
STRAY SOULS
Escrito por Lysse | Revisado por Mariana
PRÓLOGO
Memória.
Substantivo feminino.
Aquilo que ocorre ao espírito como resultado de experiências já vividas; lembranças, reminiscência.
Soren.
Noruega, 1987.
Você ver coisas que os outros não veem e coisas que não deveria ver”, aquela frase soava na voz de uma desconhecida por toda a sua vida em uma língua que jamais tinha ouvido em toda a sua existência. Enquanto aquele som jamais desaparecia de sua mente mesmo quando vivia em uma terra tão gelada quanto a Noruega.
Soren sempre pensou que aquelas palavras estranhas eram apenas estranhas, aquele dialeto era fruto de sua imaginação, mas desde sempre achou que faltava alguma coisa em sua vida, um pedaço de si. Soren sempre se imaginou correndo em campos abertos, onde cheiros que jamais sentiam eram seus favoritos, onde canções antigas eram suas favoritas.
Todo esse tempo, Soren pensou que era porque sentia falta do colo de sua mãe que partiu cedo e que apenas ouvia os sons que ninguém mais ouvia. O mais novo de seis irmãos, tinha as lembranças de sua primeira vida preenchendo as lacunas da sua mente, dos seus gostos estranhos, do choro no meio da madrugada. Estava cercado por tragédias enquanto queria esquecer cada uma daquelas lembranças que se infiltravam em sua nova vida, ao mesmo tempo em que aquela parede desaparecia.
Aquela sensação de vazio desaparecia de repente, ao passo que aquelas lacunas se preenchiam com suas dores do passado, dos sentimentos subjugados de suas vidas anteriores quando ainda acreditou no amor, no ódio, e ao qual, Soren se afogou em suas próprias angústias por pouco tempo.
Durante muito tempo, ele achou que faltava algo em sua vida.
Existia ali uma sensação de vazio que se intensificou ao longo dos anos. Ele vivia em uma bolha dentro de um mar de lembranças que afogavam seus pensamentos -, lembranças nubladas, de vidas passadas que ele deveria esquecer.
Soren se recordou a primeira vez que viu sangue, aos 9 anos de idade, enquanto o machado estava sobre a cabeça do animal morto que seu pai caçou para almoçar num domingo de um verão distante numa velha vila da Noruega.
Seus olhos azuis fixaram no animal, à medida que outra lembrança se sobrepôs em sua mente: sentiu a arma atravessar o corpo de um homem de feições asiáticas com uma espada jian¹, os gritos de desespero que escapavam de sua boca, do medo, da dor causada pelas pessoas que mais amava, das sensações mesquinhas.
Soren vomitou quando se lembrou da perda do bebê, das palavras secas daquele homem, no momento em que a espada o atravessou. Ele se recordou de tempos em que tinha medo. Se lembrou da sua identidade.
Em sua última vida, uma garota nascida num tenro verão, sendo amada por seus pais e irmãos, mas morreu nos braços do homem de olhos negros como o breu.
Aos 37 anos, Soren teve muitos arrependimentos, encarou as folhas rabiscadas com o contorno de rosto que ele não conseguia se lembrar, das palavras que sua mente queria apagar, enquanto aqueles olhos fixos em sua imagem que ele não se lembrava.
Como poderia sentir falta de alguém daquela maneira? Como poderia sentir falta do toque dele sem nem saber sobre sua aparência? Como poderia desejar sentir a risada contra seu pescoço? Como poderia amar uma alma como a dele?
Soren sentia falta, enquanto morreu de saudade daquele que jamais se lembrou.
Tempo atual
Swan acordou daquele sonho repentinamente. Era um aviso do seu passado.
Soren viveu com seus arrependimentos mesquinhos, ao mesmo tempo que desejou algo que jamais poderia ter. As lágrimas caindo por sua face, todos aqueles sentimentos ínfimos de perda, o choro que prendeu dentro de si durante todos os anos que se sucederam desde que lembrou como Soren sofreu de coração partido assim como ela estava naquele momento.
Ela foi Soren. E Soren se tornou ela.
Encarou o céu nublado que era tão raro em Phoenix em seu clima quente ao mesmo tempo em que desejou mais tempo de silêncio. Dentre os irmãos, ela era mais sensível enquanto sentia a nuvem negra de Renné pela casa com saudade de Phil que consumia lentamente sua sanidade mental.
O som da porta, enquanto Cassius encarou ela, assim como Isabella que a segurou quando percebeu aquela tristeza que transbordava por seus olhos, aquela dor esquecida pelo tempo, e que desejou enterrar dentro de sua alma, mas que os Deuses castigavam a pensar em seu único desejo de ver ele assim como saudade de Renné para com Phil.
Sua alma imortal queria ver ele de novo, sentir o seu rosto contra o dela, da risada cínica dele em contato com sua pele, enquanto o sol do Texas a tocava. A última vez que o viu, entretanto, ela não conseguia se lembrar do nome dele, suas lembranças eram vagas e ela apenas pensou que estava enlouquecendo por ele.
Ela sentia falta demais dele.
— Bella?
— O que foi?
— Vamos para Forks.
Amava Renné, mas sua tristeza a mataria em algum momento, assim como a saudade crescente por Phil.
Bella ouviu a respiração pesada de que deitava sua cabeça sobre os ombros de Isabella.
— Ok. Nós iremos, .
Forks seria sua paz, pelos menos foi o que ela pensou.
I - Over and over again¹.
Reencarnação.
Substantivo feminino.
Crença de que, após a morte, a alma de um ser humano retorna a vida em outro corpo.
Dinastia Hsia¹, extremo oriente da antiga Capital Yang -, 1600 a.c.
“Os nomes são os feitiços mais curtos do mundo²”.
A espada parou sobre o chão coberta de sangue, os corpos dos inimigos estavam caídos sobre o portão da Capital Yan. Wei Zihan¹ sentiu ódio por suas veias ao pensar na morte em vão de Zhao Yin¹ e Tang Xin¹.
Ele arrastava a sua carne machucada e a flecha sobre suas costas incomodava enquanto mancava pelas ruas desertas da cidade.
Conseguia sentir tudo. O cheiro de carnificina que chegava aos seus pulmões, o sabor da morte na ponta da sua língua, no qual, ele morreria naquela vida miserável de soldado das forças de Hsia.
A sua terceira morte seria ali, enquanto cuspiu o sangue que se acumulava em seus pulmões, ao mesmo tempo em que pensava nas palavras de Wei Zixuan¹: “Estados se levantam e caem como a maré, irmão²”.
Hsia estava se desgraçando assim como os estados menores. Era impossível não perceber companheiros banhados em seu próprio sangue.
Sentindo o peso de seu corpo, ele pensava nas palavras de Wei Hien¹ antes de ir para guerra quando lhe entregou a espada: “Temos que fazer algo, não é? Eu só queria que tivéssemos paz, irmão mais velho”. Wei Zihan queria dizer que eles deveriam esquecer toda aquela bobagem de sua missão pela eternidade.
Quando se sentou numa mesa, o som das palavras dos amigos de armas, enquanto a maldição como Bulgasal era uma sina pelo restante de sua vida, mas “Bulgasais³ são crianças nascidas do ódio, irmão”, no qual, suas almas eram condenadas a renascer pela eternidade, e viver um ciclo infinito de violência, no qual, seus sentimentos mais profundos deveriam ser enterrados dentro de seus corações que deveriam absorver todo o mal.
Bulgasais tinham deveres para pagar sua dívida de sangue com sua alma sofrendo pela eternidade. Todos eles tinham receios de suas vidas e um deles é o medo do renascimento e das mesquinharias da vida, entre os quais a guerra estava em seu sangue como seres condenados na alma em seu nascimento por palavras professadas de ódio e ressentimento por aqueles que deveriam amar e proteger tais almas.
Eles eram crianças que não tinham culpa, sua missão de vida era manter o equilíbrio entre aqueles que viviam na sombra e tais criaturas condenadas a viverem uma vida após a outra com suas almas sendo açoitadas pelas criaturas das sombras, entre os nascido do sangue do primeiro vampiro, dos animais amaldiçoados que tomavam a forma de homens durante os dias normais, entre os quais, eram invejados por aqueles presos numa prisão como ser um Bulgasal.
Aqueles que devoravam as almas dos homens de bom coração, que amavam a corrupção, enquanto o vinho descia por suas bocas, e observavam a grande dinastia Hsia cair no esquecimento das mentes pequenas dos homens.
O vinho desceu em seu amargo, a sensação se espalhou pelo seu corpo ao passo que os corpos caiam um a um após mais uma guerra da qual ele teve sentimentos roubados por ser um Bulgasal.
Por isso, Wu Bai¹ desejava o fim daquele mundo. Wei Zihan se lembrou do amigo de armas e, assim como ele, um Bulgasal condenado a viver aquela vida miserável, ao mesmo tempo em que aos 40 anos de idade.
O ferimento, enquanto apenas escreveu no chão o símbolo do infinito como uma mensagem para seus irmãos.
“Eu vejo vocês no início”.
¹Dinastia Hsia, também conhecida como Dinastia Xia, é uma das primeiras dinastias descrita na história tradicional chinesa. Reinou século XXI a.C até século XVI a.C [a.C - antes de Cristo].
¹Wei Zihan - Swan, Wei Zixuan - Cassius Swan, Wei Hein - Isabella Swan, Wu Bai - Frederick Yale, Tang Xi - Bree Tanner, Zhao Yin - Diego Santorini.
²Retirado do filme The Yin Yang Master: Dream of Eternity (2020).
²Retirado de The Witcher.
³Retirado de Bulgasal: Immortal Souls (2022)
Phoenix,
Tempo atual.
“Eu te encontrarei no início”.
Aquele pensamento, aquelas lembranças eram suas da época em que esteve só durante os conflitos da idade do bronze na antiga China, uma de suas primeiras vidas, no qual acordou com o livro em mandarim em suas mãos. Desde que se tornou um Bulgasal, talvez fosse aqueles momentos de paz que assustavam mais, enquanto seus sentimentos transbordavam por sua mente de memórias que ela deveria esquecer.
Havia duas regras, entre os Bulgasais, e a primeira era sempre estar atento às situações do mundo sombrio entre as quais eles eram o ponto de equilíbrio. A segunda era permanecer com suas memórias e seus sentimentos no passado.
Nenhuma delas era seguida em algumas épocas. A segunda regra, era para os seres primitivos, Bulgasais eram seres egoístas e teimosos, eles buscavam sua alma gêmea em todas as vidas de um modo incessante, talvez fosse por isso que muitos cometiam atrocidades ao longo do século pelo dito amor.
Pela dita alma gêmea, havia alguns poucos que mantinha juízo apesar dos tempos mudarem mais rápido com as crenças que eram esquecidas pelos homens, e dando espaço a novas lendas.
Seus olhos piscaram ao sentir o sol sobre sua pele, buscou o caderno, enquanto desenhou o rosto de Wu Bai¹ quando ele era Thomas.
Dos tempos em que era fácil ver seu irmão de armas como uma pessoa leve apesar das tragédias que os Bulgasais atraiam com seu cheiro, a morte os perseguia como um jogo doentio.
Parou a caneta sobre a folha branca, enquanto materializou tal sentimento em palavras para mais uma carta escrita para Wu Bai:
Querido Thomas,
Esse ainda é o seu nome? Ou você já mudou assim como eu durante todos esses anos? A vida pacata jamais combinou comigo, talvez eu busque os banhos de sangue do início dos tempos em que tudo era mais fácil, e quando já tivemos mais traumas do que qualquer pessoa do mundo. Por que iria querer reviver todos aqueles momentos de desespero?
Porque era mais fácil pegar um machado, atirar flechas ou manejar uma espada, pois não sabíamos se viveríamos mais algum dia sem termos nossas cabeças cortadas ou nossas vidas ceifadas por uma gota de água.
Essa nostalgia talvez me mate um dia.
Era tudo menos complicado, mas com o passar dos anos, e a carga emocional, as memórias que cercam são como vozes distantes, de sentimentos que eu deveria esquecer e apagar qualquer lembrança dos tempos em que era uma garotinha correndo pelo deserto de Gobi, do rapaz que desembarcou em Roma, entretanto, eles eram eu, e eles se tornaram eu.
Talvez seja uma reminiscência seja parte disso.
parou de escrever no caderno quando percebeu que seu humor afetava aqueles relatos de uma vida que ela deveria esquecer, afinal, ela não era mais Wei Zihan ou Soren, mas tais sentimentos ainda estavam escondidos dentro de sua alma imortal.
E talvez Thomas jamais lesse tais relatos, fazia quase 100 anos desde que o viu, seus caminhos se cruzaram várias vezes, enquanto ele era um amigo de longa data que tinha sentimentos de nostalgia desde Susã em que viveram em terras áridas e quentes.
Ela percebeu as emoções agitadas dentro de seu coração, dos sentimentos ruins, notando que aquele sentimento se estendeu por seu corpo, e a reminiscência era como fios entre as suas vidas passadas que seguia até ela.
E tais fios levava a lembranças, desejos, e aqueles trajetos levavam a milhares de vidas que se seguiram por toda a sua existência até aquela última vida. Cada escolha que fez em suas vidas para fugir daquelas lembranças, das regras que criou com seus irmãos para sobreviver àquelas passagens de tempo.
Enquanto colocou o relato num dos milhares desde que se lembrou de quem era e de serem condenados a viverem com as memórias de uma vida. Tinha sangue em suas mãos, das verdades que quis esquecer, do único homem que mexeu com ela, durante sua busca pela alma dele entre milhares de pessoas numa multidão.
Ela passou a vida toda buscando por e era uma espera angustiante.
Swan respirou fundo, remexendo em memórias antigas demais. Das palavras que esqueceu, dos nomes que usou em um passado distante que castigavam ela com o tempo, entre uma saudade que ela queria enterrar.
O sussurro nublado do nome dele... Incompreendido pelos ouvidos, das palavras de afeto que ele soltou, apenas aspirou o ar quente de Phoenix, do sol que tocava sua pele, ao qual, ela apenas desejava viver o suficiente para vê-lo de novo.
Ao mesmo tempo em que encarou os nomes da Guerra dos Confederados, nenhum daqueles nomes soavam em sua mente. apenas pensou em invadir alguns lugares, entretanto, o que ela esperava de lugares que não tinha registros de seus mortos, fotos das pessoas que lutaram e morreram naquele maldito pais, apenas apertou a caneta, enquanto as toneladas de história eram colocadas dentro de um pequeno diário.
Quem diabos é você?
(...)
Sua primeira lembrança surgiu quando estava desenhando durante o verão de 1996 na casa minúscula que seu pai tinha na velha cidade Forks, entre as semanas enfunados dentro daquele lugar, um dos seus momentos preferidos era desenhar com os irmãos gêmeos.
Era um domingo chuvoso, ao qual, Swan sempre sentiu aquela sensação de vazio. Foi nesse dia que a imagem da criança banhada em seu próprio sangue surgiu em sua mente quando o giz vermelho escapou de suas mãos.
Mas, o que uma criança de 9 anos poderia entender de existencialismo?
“Lin Yue”.
A primeira lembrança que retornou foi de sua primeira vida foi o rosto de sua jovem mãe enquanto estava morrendo nos braços dela lado a lado com os rastros de guerra entre os homens da Mongólia e as tribos dos campos abertos da China em que era alguém sem importância para aquelas guerras infinitas que arrastavam milhares de pessoas para o inferno que eram as guerra.
se lembrou de sua primeira vida como Lin Yue; quando morria em seu próprio sangue e as lágrimas descendo por sua face de sua segunda vida como Hong Lua enquanto correu para os seus pais que ainda estavam vivos após uma morte trágica entre seus pastos cheios de sangue e desespero que a guerra lavava com os soldados que arrancavam as crianças de seus pais, das mulheres que tiveram seus maridos ceifados pelas espadas.
Foi o primeiro desentendimento que ela teve em sua vida e a primeira de muitas decepções que teve quando foi chamada de bruxa pela boca das pessoas que mais amava no mundo.
Ela foi queimada como uma, para renascer em outro local.
apenas sentiu a dor de cada ferimento de guerra que teve em suas vidas, e depois de tantos anos, talvez nada mais a surpreendesse, talvez o fato de que não era a primeira vez que sentia tais sentimentos. Ela percebeu o rosto de Isabella repletos de lágrimas, assim como a expressão de raiva de Cassius, enquanto mordia o lábio inferior com força.
— Irmã mais velha¹.
era a mais nova de três crianças nascidas na Lua Cheia de sangue, ao qual, seu sangue contaminado os levou a serem mortos pela guerra, espancados por seus entes mais queridos quando jovens para satisfazer aquele sentimento de poder sobre os mais fracos.
Algumas vezes, com sorte, viveu com pessoas comuns, em locais de paz. Já em outros momentos, foram chamados de filhos dos demônios por muitos, enquanto apenas sentiu o sangue descer por seu rosto em uma de suas vidas com os olhos vermelhos como sangue fixos em sua pele rasgada pelos dentes da criatura, enquanto sufocou o medo que sentiu quando ouvia os gritos dos aldeões na pequena floresta perto de Londres.
Apenas se lembrou do desespero de Cassius e Isabella, se recordou de cada momento. Afinal, sua ligação era além de suas vidas.
encarou os livros de matemática, reconheceu alguns símbolos de vidas passadas, das habilidades que adquiriu com o tempo, das palavras que cravaram em sua mente, das línguas que aprendeu, dos amores e dores que sentiu, dos olhos dourados, ao mesmo tempo em que seus dedos apertaram o lápis com força, enquanto apenas correu para o banheiro expulsando uma a uma, aquelas lembranças amargas que fizeram seu estômago estremece de repente.
Das histórias de terror contadas pelos antigos homens, das estrelas que morreram durante sua existência, ao mesmo tempo em que uma de suas vidas, ela cruzou com seres tão amaldiçoados quanto ela que viviam nas sombras, das palavras irritantes da boca do velho Quileute em 1890 quando cruzou seus caminhos pela primeira vez na vida.
Dos olhos dele, em repugnância pela sua existência.
De como desejou morrer e de quando viu um lobisomem pela primeira vez, em quando pensou que os filhos da Lua quando era um homem caçando pelo futura Rússia correndo, enquanto buscava ele, entre as histórias de vampiros que ouviu pelo mundo, e como sua velha mãe lhe disse: “não persiga fantasmas”. Talvez ele estivesse no novo mundo, enquanto pediu para Divindade que ele estivesse nesse mundo ainda mesmo que ele fosse um homem.
Seu primeiro pensamento após todas aquelas lembranças era que ela tinha encontrado ele de novo.
(...)
despertou daqueles pensamentos, enquanto pensou naquele ciclo vicioso de violência que ela viveu, reviveu e sentiu sobre sua pele assim como perdas que criaram buracos profundos em sua alma, entretanto, Swan tinha pensamentos egoístas demais para esquecer aquela pessoa.
— , está tudo pronto?
— Quase!
Gritou de volta, enquanto encarou as folhas rabiscadas em mandarim, russo e alguns outros dialetos, apenas deixando para trás todo aquele desespero. Talvez fosse um medo, antes de se lembrar de todos aqueles sentimentos que carregou ao longo de suas vidas, e no qual, sempre pensou em seus sonhos como lembranças de um passado que ela desejou reescrever, reviver ou esquecer, ao qual eram lembranças enriquecidas de tragédias que percorreram sua vida desde seu nascimento, entre as quais, ela tinha poucas lembranças que gostava em suas vidas.
Mas, o toque gelado sobre sua pele, do choro incompreendido que eram borrados por sua mente, sentia daquele sentimento, enquanto encarou a casa se esvaziando lentamente de que ela estava deixando uma parte de si mesma para trás.
— Podemos voltar quando quisermos?
“Não”, respondeu como um ato de misericórdia, ao qual, ela tinha muitas poucas coisas que gostaria de lembrar quando segurou os livros rabiscados de seu passado que se recordou.
O aeroporto de Phoenix estava agitado atraindo sua atenção com as mentes das pessoas, seus sentimentos e seus desejos mundanos minando seu humor. Percebeu as pessoas saindo e entrando para seus compromissos agitados, entre falatórios que irritavam ela, ao mesmo tempo em que desejou que todos calassem a boca mental, algo que que ela jamais pensou novamente como morreria depois de algum tempo naquele ciclo vicioso de vida, morte e tragédias que parecia seguir o rastro de seus passos.
Forks seria silencioso.
Ela odiava cidades grandes desde sempre e mesmo que amasse o sol, talvez viver em interior com muito menos pessoa seria o ideal para a sua mente. Entretanto talvez ela fosse mais fã de Forks do que daquela cidade agitada que sua mãe amava, mas tais palavras foram deixadas de lado e escondidas em seu coração.
Isso magoaria Renée.
Entre todas as pessoas do mundo, sua mãe era sensível demais para seu gosto, enquanto o som do velho carro de Renée que a mantinha ela acordada depois de mais uma noite de sono mal dormido, encostada sobre o ombro largo de Cassius, as noites mal dormidas por causa das mentes agitadas desde que tinha pouco controle sobre sua habilidade irritante.
Antigamente, ela teria corrido de casa, fugindo atrás das lembranças assim como nas primeiras vezes, enquanto o rosto fantasmagórico dele se revelava em suas lembranças nubladas, ao tempo alguns traumas ela queria esquecer, outras como a pele coberta de sangue enquanto o vampiro abria seu estômago com apenas uma mão limpa.
Ela deveria ficar alerta para os sinais daqueles seres frios como gelo.
— Eu te amo, .
A voz de sua atual mãe retirou de seu devaneio sobre um passado sangrento que tinha em sua mente, enquanto os braços de Renée ao redor de seus ombros com seus olhos fixos, ao mesmo tempo em que sua filha com idade milenar em comparação às outras crianças de sua idade.
Como poderia deixar aquela mulher que nem sabia preparar uma comida decente para si mesma sozinha?
Mas os sacrifícios eram necessários.
— Iremos ficar bem, mãe.
Renée em sua concepção sempre havia sido mais viva e agitada de suas mães no passado, entre as mulheres reclusas da velha China, entre as maltratadas em miséria durante épocas de guerra, fosse mais, ao mesmo tempo, em que não desejava deixar ela, porém, havia algo que incomodava há vários verões sobre Forks. Algo que a chamava. Pensou no desespero dele em seus sonhos agitados, e mesmo que ela percebesse que era um erro vive em miséria de novo, ela queria ver ele de novo.
Entretanto, tinha medo do que poderia encontra em... Forks - aquele pensamento lhe trouxe sobre a cidade que passou verões até os 14 anos, até que Isabella implorou por rebeldia, gostava da cidade que ficava na península Olympic, da chuva constante que acalmava a sua mente, enquanto percebia a sombra de Isabella sobre ir para Forks.
— Podemos desistir — sugeriu, Bella pareceu relutantemente pensar nisso, mordendo o lábio inferior com força — Bella, nós podemos ficar.
— Ela precisa ser livre.
apenas concordou em silêncio. Renée viveu para os três por quase toda sua vida, entretanto, havia coisas que ela desejava fazer como acompanhar o novo marido, enquanto os irmãos queriam dar isso para ela como não puderam para suas outras mães.
— Eu amo vocês.
Aos 17 anos, Swan se lembrou das incontáveis vidas que viveu, e algumas vezes viveu mais do que seus pais, do que seus irmãos, outras vezes se tornou uma velha senhora rabugenta durante uma época com pouco tecnologia, outras morreu jovem demais, outras foi miserável demais, e ademais, teve luxos em sua vida que ela escondeu pelo mundo como forma de proteção juntamente com os irmãos, enquanto pensou em seu sangue amaldiçoado pela velha bruxa, enquanto culparia seu velho pai que raptou e fez coisas hediondas com a filha da curandeira da vila em que viviam na velha China.
Logo, teriam 18 anos, não haviam decidido o que fazer de suas vidas, tendo mais de 10 diplomas e provavelmente havia certos artifícios em ter vivido mais do que as pessoas normais, entre os quais, guardados num velho galpão que ela visitou nos últimos anos, talvez fosse sorte ou desespero de sua alma em manter aquelas terras seguras.
Pensou no terreno que conseguiu em Forks no início do século passado quando botou os pés naquele lugar para correr livre dos pecados que seu sangue tinha.
Lembrava das últimas palavras de sua primeira mãe em sua terceira vida, quando a salvou, dos olhos castanhos, dos cabelos grisalhos pelo tempo. Ela usava um uniforme militar da velha nação dos Song, “minha Yue, você finalmente retornou”, ao mesmo tempo que sentia aquela nostalgia quando tudo era mais simples.
Quando ela podia odiar o pai que viveu por três vidas suas, que sangrou sobre a espada do inimigo no campo de batalha em que ela perdeu a sua primeira mãe.
"Os filhos devem pagar pelo pecado dos pais", foram as palavras cuspidas da boca bêbada dele quando foi levada para longe pelo vendedor de escravos para um dos grandes estados. Sua mãe lhe deu todo a riqueza para trazer eles de volta, como forma de pagamento por um lugar na vida após a morte, enquanto renascer seria a ingratidão que sentiu pelos seus progenitores, de como era odiada por atos que não eram seus.
Pelo sangue manchado de seu pai bêbado.
Ela se lembrava da pele branca, dos cabelos negros de sua mãe, do sorriso casto que ela dava aos outros, e mesmo que as três crianças amaldiçoados pela própria avó, Ha-e as criou de acordo, mesmo sendo maltratada por todos da vila por ter filhos fora do leito matrimonial, de ser uma mulher manchada pela desonra de seu marido até então.
Quando entraram em uma batalha com uma tribo dos Huku, aquele homem os jogou para os lobos famintos. Sua mãe gritou em desespero que seus filhos estavam morrendo à sua frente, enquanto as suas últimas palavras foram: “Eu sinto muito, mãe”.
sentiu culpa diversas vezes pelo que aconteceu com sua mãe, e quando morreu, ela achou que sua mãe se libertaria de todo aquele sentimento que foi concebido por eles, entretanto as palavras que sua própria avô cuspiu contaminando sua vida e sua alma pela eternidade por um crime que não cometeu, enquanto morreu de diversas maneiras diferentes, e renasceu em corpos diferentes, e como um castigo, sendo um ser nascido de uma impureza e sacrilégio quando sua mãe teve sua inocência roubada, entretanto, como descendente do homem imundo que maltratou sua mãe, e vivia embriagado, talvez um castigo da divindade seja o pior para eles, enquanto sentiu a mão sobre seu ombro.
— O que você está pensando, ?
— Em nada, mãe.
Em vidas passadas, mãe , apenas sorriu de maneira afetuosa para Renée enquanto a mulher de olhos verdes, cabelos cor de cobre parecia prestes a chorar, enquanto apenas sorriu ao segura o cacto que Isabella insistiu em levar, em todas as suas vidas, ela queriam que suas mães fossem felizes, enquanto não julgava a fuga de Renée de Charles, não julgava as suas escolhas.
— , Cass e Bella, vocês podem...
— Pelo amor de Deus, mãe. Vamos ficar bem, tá? — resmungou Cassius que era mais animado em passar um tempo bom com Charlie — Além disso, você que nos preocupa.
— Como você pode ser assim, Cassius?
Ele sorriu quando abraçou a mãe, Cassius era o que mais se arrependia em não ter como salvar as pessoas que mais amava, principalmente, a sua mãe da primeira vida, apenas abraçou Renée, entre os irmãos, era a que menos demonstrava sentimentos.
— Não esqueça sua carteira. Fique bem, mãe. Seja cuidadosa.
— Mande lembranças ao Charlie.
Com aceno tímido, eles iriam para Forks.
Charles Swan tinha uma aura quente que afastava pensamentos ruins mesmo que sua personalidade fosse mais parecida com Isabella do que com os outros dois descendentes, e mesmo que sua personalidade não fossem de sua pessoa preferida, era com quem tinha menos medo de se expressar, enquanto abraçou um a um dos seus filhos, Cassius era mais alto, enquanto ambos parecia se dar melhor do que com Isabella, enquanto abriram sorrisos animados um para outros.
E, por último, o abraço que manteve por alguns bons minutos.
— Você cresceu, .
— Oi, pai.
Era um dos poucos homens que ela dava honra de chamar de pai, enquanto Charlie passou os dedos pelos cabelos curtos, enquanto a preocupação visível nos lábios de Isabella, provavelmente pensando se era uma boa ideia ter deixado Renée.
Antigamente, elas fariam de tudo para ficar com sua mãe.
— Ei, vamos?
A viatura ficou abarrotada de malas, enquanto a mochila estava em seu colo.
gostava do verde das folhas, dava um ar de lar para algumas de suas lembranças, enquanto os pensamentos da miséria em outra vida enquanto sua quarta ou quinta mãe chorava pela morte de um dos seus irmãos mais jovens pela praga que se alastrou pelas pequenas vilas de um tempo em que a história ainda era passada de boca em boca, enquanto encostou a cabeça na janela do banco de trás do carro de polícia, enquanto ouvia o som baixo tocando, enquanto o pai, Charles parecia em uma conversa paralela com Cassius.
Houve vezes que eles nasceram na mesma hora, como naquele caso, assim como houve tempos que eles nasceram com diferença de um ou dois anos, mas sempre eles se reuniam, se lembrou das palavras dele quando a encontrou quando tinha nove anos, enquanto ele era um homem idoso que viveu os últimos anos buscando as irmãs, Cassius sempre esteve em busca delas pelos campos cheio de flores, e por isso, quando chegou a hora de partirem, decidiram se encontra no local de início quando se separavam cedo demais, enquanto algumas vezes, desistira de sua vida para estar ao lado das irmãs.
Cassius e Charles tinham um melhor relacionamento do que com o Lin Yue da primeira vida, enquanto a hostilidade que sentia por suas figuras paternas de suas vidas eram esvaídas na primeira infância, enquanto se sentia mais sonolenta, ao mesmo tempo em que que pensava que o tempo pensava em suas costas.
Sua habilidade sensorial estava irritante naquele dia, enquanto a atmosfera de Forks parecia causa uma lentidão em seus sentidos, uma introversão, ao mesmo tempo em que sentia Isabella em um silêncio absoluto como ela, ela e Isabella pareciam mais fisicamente naquela vida do que nas demais, se lembrava da figura loira de 1890 assim como o desejo dela em 1914 quando aquele menino morreu, as vezes, ela tinha o mesmo gênero como naquela vida.
Outras vezes, ela era um homem, enquanto Isabella e Cassius eram meninas, após tantas vidas, eles não sentiam qualquer atração desnecessárias por gêneros, haviam se aventurado entre as suas vidas em viver com pessoas do mesmo gênero, e morrido por tal, se machucado por tal, e várias vezes, pensaram que aquela maldição tinha que ter um fim.
— , Isabella, querem hambúrguer?
— Sim.
— O mesmo.
Charles é um dos seus parentes masculinos preferidos, enquanto sorriu de lado, ao mesmo tempo em que pensava, em meio aos seus delírios que queria rever ele de novo.
“Jasper”.
O som da voz dele, enquanto segurou sua roupa manchada de sangue, o nervosismo dele enquanto ele parecia prestes a chorar, uma emoção que ela não tinha mais, enquanto parecia percebe a criança que ela foi, que segurou na barra da roupa dele, da pele esquentando a pele de mármore.
Logo, tudo teria um fim.
— Eu te encontrarei na próxima vida.
Enquanto, o veneno não seria capaz de salvar ela, após seu sangue ser todo drenado.
pulou no lugar quando a mão apertou seu ombro com gentileza, e o sonho se tornava nublado, o som que escapou de sua boca era um nome dele que ela esqueceu, enquanto encarou o céu nublado de Forks; a garota fechou os olhos algumas vezes, e respirou fundo, apenas sentiu quando sua mente finalmente acalmou, e aqueles pensamentos atraiam lembranças ruins, enquanto apenas ouviu o som da chuva que acalmou seu corpo tenso.
— Pesadelos?
Isabella encarou ela, enquanto limpou os olhos, fazia algum tempo em que tentava ver o rosto dele, ao mesmo tempo em que desceram.
— É, o mesmo de sempre.
Havia traumas demais, talvez fosse saudade daquela época, enquanto pensou em tudo que desperdiçou ao longo dos anos, dos hábitos ruins que construiu, assim como sua má reputação e algumas vidas, enquanto bocejou alto, e esticou seus braços, apenas pegou o velho caderno enquanto rabiscou alguns desenhos que acalmavam a sua mente.
O silêncio reinou sobre a mesa, enquanto mastigou seu lanche, talvez fosse... Um tinido que algo estava prestes a acontece.
Port Angeles,
00:30hrs.
A sombra que um dia teve nome grunhiu em seus passos largos pela estrada.
O cheiro da ignorância humana, e os dedos esqueléticos arrastando pela parede de coloração amadeirada em um tom que parecia confortá-lo no passado, mas ele não lembrava do que era apenas daquela urgência de preencher o vazio dentro de seu corpo.
Entre os quais, sua personificação encarava o conjunto de casas iguais, dos sentimentos humanos que se espalhavam pelo local, dos choros escondidos nas paredes daquele complexo lugar, enquanto uma força dentro si, um animal preso entre correntes se libertava ao sentir aquela sensações mundanas.
“Fome”, enquanto seguia o cheiro de carne humana, o som do choro, enquanto o homem estava de costas, suas presas se alongaram, enquanto arrancou a cabeça dele de uma vez só, apenas se aproximou do corpo quente, enquanto arrancou a carne do corpo com os olhos esbugalhados pela morte rápida.
Estava cheio por algum par de horas, enquanto voltou para a floresta.
¹Over and Over again by Nathan Skyes.
II - Unsung Hero.
destino
substantivo masculino
1. tudo que é determinado pela providência ou pelas leis naturais; sorte, fado, fortuna.
2. o que há de vir, de acontecer; futuro.
1861.
Houston, Texas.
— Jazz. Jazz. Jasper Whitlock!
Aquele sempre foi seu som favorito, o tom da voz dela, a melodia das palavras dela.
Jasper Whitlock encarou a garotinha que cresceu se tornar uma jovem adolescente com um temperamento terrível, os olhos azuis profundos, enquanto corria pelos campos abertos atrás dos cabelos castanhos escuros, a risada irritante, entretanto, Lily Davis não era como as garotas de sua idade.
Aos 7 anos de idade, ela montou um potro sem pensar duas vezes com a experiência de um homem que viveu a vida toda em cima de cavalos, enquanto Jasper teve dificuldades em acompanhar aquele crescimento repentino da garota de 6 anos que tinha medo de cavalos para aquela garota destemida.
— Jazz.
Lily o encarou com os grandes olhos azuis, enquanto bebia uma xícara de chá.
— Por que você tem que ir?
— Hmm, porque é um dever. Patriotismo.
— Patriotismo? Você acha que sou uma tola. Inferno, Jazz. Por que você não pode ficar aqui?
Lily tinha uma expressão feroz, o que a deixava mais bonita quando se irritava, e, diferentemente de todas as garotas que caiam em seus charmes, talvez ela fosse imune às conversas fiadas que Jasper tinha em sua mente.
Nunca conseguia convencer ela com seu carisma, e mesmo que ela fosse imune a ele, Jasper sempre ouvia ela no final do dia. Sempre. Ele gostava da teimosia dela, do jeito irritante que ela dava sermão, da risada dela.
— Quem não deseja glória, Lily?
— E você acha que consegue enganar eles? — Os olhos intensos fixos nele, enquanto Jasper sorriu com seus olhos castanhos analisando o rosto cheio de sardas. — Jasper. Por que você é teimoso?
— Você é também, Lily.
Lily soltou um suspiro profundo. Jasper segurou suas mãos, ao mesmo tempo em que tocou no nariz dela, os olhos castanhos encaravam os azuis como mar da Sicília.
— Eu prometo me cuidar. E, você, promete me esperar?
— Você é impossível, Jazz.
Lily pulou nele, os olhos azuis cheios de lágrimas.
Tempo atual.
Jasper abriu os olhos, e encarou o branco do quarto, ao mesmo tempo em que sentiu aquela angústia atravessar seu peito, os segundos passando lentamente, a contagem das horas para o novo dia, Lily.
Se ergueu do sofá, e andou até os quadros espalhados pelo quarto, os olhos azuis penetrantes fixos em si. O sorriso que ele estava cravando em sua mente em ferro de brasa.
Sua Lily.
Entre todas as mulheres no mundo, Lily sempre seria a mais bonita aos olhos. Jasper apenas encarou mais uma vez as imagens que sua mente humana tentava manter na memória, do cheiro de flores selvagens que estava esquecendo com o tempo.
— Onde você está indo?
Alice encarou ele, os olhos fixos nele, sua decisão impensada, talvez fosse o fato de que ele e Alice tinham coisas em comum, ou que ela não compreendesse aquele sentimento humano que criava intensas raízes em seu coração.
— Você vai procurar ela de novo?
— Alice.
— Jazz. Você é um teimoso.
Um dos motivos para seguir Alice era o fato das lembranças que Lily enraizou em sua mente. Lily, enquanto ouviu as conversas no segundo andar, dos comentários monótonos que Emmett fazia, da conversa baixa que Esme e Carlisle estavam tendo.
Tinha alguns momentos que Jasper não pensava em Lily com tanta frequência, mas os últimos anos eram mais complicados, ao mesmo tempo em que criou aquele hábito de desejar ver Lily de novo.
Pulou pela janela, talvez fosse aquela saudade que não morria.
X
Casa dos Swan.
A pequena casa tinha crescido, ou remodelado nos últimos anos para agrupar os trigêmeos ao passo em que cresciam e acomodam suas necessidades de privacidade, e entre outros desejos ocultos pelos hormônios da adolescência.
se lembrava dividir quarto com Cassius e Isabella até os 7 anos quando teve uma enorme briga entre eles sobre a nova pintura na época, após isso, Charlie reformou a casa de dois andares e acrescentou dois quartos para que houvesse paz durante as três semanas do verão no qual eles estavam ali.
Havia resquícios de Renée pela casa, assim como algumas fotos dos anos da família, enquanto olhava os registros dos anos, e o quarto de Charlie ficou no andar de baixo.
Havia um banheiro adicional na casa, ao mesmo tempo em que os três quartos eram do mesmo tamanho com um closet. Enquanto um azul, roxo e azul-escuro, as poucas bagagens estavam no chão, Charlie estava na porta, desconfortável, enquanto suspirou.
Parecia uma Isabella 2, mas naquele caso, ela sentia aquela animosidade, aquele conforto dos olhos idênticos ao de sua irmã, enquanto apenas sorria. Cassius era a cópia de Renée com seus intensos olhos castanhos herdados de Charles e cabelos naturalmente mais claros do que os das irmãs.
Enquanto Isabella era mais a cara de Charlie, entretanto, tinha os olhos verdes de sua mãe e os cabelos castanhos de Charlie, era uma mistura dos dois, enquanto os poucos fios claros se destacavam em sua aparência.
Ela era um pouco dos dois, talvez fosse a proporção perfeita para a pequena família, encarou o pai atentamente enquanto sorriu para ele.
— Eu comprei isso para você.
A pequena caixa de som, enquanto a melodia tomou o quarto em tons azuis escuros, afinal, essa era sua cor favorita, apenas sentiu o olhar constrangido dele.
— Obrigada, pai.
Naquela noite, sentiu anseio que corroía suas entranhas, algo que agitava seu estômago, e ao qual seria uma nova emoção, apenas abriu a mochila, enquanto pegou o boneco antigo, os fios de cavalos puros sangues havia se esvaído com o tempo quando a mesma escondeu em um buraco na Noruega quando era mais jovem.
Aos 14 anos ela recuperou um pedaço de si durante um campeonato internacional pela escola quando teve a chance, ela sentiu falta do aconchego de Renée naquele momento, enquanto tentou conter sua ausência.
O som da chuva acalmou sua mente agitada, apesar de que ainda dormira consideravelmente mal com as lembranças e os pesadelos rondando sua mente, soltou um suspiro longo.
Ao mesmo tempo em que encarou o chuvisco daquela manhã, o frio parecia espantar sua vontade de sair da cama, por isso apenas seguiu em silêncio até o banheiro, onde percebeu a figura de Cassius com os cabelos recém lavados.
— Você levantou sozinha — debochou da pontualidade de um animal noturno como ela, e ao qual desde os tempos antigos, ela jamais fora fã de acordar cedo, revirou os olhos com aquela declaração do irmão. — Isabella não dormiu muito, então, se prepare para um mau humor do cão.
— Eu imaginei. Ela odeia Forks.
— É, bem melhor do que o Gobi, pelo menos não comemos areia todo dia — murmurou em mandarim para ela que apenas deu de ombros, pensando nos tempos dentro de um dos maiores desertos da China, num lugar onde a sede os mataria, ou as tribos selvagens que arrancariam seus braços, ou seriam vendidos como escravos. — Afinal, temos água aqui.
soltou um sopro com isso, talvez um dia eles voltem às suas raízes. Ela entrou no banheiro e jogou uma água que a fez tremer, os fios de água caindo por sua cabeça, ela respirou fundo quando secou os cabelos após uns 5 minutos, pensando que no passado, havia fome, miséria... os outros.
O espelho refletia as imagens que mais odiava, os cabelos lisos e longos, enquanto os rostos das vidas passadas refletiam por seus olhos como um lembrete de que ela não tinha uma alma pura, e muito menos fosse de bom coração, já que houve tempos que levantou a espada.
Afinal, ela tinha sangue nas mãos, ela encarava a chuva com um único desejo em mente, no qual, ela queria que os pecados da vida passada fossem lavados.
O café da manhã foi silencioso para Charlie que saiu após engolir um café encorpado feito por Cassius que conversava com seu irmão sobre alguma bobagem de futebol. O clima minou o seu humor quando percebeu a figura de sua irmã mais velha com aquela expressão que não era das melhores, sentiu animosidade no ar vindo de Isabella, então tocou no ombro dela, apenas afastando a cadeira ao lado dela.
— Boa sorte, meninos!
Deu um tapa nas costas de Cassius e tocou na cabeça de Isabella e que sorriu, apesar de que percebia que havia algo errado com a sorte.
— Prontas?
— Ainda está cedo — refletiu Bella — Seremos a fofoca.
— E, quando não somos fofocas, Bella? Não existe lugar no mundo livre desse martírio de sermos alvos de mexericos? — comentou enquanto bebia o copo de leite, mordendo os pães que estavam sobre a mesa. Ela sentiu seu corpo um pouco leve. — Eu acho que nós sairemos bem. Apesar do seu mau humor.
— Isso é verdade, precisa melhorar a cara de enterro. Por favor, não faça essa ser a pior experiência pós mudanças depois de todos esses anos, Bella — murmurou Cassius pegando o cereal, após comer a bomba de açúcar — Eu até sinto falta dos tempos quando éramos Enjica, Yuma e Oba.
— Éramos idiotas. Nós quase morremos na Guerra com os malditos.
— E, nós já morremos, Bella. Uma morte a menos, ou mais, quem está contando?
Isabella revirou os olhos, enquanto encarava o carro que Charlie havia arrumado para eles como um presente de boas vindas.
— Mm, Cassius dirige.
— Ei!
— Você é péssima na direção desde os tempos da China, nem a cavalo você conseguia ser boa, Bella — comentou e Isabella apenas mostrou sua irritação com o semblante estarrecido de sua irmã com tais calúnias sobre suas vidas passadas. Isabella percebeu o celular na mão dela — Cassius tem boas habilidades, além disso, será um dia agitado demais para você mostrar as suas habilidades.
— Acha que algo vai acontecer?
apenas deu de ombros quando pegou a mochila e sentiu que o clima de Forks de alguma forma acalmava a sua respiração.
— Talvez seja um dia bom, mas muita atenção.
Sorriu de maneira afetuosa para sua irmã que revirou os olhos.
— Podemos revezar.
— Mm... Eu passo — disse em tom sério, encarando a porta da pequena casavao mesmo tempo em que pensou no carro. — Talvez quando estiver chovendo mais.
— Você é a única pessoa no planeta que gosta de chuva desse modo. Como você pode gostar disso?
não riu, e quando pensou em tais palavras, apenas lembranças da terra molhada sobre seus dedos, do sangue que a chuva lavava chegaram a sua mente; talvez fosse por isso que gostasse da chuva, ela lavava os pecados; houve tempos em que andou dias e dias na chuva para fugir dos seus sequestradores no passado.
De fugir de uma vida que levava a miséria.
— Vamos.
— Melhore essa cara, Bella.
— Haha, muito engraçado — retrucou, quando sentiu os dedos sobre sua pele — Odeio chuva.
— Infelizmente, Forks é um local que chove todo ano, minha cara.
Bella revirou os olhos, enquanto entrou na parte de trás do carro, ao mesmo tempo em que o caminho foi entre falas amenas, e canções antigas que escapavam de seus lábios, entre elas, uma velha canção de guerra entre aos quais a A Balada de Mulan era uma das mais famosas pelo mundo.
apenas encostou a cabeça sobre o acolchoado do carro, ao mesmo tempo em que ouvia o som da rádio, em que seguiam pela rua com construções similares entre si, e como o único colégio com aterrorizante 357 estudantes, ou 360 alunos.
A garota encarou o conjunto de prédios iguais que parecia nada com as escolas que frequentou no passado, e o pensamento de que todas as crianças dali haviam crescido juntos, grupos sociais se desenvolvido. Pensou nos tempos de Murim que lutou pelo seu lugar no exército com crianças com colher de ouro na boca.
Talvez fosse uma analogia péssima para um sistema morto pelo tempo, mas talvez fosse como um campo de batalha que eles teriam suas vidas testadas, e o alvo de hoje eram eles, percebeu o carro mais novo entre os estacionados.
Uma sensação de animação já que era uma das poucas coisas que amava; percebeu os cochichos inevitáveis dos alunos, dos sentimentos que eles exalavam, dos pensamentos que provavelmente não eram decentes, apenas ajeitou o boné, escondendo o rosto pela máscara que trouxe, quando ouviu os cochichos.
Talvez fosse uma celebridade em Forks, enquanto lembrava dos tempos de Ópera quando vivia na França, da guerra, e da revolução americana… Dos tempos em que lutava era mais prático que conversas.
Garrett? Quando foi a última vez que pensou em seu camarada de armas? Será que casou? Talvez estivesse nostálgica demais com aqueles pensamentos, ao mesmo tempo encarou a ruiva, os cachos caindo por sua face, enquanto observava os três com curiosidade.
— Eu posso ajudá-los….?
— Somos Cassius, Isabella e Swan.
— Mas é claro.
Os olhos se iluminaram, enquanto seus pensamentos eram agitados, havia vezes que lia sem querer, um mau hábito seu, enquanto travou o maxilar, ao mesmo tempo em que a mulher verificava alguns papéis e mostrou para eles.
— Mapa da escola, os seus horários e aqui, seus professores devem assinar.
— Obrigado — agradeceu Cassius — Vamos?
— Avançado de história — murmurou Cassius, enquanto encarou as duas aulas avançadas na lista de atividades de com escárnio.
— Você deveria ter avançado em todas as aulas.
— Ah, muito obrigada, mas não. E, olha, quem fala? Poderia ter avançado na eletiva todas. E, graduado mais cedo.
— O currículo deste ano está bom. Não quero apressar as coisas.
Os dois riram, quantas vezes viveram para brincar com tais pensamentos?
— Seu espanhol é o melhor de nós três.
— Considerando o seu tailandês, podemos sobreviver.
Murmurou encarando o avançado em Espanhol também, franziu o cenho ao pensar naquelas horas patéticas, falava quase 30 línguas diferentes, além de dialetos mais antigos. Suspirou ao pensar que talvez fosse ruim nascer e reaprender aquelas pequenas coisas quando era pequena.
Mas, ela sempre aprendia rápido demais todas aquelas pequenas coisas, ao qual, ela sempre foi uma estudante dedicada.
— Vamos ser normais.
Ela suspirou, enquanto percebeu o rosto lívido, de uma maneira ou de outra, ela percebeu algo no ar, ao mesmo tempo que seguiu em passos pelo prédio seguindo Cassius.
— Seu prédio é o outro.
— Estamos na mesma sala no último período, Bella — as vozes cochichos dos dois, enquanto sentiu um arrepio com a aula de espanhol no último período, apenas franziu o cenho com aquele sentimento de que havia algo errado com isso com suas duas aulas avançadas, porém, soltou um suspiro. — ? Você vai ficar bem?
— Claro. Não se preocupe. Até mais tarde.
deu um aceno com cabeça, enquanto havia decorado o mapa que havia lhe dado com apenas um olhada, seguiu em passos certos para a primeira parte de sua agenda na escola, e ao mesmo tempo em que ouvia os murmúrios, e entre todos os seus pensamentos foi parados quando percebeu o loiro parado na porta da sala de história avançada, enquanto pela primeira vez percebeu como alguém poderia ser tão bonito.
Era um crime alguém ser tão bonito.
Das palavras que ficaram presas em sua mente, enquanto as emoções que conhecia ele... Era um crime que ele fosse um dos homens mais bonitos que viram em seus mais de 600 anos andando por aquele planeta.
Entretanto, ela percebeu, aqueles olhos dourados, a aparência, enquanto a olho nu de um humano, talvez passasse despercebido, mas possuía os sentidos mais aguçados, e observou as marcas de mordidas espalhadas pela manga levantada, apenas sentiu sua visão turva de repente.
E invadiu a mente dele sem querer.
1, 2, 3...
“Hey, Jasper”, o grito, enquanto a garota girou em seus calcanhares e sorriu para ele, aquele sentimento, enquanto a mesma mostrou a língua para, “Onde está indo?”, ao mesmo tempo que encarou o homem cercado de sangue, dos desejos mundanos.
Havia dor demais naqueles olhos.
Sangue demais.
— Ei. Você está bem?
Se apoiou na parede, enquanto as lágrimas ameaçavam escapar por sua face, o suor grudando em sua nuca, e ao qual sentiu a mão sobre seu ombro. Um dos alunos encarou ela, ao mesmo tempo que suspirou com tal atenção.
— Ah, não se preocupe.
sorriu e apenas deu de ombros, seguindo em passos até o professor de história. Ela encarou a própria mão enquanto tentava apertava os dedos, aquela sensação ínfima, ao mesmo tempo em que se sentiu lado a lado a ele.
— Srta. Swan, tem um lugar vago ao lado do Sr. Hale no fim do corredor.
Apertou a bolsa. Os hormônios daquelas crianças estavam a flor da pele, junto com o cheiro de terra e grama seu nariz ficou sensível aquele odor e ela fechou a expressão lentamente ao imaginar o que ele era, mas importante, porque um vampiro estava em uma sala cheia de humanos?
Entre os quais ele poderia matar todas aquelas pessoas em segundos, pensava que aquela vida estava pacífica demais para uma pessoa que viveu em guerras e carnificinas que vivenciou por causa de seres sobrenaturais.
Lembrava de uma de suas vidas do passado, no qual, uma delas eram as benditas guerras do sul, da sua carne sendo machucada pelos caninos, talvez devesse ter empreendido em matar vampiros no passado.
O som da respiração pesada, enquanto percebeu que era jovem demais para ser um dos anciões, entretanto não tão jovem talvez, ou tinha pouco controle sobre sua sede, apenas suspirou pelo nariz quando fez um movimento com a mão quando percebeu o humor minado dele.
Soltou um tsc pela boca ao pensar que havia vampiros em Forks, aquela seria uma longa aula.
Jasper sentiu aquele cheiro quando ela se sentou ao seu lado, selvagem demais, apenas se virou para a garota que possuía tal fragrância. Encarou a garota de canto de olho, os olhos verdes fixos em si.
Desviou em um constrangimento dele, as maçãs do rosto ganhando uma coloração avermelhada que fazia aquela ser a presa mais deliciosa entre humanos ali, a garota era miúda demais.
Mas, aquele cheiro, se Jasper pudesse chorar, talvez ele tivesse chorado ali, enquanto o cheiro de Lily se espalhava por todo o recinto, de maneira que impregnava o local, a respiração pesada demais ao seu lado, enquanto as correntes de ar se espalhavam pela sala.
Seria um longo período.
¹Unsung Hero - for KING e COUNTRY.