Star Girl
Escrito por Carolina Ramos | Revisado por Lelen
Eu estava quase ficando cego com toda aquela luz em cima de mim. E fazia um calor absurdo naquela fantasia. Sem falar em toda a maquiagem... Mas faltava pouco. Já tínhamos passado muito tempo no estúdio gravando o clipe e aquela era a última cena. A que eu mais esperei. E ela estava lá, linda, mesmo com aquela roupa ridícula de astronauta. Era engraçado olhar para ela e lembrar como tudo começou. Era horrível pensar que, mesmo que eu a quisesse tanto, eu não podia ficar com a minha Star Girl.
Flashback - semanas antes
Mais um show. Estar em frente a milhares de pessoas, sentindo a energia do seu corpo se esvair e o suor brotar de sua pele enquanto você tenta fazer — e faz — o seu melhor com uma guitarra, baixo ou bateria. Cantar alto, muito alto, e ouvir todas aquelas vozes dividindo com você algo que era só seu e não é mais — uma paixão, uma idéia, um momento, uma viagem, um desamor. Receber a energia e o amor de um público fiel e dedicado, que te acompanha e te apóia em tudo. Sorrir sem nem perceber, simplesmente porque seu trabalho é reconhecido. E ainda ganhar dinheiro por isso! Muito dinheiro.
É isso que te faz sentir um orgulho imenso de ser quem você é. Te faz aguentar cada rumor ridículo que circula pela mídia, cada bronca que o seu empresário te dá, a saudade de casa, a correria do dia-a-dia, o cansaço dessa rotina maluca de estar em turnê. Compensa todas as horas que você já passou com um violão na mão em um bloco de papel na sua frente, com a cabeça completamente vazia e uma pressão gigante para compor, ou aquelas horas de sono que você perdeu porque a cabeça estava cheia demais. E um show em casa é ainda melhor... Os outros países te recebem de braços abertos e você é tratado como parte da Família Real, mas não há nada como estar em casa. Sair de um show e voltar para seu lar, para dormir na minha própria cama — quase sempre muito bem acompanhado.
Era uma noite dessas, estávamos em Londres depois de muito tempo em tour e era bom passar por aquelas ruas mais uma vez. Eu e os Guys decidimos comer em algum lugar depois do show — um lugar distante. Nada demais, só para evitar pessoas gritando seu nome e pedindo fotos e autógrafos em lugares estranhos enquanto você tenta comer uma pizza.
Fiz meu pedido e corri, morrendo de vontade de ir ao banheiro, até a porta indicada pelo bonequinho azul, mas ouvi um berro vindo da porta ao lado.
— , seu gostoso do caralho! — uma voz feminina bem atraente ecoou do banheiro feminino. Sim, a voz era atraente, parecia voz de mulher bonita. Mas isso pode ser pura enganação... Na verdade, eu só me aproximei porque ela estava chamando o meu nome. Ela tinha uma boca bem suja, mas chamava o meu nome e tinha voz de mulher bonita, então eu fui. Colei meu ouvido na porta na maior cara-de-pau.
— Quem é ? — outra voz disse — Olha o ! Hoje eu vou dormir muito frustrada sexualmente, assim como acontece isso depois dos shows... Mas hoje eles se superaram, né? Acho que eu fui e voltei aos céus umas três vezes quando o tirou a camisa.
Meu Deus. Groupies. Essas garotas só vão aos nossos shows porque nós somos gostosos. Não estou reclamando, mas cara...
— Sua virgem! — a dona da voz bonita estava rindo — Também acho que eles se superaram nesse aspecto, mas a setlist tava perfeita. Tinha um tempo que eles não tocavam as músicas antigas. Olha a minha cara inchada! Achei que fosse ter um treco com Down Goes Another One, pra variar.
Aí sim, garota. Eu nem vi sua cara e você já ganhou uns trinta pontos comigo.
— As antigas são as melhores... — ela continuou — queria que eles voltassem a fazer músicas assim. O Above The Noise é legal, mas não se compara aos outros.
Não preciso dizer quantas mil vezes eu ouvi/li isso. Muitos gostaram do novo estilo, muitos odiaram e muitos aceitaram só porque já eram nossos fãs e não nos abandonariam nunca. Mas ouvir isso tão de perto foi no mínimo impactante. Não mais impactante que a pancada que eu levei no momento seguinte. A porta abria para fora e, quando as garotas a empurraram para sair, a madeira bateu em cheio na lateral da minha cabeça. Tudo ficou meio escuro e eu soltei um grunhido, cambaleando um pouco para trás. Não sei qual das duas empurrou a porta, mas ela era bem forte.
A primeira garota saiu e soltou um “Ai meu Deus” abafado pelas mãos, que cobriam a boca. Ela estava assustada, surpresa, excitada e feliz ao mesmo tempo. Eu estava envergonhado e sentindo dor. A outra saiu logo em seguida, tendo uma reação ainda mais exagerada que a outra. Ela gritou “OH FUCK” alto o suficiente para todos do restaurante ouvirem. Era a dona da voz bonita. E mesmo tonto, consegui perceber que não fui enganado: ela era toda bonita.
Elas trocaram um olhar desses bizarros que só pertence às mulheres, que quer dizer um milhão de coisas em um segundo.
— , vai pegar gelo — a bonita disse à amiga, que obedeceu depressa, mas não antes de murmurar desculpas para mim. — Você tá bem?
— Sim, sim — ajeitei a minha postura e sorri.
Ela levou a mão ao local atingido e tateou com delicadeza.
— Temos um galo. Isso é bom. Você vai ficar bem. — Ergui uma sobrancelha. Ela riu. — Se o machucado incha é porque não tem um coágulo dentro da sua cabeça, o que poderia ser perigoso.
— Ah.
Ela sorriu. Cara, ela era muito gostosa. E era minha fã. E sabia sobre galos. Então ela franziu o cenho. Mordeu o lábio, corando.
— Você estava ouvindo nossa conversa?
— Você gritou o meu nome.
— Merda — ela desviou o olhar, ficando ainda mais vermelha.
— Desculpa.
— Você vai fingir que não escutou nada, certo?
Balancei a cabeça, exibindo um meio sorriso.
Fim do Flashback
O nome dela era . Ela ficou muito sem graça com toda aquela cena do restaurante, mas eu a convenci que ela e a amiga deveriam comer pizza com a gente. Foi divertido. Eu, , e só estávamos sendo nós mesmos, ou seja, fazendo palhaçada. E elas duas acabaram entrando na brincadeira. Peguei o telefone da na saída, quando não tinha ninguém vendo. Errado. Muito errado. Eu sou famoso e tenho um relacionamento sério, público. Os Guys encheriam meu saco se eles soubessem. A Georgia então...
Prefiro nem pensar. Temo que perderia meu pênis — e isso é demais para mim — se ela soubesse que eu ficava me engraçando com fãs desse jeito. Mas eu peguei o telefone dela mesmo assim.No dia seguinte, tivemos uma reunião na gravadora e todo mundo foi cuidar da própria vida. Georgia estava no trabalho. Eu não resisti. Estava perto de onde disse que morava, então liguei e a chamei para almoçar. Claro que eu tive a decência de convidá-la para um lugar reservado — não queria que saísse uma foto de nós dois em todas as revistas sensacionalistas. Eu me sentia um idiota. Um babaca traidor que tinha que chamar uma fã para almoçar escondido. Mas eu tenho 25 anos, porra. Eu sabia o que estava fazendo. Acho que sabia. Não é como se eu fosse sair do restaurante e levá-la ao motel, entende? Não que isso não tivesse passado pela minha cabeça. Mas esse não sou eu. Não mais.
— Ok, isso já é demais pra mim — foi como ela atendeu ao telefone. Dei uma risada.
— Minha voz é tão ruim assim de se ouvir?
— Se fosse, eu não teria todas as suas músicas no meu Ipod.
— Então acho que não vai ser péssimo se eu te chamar para almoçar.
Ela fez uma pausa longa demais.
— Os outros vão?
— Nope.
— Bem, eu vou ser obrigada a fazer esse esforço. A me abandonou hoje e eu estava realmente pensando onde eu ia comer.
— Então posso te buscar daqui a meia hora?
— Pode — nunca soube se aquilo foi uma interrogação ou uma afirmação.
Depois que eu desliguei o telefone, pensei na merda que eu estava fazendo. Mas já era. Em meia-hora, eu estava lá. E ela estava me esperando num vestido bonito. E decotado. Puta que pariu. Fomos a um restaurante japonês minúsculo e tradicional, daqueles que você tinha que se sentar no chão e tudo. Achei que as bochechas dela fossem rasgar com aquele sorriso enorme.
— Como você sabia?
— O quê?
— A comida japonesa é minha favorita.
Sorri. Achamos uma mesinha num canto e conversamos demais, como se fôssemos velhos conhecidos. Bem, acho que para ela não deve ter sido difícil, porque ela realmente me conhecia há um bom tempo e provavelmente sabia quase tudo sobre mim. Isso é muito louco de se pensar. Ela realmente tinha muita habilidade com aqueles palitinhos. Eu ainda não era nenhum expert, mas me virava. Exceto pela vez que meu roll caiu no potinho com shoyu e eu fiquei todo sujo. ficou rindo da minha cara. Too close for comfort. Controle-se, , eu me dizia o tempo inteiro.
— Continua aquilo que você falou sobre o Above The Noise ontem — comecei, tentando me focar em um assunto que não me levasse à boca ou ao decote dela. Tomei um gole de saquê — é tão ruim assim?
— Você também ouviu isso, né? — ela mordeu o lábio. Não numa tentativa de me seduzir. Pff, como se ela precisasse. Parecia algo que ela sempre fazia quando estava nervosa ou pensativa. — Não é que eu não goste do Above The Noise. Mas eu acho, e provavelmente não sou a única, que não é o estilo de vocês. Não é um problema mudar, experimentar coisas novas, seguir em frente, explorar possibilidades. Mas se vocês conquistaram um público fiel com estilo x, não necessariamente o estilo y seja satisfatório para eles. Entretanto, outras pessoas gostam de y, então fica tudo numa boa. A única coisa que realmente me foi intragável foi vocês usarem auto-tune. Pra quê, ? Com dois vocalistas maravilhosos... E com muita batida eletrônica, o baixo e a bateria ficaram meio esquecidos. Vocês são bons demais pra fazer música tão computadorizada. Mas eu genuinamente gosto de Shine a Light, a pesar de tudo.
Nada de novo. Mas, por algum motivo, a opinião dela me importava mais do que deveria. Fiz que sim com a cabeça.
— Eu estive pensando nisso. Eu queria achar um jeito de provar que nós não mudamos tanto assim. Que ainda somos os mesmos.
— Complicado — ela apoiou o queixo na mão e mordeu o lábio mais uma vez — Mas não impossível.
— Alguma ideia?
Ela sorriu e começou a falar. Daí surgiu toda essa loucura de fazer o segundo clipe de uma música antiga como Star Girl. Passamos o resto do tempo bolando tudo. Eu queria muito passar o dia planejando aquilo com ela. Ou fazendo qualquer coisa com ela. Mas ela tinha que trabalhar. Deixei-a no trabalho e fui conversar com o resto da banda sobre aquilo.
— Star Girl? Essa música tem cinco anos, . E já tem clipe.
— Acho que o Dougie vai se ferrar mais uma vez.
— É sério, não podia ser uma música que não tenha clipe? Alguma do Radio:ACTIVE?
— A ideia foi pra Star Girl, dude. E The Veronicas têm uns cinco clipes pra uma música só.
— Quem?
— Esquece.
— A gente vai regravar a música?
— Poderia ser. Um remix, talvez.
— Um pouco mais eletrônica, né?
— Acho que ficaria legal.
— Isso é loucura — declarou — mas eu tô dentro.
— Todos concordam?
— Desde que tenha mulher gostosa.
— Pode deixar, cara.
— Então fechou.
Então fomos falar com nosso empresário e a gravadora. Argumentamos que traria muitos acessos ao site se começássemos a dar uns spoilers do clipe por lá, que a gente poderia lançar a música como um novo single, que era importante para tirar as más impressões do ATN. Foram horas de debate, mas conseguimos.
— Podem falar no Super City que vocês têm uma surpresa a caminho — nosso empresário declarou orgulhoso e animado.
A primeira coisa que eu fiz ao sair da sala de reunião foi mandar um sms para dizendo “Conseguimos. You rock.”
E agora eu estou aqui, com uma úlcera no estômago de tanta ansiedade, porque essa é a cena final do clipe, a cena em que eu e ficamos juntos. Quando surgiu a ideia de um beijo técnico eu fingi que era totalmente contra, mas os caras da produção disseram que ia dar ibope e blábláblá. Georgia quase me mordeu quando descobriu. A verdade é que eu queria muito isso. Passei semanas me segurando para não agarrar , e agora tudo que eu preciso é fazer isso e fingir que foi atuação. Muito simples. O diretor gritou “Ação!” e nós fizemos o que tínhamos que fazer. Ignorei aquele fundo verde irritante, a produção, os Guys atrás das câmeras rindo e me sacaneando, Georgia com cara de assassina e todo o resto. Andei até a , apertei o botão que fazia subir o plástico do capacete dela e a beijei de verdade, mesmo sabendo tudo que aquilo podia significar. Claro que eu não planejei um beijo na frente de todo mundo e com toda aquela roupa pesada e quente, mas foi bom.
Muito bom. E eu fiquei com vontade de mandar o diretor ir ao quinto dos infernos quando ele gritou “e corta!” porque eu não queria parar. Never get enough of you...
Todo mundo começou a gritar, se abraçar e comemorar o sucesso das gravações. Os caras me ergueram no ar e eu pude ver sendo paparicada pelo diretor. Ela me olhou de volta de um jeito significativo. Virei a cabeça e vi Georgia saindo do estúdio, batendo os pés. Eu sabia que estava com problemas.
Decidimos comemorar no mesmo lugar em que havíamos conhecido . Hoje era seu dia de estrela. , e foram à frente, em seus respectivos carros. Eu e ficamos para trás.
— Você quer carona? — perguntei-a, quando ela saiu de seu camarim.
Ela fez que sim com a cabeça, sem dizer nada. Percorremos metade do caminho naquele silêncio horrível.
— Por que você me beijou? — ela finalmente perguntou.
— Por que você me beijou de volta? — rebati.
Ela ficou muda, olhando pela janela, evitando me encarar.
— I don’t wanna give you away, 'cause it makes no sense at all. — foi só o que eu disse, estacionando o carro.
Dessa vez, ela me beijou.
Epílogo - Ponto de vista de
Estou sentada em um sofá com a minha melhor amiga,sendo abraçada por um astro de rock (o homem mais gato da galáxia), os companheiros de banda dele e suas namoradas, vendo o lançamento do remake de Star Girl. O clipe que eu idealizei, escrevi, atuei e ajudei a dirigir. Dizendo assim, parece que eu fiz muita coisa. Mas não. Foi sorte. Tive uma ideia boba que pareceu boa, as pessoas aceitaram e pediram minha ajuda. Algum imbecil cof cof que se chama cof cof decidiu que eu tinha que estar no clipe e voilà.
Apertaram o play e a tela gigantesca se encheu da imagem de uma grande nave espacial branca viajando pelo Sistema Solar. Enquanto isso, as potentes caixas de som vibravam com a nova introdução de Star Girl: uma batida enérgica, bem dançante. Zoom na nave e aparecem os integrantes do McFly com instrumentos que brilham no escuro e roupas pretas também brilhantes e bem coladas. Zoom em Tom Fletcher, que grita “Hey”, e a nave começa a balançar, atingida por algo; a música pára. O ângulo da câmera muda, como se fosse a visão da banda através de um vidro, e eu apareço numa nave menor, acenando e acelerando para a direção oposta. Danny joga a guitarra no chão e grita “follow that ship!” e a música começa de novo.
Hey, I'm looking up for my star girl
I guess I'm stuck in this mad world
The things that I wanna say
But you're a million miles away
Nessa cena, Tom está vestido de Buzz Lightyear — ele amou essa parte —, sentado numa janela parecida com a da casa de Toy Story. Aperta um botão de sua fantasia e de lá retira um papel. Zoom no papel: é uma foto minha. Tom se levanta e estica um braço ao alto, na famosa posição “ao infinito e além” e voa atmosfera afora. (Danny disse “mas ele é um brinquedo!” A sala se encheu de risadas.)
And I was afraid when you kissed me
On your intergalactical frisbee
I wonder why, I wonder why
You never asked me to stay
De volta à nave, às roupas pretas coladas e a perseguição interestelar. Enquanto todos se empenham, Dougie fica brincando com os controles, apertando todos os botões. O maior deles, vermelho, é o botão de ejeção. (Típico de desenhos como pica-pau, eu sei.) Doug sai da nave e fica flutuando no vácuo com sua cadeira.
Ooh
So wouldn't you like to come with me?
Ooh
Go surfing the sun as it starts to rise
Ooh
Woah your gravity's make me dizzy
Girl I gotta tell ya I feel much better
Make a little love in the moonlight
Dessa vez eu estou com Danny num grande gramado. Estou vestida de Padmé e ele de Anakin, imitando a cena do picnic do Episódio II de Star Wars: Ataque dos Clones. (A cena ficou mais bonita que engraçada e eu fiquei me sentindo a própria Natalie Portman.)
Hey, there's nothing on Earth that can save us
When I fell in love with Uranus
I don't wanna give you away
'Cause it makes no sense at all
A banda aparece cantando e tocando. Dessa vez, estão vestidos com aquelas fantasias bem clássicas de ET: verdes, cabeçudos, com olhos grandes e totalmente pretos. (A gravação dessa cena foi muito engraçada, porque as luvas tinham dedos compridos demais e eles não conseguiam tocar. Isso ficou nítido no clipe, eu gostei.)
And Houston, we've got a problem
The ground control couldn't stop them
I wonder why, I wonder why
You never asked me to stay, yeah
Harry fantasiado de Spock, o personagem mais famoso de Star Trek: uma das coisas mais engraçadas que eu já vi. (Todos começaram a gargalhar com a cena.) Eu estava vestida de Uhura, tentando seduzi-lo, mas ele é o Spock, então nada feito.
Ooh
So wouldn't you like to come with me?
Ooh
Go surfing the sun as it starts to rise
Ooh
A banda toda tocando, mas agora todos vestidos como os Homens de Preto. Daniel, Thomas e Dougie apertam botões em seus instrumentos e eles se transformam em armas enormes. Harry joga as baquetas no chão e retira duas pistolas de seu paletó. Zoom neles com caras de fuck yeah.
Woah your gravity's make me dizzy
Girl I gotta tell ya I feel much better
Make a little love in the moonlight
Fly away, watch the night turn into day
Dance on the Milky-Way
Melt me with your eyes, my Star Girl rules the sky
Uma das minhas favoritas, paródia da última cena do primeiro capítulo da quinta temporada de Doctor Who: eu vestida de Amy Pond, flutuando fora da TARDIS, sendo segurada pelo Dougie vestido de Doctor. (A gravata-borboleta e os suspensórios ficaram muito bem nele, convenhamos.)
One, two
One, two, three, four!
Looking up for my star girl
I guess I'm stuck in this mad, mad world
The things that I wanna say, but you're a million miles away
Com uma nebulosa ao fundo, um ser fica dançando com uma fantasia vermelha cheia de tecidos soltos, igual a um clipe recente de certa cantora aí. Ficou praticamente igual ao original, mas quem fica fazendo as acrobacias é Danny. Zoom no rosto dele todo maquiado e ele manda um beijo para a câmera. (Mais gargalhadas e gritinhos na sala; o tipo de cena que só o Danny faria.)
Ooh
So wouldn't you like to come with me?
Ooh
Go surfing the sun as it starts to rise
Ooh
Yeah, wouldn't you like to come with me?
Mais uma vez a nave grande aparece, cercando a minha. Sem saída, eu paro e eles me capturam. Vou andando com eles dentro da nave branca numa roupa colada de astronauta. Entramos na sala de comando e eu sou presa a uma cadeira. diz aos outros que quer conversar comigo. Desconfiados, eles saem e nos deixam a sós.
Yeah
Girl I gotta tell ya I feel much better
I can't get enough of you
Galaxy defenders, stay forever
Never get enough of you
O grand finale: sorri e anda na minha direção. Me solta da cadeira, eu me levanto. Ele aperta o botão que controla o plástico do meu capacete, subindo-o, e me beija.
O clipe termina e nós continuamos parados por um segundo. Eu sou a primeira a falar:
— Ok, até que não ficou tão ruim assim.
Nós rimos e começamos a gritar, abraçando uns aos outros. me puxa pela cintura e me dá um selinho.
— Obrigado, . Obrigado por tudo.
— Acha que vai só agradecer assim? Tsc, tsc. Fácil demais.
— O que você quer então, ? — ele me pergunta com um sorriso malicioso.
Cochicho no ouvido dele.
— Gente, muito bom estar com vocês, mas nós temos um assunto a resolver. — anuncia a todos — Hasta mañana!