com a gente sábado pra jogar boliche. - continuava animada, como não estar afinal.
  - YES! Tomara que sejam todos tão gatos quanto ele. - disse, nunca escondeu seu lado mais safado.
  - Devem ser. - riu da amiga doida. - Agora vou ligar pras meninas. Beijos!
  E ficou ali, conversando horas e horas com as amigas. Depois foi se arrumar para dormir, mas quem disse que ela conseguiu? Passou a noite pensando em . Não se deu ao trabalho de procurar alguma música deles, já que algum dia iria ouvi-los ao vivo, em um showzinho particular.

  O tempo passou bem devagar. Eles haviam se conhecido numa terça e ela esperava ansiosa pelo sábado. Mas todo dia ligava, nem que fosse apenas para desejar boa noite. Isso dificultava ainda mais a espera, já que não resistia a homens românticos.
  Acordou no sábado mais feliz do que nunca e ligou para as amigas irem se arrumar em sua casa. Assim que chegaram, ficaram horas experimentando roupas, dançando e cantando loucamente.
  - Olha, já vou avisando, se alguém se interessar no mesmo cara que eu vai rolar briga. - disse rindo.
  - Relaxem, tem pra todas. - riu.
  - Verdade. Mas o já é dá viu, suas pervertidas? - jogou almofadas em e .
  - Pode deixar, vou me controlar dessa vez. - gargalhou.
  Sempre foram muito amigas, desde que se conheceram seis anos atrás no ensino fundamental. Irem num encontro quádruplo, coisa que nunca aconteceu, parecia demais, ainda mais pelo fato de ser com músicos.
  Ficaram ali se maquiando e arrumando o cabelo, até que o celular de começou a tocar.
  - Calem a boca, É ELE. - ela se preparou para atender. - Alô? - disse calma, como se nem estivesse lembrando-se do encontro.
  - Oi , já estão todas prontas? Eu e os meninos vamos passar ai daqui a pouco. - a voz dele era tão irresistível no telefone quanto ao vivo.
  - Ah sim, já estamos praticamente prontas. - olhou pras meninas que estavam ainda de pijama, fazendo cachos no cabelo de . - Corram suas retardadas. - ela tampou o celular e disse baixinho.
  - Então até daqui a pouco. - desligou.
  As meninas começaram a rir e foram correndo colocar as roupas que tinham escolhido. Estavam lindas, mesmo sem parecerem muito arrumadas. Desesperaram-se quando a campainha tocou e quase caíram descendo as escadas correndo.
  - Oi! - disse quando abriu a porta, arrumando o cabelo.
  - Oi , você está linda! Aliás, todas estão. - foi legal como sempre.
  - Deixe-me apresentá-las. Essa é , essa e aquela é a . - apontou para cada uma.
  - Muito prazer em conhecer vocês, sou o .
  - Já sabemos, a não parava de falar de voc... - dizia, quando foi interrompida por , querendo mudar de assunto.
  - E então, onde estão os meninos? - disse sem graça, pelo que a amiga tinha soltado.
  - Ah é. Os meninos estão no carro, vou lá chama-loas. - virou-se e as meninas não pararam de comentar sobre sua "bunda bonita".
  Assim que os meninos foram se aproximando, cada uma já viu o que mais tinham gostado.
  - Aquele é meu, nem vem. - sussurrou , apontando para o do meio.
  - Meninas, esse é o , esse o e aquele o . - apresentou-os.
  - Uhm, então ele chama . - sussurrou de novo, de volta com seu jeito safado.
  - Gostei do . - comentava com enquanto iam para o carro.
  - O é muito fofo! - completava.
  Cada uma sentou perto do que estavam interessadas. Foram conversando e se conhecendo no caminho. Quando chegaram ao boliche, escolheram a pista e decidiam que seriam meninos contra meninas.

Capítulo 3

  - Essa vai ser moleza. - riu.
  - Ha ha, até parece. Sou ótima em boliche, ok? - disse com seu olhar ameaçador.
  - Mas não se esqueça que sou péssima. - riu com vergonha.
  - Eu posso te ensinar se quiser. - sussurrou em seu ouvido, fazendo-a corar.
  E a partida começou. foi o primeiro e fez strike. em seguida, com em volta de seus braços ajudando-a, fez strike também.
  - Espera um segundo. - interrompeu. - O grupo que perder faz o quê?
  - Pula pelado no lago. - disse, deu para perceber que ele era o mais brincalhão.
  - Não seu doido. - deu um tapinha em seu ombro. - O que acham de pagar a conta quem perder?
  - Por mim tudo bem. - disse e todos concordaram.
  Continuaram jogando e rindo. Pelo que parecia era péssimo, assim como , eles riam um do outro. e quase nem prestavam atenção, estavam mais entretidos em sua conversa, assim como e . e comiam pizza enquanto desafiavam um ao outro de quem pegava a bola mais pesada. E assim foi passando a noite, nunca haviam se divertido tanto.
  - Empate? O quê? - disse sem acreditar, quando o jogo acabou.
  - Parece que vamos ter que repartir a conta. - piscou pra , ela sabia que ele perdera de propósito, para as meninas não pagarem sozinhas.
  Quando pagaram a conta e iam embora, e já estavam aos beijos e ninguém quis atrapalhar, é claro.
  - Vamos ter que esperar os dois pombinhos. - disse para rindo, mas sendo interrompida com um beijo do rapaz.
  - Ok, está começando a ficar bem estranho. - riu, enquanto e se afastavam do grupo, certamente para se agarrarem também.
  - Estamos só nós dois. - deu um sorriso tímido que fazia tremer as pernas.
  - É... - ela corou novamente.
   foi se aproximando e em momento algum parou de dizer em como a noite tinha sido ótima, e como ele adorava o sorriso dela. Agora ele estava tão perto, que podia sentir sua respiração e a batida acelerada do seu coração. Os dois fecharam os olhos e seus lábios se tocaram. Os braços de envolveram a cintura da moça e não perdeu tempo, fazia carinho nos cabelos brilhosos do rapaz. Eles nunca tinham sentido nada igual, nada parecido. O jeito como seus lábios se encaixavam perfeitamente, era como se fossem feitos um para o outro. E ficaram ali por um bom tempo, apenas trocando carinhos. Até que se afastaram e perceberam que os outros casais estavam todos olhando.
  - Menina, o que foi isso? - sussurrou para , puxando-a para entrar no carro.
  - Como assim? Foi só um beijo. - ela respondeu, mas sabia que não era um simples beijo.
  - Até parece, juro que vi fogos de artifícios saindo de vocês. - disse fazendo todas rirem.
  Os meninos as deixaram em casa, elas iam dormir com essa noite. Cada um se despediu com um beijo e elas entraram e subiram para o quarto, sonhando com o encontro perfeito.
  - Te devo uma. - disse rindo para .
  - Uma? Te devo todas. - gargalhou.
  - Gente, acho que estou apaixonada. - deu uma volta abraçada à almofada de coração, como se estivesse dançando.
  - Nem me falem. Eles são tão perfeitos, né? - completou.
  - O é tão maravilhoso, ele é tão cheiroso. O beijo dele é tão macio e... - sonhou alto, sendo interrompida.
  - Pode ir parando! Não precisamos dos detalhes. - disse e todas concordaram rindo.
  E ficaram ali, conversando até cansarem. Foram dormir mais do que felizes, e já querendo vê-los de novo.

Capítulo 4

  No dia seguinte acordou uma mensagem de , queriam se encontrar novamente. As meninas toparam sem nem pensar duas vezes.
  - Pra onde vamos? - perguntou.
  - Não sei, ele disse que é surpresa. - falou pensativa.
  - Como vou escolher a roupa se não sei nem pra onde vamos? - falou como se fosse o fim do mundo.
  Se arrumaram e os garotos já estavam lá embaixo, esperando-as. Desceram correndo novamente e ajeitaram a aparência antes de abrirem a porta. Cumprimentaram os meninos e foram para o carro.
  - Não vão mesmo falar para onde vamos? - perguntou.
  - Eu vou levar a para o cinema. - disse.
  - ? - gargalhou. - Eu e a vamos naquele festival de parque de diversões que está tendo aqui na cidade.
  - , olha quem fala. - riu do , retrucando.
  - Vamos parar de bobeira? Damos apelidos esquisitos sim e ponto. Vou deixar a escolher pra onde vamos. - disse, logo em seguida foi falar com ela sobre onde gostaria de ir.
  - E eu? Aonde vai me levar? - perguntou para .
  - Surpresa. - ele sorriu.
  - Isso não é justo! - fez bico.
  - Você vai gostar, tenho certeza. - ele pegou sua mão e ficaram assim o resto do caminho.
  Ao chegar no lugar que havia escolhido, ele tapou os olhos de e foi guiando-a até o local.
  - Pode abrir. - ele disse destampando os olhos dela.
  - U-A-U - foi tudo que ela disse, de queixo caído. - Que lugar incrível. - completou encantada, admirando o cenário. - Onde estamos?
  - Fora da cidade, mas não é muito longe. Eu vinha aqui com meu pai quando era criança, antes dele falecer. E venho desde então quando fico triste, assim me sinto melhor e passo um tempo comigo mesmo.
  - Mas por que me trouxe aqui se é um lugar para você passar um tempo sozinho?
  - Não quero mais ficar sozinho, desde que conheci você. - sorriu, dando um beijo carinhoso em . - Trouxe algumas coisas para fazermos um piquenique.
  Eles arrumaram tudo e se sentaram no pano xadrez que colocaram na grama. Ficaram horas conversando e descobrindo mais e mais um sobre o outro, adoravam fazer isso. O lugar era lindo, com grama verdinha e um lago muito bonito, várias árvores e passarinhos cantando. O céu estava bem azul, com apenas algumas nuvens, que eles ficaram brincando de adivinhar o desenho que formavam. Era praticamente deserto, estavam a sós.
  - Sei que pode parecer cedo mas você é muito especial pra mim. - disse sério, olhando nos olhos de .
  - Para de se desculpar por ser cedo demais. Nem tudo precisa de muito tempo. - sorriu e sujou o nariz de com chantilly que pegou da torta perto dela.
  - Aaaah, venha cá, . - ela levantou e saiu correndo e ele foi atrás.
  Ficaram rindo e correndo, como duas crianças. Até que ele a alcançou e a beijou, sujando seu nariz também. Não pararam, ficaram assim por horas, e não queriam parar tão cedo, mas já estava escurecendo.
  - Temos que ir. - disse afastando o beijo com selinhos, e riu de todo sujo de chantilly.
  - Tudo bem, vamos arrumar as coisas e ir embora pegar os pombinhos. - ele riu de volta, também estava toda suja.

Capítulo 5

  Foram se passando dias, semanas e até meses. Estavam todos felizes. Sempre faziam programas divertidos juntos e iam a lugares novos. Amavam-se como nunca tinham amado outro alguém.
  As meninas estavam novamente na casa de , vendo um filme e comendo pipoca. Era a tarde das garotas.
  - Ai gente, estou tão feliz. Minha vida é melhor do que esse romance do filme que estamos vendo. - disse e todas riram.
  - Verdade. , já agradeceu o por apresentar os meninos pra gente? - perguntou, ainda rindo.
  - Pode deixar. - sorriu. - Agora que me lembrei. Até hoje não tocaram pra gente. Temos que cobrar!
  - É mesmo! Estão nos enrolando, liga pro agora. - disse rindo da situação.
  Quando pegou seu celular, tinham 14 chamadas perdidas de , ela ficou preocupada e ligou para ele.
  - Oi, aconteceu alguma coisa? Meu celular estava no silencioso. - ela disse quando ele atendeu.
  - Eu e os meninos vamos ter que viajar de novo para fazer mais shows, dessa vez vai demorar um mês. - ele disse um pouco triste.
  - Para onde vão? Estão saindo hoje?
  - Uma turnê pelo país. Íamos sair semana que vem, mas nosso empresário disse que teve um imprevisto, então temos que ir hoje. Sinto muito não poder me despedir. Quando voltar vamos sair juntos ok?
  - Não se preocupe! Divirta-se, eu te amo.
  - Eu te amo, não se esqueça que você é minha vida. - ele desligou e ela se encantou com o que acabara de ouvir, nunca tinha falado algo tão bonito e ela sabia que era real, sentia o mesmo.
  - E ai, o que foi? - perguntou curiosa, quando desligou o celular.
  - Eles vão sair em turnê.
  - O nem me avisou aquele pilanta, cafajeste... Ah, avisou sim, tem uma mensagem dele, hehe. - disse, checando seu celular.
  - Vou sentir muitas saudades. Quanto tempo vão demorar? - perguntou para .
  - Um mês. - ela respondeu um pouco melancólica.
  - Vai ser um longo mês. - Todas disseram.

  O tempo passou, elas já não aguentavam mais de saudades, assim como eles. Nada mais era divertido. Até que chegou o dia de voltarem, estavam todas muito ansiosas.
  - Ai não acredito, eles voltam hoje, eles voltam hoje! - disse no celular com , enquanto pulava na cama.
  - Desce daí sua doida. - falou pra amiga. - Vou ligar pra agora.
  - Deixa que eu ligo. - disse discando o número da amiga. - Uhm, que estranho, só dá ocupado. Vamos ligar mais tarde.
  As meninas ficaram curiosas sobre com quem ela poderia estar falando. Enquanto isso estava em sua casa tomando café da manhã, e o telefone tocou.
  - Alô? - ela atendeu. - Senhora ?
  - Oi . - ela disse, com uma voz cansada. - Aconteceu uma coisa terrível, você não vai acreditar... - a mãe de disse, logo em seguida contou o que acontecera.
  - O QUÊ? - não podia acreditar.

Capítulo 6

  - COMO ASSIM? QUANDO FOI ISSO? ELES ESTÃO BEM? - A menina chorava como nunca havia antes.
  - Foi ainda hoje, quando estavam voltando da turnê. O ônibus da banda capotou, ninguém sabe o porquê ainda. Eles estão no hospital, e já acordaram, ainda dorme, os três sofreram ferimentos leves. que não está muito bem, ainda está inconsciente, ficou preso na ferragem do veículo.
  - Em que hospital estão? Vou agora, preciso ve-lo. - soluçava, mal conseguia falar.
  - Vou passar aí para te dar uma carona querida.
  Nunca nada assim havia acontecido. estava desesperada, as amigas ligavam mas ela não atendia. Andava de um lado pro outro sem rumo, a espera pela carona da Senhora parecia infinita.
  A campainha tocou e ela foi correndo. Durante todo o caminha não ouvia-se nenhuma palavra, apenas os suspiros de . Ao chegarem no hospital, pediu desesperadamente para ver .
  - Eu PRECISO vê-lo, por favor. - implorou para a enfermeira.
  - Tudo bem, mas venha sozinha. - ela apontou para a porta no fim do corredor e foi logo atrás da . - Ele já está consciente, mas tonto e ainda precisa da ajuda dos tubos para respirar.
  Ela entrou na sala, com a visão embaçada pelas lágrimas. Aproximou-se da cama, sentou na cadeira que ali tinha, segurou a mão de e ficou observando-o por um bom tempo, até o sentir apertando sua mão.
  - , , você me entende? - ela disse, ainda chorava. Ele fez que sim com a cabeça, com um pouco de dificuldade. - Não force, você tem que melhorar. Eu estou aqui ok? Para tudo. Eu te amo, não consigo viver sem você.
  - Moça, peço que se retire, ele precisa descansar.
  - Ele vai ficar bem, né? - chorava cada vez mais.
  - Olha, estamos fazendo o possível, mas não há garantia. Ele está fraco, perdeu muito sangue.
  - Posso apenas ter um minuto a sós com ele?
  - Claro, mas seja rápida. - a mulher saiu fechando a porta.
   se aproximou de novamente. Sussurrou uma frase em seu ouvido, deu-lhe um beijo da testa e saiu.
  Ela voltou para casa de táxi. As meninas estavam na porta muito preocupadas, não estavam entendendo direito o que acontecera. Viram a amiga naquele estado e a abraçaram. Ficaram juntas, dando palavras de conforto umas para as outras, dizendo que tudo ficaria bem, e esperando ansiosamente para que todos saíssem do hospital.

Capítulo 7

  Passaram-se algumas semanas, estava acordando e já se sentia bem melhor. A única pessoa que ele queria ver era .
  - Filho, você está bem? - A mãe dele se levantou e foi ao encontro da cama, assim que viu que ele abrira os olhos.
  - Estou melhor. Cadê a ? Preciso falar com ela. - ele disse procurando em volta.
  - É melhor você ler isso. - ela falou, entregando-lhe uma carta, que parecia ser de .
  "Olá meu amor,
  Fico feliz que esteja bem. Não fique triste com minha decisão, mas achei que era o melhor a fazer, o único jeito de ficarmos juntos. Algum dia nos veremos de novo, não se preocupe, disso eu tenho certeza. Apenas meus pais sabem o que aconteceu e você logo saberá também, eu prometo. Não comente com as meninas, caso elas perguntem, apenas diga que eu fui embora. A essa hora já devo estar longe, mas continuo perto e sempre estarei contigo. Tudo que eu já te disse foi a mais pura verdade. Eu te amo demais, não se esqueça. Peço de novo, não fique triste. Se você ficar, eu fico também.
  Do fundo do meu coração,
  ."

  Ele não entendia mais nada. Tudo o que fazia era chorar. Para onde ela tinha ido? Por que se mudar para longe? Essas eram perguntas que não saiam de sua mente. Ele tentava todo dia entender, perguntava para os pais de , mas tudo que eles diziam era que um dia iam se ver de novo, e para ele não se preocupar, ela estava mais do que bem.
  Passaram-se vários meses, agora ele já sabia a verdade, a Senhora o contara. Tudo fazia sentido, releu a carta e agora entendia cada palavra. A primeira coisa que fez quando soube o que aconteceu, foi escrever uma música para sua amada.
  A música virou um sucesso, tocava em todas as rádios. Mas ninguém sabia ao certo porque se emocionava tanto ao cantar aquele trecho tão bonito e especial "You can take my heart if yours won't beat, we are forever unstoppable". Toda vez que ele tentava explicar, se desabava em lágrimas. Nem mesmo seus fãs entendiam o que se escondia por trás daquela bela música.
  Aquela foi a última frase que o disse, quando sussurrou algo em seu ouvido, aquele dia no hospital. Era por isso que ele se emocionava. Apenas ele sabia que ela não podia ouvir a música, mas sabia que ela podia sentir, afinal, o coração que agora batia dentro dele e o mantia vivo, era na verdade o de .

FIM



Comentários da autora