Solos de Guitarra...
Escrito por Mary Lira | Revisado por Pepper
Quinze minutos, isto era tudo o que eu ouvia, desde que havia saído do banho. Minha casa estava uma correria sem fim. Nick já havia batido na porta do meu quarto oito vezes, em menos de dez minutos, pedindo um creme, uma grava, ou qualquer coisa do tipo. Para falar a verdade, eu não estava prestando muita atenção, minha mente estava enevoada pela imagem dela.
- Joe, se você continuar com esse sorriso idiota na cara e não se arrumar não vamos sair hoje. – a voz de Nick interrompeu meus pensamentos. Olhei-o feio e bufei.
Terminei de me vestir, e fui arrumar o cabelo. Passei o perfume e deixei o quarto, me encontrando com meus irmãos esparramados em meu sofá. Frank assistia a um seriado qualquer, enquanto Kevin lia um livro, faltava apenas Nick.
- Nicholas, se você não estiver aqui em...
- Ok, cheguei. Vamos! - ele estava mais do que animado. Bom, eu o entendia, afinal, eu não era o único Jonas que estava encantado por uma brasileira. Frank desligou a televisão e Kevin largou o livro, rumamos para porta, e em seguida para garagem. Iríamos na Hilux de Kevin, já que ele havia nos oferecido uma carona.
A caminho do bar, onde as tais garotas encantadoras tocariam, ouvi Frank perguntar por que não podia ir conosco.
- Ué, e você vai fazer o que lá? – foi a minha pergunta, fazendo-o fechar a expressão pra mim. O carro parou rente ao meio-fio, onde Nick e eu saltamos. Nos despedimos dos outros dois, e adentramos o local, que para nossa surpresa, estava lotado. Procurei uma mesa vazia, e havia uma próxima ao pequeno palco, porém, mais ao canto. Me precipitei para ela.
Assim que um garçom veio nos servir, as luzes diminuíram, deixando o ambiente mais misterioso. Meus olhos se voltaram para o que pequeno retângulo a minha frente, onde as duas garotas se posicionaram.
Mais lindas do que nunca, elas pareciam alheias à nossa presença, o que era absurdo, levando em conta que todos já nos reconheceram. Porém, eu não deveria estranhar, não vindo dela. Com um sorriso singelo no rosto, a garota que descobri se chamar , aproximou-se do microfone.
- Boa noite, L.A. – ela fez uma pausa para que todos pudessem responder. – estamos muito felizes em podermos tocar para vocês mais uma vez. – deu a deixa para amiga.
- Desta vez, faremos algo especial, cantaremos uma música do nosso país, espero que gostem. – se afastou do microfone, ajeitou o violão sobre o colo e tocou o primeiro acorde.
-Diz prá eu ficar muda
Faz cara de mistério
Tira essa bermuda
Que eu quero você sério...
Tramas do sucesso
Mundo particular
Solos de guitarra
Não vão me conquistar...
Uh! eu quero você
Como eu quero!
Uh! eu quero você
Como eu quero!
Meus olhos se arregalaram ao ver a tradução no telão atrás delas. assumiu o vocal.
O que você precisa
É de um retoque total
Vou transformar o seu rascunho
Em arte final...
Agora não tem jeito
Cê tá numa cilada
Cada um por si
Você por mim e mais nada...
Uh! eu quero você
Como eu quero!
Uh! eu quero você
Como eu quero!...
Por um momento nossos olhares se cruzaram, e ela ergueu uma sobrancelha, sugestiva. Minha garganta secou.
Longe do meu domínio
Cê vai de mal a pior
Vem que eu te ensino
Como ser bem melhor...
Longe do meu domínio
Cê vai de mal a pior
Vem que eu te ensino
Como ser bem melhor...
(Bem melhor!)...
a ajudava com o coro. Ao olhar para trás, todos se balançavam ao ritmo da canção. Nick estava hipnotizado com a voz da segunda garota.
Uh! eu quero você
Como eu quero!
Uh! eu quero você
Como eu quero!...
Uh! eu quero você
Como eu quero!
Uh! eu quero você
Como eu quero!...
sorriu mais amplamente, olhando rapidamente para amiga, que tinha o mesmo sorriso.
Uh! eu quero você
Como eu quero!
Uuuuuuuuuuhhh!
Uuuuuuuuuuhhh!...
Quando a música chegou ao fim, o público aplaudiu com louvor. Elas agradeceram, e juntas, deixaram o palco, já que havia mais um grupo a se apresentar. Meus olhos estavam vidrados nela, com seu modo de andar, de mexer nos cabelos ou de ajeitar a roupa.
- Joe, só eu senti a indireta? – meu irmão me cutucou no ombro, fazendo-me virar para olhá-lo.
- Não. – respondi, tentando organizar meu pensamentos – Sinto que as conheço, mas de onde?
- Êh lesado, do último show delas que fomos – Nick me olhou como se eu fosse retardado.
- Não, não é daí. Eu tenho a impressão que as conheço de algum... Nick! Oh minha nossa! – eu não podia acreditar que eram elas.
- O quê?
- Lembra do acampamento que fomos há dois verões, no qual você pegou insolação e quase morreu? – perguntei, vendo-o assentir. – Pois bem, haviam duas garotas que não se misturavam, uma delas inventou uma desculpa só pra voltar pra casa, porque não queria ficar lá.
- Tá, mas e daí? – foi a minha vez de encarar meu irmão como se ele fosse débil.
- E daí que a é a tal garota, ela não gostava de nós, assim como a . Lembra quando tentamos nos aproximarmos delas, as duas disseram que não curtiam “astros do Rock de meia tigela" e “vocês são fúteis demais pra nós?".
A ficha de Nick pareceu cair, eu quase podia ouvir as engrenagens funcionando em sua cabeça.
- Ai caramba, elas são as garotas que nos deram um fora! – ele praticamente gritou, atraindo atenções desnecessárias. Dei um tapa em seu ombro.
- É, agora fala baixo. Temos que encontrá-las. – me pus de pé, ele me olhou inquisitivo. - Ah, você não achou mesmo que eu perderia a oportunidade de tentar ficar com ela de novo, achou? – Nick ponderou por um momento, e em seguida se pôs de pé.
Juntos, seguimos até a saída, na esperança de vê-las por ali. Nick me cutucou, apontando para um lado escuro da calçada. As duas estavam sentadas no meio-fio, conversando e rindo de algo.
- Ok, vamos lá. – respirei fundo, e junto com meu irmão, me aproximei das duas. foi a primeira a notar nossa aproximação.
- Ora, ora, veja só quem está aqui, – sua voz tinha uma nota explícita de maldade. A jovem a seu lado virou para nos ver, em seguida sorriu.
- O que querem?
- Nós sabemos quem são vocês – Nick soltou antes de eu poder responder. riu dele.
- Ótimo, ele pareceu o Scooby Doo, desvendando mistérios, agora – riu. – Enfim, finalmente descobriram quem somos.
- É isso aí, nós sabemos quem vocês são. Mas... O que fazem aqui? Vocês não são brasileiras? – desatei a questionar. As duas se entreolharam e deram de ombros.
- Somos, mas depois daquele verão, resolvemos investir na nossa carreira como musicistas. O pai da fez o nosso CD demo, e viemos atrás de uma oportunidade – foi quem respondeu.
- Então vocês ainda são independentes? – Nick interferiu, fazendo-as assentirem. Uma ideia me passou pela cabeça.
- Acho que podemos ajudá-las – declarei.
- Podemos? – meu irmão indagou, eu assenti.
- Claro, amanhã vamos a gravadora, poderíamos mostrar o CD delas, e fazer uma propaganda básica, o que acham? – os olhos de ambas brilharam.
No instante seguinte, ambas estavam de pé, abraçando a cada um de nós, e depois trocando. Quando me soltou, havia um brilho travesso em seus olhos, assim como um sorriso em meus lábios. Me aproximei um pouco mais, quase beijando-a, quando ela pôs o dedo em meus lábios.
- Se contenha – foi o que ela disse.
- Mas eu achei que...
- Achou errado. Somos amigos, e não adianta fazer o mesmo que fez no acampamento.
Flashback On
O dia estava ensolarado, um calor escaldante, e os Jonas frustrados. Haviam tentado impressionar as duas garotas, e não havia adiantado de nada. Foi quando Nick teve uma ideia “genial".
Com a ajuda do irmão, eles fariam um pequeno show, atraindo a atenção das garotas para si, e quem sabe, talvez até conseguissem os telefones delas?
Animados, os jovem pegaram suas guitarras e se posicionaram próximo ao “Cantinho dos Desafios", uma espécie de palco de madeira, que ligava uma ponte a outra extremidade, por cima do lado.
Entusiasmados, os garotos cantaram músicas deles, e fizeram covers, atraindo atenção da galera toda... Menos delas.
Flashback Off
-É, realmente, solos de guitarra não conquistam nem vão conquistá-las. – foi a última frase de Nick, antes das garotas retornarem para o bar, onde apresentariam mais uma música.
n/a: Hi people. Desculpem pela qualidade da fic, mas eu realmente não estava em condições de fazer algo melhor. O sono está batendo aqui, e a coisa está ficando feia. Rs’. Agradeço a quem leu, de verdade, muito obrigada. Um valeu especial para beta. E é isso, até a próxima.
Xx Mary.