Smoke Shit
Escrito por Mandi A. | Revisado por Paulinha
Parte do Projeto Songfics - 6ª Temporada // Música: Ed Sheeran – Wake Me Up
- Agora vamos para a hora da verdade, quem aqui está comprometido? – a entrevistadora sorriu e eu levantei minha mão, também sorrindo. Niall deu um tapinha nas minhas costas e senti meu cabelo sendo bagunçado por Liam, que também levantara o braço – Zayn, você não conta! – ela riu.
- Nem acredito que ele vai mesmo se casar – admirou-se Louis, fingindo estar emocionando. Revirei meus olhos, desviando-os logo depois para minha mão esquerda, onde se encontrava meu anel de noivado.
- Como você lida com as críticas do seu segundo noivado? Muita gente ficou chocada com o repentino término do seu noivado anterior.
- Agora é a garota certa. Não me importo com que os outros falam. Estamos felizes e é isso que importa – respondi, sendo sincero.
- É, colegas, temos um casamento semana que vem – comentou Harry, apertando meu ombro. Até parecia que os meninos estavam mais ansiosos do que eu para o meu próprio casamento. Claro que eu estava ansioso, porém, eu acho que a pressão de serem padrinhos do meu casamento, afetou um pouco a cabeça deles.
Fiquei com um sorriso idiota o resto da entrevista, que não durou muito. Fomos liberados e cada um seguiu seu caminho. Dirigi pelas ruas de Londres em direção ao meu apartamento, onde ela estaria me esperando. Era bom pensar que ela sempre me esperaria, aonde quer que eu estivesse.
- Estou em casa! – anunciei ao sair do elevador da nossa cobertura. Tirei meu casaco de frio e baguncei meus cabelos, tirando o All Star preto que eu usava e deixando-o perto do sofá. Sobre ele, havia uma cópia do convite do casamento e isso me fez sorrir, por saber o quão ansiosa ela parecia estar também.
I should ink my skin with your name
And take my passport out again and just replace it
See I could do without a tan
On my left hand where my fourth finger meets my knuckle
And I should run you a hot bath
And fill it up with bubbles
- Zayn? – sua voz preencheu o silêncio do apartamento. Segui-a indo até o nosso quarto. Suas roupas estavam jogadas perto da cama e eu podia ouvir o barulho da banheira sendo preenchida de água.
Cheguei à porta do banheiro a tempo de vê-la retirando seu sutiã e abraçando sua própria barriga. Pude perceber seu susto quando toquei sua cintura por trás, talvez ela não tivesse percebido que eu estava bem atrás dela. Afastei seus cabelos compridos dos seus ombros, para que eu pudesse depositar um beijo ali. se arrepiou e soltou um suspiro lento e calmo. Ela se virou para mim, encostando seu peito nu em mim e colocando seus braços ao redor do meu pescoço.
- Oi. Estava prestes a entrar nessa banheira sozinha. Tem bolhas. Se você quiser entrar comigo.
- É um convite que eu não posso recusar.
me beijou e tirou minha camiseta logo depois, jogando-a na pia do banheiro. Suas mãos ágeis e rápidas desabotoaram minha calça, que deslizou pelas minhas pernas, deixando-me com a mesma quantidade de peças de roupa que ela: uma. me guiou até a banheira, quando ambos já estávamos despidos. Ela se sentou ao meu lado e apoiou sua cabeça em meus ombros.
- Por que a gente não liga a hidromassagem? Vai fazer mais bolhas – ela sugeriu e eu assenti, esticando-me para que pudesse abrir o registro que ligava a hidromassagem. Voltei ao meu lugar, sentindo a água se movimentando a minhas costas – Isso é bom – ela comentou, rindo e espalhando os braços pelas bolhas que começavam a aumentar. Passei meu braço pela sua cintura, sob a água e fiz leves cócegas na região, o que fez ela se remexer, vindo para mais perto de mim.
- Você alguma vez já fez sexo na banheira? – perguntei, acariciando seus cabelos com uma mão e com a outra, ainda fazendo cócegas em sua cintura. Ela virou seu rosto, depositando um terno beijo no meu pescoço.
- Nunca.
- Nem eu.
, em movimento rápido, passou para o meu colo, cravando as unhas em meus ombros e se inclinando em direção a minha boca, onde, brutamente, seus lábios fundiam-se aos meus. Apertei com força sua cintura e ela afastou-se, fitando-me com intensidade com seus lindos olhos , que refletiam sua inocência e ao mesmo tempo sua perversidade, se é que isso fosse ao menos possível. Seus dedos tocaram suavemente a pele da minha clavícula na região onde eu tatuara sua inicial. Ela contornou a letra, sorrindo enquanto o fazia. Eu apenas a observava, aéreo, admirando-a. Ela sussurrou meu nome e eu sorri, “fazendo presença” em seu corpo e aumentando minha velocidade a cada suspiro e a cada vez que eu sentia suas unhas penetrando minhas costas.
‘Cos maybe you’re loveable
And maybe you’re my snowflake
And your eyes turn from green to grey in the winter
I’ll hold you in a cold place
And you should never cut your hair
‘Cos I love the way you flick it off your shoulder
And you will never know just how beautiful you are to me
But maybe I’m just in love when you wake me up
- Você dormiu a tarde toda – pisquei os olhos com dificuldade, levando minhas mãos até eles para me esconder da luminosidade que adentrava o quarto – Eu fiz chá para nós. Eu ia fazer pipoca e assistir mais uma vez a segunda temporada de Gossip Girl, mas você já estava acordando.
- Você ainda gosta disso? – perguntei, sentando-me na cama e apoiando minha cabeça no encosto de nossa cama. estava sentada de pernas cruzadas, usando apenas uma camiseta xadrez vermelha, que reconheci sendo minha. Sobre suas pernas, havia uma bandeja com duas xícaras cheias de chá quente, exalando um ótimo aroma de frutas vermelhas.
- Sim, gosto – ela respondeu, com um tom de brincadeira. Ela me entregou uma das xícaras, enquanto tomava o primeiro gole da sua – Céus, sou uma expert em fazer chás. Isso aqui tá muito bom!
- Realmente – concordei, experimentando do chá, que queimara um pouco minha língua – É amanhã que seus pais chegam, certo? – assentiu e percebi o pequeno sorriso que ela tinha em seu rosto se desfazendo.
- Então, vai querer assistir Gossip Girl ou quer ver algum filme? Talvez esteja passando algum terror bom em algum canal qualquer. Prometo que finjo sentir medo só para você me proteger.
- , aconteceu alguma coisa que eu deveria saber? Você parece meio... Nervosa.
- Nervosa, eu? – seus olhos se estreitaram e ela apontou para o seu peito, tomando um gole de chá com as sobrancelhas erguidas – Oh, Zayn, você ainda está meio sonolento. Por que não tenta dormir mais um pouco? Assim, eu posso assistir meu seriado em paz – ela soltou rapidamente e arqueei minhas sobrancelhas, assustando-me com sua atitude.
- Ei, ei – alertei, pousando minha xícara de volta a bandeja – Você não está bem.
- Sim, me desculpe – ela se levantou com a bandeja e antes que ela pudesse deixar o quarto, desci da cama rapidamente, tirando a bandeja de seus braços e a colocando sobre a cama. Voltei minha atenção para ela, que agora parecia ainda nervosa.
- Estou aqui, . Estarei sempre aqui, entendeu? – a lembrei e ela assentiu vagamente, parecendo ter se acalmado, ao menos um pouco.
Segundos depois, ela despejou a bomba:
- Acho que a gente não precisava se casar agora.
As minhas mãos que estavam envolta de seus pulsos se afrouxaram. desviou os olhos de mim, olhando para seus pés e recolhendo seus braços, abraçando sua barriga pela segunda vez naquele dia.
And would you ever feel guilty
If you did the same to me?
Could you make me a cup a tea
To open my eyes in the right way?
And I know you love Shrek
‘Cos we’ve watched it twelve times
But maybe you’re hoping for a fairy tale too
And if your DVD breaks today
You shoulda got a VCR
Because I’ve never owned a Blu-ray, true say
Eu estava em choque, e apenas conseguia ficar ali parado, encarando o topo de sua cabeça, aonde seus cabelos estavam presos em coque arrumado. passou a se movimentar e saiu do quarto, com a bandeja em seus braços e passos rápidos.
Ela não queria mais se casar comigo? Era isso que ela quisera dizer? Era isso que ela queria depois te eu ter a tocado daquela maneira há apenas algumas horas atrás? Alguma coisa estava errada, alguma coisa estava muito errada.
Com passos largos e firmes, segui o seu caminho e a encontrei na cozinha, apoiada na pia, parecendo estar encarando o azulejo claro.
- Me diz – comecei, falando mais alto que o normal e fazendo com que ela se assustasse, virando-se para poder me ver – Me diz... Porquê.
- Zayn...
- Eu quero saber o porquê – gritei, assustando-me com o tom duro de voz que saíra. Eu nunca havia falado desse jeito com ela, nem nas piores das circunstâncias. E por um lado, aquilo estava sendo muito difícil para mim. Seus olhos estavam sem vida.
- Zayn, não grita comigo – ela falou, calma demais.
- Eu preciso dos meus cigarros – falei, deixando-a sozinha na cozinha para ir busca-los. me seguiu.
- Você acha que eu estou sendo egoísta.
- Claro que eu acho – brandi – Você quer cancelar nosso casamento que é daqui a uma semana – peguei um cigarro do maço que eu guardava na cômoda da sala, onde ficava o abajur que gostávamos de deixar aceso todas as noites enquanto assistíamos a algum filme. Peguei o isqueiro e coloquei o cigarro no canto da boca, tentando afastar esses malditos pensamentos e fingindo não perceber o olhar que direcionava para mim.
- Você não sabe o motivo.
- Então me diz – falei com dificuldade, então, acendi o fogo.
- Você não pode fumar aqui – foi o que ela respondeu e eu me contive para não sair do controle. Pela primeira vez na nossa história, eu não conseguia mais compreendê-la.
- E por que não, ? Eu não estou conseguindo entender você.
- Porque a porra desse cigarro – ela falou, vindo até mim e parando a poucos centímetros de distância – Vai fazer mal para a porra da criança que está crescendo dentro de mim. E por essa porra de motivo que eu não queria mais casar semana que vem, Zayn! – ela tirou o cigarro da minha boca, levando-o consigo ao se afastar.
A primeira coisa que eu consegui pensar foi em como eu nunca a ouvira falar tantos palavrões em uma única frase. E só depois que a minha ficha realmente caiu sobre o que ela havia falado.
- Você está grávida – falei baixo, sabendo que somente eu ouviria minha própria voz. Ela está grávida – !
Saí atrás dela. E apenas a encontrei novamente no quarto, sentada na beirada da cama, com as mãos em seu rosto.
- Por que você não me contou isso antes?
- Eu surtei, tá legal – ela se explicou, com a voz abafada – Você sairá em turnê com sua banda depois da nossa lua de mel. Enquanto eu estaria aqui, grávida e sozinha. Zayn, eu não quero isso. Eu não quero esse...
- Shh, shh – sussurrei, me aproximando dela e me ajoelhando a sua frente – Nós queremos esse bebê. Você não se lembra de todas as vezes que planejamos isso para a nossa vida? Você se esqueceu disso?
- Planejávamos para depois do nosso casamento, depois da sua turnê, quando você já estivesse em casa. Para mim. Eu não sei se aguentarei essa gravidez sozinha, Zayn.
- Eu estarei em casa para vocês – tentei a acalmar e com calma, tirei as mãos de seu rosto, para que nossos olhares pudessem se conectar. Como sempre faziam – , nós estamos construindo nossa família. Juntos.
- Eu sinto tanto, Zayn – suas lágrimas rolavam livremente pelo seu rosto macio. Após falar, seus braços envolveram meu pescoço e eu me levantei, apertando-a em um abraço forte. Eu queria poder abraçá-la para sempre naquele momento – Eu te amo.
- Eu te amo – repeti, apertando-a ainda mais contra meu corpo.
And now I’ve always been shit at computer games
Because your brother always beats me
And if I lost, I’d go across and chuck all the controllers at the TV
And then you’d laugh at me and be asking me
If I’m gonna be home next week
And then you lie with me ‘til I fall asleep
And flutter eyelash on my cheek between the sheets
And you will never know just how beautiful you are to me
But maybe I’m just in love when you wake me up
- Vamos lá, eu sei que você consegue, Zayn, estou até deixando – provocou-me , o irmão de quinze anos de . Segundos depois, um enorme “game over” apareceu no meu lado da tela da televisão e riu. Peguei o controle do vídeo game que eu comprara para poder ter algo para fazer em meus dias de folga e o joguei no sofá, frustrado. Eu nunca consegui o ganhar em nenhum jogo e eu me considerava um bom jogador de vídeo game. sorriu pra mim, enquanto seus pais também sorriam, ao ver, talvez, eu e tendo uma boa relação. Tínhamos acabado de jantar com seus pais, que haviam chegado mais cedo naquele dia. não parou de falar sobre o casamento por um segundo se quer, mas isso não tirou o sorriso do rosto da minha noiva. Eu sempre a pegava, em momentos aleatórios, tocando em sua barriga, que pelas suas contas, deveria ser de um mês e duas semanas. iria contar para seus pais logo após o jantar e como havia me convidado para jogar vídeo game, supus que agora deveria ser o momento.
O irmão de continuou jogando e eu fui até seu encontro, abraçando-a pela cintura e recebendo um tapinha no ombro de seu pai. No final da noite anterior, convidei-a para assistir um filme na sala e assim fizemos. Quando havia acabado, falou que não queria cancelar o casamento, que seria forte, me esperando, por mim e pelo nosso bebê. Acabamos indo para a cama mais uma vez naquele mesmo dia.
- Mãe, pai, preciso-lhes contar uma coisa – ela começou, soltando uma risada nervosa. Apertei a sua cintura, encorajando-a – Eu estou grávida.
- Ah, meu Deus – exclamou , seu pai, enquanto a abraçava, emocionada demais para falar alguma coisa – , você ouviu isso, meu filho? Eu vou ser avô. Eu vou ser avô antes de morrer! – meu sogro falou brincando e me deu os parabéns – Zayn, eu agradeço por ter sido você a salvar minha filha.
- Na verdade, Sr. Bust, foi sua filha quem me salvou.
E aquilo era a maior verdade da minha vida.
ainda recebia os parabéns de sua pequena família quando a campainha tocou.
- Cadê minha grávida preferida? – ouvi a risada de dali ao ouvir a voz de Louis e bati nas costas de cada um dos meninos que entravam. Liam foi o último a entrar e ficou ali comigo, observando os outros cumprimentarem os pais dela e lhe derem os parabéns.
- Desculpe, cara, mas tive que contar para eles. Sinceramente, eles devem estar mais felizes que vocês – explicou-se Liam e eu neguei com a cabeça.
- Payne, não tem ninguém mais feliz que eu.
Contei a ele todo o drama que envolvera a revelação da sua gravidez, e como eu conseguira convencê-la que devíamos nos casar, ao nos dirigirmos até a sala, onde encontramos Niall com a mão na barriga de , Harry ao lado dela, cutucando sua barriga e Louis, já com o controle do vídeo game na mão e ao seu lado. Louis nem parecia ser o mais velho daquela banda.
O resto da noite foi normal, normal como ter seus sogros e seus melhores amigos dentro da sua casa e você tentando convencer aos pais da sua noiva que seus amigos são pessoas boas da cabeça e que não há nada de errado com eles, enquanto sua noiva age que nem seus amigos, rindo toda vez que algum deles contava uma piada que não tinha a menor graça. estava melhor do que na noite anterior e aquilo já era suficiente para mim.
Assim que seus pais e seu irmão voltaram para o hotel, os meninos foram embora também, não antes de se despedirem de e de nosso bebê, falando com a sua barriga como se fosse possível da criança em criação dentro dela escutar. Naquele momento, me passou pela cabeça se eles não haviam bebido antes de virem parar aqui em casa. E minhas suspeitas se confirmaram quando Louis abraçou a mim e a ao mesmo tempo, dizendo que nos amava.
- Boa noite – eu disse, ao fechar a porta e ir direto para o meu quarto. se desfazia de sua roupa, de costas para a porta, não permitindo a minha visão. Ao ficar apenas de lingerie, ela se virou, levantando as sobrancelhas ao me ver observando-a.
- O quê? – ela questionou, desentendida – Quer falar com o bebê também? Quem sabe se você colocar a mão sobre minha barriga ele não chuta? – ela riu e eu revirei os olhos, indo até o banheiro para que eu pudesse me arrumar para deitar-me com ela.
Saí do banheiro pronto para ir para cama e deitar ao lado de , que já havia se aconchegado em seu lado da cama com seu travesseiro. Arrumei-me na cama e a puxei para perto de mim, fazendo escapar um gemido de reprovação com a força que eu usara.
- Ai – ela sussurrou, apoiando sua cabeça em meu ombro – Zayn – sussurrou de novo, depois de um tempo. Eu estava fazendo carinhos em seu cabelo, o que deixava seus olhos pesados e sonolenta – Obrigada por não me deixar desistir.
- Estou aqui para isso – respondi e sorri ao sentir seus cílios fazendo cócegas em meu pescoço quando ela piscava.
- Eu sei que sim.
And I think you hate the smell of smoke
You always try and get me to stop
You drink as much as me
And I get drunk a lot
- Acho que até eu preciso de um cigarro – ela exclamou, sentando-se na beirada da sacada e arrumando seu vestido branco simples, porém que encaixava-se perfeitamente nela, ressaltando cada detalhe de sua beleza, externa e interna, feliz por saber que ela havia permitido que eu pudesse conhecê-la tão bem.
- Não – proibi, caminhando até ela e soltando para o lado a fumaça da minha última tragada, com meu cigarro na mão.
- Apenas uma vez, Zayn, só para eu ver como é – ela tentou, pulando da beirada para que pudesse ficar mais baixa que eu mais uma vez.
- Nem pensar e saia de perto dessa sacada.
- Está com medo da sua noiva cair?
- Noiva? – repeti, franzindo a testa – Você disse “eu aceito” há algumas horas.
- Sim, eu disse – ela revirou os olhos e pegou o cigarro da minha mão com agilidade, apagando-o contra o mármore da sacada onde ela estava sentada e o jogou lá embaixo, sem se importar que pudesse cair na cabeça de algum convidado – Você precisa parar mesmo de fumar, marido – e dois segundos depois, caiu na gargalhada, apoiando-se na sacada e repousando sua cabeça no mármore, continuando a rir.
- Você está linda com esse vestido – disse um fato e ela riu ainda mais.
- Eu sou linda – então ela parou de rir e se virou para mim, sem um traço de graça em seu rosto – Acho que o nervosismo começou a me atacar. É só a pressão, eu tenho certeza.
- Você tá bem? – perguntei, segurando seu cotovelo e levando-a para o quarto que haviam reservado para os noivos, com visão exclusiva e panorâmica da festa e da noite iluminada de Londres. Fazia poucos minutos que havíamos de fato deixados sozinhos. Houve uma rápida “sessão” de fotos entre nós dois e nossos pais usando como fundo a vista privilegiada que a sacada nos permitia.
sentou-se na cama e passou mais uma vez a mão pelo vestido, ajeitando-o, mesmo estando em perfeita forma. Devagar, ela assentiu, respondendo minha pergunta anterior. Ela só estava agindo no modo de ser, insegura de que algo pudesse dar errado.
- São os enjoos de novo? – tentei mais uma vez e ela negou, sorrindo para mim. A semana que se passara, vivia enjoada por causa da gravidez e sempre passava mal, mas garantido que estava bem – Tem certeza?
- Zayn, por que você não para de se preocupar um pouco comigo e pega esse champanhe que está clamando por mim? – ela apontou para o pote de metal com uma garrafa da bebida coberta de gelo e duas taças sobre a mesa em que se encontrava.
Enquanto eu nos servia, lembrei-me dos acontecimentos da nossa noite. Havia saído tudo bem. Todos pareciam felizes. Eu nem ao menos vira nervosa em outro momento sem ser agora. Lembrei-me da sua risada ao ouvir o discurso que os meninos haviam preparado para nós, em conjunto. Do seu vestido girando pela pista de dança, nos poucos minutos que dançamos. Do seus cabelos batendo contra seus ombros a cada vez que ela se aproximava de mim com seu sorriso tímido, mas encantador. Eram pequenas as coisas que me deixavam ainda mais apaixonado por ela.
- Você quer me deixar bêbado?
- Talvez – disse, batendo de leve seu copo no meu, em um brinde – Estamos casados.
Bebemos e ficamos conversando sobre assuntos aleatórios deitados na cama preparada especialmente para nós. comentou sobre como deveríamos estar fazendo falta lá embaixo e eu apenas dei de ombros, admitindo para ela a minha vontade de tirar seu vestido.
- Está querendo ter gêmeos, Zayn? – ela murmurou antes de me beijar, puxando-me pela nuca.
So I take you to the beach
And walk along the sand
And I’ll make you a heart pendant
With a pebble held in my hand
And I’ll carve it like a necklace so the heart falls where your chest is
And now a piece of me is a piece of the beach
And it falls just where it needs to be
And rests peacefully so you just need to breathe to feel my heart against yours now
Against yours now
- Semana que vem eu estou indo – eu disse, apertando sua mão com mais força. Virei-me para observá-la: seus cabelos brilhavam por consequência do sol, ou talvez brilhavam em sua forma natural, e voavam na direção oposta ao vento.
- É, eu sei – ela sussurrou, fitando seus pés fundirem-se na areia macia a cada passo. não parava de tocar em sua barriga de dois meses recém completos, com o sorriso tímido que eu tanto amava estampado em seu rosto – Mas eu estou bem.
- Você vai ficar bem, – falei, parando e puxando-a para que pudesse olhar diretamente em seus olhos. Ela piscou de maneira pesada e passou os braços ao redor do meu pescoço, encostando seu corpo no meu.
- Eu amo essa praia – ela comentou, observando para além de mim. Eu só ouvia as ondas do mar se quebrando as minhas costas.
- Eu amo você.
- Eu mudei tanto desde que nos conhecemos... Você já deve estar cansado da minha insegurança.
- Do que você está falando, ? Eu amo você e todos os seus detalhes, por mais que você não goste deles, isso não vai mudar.
- Você me deixou insegura, Zayn. Toda vez que saí de casa, tenho medo de nunca mais o ver entrando pela porta novamente – confessou baixinho, fazendo carinhos aleatórios em minha nuca. Coloquei uma mão em sua bochecha, aproximando seu rosto do meu. Beijei-a com delicadeza, mas ao mesmo tempo com sede de tê-la para sempre. Quando nos separamos, fui recebido por um belo sorriso.
- .
- Sim?
- Eu comprei um presente para vocês dois – falei, apoiando minha mão suavemente em sua barriga. riu ao ver minha expressão cautelosa – Já te disse que não vai chutar, querido.
Revirei os olhos com a sua piada e peguei a caixinha de veludo azul escuro do bolso de trás da minha bermuda. me observava com um pequeno sorriso. Da caixinha, tirei uma corrente com um pingente de um coração, incrustado de rubis. Seus olhinhos se arregalaram ao ter a primeira visão da joia. Ela abriu a boca para falar alguma coisa, mas fechou rapidamente assim quando eu arrumei a corrente em seu pescoço, deixando o pingente cair em seu peito.
- Zayn, é lindo – ela exclamou, tocando no pingente.
- Esse é o meu coração – expliquei, pegando sua mão e prensando contra seu peito, onde estava o pingente – Não importa onde eu esteja ou onde você esteja, ele sempre será seu. Ou de vocês, como preferir.
- Nossa, isso foi tão lindo que acho que vou vomitar – ela falou e revirou os olhos, tirando nossas mãos entrelaçadas do seu peito e balançando-as, enquanto voltávamos a andar pela areia – Eu amo você, “Zayn Malik” – ela pronunciara meu nome do mesmo jeito que eu lembrava dela ter pronunciado quando nos conhecemos, como se ser Zayn Malik fosse um grande deboche. E esse lado engraçado de , porém escondido na maioria das vezes, me fazia amá-la cada vez mais.
- Não esquece que agora você tem meu sobrenome e meu coração, então é bom cuidar dos dois.
- Prometo que vou – afirmou, séria mais uma vez. Apertei sua mão contra a minha mais uma vez e ela riu fraco, chutando um pouco de areia. A sua mão livre já estava de volta a sua barriga – Não escolhemos um nome.
- Vai ser menino, então vamos escolher um nome masculino – disse.
- Zayn, você não pode fazer preferência! Imagina se for uma menina, o que ela vai pensar de você quando nós contarmos essa história para ela quando já estiver crescida o suficiente?
- Não importa o sexo dessa criança, eu já a amo incondicionalmente, assim como amo a mãe dela.
- É, eu sei.
- Você sempre sabe, não é mesmo? – brinquei com ela, ouvindo sua risada gostosa ecoar pela praia vazia em pleno pôr do sol.
- É, eu sempre sei.
- Aposto que nosso bebê vai ser lindo como a mãe.
- É, eu sei – dessa vez foi minha vez de rir – Ok, talvez ela possa ter um pouco da pouca beleza do seu pai.
- Eu sou perfeito – falei, rindo e me deu um leve empurrão, jogando com o pé um pouco de areia na minha praia.
- É, talvez eu saiba disso.
- Pare com isso – pedi, dessa vez empurrando-a também.
- Não.
- Eu amo você, Malik.
- Você me chamou de Malik! – ela quase gritara, de boca aberta.
- E não é seu sobrenome? – questionei.
- É, eu sei – seu sorriso se estendeu, abalando minhas estruturas. Estar apaixonado era algo que conseguia mexer comigo - E só pra constar, talvez eu ame você também. Mas só um pouquinho.
‘Cos maybe I’m just in love when you wake me up
Or maybe I’m just in love when you wake me up
Maybe I fell in love when you woke me up
Flashback
- Ei. Ei, moço, você precisa acordar! – abri meus olhos devagar ao ouvir uma voz feminina me chamando. Me arrependi assim que a dor de cabeça voltou instantaneamente. Eu ainda enxergava meio borrado, sem nitidez. Soltei o anel sobre a mesa para poder pegar meu maço de cigarro – Esse é um belo anel. Você vai noivar ou algo do tipo? – a garota perguntou e eu levantei meu olhar para ela, acendendo meu cigarro. Ela vestia uma camisa branca, com todos os botões abotoados, sem deixar nada para a imaginação. Ri comigo mesmo ao pensar nisso, eu nem ao menos a conhecia. Em uma plaquinha presa em sua camisa, com dificuldade, consegui ler seu nome: . Ela pareceu envergonhada ao perceber que eu estava a encarando. Seus olhos eram e mesmo com a escuridão do bar, brilhavam nos tons mais bonitos que eu já vira. E até mesmo seus cabelos, que estavam presos em coque desajeitado e presos provavelmente com uma caneta, emolduravam seu rosto.
- Na verdade – comecei, soltando a fumaça – Eu acabei de terminar um noivado.
- Sinto muito por você – ela falou, sorrindo e tirando o copo de whisky vazio da minha frente. Eu realmente não me lembrava de ter tomado aquilo. Bebidas fortes não eram bem o meu forte, mas talvez só seja um momento crítico da minha existência – Alguém já lhe disse que fumar faz mal?
- Muitas pessoas, meu bem – respondi, após mais uma tragada.
- Não me chame de meu bem – ela disse, calma e virando-se de costas para preparar alguma bebida que lhe fora solicitada. Fiquei observando-a mesmo virada, enquanto fazia suas coisas. Ela era linda e difícil e eu estava muito bêbado.
- , então – murmurei e ela apenas deu de ombros, entregando a bebida para um homem sentado a duas cadeiras de distância de mim, ele agradeceu de um modo carinhoso, como se já a conhecesse de tempo. sorriu para ele, chamando-o pelo seu nome, e achei que eles deveriam se conhecer mesmo.
- Você vai querer mais alguma coisa? – ela perguntou, apoiando suas mãos na minha frente e piscando seus olhos lentamente, tinha certeza que ela não percebia o jeito como estava me provocando. era uma estranha muito encantadora.
- Por quanto tempo eu dormi? – questionei e apaguei meu cigarro no cinzeiro que tinha ao meu lado.
- Não sei, meu turno começou a menos de vinte minutos. Só o vi dormindo com um copo na sua frente. Pelo o que você me contou, devia estar afogando as mágoas de um noivado que falhou – eu ri quando ela terminou de falar e ela sorriu, tímida.
- Eu sou Zayn.
- É, eu sei – ela falou, ainda apoiada a minha frente. Levantei uma sobrancelha, surpreso – Seu rosto e de seus amigos está estampada em todas as revistas de Londres. Até teve um dia que eu fui ao cinema e havia um grande cartaz de vocês anunciando o filme. Aliás, é um filme bem legal.
- Você assistiu ao meu filme? – ela assentiu e eu sorri ao mesmo tempo que ela. desviou seu olhar, fitando algo além de mim, sem muita convicção – Que horas acaba seu turno?
- Já são quase duas da manhã.
- Apenas uma bebida – pedi, tentando ser o mais convincente possível.
- Esse bar é do meu tio, ele não se importará se eu beber apenas uma vez com você – ela falou, virando-se para o bar para que pudesse preparar nossos drinques.
- É só isso que eu peço – comentei ao vê-la puxando uma cadeira de trás da bancada e sentando-se na minha frente. Ela apoiou seu cotovelo na bancada e tomou o primeiro gole da sua bebida.
- Então, “Zayn” – ela pronunciou meu nome como se fosse algo muito importante, mas depois me dei conta que ela só estava debochando de mim. Revirei meus olhos, rindo – Já que você está bêbado, não quer me contar o motivo do seu término com sua noiva?
- Eu nem conheço você.
- Hoje à noite, eu sou apenas sua amiga. E aproveita, porque geralmente eu não aceito beber com estranhos – sorriu.
FIM