So Far Away

Escrito por Marii Luck | Revisado por Natashia Kitamura

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  - Mãe?
  - Oi, meu anjo.
  - Quando o papai volta?
   suspirou e passou a mão carinhosamente pelo cabelo loiro e comprido de sua filha mais nova, Jamie. A pequena garota estava deitada em sua cama, enquanto sua mãe estava sentada ao seu lado.
  - O papai? Eu ainda não sei, meu bem. - ela acariciou novamente a filha - Eu não sei.
  - Mas ele vai voltar, não é? Ele prometeu que jamais nos deixaria.
  Os olhos de encheram-se de lágrimas e ela as reprimiu furiosamente, não poderia chorar na frente de Jamie. Não novamente, não naquela noite.
  - Seu pai jamais nos deixaria, jamais Jamie! Você quer ver o papai?
  - Sim! - respondeu sorridente, o coração de doeu - Preciso conversar com ele.
  - Conversar com ele sobre o quê?
  - Ele prometeu que me levaria para esquiar semana que vem, e eu só queria saber se ele vai mesmo. Você vai conosco, não é, mamãe?
  - É claro... - ela forçou um sorriso - Agora, feche os olhinhos e durma. Quando você dormir, o papai vai estar nos seus sonhos... Você vai poder conversar com ele o quanto quiser.
  - Promete?
  - Sim, prometo. - beijou a testa da filha - Agora, durma. A mamãe teve um dia cansativo e precisa dormir.
  - Boa noite mãe. - Jamie disse virando para o lado e puxando a coberta.
  - Boa noite querida. - ela beijou a testa da filha e saiu do quarto, apagando a luz ao sair.
   caminhou lentamente até a cozinha da casa e pegou um comprimido para dor de cabeça, tomando-o com um longo gole da água e se sentando na bancada da cozinha. Tocou com delicadeza sua barriga, enorme devido aos sete meses de gravidez.
  - Nós vamos ter que nos virar agora, pequeno Jimmy. - ela sorriu - Você terá o nome do seu pai, tenho certeza de que estará predestinado a grandes coisas, assim como ele.
  Sua cabeça girava e o sono a dominava quase que por completo. Mas não, ela não queria dormir, não agora. Não queria dormir por que quando acordasse no outro dia, sabia que tudo seria mais real, mais definitivo. Ele não estaria ali, de verdade.
  - Mãe? - deu um pulo ao ouvir a voz de sua filha mais velha, Janie - Quer que eu durma com a Jamie?
  - Deus, como você me assustou, Janie! - disse se levantando da bancada e encarando a filha, que assim como ela tinha olhos vermelhos e inchados - Sim, eu gostaria muito que você dormisse com ela. Obrigada.
  - Mãe... - Janie se aproximou - Você tem que contá-la.
  - Eu sei, eu sei. Eu só... Não sei como contar a minha filha de seis anos que o pai dela está morto, que ele não vai voltar.
  - Mas ela tem que saber. Ela não pode ficar achando que o papai vai voltar, ele não vai. E não contar para a Jamie não muda nada, mãe.
  - Eu sei! - disse deixando algumas lágrimas escorrerem - Eu sei Janie, eu sei! Contar para a Jamie parece ser o passo decisivo para...
  - Aceitar?
  - É. Aceitar, encarar... Chame do que quiser. Eu não quero.
  - Eu sinto muito... Eu sei como está se sentindo. Quer dizer, eu perdi meu pai. Eu... Eu quero meu pai. Eu sinto tanto, mãe. - ela disse abraçando a mãe e caindo em prantos.
  - Não chore... Vai ficar tudo bem. - a mãe tentou consolá-la enquanto também chorava.
  - Não, não vai. Meu pai não vai voltar, nada vai ficar bem. Está tudo fodido e não há nada que possamos fazer para melhorar... Eu não sei o que fazer mamãe!   - enxugou as lágrimas da filha e tentou sorrir.
  - Seu pai não vai voltar por que ele não foi embora. Ele está aqui, conosco. Protegendo-nos, nos vigiando e nos amando incondicionalmente, como ele sempre fez. Ele jamais vai nos deixar, por que somos uma família. E sempre estaremos aqui uns pelos outros, porque é isso que as famílias fazem.
  - Eu só queria ter tido a chance de dizer adeus. - sussurrou.
  - Eu também, todos nós. Você tem que ser forte agora, Janie. Por sua irmã e por mim, tudo bem? Você é praticamente uma adulta agora, infelizmente você terá que agir como uma. Eu não consigo segurar as pontas sozinha, entende? Eu preciso de tempo. A tia está aqui me ajudando e sei que ela vai ficar o quanto for preciso, mas não para sempre. Eu preciso de tempo... E você vai ter que me ajudar a cuidar da sua irmã. E daqui a pouco tempo, teremos mais um bebê nessa casa... Eu não posso cuidar de tudo sozinha mais. Eu não posso mentir para você, você já tem idade o suficiente para entender que daqui para frente eu jamais serei a mesma. Eu perdi o único homem que já amei nessa vida, não vou conseguir simplesmente seguir em frente de uma hora para a outra. Eu vou precisar de você, Janie.
  - Eu sempre vou estar aqui mãe. Por que é isso que as famílias fazem: Sempre estão lá. - beijou o rosto da filha e enxugou mais uma vez suas lágrimas. - Eu te amo, mãe.
  - Eu também te amo filha.
   observou a filha caminhar até o quarto da irmã e fechar a porta lentamente. Enxaguou o rosto com um pouco de água da torneira da pia e cambaleou até seu quarto, encontrando-o vazio.
  Aquela imagem atravessou seu coração como uma lança. Ela não sabia como poderia acordar dia após dia e jamais encontrar James ali. Como ela poderia viver sem aquele que amava? Como poderia acordar sem ter ele ali ao seu lado? Ela não conseguia parar de pensar em como iria sobreviver dali em diante. Sabia que precisava ser forte por suas filhas, mas naquele momento ela não conseguia. Ela não sabia quando conseguiria ser forte.
  Deitou-se na cama e agarrou com toda a força que podia o travesseiro de Jimmy. Inspirou profundamente, sentindo o perfume forte penetrar suas narinas e mexer com todo o seu interior. Sentiu as lágrimas escorrerem enquanto uma única certeza tomava seu ser: Ela jamais sentiria aquele cheiro de novo.
  Jamais sentiria os braços dele a sua volta, não ouviria sua voz ou sequer veria seu sorriso. Aquela a tomava por completo, dominava cada pequena parte de sua mente e expulsava com cada vez mais ferocidade as lágrimas de seus olhos. Ela precisa de Jimmy.
  Entre soluços, sentiu os braços de alguém ao seu redor e se virou para encarar sua irmã, . Ela também tinha os olhos vermelhos e um ar cansado, não estava muito diferente de . Na aparência, é claro. Ninguém jamais sentiria a dor que estava sentindo naquele momento.
  - Eu sinto muito, ... Eu sinto muito. - sussurrou, provavelmente era a milésima vez que falava isso naquele dia - Você precisa dormir, deve estar acabada.
  - Eu não quero dormir. Eu não posso dormir...
  - Você precisa. Teremos um longo dia amanhã, novamente. Precisa de forças...
  - Minhas forças se foram, . Minhas forças se foram junto com Jimmy.
  - Não fale assim... James te amava... Te ama - ela corrigiu - muito. Ele jamais ia querer te ver assim... Aonde quer que ele esteja agora, ele está preocupado com você e provavelmente tentando te dizer para parar com isso.
  - Ele era... Era o James, sabe? The Reverend Tholomew Plague, o invencível. O cara mais corajoso, mais incrível e mais perfeito que já conheci em minha vida. É tão estranho ele não estar mais aqui, entende? Era para ele ser imortal. O James não deveria ter morrido... Não era assim que seria o final, não devia ser assim... Ele viveu tão intensamente, e tinha uma personalidade tão forte, via nas pessoas aquilo que ninguém via! Ele sempre via o lado bom das coisas. Era tão engraçado, amável, tão bom para mim e as meninas... E ele nunca vai conhecer o filho. Ele sempre quis ter um menino, posso lembrar claramente de como ele ficou feliz quando eu disse que estava esperando um garoto. James jamais conhecerá o pai... O que eu farei, ? Como eu vou sobreviver sem ele? Tem tanta coisa que eu quero que ele saiba, mas ele está tão longe...
  - Não há muita coisa que eu possa fazer ou dizer para te reconfortar agora... Mas o tempo vai te curar, . O tempo cura tudo, o tempo leva tudo. O tempo vai nos dizer o que fazer.
  - O tempo não leva tudo... O tempo jamais levará Jimmy. Nada conseguirá levá-lo de mim... Ele será eterno.
  Com essa frase, acabou desmaiando de sono nos braços da irmã. afagou o cabelo da irmã e a beijou, deixando uma lágrima escorrer e olhando o calendário.
  Vinte e oito de dezembro de dois mil e nove, o dia que mudaria a vida de todos para sempre.

" abriu os olhos e percebeu que estava sentada no banco de um parque. Janie e Jamie brincavam mais adiante, correndo pela grama verde atrás de várias patos extremamente brancos e rindo. Ela olhou ao seu redor e percebeu que estava num parque nos arredores da cidade, o lugar onde vira James pela primeira vez.
  - Estou atrasado? - deu um pulo ao ouvir a voz de Jimmy e olhou para o lado, vendo-o se sentar no mesmo banco que ela.
  - James?
  - Prefiro apenas Jimmy, mas sim, sou eu. - ele sorriu e passou o braço ao redor dela.
  - Oh Jimmy... - ela disse chorando e abraçando-o forte, enterrando sua cabeça no pescoço do marido - Por que fez isso comigo?
  - Eu sinto muito, ... Sinto de verdade.
  - O que eu vou fazer agora? O que nós vamos fazer agora? - ela disse colocando uma mão sobre a barriga e olhando suas duas filhas brincando.
  - Vocês vão ficar bem, eu prometo. - beijou-lhe delicadamente os lábios - Eu sempre estarei com vocês, sempre os protegerei. De algum lugar bem alto, estarei observando e cuidando de vocês quatro.
  - Eu sinto tanto sua falta, Jimmy... Eu preciso de você. Por favor, não me deixe.
  - Eu jamais te deixaria. Quando eu escolhi você para ser minha mulher, eu prometi que jamais a deixaria. Você é a Senhora Sullivan, é meu dever estar sempre ao seu lado.
  - Eu amo tanto você... Amo tanto Jimmy.
  - Eu também amo você. Eterna e infinitamente. - ele secou as lágrimas que escorriam pelo rosto da mulher com beijos e segurou o rosto dela entre suas mãos - Agora, durma querida. Estarei tomando conta de todos que amamos.
  - Eu não quero, quero ficar aqui você.
  - Seu lugar aqui já está preparado, seu lugar ao meu lado. Nos veremos de novo quando Ele deixar, enquanto isso, tenha a certeza de que estarei do seu lado. E assim que for a hora, estaremos juntos novamente.
  - Promete?
  - Sim, eu prometo. Nada e nem ninguém mudará o fato de que você é e sempre será minha garota. Nada vai nos separar, jamais. Minha linda patinha... - riu e se aninhou nos braços dele, deitando sua cabeça no peito dele - Nunca se esqueça de contar ao nosso filho tudo o que vivemos, tudo o que eu queria que ele soubesse... O quanto eu gostaria de estar com ele.
  - Não vou esquecer. Nunca... - ela sorriu e ele beijou-lhe o topo da cabeça.
  Nos braços dele, ela adormeceu rapidamente, sentindo-o brincar com seu cabelo. Naquele exato momento em que seu sonho acabou, descobriu o lugar dentro de sua mente onde Jimmy ficaria acordado para sempre."

Now and then I try to find a place in my mind
(Agora e sempre eu tento achar um lugar em minha mente)
Where you can stay
(Onde você possa ficar)
You can stay awake forever
(Onde você possa ficar acordado para sempre)
(...)
Sleep tight, I'm not afraid
(Durma bem, eu não tenho medo)
The ones that we love are here with me
(Aqueles que amamos estão aqui comigo)
Lay away a place for me
(Guarde um lugar para mim)
'Cause as soon as I'm done I'll be on my way
(Por que assim que eu estiver ponto eu estarei no caminho)
To live on eternally
(Para viver eternamente)
(...)
I love you
(Eu te amo)
You were ready
(Você estava pronto)
The pain is strong and urges rise
(A dor é forte e as necessidades surgem)
But I?ll see you
(Mas eu te verei)
When he lets me
(Quando Ele deixar)
Your pain is gone, your hands untied
(Sua dor se foi, suas mãos estão livres)

FIM



Comentários da autora

  Olá! Como vocês perceberam, essa fanfic é uma homenagem ao (nosso) eterno e inesquecível baterista do Avenged Sevenfold, James Owen Sullivan, a.k.a The Rev. Eu deveria ter enviado essa fanfic em dezembro, queria que ela entrasse no dia 28, que foi quando completou-se dois ano que o Jimmy se foi. Mas ocorreu um pequeno problema e eu perdi o arquivo da fic e tive que escreve-la novamente.
  Comentem e digam o que acharam, ok?
  Espero que tenham gostado da fanfic, ela significa muito para mim. Eu sei que o Jimmy não vai ler isso, mas eu gostaria muito que ele soubesse como eu (não só eu, mas todos os fãs, amigos e família) sinto a falta dele aqui. A personagem principal é um pouco de todos nós, fãs do Jimmy, que sentem falta dele de uma forma tão intensa que chega a machucar o peito.
  Jimmy, eu sinto muito sua falta. Todos nós sentimos... E muitos de nós ainda não aceitaram o fato de que você se foi para valer. Dois anos se passaram e pouca coisa mudou, sabe? Eu ainda sinto você aqui. A todo momento, sempre que eu me sinto sozinha, sinto sua mão sobre mim e sei que você está lá do meu lado. Sei que você é e sempre será meu - nosso - anjo da guarda. Obrigada por tudo Jimmy, obrigada por me ensinar tanta coisas (principalmente sobre patos -q), por me fazer tão feliz apesar de tão triste. Obrigada por ser meu anjo.
  Sei que é uma boba homenagem e que se você realmente fosse lê-la iria rir, mas é a única forma que encontrei pra te mostrar o quanto sinto sua falta. Você é uma das pessoas que mais admiro no mundo, meu ídolo. Você ficará nos nossos corações, para sempre. VOCÊ SEMPRE SERÁ O ÚNICO BATERISTA DO AVENGED SEVENFOLD! Ninguém jamais tomará seu lugar em nossos corações.
Amamos você Jimmy, foREVer.

  R.I.P James Owen Sullivan, a.k.a The Reverend Tholomew Plague.