So Keep Breathing

Escrito por Raisa L. | Revisado por Paulinha

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Prólogo

  - Mas, como você pode me deixar aqui nessa cidade, você falou que iriamos nos livrar de tudo isso juntos!
  - Eu vou voltar, venho para te buscar, então seremos apenas nós...
  - Você promete?
  - Prometo.

Capítulo 1

This time, this place,
(Este tempo, este lugar)
Misused, mistakes
(Esses desperdícios, esses erros).
Too long, too late
(Tanto tempo, tão tarde)
Who was I to make you wait?
(Quem era eu para te fazer esperar?).

  Ainda não acredito que depois de cinco anos estou voltando... Isolado de qualquer tipo de notícia que vinha daquela cidadezinha pequena do meio do país, uma cidadezinha perversa, já que muitas pessoas pisaram no garoto órfão e pobre que trabalhava para sustentar a avó doente... Exceto por . O motivo da minha volta. Sabia que tinha prometido voltar muito antes que agora, mas se ela soubesse toda a verdade por trás do que ela deve julgar um erro, talvez não fosse tão tarde.
  Não sabia o que me esperaria quando descesse da minha BMW na avenida principal para visitar a senhora da qual tenho orgulho de chamar de vó, mas como havia imaginado, da quitanda da esquina a senhora já me observava sorrateira para poder espalhar que o filho mais repugnante da cidade estava voltando muito bem sucedido. Mas assim que virei para poder encarar a casinha sem reforma de porta amarela, engoli seco, congelei, certamente não estava respirando, minha mão suando, prestes a ter um ataque cardíaco, ela estava lá, linda e de mãos dadas com um rapaz alto e bem bonito... Eu deveria saber que eu não era nada para fazê-la esperar. Me acalmei o suficiente para um som sair audível o suficiente.
  - ...
   me encarou por um momento, e era impossível decifrar o que passava por sua mente, mas logo ela sorriu tímida.
  - Olá, , resolveu lembrar o que deixou para trás?
  - Nunca esqueci de fato.- Falei sério. - Vim fazer surpresa para vovó... Miranda, a enfermeira que cuida dela, disse que ela está muito ranzinza depois que terminamos de conversar por telefone. Decidi passar uns dias com ela.
  - Bom, seja bem-vindo de volta... - acenou e saiu ainda de mãos dadas com o cara do qual não fui apresentado.

Just one chance, just one breath
(Apenas mais uma chance, apenas mais um suspiro )
Just in case there's just one left
(Caso reste apenas um )
'Cause you know, you know, you know...
(Porque você sabe, você sabe, você sabe... )

  Passei o dia com vovó, assim que ela dormiu decidi passear pela cidade, ver se aconteceu algum progresso desde o dia que parti. Algumas pessoas me encaravam curiosas, outras ainda acenaram e vieram falar comigo, eu educadamente respondi. Responder as pessoas era um ato de superioridade para mim, visto que há três anos ninguém olhava ao menos em minha cara... Hipócritas, mal sabem elas de que não me esqueci de nenhum mal que elas me causaram. Principalmente o senhor , nunca vou esquecer nada que ele me causou.
  Andando em direção à praça principal, percebia a cidade esvaziar, não pude evitar a lembrança de uma tradição, deixei meus pés me guiarem. A loja de conveniência em que trabalhava estava da mesma forma que antes, entrei na loja e conversei com Leela, a filha do meu antigo chefe e conversei por um tempo, peguei qualquer coisa para enganar o estomago e fui em direção ao estacionamento, onde eu ficava sentado madrugadas vazias, as vezes com . Avistei cabelos ruivos esvoaçando, era ela. Estava sozinha, uma boa oportunidade de poder me aproximar.
  O vento forte congelava minhas mãos, o que me fez coloca-las no bolso do casaco. Ela não pareceu perceber minha presença, então me sentei ao seu lado, fiquei olhando para a mesma direção que ela.
  - Aquele cara que estava com você, ele era... - se assustou, mas logo voltou a posição anterior.
  - Não que seja da sua conta, mas é meu primo. Veio de Manchester visitar nossa família.
  - Hm...
  Ficamos mais um tempo em silencio, era incrível como eu perdi a pratica de falar quando estou perto dela.
  - Essa cidade não muda... – Depois de um tempo decidir falar, uma medida desesperada de chamar sua atenção.
  - O tempo para aqui, todos nós ficamos presos a ela. Você foi o filho mais rebelde que essa cidade teve.
  - Talvez por isso todos pareçam me admirar agora.
  - Não todos... – finalmente me encarou, estava séria, eu podia ver que estava magoada.
  - , eu quis voltar, mas eu não podia voltar.
  - Sabe, , a cidade não muda, mas as pessoas que estão nela sim, então, por favor, guarde suas desculpas para alguém que se importe...
  - Acredite em mim! Eu quis, mas... Eu não posso falar para você o porquê, mas eu não podia, você sabe que eu voltaria, eu havia prometido que voltaria, então por que você não me dá mais uma chance para provar aquilo que eu sei que você sabe.
  - , por que eu te daria uma oportunidade de explicar algo que você deixou claro quando me deixou aqui plantada te esperando? Eu via todos falarem de você, todas as meninas eufóricas por estar conhecendo o famoso , mas enquanto você ganhava fama, mais se esquecia do que você deixou para trás. - se levantou, puxando o casaco para mais perto do corpo - Enquanto eu esperava você estava lá, vivendo sua vida de glamour. Hoje eu vejo o quão ingênua eu fui em ficar noites em claro esperando um telefonema, uma sms se quer, mas nada, nunca havia nada... Se passaram três anos, . Só posso garantir que eu não sou mais aquela menina idiota que ficou dias esperando na janela uma pessoa que nunca chegou.
  Ela deu as costas para mim e seguiu o caminho de sua casa. Me levantei para que minha voz a alcançasse, gritei:
  - Eu prometo que vou fazer você mudar de ideia. - parou e olhou para mim mais uma vez, agora com um sorriso irônico no rosto.
  - Sinto lhe informar, mas não sobrou nada que me faça suspirar por você de novo.
  Ela gritou de volta e me vi sozinho, como sempre.

That I love you
(Que eu te amo)
I have loved you all along
(Eu sempre te amei )
And I miss you
(E eu sinto sua falta)
Been far away for far too long
(Estive afastado por muito tempo)
I keep dreaming you'll be with me
(Eu continuo sonhando que você estará comigo)
And you'll never GO
(E você nunca irá embora)
Stop breathing if I don't see you anymore
(Paro de respirar se eu não te ver mais)

  A risada de tintilava em meu ouvido enquanto eu passava o dedo por sua cintura desnuda, desenhando cada curva de seu corpo com meu dedo.
  - Eu amo você.
   apenas sorriu e me beijou.
  - Vamos ficar juntos para sempre. - Ela disse, dessa vez acomodando-se em meu peito.
  - Sim, pra sempre.

  As palavras ecoavam na minha cabeça, acordei... Já estava cansado daquela maldita lembrança que me fazia sentir culpado por tê-la abandonado.
  Levantei da cama e me vesti, eu sentia falta dela, muita falta, e parece que agora que eu voltei a vê-la, seria impossível seguir em frente caso eu não a visse mais.
  Vesti uma roupa qualquer e desci as escadas, deixei um bilhete para Miranda avisando que voltaria logo e saí com o carro em direção a grande casa branca da família mais respeitada da cidade.

On my knees, I'll ask
(De joelhos, eu pedirei)
Last chance for one last dance
(Uma última chance para uma última dança)
'Cause with you, I'd withstand
(Porque com você, eu resistiria)
All of hell to hold your hand
(A todo o inferno para segurar sua mão)
I'd give it all
(Eu daria tudo)
I give for us
(Eu daria tudo por nós )
Give anything but I won't give up
(Dou qualquer coisa, mas não desistirei)
'Cause you know, you know, you know
(Porque você sabe, você sabe, você sabe... )

  Parei o carro em frente ao casarão, coloquei Wish You Were Here para tocar e aumentei o som. Saí do carro e encostei-me a ele, esperando que conseguisse fazer sair de casa.
  As pessoas começavam a aparecer para saber o que estava acontecendo, e eu continuava encarando a mansão enquanto cantava a musica baixo. Eu sabia o que era trocar tudo de maravilhoso da vida por uma vida vazia. Mas será que sabia diferenciar estar bem com fingir estar bem para câmeras e fãs enquanto seu mundo está desabando? Refletia sobre isso até ela e sua família aparecer na varanda principal da casa. Todos abismados.
  - O que você está fazendo?
  Apenas me ajoelhei e gritei.
  - VEM DANÇAR COMIGO!
  - O que?
  - Eu só quero uma dança, uma última.
   ficou sem acreditar, mas ela cedeu, assim que o solo de violão começou. Pude ver um olhar reprovador do seu pai, e então ele entrar na mansão. Esperava que ele não fizesse nada contra .
   apareceu no portão e me coloquei em pé, estendendo a mão para ela. Mas assim que ela sorriu e fez um sinal de descrença com a cabeça, me fazendo sorrir também, seu pai surgiu entre nós, me empurrando, enquanto batia minhas costas no carro.
  - O que você está pensando que está fazendo, moleque? – O senhor me olhava com fúria, sua raiva era tanta que falava entre os dentes.
  - Eu vim busca-la, como eu havia prometido.
  - Você se esqueceu do acordo? Você não tem medo?
  - , você não pode mais me ameaçar.
  - Só por que você é um cantorzinho de merda acha que pode se livrar assim? Quando eu digo algo, eu cumpro. Eu deixei bem claro da ultima vez, vou deixar claro novamente, FIQUE LONGE DELA!
  - EU NÃO VOU!- Aquela conversa já estava me enraivando. - Segui suas regras uma vez , uma única vez, não sou mais aquele garoto que tinha medo. Você pode me ameaçar, mas eu não vou ceder, tem que voltar para mim.
  - Eu já lhe dei uma prova do que pode acontecer se você não se afastar, e aquilo foi apenas o começo, se afaste da minha filha.
  - PAI!
  A essas alturas, estávamos gritando um com o outro, a música havia acabado e todos estavam se aproximando para presenciar nossa briga. Paramos e encaramos , que nos olhava incrédula. Talvez ela tenha desconfiado de tudo. Ela entrou entre nós dois e virou as costas para mim, encarando o pai.
  - O que você fez?
  - Querida...
  - Pai, não me venha com desculpas. Vamos entrar, você tem muito o que me falar.
   foi entrando em casa com seu pai, sem olha para trás, quando percebi que ela realmente não iria falar comigo chamei por seu nome, só então ela se virou.
  - Depois conversamos, .
  Então ela sumiu atrás do grande portão de madeira.

That I love you
(Que eu te amo)
I have loved you all along
(Eu sempre te amei )
And I miss you
(E eu sinto sua falta)
Been far away for far too long
(Estive afastado por muito tempo)
I keep dreaming you'll be with me
(Eu continuo sonhando que você estará comigo)
And you'll never GO
(E você nunca irá embora)
Stop breathing if I don't see you anymore
(Paro de respirar se eu não te ver mais)

  Cheguei em casa batendo a porta com força, de certa forma eu estava nervoso, talvez finalmente ela iria saber a verdade hoje. Era a minha vida que estava em jogo.
  - ...
  A senhora de cabelos brancos veio andando em minha direção enquanto eu sentava no sofá. Corri para ajuda-la.
  - Vovó, onde está Miranda? Quer alguma coisa?
  - Miranda está cuidando de algumas coisas, sei me virar sozinha, meu filho, pare de me tratar como uma criança.
  - Mas eu quero que fique bem.
  - Eu estou bem, querido. - vovó passou a mão pelo meu rosto e sorriu. Mas o sorriu foi atrapalhado por tosses.
  - A senhora está com frio? Quer que eu pegue um casaco?
  - Já disse que estou bem. Que mania! - Sorri e a abracei de lado, depositando um beijo em sua testa. - Onde estava? - hesitei um pouco em falar, a última vez que estive na casa da família não causou boas memórias para vovó. - , onde você estava?
  - Fui à casa dos .
  - Mas... Querido, o que foi fazer lá? Eles te machucaram?
  - Fui ver , vó, eu ainda a amo. E ninguém me machucou, ok? Mas acho que ela vai descobrir tudo hoje...
  - , você tem que sair da cidade, você não pode ficar aqui!
  - Vovó, calma, não vai nos acontecer nada dessa vez. Eu não vou sair, e eu vou te proteger, nenhum mal vai acontecer com você dessa vez, ok?
  - Não importa se algo aconteça comigo, já estou velha, já consegui cumprir minha missão, você é um rapaz admirável, tenho muito orgulho do meu neto. Mas eu prefiro que fique longe toda a sua vida a ter que te perder.
  - Você não vai me perder, e eu não vou mais ficar longe da senhora. Me perdoe por ter feito a senhora passar por tudo aquilo... Ainda me sinto culpado pelo que o fez com a senhora. Mas tudo já passou. Eu vou estar do seu lado, não vou deixar que mais nada aconteça com a senhora. Todo o tempo que fiquei longe acabou, não posso mais fica anos daminha vida sem a senhora, que é tudo para mim!
  Segurei a mão de vovó e a observei sorrir. Eu entendia seu medo. O pai de não aceitava que ela namorasse um garoto pobre como eu, então ele usou minha avó para me afastar de . A sequestrou e deixou-a na floresta em pleno inverno. Depois me convidou para uma conversa, quando cheguei lá ele disse se não abandonasse sua filha iria matar minha avó, a única família que eu tinha. Concordei com todas as regras, que entre elas estava sair da cidade e não mais voltar. Ele só devolveu vovó no dia seguinte e as condições da temperatura fez com que vovó adquirisse uma pneumonia e em consequência problemas respiratórios. Graças a Deus consegui fama e dinheiro para ajuda-la, contratando Miranda e dando todo o suporte que precisava, mesmo ela recusando algumas coisas como sair da cidade ou reformar a casa.
  - Me desculpe por ter que me afastar da senhora... Mas foi melhor para a gente. Eu amo você, vovó.

So far away
(Tão longe )
Been far away for far too long
(Estive afastado por muito tempo)

  Três semanas e nenhum sinal de que soubesse de algo, minhas férias estavam ao fim, convenci vovó de passar mais alguns dias comigo em Londres, até que a tour fosse iniciada, e por enfim ela aceitou. Coloquei todas as coisas na mala que trouxe e levei para o carro junto com a de vovó, decidimos dar férias para Miranda.
  Coloquei todas as malas no bagageiro do carro e fechei o porta-malas, suspirando, me sentia incompleto, como da ultima vez que parti.
  Eu fiquei longe por não ter opção, agora não havia nada que me fizesse querer ficar. Estava na cara que não me perdoou por ter ficado longe, mesmo sabendo dos meus motivos. Vovó saiu da casa com sua pequena bolsa de mão e sorriu para algum ponto atrás de mim. Quando me virei para ver do que ela sorria me surpreendi.
  Talvez o que eu mais queria estava prestes a acontecer. Fiquei encarando que se encontrava a cinco passos de mim, eu estava sem reação. Vovó se aproximou.
  - Vou me despedir de Antony, volto daqui a pouco...
  E então e eu estávamos completamente a sós.

I wanted you to stay
(Eu queria que você ficasse)
Cause I needed
(Porque eu precisava )
I need to hear you say
(Eu precisava escutar você dizer)
That I love you
(Que eu te amo)
I have loved you all along
(Que eu te amei todo o tempo )
And I forgive you
(Que eu te perdôo)
For been away for far too long
(Por estar longe por tanto tempo )
So keep breathing
(Então continue respirando)
Cause I'm not leaving you anymore
(Porque eu não vou mais te deixar )

  - Podemos conversar?
  Ela colocou uma mecha do cabelo para trás e olhou para os pés, exatamente como ela faz quando está apreensiva.
  - Sim, lógico... - Eu disse saindo do transe, dando um sorriso de lado, feliz em apenas vê-la –Vamos entrar, a casa está vazia.
  Esperei até que sentasse na poltrona que era de meu avô, ela nunca perdia a oportunidade de sentar nela, já que adorava. Me sentei na mesa de centro para poder ficar frente a frente com ela, isso não fez com que ela parecesse desconfortável.
  - Vou direto ao assunto... Por que você não me contou? – Suspirei, não gostava de rodeios.
  - Tive medo... Eu estava sendo ameaçado de perder a única família que eu tinha. A mulher que abandonou a vida que tinha para cuidar de mim. - Eu sentia uma dor enorme por relembrar o que fizeram com vovó- Tive medo que você não acreditasse em mim... Ele é o seu pai, , eu não podia coloca-la contra ele.
  - Nós podíamos ter contornado a situação.
  - ... Você sabe o quanto eu sofri por ter te deixado? Até hoje me amaldiçoou por ter fugido, por ter sido covarde. Mas, se caso eu não fizesse, vovó estaria morta. Conheço o lado ruim do seu pai, você não. E o desejo mais profundo do meu coração é que um dia você possa me perdoar por não ter tido outra escolha a não ser essa.
  Ficamos em silêncio mais um tempo, encarava as mãos. Ela sabia que o que eu estava falando era verdade, o Sr. não era do tipo de homem que gostava de perder, disso ela sabia.
  - Você está indo embora de novo?- a sua voz agora era menos determinada que antes.
  - Tenho que ir.
  Falei tentando encarar seu rosto, para saber o que ela estava pensando. Eu precisava apenas de um sinal e adiaria minha viagem se fosse preciso para poder ser minha novamente, e dessa vez pelo resto da minha vida.
  - Queria que ficasse.
  Meu coração acelerou e olhei para ela um pouco impressionado.
  - Vo-você quer? - meus olhos piscavam um pouco mais que o normal, tentando focar nela, ter certeza que não é o sonho.
  - Eu amo você , por mais que eu tenha tentado não amar, eu não deixei nem um segundo de amar você... E minha raiva não era de você ter saído, de você ter se tornado quem você é hoje, eu tinha raiva de não saber o motivo por ter me deixado. ... Eu me sinto envergonhada por te culpar pela minha dor, sendo que o culpado era meu pai! Ele não tinha o direito de fazer aquilo com a Sra. para te castigar pelo amor que eu sentia por você. Do amor que eu ainda sinto por você.
  Não tinha como não sorrir, tudo que eu havia sonhado todos esses anos que estive fora finalmente estava acontecendo e eu não sabia como agir ou o que falar. Ela simplesmente estava ali, falando tudo o que eu precisava ouvir, ela ainda me ama.
  - Então isso significa que você me perdoa? - Essas foram as únicas palavras que conseguiram escapar da minha boca.
  - Não há o que ser perdoado.
  Foi a deixa para que eu me levantasse e puxasse para perto de mim. Segurei seu rosto entre minhas mãos e a encarei, os olhos castanhos brilhantes, as bochechas coradas, os cabelos macios, os lábios vermelhos e tão beijáveis, tudo estava a meu alcance, estava tão próxima de mim que eu conseguia apenas admirar sua beleza, que a tanto tempo senti falta. Deixei meus lábios vagarem por seu rosto, roçando seus lábios aos meus, eu esperei cinco anos para que aquele momento se tornasse real, que agora meus pensamentos corriam em minha mente. Ela precisava saber o que eu estava sentindo, que eu ainda a amava.
  - Todo esse tempo... – meus olhos estavam fechados, minha testa colada na dela, a minha mão direita estava em sua cintura, enquanto a direita se posicionava em sua nuca, meus dedos entrelaçando em seus cabelos - Eu sentia que estava perdendo você, perdendo a razão pela qual eu respiro. Eu já estava sem folego com palavras engasgadas, que só poderiam ser ditas para você.
  - Então continua respirando, porque eu estou aqui para ouvi-las quantas vezes elas precisarem ser ditas. - Ambos estávamos sussurrando e tão ansiosos que chegávamos a ficar ofegantes.- Diga.
  - Eu amo você.

Believe and hold on to me and, never let me go
(Acredite, segure-se em mim e nunca me deixe ir)

  Finalmente meus lábios encontraram com os dela para iniciar um beijo que fora cauteloso o começo, como se quiséssemos aproveitar cada instante, cada sensação que era causada pelo momento. Me sentia forte novamente, como se apenas um beijo de fosse o suficiente para revigorar minhas forças para poder lutar contra tudo e contra todos. Hoje não tenho mais medo, iriei proteger vovó, irei proteger , se for preciso moverei mundos e fundos para que não pudesse mais me afastar dela. era minha, eu não poderia mais abrir mão disso, mesmo que isso causasse uma guerra. Finalizamos o beijo com selinhos e sorrimos para ambos. A abracei forte e ela riu, ambos estavam felizes.
  - Suas malas estão prontas? – me olhou com os olhos arregalados, me fazendo gargalhar, dei um selinho demorado nela - O que é? Sou um homem de palavra, eu prometo, eu cumpro... , você aceitar escapar dessa cidade comigo? Aceita fugir de toda a crueldade e ser minha para todo o sempre?
   riu, foram as exatas palavras que usei quando fazíamos nossos planos de fugir da cidade há cinco anos.
  - É tudo o que eu mais quero! Se for para você partir, que seja comigo.
  - Vejo que só tenho a ganhar.
  - Dessa vez eu vou te segurar e nunca mais te deixar ir.
  - Estive esperando isso por toda a minha vida.
  Sorri e a beijei. E que comece minha mais nova vida, ao lado da minha vida.