Sorry, I'm fool...

Escrito por Nathália | Revisado por Bella

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  "Coloque pra tocar "Stay - Miley Cyrus".

  Sinto falta de ouvir o som das chaves de quando ele chegava em casa, sinto falta de quando apenas sentávamos na cama e ficávamos conversando, sinto falta do teu cheiro, do som dos seus passos pela casa, do seus abraços que me acolhiam sempre. Aqui estou eu, pateticamente deprimida, assistindo "Diário de uma paixão", sozinha. Me questionava o porquê de Allie grita tanto com o Noah. Ele é tão bom pra ela. Fiquei um tempo perdida em meus devaneios, até que.
  – Allie, eu te amo.
  – Eu te amo...
  – PORRA! Eu estou aqui, morrendo, e vocês fazem isso comigo? – Gritei pra TV. Olhei pros lados e ri sozinha.
  Virei meu corpo todo pras costas do sofá, que por sinal tinha uma janela, fiquei fitando a tempestade que caía lá fora, uns carros passando, pessoas correndo, quando me dou conta o vidro já está todo embaçado pelo meu calor. Tirei minha mão que estava de baixo da coberta e com um gesto lento coloquei minha mão sobre a janela gélida, e sem perceber, já tinha escrito o nome dele lá. “
  – Merda, merda, merda. Para, ! Para... – Me levantei meio, meio não, super triste. Tudo me fazia lembrar aqueles olhos , tudo me lembrava o sorriso esbelto que só ele tinha, não é possível mais de 2 bilhões de sorrisos no mundo e logo o dele que eu tenho que lembrar?
  Fui pro balcão da cozinha e apoiei meus cotovelos lá. Ficara fitando minhas mãos por longos minutos, ouço bem baixinho uma voz que exalava da TV que não estava muito longe de mim. Era uma propaganda de Pet Shop, ouço alguns latidos. Pro seu cachorro ser mais feliz, traga-o para o mais nova Pet Shop de Londres.... Não ouvi mais nada.
  A luz acabou. Fiquei me lamentando por isso, pois morro de medo de escuro. Pois é, "A medrosa". Fui tateando as paredes até meu quarto, já era tarde. Pensei. Estava bem escuro, pro meu azar. Me joguei na cama. Droga. O perfume dele ainda estava impregnado naqueles lençóis. Joguei o travesseiro no chão tentando me esquecer dele, tentativa bem falha. Demorou alguns minutos pra eu me acostumar com o ambiente escuro, fiquei fitando o teto e lembrei de nossas férias em Los Angels com Boris, nosso fiel escudeiro e cachorro.

  Flash Back

  – PARE, VOCÊ TA ME MOLHANDO! – Saí correndo pelo gramado que era incrívelmente claro e verde.
  – Essa é a intenção, ! – veio correndo atras de mim com uma arma de água.
  Ele me encurralou na parede e ria descontrolávelmente apontando a arma de água pra mim.
  – , pare. – Disse, séria.
  – NUNCA! – Ele abriu um sorriso enorme e atirou toda água em mim, não me contive e comecei a rir também, próximo à mim tinha um balde d'água, em um momento rápido peguei e ele me olhou surpreso, joguei todo o conteúdo em cima dele.
  Boris veio correndo de sei lá onde e pulou em cima dele, o fazendo cair ali mesmo. Fiquei rindo por um longo tempo até ele pedir desistência e resmungar pedindo ajuda para levantar. Eu o levantei e nos abraçamos felizes. Era evidente. Nós nos amávamos incondicionalmente, nós três. Digo, eu, e Boris.

  Flash Back

  Meu deus do céu, como eu sinto falta dele. Todos aqueles momentos, nossos momentos, foram perdidos no tempo por bobagem minha, eu não conseguia me aturar naquele momento. Sentei na cama e, sem perceber já estava chorando, chorei por longas horas. Com o rosto inchado e ardendo, crio coragem de descer da cama e ir até a janela observar a chuva. Quando encosto os pés no chão, um frio percorre pela minha espinha, dou uns quatro passos até chegar lá.
  Terrivelmente, começo a chorar novamente, começo a pensar, oque vai ser de mim sem ele, okay. Dramática como sempre, mas era inevitável ter um mundo sem o Payne na minha vida. Nós éramos como o bem e o mal, éramos o equilíbrio, sem um para completar o outro, era totalmente sem graça e vazio. Me relembro como se fosse ontem, ele chegando em casa depois de uma longa tour; quando ele passava pela porta era, com certeza, a melhor sensação do mundo. Pulava ao colo dele, ele me girava, nos beijávamos loucamente, o abraço parecia o último. Era incrívelmente adorável que, mesmo cansado, mesmo exausto, ele me ouvia, ficava acordado comigo quando eu tinha insônia.
  Ah... E quando ele deixava a TV ligada falando sozinha só pra me irritar, como eu odiava aquilo, e sabe o que ele fazia? Ria. Ria de mim, dizia que era lindo o jeito que eu ficava irritada, e o quão fofa eu era vermelha como um pimentão depois que ele dizia aquilo. É. Só lembranças agora. Meu deus do céu, como eu sinto falta dele.
  Não me aguento, choro mais, é só isso que eu sei fazer desde que ele se foi. Chorar. Seria pedir demais eu voltar no tempo para pedir perdão, voltar pra ser menos orgulhosa, voltar pra pedir pra ele ficar, voltar pra pedir perdão... Acho que sim.

  2 meses antes...

  – TÔ CANSADO! EU JÁ FALEI QUE NINGUÉM VAI NOS AFETAR, NINGUÉM! NÃO SOU EU E VOCÊ! SOMOS "NÓS", ENTENDA ISSO! ISSO NUNCA AFETARIA NOSSO RELACIONAMENTO – fez uma pausa– BOM, NÃO ATÉ AGORA! – Ele gritava após uma discussão nossa sobre o ódio das fãs sobre mim.
  – VOCÊ SABE MUITO BEM QUE AFETARIA, SIM! VOCÊ PELO MENOS SABE O QUE ELAS DIZEM PRA MIM? VOCÊ SE IMPORTA MAIS COM ELAS DO QUE COMIGO! – Saiu sem pensar. Gelei naquele momento, eu não queria ter dito isso, não queria.
  Ele me fitou por uns momentos e saiu o último grito de sua boca avermelhada de tanto mordê-la.
  – Pensei que você fosse uma delas. – Me olhou com ódio e disparou pro quarto com passos pesados, fiquei ali em pé parada, chorando. Me lembrando quando fui até uma loja de CD'S comprar o novo disco da One Direction, e lá conheci ele por um impulso do destino.
  Fui até o quarto para vê-lo. Me encostei na porta. Ele estava fazendo as malas, botando suas roupas dentro de uma mala preta de viagem com muita raiva, ele chorava, mas tentava disfarçar. Tive vontade de gritar pra ele ficar, vontade de pedir perdão, mas não fiz. Quando ele acabou, fechou o zíper rapidamente, pegou o sobre-tudo preto, o vestiu e passou por mim furiosamente, não disse mais nada, ouvi o tranco da porta batendo e então fui correndo pra janela ja sala. O carro tinha acabado de sair da frente de casa.

  Bem, eu me odeio desde então. Me dirigi ao corredor para ir pra sala, mas, ao me lembrar do ocorrido, perdi as forças, tentei me manter em pé, me encostei na parede e fui descendo lentamente até chegar ao chão. Me encolhi e permaneci lá. Chorando, novamente. Estava muito frustrada, não ouvia nada, o silêncio estava me matando. Situações desesperadas pedem medidas desesperadas. Fazia tempo que eu não fazia aquilo, mas eu precisava. Fui ao banheiro não muito longe dali. Cheguei na pia e me abaixei para abrir o armário. Em uma caixinha lá no fundo havia um item que eu não usava há muito tempo. Uma lâmina. Eu peguei o objeto e fiquei encarando, sentei no chão e comecei a chorar, chorei de saudades, chorei de ódio de mim mesma, chorei por não saber o que fazer. Estiquei minhas mangas e vi as minhas cicatrizes, e lembrei. Me lembrei o porquê que eu não podia fazer aquilo. Por cima das cicatrizes que ficam em meu pulso, há uma tatuagem que teve idéia de fazer. Uma linha de costura com uma agulha. Ela estava "fechando" meus cortes, as linhas eram delicadas, eram palavras, resolvi colocar o nome dos meus pais e de minha avó, porém, bem no início da linha, estava lá, o nome dele.
  Passei minha mão pálida pelo frio por cima da tatto, e lutava contra o desejo de me auto-flagelar. Tinha feito tratamento pra parar. Mas tinha passado tanto tempo, eu tinha por quem lutar, eu tinha razão pra viver. Meus pais e minha avó ainda eram vivos, e ainda estava aqui. Fiquei olhando para meu reflexo embaçado na lâmina que estava ao meu lado no chão, e o peguei. Quando ouço um estrondo muito alto, não parecia ser em casa, então, não hesitei, já estava forçando um pouco mais aquele pedaço frio de metal contra minha pele.
  Ouço passos apressados pela casa e um homem para na porta do banheiro, não enxergo muito bem, minhas lágrimas dificultavam muito, tudo ficava tão embaçado. Não consigo enxergar o rosto dele, em questão de segundos tudo começa a apagar e ficar mais escuro.
  Acordei na minha cama com uma faixa de pano envolvendo meu pulso, a casa estava quente, a luz tinha voltado, vou abrindo os olhos lentamente e a lâmpada amarela do quarto quase "me cega". Olho pros lados mas não há ninguém, quando me levanto, me olho no espelho e estava acabada, confusa. E só depois de algum tempo eu me dou conta que tem um estranho na minha casa, saio correndo pelo corredor e paro quando chego ao meio da sala, semi-de-frente com o balcão da cozinha. Não é possível.
  – ? ... – Sentia meu coração bater mais rápido do que o bater de asas de um beija-flor.
  Ele se virou com duas xícaras na mão, e abriu um sorriso, não era verdade aquilo, eu tinha morrido e estava sonhando antes de ir ao paraíso, não pode ser verdade. Fiquei parada lá, que nem estátua, não saiu som algum da minha boca, mexi os lábios algumas vezes em tentativa de falar algo, mas não saia. Senti umas lágrimas saírem de meus olhos que não piscavam, tinha medo de dar umas piscadinhas e ele desaparecer.
   estava na minha cozinha, parado, lindo como sempre foi, usava um casaco de couro preto e uma regata, o cabelo dele parecia meio molhado. Seus olhos brilhavam mais que o normal, era incrível. Ele deixou as xícaras em cima do balcão e veio se aproximando rapidamente de mim, eu apenas fiquei fitando tudo aquilo, ainda incrédula.
  Ele me abraçou em um ato super ágil, me apertou forte e eu correspondi o mais forte que pude, ele estava ensopado, mas não liguei, continuei o abraçando e botando meu rosto contra o peito dele, quando nos soltamos eu pude encarar o rosto dele, estava vermelho, e tão inchado quanto o meu.
  – , pelo amor de deus, nunca mais faça isso comigo! – As palavras saíam de sua boca junto com as lágrimas. – Eu pensei que você tinha morrido, eu sabia que devia ter vindo pra cá hoje. Eu senti tanta sua falta, tanta... Por favor, me desculpa, meu amor, me des... – Não deixei ele terminar, me doía vê-lo chorar e pendindo desculpas por uma erro meu.
  – Cale sua boca, , você não teve culpa, eu sou tão idiota de ter dito aquilo, meu deus, eu senti tanta tua falta, eu... – fiz uma pausa, estava soluçando muito. – eu te amo. Por favor me desculpa, eu te amo...
  – Desculpa eu ter ido embora, eu estava com tanta... – Fechou os olhos e depois continou me fitando. – tanta raiva de você, que perdi a cabeça, me desculpa. Você sempre foi a primeira, eu amo minhas fãs, mas você sabe que você é minha primeira, e é tão bom dizer isso porque isso soa que você é tão...
  Eu completei.
  – Sua. Serei sempre sua.
  Choramos juntos e não pude me conter, pulei no pescoço dele começando um longo beijo, ele me segurou pela cintura e me rodopiou, como sempre fazia. Terminamos o beijo com uns selinhos e ficamos abraçados. Nada poderia nos afastar agora, nada.
  – Eu te amo, . – Ele encostou a testa dele na minha.
  – Eu te amo, . – O beijei novamente e sorrimos.
   teve que esquentar nosso chocolate quente novamente, pois já tinha esfriado, passamos o resto da noite juntos, em claro. Conversamos por longas horas. E ele me dissera que tinha feito uma música pra mim na tour, e que, durante os shows, quando ele cantava, não se contia e chorava sempre. Os meninos sempre tentavam botá-lo pra cima, mas nada, nada o fazia feliz. Pedi pra ele cantar um trecho pra mim da tal música, mas ele se recusou. Disse que haveria um show deles em Londres no dia seguinte, e me falou pra ir ao show vê-lo, não pude recusar. Tomamos banho, assistimos um filme e, enquanto comíamos pipocas juntos, ele segurou meu pulso enfaixado e comeceou a fazer "carinho", o beijei. E passamos assim até o dia seguinte.

  No show.

  Meu pulso ainda estava enfaixado mas não liguei de deixá-lo á mostra. Fiquei no camarote VIP de frente ao palco, algumas fãs que estavam ali foram até que receptivas, momentos antes do show os meninos passaram lá pra falar comigo, sentiam saudade tanto quanto eu deles. Sempre gentis e brincalhões, mas... Era hora de trabalho, se despidiu de mim com um beijo e saiu do camarim, as poucas pessoas que tinham lá ficaram me encarando depois disso, mas não liguei. Músicas depois, um violão domina a arena, e com apenas o som dele, começa a falar.
  – Essa música foi escrita por mim, há um mês atrás... E queria dizer que ela é muito especial pra mim, essa é para um pessoa muito especial, acho que essa pessoa sabe que essa música é pra ela, eu te amo. – A gritaria exavala de todos os cantos daquele lugar, havia muita gente lá, muita.

  Coloque pra tocar Half A Heart - One Direction

  E então a música começa... As lágrimas eram evidentes, a letra é tão linda, a melodia se encaixa perfeitamente, queria tanto sair de lá e invadir o palco para abraçá-lo.
  Only half a blue sky, kind there but not quite. I'm walking around with just one shoe, I'm half a heart without you...
  Quando a música acabou, os holofotes se apagaram eu saí correndo do camarote e fui direto ao corredor dos camarins, algumas fãs ficaram me encarando perplexas, eu havia sumido da mídia por um tempão, me ver fora como ver um morto se ressucitar.
  Fui passando com dificuldade no meio delas até chegar aos três seguranças que impediam a passagem, quando Paul me reconhece.
  – ?! – Ele arregalou os olhos – O que você está fazendo aqui?
  – me trouxe, por favor, pode me levar até ele, Paul? – Pedi desesperadamente.
  – Dê passagem pra ela, George! – Disse ao um dos brutamontes gigantes que estavam em minha frente.
  Quando passei, ouvi uma garota dizer: "Que injustiça, moço! Por que ela pode passar e a gente não?!". O segurança deu de ombros. Paul me guiou até o camarim onde eu finalmente o vi ali. Ele estava tirando a camiseta, que corpo. Corri pra ir abraçar ele em um ato desesperado o beijei e abracei ao mesmo tempo.
  – Eu te amo, eu te amo, eu te amo!
  Ele riu.
  – Eu também te amo, te amo, te amo! – Me pegou no colo e sentamos em um sofázinho que tinha logo ali.
  Saímos de lá as pressas pra nenhuma fã nos ver. Fomos pra casa dele e, quando ele abre a porta, Boris veio correndo lá dos quinto pular em cima de mim.
  – Garotão, que saudade de você! – Ele me lambeu.
  – Ele sentiu muita sua falta, assim como eu. Quando eu chamava os caras aqui em casa pra eles, sei lá, me animarem, eu sempre falava seu nome, e aí, ele chorava e ficava sentado aqui na porta.
  Eu o olhei e sorri, levantei e ficamos com os rostos bem colados, conseguia sentir a respiração dele.
  – Não vai mais acontecer isso, eu prometo. Eu te prometo, não irei a lugar nenhum sem você. – Sorri e dei um selinho nele.
  – Eu te amo tanto, ... – Saiu como um sussurro.
  Nos fitamos e ele me pegou no colo, me deitou no sofá grande e espaçoso da sala dele, ele ficou por cima de mim, nos beijamos não daqueles beijos desesperados, mas um beijo que durasse o suficiente pra ficar sem ar, pra que nada nem ninguém nos atrapalhasse. A não ser Boris, que ficou nos encarando. e eu trocamos olhares e olhamos para o cachorro, e rimos. Como eu amo esse homem.
  – Sempre serei sua, . – Fechei meus olhos.
  – , sempre fui teu. – Ele encostou a testa dele na minha.
  Como um coro, dissemos juntos.
  – Eu te amo.

Fim.



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