Stay, Stay, Stay
Emy Vasconcelos | Revisada por Lelen
Música: Stay, Stay, Stay, por Taylor Swift
- VAI EMBORA! EU NÃO QUERO FALAR COM VOCÊ! - Gritei olhando diretamente nos seus olhos, mas ele apenas ficou me encarando. - EU TE ODEIO GEORGE! VOCÊ DEVERIA TER ME ESPERADO! MAS NÃO, PREFERIU FICAR DE PAPO COM SEUS “AMIGUINHOS DE TIME”, ENQUANTO EU VINHA PRA CASA SOZINHA!
- Mas amor, eu falei pra você vir com as outras líderes de torcida. - Ele me respondeu calmo, eu podia jurar que eu vi um sorriso de canto nos seus lábios. - E eu nem estava de papo, era reunião de time pra amanhã.
- NÃO ME CHAMA DE “AMOR”! E VOCÊ ACHA QUE AQUELAS PERUAS IAM MESMO VIR COMIGO?! E PARA DE RIR! - Joguei nele a coisa mais perto que tinha, no caso um celular Nokia, e infelizmente o idiota se desviou fazendo o aparelho bater na parede do outro lado do quarto e não quebrar, afinal, era um Nokia. - VAI EMBORA! - Apontei pra porta bufando e ele foi andando de cabeça baixa.
- Mas ... - ele voltou o rosto na minha direção.
- MAS NADA! SAIA!
Ele curvou os ombros desistindo, saiu e fechou a porta atrás de si; logo em seguida ouvi o barulho de seu carro partindo.
Foi então que a minha ficha caiu. Sabia que seria o fim. MAS O QUE EU FIZ? Eu não acredito! Aquele garoto, é o cara da minha vida! Oh, como eu sou burra! Nunca deveria ter deixado ele sair por aquela porta e por motivos fúteis, quase terminei com ele por causa de um chilique meu. Caí de joelhos pensando em algo que fizesse ele me perdoar. Passei as mãos nos cabelos nervosa, PENSE , você já fez melhor! Rapidamente senti uma inspiração avassaladora tomar conta de mim. Levantei num pulo e comecei a rodear meu quarto.
- Caderno, caderno... Cadê você? - Repetia pra mim mesma enquanto fuxicava na minha mochila procurando por algo que pudesse escrever. Olhei por todos os cantos, procurei em tudo mesmo. - Mas que merda! Cadê esse troço? - Me joguei na cama caindo em cima de algo duro, passei a mão por debaixo de mim e puxei o caderno. - Ahá! Finalmente te achei.
Peguei uma caneta e comecei a escrever algo.
“Volte”
Não... Não fica legal... Apaguei e escrevi outra coisa.
“Não me deixe”
Apaguei, clichê demais.
Passei quase a noite toda escrevendo algo que pudesse fazer sentido nisso tudo que estava acontecendo. Mas não saiu quase nada, criatividade fora de área por hoje, apenas inspiração. Só lembro que a última vez que olhei no relógio eram 3:00h da manhã e já tinha uma pilha de papel com rascunhos vazando da lixeira. Deitei a cabeça no travesseiro na intenção de pensar em algo, logo assim que pisquei – pelo menos foi o que pareceu - o despertador começou a gritar na mesinha do lado da minha cama; despertei com um susto e imediatamente veio todas as lembranças da noite passada como uma onda quebrando na areia; um calafrio percorreu minha espinha: hoje é a final do campeonato de futebol americano do Texas, e eu não vou conseguir falar com o George. Putz! Eu preciso me ajeitar depressa. Pulei da cama e comecei a correr pelo quarto. Banho, roupa, cabelo, pó na cara (pra esconder a cara de zumbi) e pompons. Tudo ok. Peguei minha mochila e joguei nas costas, fui para a cozinha e engoli meu café enquanto assistia a TV sem prestar atenção.
- Tchau pai! Tchau mãe! Hoje eu vou chegar um pouco tarde! Final de campeonato. Liguem a TV.
- Tá! Tchau filha! Se cuida. - Minha mãe falou da cozinha quando fechei a porta.
Botei o pé na rua e sumi na direção do estádio, normalmente o George teria vindo me buscar de carro, MAS, hoje não. Claro né. Depois de ontem ele deve me odiar eternamente, mas eu sei que ele não gosta de deixar os problemas de lado, aliás, eu sempre soube, eu sou muito bem atualizada haha. Eu ainda me pergunto: Como eu me deixei agir daquele jeito ontem? O George é o melhor cara que já apareceu na minha vida, ele sabe tudo sobre mim, ele é meigo, fofo, lindo, e etc. Como eu pude falar aquilo? Realmente eu estava com a cabeça em outro mundo, porque se eu estivesse nesse era certo que eu nunca teria feito aquilo. Eu amo ele.
Logo depois que virei uma esquina pude ver o grande Estádio, foi ali que conheci o George. Acho que tem um olho na minha lágrima. Respirei fundo e caminhei em direção à entrada onde o porteiro Gibis olhava tudo ao redor.
- Dia Gibis!
- Dia senhorita! - ele respondeu sorridente. Aliás, hoje o dia seria movimentado por isso a felicidade.
Corri na direção do campo onde eu pude ver os jogadores treinando para o “Grande Jogo” de hoje mais tarde, e do outro lado avistei também as líderes de torcida quicando de um lado pro outro. Ai, ai. O que seriam delas sem mim? Rapidamente desci a pequena escada que levava ao enorme campo e vi de mais perto os jogadores, todos ali, inclusive o George. Ele estava com o seu capacete de futebol, e uniforme com o número (que desde que o conheci se tornou meu número favorito). Meu coração acelerou, como se fosse a primeira vez que eu tinha o visto. Senti minha pernas darem pequenas fraquejadas e minhas mãos suadas tremerem.
- George! - Gritei pelo seu nome. Ele virou a cabeça na minha direção e seus olhos se encontraram com o meu, juro que eu vi um brilho se formar nos seus olhos.
- ! - Ele correu pra mim e parou na minha frente sem dizer uma palavra apenas esperando eu me pronunciar.
- Ér... - minha voz falhou e do nada eu esqueci como se fala, ele me encarou com aqueles lindos olhos castanhos escuros, seus cabelos castanhos claros poucos molhados de suor caindo para o lado e a sua pose segurando o capacete me fizeram perder o chão.
- ? Você queria falar alguma coisa? Eu preciso voltar, você sabe.... - Ele foi interrompido pelo treinador Mauro. Que gritava ordenando para voltar. George revirou os olhos – depois você me fala ok? Preciso ir.
E ele se foi de novo. Fiquei que nem uma babaca olhando ele colocar o capacete enquanto voltava para o centro do campo onde os outros estavam alinhados. Bati o pé de frustração e fui pra onde as outras líderes estavam, mas antes passei no vestiário feminino e coloquei minha roupa de treino.
- ? - Stacy me chamou, ela é uma das peruas do grupo de líderes, na verdade a pior de todas, sem contar que ela era a nossa “chefa”.
- O que? - perguntei de mau-humor, colocando minha cabeça que estava fora de aérea no lugar.
- Você por acaso viu o novo movimento? - ela falou com a voz fanhosa.
- Não.
- Então vamos tudo de novo meninas. Solta a música.
Minha manhã se resumiu em pular e gritar desanimada, apenas olhando de relance para o George que treinava com tanto vigor que dava até inveja. Na hora do almoço eu tive outro ataque de inspiração, peguei meu caderno e comecei a escrever enquanto de vez em quando olhava pra George que do outro lado do campo que ria com seus amigos, a cada sorriso seu era um verso do que eu escrevia. Me senti tão feliz em ter feito algo que me deu uma louca e saí dando umas cinco estrelinhas e criei um novo movimento que nunca tinha feito antes. As meninas ficaram tão impressionadas que acabaram usando meus movimentos na coreografia de hoje.
- É isso aê garotas! - Sam, a nossa treinadora, falou – Muito bom! Adorei a animação de vocês, quero ver as mimadinhas de San Francisco fazerem melhor que nós! - ela se virou pra mim - ! Ótimo passo! Espero que tenha mais inspirações assim pra nós, viu?
- Certo. - respondi rindo da piscada que ela deu. Sam é o tipo de treinadora que conhece tudo e todos. Enquanto pensava na sorte de termos uma treinadora assim, senti um par de mãos grandes e quentes tocar na minha cintura. Um choque percorreu meu corpo parando bem no centro da minha barriga fazendo minhas borboletas se agitarem, e eu sei que só uma pessoa tem esse efeito sobre mim. - George!
- ! - Ele me abraçou. Quer garoto mais carinhoso? - O que você queria falar comigo? Eu sei que faz pouco tempo, mas, senti tando a sua falta, me desculpe por ontem. Eu não devia ter de deixado sozinha. Aproveita que o Mauro deu 1 minutinho pra descansarmos.
- Não George, para de ser fofo, tá? Eu que me desculpo. Me perdoa? Eu fiz uma coisa pra você...
- TODOS OS JOGADORES DE VOLTA AGORA! - O treinador chamou. Mas que droga.
- Ahhh! - George fez biquinho – depois você me mostra. Ok? - Ele tocou na ponta do meu nariz.
- Ok. - respondi fazendo carinha de cachorro que caiu da mudança. - Boa sorte.
E mais uma vez ele se foi. Cara, estou me odiando muito nessas últimas horas. Passou alguns minutos e eu já pude ouvir barulhos de ônibus chegando no estacionamento cheio de torcedores para o “Grande Jogo”.
- Meninas! - Sam chamou – Hora de se arrumar! Se ajeitem que vai começar o show! Vamos botar pra quebrar! Uhul!
- YAAAAAAEEE! - Todas nós gritamos e fomos para o vestiário nos arrumar. Como não sou muito de usar berenguendéns que nem as outras, apenas tomei um banho, coloquei meu uniforme (uma blusa top azul com uma estrela branca no meio, uma saia vermelha e o pompom branco – cores da Bandeira do Texas), rabo de cavalo e uma leve maquiagem com um batom vermelho pra combinar com a saia. Fui a primeira a ficar pronta e ainda faltavam 1h para o jogo começar; eu estava apenas moscando e vendo as pessoas (jogadores, secretários, treinador, massagistas) apressadas de um lado pro outro, até que tive uma ideia. Comecei a olhar pelo cantos procurando...
- Sam! - Chamei por ela assim que a vi fazendo umas anotações.
- Sim? - ela levantou a cabeça, sorriu e me encarou com seus olhos azuis– Oi ! O que você deseja?
- Hm... Eu desejo usar o seu “Bichano”, posso?
- Meu “Bichano”? O que você está aprontando dessa vez? Hein!
- Não é nada demais. Eu só queria deixar o tempo passar.
- Ah... Se é apenas para esse fim, acho que posso. - ela sorriu mostrando algumas pequenas rugas de expressão que os anos estavam lhe dando. - Meu “Bichano” está na diretoria. Pode ir lá.
- Okay! Obrigada! - dei um beijinho na bochecha dela e corri pra diretoria.
Assim que entrei não tinha ninguém; pude ver todos os troféus que o nosso time já ganhou, fotos com todos os jogadores que passaram por esse time enfeitavam as paredes, e, no final estavam as bandeiras do Texas, USA e a do nosso time. Olhei para o canto e lá estava ele: o Bichano. Bichano é o nome do violão da Sam, ninguém sabe porque ela deu esse nome. Peguei o violão cor de caramelo e voltei para onde estava e comecei a tocar algumas notas que eu tinha criada há algum tempo atrás. Olhei o que eu tinha escrito e pro violão. Me surgiu uma ideia genial. Uni as minhas duas criações: meus versos e minhas notas musicais. E o resultado? Foi uma música. É isso mesmo produção? Eu fiz uma música! Estava tão animada enquanto tocava que nem vi o tempo passar e logo já se ouvia o barulho dos torcedores barulhentos nas arquibancadas. Aquele som era a minha vida. Sempre amei o que eu faço. Tem coisa melhor do que alegrar e animar as pessoas? Ou melhor, a torcida?
- E então piriguetes, preparadas? - Stacy perguntou. Apenas bufei e fiquei de pé me alongando.
Logo já estava passando pela grande porta e entrando no estádio onde uma onda de gritaria ensurdecedora quase me fez cair. “É, essa realmente é minha vida.” Pensei e sorri pra mim mesma, e logo abri um sorriso pra plateia sacudindo os pompons para o alto e correndo até o nosso lugar já preparado. As líderes do nosso time se alinhou do meu lado e todas deram um grito, tipo de guerra. Olhei a redor e acenei para a torcida do Texas e do outro lado, das arquibancadas estavam os torcedores do time adversário: San Francisco. Segundos depois as animadoras de torcida do time de lá saíram também e uma explosão de gritos quase me fez surda. Os jogadores começaram a sair das portas dos dois lados do campo e parando no meio do campo, cada vez mais a torcida gritava mais alto, todos ali estavam eufóricos. Mas logo um silêncio se instalou assim que o narrador começou a falar.
- Boa Noite pessoal, pra você que está aí nos assistindo em casa ou na arquibancada! Estão animados? Hoje o grande jogo Texas vs San Francisco, final do campeonato de futebol americano: O tão esperado jogo! Agora vamos cantar o hino nacional, e estrela nacional de hoje é a incrível... DEMI LOVATO! - E mais gritos encheu o estádio. EU NÃO ACREDITO! É A DEMIIII! A DEMI VAI ME VER DANÇANDO! Quase surtei quando vi a Demi subindo no pequeno palco e ajeitando o microfone.
- Boa noite galera! E aí animados para o jogo de hoje? Eu tô super empolgada e vocês? Já escolheram o seu time? Haha, o meu já está definido e tenho certeza que ele vai ganhar! E então vamos lá!
Ela cantou o hino nacional do nosso país, reparei que todos os jogadores assim como nos outros jogos colocaram a mão sobre a peito esquerdo em sinal de honra; quase chorei de tão lindo que era o hino e a voz da Demi preenchia todo o local. Tudo perfeito. Cada nota alta que ela cantava até me dava arrepios. Assim que ela acabou de cantar (maravilhosamente), uma salva de palmas foram direcionadas a ela, logo a mesma desceu do palco e os jogadores começaram a se posicionar nos seus devidos lugares. Pude ver George (camisa número ) na ponta esquerda, desejei de todo meu coração uma “boa sorte” pra ele. Não sei como mas nesse momento ele olhou pra mim e acenou, pareceu até que ele leu meu pensamento. Nossa, que estranho. Acenei de volta sorridente. As meninas me cutucaram dando sinal que estava na hora de começarmos nossa coreografia, ensaiamos MUITO para esse grande dia. Um friozinho tomou posse da minha barriga. E se eu errasse? E se eu fizesse um passo fora do que não estava planejado? Seria, provavelmente, o meu fim.
- Já! - Stacy gritou.
Rapidamente as meninas formaram um círculo e fui pro meio, duas outras animadoras me pegaram por baixo e me levantaram. “É agora”. Pensei e dei um uma cambalhota no ar caindo em pé no chão. Levantei o rosto e a plateia bateu palmas. Do outro lado as outras líderes fizeram o mesmo movimento só que com uma base maior e mais alta, e os aplausos e assobios foram mais altos.
- Droga. - resmunguei. - Meninas, vamos fazer nossa dança agora.
Elas concordaram e nos posicionamos. De longe eu vi Sam dando um sinal para alguém e uma música começou a tocar, bem típica para a nossa ocasião, “Pompons – Jonas Brothers”. Demos giros, pulos, cambalhotas, estrelinhas e até fizemos uma torre com eu no topo (pois é, eu sou a mais leve do grupo). A plateia foi ao delírio. Meu sangue ferveu de emoção. Por mais que as meninas fossem patricinhas, tínhamos um bom gingado e uma ótima sintonia. Do outro lado as outras líderes fizeram uma coreografia mixuruca e levaram uivos. Me deu uma vontade de rir.
Meus olhos procuram George e quando o encontrei vi nos seus foi orgulho, ele estava feliz por minha causa. Abri um sorriso, mesmo estando ofegante da dança e ele sorriu de volta. Pronto, já ganhei o meu dia – noite - com aquele sorriso. Após acabarmos nosso “show” fomos sentar nos banquinhos, e assistir a primeira partida. Bom, você pode me chamar de sortuda, louca ou até mentirosa, MAS EU SENTEI BEM NA FRENTE DA DEMI! É ISSO MESMO! EU ESTAVA RESPIRANDO O MESMO AR QUE DEMETRIA DEVONNE LOVATO. Isso era demais pro meu coraçãozinho e ainda mais quando ela falou comigo, literalmente eu ia ter um HEART ATTACK hoje.
- Oi! Eu queria dizer que foi ótima a apresentação. Estou torcendo pro Texas, claro. Sou daqui. - Ela riu. QUE LINDA!
- Ér... Hm... Ótimo! Obrigada Demi! - fiquei toda sem graça, também né? Qual Lovatic não ficaria se a própria te elogiasse? - Você cantou muito bem também. Sou sua fã. - Fiz coração com a mão.
- Awn! Mais que fofa. Qual seu nome?
- . - Respondi mais sem graça ainda – Mas pode chamar de .
- Bonito nome. - sorriu. Nesse momento ouviu-se um apito e o jogo começou. - Ih! Começou, vamos prestar atenção. Depois nos falamos mais. - ela piscou e voltou sua atenção para o campo.
- Okay. - Falei toda saltitante e virei pra frente sorrindo de orelha a orelha. ESPERA! Ela disse “depois nos falamos mais”? NOSSA! Mas essa Demi é uma linda mesmo e ainda falou comigo apenas uma mera plebeia.
Tentei o máximo ignorar que a DEMI LOVATO estava atrás de mim e prestar atenção no jogo. No início demorei um pouco, mas logo já estava gritando com a torcida. A cada ponto do nosso time era uma algazarra muito grande, e quando o outro time fazia ponto era uivos de todos os cantos. Era muito engraçado – até a Demi entrava na onda. A primeira partida acabou e fomos pro intervalo, ou seja, descanso pros jogadores e trabalhos para nós. Levantei numa animação nunca vista, nosso time estava na vantagem com mais pontos; era certa a nossa vitória.
Pulamos de novo, fizemos alguns passos, gritamos: “T-E-X-A-S”. No geral, animamos a torcida aqui e as outras líderes de San Francisco animavam lá. Foi incrível, esse está sendo um dos melhores dias da minha vida. De longe eu vi George bebendo água e acenando pra mim, fiquei corada quando Demi perguntou quem era.
- Meu namorado. - Respondi com confiança.
- Hm... Gatinho, hein! - ela falou e caímos na risada.
Logo a segunda partida começou. Estava tudo lindo e belo, mas de repente nosso time começou a perder ponto pra San Francisco, eles nos passaram. A decepção foi grande para todos nós, percebi a tensão em todos os jogadores. Aquilo estava indo de mal à pior. O que eu poderia fazer? Eu queria de algum modo poder ajudar, fazer algo para nós ganharmos. Levantei do banco e comecei a gritar pros nossos jogadores, palavras incentivadoras, logo, todas as líderes estavam do meu lado me ajudando. Parece que deu certo, os jogadores estavam mais animados e o resultado foi muito bom: EMPATE. Fim do segundo tempo e estava EMPATADO! Isso só se resolveria na prorrogação, ou seja, apenas alguns segundos para resolvermos quem seria o campeão.
Eu não sei o que me deu, mas eu levantei do meu banquinho e cansei de ficar apenas olhando. Fui correndo pra dentro do vestiário e peguei o Bichano, depois me direcionei para a cabine que faziam a narração. Todos me olhavam com cara de “MASOQUE?”, mas eu não liguei. Estava tocando uma musiquinha quando entrei e o narrador tomava um cafezinho.
- Com licença? - perguntei. Ele me olhou torto e mais tordo ainda pro violão.
- Sim. O que a senhorita deseja? Não deveria estar animando a torcida?
- Pois é moço, mas de um jeito ou de outro eu vou animar se o senhor deixar eu...- contei meu plano pra ele, no começo ele ficou meio desconfortável com a ideia, mas logo aceitou. Eu limpei a garganta e enquanto ele ligava o microfone e conectava o violão. Será que isso vai dar certo? Eu estou morrendo de medo. Sem contar que isso vai sair nacionalmente, e Demi tá logo ali.
- Pode começar.
- Ér... Oi. - Ouvi minha voz ecoar em todo o estádio. AI CARAMBA, AGORA FERROU TUDO! – Boa noite. Eu quero cantar essa música que eu fiz para George Shelley. Eu não canto bem, sei disso. Mas o meu amor por ele e pelo Texas é mais forte. Sei que essa música não tem nada a ver com o jogo, MAS é para animar todos vocês e inclusive meu namorado. - dei um risinho e olhei pelo vidro todo o estádio, de longe eu vi a silhueta de George olhando pra cá. - Espero que gostem. - Dedilhei umas notas, fechei os olhos e comecei a cantar, minha barriga deu uma grande volta:
Stay, Stay, Stay
(Fique, Fique, Fique)
I'm pretty sure we almost broke up last night
(Eu tenho certeza de que nós quase terminamos ontem a noite)
I threw my phone across the room at you
(Eu joguei meu telefone pelo do quarto, em você)
I was expecting some dramatic turn away but you stayed
(Eu estava esperando uma reviravolta dramática, mas você ficou)
This morning I said we should talk about it
(Essa manhã eu disse que deveríamos falar sobre isso)
Cause I read you should never leave a fight unresolved
(Pois eu li que você nunca pode deixar um problema sem solução)
That's when you came in wearing a football helmet
(Foi aí que você veio usando um capacete de futebol americano)
And said okay let's talk
(E disse tudo bem vamos conversar)
And I said...
(E eu disse)
Stay stay stay i've been loving you for quite some time time time
(Fique, fique, fique, eu tenho te amado há um tempo, tempo, tempo)
You think that it's funny when i'm mad mad mad
(Você acha que é engraçado quando eu fico brava, brava, brava)
But I think that it's best if we both stay
(Mas eu acho melhor se nós dois ficarmos)
Before you I only dated self indulgent takes who took all of their problems out on me
(Antes de você eu só namorava indulgentes egoístas que descontavam todos os seus problemas em mim)
But you carrying my groceries and now i'm always laughing
(Mas você carrega minhas compras e eu estou sempre rindo)
And I love you because you have given me no choice but to
(E eu te amo pois você não me deu outra escolha a não ser)
Stay stay stay i've been loving you for quite some time time time
(Fique, fique, fique, eu tenho te amado há um tempo, tempo, tempo)
You think that it's funny when i'm mad mad mad
(Você acha que é engraçado quando eu fico brava, brava, brava)
But I think that it's best if we both stay
(Mas eu acho melhor se nós dois ficarmos)
You took the time to memorize me my fears my hopes and dreams
(You took the time to memorize me my fears my hopes and dreams)
I just like hanging out with you all the time
(I just like hanging out with you all the time)
All those times that you didn't leave it's been occuring to me i'd like to hang out with you for my whole life
(All those times that you didn't leave it's been occuring to me i'd like to hang out with you for my whole life)
Stay and i'll be loving you for quite some time
(Fique, fique, fique, eu tenho te amado há um tempo, tempo, tempo)
No one else is gonna love me when I get mad mad mad
(Ninguém mais vai me amar quando eu ficar brava, brava, brava)
So I think that it's best if we both stay stay stay stay
(Mas eu acho melhor se nós dois ficarmos)
Stay stay stay i've been loving you for quite some time time time
(Fique, fique, fique, eu tenho te amado há um tempo, tempo, tempo)
You think that it's funny when i'm mad mad mad
(Você acha que é engraçado quando eu fico brava, brava, brava)
But I think that it's best if we both stay
(Mas eu acho melhor se nós dois ficarmos)
Stay stay stay i've been loving you for quite some time time time
(Fique, fique, fique, eu tenho te amado há um tempo, tempo, tempo)
You think that it's funny when i'm mad mad mad
(Você acha que é engraçado quando eu fico brava, brava, brava)
But I think that it's best if we both stay
(Mas eu acho melhor se nós dois ficarmos)
Toquei as últimas notas e sussurrei “Stay”. No primeiro segundo fiquei com medo de qual seria a reação de todos, mas assim que abri os olhos toda a arquibancada começou a bater palmas, até o narrador deu tapinhas nas minhas costas.
- Parabéns, você canta muito bem. - O Que? Eu fui bem? Eu não acredito! - Gostei. Mas agora temos que voltar ao jogo. - Ele sorriu e pegou o microfone – Bom... Depois dessa incrível apresentação iremos retornar ao jogo. Sortudo é esse George Shelley, hein?
Ele continuou falando enquanto ainda estática eu saía da sala, eu não acredito. EU NÃO ACREDITO! Eu cantei de todo o coração, espero que o George tenha gostado. Foi uma sensação incrível. Fui pro vestiário e coloquei o Bichano lá e sussurrei – não sei pra quem, mas acho que foi pro violão – “Obrigada”. Na volta pro campo várias pessoas ficaram me encarando. Sentei no meu banco de novo até que alguém tocou no meu ombro.
- Você tá brincando? Aquilo foi incrível! - Demi falou sorrindo. - Você canta muito bem! Cara, tipo, foi maravilhoso! Até me arrepiei. E você disse que não canta bem. Seu namorado deve ter muito orgulho de você.
- Obrigada. - Eu disse empolgada. Olhei pros lados procurando George e ele estava no campo, na posição de jogo. O juiz levantou a mão e apitou.
Ótimo, 30 segundos para vencermos. Começou a chover. Quem ligava pra chuva nesse momento? Estava tudo num silêncio, corações batendo rápido e nervos a flor da pele. Os jogadores começaram a correr, o jogador do Texas número 13 pegou a bola e correu, mas foi barrado por um adversário. Então ele jogou a bola e eu notei que foi pra George, ele pegou e correu. Nunca vi meu amor correr daquele jeito, do lado dele vinham outros jogadores para pegar a bola.. 5 segundos.. 4... ele correu mais rápido... 3....faltam alguns metros... 2....1.. ELE PASSOU! ELE PASSSOU DA LINHA E MARCOU PONTO! Pulei do banco e comecei a gritar e pular que nem doida.
- GANHAMOS! GANHAMOS! GEORGE EU TE AMO! EU SABIA QUE ELE IA CONSEGUIR! EU SABIA! - Eu abracei Demi, as líderes, até a Stacy eu abracei! Começaram a sair fogos no céu. No meio do campo os nossos jogadores estavam todos abraçados, gritando e até que das costas deles surgiu George. Parecendo um Rei. Me senti a pessoa mais feliz do mundo, eu sempre soube que ela é o cara certo. George me viu e pulou pro chão e veio correndo na minha direção. Nos abraçamos. - Eu te amo George! - quase gritei pra falar, por causa da barulheira dos torcedores.
- ! - Ele me levantou e girou comigo no colo, não importava quem estivesse perto, a chuva muito menos. Ele me colocou no chão e olhou no fundo dos meus olhos – Eu adorei a sua música, ficou perfeita. Eu sempre soube do que você era capaz, mas dessa vez me surpreendeu. Eu te amo muito, muito, muito!
- Eu estou muito feliz que você tenha gostado, sabe? Você foi minha inspiração. - nós rimos – e eu quero que saiba que você sempre será.
- Te amo .
- Te amo mais George. Amo você até a Lua e volta.
- Te amo até Plutão e volta. - soltei um pequeno riso.
Ficamos nos encarando por uns segundos e ele segurou meu queixo com as duas mãos e sorrindo me beijou. As borboletas do meu estômago começaram a dançar, ele se separou de mim e nos abraçamos de novo. Ficamos assim aproveitando a chuva, ouvindo os torcedores felizes, tudo. Alguém chamou George e ele se separou do abraço.
- Preciso voltar pra comemorar com o pessoal, e você pode vir se quiser.
- Me espera um minuto que eu vou ali falar com as peruas... – dei de ombros - ...e com DEMI! - dei pulinhos de alegria.
- Nossa! Você conheceu ela? Que sorte minha pequena. - assenti com a cabeça saltitante, ele sabe que eu sou Lovatic. MAS QUE LINDO! Ele me deu um beijo. - Eu vou indo...
- Espera! - falei segurando a mão dele.
- O que amor?
- Me promete uma coisa?
- Juro qualquer coisa por você!
- Fica comigo? - ele sorriu e me respondeu:
- Pra sempre.