Style
Escrito por Fabiane Ramos | Revisado por Mariana
Olhei para o meu relógio de pulso e marcava exatamente meia-noite e quando olhei pra rua através de minha janela, vi sua Range Rover estacionar algumas casas da minha com os faróis apagados. Me apressei para pegar minha bolsa e dei mais uma olhadela no espelho aprovando meu look. Uma calça preta cós-alto com detalhes de flores brancas acinzentadas, um top cropped preto com zíper frontal e uma jaqueta também preta de couro vegetal cobrindo meus braços, e meus lábios carnudos estavam pintados de vermelho matte, peguei minha bolsa com uma mão e a outra segurei meus sapatos de salto. Abri a porta de meu quarto com cuidado para não acordar meus pais e, com o mesmo cuidado, abri e fechei a porta da frente e corri para a Range Rover preta estacionada do outro lado da rua, em frente à casa de meu primo Tom, que olhava pela janela na hora em que eu abria a porta do carro e me mandou um "tchauzinho" com a mão direita e eu retribui o aceno antes de bater a porta do carro e esse catar pneus na rua ganhando velocidade.
- Isto é uma loucura. - Murmurei comigo mesma enquanto esfregava minhas mãos uma na outra na esperança que elas esquentassem.
- O que é loucura? - Sua rouca voz se fez ouvir confusa enquanto prestava a atenção na estrada.
- Isso, nós. Já se passou um tempo desde que ouvi falar de você. - Eu expirei, frustrada, gesticulando com minhas mãos apontando pra ele. - Droga! Pode ligar o aquecedor dessa banheira? - Eu estava tão irritada com ele que esqueci do frio glacial de Londres. Logo percebi que essa seria uma viagem longa e que poderia terminar em chamas ou no paraíso, ele então subiu em um atalho que daria para o mirante da cidade e quando chegou no topo, desligou o carro e logo desceu do mesmo e abriu a porta pra mim. Franzi a testa estranhando todo aquele cavalheirismo que nunca fora do feitio dele.
- Eu estou tentando ser legal para que nossa noite não mude. - Ele disse sorrindo de lado enquanto me cobria com seu corpo quente e entrelaçava nossas mãos. Me lembro de quando eu o vi pela primeira vez, aquele olhar dos sonhos do James Dean, aquele cabelo comprido, penteado para trás e a camiseta branca, adoeci de amor por aquele garoto e não sosseguei até conseguir chegar perto e ter algum contato com ele, nem que fosse para perguntar as horas. Eu já sabia que ele era o maior canalha de Londres, mas eu fui fraca e fui tomada por uma loucura sem tamanho, foi quando terminamos pela primeira vez, eu estava bêbada de ciúmes ao vê-lo dançar com uma outra garota na minha frente, mas eu deveria saber que naquela época, ele ainda não sentia e até hoje não sente nada por mim, ele apenas me procura quando sua lista de conquista começa a esvaziar e quem sobra pra ele iludir com aqueles olhos verdes? Sim, eu. - Bem, eu queria começar a nossa noite te pedindo desculpas por desaparecer deixando você sem notícias. Está começando a complicar. - Ele disse enquanto tirava uma mecha de meu cabelo que colou em meus lábios. - Tenho inveja do seu cabelo agora, grudado em sua boca. - Minhas bochechas esquentaram e ele colocou suas mãos sobre minhas bochechas rindo e aproximou seu rosto do meu. Fazia quase um mês que eu ansiava por seus lábios tocando os meus e quando estávamos perto de realizarmos nossa necessidade, meu telefone começou a berrar querendo a minha atenção. Suspirando de frustração, peguei meu celular do bolso e vi que minha amiga me ligava, recusei a ligação e mandei uma mensagem dizendo que eu estava ocupada e desliguei o telefone.
- O que você tem feito sem mim por aqui? - Ele esqueceu do beijo e me puxou pra baixo fazendo eu me sentar no chão a sua frente, enquanto ele me rodeava com seus braços sentando atrás de mim.
- Tudo. - Disse despreocupada. - Durante esses dias que eu fiquei sem ver você, coloquei minha vida nos eixos. - Ele me apertou em seus braços e sussurrou um "engraçadinha" em meu ouvido fazendo-me arrepiar naquela região. - Ouvi dizer que você está por aí com outra garota... - Deixei a frase solta e ouvi seu suspiro.
- O que você ouviu é verdade, mas eu não posso parar de pensar em você e eu. - Eu me virei ficando de frente para ele e aquele olhar de James Dean.
- Eu tenho me sentindo assim um monte de vezes. - Eu sussurrei aproximando meu rosto do seu.
Seus lábios se repuxaram em um sorriso e suas mãos saíram de minha cintura se aventurando até nas laterais de meu busto e me puxou para mais perto dele e encostou sua testa na minha e me abraçou beijando o meu pescoço, fazendo uma trilha até minha orelha e mordeu o nódulo dela, passou a trilha para a minha bochecha até parar perto da minha boca.
- Você não sabe o quanto eu esperei por isso. - Ele disse antes pressionar seus lábios nos meus e minha boca automaticamente se abriu liberando a passagem de sua língua.
Fomos interrompidos dessa vez pelo telefone dele, ele pegou o telefone e não viu quem estava na linha e atendeu no terceiro toque. "Amor" escutei uma voz feminina falar assim que ele atendeu e como eu estava muito perto dele escutei. Ele me soltou e se levantou passando a mão livre em seu cabelo o bagunçando, sinal claro de nervosismo.
- Emy, eu já disse para você não me ligar, mais tarde eu te retorno, estou ocupado. - Ele desligou e me fitou chateado.
- Me leve pra casa. - Eu disse com a voz falha, eu deveria saber.
- ... - Eu levantei minha mão impedindo ele de continuar.
- Só me leve pra casa. - Eu deixei uma lágrima solitária cair, mas a enxuguei rapidamente e me levantei do chão. - Só me leve pra casa. - Repeti entrando no carro e esperando ele fazer o mesmo. Ele não consegue pôr seus olhos selvagens na estrada, ele cravou seus olhos em mim talvez pensando quando eu iria abri o berreiro, mas esse tempo em que ele ficou fora, eu aprendi que se não deve chorar por homem nenhum.
- Me perdoe? Por favor, ... - Ele disse assim que chegamos em minha casa. - Eu não posso conviver com você tendo ódio de mim. - Ele disse e não pude segurar o riso.
- Eu deveria apenas te dizer para ir embora, porque eu sei exatamente onde isso vai parar, mas eu fico vendo nós darmos voltas e voltas todas as vezes. Isso é cansativo, mas nunca sai de moda. - Eu dei um sorriso de lado e ele gargalhou tirando seu casaco, o meu preferido.
- O que você tem que me deixa tão louco assim? - Ele perguntou se aproximando novamente.
- Eu tenho os clássicos lábios vermelhos que você gosta. - Eu soltei dando de ombros.
- Não foi só isso... - Ele ameaçou a fazer cocegas e de antecipação, já estava gargalhando igual uma jacú.
- Calma, você não deixou eu terminar de falar. - Eu controlei a risada e tomei folego. - E eu tenho aquela fé de boa garota e uma saia pequena e apertada. - Eu disse fazendo bico.
- E porque você não a usou mesmo? - Ele perguntou enquanto apertava minha coxa.
- Styles! - Bati em sua mão que riu a tirando de cima de minha perna. - Olha o frio que está fazendo. - Eu grunhi irritada com ele.
- Não tinha importância, eu te esquentaria, como estou fazendo agora. - Ele disse me colocando em seu colo e enchendo de beijos o meu busto.
- Harry, pare. - Eu o empurrei e sai de seu colo.
- O quê? Estamos terminando de novo? - E quando terminamos, voltamos todas às vezes.
- Sim, você está com outra e eu estou com outro também. - Menti é claro. Ele não precisa saber que minha vida é feita apenas por esperar ele.
- Semana que vem estamos de bem de novo. - Ele disse e eu sorri.
- Porque nós nunca saímos de moda. - Dissemos juntos e rimos.