Snow

Escrito por Fabiana | Revisado por Pepper

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Capítulo 1.

   caminhou lentamente até seu quarto nos corredores de Winterfell levemente iluminados pelos archotes nas paredes de pedra.
  O quarto dos dois estava vazio, exceto pelo crepitar do fogo. Ele, provavelmente estaria jantando com os irmãos. Ela não sentia fome, então resolver ir até sua câmara e ler, até que caísse no sono. Encostou-se na cabeceira de madeira da grande cama e folheou o livro revestido de couro. Mas não consegui se concentrar. Deixou a mente vagar até sentir o couro escorregar dos dedos. Soltou um suspiro frustrado e tentou se focar nas letras e lendas que o livro contava.
  Quando se concentrou no livro, sua mente passou a imaginar os perigos que cercavam a parede guardada pela patrulha da noite até ser tirada de sua ilusão com a voz rouca e ligeiramente preocupada de Jon Snow.
  -? Você está bem? Estou tentando chamar sua atenção a algum tempo. – Disse ele lentamente enquanto a encarava.
  Sentiu o rosto esquentar e respondeu antes que se sentisse mais tola.
  - Estou bem Jon. Sinto muito. Estava pensando nos selvagens que vivem alem da muralha.
  Ele olhou com a sobrancelha negra arqueada, como se questionasse sobre sua sanidade.
  Como ele conseguia ser tão bonito, ainda que zombando dela? Seus olhos esquadrinharam o homem por alguns segundos. Os cabelos escuros, prova do sangue Stark que corria em suas veias, os olhos cinzentos e atentos, os pelos em seu rosto, as sobrancelhas grossas, o corpo pálido e musculoso coberto pelos tecidos e pelo couro e seguindo pelo braço esquerdo, o pequeno anel de ouro idêntico ao que se encontrava também em sua mão esquerda, símbolo do compromisso que possuíam.
  -Estava somente imaginando o quão seria divertido vê-los engolindo a sua cabeça, Snow.
  Ele ignorou o ultimo comentário e sentou-se a seu lado. Os olhos se encontraram e eles se encararam. Ela tentou desviar, mas as orbes cinzentas de Jon não permitiam. Maldito Jon Snow e seus olhos gloriosos.
  - Você não desceu para jantar e alguma coisa a perturba. – Ele afirmou, ainda a encarando. Ela se sentia mais fraca como se os olhares de Jon perfurassem sua alma e lessem suas emoções. Foi com uma dose extra de força que ela encontrou a sua voz.
  - Estou bem Jon, não desci porque não estava com fome.
  O silencio reinou no quarto de paredes de pedra.
  - As coisas vão melhorar você sabe. – disse ele assim que ela baixou os olhos.
  - Eu me sinto desconfortável Jon, com tudo isso. Esse fardo, você não deveria carregar. Ele é meu, e somente eu deveria... – Antes que pudesse continuar seu discurso, Jon virou seu rosto e lhe deu um beijo casto no canto dos lábios. Recuou e olhou novamente pra ela, tentando ler seu rosto. Ela sentia que suas bochechas pegariam fogo. Pelos Deuses, como ela se sentia tola.
  Antes que qualquer ação fosse tomada, Rickon apareceu correndo e se jogou sobre a cama, a mulher piscou ainda confusa, mas abriu um sorriso ao ver o mais jovem dos Starks se jogar em seus braços. Ela sentia o olhar de Jon sobre ela e resolver ignorar ou seu rosto tomaria novos tons de vermelho.
  - Vai me contar alguma historia hoje? – perguntou o elétrico menino.
  Antes que pudesse responder, uma das servas chegou correndo. Pelo jeito, ela estava tentando perseguir a criança desde que ela fugiu do salão. A mulher parou na porta do quarto e também corou ao perceber a proximidade entre o jovem casal e o pequeno Rickon abraçado a mulher.
  - Minha senhora e meu senhor, eu sinto muito. O pequeno príncipe entrou aqui antes que eu pudesse impedi-lo. - Disse num fôlego só e ela soltou um risinho.
  - Não se preocupe Margy, eu o levarei para cama. – A mulher assentiu ainda com um olhar culpado e saiu, ainda sentia os malditos olhos cinzentos a seguirem.
  Em um fluxo de coragem, ela olhou pra ele. Aproximou-se e deu um beijo suave em seu rosto sentindo suas barbas ralas fazerem cócegas em seus lábios.
  Havia sido instruída a demonstrar carinho na frente das crianças, já que eram inocentes e poderiam falar sem saber.
  - Diga boa noite ao seu irmão, Rickon.
  O garoto obedeceu se jogando nos braços do meio irmão, mas logo voltou aos braços da mulher que o ergueu.
  - E o meu boa noite, minha querida esposa? – Perguntou Jon com a voz cheia de diversão.
  Ela deixou Rickon no chão e se aproximou de Jon. Seus rostos estavam próximos e ela percebeu uma centelha de surpresa no rosto do homem, perto o sulficiente direcionou os lábios até o ouvido de Jon e sussurrou baixinho.
  - Coma terra e morra Jon. – Segurando o riso, deu outro beijo em seu rosto e disse mais alto.
  - Boa noite meu querido esposo. – Ele sorriu brilhantemente e ela gargalhou baixinho. Colocou Rickon nas costas e se virou antes de alcançar o corredor.
  - Não me espere acordado Jon, temo que Rickon esteja longe de querer dormir e você precisa descansar. Amanha você e Robb estarão treinando Bran no arco. – Ela sorriu gentilmente – durma bem Jon. – E saiu sem esperar resposta
  Jon se trocou e se enfiou debaixo das cobertas, queria esperar por ela acordado, tentaria fazê-la falar o que a atormentava, mas ela o conhecia bem. Sabia que ele estava cansado. Rodando a aliança no dedo, ele se pôs a pensar na situação em que viviam e sorriu, sempre foram amigos, sempre se entenderam e ele sempre soube que um daria a vida pela do outro, assim como Robb, mas aos poucos seu sorriso sumiu. Era uma situação provisória, uma farsa e ele não conseguia pensar no que faria quando tudo aquilo acabasse.
  Ele não sabia o que pensar. Jamais se arrependera da decisão de ajudá-la, mas as coisas estavam confusas e ele sabia que pra ela, a confusão era ainda maior.

Capítulo 2.

  (FLASHBACK)
   vivia com a tia e seu marido Moe em Winterfell desde que se conhecia por gente. Seu pai era um homem nobre, Mingus Crakehall, juramentado a Casa Lannister. Como a garota havia parado no Norte enquanto seu pai e sua nova família residiam no Sul, era desconhecido até o oitavo dia de seu nome. Jovem de mais pra descobrir o ódio do pai por parecer tanto com a falecida mãe que morrera quando a garota tinha alguns meses de vida. Velha o bastante para entender os motivos de sua rejeição, incluindo de sua própria tia Guina que a tratava como um fardo.
  Encontrou o conforto correndo pelas matas e pelo Bosque Sagrado, aderiu aos Deuses antigos e sempre era vista perto do represeiro pedindo silenciosamente por alguma instrução.
  Devagar, fez amizade com as crianças de sua idade. Jon, Robb e Theon foram os primeiros. As garotas não pareciam aceitá-la, talvez por seu comportamento selvagem. Mas ela não ligava, estar com os amigos principalmente os irmãos Snow e Stark era a melhor coisa que poderia desejar.
  Lady e Lord Stark, sempre foram maravilhosos, principalmente Eddard, já que Lady Catelyn parecia mais fria ao perceber o forte laço com o bastardo do marido. Jon não merecia ser culpado pelos pecados do pai, mas Catelyn Tully era teimosa e não parecia entender nem tentar facilitar, o que fez de Jon uma criança com alto complexo de inferioridade e um adolescente revoltado e ligeiramente amargo com sua situação.
   era quase parte da família, obviamente sabia de seu lugar e posição inferiores, mas não podia imaginar sua vida sem eles. Dificilmente era vista com Sansa, mas sempre estava com a companhia das crianças Stark.
  Enxergava-se muito em Arya, a pequena garota selvagem, admirava a inteligência e persistência de Bran, a doçura e energia de Rickon, a determinação e honestidade de Robb e a gentileza e coragem de Jon. Sansa era um caso a parte já que tia Guina deixava clara a insatisfação para com que jamais seria como a jovem Senhorita e Sansa também já havia percebido, portanto não tinham muito em comum.
  Embora sua própria família não sentisse apreço por ela, ainda podia contar com o avô paterno, Dafar que dificilmente aparecia nas terras geladas do Norte, mas sempre respondia seus corvos e era bom e generoso, diferente dos filhos. O homem carregava certa dor nos olhos ao olhar para a garota, tão pequena para ter tanto o que carregar.
  Aos dezessete, a mulher recebeu a noticia, talvez a pior que já ouvira. Tia Guina e Moe iriam se mudar para Crakehall a pedido de Lord Mingus, seu pai que fora enviado por um corvo e a mais velha deixara claro, a garota viria junto quisesse ou não.
  Curiosamente, o primeiro rosto que surgiu em sua mente fora o de Jon. O que a fez começar um choro silencioso.
  Não podia deixar o Norte, o frio, os Starks. Não podia viver debaixo do teto de pessoas que a odiavam. Já bastavam os dezessete anos vivendo com Guina.
  As duas brigaram e Moe, abriu a boca para falar, coisa que raramente fazia. Disse a Guina que o melhor seria mandar uma carta ao pai de . A garota tinha idade o suficiente e Mingus poderia levar em consideração. Com custo a mais velha aceitou e agarrando a uma centelha de esperança ela não disse nada a ninguém. Esperaria a decisão.
  Semanas depois o corvo chegou. Mingus negara. A garota realmente partiria. Ela chorou muito e passou o dia todo escondida na Mata dos Lobos. Sabia que era perigoso e que selvagens rondavam o lugar. Mas quem se importaria? A morte era melhor que a opção do sul.
  Chegou em casa tarde, viu Jon no pátio mas o ignorou e correu até deixar o cavalo nos estábulos. O mais rapidamente que pode foi para casa. Apelaria para a única pessoa que pudesse lhe ajudar. Seu avô Dafar. Mas sabia que o velho homem não podia convencer nem mesmo o filho.
  Ao amanhecer mandou um corvo ao avô. Esperou no quarto, não queria ver ninguém. Ouviu Jon, Robb e Theon irem procurá-la para treinarem, mas Moe, diferente da tia, foi gentil o bastante para dizer que a garota estava indisposta. Sentiu a preocupação nas vozes de Robb e Jon e o escárnio na voz de Theon. Pela primeira vez sentiu vontade de fazer alguma coisa que não fosse chorar, era um pensamento nada feminino. Era a vontade de enfiar o punho na cara de Greyjoy.
  Moe e Guina já haviam partido, a mulher deixaria o próprio irmão lidar com a monstrinha mal criada que tivera que lidar por dezessete anos. Moe sentia pena da garota, mas não podia fazer nada. Foi o único a se despedir e lhe desejar sorte.
  Ao entardecer na casa vazia, recebeu um corvo. A esperança irreal de que por magia o avô tivesse recebido o corvo em horas não em dias como era o normal. Seus olhos se arregalaram ao perceber a letra do avô e o desespero a encheu ao ler as primeiras linhas.
  O choque correu em suas veias.
  Pior que o sentimento de perda era a visão da vida que levaria.
   correu para um dos únicos lugares que lhe dariam um pouco de conforto. Pelo horário, Jon e Robb estariam em treinamento com o velho e habilidoso Sor Rodrik Cassel e ela não queria que eles a vissem naquele estado, podia até imaginar a risada debochada de Theon. Correndo sem olhar para trás ela se dirigiu até o Bosque Sagrado. Levantando as saias de um modo que escandalizaria Sansa e Septã Mordane, correu ouvindo apenas o zumbido do vento e seu coração batendo descompassado.
  Não sabia quanto tempo fazia que estava em frente a árvore de coração. Não sabia a quanto tempo suas lagrimas estavam caindo e não sabia quanto tempo mais aguentaria soluçar. Seus pulmões queimavam assim como seus olhos. Ela sabia que estava uma bagunça. As palavras da Septã rondavam sua cabeça, “uma mulher tem que estar composta, nunca expressar emoções em excesso, uma Lady deve sempre sorrir.” Mas ela não sabia se conseguiria sorrir novamente um dia, a sensação de perda era demais para suportar. Não havia escolha.
  Ouvia longe seu nome ser chamado por vozes conhecidas, mas não conseguia desgrudar os olhos do rosto esculpido no represeiro. Sentiu um corpo sentar ao lado do seu silenciosamente. Pelo peso, eram homens e pelo cheiro de couro, aço e sol, era Robb a sua direita. Jon era mais leve e cheirava a couro, inverno e floresta e ela sentiu sua presença em seu lado esquerdo. Sem dizer uma palavra Robb passou os braços por seu corpo e ela reencostou a cabeça em seu pescoço. A mão grande de Jon envolveu as suas e com o contato os soluços vieram.
  As lagrimas fluíam sem seu consentimento e as palavras infantis jorravam por seus lábios. Mas era assim que ela se sentia. Pequena. Como se todo o peso do mundo a esmagasse.
  - Moe nos disse que seu pai quer que você vá para o Sul. Porque não nos disse antes?– Disse Jon baixo. A mágoa escorria por sua voz.
  Ela se desencostou de Robb que ainda se manteve envolvendo-a e soltou uma risada sem humor, rouca, desesperada, louca.
  - Ele não me quer no sul. O maldito, ele me quer em... – As palavras morreram em soluços e os irmãos a entreolharam.
  - O que está havendo ? – Perguntou Robb sério. Havia algo mais ele podia sentir e eram noticias ruins.
  A carta estava amassada no bolso de seu vestido agora sujo e molhado pelas lágrimas.   Ela estendeu a carta trêmula a Jon que ansiosamente leu e Robb percebeu o olhar de nojo no rosto do meio-irmão. Antes que pudesse questionar, Jon furioso se levantou e correu murmurando maldiçoes de volta ao castelo. O papel firme em sua mão e o desespero. Isso não podia acontecer, não com ela.
  Robb esperou até que ela se acalmasse e perguntou. A voz dela era tremula e cheia de dor. As palavras eram escuras assim como estava se tornando o bosque com a noite se aproximando.
  - Ele vai me escoltar até Dorne. Ele vai me vender pra um dos bordéis.

Capítulo 3.

  Por todo o caminho ambos andaram em silencio. Uma grande quantidade de força foi necessária para que ela saísse do lugar e mais ainda para que ela conseguisse encarar qualquer um que estivesse na sala do castelo onde Robb a levou.
  Elevou os olhos para perceber Lady Catelyn parecendo alarmada ao lado de Lord Stark, Meistre Luwin, Jon sentado no canto com o rosto escondido nas mãos, Robb que ainda estava a seu lado a segurando firmemente com medo talvez que ela caísse ou fugisse sendo as duas alternativas consideradas pela garota. O olhar de Eddard misturava ódio e pena, estendendo os braços ele apertou a garota.
  Viu a garota crescer, sem o apoio de seu próprio sangue, a viu treinar com os garotos e tentar ao máximo aprender com as lições domésticas dos Septos, percebeu a inteligência que ela guardava nas aulas de Meistre Luwin principalmente em astronomia, geografia e história, viu a aceitação dada a seu bastardo desde a primeira vez que encontraram, viu a coragem e o carinho que distribuía com suas crianças.
  A voz do Guardião do Norte quase se quebrou ao perguntar a Meistre Luwin.
  - Não há nada que possamos fazer que possa mantê-la aqui?
  Meistre Luwin pensou por alguns instantes, a garota se sentou ao lado de Robb. Jon ainda parecia distante. A dor apertou em seu peito ao pensar “Jon é um homem de honra, jamais vai querer olhar pra você, . Olhe para si mesmo. Logo será uma prostituta sem nada, a não ser a dor”.
  Despois de minutos que pareciam uma década, a voz de Meistre Luwin ressoou no cômodo.
  - Pelas antigas leis, as mulheres devem permanecer junto ao seu marido. Assim como Lady Catelyn deixou o Sul e veio até o Norte para se casar com Ned Stark. Lady pode ter uma chance de ficar, se casar com um homem de Winterfell.
  O silencio era pesado.
  Seria cômico se não fosse trágico.
  - Um de vocês pode fazer isso – disse o Meistre olhando para Robb e Jon que pareciam paralisados – Não precisa ser um casamento de verdade, os Deuses Antigos sabem que é por uma boa causa. É uma forma de ganhar tempo. Lord Crakehall irá buscá-la em algumas semanas, estando casada ele não pode leva-la.
   prendeu os olhos no chão. Era impossível e ela jamais pediria isso a nenhum deles. Estava pronta para se levantar e voltar pra casa quando sentiu Robb se mover a seu lado. Antes que ele falasse algo a voz rouca e decidida encheu o cômodo.
  - Eu faço. – Jon parecia mais velho que seus dezessete anos, o rosto impassível.
  - Jon não, você não precisa fazer isso. Eu jamais pediria nada a você, jamais, pra nenhum de vocês.
  - Eu quero . Eu jamais deixaria isso acontecer com você. Robb também não, mas como futuro Rei de Winterfell ele não pode te ajudar.
  - Mas Jon, isso é loucura.
  - Loucura é um pai desvalorizar a garota que você é, é te dar esse tipo de futuro. Jon está certo. Essa é a única maneira. – A voz de Catelyn era clara. Todos na sala pareciam assustados, inclusive Eddard que parecia estar vendo um fantasma. Jon e estavam lado a lado, e ela jurava ter visto uma centelha de orgulho ao dizer o nome de Jon, mas logo os olhos frios sobre o bastardo voltaram.
  - Vocês se casam em uma semana, não haverá ritual nem nada. Somente assinarão alguns pergaminhos. Mingus Crakehall não é conhecido por sua fé. Assinaturas devem bastar. Não será muita surpresa já que os dois sempre se deram bem. Isso ajudará se Mingus questionar os servos. – corou ainda em choque.
  Com isso Meistre Luwin saiu da sala. Eddard pediu para ficar a sós com e Jon então Lady Catelyn saiu após um breve abraço e Robb saiu dando um beijo na testa de e um aperto no ombro de Jon. O orgulho pela lealdade do irmão para com a amiga brilhava em seus olhos.
  Eddard se aproximou quando a porta foi fechada. Antes que pudesse dizer a voz da mulher encheu o cômodo.
  - Eu sinto muito Jon, sinto muito Lord Stark, eu não queria causar todo esse alvoroço. Eu não valho tanto assim. Eu não quero que você carregue os meus problemas Jon, eu não mereço, eu...
  A garota foi silenciada pelo abraço paternal de Eddard.
- Você é um dos nossos , você é um lobo do nosso bando. O lobo quando solitário morre, mas o lobo quando em bando sobrevive. E você Jon, meu filho, me encheu de orgulho. – Sem dizer mais o homem saiu da sala e foi deixada com Jon.
  Jon a abraçou com força e disse baixo.
  - Você está errada. Você merece e você vale a pena. – Os dois permaneceram em silencio e o abraçou com mais força agradecendo baixinho.
  - Agora, enxugue suas lágrimas ou os Caminhantes Brancos vão correr ao verem seu rosto. Eu não sabia que alguém pudesse ficar com uma face tão corada. – Jon riu apertando suas bochechas
  - Idiota – fungou ela dando-lhe um murro no braço e sorrindo. Ambos se abraçaram e saíram para o quarto de Robb sem saber que Eddard Stark observava a cena nas sombras do corredor sorrindo.
  (FLASHBACK OFF)

Capítulo 4.

   despertou de seus devaneios e percebeu que estivera pensando tempo demais. Saindo lentamente da cama onde o pequeno Rickon dormia tranquilo andou pelos corredores sombrios até chegar à porta de seu quarto e empurrar lentamente a porta de carvalho. O quarto que a duas semanas pertencia a ela e ao marido Jon Snow.
  Trocou-se rapidamente e se enfiou debaixo das cobertas. Jon ressonava tranquilo em seu sono. Ela perdeu-se observando ele mais uma vez. Os cabelos cacheados caindo sobre os olhos, os lábios grossos ligeiramente entreabertos e sua respiração tranquila. Ele era lindo, tanto por dentro quanto por fora. Com o rosto virado para o lado dele ela não percebeu quando o sono a tomou.
   Ela foi acordada com suaves beijos nos ombros e no pescoço, sorrindo com os olhos fechados ela sentia os braços fortes serpenteando sua cintura. Sentiu o cheiro inverno e sabia a quem o corpo deliciosamente pressionado contra o seu.
  - Bom dia Jon, dormiu bem meu amor? – perguntou com a voz cheia de sono. As palavras saiam tão fáceis por seus lábios, pareciam tão certas.
  Jon a virou lentamente até que estavam se encarando. O peito de Jon estava nu e ele a olhava com adoração. Parecia um pouco mais velho, talvez com seus dezenove, vinte anos.
  - Com certeza. E você, teve bons sonhos? – Perguntou maliciosamente enquanto ela traçava com a ponta dos dedos um arranhão rosado em seu peito, parecendo ainda fresco e feito por suas unhas durante a noite movimentada de sensações que viveram. Corou com a lembrança e ele riu baixo descendo a mão grande e ligeiramente calejada pela protuberância ligeiramente visível em seu estomago.
  - Vai ser um garoto tão forte ou uma garota tão educada quanto você Jon.
  - Ele vai ser um Snow, . Vai levar o sobrenome de bastardo.
  - O sobrenome que eu tenho muito orgulho de possuir desde que o tomei como meu na frente dos Deuses Antigos que abençoaram nossa união. São seus filhos que crescem na minha barriga e eles tem parte de você e se sentirão orgulhosos com isso. Eu te amo Jon.
  Os lábios se encontraram com fome enquanto ele a envolvia em seus braços e se livrava das roupas que ainda restavam nos dois.
  - Eu também te amo – disse Jon acariciando seu cabelo com carinho e ela fechou os olhos sentindo as pontas de seus dedos massagearem seus fios. Ela sentia o coração bater acelerado ao sentir os corpos nus se tocarem e o rosto de Jon pairar sobre o seu e franziu a testa ao ouvir a voz dele, mas seus lábios não se moviam, ele permanecia sorrindo carinhosamente até...

  - acorda – Ela ouvia longe enquanto sentia o toque de Jon ainda em seu cabelo. Percebendo a luz da janela e se sentindo extremamente assustada ela abriu os olhos e encontrou Jon sentado a seu lado realmente massageando seus cabelos. Seu rosto corou enquanto se lembrava das sensações do sonho e da visão do corpo nu do homem e com um olhar de pânico se sentou na cama rapidamente com o olhar confuso de Jon.
  - Esta tudo bem? – Perguntou ele incerto enquanto ela balançava febrilmente a cabeça, o olhar assustado em seu rosto.
  - Estou indo quebrar o jejum, quer que eu te espere?
  - Não! – Disse alto e Jon parecia ainda mais confuso - Digo, pode ir. Você deve estar com fome e eu... eu vou... me trocar, é me trocar e já desço. – Disse num fôlego só e ele só assentiu achando tudo aquilo muito estranho e saiu do quarto, não sem antes olhar pra trás e perceber que a mulher mantinha um olhar vidrado no rosto corado.
  Ela suspirou se sentindo estúpida assim que ele saiu.
  - Droga Jon Snow, você será a minha morte.

Capítulo 5.

  Bran estava treinando Arco e flexa com os irmãos enquanto Lord e Lady Stark observavam. Após receber as noticias Eddard saiu com os dois filhos mais velhos, Bran e alguns outros homens. Encontraram um desertor da Patrulha da Noite. tentou ao máximo apagar as lembranças do sonho e ficar longe de Jon. Não foi preciso muito, já que ela ficou com Rickon ou Bran que embora não demonstrasse, estava ligeiramente assustado com as imagens da decapitação do irmão juramentado da Patrulha.
  Não viu o marido durante o dia e deu graças aos Deuses por isso, não conseguiria encará-lo sem corar loucamente.
  Após ajudar as mulheres do castelo em seus afazeres, se direcionou para o quarto encontrando Jon perto da lareira com um embrulho ao lado dos pés e sua curiosidade falou mais alto.
  - O que é isso Jon? – perguntou baixinho e o homem pulou de susto.
  - Sete infernos . Você quase me matou! – Exclamou o homem com uma carranca no rosto. Fazendo-a rir.
  Após um silencio desconfortável, ele pigarreou e desembrulhou os panos. Havia um pequeno filhote, branco como a neve de um lobo.
  - É um filhote de lobo gigante. Dei-lhe o nome de Fantasma. A mãe deles morreu. Pai deixou que ficássemos com eles. Haviam cinco, um para cada criança Stark. Encontrei esse ultimo. Veja, ele diferente de todos. O rejeitado. – sentiu certa amargura em seu tom e confusa questionou.
  - Estamos falando sobre o lobo não é? – Disse ela pegando o lobo em suas mãos e encarando os olhos vermelhos até sentir a língua pequena e molhada lamber a ponta de seu nariz, riu.
  - Sim – a resposta do homem foi curta e seu rosto se fechou em uma carranca.
  Ela se sentou ao lado dele.
  - Tenho certeza que ele vai se tornar tão grande quanto os irmãos, tão digno e corajoso. Será um grande orgulho.- Disse ainda encarando os olhos vermelhos da pequena besta. Os olhos de Jon viraram para encará-la.
  - Ainda estamos falando sobre o lobo, não estamos? – Perguntou Jon com uma dica de emoção nos olhos.
  - Claro que sim, de quem mais seria. – Disse ela sorrindo carinhosamente e sem saber bem o que estava fazendo Jon tomou seu rosto em suas mãos e seus lábios cobriram os dela.
  Ele jurava que seu coração iria parar.
  Assim que ela correspondeu, em um surto de coragem, ele se aproximou mais. Sua mão se entrelaçou em seus cabelos e a outra viajou até sua cintura, a trazendo para perto gentilmente. A mão tímida dela descansou no ombro do homem e se aventurou até seus rebeldes cachos negros.
  Ambos precisavam respirar, mas antes que separassem por ar, um pigarro foi ouvido da porta e ambos se separaram rapidamente, sentindo os rostos esquentarem.
  Robb estava parado na porta, os olhos azuis brilhantes e uma dica de sorriso rastejando em seus lábios.
  - Pai mandou chamá-los para jantar e – seu rosto se tornou sombrio – seu pai chegará depois de amanha.
  Os homens se entreolharam e engoliu em seco, toda a felicidade do beijo esquecida.
  - Eu já desço. Podem ir na frente. Vou embrulhar Fantasma primeiro. – sua voz era baixa.
  - Tem certeza? – Perguntou Jon preocupado erguendo seu rosto com suavidade fazendo encará-lo. Seus olhos cinzentos ardiam nos dela e ela quase esqueceu de respirar.
  - Tenho. Não se preocupe Jon. – Ele assentiu e lhe deu um suave beijo na testa se levantando e seguindo o irmão que observava em silêncio. Antes de sair, virou-se e deu uma ultima olhada na mulher que embrulhava gentilmente o pequeno lobo nos cobertores.
  Durante o jantar, manteve-se em silencio. Os mais velhos sabiam o porquê, mas as crianças não entendiam o que havia de errado com sua irmã de lei. Sempre falante e cheia de historias, parecia sombria e desatenta.
  Mexeu levemente na comida, pediu licença e se levantou da mesa sobre olhares curiosos dos mais novos.
  Foi direto para o quarto e deitou-se na cama com o pequeno Fantasma a seu lado. O pequeno lobo branco olhava firmemente para ela E por um momento ela se esqueceu dos problemas, do pai, do casamento falso e a única coisa que podia pensar era na sensação doce de ter os lábios de Jon sobre os seus, sua mão firme em sua cintura, seu gosto. Suspirou e sentiu os olhos se enxerem de lágrimas.
  - Talvez eu o ame Fantasma. Mas ele é meu amigo, meu salvador na verdade. Não há muito que discutir.
  Continuou alisando o pelo branco e pensar até o cansaço levá-la a sonolência.
  Jon acordou assustado. Sonhara que Mingus Crakehall havia a tirado de seus braços e em pânico abriu os olhos para ver onde ela estava. Percebendo que ela estava a seu lado deixou-se respirar aliviado. Ele a observou atentamente. Os cabelos jogados sobre o travesseiro, o peito subindo e descendo vagarosamente, as pequenas sardas que se espalhavam por suas bochechas. Não podia se imaginar sem ela. E com um ultimo pensamento de protegê-la a todo custo, deixou o braço serpentear por sua cintura e trouxe seu corpo mais pra perto.
  - Jon. – ela murmurou em seu sono e sorriu, mas não mais que o homem admirado a seu lado.
  -Ninguém vai te tirar de mim , ninguém. – Sussurrou o homem baixinho a trazendo pra mais perto.

Capítulo 6.

  O dia se passou rápido e não conseguia esconder o nervosismo. Percebendo que seu mau-humor chegou a altos níveis ela marchou até os estábulos e passou boa parte do tempo escovando os cavalos. Até sentir mãos grandes segurarem em sua cintura e ao se virar, sentiu uma boca chocar-se com a sua. Diferente de Jon, o beijo era rude e duro. Chegava a machucar e ao sentir o gosto de sangue na boca ela reuniu forças suficientes para empurrar o agressor que avançou novamente para ela. Ela tentou gritar mas antes que conseguisse avistou Jon e Robb olhando assustados.
  Ao contrário de Jon, Robb correu até ela e com um murro, o agressor caiu desmaiado no chão. Sua cabeça rodava em pânico e sentia uma vontade louca de vomitar.
  Robb perguntava febrilmente se ela estava bem, mas sua atenção estava no homem de cachos negros que marchou a passos duros até o castelo. Ainda tonta ela correu até ele deixando Robb com um olhar chocado no rosto. Jon não faria isso. Ele precisava interceder, mas não podia deixar o homem desmaiado sozinho. Deveria levá-lo a seu pai. Então gritou por Theon pedindo que ele chamasse seu pai e esperou, rezando aos Deuses novos e antigos que Jon não fizesse nenhuma besteira.
   tentou fazer que Jon parasse, mas ele não parou até chegar ao quarto e bater com força a porta.
  - Como pode? – ele sussurrou com a voz dura. A raiva claramente presente em suas feições.
  - Mas Jon... – Ele a interrompeu
  - Eu vi , com meus próprios olhos.
  - Mas... – Jon a segurou pelo braço, seu aperto firme.
  - Eu me apaixonei por você, desde sempre. Eu ajudei você e é isso que você faz?
  - Jon, eu também me apaixonei por você. Eu estava nos estábulos e aquele homem, ele... – Mais uma vez ele a cortou ignorando suas palavras.
  - Seu pai estava certo, você faria uma boa prostituta em Dorne. – Sem aviso a mão livre de chocou-se no rosto de Jon.
  Robb chegou a tempo de presenciar a ultima frase de Jon e a ultima ação de . Surpreso e chateado com as palavras do irmão ele permaneceu em silêncio.
  Os olhos de Jon estavam tomados pelo fogo da fúria, mas não mais que os dela.
  - Essa farsa acaba agora Jon. Eu prefiro que meu pai me leve para Dorne, talvez com sorte eu consiga me jogar de algum precipício na estrada. – Os olhos de Jon se arregalaram com o tom de verdade e ela saiu feito um furacão do quarto, Robb nem mesmo tentou pará-la, pois sabia que seria inútil.
  Robb permaneceu com o irmão enquanto ele percebera a besteira que havia cometido e a pedido do pai, ambos se reuniram em sua sala de estudos.
  - está bem? – perguntou Eddard alheio a briga.
  - Está pai. – Respondeu Robb já que a voz de Jon parecia ter sumido.
  - O homem é conhecido como Alayn, é um bêbado. Fez uma aposta com alguns de seu bando e perdeu. foi a primeira garota que encontrou. Pediu perdão a mim e queria pedir a também, mas eu não a encontrei. Para segurança ele foi banido de Winterfell. – o homem sorriu. – Encontre e chame-a para o jantar.
  Jon foi obrigado a descer por Robb, assim como , sob ameaças de que contaria a Lady e Lord Stark.
  Durante o jantar novamente o silencio. Jon a olhava com arrependimento e ela não olhava pra ninguém.
  Novamente sem jantar, pediu licença que foi concebido por Lady Catelyn que atribuía a falta de apetite ao medo de encarar o pai ao amanhecer. Era um medo que todos tinham se não desse certo, o destino da garota seria coberto de trevas e a mulher nem mesmo conseguia imaginar.
  Ao se levantar para sair ela ouviu a voz baixa de Rickon.
  - ?
  - Pois não Rickon – ela tentou sorrir.
  - Você carrega um bebê de Jon em sua barriga? – Ned e Catelyn se entreolharam, Bran olhou curioso, Arya largou o garfo assustada, Sansa corou, Robb engasgou-se com sua bebida, Jon parecia paralisado e se assemelhava a um fantasma.
  - Porque acha isso Rickon? – Perguntou Lady Stark vendo que ambos pareciam assustados demais para exibir alguma reação.
  - Porque Theon me disse uma vez, que quando pessoas se casam as mulheres logo passam a carregar um bebe em sua barriga. Septã Mordane me disse que quando pessoas se amam e se casam eles tem bebês e eu acho que Jon ama ou não teria se casado. E Meistre Luwin disse que quando mulheres carregam um bebê elas se sentem doentes e não conseguem comer direito. não come direito desde ontem.
   parecia próxima a desmaiar, mas se recompôs rapidamente e disse:
  - Não Rickon, eu e Jon não vamos ter um bebê.
  - Mas um dia terão, não terão? – Insistiu a criança
  - Teremos Rickon, um monte de sobrinhos pra você brincar. – Quem respondeu dessa vez foi Jon , a garota percebendo que seus olhos se encheriam de lágrimas beijou a testa do menino e saiu.

Capítulo 7.

  A noite foi cercada de pesadelos para ambos e assim que amanheceu sabia que teria que decidir seu destino.
  Ela não conversou com Jon, não importava o que ele tinha de falar. O que estava feito estava feito.
  Vestindo seu melhor vestido ela se preparou para receber o pai do lado de fora do castelo. Os outros Starks estavam lá, mas nem sinal de Jon.
  Robb parecia preocupado. Jon não dissera nada e ele temia que o irmão não apareceria.
  As trombetas soaram longe e com uma dor de perda no coração ela aguardava para abraçar seu destino.
  De repente seu braço foi puxado para longe da fila e com um olhar assustado ela olhou para quem havia a tirado de seu lugar e pode ver claramente os olhos cinzentos que tanto assombravam seus pensamentos.
  - Jon... – Antes que pudesse falar, sentiu a boca apressada de Jon cobrir a sua novamente. Dessa vez o beijo era diferente, continha raiva, saudade, desejo e amor.
  Ainda com a cabeça rodando ela foi abraçada desesperadamente por Jon. Os lábios dele estavam em sua orelha, sussurrando pedidos de desculpas intermináveis. Ela balançou a cabeça confusa e com um assovio de Robb voltaram a fila, sua mão presa firmemente a de Jon.
  - O que está fazendo aqui Jon, eu pensei que... Você tivesse desistido – sussurrou baixinho observando os guardas do pai entrarem pelo portão.
  - Eu prometi que ninguém te tiraria de mim, e ninguém vai. – sussurrou ele baixinho de volta endireitando a postura.
  - Eu amo você. – Sussurrou ela também se endireitando. O coração ameaçando sair pela boca.
  - Eu sei, eu te amo também assim como Fantasma. – Ela pisou no pé dele ainda rindo, mas o riso morreu ao ver seu avô desmontar do cavalo.
  O velho parecia aliviado ao ver a neta ao lado do rapaz, sinal que havia esperanças.
  Logo atrás desmontou Mingus. Era um homem bonito, mas claramente insatisfeito.
  Eddard Stark avançou para cumprimentá-lo, mas ele recusou o gesto, ignorando todos na linha.
  - Onde está ? – Perguntou rude. – Ela vai comigo pra Crakehall.
  - Infelizmente ela não vai poder ir senhor. Ela esta casada com um homem de Winterfell e é aqui que ela deve permanecer. – ponderou Meistre Luwin educadamente.
  -Ah, está? Quem me garante isso Meistre. – Disse o homem em tom de escárnio.
  - Os documentos estão assinados. – Entregou os papéis nas mãos de Lord Crakehall que leu-os rapidamente e devolveu-os rudemente ao Meistre.
  - Casando-se com um bastardo – ele riu – Espero que seja infeliz querida filha. – Disse encarando-a pela primeira vez.
  -Um bastardo com mais honra que você pai. Ao contrário, serei feliz pai. Livre de você e de seu desprezo.
  O homem deu-lhe um olhar colérico antes de voltar e gritar aos seus homens que estariam voltando ao Sul. Parariam em qualquer estalagem no caminho.
  A garota respirou fundo e recebeu um olhar orgulhoso de Jon que apertou sua mão com carinho.
  - Se eu matasse acidentalmente seu pai, você me odiaria? – perguntou Jon baixinho rindo.
  - Acho que não, mas não me importo com ele Jon, estou livre graças a você.
  Jon a beijou na frente dos familiares, ignorando os protestos da Septã escandalizada.
  Dafar estava se desculpando com Lord Stark e logo estava em frente a neta. Abraçou-a com carinho e orgulho assim como a Jon, agradecendo-o por salvá-la.
  Antes que pudesse se esquecer entregou uma caixa de madeira pesada. A mulher pegou sem entender com a ajuda de Jon.
  As crianças foram levadas para dentro pela Septã e do lado de fora ficaram os guardas, Dafar, , Jon, Eddard, Catelyn e Robb.
  O velho sorriu e entregou a chave e a garota se ajoelhou para abrir o baú.
  Ao abrir havia um lindo vestido de noiva, bordado com perolas e pequenas pedras. Havia também uma grande quantia de moedas de ouro.
  Ela olhou surpresa.
  - Não achou que sua mãe a deixaria sem nada não é mesmo, minha querida.
  Ela sorriu com os olhos cheios de lágrimas.
  - Se não for muito incômodo, gostaria de ficar para assistir o casamento de vocês.
  Catelyn e Meistre Luwin se entreolharam confusos.
  - Acho que os jovens se casarão de novo, mas dessa vez, aos olhos dos Deuses, estou correto? – Perguntou Eddard com um sorriso em sua voz.
  - Se me aceitar, sim. Você me aceita para ser seu verdadeiro esposo até que as luzes desse mundo se apaguem para nós? – Jon perguntou firme.
   ficou em silencio.
  - Posso tentar tolerar você Jon, afinal eu só vou te amar ardentemente até o fim da minha vida. – Ela sorriu e eles se beijaram novamente.
  Fantasma latia alegremente enquanto tentava subir nas pernas de seus donos unidos em um beijo carinhoso.



Comentários da autora


N/A: Gente, desculpa pela viagem mental, mas eu precisava de um pouco de Jon Snow na minha vida.
Eu sei que tem muita coisa que não existe no universo do tio Martin, inclusive casamentos de mentirinha, mas eu precisava tentar. Espero que apreciem. *Sorri e acena como uma Lady faria*. Até a próxima.